Três anos antes de Jorge Jesus fazer campanha histórica pelo Flamengo, outro português de renome desembarcou no futebol brasileiro: Paulo Bento. O técnico era de peso, havia comandado Portugal e Cristiano Ronaldo entre 2010 e 2014. E, em 2016, o Cruzeiro foi atrás dele.
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Paulo Jorge Gomes Bento permaneceu apenas 17 partidas no time mineiro. Foi demitido devido à má campanha no Campeonato Brasileiro. No período, enfrentou as cobranças da imprensa mineira e se escorou na comissão técnica portuguesa que trouxe com ele. Seus auxiliares acompanhavam todas as entrevistas coletivas, eram rostos familiares ali. A cada resposta bem dada, eles vibravam baixinho: “Boa, Paulinho, boa”.
Foi um período difícil, mas que deixou boas recordações.
— Obviamente acompanho o Cruzeiro. Saí, mas fiz bons amigos lá — já disse o treinador, sem nenhum ressentimento.
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O viés de baixa na carreira havia começando antes. Paulo Bento deixou o comando da seleção portuguesa em 2014 sob críticas. A campanha na Copa do Mundo daquele ano foi abaixo do esperado, com os lusitanos sendo eliminados ainda na primeira fase no Brasil. E, no futebol, muitas vezes a última impressão é a que fica. Em 2012, ele havia sido semifinalista da Euro, o que não deixava de ser um bom resultado.
Agora, oito anos depois daquele desempenho melancólico no Brasil, o caminho do treinador voltou a se cruzar com o futebol brasileiro, nas oitavas de final da Copa do Mundo do Catar. Paulo Bento voltará à beira do campo hoje, depois de ver a surpreendente vitória da Coreia do Sul sobre Portugal do banco de reservas.
Ele teve de acompanhar o jogo de um camarote porque foi expulso na partida contra Gana. É o único dos 32 técnicos até agora a receber um vermelho da arbitragem neste Mundial. Lembrou até o sangue quente de outro português, Abel Ferreira, do Palmeiras.
Temperamental
O estilo vem desde os tempos de jogador. Paulo Bento era um volante forte na marcação e fez carreira na seleção portuguesa. Ironia do destino, sua maior decepção com a camisa de Portugal foi a derrota para a Coreia do Sul, em 2002, que eliminou os europeus ainda na primeira fase.
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Agora, é com os coreanos ao lado que volta a viver um ponto alto da carreira. Passar pelo Brasil seria um feito histórico, cuja dificuldade fica mais evidente quando se toma como parâmetro a última partida entre as equipes.
Em junho, as seleções disputaram amistoso em Seul. O Brasil goleou por 5 a 1. Não é algo a que Paulo Bento queira se apegar.
— Será um jogo diferente. Não creio que possamos comparar. Tínhamos uma série de limitações em junho. Não queremos ter tantas agora para tentar enfrentar da melhor maneira possível a qualidade do Brasil — afirmou.