Esportes

Baixe o cartaz da final entre Flamengo e Liverpool de 1981 repaginado para 2019

Diferenças visuais do duelo mostram evolução dos clubes, do futebol e do Mundial de Clubes em 38 anos
O pôster original de 81 e a versão repaginada pelo GLOBO Foto: Editoria de Arte
O pôster original de 81 e a versão repaginada pelo GLOBO Foto: Editoria de Arte

Em dezembro de 1981, antes do jogo em que o Flamengo colocou os ingleses do Liverpool na roda, venceu por 3 a 0 e conquistou o mundo, muitos dos 62 mil torcedores presentes no estádio em Tóquio — a grande maioria japoneses —receberam uma pequena revista, um guia, em japonês, para conhecer melhor os times vindos da Europa e da longínqua América do Sul. Na capa, Zico e Kenny Dalglish, destaques das equipes. A imagem também serviu de pôster promocional em Tóquio para a partida, uma tradição da competição quando disputada no Japão.

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Depois de 38 anos, o GLOBO refez o cartaz ( baixe aqui ) com as mesmas informações adaptado para a partida deste sábado, em Doha, no Qatar, mas é apenas um souvenir retrô para a decisão. O confronto é o mesmo, mas o mundo mudou bastante.

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— A visualidade do homem se transformou em 38 anos. No jogo de 1981 não existia dispositivo móvel, display de led, tela de LCD, nenhum meio digital de mostrar um trabalho gráfico — diz Alessandro Alvim, editor executivo visual de O GLOBO. —Os elementos com letras muito pequenas deste cartaz, por exemplo, são coisas que não existiriam hoje. Entre as duas finais, mudou a forma como as pessoas consomem a informação visual.

Branco x vermelho

Os próprios uniformes dos clubes (que coincidentemente usarão as mesmas cores de 1981 hoje, Liverpool de vermelho e Flamengo todo de branco) ajudam na compreensão. O clube brasileiro recentemente atualizou seu escudo, e o simbolismo do novo modelo é definido como “poderoso” para a torcida, “imponente” para os adversários, “moderno” para os futuros flamenguistas e “mais profissional” para os parceiros comerciais.

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DO JAPÃO ATÉ O QATAR
MUNDIAL
16
º
EUROPA X AMÉRICA DO SUL
EUROPA X AMÉRICA DO SUL
DE CLUBES
21/13
EM DOMA, NO ESTÁDIO INTERNACIONAL KHALIFA
Campeão da Champions League de 2018/19
Campeão da Libertadores da América de 2019
VS
CONFIRA TUDO SOBRE A GRANDE DECISÃO, 38 ANOS DEPOIS DA FINAL DE TÓQUIO
FLAMENGO
ESCUDO
UNIFORME
LIVERPOOL
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FLAMENGO
ESCUDO
UNIFORME
LIVERPOOL
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UNIFORME

No segundo uniforme, traje de hoje, o escudo dos esportes aquáticos está presente, uma jogada de marketing para exaltar os 124 anos de história, o que o Liverpool também faz em seu distintivo atual, bem diferente do de 1981. O ano de fundação ganhou destaque, assim como a frase “You’ll never walk alone” (você nunca andará sozinho), um clássico das arquibancadas em Anfield. Em campo, porém, a elegância de um escudo mais simples, só com o pássaro que simboliza a cidade inglesa, elemento que era semelhante na camisa do time inglês que perdeu o jogo no Japão em 1981.

- Houve uma reestruturação importante do escudo do Flamengo, uma das mais bem sucedidas no design de times no futebol mundial, que facilita a reprodutibilidade do escudo. A tecnologia têxtil também passou por uma revolução, nos anos 2000, com a chegada dos tecidos sintéticos no lugar dos de algodão. Está relacionado com a performance dos jogadores - explica Glauco Diogenes, designer do canal @equartafeira, sobre design nos esportes, que acrescenta. - O escudo do Flamengo sofreu poucas alterações se comparadas com as feitas no escudo do Liverpool. Mantem uma integridade maior. Os ingleses tiveram oito alterações no escudo ao longo da história.

Só uma coisa será diferente hoje na vestimenta do Flamengo em relação a 1981: os meiões não serão rubro-negros, e sim brancos. Uma exigência da Fifa para que todos os elementos dos uniformes tenham contraste entre claro e escuro.

A pequena burocracia, e que talvez em nada mude a visão do espectador, simboliza a diferença após quase quatro décadas não só nos clubes, mas também na competição: a chancela da Fifa fez do Mundial um torneio com mais cara de oficial, levado mais a sério até pelos europeus, mas com menos originalidade. As duas taças —a Copa Intercontinental, a oficial, e a Copa Toyota, oferecida pela patrocinadora, sumiram e viraram uma só, de design parecido, mas que dá mais senso de unidade, organização e modernidade. O clássico carro dado ao melhor jogador nos anos 80 e 90 virou um troféu comum, com a alcunha de Bola de Ouro.

De todas as mudanças visuais entre a final de 1981 e a de hoje, uma a torcida rubro-negra não quer ver: a de qual clube protagoniza o pôster de campeão e fica marcado na história. Afinal, querem o mundo de novo. Ainda que este mundo não seja mais o mesmo.