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    Medalhista na Rio-2016, Poliana Okimoto se aposentará em dezembro

    PAULO ROBERTO CONDE
    ENVIADO ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO

    27/11/2017 20h12

    Única medalhista olímpica da história da natação feminina brasileira, Poliana Okimoto, 34, vai se aposentar do esporte em dezembro.

    A paulista vai disputar mais dois torneios: o Torneio Open e o Rei e Rainha do Mar, que ocorrerão no Rio entre os dias 6 e 10.

    Poliana foi pioneira da maratona aquática nacional ao conquistar medalhas em Campeonatos Mundiais -foram seis, entre 2006 e 2013- e um bronze na Olimpíada do Rio. Foi o único pódio dos esportes aquáticos do país no megaevento no ano passado.

    Ela também se sagrou campeã da Copa do Mundo de maratona aquática em 2009.

    Na próxima segunda-feira (4), seu clube, a Unisanta, organizará uma homenagem de despedida em Santos.

    Apesar de todas as conquistas, Poliana afirmou à Folha que se despede das competições de maneira amarga.

    Depois do bronze nos Jogos do Rio, ela perdeu patrocínio dos Correios e outros que tinha e se desmotivou.

    Chegou a custear do próprio bolso integrantes de sua equipe multidisciplinar, como nutricionista e preparador físico.

    "Tudo o que eu esperava que a medalha me desse não se concretizou", afirmou à reportagem.

    A nadadora até tinha vontade de seguir até a Olimpíada de Tóquio-2020, mas, desanimada, preferiu encerrar seu ciclo competitivo. Ela não conseguiu vaga para o Mundial de Budapeste, realizado em julho.

    "Até tinha vontade de continuar, mas desde que fosse bem feito. Se for para fazer mal feito, acho melhor parar", disse.

    Poliana afirmou que pretende se concentrar em realizações da vida pessoal, como ser mãe. Ela é casada com Ricardo Cintra, seu técnico.

    "Vou atrás de outros objetivos pessoais, porque no lado profissional já alcancei tudo o que podia", comentou.

    Ela abriu portas nas provas de maratona aquática no Brasil com duas medalhas de prata (5 km e 10 km) no Mundial de Nápoles, em 2006.

    No ano seguinte, levou outra prata nos 10 km nos Jogos Pan-Americanos do Rio.

    Sua primeira Olimpíada foi em Pequim-2008, onde ficou em sétimo lugar, duas posições atrás da compatriota Ana Marcela Cunha, rival a quem inspirou ao longo dos anos.

    Poliana sempre se manteve entre as melhores do mundo, mas também sofreu com situações delicadas.

    Nos Jogos de Londres-2012, por exemplo, deixou a prova dos 10 km, na qual era uma das favoritas, por causa da água fria. Houve suspeita de estivesse com hipotermia, o que não se confirmou.

    À parte o bronze na Rio-2016, o melhor ano de sua carreira foi 2013, quando conquistou três medalhas no Mundial de Barcelona-2013: ouro nos 10 km, prata nos 5 km e bronze na disputa por equipe.

    "Eu acho que abri portas e fui uma pioneira. Não só para a natação feminina, mas também para o esporte [maratona aquática] no Brasil", afirmou.

    "Quando comecei não se dava muita atenção para esse tipo de prova e hoje há muito destaque e um calendário cheio o ano todo."

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