Finalmente posso estufar o peito e soltar esse chavão maravilhoso!
Um programa divertido para se fazer em visita a Marrakech é conhecer o Vale do Ourika, que acompanha a Cordilheira do Atlas, uma belíssima cadeia de montanhas com picos nevados que se estende por 2400km, passando pelo Marrocos, Argélia e Tunísia. É a formação geológica que se separa os verdes campos da costa atlântica e mediterrânea do Saara. Encravada nas portas do deserto, Marrakech foi erguida na segunda metade do século XI na planície circunvizinha ao Atlas, que invade a paisagem a partir de qualquer ponto mais alto da cidade.
O passeio começa lás pelas 9h30 e vai até umas 17h, percorrendo não mais que 50km em uma van, ao preço é de 25 euros por pessoa. O destino final é chegar a uma comunidade berbere – grupo étnico caractéristico da região do Magreb, cujas origens remontam às tribos nômades do deserto – localizada ao pé da montanha, por onde desce uma imensa cachoeira. Pra quem já foi às highlands mineiras, a queda d’água não tem nada de especial. Destaque mesmo são os montes nevados.
No meio do caminho, nosso guia Rachid (o nome era mais ou menos esse), um tiozinho muito simpático, nos levou para tomar chá em sua casa, numa pequena comunidade rural berbere. Fomos servidos por sua filha Fatma, nome bastante comum no mundo árabe, por se tratar da filha do Profeta e figura importante na história do islã. Ela nos preparou um delicioso chá de menta, a bebida nacional maroquina, acompanhado de pão feito na hora, azeitonas colhidas no pé, azeite igualmente rústico e saboroso, além de mel. A casa é simples e limpíssima, ainda que o hall de entrada seja habitado por uma vaquinha leiteira. É esquisito, mas a manteiga também estava bem gostosa :-))
Depois dessa parada para uma boquinha, seguimos viagem.
Mais uma parada no caminho, desta vez para visitar uma fabriqueta artesanal de cosméticos feitos a base de óleo de argan, extraído de um tipo específico de oliva muito comum na região. Embora os produtos mais sofitisticados venham de fora, a mulherada ainda prepara o sabonete e alguns cremes da maneira tradicional.
Depois de mais alguns minutos de carro e uma caminhada íngreme, chegamos ao pé da famosa cachoeira, que não impressiona muito para quem está acostumado aos padrões brasileiros.
Mas a vista das montanhas, sem dúvida alguma, compensa o passeio