terça-feira, 21 de julho de 2009

Daniel Dantas: A corrupção institucionalizada no Brasil?

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Aqui busco ilustrar a maneira como age o banqueiro Daniel Dantas orquestrando investimentos, lobby e corrupção no Brasil – e no exterior – há mais de uma década. Relaciono aqui as inúmeras capas da revista Carta Capital dedicadas ao ‘orelhudo’ Daniel Dantas com as notícias mais recentes relacionadas a Operação Satiagraha, que busca expor as veias deste esquema de corrupção que se revela institucionalizado em diversas instâncias do poder público e privado no Brasil, não deixando nem a mídia de lado.

Este texto foi formado através de breve pesquisa na ‘Folha de S. Paulo’ e ‘Carta Capital’ e observe ao fim do texto uma relação de links relacionados as exaustivas denúncias contra o banqueiro na tentativa de inverter a ordem existente no Brasil de que “Quem tem poder não vai preso”. Segundo a revista as matérias “estão compreendidas em um período que remonta às privatizações do setor de telefonia, ocorridas no fim da década de 1990, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, e chega aos dias atuais, sob a égide do segundo mandato do presidente Lula.”

Juiz abre processo contra Dantas e manda liquidar fundo de R$ 500 mi

da Folha de S.Paulo em 20 de Julho de 2009 __ www.nazen.tk

A Justiça Federal determinou a abertura de processo criminal contra o banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, e mandou liquidar um fundo de investimentos de R$ 500 milhões do banqueiro. Outras 13 pessoas acusados pela prática de crimes financeiros investigados na Operação Satiagraha da Polícia Federal também foram formalmente acusadas.

O juiz da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto Martin De Sanctis, acolheu denúncia elaborada pelo procurador da República Rodrigo de Grandis, que acusou Dantas de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e formação de quadrilha e organização criminosa. Os acusados negaram, por meio de seus advogados, as acusações do Ministério Público.

Entenda como Daniel Dantas recolhe fundos para seus investimentos, a anos apontados como fraudulentos e baseados em largos esquemas de corrupção.

O Juíz Fausto De Sanctis também determinou a liquidação, em até 48 horas, de um fundo de investimentos nacional do Opportunity que havia sido bloqueado judicialmente em setembro passado, após o surgimento de suspeita de lavagem de dinheiro por meio do fundo.

O juiz ordenou que a BNY Mellon, administradora do fundo Opportunity Special Fundo de Investimentos em Ações, realize a integral venda ou resgate dos ativos que compõem a carteira e deposite os valores resultantes dessas operações em uma conta da Caixa Econômica Federal.

À época do bloqueio, o fundo tinha 24 cotistas –entre eles Dantas e Dório Ferman, presidente do banco Opportunity e também réu no processo– e reunia cerca de R$ 500 milhões em investimentos, segundo o procurador da República.

Operação Satiagraha

A nova ação penal é o principal resultado da Satiagraha, iniciada em julho de 2008, e leva Dantas a figurar pela segunda vez como réu em uma ação penal originada na operação. O banqueiro já foi condenado a dez anos de prisão por tentar subornar, por meio de emissários, policiais envolvidos na Satiagraha. Dantas nega o crime e, em recurso à Justiça, acusa a PF de ter fraudado arquivos e transcrições de escutas.

Na lista de réus do novo processo estão Verônica Dantas, irmã do banqueiro, e Humberto Braz, executivo ligado ao Opportunity. Braz também foi condenado na ação relativa ao suborno de policiais –recebeu uma pena de sete anos de prisão– e também recorreu da sentença.

A nova denúncia do Ministério Público apontou, entre outros crimes, que o Opportunity usou recursos de sua antiga controlada, a operadora Brasil Telecom, para pagar funcionários e despesas do grupo, e abasteceu o caixa do mensalão –esquema de integrantes de partidos da base aliada do governo para corromper congressistas– com R$ 3 milhões.

Além disso, a denúncia diz ainda que o banqueiro, a irmã dele e o presidente do Opportunity cometeram fraudes no comando do Opportunity Fund e do banco Opportunity, como a presença de cotistas brasileiros no fundo, quando a prática era proibida; e utilização da Brasil Telecom para repassar recursos às empresas de publicidade de Marcos Valério, com as quais teriam sido firmados dois contratos, superiores a R$ 50 milhões.

Em sua decisão, De Sanctis afirma que no processo é “possível colher indícios de prévia e sistemática associação criminosa, estabilidade e comunhão de desígnios, além de organização das supostas atividades ilícitas ao longo do tempo”.

Os réus agora têm prazo de dez dias para a apresentação de defesa. Após receber as respostas dos acusados, De Sanctis decidirá pela absolvição ou pela continuação do processo. A Satiagraha ainda pode gerar outras ações. De Sanctis também acolheu pedido de abertura de mais três inquéritos feito pela Procuradoria.

Quanto à liquidação do fundo, o juiz aponta que a medida ocorreu “em razão da necessidade e da obrigatoriedade de preservar o patrimônio sequestrado, no interesse dos denunciados e diante do desfavorável quadro econômico mundial e da volatilidade dos mercados financeiros, com sério risco de depreciação do valor”.

Segundo o procurador De Grandis, o fundo bloqueado estava sofrendo perda em virtude da variação cambial. De Grandis disse que recursos do fundo poderão ser entregues ao poder público se forem encontradas provas de que os investimentos foram usados ou tiveram origem em atividades ilícitas.

dantas1
dantas2dantas3* O quadro ilustrativo acima foi desenvolvido pela Folha de S. Paulo

Na tentativa de limpar a barra de Daniel Dantas, seus advogados – e toda sua esrutura de lobby – tentam fazer acreditar que quem está errado é a Polícia Federal, o delegado Protógenes de Queiroz e até mesmo o Juíz Fausto de Sanctis.

Em sua decisão o Juíz Fausto De Sanctis afirma: “A defesa de parte dos denunciados tem se valido da imprensa para alardear ou difundir que este juízo necessariamente receberia a denúncia, sob análise, diante de uma atuação que considera parcial apenas porque teria encarnado sentimento equivocado de vingança ou preconceito, como forma de dissuadir e desorientar a sociedade”.

O juiz afirma ainda que a Justiça “tenta agir de forma serena e isenta”. “Sempre com reforço da igualdade de todos perante a lei, mas jamais abandonando a ideia de decidir o melhor no caso concreto.”

“A condução do feito exige respeito a todos, inclusive ao magistrado, que tenta se conduzir de forma adequada, mesmo que, para muitos, melhor seria lidar com o serviço público de maneira menos intensa. Não há interesse, a não ser pela aplicação regular do direito. Não há engajamento do magistrado a não ser neste sentido”, reitera.

Segundo a Procuradoria, o financiamento do “valerioduto”, esquema montado pelo empresário Marcos Valério e investigado no caso mensalão, teria ocorrido quando o grupo estava no comando da Brasil Telecom. Dantas foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e crime de quadrilha e organização criminosa.

De Sanctis acolheu todas as acusações feita pelos procuradores, inclusive o pedido para a abertura de três novos inquéritos. Um dos inquéritos vai aprofundar a participação de pessoas investigadas inicialmente e não denunciadas agora, como o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh e Carlos Rodenburg (presidente do braço agropecuário do grupo).

O outro irá apurar especificamente crimes financeiros na aquisição do controle acionário da BrT pela Oi. O terceiro investigará evasões de divisas praticadas por cotistas brasileiros do Opportunity Fund, com sede nas Ilhas Cayman, no Caribe.

De acordo com a denúncia, o banqueiro, sua irmã, Verônica Dantas, e o presidente do Opportunity, Dório Ferman, teriam cometido fraudes no comando do Opportunity Fund e do banco Opportunity, como a presença de cotistas brasileiros no fundo, quando a prática era proibida; desvio de recursos da Brasil Telecom para autofinanciamento do Opportunity; e utilização da Brasil Telecom para repassar recursos às empresas de publicidade de Valério, com as quais teriam sido firmados dois contratos, superiores a R$ 50 milhões.

A Procuradoria ainda arrolou 20 testemunhas no caso, entre as quais o presidente da Santos-Brasil, Wady Jasmim, e o ex-ministro Mangabeira Unger, que foi consultor do Opportunity nos Estados Unidos.

Para o procurador da República Rodrigo De Grandis, as investigações da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, constataram que os denunciados constituíram “um verdadeiro grupo criminoso empresarial, cuja característica mais marcante fora transpor métodos empresariais para a perpetração de crimes, notadamente delitos contra o sistema financeiro, de corrupção ativa e de lavagem de recursos ilícitos”.

O juiz negou pedido do Ministério Público Federal para que a Justiça requisitasse ao ministro Joaquim Barbosa, do STF (Supremo Tribunal Federal), documentos do processo do mensalão. Para De Sanctis, não é necessária a intervenção judicial e a Procuradoria deve requisitar o que for necessário diretamente ao STF.

Dantas foi preso durante a Satiagraha. Na ocasião, também foram presos, entre outras pessoas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o investidor Naji Nahas. Os três foram soltos depois. Eles são suspeitos de praticar os crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas, formação de quadrilha e tráfico de influência para a obtenção de informações privilegiadas em operações financeiras.

A Defesa de Daniel Dantas segue o caminho descrito acima

Ontem, o advogado Andrei Schmidt, que defende o Opportunity, disse que seus clientes ainda não haviam sido citados do recebimento da denúncia.

“Independentemente disso, negamos veementemente as imputações recebidas pelo juízo. Os fatos narrados ou não constituem crime ou estão baseados em provas fraudadas no âmbito da Operação Satiagraha”, disse o advogado por meio de nota.

Jornalismo investigativo aborda o poderoso Daniel Dantas, leia:

De Carta Capital __ www.cartacapital.com.br

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Confome o prometido, CartaCapital honra o compromisso de ajudar o “jornalismo investigativo” brasileiro, que anda em polvorosa desde a deflagração da Operação Satiagraha pela Polícia Federal, que provocou o entra-e-sai de Daniel Dantas da prisão e tantas outras ebulições na república brasileira.

Para tanto, a revista deixa disponível neste dossiê todo o conteúdo que produziu sobre Daniel Dantas e seus negócios nos últimos dez anos. São mais de noventa  textos, reportagens  e editoriais deCartaCapital sobre o envolvimento de Dantas em transações em diversas áreas da economia nativa, em especial no setor de telecomunicações.

Elas estão compreendidas em um período que remonta às privatizações do setor de telefonia, ocorridas no fim da década de 1990, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, e chega aos dias atuais, sob a égide do segundo mandato do presidente Lula. É material  suficiente para entender como Dantas tornou-se figura tão importante nos bastidores da República, a ponto de alguns terem dito que se fosse revelado todo o conteúdo das negociatas do orelhudo, o País pararia por dois anos

Com isso, CartaCapital espera que a mídia nativa não dê ares de furo ou mesmo de material exclusivo a conteúdo que a revista publicou anos atrás. Bom proveito.

Sob suspeita
Diálogos exclusivos dos grampos no BNDES acentuam a interferência do governo no leilão da Telebrás
(reportagem originalmente publicada na edição 87, de 25 de novembro de 1998)

O Caribe é aqui
Ex-sócio do banqueiro Daniel Dantas afirma que brasileiros aplicam em fundo do Opportunity em Cayman, sem pagar IR e CPMF
(reportagem originalmente publicada na edição 135, de 8 de novembro de 2000)

Derrota nas Ilhas Cayman
Luís Roberto Demarco ganha uma batalha contra o Opportunity no paraíso fiscal
(reportagem originalmente publicada na edição 144, de 11 de abril de 2001)

Dinheiro e ódio, a ciranda
Briga de marido e mulher chega à delegacia em São Paulo, mas passa pelas Ilhas Cayman
(reportagem originalmente publicada na edição 150, de 4 de julho de 2001)

Jogos de guerra
No Brasil e no exterior, adversários de Daniel Dantas e seu Opportunity aceleram conversas e negociações para derrubá-lo.
(reportagem originalmente publicada na edição 154, de 29 de agosto de 2001)

Naufrágio em Cayman
O Opportunity perde ação movida contra Demarco. Juiz fala em “fraude”, “mentira”, “provas fabricadas”, “afronta à Corte” e…

(reportagem originalmente publicada na edição 194, de 19 de junho de 2002)

A Previ na sinuca
O maior fundo de pensão brasileiro corre o risco de ver quase R$ 2 bilhões investidos em telefonia virarem pó.
(reportagem originalmente publicada na edição 237, de 23 de abril de 2003)

Questão de Estado
A notificação ao Citibank, banco de US$ 1 trilhão, e um só objetivo: afastar o Opportunity da gestão de fundos de empresas privatizadas.
(reportagem originalmente publicada na edição 259, de 24 de setembro de 2003)

Desafio aos deuses
Fundos de pensão destituem o Opportunity da administração do CVC/Brasil. No Fundo em Cayman, a decisão será do Citibank
(reportagem originalmente publicada na edição 262, de 15 de outubro de 2003)

Crimes. E o castigo?
Polícia contra polícia. A ação dos italianos. Os documentos roubados. As conversas gravadas. A precipitação… e a chance de Daniel Dantas escapar
(reportagem originalmente publicada na edição 302, de 4 de agosto de 2004)

O incrível “deputado”
As peripécias de Piero Garavini, sua suposta fortuna e suas “denúncias” bombásticas

(reportagem originalmente publicada na edição 309, de 22 de setembro de 2004)

O dia do chacal
Escândalo A PF apreende 500 quilos de documentos na Kroll, no Opportunity e na casa de Daniel Dantas. É só o começo
(reportagem originalmente publicada na edição 315, de 3 de novembro de 2004)

As correntes do Opportunity
O Citibank gostaria de romper com o banco. Ainda falta quebrar alguns elos
(reportagem originalmente publicada na edição 328, de 9 de fevereiro de 2005)

Daniel Dantas e seu bando
Relatório parcial da Polícia Federal aponta o banqueiro como mentor e líder de uma “quadrilha” de espionagem internacional
(reportagem originalmente publicada na edição 330, de 23 de fevereiro de 2005)

Todos contra um
Depois de sete anos, o Citibank abandona Daniel Dantas e abre o caminho para o fim das disputas na telefonia

(reportagem originalmente publicada na edição 333, de 16 de março de 2005)

“Parece um roubo”
Assim o juiz Kaplan, de Nova York, rejeita a defesa de Daniel Dantas e o exonera da Brasil Telecom
(reportagem originalmente publicada na edição 334, de 23 de março de 2005)

O cerco da lei
Indiciado por formação de quadrilha, Daniel Dantas também sofre derrota na Anatel e ação milionária nos EUA

(reportagem originalmente publicada na edição 338, de 20 de abril de 2005)

Outra derrota nas Ilhas Cayman
Justiça manda o banco depositar US$ 5 milhões em ação movida por Demarco
(reportagem originalmente publicada na edição 339, de 27 de abril de 2005)

O orelhudo tá nessa
As conexões entre Daniel Dantas, Marcos Valério, integrantes do PT e o depoimento da secretária
(matéria originalmente publicada na edição 348, de 29 de junho de 2005)

De Herzog a Leonardo Attuch
O tempora! O mores!
(editorial originalmente publicado na edição 349, de 6 de julho de 2005)

De orelha em pé
Dantas é citado várias vezes nos depoimentos. Surge novo empréstimo ao PT avalizado pelo publicitário
(reportagem originalmente publicada na edição 350, de 13 de julho de 2005)

A orelha desponta
CPI dos correios. Repasses milionários às empresas de Valério colocam Daniel Dantas na mira. O PFL arma a defesa do banqueiro
(reportagem originalmente publicada da edição 353, de 3 de agosto de 2005)

A Conexão Lisboa
As mal explicadas visitas de Valério a Portugal são outro indício da relação do Opportunity com a crise do mensalão
(reportagem originalmente publicada da edição 354, de 10 de agosto de 2005)

Saudades da Vila Euclydes
O grande resistente contra a ditadura precisa ser mais firme e diretono discurso presidencial
(editorial publicado originalmente na edição 355, de 17 de agosto de 2005)

Dantas vai ou não vai?
A luta do banqueiro para não ir à CPI. E as coincidências em textos de um deputado do PFL e de um empregado de DD
(reportagem originalmente publicada na edição 356, de 24 de agosto de 2005)

Missão impossível
O PT sobreviverá à tempestade? Tarso Genro poderá conduzi-lo na transição?

(reportagem originalmente publicada na edição 357, de 31 de agosto de 2005)

Lula, o PT e a saúva
O presidente cobra punições severas. E o partido segue sem unidade
(reportagem originalmente publicada na edição 358, de 7 de setembro de 2005)

A conexãoTelemig
A venda da telefônica mineira uniu Dantas, Valério e parte da cúpula do PT
(reportagem originalmente publicada na edição 359, de 14 de setembro de 2005)

Pizza à Dantas
Beneficiado por tucanos silenciosos, petistas sem disposição e uma claque pefelista, o orelhudo posa de vítima
(reportagem originalmente publicada na edição 361, de 28 de setembro de 2005)

A omissão do xerife
Documentos revelam como a CVM fechou os olhos e deixou o Opportunity Fund operar fora das normas
(reportagem originalmente publicada na edição 362, de 5 de outubro de 2005)

Segredos do Brasil
A CPI dos Correios pede a quebra do sigilo das operações do grupo de Dantas no Brasil e em Cayman
(reportagem originalmente publicada na edição 363, de 12 de outubro de 2005)

O orelhudo ganha tempo
O STF segura a quebra do sigilo do banco de Dantas. O governo negocia com a promotoria de Nova York acesso à movimentação de Duda Mendonça
(editorial publicado originalmente na edição 364, de 19 de outubro de 2005)

Dantas na terceirona
Torcedores contestam acordo entre o Bahia e o Banco Opportunity
(reportagem originalmente publicada na edição 366, de 2 de novembro de 2005)

E o Supremo ainda tem dúvidas
Apesar da quantidade de evidências, a ministra Ellen Gracie não autoriza o acesso
aos dados dos computadores do orelhudo
(editorial publicado originalmente na edição 368 de CartaCapital, de 16 de novembro de 2005)

Corre não, Carla, corre não
A ex-chefona da Brasil Telecom evita a CPI para disputar a maratona de Nova York. E termina em 20.000º lugar

(editorial publicado originalmente na edição 368 de CartaCapital, de 16 de novembro de 2005)

O sofisma de Ellen
A ministra do STF admite manobras do Opportunity, mas adia decisão sobre o sigilo
(reportagem originalmente publicada na edição 370, de 30 de novembro de 2005)

Grampos e fraudes
Executivos ligados ao Opportunity mantinham sistema de espionagem clandestino dentro da Brasil Telecom
(reportagem originalmente publicada na edição 373, de 21 de dezembro de 2005)

Recuo na censura
Pressionado por entidades de direitos civis, juízes federais liberam divulgação na internet de reportagens sobre o caso Kroll
(reportagem originalmente publicada na edição 373, de 21 de dezembro de 2005)

A agenda e a crise
Executivo da Brasil Telecom indicado por Daniel Dantas teve várias reuniões com figuras centrais do atual escândalo
(reportagem originalmente publicada na edição 377, de 25 de janeiro de 2006)

Forças ocultas
Pressão inexplicável retarda o envio de informações ao Supremo pela CPI
(reportagem originalmente publicada na edição 378, de 1º de fevereiro de 2006)

Vôo cego na CPI
A relação das rotas dos aviões administrados por Dantas, que havia “sumido”, reaparece depois de pressão do DAC
(reportagem originalmente publicada na edição 379, de 8 de fevereiro de 2006)

Perguntas ao relator
O texto de Serraglio é parcial, omisso e não prova o mensalão
(reportagem originalmente publicada na edição 387, de 5 de abril de 2006)

O orelhudo não escapou
No último minuto, Daniel Dantas entra na lista de indiciados da CPI
(reportagem originalmente publicada na edição 389, de 16 de abril de 2006)

Dantas no mar e no ar
Briga judicial no Porto de Santos e carona a políticos em aviões da Brasil Telecom são as atuais dores de cabeça de DD
(reportagem originalmente publicada na edição 391, de 3 de maio de 2006)

Dantas posa de vítima
À Justiça dos EUA, DD diz ter sido chantageado pelo governo
(reportagem originalmente publicada na edição 393, de 17 de maio de 2006)

Rastros da chantagem
Dantas nega ser o mentor de dossiê com supostas contas de políticos no exterior, mas sua digital está em toda parte
(reportagem originalmente publicada na edição 394, de 24 de maio de 2006)

Dantas e os petistas
O ministro da Justiça não vê problemas em receber o banqueiro acusado de fabricar dossiê contra o presidente
(reportagem originalmente publicada na edição 395, de 31 de maio de 2006)

Fábrica de dossiês
Novos documentos da Kroll revelam que Dantas mandou investigar políticos, juízes, policiais e empresários
(reportagem originalmente publicada na edição 396, de 7 de junho de 2006)

O amigo da mulher
A influência de Naji Nahas na Telecom Italia tem nome: Afef Jnifen
(reportagem originalmente publicada na edição 396, de 7 de junho de 2006)

O dono do cais
Como “decisões técnicas” da direção do Porto de Santos têm favorecido empresa controlada por Daniel Dantas
(reportagem originalmente publicada na edição 402, de 19 de julho de 2006)

Dois pesos, duas medidas
A espantosa diferença entre a ministra Ellen Gracie e o juiz Kaplan
(editorial originalmente publicado na edição 404, de 2 de agosto de 2006)

Frenesi nas hostes de Dantas
Os motivos da ação de políticos amigos e datilógrafos da imprensa
(editorial originalmente publicado na edição 410, de 13 de setembro de 2006)

Sem apelação
Depois de longa disputa, a Suprema Corte do Reino Unido confirma: Daniel Dantas mentiu e forjou documentos
(reportagem originalmente publicada na edição 414, de 18 de outubro de 2006)

A falsificação do administrador
Advogados de Demarco pedem à autoridade monetária de Cayman que proíba Dantas de operar nas ilhas
(editorial originalmente publicado na edição 418, de 8 de novembro de 2006)

Sobre insultos e jornalismo
Veja e Mainardi condenados por difamar Mino Carta. Em outra ação, juiz julga correta reportagem desta revista. Dupla derrota do ventríloquo orelhudo
(editorial originalmente publicado na edição 420, de 22 de novembro de 2006)

Dantas se faz de surdo…
Há meses, a PF tenta, em vão, ouvir o banqueiro sobre o uso irregular de aviões pelo Banco Opportunity
(editorial originalmente publicado na edição 422, de 6 de dezembro de 2006)

Os segredos da esfinge
A Justiça autoriza a quebra do sigilo do computador do Opportunity
(reportagem originalmente publicada na edição 424, de 20 de dezembro de 2006)

Tronchetti-Provera e o escândalo
A tentativa de invasão de arquivos do Corriere della Sera esquenta a investigação. O ex-boss da TIM nega participação no esquema
(editorial publicado originalmente na edição 429, de 31 de janeiro de 2007)

Um pouquinho de Brasil
A quantas anda o inquérito que investiga o dossiê montado por Dantas contra autoridades da República? Ninguém sabe, ninguém viu
(editorial originalmente publicado na edição 431, de 14 de fevereiro de 2007)

Os tucanizados e os outros
Damásio, Grau, se não existissem, as coisas seriam piores. Mas há também dona Ellen
(editorial originalmente publicado na edição 432, de 21 de fevereiro de 2007)

É proibido perguntar?
Dantas processa Glasberg por questões “não precisas”
(editorial originalmente publicado na edição 434, de 7 de março de 2007)

Ora viva, operação impossível
Na prática, a fusão da Telemar com a Brasil Telecom, defendida até pelo ministro Costa, não pode vingar por várias razões
(editorial originalmente publicado na edição 440, de 18 de abril de 2007)

Xô, Dantas, aqui você não pisa
Mangabeira Unger no governo?Alguém está de brincadeira
(editorial originalmente publicado na edição 441, de 25 de abril de 2007)

Conselheiro de quem?
Como Mangabeira Unger ajudou Dantas a dar um golpe nos fundos
(reportagem originalmente publicada na edição 442, de 2 de maio de 2007)

Mangabeira no curto prazo
O professor decidiu abrir ação contra os fundos de pensão e criou novo embaraço a Lula. O Palácio espera que ele desista de aceitar o posto no governo
(editorial originalmente publicado na edição 447, de 6 de junho de 2007)

A verdade factual é bem outra
A revista Piauí tece um madrigal para Daniel Dantas. E publica uma mentira dele a respeito do acima assinado. Aqui vai a resposta
(reportagem originalmente publicada na edição 448, de 13 de junho de 2007)

O ministro do Opportunity
Mais uma prova de como Mangabeira Unger serve ao orelhudo
(editorial originalmente publicado na edição 449, de 20 de junho de 2007)

O Opportunity perde outra
Corte dos EUA rejeita apelação de advogados e mantém o banco fora do comando de empresas no Brasil
(editorial originalmente publicado na edição 460, de 5 de setembro de 2007)

Tudo em benefício do orelhudo
Na Itália e no Brasil, começou a campanha para tirar Daniel Dantas do buraco
(editorial originalmente publicado na edição 470, de 14 de novembro de 2007)

Acusadores às soltas
Eles insistem: abastecidos por Daniel Dantas, propalam até o número das contas de Lula e outras autoridades em paraísos fiscais. E os acusados? Por ora, quietos
(editorial originalmente publicado na edição 471, de 21 de novembro de 2007)

No Brasil de Dantas
O inquérito do dossiê com as supostas contas de Lula e outros só rende ao banqueiro o indiciamento por calúnia
(reportagem originalmente publicada na edição 476, de 20 de dezembro de 2007)

A vitória da calúnia
Em despacho cheio de erros conceituais, magistrado acha normais os vitupérios contra o jornalista Paulo Henrique Amorim
(reportagem originalmente publicada na edição 476, de 20 de dezembro de 2007)

Os novos barões
O governo não poupa esforços para transformar Carlos Jereissati e Sérgio Andrade nos donos de uma “supertele”
(reportagem originalmente publicada na edição 479, de 23 de janeiro de 2008)

Alegoria de Justiça
À véspera do Carnaval, a magistrada Cecília Mello dá mais uma mãozinha a nosso herói
(editorial originalmente publicado na edição 482, de 16 de fevereiro de 2008)

A grande trama ignorada
Os fundos de pensão, o Citibank, o governo, todos parecem à mercê de Dantas. Por quê?
(editorial originalmente publicado na edição 490, de 9 de abril de 2008)

Tradutora intraduzível
Estranhas conversas com a brasileira Luciane Araújo, testemunha na investigação sobre a Telecom Italia, e com seu advogado sobre Lula, Dantas e espionagem
(reportagem originalmente publicada na edição 490, de 9 de abril de 2008)

Só falta beatificar Dantas
A criação da “supertele” está acertada. E o banqueiro é um dos beneficiados, com o beneplácito dos fundos de pensão e dinheiro do BNDES
(editorial originalmente publicado na edição 493, de 30 de abril de 2008)

Maia cobra o BNDES
O deputado do ex-PFL-RJ pede ao TCU que apure o empréstimo de 2,5 bilhões de reais reservados à fusão
(editorial originalmente publicado na edição 495, de 14 de maio de 2008)

A BrOi vai beneficiar quem?
Paulo Henrique Amorim vai à Procuradoria-Geral da República e cobra explicações sobre a compra da Brasil Telecom pela Oi/Telemar
(editorial originalmente publicado na edição 501, de 25 de junho de 2008)

O jornalismo avestruz
Para proteger a si própria e aos graúdos, a mídia reduz o alcance do caso Daniel Dantas
(reportagem originalmente publicado na edição 504, de 16 de julho de 2008)

Exemplar sr. Dantas
As aventuras do banqueiro cabem à perfeição numa visão de mundo elaborada por Gêngis Khan e Al Capone
(reportagem originalmente publicado na edição 504, de 16 de julho de 2008)

A ponta do iceberg
A operação Satiagraha deita suas raízes nas privatizações do governo tucano
(reportagem originalmente publicado na edição 504, de 16 de julho de 2008)

Passado o Rubicão, alea jacta est
A operação anti-Dantas é o fio da meada de um enredo gigantesco
(reportagem originalmente publicado na edição 504, de 16 de julho de 2008)

Cairia o queixo de Rui Barbosa
Nas ruas, o Supremo está cada vez mais desacreditado. E sabe-se por quê
(reportagem originalmente publicado na edição 504, de 16 de julho de 2008)

Ecos ouvidos mundo afora
Certos jornais caem no conto da imprensa brasileira e citam o mensalão
(reportagem originalmente publicado na edição 504, de 16 de julho de 2008)

Disputa na rua principal
As dimensões do caso Dantas são muito maiores do que parecem, está em jogo o instinto predatório da minoria
(editorial  originalmente publicado na edição 505, de 23 de julho de 2008)

Contra-ataque
Responsável pela operação Satiagraha, o delegado Protógenes Queiroz é constrangido a deixar o inquérito antes do fim

(reportagem originalmente publicado na edição 505, de 23 de julho de 2008)

Sem controle
O novo relatório da PF mostra que Dantas não zelava pela origem do dinheiro aplicado. Acolheu inclusive recursos do propinoduto

(reportagem originalmente publicado na edição 505, de 23 de julho de 2008)

O terror dos figurões
Fausto De Sanctis já condenou Edemar Cid Ferreira e outros poderosos
(reportagem originalmente publicada na edição 505, de 23 de julho de 2008)

Sem confiança na Justiça
Por que defendo o impeachment de Gilmar Mendes
(reportagem originalmente publicada na edição 505, de 23 de julho de 2008)

Jornalismo à brasileira
A imprensa descobre agora as façanhas do dono do Opportunity

reportagem originalmente publicada na edição 505, de 23 de julho de 2008 da revista Carta Capital.

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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Racismo na Europa mata mais um muçulmano

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A notícia abaixo ilustra o conflito existente na europa onde sobra truculência e falta respeito e razão na questão dos imigrantes. A xenofobia é elemento presente em diversass sociedades européias e se acentua em períodos de crise econômica. Seja baseado em credo, raça ou origem percebe-se mais acentuadamente esse preconceito quanto a cidadãos ilegais ou de condição social mais humilde, porém os muçulmanos tem sido o alvo predileto embasado nos falsos motivos da ‘guerra contra o terror’.

leia e opine!’

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publicado em 07/07/2009 –  da Folha de São Paulo    (leia)

Morte de egípcia a punhalada dentro de tribunal alemão causa protestos no Egito

da Efe, no Cairo

O assassinato da egípcia Marwa al Cherbini, em 1º de junho, em um tribunal alemão despertou protestos no país africano, que exige saber os motivos para o crime.

Durante uma audiência na cidade de Dresden, Alex W., 28, um cidadão alemão de origem russa, apunhalou a mulher que o acusava de tê-la ofendido, informou a polícia. No momento do crime, não havia seguranças na sala, porque o caso era considerado leve.

O homem estava sendo julgado por insultar a vítima durante uma discussão em um parquinho infantil no ano passado, informaram jornais alemães. Ela morreu pouco depois por consequência dos ferimentos, e várias pessoas ficaram feridas até que o homem foi rendido por seguranças do tribunal que foram chamados ao local.

“Por que mataram Marwa?”, pergunta Mohamed, 16, que acompanhou a mobilização em frente à embaixada da Alemanha no Cairo. “Estamos aqui para perguntar porque mataram Marwa e para levantar nossa voz para aqueles na Alemanha que pensam que somos más pessoas porque somos muçulmanos.”

Nesta segunda-feira, na cidade egípcia de Alexandria, dezenas de milhares de pessoas foram ao funeral da mulher, uma farmacêutica de 32 anos. Ela estava grávida de três meses quando foi assassinada.

Tareq, irmão da vítima, acusou a delegação diplomática na Alemanha de oferecer uma resposta “muito frágil” e de ter apoiado o assassinato.

“Esta é a ocasião na qual podemos afirmar que eles [ocidentais] são os terroristas e que a violência chegou de sua parte primeiro”, disse.

Protesto contra o assassinato de Marwa Al Cherbini

Protesto de mulheres no Egito contra o assassinato de Marwa Al Cherbini em corte da Alemanha

A imprensa egípcia deu destaque ao funeral.

Nesta terça-feira, a comissão de Assuntos Árabes do Parlamento egípcio pediu às organização de direitos humanos que atuem contra “este penoso acontecimento na Alemanha no qual Marwa morreu devido a seu credo muçulmano e véu”, diz um comunicado.

A comissão pediu ainda que o governo alemão promova uma “política de convivência, tolerância e diálogo entre as raças do mundo.”

Segundo os sites dos jornais “Frankfurter Allgemeine Zeitung” e “Süddeutsche Zeitung”, o réu estava sendo acusado de ter chamado a vítima, que seria egípcia, de “terrorista”, em meio a uma discussão pelo uso de um balanço entre a criança que ele acompanhava –filha de sua irmã– e o filho dela.

Ele foi condenado a uma multa no final do ano passado, e a audiência era de apelação.

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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Editorial da Gazeta do Povo causa constrangimento

Quarta-feira, 8 de Julho de 2009  | publicado no blog do Fàbio Campana

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, tece duras críticas ao editorial da Gazeta do povo publicado no domingo, dia 5, no qual o jornal defende decisão do STJ que inocentou “clientes ocasionais” de crime de exploração sexual de menores.

O editorial surpreendeu muita gente, pois quebra uma tradição do jornal em defesa de princípios morais, éticos e o Estatuto da criança que rejeitam a exploração sexual infantil. Leia a seguira a crítica de Gleisi Hoffmann e depois o próprio editorial da Gazeta

“Lamento profundamente o editorial da Gazeta do Povo de domingo, 05 de julho: “Os Motivos do STJ”. O texto tenta justificar a sentença de absolvição dos réus envolvidos com exploração sexual de menores no Mato Grosso do Sul.

Alegar falta de recurso por parte do MP e afirmar que o julgamento foi técnico, é lavar as mãos diante de uma situação cruel, que precisa ser mudada em nossa sociedade. Quando firmei compromisso em minha

formatura de Direito, jurei defender a lei, mas sobretudo jurei defender a Justiça, mesmo que essa se contrapusesse aquela. Esses magistrados fizeram o mesmo juramento.

Será que desconheceram a história de vida das duas meninas, tidas como prostitutas? Uma das adolescentes violentadas não nasceu nas ruas. Sua mãe a ofereceu ao amante, numa discutível prova de

amor. Seviciada e humilhada, ela fugiu de casa e, nas ruas, encontrou uma amiga, também menor de idade, filha de uma trocadora de ônibus, que se iniciara na prostituição em troca de um vidro de xampu.

Em um ponto de ônibus foram assediadas por dois homens para um programa mediante o pagamento de 80 reais para cada uma. No motel, além de fazer sexo, foram espancadas e fotografadas desnudas em poses pornográficas. Esse drama não foi considerado. Valeu a técnica debatida no conforto das salas

climatizadas dos Tribunais. Diante de uma realidade perversa como essa, não há nenhum impedimento para que o Judiciário seja vanguarda na defesa da Justiça e começa a mudar essa triste história de prostituição e exploração sexual de menores. Também penso assim em relação a Gazeta do Povo” .

Gleisi Hoffmann é advogada e presidente do Diretório Estadual do PT/PR


Leia a seguir, o editoral da Gazeta do Povo

Os motivos do STJ

Teve grande repercussão o julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, mantendo a decisão do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, entendeu que o “cliente ocasional” não poderia ser condenado pela prática do crime de exploração sexual. A conduta não se amoldaria ao artigo 244-A, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): “Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do artigo 2º desta lei, à prostituição ou à exploração sexual. Pena: reclusão de quatro a dez anos e multa”.

Para o STJ e para outros tantos tribunais do país, o crime de exploração sexual previsto no ECA não teria por objetivo punir o cliente, mas sim a conduta ilícita do comumente chamado “cafetão”.

Pois bem, após a divulgação da decisão o rebuliço foi geral. De todos os lados foram lançadas pesadas críticas ao STJ, que inclusive se viu obrigado a soltar, na última quarta-feira, uma nota de esclarecimento no intuito de detalhar as razões e o alcance do seu julgamento.

Em sua nota, o STJ lembrou que a prática de relação sexual com criança ou adolescente menor de 14 anos pode sim caracterizar o crime de estupro, mediante a combinação de dois artigos do Código Penal: a) o artigo 213, que define como crime a conduta de se “constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça”; e b) o artigo 224, daquele mesmo diploma legal, que assim se apresenta: “Presume-se a violência, se a vítima: a) não é maior de catorze anos…”.

Mas, então, por que não houve a condenação dos réus no caso em tela? A nota de esclarecimento traz a resposta. A decisão de 1ª instância absolveu os réus do crime tipificado no artigo 213, do Código Penal, e o Ministério Público simplesmente não recorreu de tal decisão. Com isso, ao menos em relação crime de estupro, ocorreu o trânsito em julgado e a decisão não mais poderia ser modificada.

A partir daquele momento, por conseguinte, os recursos do Ministério Público passaram a se pautar apenas no crime de exploração sexual e não mais no crime de estupro presumido.

Ora, diante desses fatos, é possível dizer que a decisão do STJ foi errada ou equivocada? Entendemos que não. O Superior Tribunal de Justiça decidiu tecnicamente. Decidiu em estrita consonância com a legislação vigente e com a Constituição Federal de 1988, notadamente no que diz respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

Da sentença de absolvição pelo crime de estupro não houve recurso por parte do Ministério Público e a decisão, no tocante ao referido crime, transitou em julgado. Logo, em relação a tal imputação (crime de estupro), os réus não mais se defenderam – e nem precisavam mais se defender – ao longo de todo o processo. Se o recurso do Ministério Público pleiteava a condenação dos réus pela suposta prática do crime de exploração sexual, não poderiam eles ser condenados por outro crime.

Portanto, se condenação não houve, isso não se deu por falha daquele que é conhecido como o Tribunal da Cidadania. O Superior Tribunal de Justiça apenas fez valer as regras e princípios constitucionais inerentes a um Estado Democrático de Direito.

A absolvição, em uma primeira análise, causa espanto e indignação. Todavia, verificadas as circunstâncias do caso concreto e as razões processuais que levaram o STJ a confirmá-la, podemos concluir que o resultado, naquela corte, realmente não poderia ter sido outro. A falha foi anterior e o STJ não poderia corrigir um erro – ausência de recurso no momento oportuno – com outro – desrespeito aos princípios da provocação, do contraditório e da ampla defesa – erro este tão ou ainda mais grave que o primeiro.

Ao fim e ao cabo, as lições que podem ser extraídas desse infeliz episódio são as seguintes. Primeira: como forma de coibirmos a repetição de situações como essa, vemos a necessidade de que o Poder Legislativo, com a agilidade que não lhe é usual, promova uma alteração no Estatuto da Criança e do Adolescente, a fim de ampliar o conceito do crime de exploração sexual ou mesmo de criar um tipo penal específico para o “cliente”, seja ele habitual ou meramente ocasional. Segunda lição: observa-se a necessidade de que o Ministério Público atue de forma cada vez mais incisiva e atenta na proteção das nossas crianças e dos nossos adolescentes, prostituídos ou não.

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terça-feira, 7 de julho de 2009

Se caráter custa caro, pago o preço

caráter

De rima rica e linguagem perfeita, este poema, feito por Sidônio Muralha durante exílio no Brasil, varia o peso conforme a idéia do leitor

Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se caráter custa caro
Pago o preço.

Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
E o peso da pedra eu comparo
À força do arremesso.

Um rio, só se for claro.
Correr sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
Não paro nem mereço.

E que ninguém me dê amparo
Nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro

Se caráter custa caro
Pago o preço

_____________________________________________

Sidónio Muralha, aqui citado. Do movimento neorrealista, em conjunto com Armindo Rodrigues, foi uma das figuras de maior importância. O autor também militou na oposição ao regime ditatorial de Salazar, em Portugal. Entre suas principais obras estão Beco (1941), Passagem de Nível (1942), e Companheiro dos Homens (1950). Vale a leitura.

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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Construtor diz que comitê de apoio a Richa recebeu R$ 134 mil não contabilizados

24/06/2009 – 07h44

Construtor diz que comitê de apoio a Richa recebeu R$ 134 mil não contabilizados


da Agência Folha, em Curitiba | DIMITRI DO VALLE

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Em depoimento na Procuradoria Regional Eleitoral, o construtor Rodrigo Oriente, 34, disse ontem que o comitê “Lealdade”, de apoio à reeleição do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), gastou R$ 134 mil não declarados à Justiça Eleitoral no custeio de eventos da campanha em 2008.

O construtor disse que, desse valor, R$ 47 mil foram bancados por ele, em empréstimo. Oriente afirmou que a outra parte do dinheiro vinha da coligação “Curitiba o Trabalho Continua”, de apoio a Richa. De acordo com o construtor, a verba era repassada ao chefe do comitê, Alexandre Gardolinski.

O caso de denúncia de suposto caixa dois na campanha de Richa veio à tona com a veiculação de vídeos feitos dentro do comitê “Lealdade”. Eles mostram integrantes planejando difamar adversários, assinando recibos frios e recebendo suposto dinheiro não contabilizado à Justiça Eleitoral.

Os vídeos foram gravados com câmera escondida por Gardolinski, na época da campanha eleitoral. Oriente, que trabalhava no comitê, levou as gravações para a Procuradoria Eleitoral no último dia 12 –segundo ele, em protesto por não ter recebido de volta o dinheiro que emprestou a Gardolinski.

O construtor também disse que sua participação no custeio do comitê pode ser comprovada porque muitas compras foram pagas com seu cartão de crédito. A Procuradoria recebeu cópias dessas faturas.

Após a campanha, o construtor disse que não conseguiu cobrar os R$ 47 mil que havia emprestado a Gardolinski. Segundo o construtor, o chefe do comitê lhe propôs um cargo na prefeitura para recuperar o dinheiro em até 18 meses por meio do salário de R$ 3.300.

“Disse a ele que não queria que me pagassem uma despesa particular com dinheiro público”, afirmou Oriente.

Gardolinski não foi localizado pela Folha ontem.

A assessoria do prefeito Beto Richa foi procurada durante o dia, já antes do depoimento de Oriente, para que ele se manifestasse sobre a série de denúncias que surgiram após a demissão de um de seus secretários, Manassés Oliveira, que também aparece nos vídeos manuseando dinheiro.

A assessoria disse que ele não se manifestaria. Os indicados para falar sobre o caso foram Fernando Ghignone, coordenador da campanha, e Ivan Bonilha, procurador-geral do município e advogado na campanha de Richa, mas, segundo a assessoria, os dois não foram localizados ontem à noite.

Richa vem negando envolvimento nas denúncias. Diz que quando tomou conhecimento demitiu os envolvidos.

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terça-feira, 23 de junho de 2009

Rússia evita confrontos e diz que crise no Irã é assunto interno

22/06/2009 – 14h34

Rússia evita confrontos e diz que crise no Irã é assunto interno

da Folha Online

A Chancelaria russa afirmou nesta segunda-feira que a atual crise política iraniana provocada pelos protestos da oposição contra a fraude eleitoral no pleito que reelegeu Mahmoud Ahmadinejad é um “assunto interno”. A declaração é mais um sinal da cautela adotada pela Rússia ao abordar o tema, que originou reações mais críticas da comunidade internacional, em especial a Europa.

“Encaramos todos os eventos relacionados com as eleições no Irã como um assunto exclusivamente interno desse país”, assegurou a Chancelaria em comunicado, divulgado por agências de notícias russas.

“Consideramos que as dissensões surgidas após a realização das eleições devem ser reguladas em estrita consonância com a Constituição e a legislação iraniana”, completa a nota.

Poucos dias depois da vitória anunciada de Ahmadinejad, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, cumprimentou publicamente o colega iraniano pela vitória. O gesto foi repetido pelos presidentes da China, Hu Jintao; e dos demais membros da Organização de Cooperação de Xangai –da qual o Irã participou como consultor.

Pressão

Em um discurso mais crítico, o governo alemão pediu “explicações” ao embaixador iraniano em Berlim depois que Teerã anunciou que está reconsiderando suas relações com vários países, entre eles a Alemanha, por suposta ingerência em assuntos internos.

O porta-voz do governo, Ulrich Wilhelm, afirmou que Berlim não cometeu nenhuma ingerência ao reivindicar o esclarecimento de supostas irregularidades nas eleições presidenciais iranianas ou ao pedir tanto o fim da violência nas manifestações como o livre exercício do direito à informação.

Nos últimos dias, tanto a chanceler alemã, Angela Merkel, como o ministro de Assuntos Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, cobraram do Irã a recontagem dos votos e condenaram a repressão violenta aos protestos dos opositores do regime –que já deixou ao menos 17 mortos.

Fontes do Ministério de Relações Exteriores alemão disseram nesta segunda-feira que o embaixador iraniano foi convocado apenas para apresentar explicações sobre a decisão do Parlamento do Irã de reconsiderar as relações com França, Alemanha e Reino Unido.

Neste domingo, o regime iraniano acusou as potências estrangeiras, especialmente os Estados Unidos e o Reino Unido, de interferir nos assuntos internos do Irã e de estimular os distúrbios no país.

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sexta-feira, 12 de junho de 2009

“Folha” edita entrevista visando eleições de 2010

08 de Junho de 2009  –  extração da revista Caros Amigos

Mais uma da Folha……
 

Carta pública de Antonio Roberto Espinosa
Jornalista, professor de Política Internacional, doutorando em Ciência Política pela USP, autor de “Abraços que sufocam” E outros ensaios sobre a liberdade e editor da Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe.

 

Caros amigos,

A Folha de São Paulo preparou uma “armadilha” para a Dilma usando uma entrevista que concedi a uma das suas repóteres da sucursal de Brasília. Encaminhei a carta abaixo à redação. E peço que todos os amigos que a façam chegar a quem acharem necessário: redações de jornais, revistas, emissoras de TV e pessoas que talvez possam ser afetadas ou se sintam indignadas pela má fé dos editores do jornal. Como sabem, sou favorável à transparência, por achar que a verdade é sempre o melhor caminho e, no fundo, revolucionária.
Á coluna painel do leitor

Seguem cópias para o Ombudsman e para a redação. Vou enviar cópias também a toda a imprensa nacional. Peço que esta carta seja publicada na próxima edição. Segue abaixo:

 

Prezados senhores,

Chocado com a matéria publicada na edição de hoje (domingo, 5), páginas A8 a A10 deste jornal, a partir da chamada de capa “Grupo de Dilma planejou seqüestro de Delfim Neto”, e da repercussão da mesma nos blogs de vários de seus articulistas e no jornal Agora, do mesmo grupo, solicito a publicação desta carta na íntegra, sem edições ou cortes, na edição de amanhã, segunda-feira, 6 de abril, no “Painel do Leitor” (ou em espaço equivalente e com chamada de capa), para o restabelecimento da verdade, e sem prejuízo de outras medidas que vier a tomar. Esclareço preliminarmente que:

1) Não conheço pessoalmente a repórter Fernanda Odilla, pois fui entrevistado por ela somente por telefone. A propósito, estranho que um jornal do porte da Folha publique matérias dessa relevância com base somente em “investigações” telefônicas;

2) Nossa primeira conversa durou cerca de 3 horas e espero que tenha sido gravada. Desafio o jornal a publicar a entrevista na íntegra, para que o leitor a compare com o conteúdo da matéria editada. Esclareço que concedi a entrevista porque defendo a transparência e a clareza histórica, inclusive com a abertura dos arquivos da ditadura. Já concedi dezenas de entrevistas semelhantes a historiadores, jornalistas, estudantes e simples curiosos, e estou sempre disponível a todos os interessados;

3) Quem informou à Folha que o Superior Tribunal Militar (STM) guarda um precioso arquivo dos tempos da ditadura fui eu. A repórter, porém, não conseguiu acessar o arquivo, recorrendo novamente a mim, para que lhe fornecesse autorização pessoal por escrito, para investigar fatos relativos à minha participação na luta armada, não da ministra Dilma Rousseff. Posteriormente, por e-mail, fui novamente procurado pela repórter, que me enviou o croquis do trajeto para o sítio Gramadão, em Jundiaí, supostamente apreendido no aparelho em que eu residia, no bairro do Lins de Vasconcelos, Rio de Janeiro. Ela indagou se eu reconhecia o desenho como parte do levantamento para o seqüestro do então ministro da Fazenda Delfim Neto. Na oportunidade disse-lhe que era a primeira vez que via o croquis e, como jornalista que também sou, lhe sugeri que mostrasse o desenho ao próprio Delfim (co-signatário do Ato Institucional número 5, principal quadro civil do governo ditatorial e cúmplice das ilegalidades, assassinatos e torturas).
Afirmo publicamente que os editores da Folha transformaram um não-fato de 40 anos atrás (o seqüestro que não houve de Delfim) num factóide do presente (iniciando uma forma sórdida de anticampanha contra a Ministra). A direção do jornal (ou a sua repórter, pouco importa) tomou como provas conclusivas somente o suposto croquis e a distorção grosseria de uma longa entrevista que concedi sobre a história da VAR-Palmares. Ou seja, praticou o pior tipo de jornalismo sensacionalista, algo que envergonha a profissão que também exerço há mais de 35 anos, entre os quais por dois meses na Última Hora, sob a direção de Samuel Wayner (demitido que fui pela intolerância do falecido Octávio Frias a pessoas com um passado político de lutas democráticas). A respeito da natureza tendenciosa da edição da referida matéria faço questão de esclarecer:

a) A VAR-Palmares não era o “grupo da Dilma”, mas uma organização política de resistência à infame ditadura que se alastrava sobre nosso país, que só era branda para os que se beneficiavam dela. Em virtude de sua defesa da democracia, da igualdade social e do socialismo, teve dezenas de seus militantes covardemente assassinados nos porões do regime, como Chael Charles Shreier, Yara Iavelberg, Carlos Roberto Zanirato, João Domingues da Silva, Fernando Ruivo e Carlos Alberto Soares de Freitas. O mais importante, hoje, não é saber se a estratégia e as táticas da organização estavam corretas ou não, mas que ela integrava a ampla resistência contra um regime ilegítimo, instaurado pela força bruta de um golpe militar;

b) Dilma Rousseff era militante da VAR-Palmares, sim, como é de conhecimento público, mas sempre teve uma militância somente política, ou seja, jamais participou de ações ou do planejamento de ações militares. O responsável nacional pelo setor militar da organização naquele período era eu, Antonio Roberto Espinosa. E assumo a responsabilidade moral e política por nossas iniciativas, denunciando como sórdidas as insinuações contra Dilma;

c) Dilma sequer teria como conhecer a idéia da ação, a menos que fosse informada por mim, o que, se ocorreu, foi para o conjunto do Comando Nacional e em termos rápidos e vagos. Isto porque a VAR-Palmares era uma organização clandestina e se preocupava com a segurança de seus quadros e planos, sem contar que “informação política” é algo completamente distinto de “informação factual”. Jamais eu diria a qualquer pessoa, mesmo do comando nacional, algo tão ingênuo, inútil e contraproducente como “vamos seqüestrar o Delfim, você concorda?”. O que disse à repórter é que informei politicamente ao nacional, que ficava no Rio de Janeiro, que o Regional de São Paulo estava fazendo um levantamento de um quadro importante do governo, talvez para seqüestro e resgate de companheiros então em precárias condições de saúde e em risco de morte pelas torturados sofridas. A esse propósito, convém lembrar que o próprio companheiro Carlos Marighela, comandante nacional da ALN, não ficou sabendo do seqüestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick. Por que, então, a Dilma deveria ser informada da ação contra o Delfim? É perfeitamente compreensível que ela não tivesse essa informação e totalmente crível que o próprio Carlos Araújo, seu então companheiro, diga hoje não se lembrar de nada;

d) A Folha, que errou a grafia de meu nome e uma de minhas ocupações atuais (não sou “doutorando em Relações Internacionais”, mas em Ciência Política), também informou na capa que havia um plano detalhado e que “a ação chegou a ter data e local definidos”. Se foi assim, qual era o local definido, o dia e a hora? Desafio que os editores mostrem a gravação em que eu teria informado isso à repórter;

e) Uma coisa elementar para quem viveu a época: qualquer plano de ação envolvia aspectos técnicos (ou seja, mais de caráter militar) e políticos. O levantamento (que é efetivamente o que estava sendo feito, não nego) seria apenas o começo do começo. Essa parte poderia ficar pronta em mais duas ou três semanas. Reiterando: o Comando Regional de São Paulo ainda não sabia com certeza sequer a freqüência e regularidade das visitas de Delfim a seu amigo no sítio. Depois disso seria preciso fazer o plano militar, ou seja, como a ação poderia ocorrer tecnicamente: planejamento logístico, armas, locais de esconderijo etc. Somente após o plano militar seria elaborado o plano político, a parte mais complicada e delicada de uma operação dessa natureza, que envolveria a estratégia de negociações, a definição das exigências para troca, a lista de companheiros a serem libertados, o manifesto ou declaração pública à nação etc. O comando nacional só participaria do planejamento , portanto, mais tarde, na sua fase política. Até pode ser que, no momento oportuno, viesse a delegar essa função a seus quadros mais experientes, possivelmente eu, o Carlos Araújo ou o Carlos Alberto, dificilmente a Dilma ou Mariano José da Silva, o Loiola, que haviam acabado de ser eleitos para a direção; no caso dela, sequer tinha vivência militar;

f) Chocou-me, portanto, a seleção arbitrária e edição de má-fé da entrevista, pois, em alguns dias e sem recursos sequer para uma entrevista pessoal apelando para telefonemas e e-mails, e dependendo das orientações de um jornalista mais experiente, no caso o próprio entrevistado -, a repórter chegou a conclusões mais peremptórias do que a própria polícia da ditadura, amparada em torturas e num absurdo poder discricionário. Prova disso é que nenhum de nós foi incriminado por isso na época pelos oficiais militares e delegados dos famigerados Doi-Codi e Deops e eu não fui denunciado por qualquer um dos três promotores militares das auditorias onde respondi a processos, a Primeira e a Segunda auditorias de Guerra, de São Paulo, e a Segunda Auditoria da Marinha, do Rio de Janeiro.
Osasco, 5 de abril de 2009

Antonio Roberto Espinosa

Jornalista, professor de Política Internacional, doutorando em Ciência Política pela USP, autor de “Abraços que sufocam” E outros ensaios sobre a liberdade e editor da Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe.

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terça-feira, 21 de abril de 2009

Risco a Liberdade da Internet na Europa

Curitiba, 21 de Abril de 2009 | http://www.blackouteurope.eu/

Neste proximo 5 de Maio a Uniao Europeia vota Lei que limita a liberdade de expressao na Internet atraves de divisao do acesso a suas ferramentas em ‘pacotes’ buscando, por exemplo, restringir o acesso de pessoas e grupos a publicacao de conteudo e pesquisa sobre assuntos especificos.

A restricao formada por esta divisao em ‘pacotes’ possibilita as grandes corporacoes cobrarem por muito mais servicos e utilizarem a internet massivamente para distribuicao de conteudo copyright (com direitos autorais reservados e, por isso, cobrados). A revolucao da informacao possibilitada pela Internet tem seu pilar a incondicionalidade de acesso e a justamente ai que busca agir esta lei. Diversos grupos europeus e de outros continentes chamam atencao a esta votacao que, segundo observadores, pode nao ter mais volta.

Everyone who owns a website has an interest in defending the free use of Internet… so has everyone who uses Google or Skype… everyone who expresses their opinions freely, does research of any kind, whether for personal health problems or academic study … everyone who shops online…who dates online…socialises online… listens to music…watches video…

Millions of Europeans now depend on the Internet, directly or indirectly, for their livelihood. Taking it away, chopping it up, ‘restricting it’, ‘limiting it’ and placing conditions on our use of it, will have a direct impact on people’s earnings. And in the current financial climate, that can’t be good.

The internet as we know it is at risk because of proposed new EU rules going through end of April. Under the proposed new rules, broadband providers will be legally able to limit the number of websites you can look
at, and to tell you whether or not you are allowed to use particular services. It will be dressed up as ‘new consumer options’ which people can choose from. People will be offered TV-like packages – with a limited
number of options for you to access.

It means that the Internet will be packaged up and your ability to access and to put up content could be severely restricted. It will create boxes of Internet accessibility, which don’t fit with the way we use it today. This is because internet is now permitting exchanges between persons which cannot be controlled or “facilitated” by any middlemen (the state or a corporation) and this possibility improves the citizen’s life but force the industry to lose power and control. that’s why they are pushing governments to act those changes.

The excuse is to control the flow of music, films and entertainment content against the alleged piracy by downloading for free, using P2P file-sharing. However, the real victims of this plan will be all Internet users and the democratic and independent access to information, culture goods.

Think about how you use the Internet! What would it mean to you if free access to the Internet was taken away?
These days, the Internet is about life and freedom. It’s about shopping, booking theatre tickets … holidays, learning, job-seeking, banking, and trade. It’s also about the fun things – dating, chatting, invitations, music, entertainment, joking and even a Second Life. It is a tool to express ourselves, to collaborate, innovate, share, stimulate new business ideas, reach new markets – thrive without middlemen..

Just think – what’s your web address? Unless people have that address in their “package” of regular websites – they won’t be able to find you. That means they can’t buy, or book, or register, or even view you online. Your business won’t be able to find niche suppliers of goods – and compare prices. If you get any money at all from advertising on your site, it will diminish. Yes, Amazon and a select few will be OK, they will be the included in the package. But your advertising on Google or any other website, will be increasingly worthless. Skype could be blocked. (As it is in Germany in the use from iPhone, already). Small businesses could literally disappear, especially specialist, niche or artisan businesses.

If we don’t do something now – we could lose free and open use of the internet. Our freedom (of choice in information, market, culture, pleasure) will be curtailed. The EU proposals hold an enormous risk for our future. They are about to become Law – and will be virtually impossible to reverse. People (even the members of the European Parliament who are voting on it) don’t really seem to understand the full implications and the legal changes are wrapped up in something called “Telecoms Package” which lulls people into thinking it is just about industry.

However, in reality, hiding from public view, the amendments are about the way the Internet will operate in future! Text that expresses your rights to access and distribute content, services and applications, is being crossed out. And the text that is being brought in, says that broadband providers must inform you of any limitations, or restrictions to your broadband service. Alternative versions use the word ‘conditions’ – and it is seriously being proposed that you will be told the conditions of use of Internet services. This is made to sound good – it is dressed up as ‘transparency’ – except that of course it means that the broadband providerwill have the legal right restrict your access or impose conditions,otherwise why would they need tell you? If the Telecoms Package amendmentsare voted in, the changes will not be reversible.

We all have a stake in the Internet! You need to act now to save it!
What can you do about it?
Tell the European Parliament to vote against conditional access to the Internet! Remind them that they need your vote in June and that internet still give us the tools to be watching and judging what they are doing! (link a la quadrature du net) You must know you are not alone: hundreds of organizations are working on that and thousands of people have already contact their parliamentarians about this issue.

So, act now:
1 – Email, write to or phone your MEP – follow this link to get theirdetails – a suggested template letter is attached. You can also use the following software that send the letter directly to all the parliamentarians. Believe, they will really receive it and they will really feel the pressure. You are welcome to personalize the letter and include information that will make MEPs wake up, take note and take appropriate action.

2 – Forward this email to everyone you know so that they can take action.

3 – Syndicate this page so that you keep been informed: disinformation is what they count on, we must be aware. Text for people to cut and paste to MEP: The coalition version needs to have instructions for people from each country. coalition members need to get a translated version online in their own languages and link to the LQ site for their own MEPs.

Suggest you indicate:
Here are the MEPs who are important in the process.
Here are the MEPs from [your country] [or list each country of the coalition] .

This is suggested letter / email to send to your MEP. Personalise this email to include your own Internet use in your personal and business life. Change the sentence in red to personalise the email and tell the MEP how you individually use the Internet or just take it off.

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terça-feira, 7 de abril de 2009

Moldova anti-Communist rally erupts into violence


 
 

Anti-communist demonstrators throw bricks at riot police outside the presidential palace

   
 

AFP – 07 April 2009 2235 hrs

CHISINAU: Thousands of youth protesters stormed the parliament and presidency in Moldova Tuesday after a rally against a Communist election victory boiled over into violence in Europe’s poorest country. 

Moldova’s ruling Communists – the first Communist Party to win power in the former Soviet Union – swept the weekend’s legislative elections by winning half the vote, according to official estimates. 

But the liberal opposition denounced the results as flawed and thousands of demonstrators turned out in the streets for a second day, hurling stones at the presidency and burning Communist flags. 

Communist President Vladimir Voronin said the protestors wanted to “destabilise” the country. 

Voronin is set to step down as president on April 7 after two consecutive terms and is barred by the constitution from running for a third. 

Over 30 people including both protestors and police were injured in the clashes, the head doctor at Chisinau’s emergency hospital told AFP. 

“The protests will continue until a date is set for new elections,” said Chisinau Mayor Dorin Chirtoaca, deputy head of the Liberal Party, one of three liberal opposition parties beaten by the Communists in the vote. 

“The protests are justified, their participants are calling for justice to be restored,” he said. 

Police used water cannon and tear gas but the protestors still managed to enter the presidency and hoisted a European Union flag, an AFP correspondent reported. 

They also dragged furniture out of the parliament building and set it on fire, filling the air with thick black smoke. 

The demonstrators, who included many supporters of liberal opposition parties defeated in Sunday’s elections, shouted slogans including “Freedom” and “Down with the Communists”, the correspondent said. 

The protestors burned Communist Party flags and the flag of the Soviet Union. They also shouted “We want to join Europe!” and “We are Romanians!” 

Some even shouted “Better to be dead than a Communist” – picking up a slogan of the popular 1989 uprising that ousted Romania’s Communist leader Nicolae Ceausescu. 

Romanian is the official language of Moldova, which was part of Romania in the interwar period before being annexed by Soviet leader Joseph Stalin in World War II to become part of the USSR. 

Moldova is predominantly agricultural country of 4.3 million people where the average monthly wage is only US$253. Over a quarter of its active population works abroad and their remittances are vital for its economy. 

The Communist victory in the legislative elections means it should have enough seats to choose the next president. Analysts expect Voronin to maintain a considerable influence. 

EU foreign policy chief Javier Solana said he was “very concerned” about the unrest. 

“Violence against government buildings is unacceptable. Equally important is the respect for the inalienable right of assembly of peaceful demonstrators,” he said. 

Russian Deputy Foreign Minister Grigory Karasin said Moscow was following the situation “with concern”. He said the violence had been “provoked” but did not specify by whom. 

Most demonstrators appeared to be under 25, many of them first-time voters in Sunday’s polls and patently disillusioned by the result. Many had learned about the rally in a viral SMS text message campaign. 

Vlad Filat, leader of Moldova’s Liberal Democrats – one of the vanquished parties in the election – joined other opposition chiefs in criticising the election but also called for calm. 

“I call on you to stop the protest actions,” he said. 

The protests had started on Monday with a gathering of thousands of people in central Chisinau organised by an umbrella protest group called “I am An Anti-Communist”. 

Voronin’s Communist Party of Moldova (PCRM) won around 50 per cent of the vote in the parliamentary elections, which the Organisation for Security and Co-operation in Europe (OSCE) said met “many” international standards. 

The communists were followed in a distant second place by the Liberal Party, Liberal Democrats and Our Moldova parties, who won around 35 per cent of the votes between them. 

The Communists, who have pledged to build a “European Moldova” while also maintaining friendly ties with Moscow, came to power in 2001 and were re-elected in 2005. 

The party was once staunchly pro-Russian but changed course in 2005 and has been seeking closer ties with the EU as well as friendly ties with Russia, on which it depends for gas and other supplies. 

– AFP/yb

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Paranaense segue os passos de mito da luta

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Com apenas 17 anos, Hussein Tarabain treina no respeitado centro de treinamento do Irã, ao lado do bicampeão olímpico e tri mundial Nadi Saei.

Publicado em 22/02/2009 | Teerã | Nazen Carneiro, especial para a Gazeta do Povo

O objetivo de Mohamed Tarabain quando mandou o filho Hussein, então com 7 anos, treinar tae kwon do era simples: achava que o garoto precisava praticar algum esporte, de preferência um que o ensinasse a se defender. Nem imaginava, uma década depois, ver o adolescente treinando no Irã ao lado de um dos maiores campeões da história da modalidade, com a meta de disputar os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

 

Aos 17 anos, Hussein Tarabain, paranaense de Foz do Iguaçu, já tem no currículo o vice-campeonato pan-americano sub-18 de 2007, conquistado em Daytona Beach, nos Estados Unidos. Dentro do Brasil, são três títulos nacionais e oito estaduais, desempenho inspirado no iraniano Hadi Saei, bicampeão olímpico e tri mundial.

Christian Rizi/Gazeta do Povo)*

Hussein Tarabain, lutador de tae kwon do*

 

A celebração


 

“Pesquiso na internet, tenho fotos e vídeos das suas lutas e anoto seus principais pontos, defeitos e busco trabalhar isso em mim”, conta Hussein, que teve sua vida mudada pelo ídolo. Não com imagens de socos e chutes, mas com uma carta.

Pouco antes do Mundial Sub-18 do ano passado, na Turquia, o paranaense recebeu uma correspondência de Saei. Em poucas linhas, o iraniano lhe desejou sorte na competição e recomendou esforço e dedicação para obter um bom resultado. Foi o que bastou para Hussein tomar coragem de pedir uma vaga na Casa do Tae Kwon Do do Irã, um dos mais respeitados centros de treinamento da modalidade no mundo.

“Quando dei por mim, já estava aqui no Irã. Parece um sonho”, diz o paranaense, em Teerã desde janeiro, sob orientação de Saei, que deixou o dojô para assumir o cargo de coordenador técnico das seleções adulta e juvenil do país. “Além de melhorar minha técnica, é uma honra poder conversar e saber mais da experiência de uma lenda do esporte como ele.”

Mesmo sendo muçulmano – como 98% da população iraniana –, Hussein diz ter sentido diferenças culturais grandes entre a vida no Brasil e em seu novo país. Ainda assim, prefere valorizar a bagagem cultural acumulada no dia a dia. “Cada lugar que visito, pessoa que conheço me parece um pedaço de uma história muito grande”, conta, feliz pelo bônus da sua já proveitosa estada no Oriente Médio.

Graças à sua integração à equipe iraniana, conseguirá disputar dez competições neste ano na categoria adulto, inclusive o forte Aberto da França. Um calendário inviável caso ainda estivesse no Brasil.

“Vou criar uma base para, em 2010, estar em condições de conquistar a vaga para o Pan-Americano, o Mundial e depois, se Deus quiser, para a Olimpíada de Londres”, planeja, com uma ambição impensável quando ele deu os primeiros golpes na academia de Toríbio Silveira, amigo da família e seu treinador até hoje.

“Meu professor acreditava muito em mim, pegava no meu pé e me ajudou a acreditar que podia vencer mais”, relembra, iniciando uma retrospectiva da sua trajetória no dojô. “Desde pequeno fui muito tímido. Mas quando mexiam comigo, era agressivo. Precisava aprender a controlar isso, a não descarregar minha energia nas pessoas”, revela.

Hussein também não esquece das dificuldades das primeiras competições. No início, só contava com o apoio da família e a boa vontade da escola, que abonava algumas faltas. Patrocínio mesmo, só em 2002, quando uma loja passou a oferecer todo o equipamento para a prática do tae kwon do. “O material que uso é importado. Inclui proteção para braços, cabeça, tronco, joelho, canela, pés e calcanhares. Além disso, muitas competições são fora do país, o que aumenta os custos”, comenta.

Também é dessa época que traz o estafe que o acompanha até hoje – embora à distância durante seu estágio no Irã. O técnico Toríbio Silveira, o fisioterapeuta Omar Issa e o preparador físico Flávio Marquezi. Apoio fundamental para ele cumprir à risca o seu lema no tae kwon do: “Enquanto os outros descansam, eu treino.”

link GAZETA DO POVO
http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/esportes/conteudo.phtml?tl=1&id=860475&tit=Paranaense-segue-os-passos-de-mito-da-luta

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