Ouro no Pan, mas sem vaga olímpica, Luísa Matsuo deixa seleção e retorna a Florianópolis

Presente nos jogos de Pequim 2008, ginasta irá disputar o Brasileiro e os Jogos Abertos pela Adiee

Alexandro Albornoz/ND

Técnica Maria Helena Kraeski comemorou muito mais uma vitória de Luísa Matsuo

Medalha de ouro no Pan de Guadalajara com a ginástica rítmica, a manezinha Luísa Matsuo, 23 anos, anunciou o fim de seu ciclo na seleção brasileira. Como o Brasil não tem vaga para a Olimpíada de Londres 2012, a ginasta – que esteve em Pequim-2008 – retornará para Florianópolis após o Pan e voltará a competir pela Adiee/Udesc.
Além da intensidade dos treinamentos – que chegam a dez horas diárias –, a ausência nos Jogos de Londres foi o que mais pesou na decisão da capitã da seleção. “A ginástica rítmica é um esporte muito duro, em que é muito difícil conciliar os treinos com qualquer outra coisa. Se tivéssemos conseguido a vaga para os Jogos de Londres, continuaria, mas como não aconteceu, estou me despedindo aqui”, explicou a atleta, que disputará em novembro o Campeonato Brasileiro e os Jogos Abertos de Santa Catarina pelo clube que a revelou.
Segundo a treinadora da Adiee, Maria Helena Kraeski, Luísa já tinha decidido deixar a seleção antes de embarcar para o México. “Já estávamos sabendo. Foi um acordo. Este seria o último ciclo olímpico dela na seleção depois da Olimpíada de Pequim. E como o Brasil não conseguiu vaga para Londres, ela voltará para a Adiee”, revelou. 
Única ginasta que também esteve Pan do Rio, Luísa ressaltou a importância do título conquistado em Guadalajara. “Essa medalha foi a mais importante para nós, porque chegamos aqui carregando uma responsabilidade muito grande de conquistar o ouro, depois de três conquistas consecutivas. Nos reunimos em fevereiro deste ano, com meninas de 16 anos que nunca tinham disputado uma competição grande e tivemos que treinar muito para compensar”, afirmou.

“Chorei junto com ela”

Quando Luísa conquistou o ouro em Guadalajara, a professora de educação física Maria Helena Kraeski não conseguiu conter a emoção. Técnica da equipe de ginástica rítmica da Adiee há duas décadas, Maria Helena foi responsável pelos primeiros passos da pequena Luísa, que começou no esporte aos cinco anos. “A emoção de ver a Luísa vibrando ao receber o resultado foi como se eu estivesse lá. Chorei junto com ela”, revelou. 
Segunda a treinadora, Luísa sempre levou a sério os treinamentos e tornou-se a melhor ginasta de Santa Catarina. “A Luísa não era a mais talentosa, mas a que tinha mais disciplina. E isso fez com que ela fosse a atleta a chegar mais longe no Estado”, afirmou. 
Para a treinadora, voltar a contar com uma atleta do nível de Luísa será importante não apenas pela habilidade da ginasta, mas principalmente para servir de exemplo para outras meninas. “Será muito bom contar com ela novamente, principalmente para o convívio com as demais atletas. A Luísa é ídolo dessas meninas. Essa nova geração tem ela como referência”, ressaltou.

Mais duas medalhas 

A paranaense Angélica Kvieczynski conquistou ontem sua segunda medalha de bronze em menos de uma hora ao ficar na terceira colocação da competição com bola. Ela somou 24.700 pontos. A medalha de ouro ficou com a norte-americana Julie Zetlin, que fez 24.950 pontos. A segunda colocada foi a mexicana Cynthia Valdez, com 24.825.
Pouco antes da disputa com bola, Angélica conquistou o bronze na competição com arco, quando somou 25 mil pontos. No total, ela conquistou três medalhas de bronze no Pan. Além do arco e da bola, também ficou na terceira colocação do individual geral.

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