Famoso no futebol, o experiente zagueiro croata Domagoj Vida tem uma faceta de empresário como criador de porcos pretos em sua terra natal, Donji Miholjac, na Eslavônia, região da Croácia oriental, na fronteira com a Hungria.
Uma das figuras marcante da geração da Croácia que chegou ao vice-campeonato na Copa do Mundo de 2018, o defensor de 33 anos é proprietário de uma fazenda com 500 porcos e afirmou ser é um negócio rentável em entrevista para o jornal croata "24 Sata".
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"Estamos falando de porcos pretos autóctones. Tenho vários restaurantes que compram carne minha, sabem que é fresca. Bem, é um bom negócio". A oferta dos seus cortes de kulen, fiambre, torresmos e banha pode ser encontrada no Facebook e Instagram. Além disso, vários turistas vão ao local para garantir ao menos um pedaço da carne suína.
A empresa, Sin Ravnice – OINK, é uma das pioneiras na criação de porcos pretos eslavos, uma raça croata autóctone — que tem origem na própria da região onde é encontrado. No século 19, era a espécie mais cultivada na Eslavônia.
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Vida e os seus colegas de escola estão por detrás da marca que produz o tradicional salame kulen picante pelo qual o país é famoso, entre outras carnes curadas. Estes podem ser encontrados nos menus dos melhores restaurantes croatas, como o Pellegrini em Šibenik.
Afastando-se dos investimentos habituais que os jogadores de futebol fazem no final de suas carreiras – bares, boates, restaurantes –, Vida e seus colegas de escola lançaram-se em um empreendimento diferente, apesar da falta de experiência agrícola.
O zagueiro, que sempre teve fama de bad boy, é muito querido pelos croatas e tido como um dos heróis de 2018. Domagoj também pretende voltar para sua terra natal, Miholjac, quando terminar a carreira para cuidar dos negócios de perto. O atleta supervisiona a fazenda ecológica e os produtos premium de longe, pois atualmente mora com a esposa, Ivana, e o filho David de 3 anos, em Atenas, terra do time que defende, o AEK.
— Sou um homem do povo, da aldeia. Dizem que estou louco para voltar a viver aqui, porque a situação não é a ideal, mas espero que dias melhores venham, para a Croácia em geral — disse, em entrevista à imprensa croata.
Arquitetura inovadora
O projeto exibe o mais alto padrão arquitetônico de pecuária orgânica. Além disso, também era necessário antecipar o potencial de expansão da fazenda, porque a empresa abriu em janeiro de 2018 com 200 animais. Hoje conta com pouco mais de 500. O estábulo seria destinado principalmente ao alojamento de porcas, para a procriação dos leitões com baias menores ao ar livre, enquanto os outros porcos permaneceriam no estábulo apenas durante a parte mais fria do ano.
Os principais fatores que influenciaram a arquitetura foram a otimização do processo de criação e o melhor alojamento possível para os suínos. A proposta também carrega a intenção dos donos em manter a fazenda dentro dos limites do contexto rural local e dos edifícios agrícolas tradicionais.
A transparência da fachada não vem do material, mas de sua geometria. A sequência de ripas de madeira de carvalho colocadas em duas direções diagonais diferentes criam uma estrutura distinta. Esta estrutura serve principalmente como ventilação e proteção do sol, mas também como uma releitura das fachadas de madeira encontradas em diversas construções da Eslavônia. Tal reinterpretação conecta um anexo projetado por padrões contemporâneos com seu ambiente e patrimônio construído.
A fazenda Fajferica, criada pelos designers croatas SKROZ, foi nomeada para o prestigioso prêmio Viktor Kovačić de 2021, pela Associação de Arquitetos Croatas.