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Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

Por Mariana Barbosa

O fundo de venture capital de Mark Zuckerberg e sua esposa Priscilla Chan, o CZ1, fez seu primeiro investimento em uma healthtec no Brasil, co-liderando com o Bradesco um aporte série C na Beep, empresa carioca de vacinas e exames laboratoriais em domicílio. A rodada contou com a participação de David Vélez, CEO do Nubank, e dos fundos Valor Capital e DNA Capital.

O valor do aporte não foi divulgado, mas em tempos de vacas magras em que startups estão evitando novas rodadas temendo um rebaixamento na avaliação de mercado, Vander Corteze, o fundador e CEO da Beep, garante que foi um up round (quando a avaliação supera a anterior). Segundo ele, o aporte superou “em muito” os R$ 110 milhões levantados na última rodada, liderada pelo Valor Capital, em abril do ano passado.

O interesse do fundador do Facebook e sua esposa pelo setor de saúde não é fortuito: Priscilla é médica de formação, especializada em pediatria. A CZ1 ficou 8 meses fazendo diligência na Beep, inclusive acompanhando as entregas.

A Beep iniciou sua operação no final de 2017 com a entrega de vacinas — serviço privado que não está incluído nos planos de saúde — e aos poucos foi agregando exames laboratoriais.

Desde o último aporte, a empresa passou a investir no credenciamento dos planos de saúde para atender a demanda de exames. Hoje são 40 operadores credenciados, incluindo Bradesco Saúde, Amil, Sulamérica e o plano dos colaboradores da Petrobras. Juntos, os 40 planos somam mais de 5 milhões de vidas.

A meta é chegar a 10 milhões de beneficiários potenciais até a próxima rodada de investimentos. Um dos grandes desafios é ativar a base dos operadores credenciados, para que escolham a Beep na hora de agendar um exame.

Desde a sua criação, a Beep realizou mais de 1 milhão de atendimentos em domicílio. A empresa está presente em seis estados e mais de 150 cidades. O novo aporte vem com mais racionalidade e a empresa pretende concentrar o crescimento daqui pra frente em ampliar a base de clientes nos grandes centros antes de aumentar o número de cidades.

— Antes, a gente só pensava em crescer, crescer e crescer. Agora é crescer de forma saudável, com melhores margens — diz Corteze.

Com isso, o empresário também antecipa a sua previsão de alcançar o break even, ou o lucro da operação. — Essa captação é para alcançar o break even no primeiro semestre de 2023. Não sabemos como vai ficar o mercado e estamos caminhando para não precisar de uma nova rodada, reduzindo a queima de caixa e ampliando as margens. A ideia é não precisar, mas se o cenário estiver melhor dentro de um ou dois anos, não descartamos captar para acelerar o crescimento — diz Corteze, que é formado em medicina pela UFRJ e vem de uma família de médicos.

A Beep deve dobrar o faturamento este ano, alcançando R$ 200 milhões. Para o ano que vem, a previsão é R$ 250 milhões.

Corteze se inspira no modelo de negócios da Amazon, com foco 100% no delivery e na eficiência logística. — Quando a gente surgiu, existiam algumas clínicas de vacina que faziam serviços em domicílio, mas o foco era no segmento premium. No modelo 100% delivery, você tira o custo da clínica. E quanto maior a eficiência logística de roteirização, com mais densidade e menos tempo de deslocamento dos nossos profissionais, mais acessível conseguimos ser —.

O plano de médio e longo prazo é transformar o app da Beep em um super app de saúde, agregando novos serviços. Dentre as opções no radar estão injeções ou infusões de medicamentos parenterais, exames de vista em domicílio, entrega de remédios e até mesmo uma solução de agendamento de exames em diferentes laboratórios.

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