Economia Imóveis

Vizinha do mar e dos ventos: o primeiro apê de Isabel Swan

Velejadora mora de frente para a baía onde treina

A velejadora Isabel Swan com a bela vista de seu apartamento recém-comprado, em Niterói
Foto: Guito Moreto
A velejadora Isabel Swan com a bela vista de seu apartamento recém-comprado, em Niterói Foto: Guito Moreto

O vento e o mar — que já lhe renderam uma valiosa medalha de bronze nas Olimpíadas de Pequim, em 2008 — acabam de se traduzir em uma nova conquista para a velejadora Isabel Swan. Desta vez, no campo pessoal. A esportista comprou seu primeiro apartamento no quinto andar do icônico Edifício Canadá, na Estrada Fróes, em Niterói: de frente para a baía, com uma vista inspiradora que inclui o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor, o imóvel de apenas 41 metros quadrados parece ter sido desenhado pra ela.

Mal a porta se abre, o vento recepciona nossa equipe. E quando se chega à janela, já se sabe, ao longe, como o dia será. Num lugar assim, é claro que Isabel só poderia se sentir em casa, mesmo tendo se mudado há apenas dois meses.

— Só preciso abrir a janela para saber se o vento está bom e se é hora de velejar ou não — diz ela, que consegue, inclusive, avistar a raia onde acontecerão as competições de vela das Olimpíadas de 2016.

E se o vento estiver bom, basta atravessar a rua para chegar ao trabalho: o Rio Yacht Club, onde Isabel mantém seu barco, também está logo ali a seus pés, a poucos passos de distância. Foi lá, aliás, que a velejadora conheceu a antiga proprietária de seu apartamento, agora vizinha de porta. Também sócia do clube, a vizinha tinha unido os dois imóveis para morar com o filho, mas, depois que ele saiu de casa, resolveu separá-los novamente e vender um dos dois. Para isso, instalou uma parede em drywall, restaurando as unidades.

— O apartamento veio para mim — garante Isabel, sorrindo. — Queria comprar e tinha colocado meu foco no prédio, porque seria muito prático: teria mais tempo para me dedicar aos treinos e, como os apartamentos aqui são pequenos, poderia pagar por um deles. Vida de atleta é difícil, nem sempre a gente tem patrocínio.

A rotina dura de treinos também tem um lado gostoso... as viagens pelo mundo. Dessas andanças, além de muita experiência profissional, a mala de Isabel traz um monte de lembrancinhas que, na casa nova, viram objetos decorativos. Pelas mesinhas das salas, há bumerangues da Austrália, um dragão trazido da China, um casalzinho de girafas africanas. E, na cozinha, o típico galo português da cidade de Barcelos. Do Museu Olímpico, na Suíça, veio uma das peças favoritas: um quadro com os cinco aros coloridos que representam as Olimpíadas e a frase “O esporte salva”, em francês:

— As peças me lembram cidades por onde passei. Mas o quadro é especial. E lindo.

Da vida de atleta, Isabel gosta de expor também os troféus dos muitos campeonatos que já participou. Uma prateleira aérea mostra apenas alguns deles. No quarto, um quadrinho com imagem de barco, carrega também as medalhas. E, no teto da sala, solução inusitada e inteligente: a bicicleta, usada como hobby e no complemento aos treinos, foi pendurada com um sistema de roldanas e cordas náuticas que só poderia ter saído da cabeça de quem vive num barco.

E se o programa for ficar em casa, não há tempo ruim para a atleta. Isabel diz que adora receber os amigos e ir para a cozinha preparar quitutes, daqueles que se come com as mãos. Por isso, já planeja as primeiras mudanças no apê:

— Quero abrir a cozinha para interagir mais com as pessoas. E para melhorar a iluminação, já que ela é muito escura.

Os azulejos em estilo colonial que a velejadora encontrou por lá ficam. Ao menos em uma das paredes, já que fazem ela se lembrar da avó. E a sala deve ganhar uma rede, em frente à janela: Isabel quer estar sempre olhando o mar e balançando ao sabor do vento.