Boa Viagem Cancún

Entre ruínas maias, cenotes e resorts na Península de Yucatán

Roteiro a partir de Cancún, no México, mescla sítios históricos e curiosidades naturais

A pirâmide de Kukulcán, em Chichén Itzá
Foto:
Felipe Tavares
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Agência O Globo
A pirâmide de Kukulcán, em Chichén Itzá Foto: Felipe Tavares / Agência O Globo

CANCÚN - Às margens do Mar do Caribe, a região que abriga os estados de Quintana Roo e Yucatán reúne, em um raio de 200 quilômetros a partir do aeroporto internacional de Cancún, lugares históricos e símbolos culturais importantes do México. Entre eles, estão as ruínas maias de Chichén Itza e as de Tulum, as curiosas formações naturais dos cenotes, além dos mais diversos tipos de restaurantes, shoppings e hotéis, situados na famosa zona hoteleira — uma das regiões mais conhecidas e exploradas pelos viajantes, que em sua maioria são americanos, canadenses e brasileiros, além de mexicanos.

Do Aeroporto Internacional de Cancún, em Quintana Roo, viajando cerca de duas horas de carro pela rodovia México 180, chega-se a Chichén Itzá, um dos sítios arqueológicos mais procurados no estado vizinho de Yucatán, que serviu como centro político e econômico para a civilização maia.

Chichén Itzá é um dos mais de 30 mil sítios arqueológicos do México, e até hoje é considerado o mais famoso e importante templo maia. A cidade arqueológica reúne 16 grandes estruturas, algumas verdadeiros complexos arquitetônicos. Entre eles, destaca-se a famosa Pirâmide (ou templo) de Kukulcán, também conhecida como El Castillo, eleita em 2007 uma das novas sete maravilhas do mundo.

Apesar de o nome Chichén Itzá significar, em maia, “pessoas que moram na beira d’água”, se engana quem pensa que o lugar é arejado. Por lá, praticamente não há árvores, e a sensação térmica pode beirar os 40°C, principalmente nos meses mais quentes. A partir de outubro e na alta temporada, que vai de dezembro a abril, as temperaturas médias são um pouco mais amenas, variando de 26°C a 28°C. Por isso, como o local é amplo e se caminha bastante, é importante usar roupas leves, calçados confortáveis, óculos de sol e chapéu, beber bastante água, além de abusar do protetor solar. E não se assuste com as iguanas (onipresentes na região), que surgem entre as ruínas.

Vendedores ambulantes de artesanato também estão por lá. E, como manda a tradição, a dica é pechinchar. Por ali, suvenires diversos — de ímãs, máscaras, colares e brincos a peças de prata — saem mais em conta. A entrada para o sítio histórico custa cerca de US$ 18 por pessoa. A dica é contratar um serviço completo, em torno de US$ 70, com traslado e visita guiada com direito a almoço e paradas para fotos.


No cenote Saamal, a água corre entre as rochas calcárias
Foto: Felipe Tavares / Agência O Globo
No cenote Saamal, a água corre entre as rochas calcárias Foto: Felipe Tavares / Agência O Globo

Indo a Chichén Itzá, não deixe de conhecer os cenotes Sagrado e Xtoloc, que eram de suma importância social e religiosa para os maias, e onde aconteciam alguns rituais de sacrifícios. Espalhados por toda a Península de Yucatán (que abrange os estados de Yucatán, Quintana Roo e Campeche), os cenotes são cavidades naturais resultantes da degradação de rochas calcárias, que expõem águas subterrâneas — combinam lagos e cavernas — a céu aberto ou não.

A palavra vem de t s’onot, termo usado pelos maias iucatecas para se referir a qualquer local com águas subterrâneas acessíveis. Alguns são interligados, e há exploradores de cavernas que se aventuram a nadar de um cenote ao outro. Para o turista, um simples mergulho já é uma recompensa, principalmente para quem deseja relaxar e ouvir os cantos dos pássaros que sobrevoam o lugar.

As águas dos cenotes geralmente são límpidas, pois a filtragem da água da chuva ocorre através do solo, de forma lenta e, por isso, contêm poucas partículas suspensas. A dez minutos de carro de Chichén Itzá, pode-se conhecer outro cenote, o Ik Kil. Ainda no estado de Yucatán, a cidade de Valladolid garante uma parada para o almoço típico na Hacienda Selva Maya, lugar tranquilo com vistas impressionantes, e o cenote Saamal. Por ser mais distante da zona turística, a área é mais reservada, com uma linda paisagem no seu interior. A visita é gratuita e o viajante pode mergulhar o tempo que quiser, sem limites.

PASSEIOS DE FRENTE PARA O MAR CARIBENHO

A 45 quilômetros ao sul de Cancún, está uma das regiões mais famosas do estado de Quintana Roo, a Riviera Maya, que também concentra grande parte dos hotéis de lazer, um parque temático ecológico e o sítio arqueológico de Tulum. Andando de carro pelo litoral pela rodovia México 307, pode-se avistar o azul claro típico das praias caribenhas.

Na região, Playa del Carmen é um dos principais pontos de referência. A área, conhecida por ruas movimentadas, bares, restaurantes e galerias, chama a atenção pela diversidade de lazer.

A temporada de nascimento e desova das tartarugas marinhas, outra atração, ocorre entre maio e outubro. Os pequenos répteis costumam aparecer à noite, e existem grupos especiais que desempenham o papel de cuidar deles. Um lugar típico para viver essa experiência é a praia de Akumal (que em maia significa “o lugar das tartarugas”), situada a 40 quilômetros de Playa del Carmen. O parque Xcaret — a 11km ao sul de del Carmen — também é bastante conhecido e visitado por quem quer observá-las.


Lojas do shopping ao ar livre de La Isla, em Cancún
Foto: Felipe Tavares / Agência O Globo
Lojas do shopping ao ar livre de La Isla, em Cancún Foto: Felipe Tavares / Agência O Globo

Assim como as ruínas de Chichén Itzá, os cenotes e a Riviera Maya são paradas indispensáveis para quem deseja explorar as diversidades dessa região mexicana, a zona hoteleira de Cancún também não pode ficar de fora do roteiro de viagem. São 22km de extensão com variados hotéis, com dimensões e preços bem diferentes ao longo da avenida principal, o Boulevard Kukulcán. A região também é chamariz às compras, seja em shoppings fechados, como o Kukulcán Plaza — que é o mais novo e mais moderno centro comercial do local, com lojas variadas, para roupas e perfumes —, como em centros com lojas a céu aberto, como o La Isla Shopping Village, com lojas de grifes internacionais, como Nike, Zara, Puma, Bull & Bear, Diesel, iStore, Swarovski, entre outras. A fartura de opções para comer é grande, contando com lanchonetes e cafés como Mc Donald’s, Häagen Dazs e Starbucks, além de ter um Cinemark e um aquário. A maioria das lojas aceita dólar, e os preços, geralmente, estão na moeda americana. Mas também são aceitos pesos mexicanos — o que pode ser vantajoso para quem tem a moeda local. E praticamente todas elas aceitam cartão de crédito. Em geral, tudo é um pouco mais em conta do que no Brasil, mas é importante fazer a conversão para ver se a compra é vantajosa. No La Isla, além das lojas de marcas famosas, há tiendas de suvenires e artesanato, sem contar com os artigos ligados à cultura mexicana: tequila, pimenta, louças pintadas, sombreiros e instrumentos musicais. O mercadão de artesanato Coral Negro (Boulevard Kukulcan, Km 9), situado na principal rua da zona hoteleira, também é uma boa opção para quem procura produtos locais.

Opções de hospedagem não faltam. Com a grande maioria dos resorts oferecendo o sistema all inclusive, os hotéis mais próximos aos shoppings, restaurantes, bares e boates ficam entre os quilômetros 8 e 10 da Boulevard Kukulcán. Entre os mais sofisticados, estão o CasaMagna Marriott Cancun Resort, de frente para a praia e serviços de spa, academia e piscina ao ar livre, ou o Ritz-Carlton Cancún, que tem praia particular.

BOA MESA EM PUNTA NIZUC

Uma opção de hospedagem em área mais afastada do burburinho da zona hoteleira — a menos de dez minutos de carro do Aeroporto Internacional de Cancún, dos shoppings e bares da badalada área turística — é o Nizuc Resort & Spa, que se estende ao longo de dois quilômetros em Punta Nizuc. Inaugurado há dois anos e com praia exclusiva para hóspedes, o empreendimento tem 700 funcionários para 274 acomodações.


Piscina de borda infinita de frente para o mar no Nizuc Resort & Spa, no México
Foto: Divulgação
Piscina de borda infinita de frente para o mar no Nizuc Resort & Spa, no México Foto: Divulgação

Uma equipe de chefs cuidam dos seis restaurantes de especialidades distintas, abertos também a não-hóspedes. Além do Café de la Playa, onde é servido o desjejum, no peruano Ni, o ceviche de lagosta (580 MXN ou US$ 35), inesquecível, é um dos destaques.

Para degustação de vinhos no mexicano Ramona, o sommelier sugere a harmonização dos pratos oferecidos — além da produção da casa, há uma extensa carta de rótulos de vários países. Há ainda o La Punta Grill & Lounge, de frente para o mar, o asiático Indochine, com o pad thai com camarões a 290 MXN (US$ 17) e o mediterrâneo Terra Nostra. Todos coordenados pelo francês Vincent Wallez, que comanda a Mesa do Chef, no Ramona.

O spa do hotel, sob a grife ESPA oferece sessões de hidroterapia, massagens corporais e faciais, saunas seca e a vapor, piscinas geladas e térmicas e hidromassagem. As atividades de lazer aquático incluem stand up paddle — com aulas de ioga sobre a prancha — snorkeling, canoagem. Em terra firme, a escolha fica entre academia de ginástica, tênis, golfe.

SERVIÇO

Onde ficar

CasaMagna Marriott. Diárias a US$ 129. Boulevard Kukulcan, retorno Chac L-41. marriott.com .

Ritz-Carlton. Diárias a US$ 389. Retorno del Rey 36. ritzcarlton.com .

Punta Nizuc Resort & Spa. Diárias a US$ 440 (com café da manhã). Boulevard Kukulkan, Mz 59 Lote 1-01 Km 21.26. nizuc.com .

Felipe Tavares viajou a convite de Nizuc Resort & Spa.