RIO - A partir desta quinta-feira, quando se falar no futebol uruguaio, Centenário não será mais apenas o nome do mítico estádio de Montevidéu. Reconduzido ao time titular pelo técnico Oscar Tabárez, na partida contra a Nigéria, às 19h, na Fonte Nova, o atacante Diego Forlán, de 34 anos, fará seu centésimo jogo com a camisa celeste. É uma decisão: o vencedor fatalmente se juntará à Espanha como os classificados do grupo B às semifinais. Uma vitória da Nigéria já elimina matematicamente os sul-americanos.
- Muita coisa que aconteceu na minha carreira, eu não imaginava. Agora é a centésima, e uma partida decisiva, como gosto: temos que ganhar para seguir vivos. É um orgulho muito grande defender cem vezes esta camisa histórica, uma camisa que meu pai (Pablo Forlán) defendeu também - disse ontem à noite Forlán, que estabeleceu uma meta antes da aposentadoria: jogar a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
São 33 gols em 99 jogos pela seleção, um a cada três vezes que entra em campo. Líder na conquista da Copa América de 2011, foi eleito o melhor jogador da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, uma campanha que o conduziu ao status de ídolo nacional. Na televisão uruguaia e argentina, é a estrela do comercial do ministério do Turismo do Uruguai convocando a população a visitar praias e outros pontos turísticos do país. Em Montevidéu, quase todos conhecem e sabem apontar "a casa do Forlán", uma mansão cor de rosa que ocupa quase metade de um quarteirão na orla de Carrasco, região nobre da capital.
O prestígio de Forlán não fica apenas junto aos torcedores. Se Edinson Cavani e Luís Suárez são hoje os jogadores uruguaios de maior prestígio no futebol europeu, Forlán é visto pelos próprios companheiros como um exemplo, e ídolo.
- Diego é um fenômeno, parte da história da nossa seleção. É sempre lindo poder estar no campo com ele. Cada um que joga com ele pela seleção tem este sentimento - diz Cavani.
Precisando da vitória, o técnico Óscar Tabárez fez três mudanças na equipe. Além da entrada de Forlán junto a Cavani e Suárez (saiu Gastón Ramírez), o treinador trocou a dupla de volantes: entram Arévalo-Ríos e Álvaro González nas vagas de Gargano e Diego Pérez.
- Foram decisões técnicas. Sabíamos que seria difícil a estreia contra a melhor seleção do mundo, e agora é o jogo-chave do grupo - disse o treinador uruguaio.
O Uruguai abriu mão de fazer o reconhecimento do gramado da Fonte Nova, ontem, e treinou de manhã no Barradão. O time da Nigéria treinou no local do jogo, e mostrou confiança
- Ganhamos bem do Taiti, mas sabemos que agora é outro jogo. Vai ser decisivo na chave, e nosso time está preparado - disse o técnico nigeriano, Stephen Keshi.
NIGÉRIA
: Enyeama, Ambrose, Oboabona, Omeruo e Echiejile; Ogude, Mikel, Sunday Mba e John Ogu; Ujah e Oduamadi.
URUGUAI : Muslera, Maxi Rodríguez, Lugano, Godín e Cáceres; Arévalo-Ríos, Álvaro González e Cristian Rodríguez; Forlán, Cavani e Suárez.