Foto: Felipe Araújo/Liga-SP
A segunda noite do Carnaval paulistano teve a Joia Rara do samba como abertura. No sábado, 22 de fevereiro, a Pérola Negra fez sua reestreia no grupo Especial com o enredo “Bartali Tcherain – A Estrela Cigana, Brilha na Pérola Negra!”, uma homenagem ao povo das estrelas. O projeto foi desenvolvido pelo carnavalesco Anselmo de Brito e apresentado em cinco alegorias e 26 alas. A agremiação ficou em último lugar e desfila pelo grupo de Acesso em 2021.
A estrela da sorte é a luz e me guia
A comissão de frente abriu o desfile contando a origem dos ciganos, segundo uma das lendas dessa cultura. Ganesha, quando criança, pediu a Krishna para que desse à Índia um povo feliz. Assim, Krishna entregou ao país um baú com o povo cigano e os deuses indianos. A coreografia é de Robério Theodoro.
A ópera a céu aberto em cinco atos
A Índia é o berço dos ciganos. Ali, eles aprendem a fé, a cultura, o gosto pelas festas. O primeiro setor abordou essa origem e trouxe, no abre-alas, uma reprodução do templo indiano Meenakshi, que tem mais de 2500 anos. No segundo setor, a ambição e a opressão foram retratadas através da relação com os egípcios, que exploraram os ciganos para trabalho escravo. As danças, os costumes e a cultura cigana foram representadas no terceiro setor, com destaque para o carro alegórico de número 3, que trouxe dançarinas de flamenco coreografadas por uma cigana. Já no quarto setor, a Pérola Negra mostrou os mistérios do povo cigano, como as cartas, leitura das mãos, bolas de cristal e vidência. O desfile encerrou com uma homenagem a Santa Sara, a santa dos ciganos e também principal motivação do carnavalesco Anselmo de Brito para desenvolver o enredo. Homens e mulheres da comunidade cigana do Brasil e do mundo desfilaram na última alegoria.
Mestre-sala e porta-bandeira
Para conduzir o primeiro pavilhão da Pérola Negra, o casal oficial Arthur Santos e Eliana Sales Leite vieram fantasiados de joia do oriente.
É festa pra dançar a noite inteira
De autoria dos compositores Turko, Silas Augusto, Maradona, Rafa do Cavaco, Zé Paulo Sierra, Luis Jorge, Miguel Tyesco, Abílio Junior e Pixulé, o samba-enredo da Pérola Negra foi entoado pelo intérprete Daniel Collete e executado pela Swing da Madá, bateria comandada pelo mestre Neninho.