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Número de queimadas na Amazônia nos primeiros três meses do ano foi superior ao registrado no ano passado no mesmo período | MICHEL DANTAS/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Os números de queimadas na Amazônia no primeiro trimestre deste ano trazem uma boa e uma má notícia. Houve mais fogo nos primeiros três meses deste ano na comparação com 2022, mas os números estão abaixo da média histórica. É o que mostram os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do governo federal.

Os três primeiros meses deste ano registraram 2.809 focos de calor no bioma amazônico, em contraste com os 2.300 do mesmo período em 2022. Em 2021, a Amazônia teve 2.301 focos de calor no primeiro trimestre do ano. Em 2020, 4.037. Já em 2019, um primeiro trimestre de muito fogo com 6.170 focos de calor.

Em 2018, os dados apontaram, 3.691 focos. Em 2017, 1.911. Em 2016, o primeiro trimestre também foi de muito fogo e o pior da série histórica que se iniciou em 1998 com 8.240 focos de calor. Somente janeiro de 2016 registrou 4.657 focos.

Em janeiro deste ano, a Amazônia teve 1.056 focos de calor, número abaixo do mesmo mês do ano passado que teve 1.226 e inferior à média histórica mensal de 1.547. Em fevereiro, o bioma registrou 734 focos de calor contra 584 em 2022, número abaixo da média histórica mensal de 810. Já março anotou 1.019 focos de calor, marca acima dos 490 de 2022 e abaixo da média histórica do mês de 1.034.

É importante recordar que o primeiro trimestre do ano faz parte do denominado inverno amazônico. Durante o inverno amazônico há um grande aumento dos índices pluviométricos na Amazônia, com a chuva ocorrendo com maior frequência e intensidade principalmente entre os meses de janeiro e março.

Com a chuva, a sensação de calor é amenizada na comparação com outras épocas do ano, quando é mais seco e quente. Por isso, os piores meses de queimadas no bioma amazônico se dão entre julho e outubro, quando os focos de calor costumam disparar na região.

É o período mais crítico do ano para queimadas na região e há tanta fumaça na atmosfera que não raro correntes de vento trazem o material particulado para locais tão distantes como o Rio Grande do Sul, o Uruguai e o Centro da Argentina.