“A leitura é sempre o esforço conjugado de compreender e de incorporar”.

SCHOLES, 1991.

 

leitor

Por leitura entende-se, numa fase inicial, a capacidade de decifração do conteúdo formal de um texto (sons e palavras). Só mais tarde a leitura se assume como a reprodução do texto em conformidade com as relações sintáticas e semânticas ao nível da frase.   Mais tarde ainda, já conhecedor dos sons correspondentes à representação gráfica das palavras, pretende-se que, progressivamente, o aluno apreenda sentidos à medida que procede à decifração formal. A conjugação destas duas operações em perfeita sincronização conduz-se ao leitor ideal.  Este tipo de leitor lê e compreende o que lê, no momento em que lê, mesmo que o faça em voz alta. Porém, há nas nossas escolas um longo caminho a percorrer até atingir o culminar do exercício da leitura como decifração, nem só do universo ficcional, mas do próprio mundo.

Este leitor, a que chamaremos proficiente, vai muito além: relaciona conteúdos e experiências de vida; retira ilações do que lê de forma a construir a sua própria mundividência; exerce o seu espírito crítico e o seu livre arbítrio; problematiza o que lê, antecipa e prevê outras leituras, estabelecendo extratextos a partir do que leu.

Assim, importa que nos perguntemos que tipo de leitor queremos formar na nossa escola. Leitores comprometidos com a literatura e com sua capacidade de ampliar horizontes e visões de mundo ou somente leitores automatizados? É preciso que o professor ou mediador da leitura, tenha um real envolvimento e compromisso com o livro e a com literatura e com o tipo de desempenho que pretende dos seus alunos, pois, como é sabido,  no sentido mais lato da literacia inclui-se a leitura crítica de todos os tipos de texto, seja em linguagem verbal como em linguagem não verbal, a capacidade de ler, separar, categorizar e transformar a a informação em novo saber. Um longo caminho a percorrer.

Neste campo, os concursos que anualmente se realizam nas escolas, apesar da aparência rotineira dos mesmos, constituem um exercício de leitura que ultrapassa de longe a mera capacidade de reprodução do que se lê.  Não são muito concorridos, não trazem tanta popularidade como os resultados de um torneio de desporto, mas aqueles que participam são efetivamente alunos que estão no bom caminho para se transformarem no tipo de leitor que queremos formar nas nossas escolas. É por isso que nunca é de mais noticiar  este tipo de eventos, sensibilizar mais alunos a concorrerem, dar destaque aos resultados e divulgar os processos. Aqui fica a notícia referente ao nosso último concurso de leitura.

 

Realizou-se  no passado dia 2 de maio, pelas 10h, na BE/CRE da Escola E.B. 2,3 Padre Alberto Neto, a fase final do Concurso de Leitura -3º CICLO, cujas provas foram:
  • Perguntas escolhidas aleatoriamente sobre  as obras O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá de Jorge Amado e História da gaivota e do gato que a ensinou a voar de Luís Sepúlveda;
  • Leitura oral de excertos das obras referidas.
Os resultados finais foram os seguintes:
1º Lugar: Carolina Peixe do 8º2ª
2º Lugar: Madalena Rodrigues 7º1ª
3º Lugar Ana Raquel  8º2ª
4º Lugar João Costa  7º3ª
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Estão de parabéns os nossos vencedores, tal como todos os participantes. A organização do concurso esteve a cargo da Professora Ana Paula Rocha, uma parceria entre o Departamento de Português e a Biblioteca da nossa escola.
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Ana Isabel Falé