Cultura

Transcultura: Conheça as bandas Pélico, Dorgas e Faria & Mori

Dorgas - grupo de rock do Rio. Foto Divulgação
Dorgas - grupo de rock do Rio. Foto Divulgação

RIO - A indústria do disco pode definhar, a disputa por atenção pode ficar mais difícil na infinita discoteca on-line, e ainda assim haverá gente querendo montar uma banda. Com o sonho de riqueza e fama cada vez menos provável, abrem-se as portas da criatividade e da experimentação. Assim, todo dia pinta um artista novo que vale a atenção, entortando o samba, o rock ou o que seja. Sem a preocupação de falar com muita gente, os papos ficam mais interessantes. Não por acaso, Pélico e Faria & Mori, de São Paulo, e Dorgas, do Rio, citam suas cidades como influência. Todo mundo tem uma história para contar.

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DORGAS : Clique aqui para ouvir

O que são Dorgas?

"É a gente. Somos quatro garotos do Rio que se juntam para fazer música, e o que sai é o esforço coletivo de nossas cabeças".

Definam como quiserem o som do Dorgas para quem nunca ouviu ficar curioso.

"Trilha sonora de filme pornô, música para fazer amor sem camisinha e, acima de tudo, clima".

Quem são os pares do Dorgas?

"Nós não pensamos em pares, pensamos em amigos. Os integrantes do Inverness e do Holger, ambos de São Paulo, são os nossos pares mais próximos. E tem todas aquelas bandas do Rio e do resto do Brasil que já se foram e que nos inspiram. Acho que é aí que nos encaixamos".

Vocês pretendem viver de música?

"O aspecto comercial é um conceito variável. Cada época tem a sua noção disso, e não é tão simples e direto dizer qual é. Acho que cada banda tem o seu público. Não pretendemos viver de música, mas certamente gostaríamos".

Se qualquer coisa fosse possível, qual seria o projeto mais ambicioso do Dorgas?

"Tocar no Madison Square Garden junto com o Stevie Wonder".

FARIA & MORI : Clique aqui para ouvir

Quem são Faria & Mori?

"Um projeto independente de rock alternativo, cantado em português, liderado por mim, André Faria. Faria & Mori são de São Paulo, sua maior influência, e acreditam na língua portuguesa. Acreditam em uma música orgânica e investem em distorção, texturas e pegada. Faria & Mori adoram Yo La Tengo, Sonic Youth, Sebadoh e Tom Jobim".

Qual é a sua ocupação e como a música se encaixa nisso?

"Eu não sou músico profissional, mas toco desde os 12 anos de idade. Atualmente trabalho em uma agência de propaganda. E muito dos filmes publicitários que crio têm trilha feita por mim mesmo".

Quem são os contemporâneos do Faria & Mori?

"Gosto e acredito no som do Fábio Goes. É um dos poucos caras que dão a cara para bater, com coragem, talento, postura e sensibilidade. Existe hoje uma invasão de fofura nas bandas e projetos de rock e pop nacional. Aqui no Faria & Mori a gente tenta fazer algo diferente, um pouco mais coerente com a nossa realidade. Aqui em São Paulo não vejo ninguém feliz, fofo ou de bem com a vida. Outro dia um cara puxou uma arma e ameaçou me matar no trânsito. Não tem como ser muito fofo".

PÉLICO : Clique aqui para ouvir

Pélico por Pélico.

"Paulistano da Zona Leste, filho de uma costureira e de um contador. Mas fiquem tranquilos, não vou levantar aquela bandeira da origem pobre, infância cheia de privações, adolescência incompreendida e um suposto futuro de glória".

Onde você estava esse tempo todo?

"Estava por aí me divertindo, discutindo filosofia de balcão. Então resolvi parar e gravar um disco. Em 2008, lancei 'O último dia de um homem sem juízo'. Quem quiser pode baixar. Agora tem um novo, 'Que isso fique entre nós'. Novas quadras, novas melodias e um pouco mais de amores malresolvidos".

No texto de divulgação escrito pela Tulipa, a cantora define sua amplitude de vozes como uma esquizofrenia. Que papo é esse?

"Não dá para cantar o amor de salto alto".

Onde o Pélico se encaixa?

"Divido meus passos com Rafael Castro & Os Monumentais, Bazar Pamplona, Tulipa Ruiz, Tatá Aeroplano, Marcelo Jeneci..."