FLORENÇA — O museu Opera del Duomo, em Florença, na Itália, vai reunir pela primeira vez na história as três Pietà de Michelangelo em exposição que começa nesta quinta-feira. As esculturas retratam de maneiras diferentes a Virgem Maria de luto, com o corpo de Jesus nos braços, após a crucificação. A figura mais conhecida é a do Vaticano, mas há também a versão "Bandini" e a "Rondanini", exposta em Milão.
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As esculturas marcam diferentes fases da vida do artista, que morreu aos 88 anos em 1564. A Pietà que hoje está no Vaticano foi executada quando Michelangelo tinha apenas 25 anos. Na época, foi criticado por retratar Maria muito jovem, mas defendeu que "a pureza mantinha as mulheres bonitas".
A versão "Bandini" foi esculpida quando ele tinha 72 anos e sofria de depressão. Na época, Michelangelo fez um voto de pobreza e colocou a religião no centro de sua vida. O personagem de Nicodemos, que protege Jesus, Maria Madalena e Maria, tem as feições e a barba do artista.
Já a "Rondanini", com cerca de dois metros de altura, foi iniciada por volta de 1552, quando Michelangelo tinha 76 anos. A escultura foi encontrada na casa dele, em Roma, onde trabalhou até a morte.
Para o diretor do museu, Timothy Verdon, a exposição que será realizada até agosto é uma oportunidade única para observar o amadurecimento de Michelangelo sobre o Sagrado.
— A exposição destaca a ligação entre vida e arte desse escultor religioso, que serviu aos papas durante a maior parte de sua carreira. A justaposição das três obras nos permite medir a evolução do estilo de Michelangelo ao longo dos 50 anos que separam a primeira Pietà das outras duas, e a mudança ainda mais drástica e marcante entre as duas últimas — disse à AFP.