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Esportes Copa 2018

Na Copa, alemão Draxler pode se tornar o segundo bicampeão mais novo da história

A partir desta sexta, até a Copa, O GLOBO traz semanalmente o perfil de um jogador do Mundial
Draxler marca gol na Euro-2016 Foto: Benoit Tessier / Reuters
Draxler marca gol na Euro-2016 Foto: Benoit Tessier / Reuters

O estádio era o Mineirão e o placar embasbacava o mundo todo: Brasil zero, Alemanha seis. O relógio marcava 31 minutos do segundo tempo na semifinal da Copa do Mundo de 2014. Condições ideais para o técnico Joachim Löw promover a estreia do jovem Julian Draxler, na época com 20 anos, revelação do Schalke 04, em um Mundial. O garoto viu, de dentro do campo, Schürrle marcar o sétimo gol e Oscar descontar, dando números finais ao famigerado 7 a 1. Uma primeira vez inesquecível.

Muita coisa aconteceu desde então. A Alemanha foi campeã mundial, dias depois, com Draxler no banco de reservas do Maracanã. No ano seguinte, ele se transferiu para o Wolfsburg e, ano passado, da Alemanha para a França, com desembarque no PSG, onde foi um dos destaques da temporada. Se perdeu espaço este ano, com as chegadas dos astros Neymar e Mbappé (ele não é titular, mas entra em todos os jogos), na seleção alemã, deixou de ser apenas um menino que entra no final do jogo ganho. É titular na grande maioria dos jogos, foi o capitão que levantou a taça da Copa das Confederações, e, de quebra, foi escolhido o melhor jogador da competição. Nos últimos dois anos, foram 22 jogos e cinco gols com a camisa da Alemanha, e uma importância relevante na campanha perfeita alemã (dez jogos, dez vitórias) nas Eliminatórias.

O meia usa, há dois anos, a camisa sete na seleção. É um peso a mais para carregar na Rússia, afinal, é o número que Schweinsteiger, um dos grandes maestros da última geração, usava.

Draxler é nome certo na lista dos 23 jogadores da Alemanha que tentarão o bi na Rússia. Se conseguirem, Draxler, de 24 anos, um dos caçulas de 2014, se tornará o mais jovem bicampeão da Copa do Mundo desde Pelé, que conquistou o segundo Mundial, em 1962, com 21 anos. Superará jogadores como Ronaldo (25 em 2002); Pepe e Vavá (27, em 1962); e Garrincha (29, em 1962) em uma lista restrita: só seis jogadores venceram duas Copas com menos de 30 anos. Só um gringo conseguiu o feito: o italiano Giuseppe Meazza, bi aos 28 anos, em 1938.

Jogador alto, rápido e que tem uma habilidade rara no mano a mano, com belo desempenho no lado esquerdo do campo, Draxler pode ter a concorrência compatriota do zagueiro Ginter, também campeão no Brasil em 2014 (sem sair do banco), alguns meses mais novo, mas que não é sempre convocado, e tem chances de ficar de fora da lista para a Rússia.

Draxler é um apaixonado. E pela mesma mulher desde a infância: a bela e discreta Lena Stiffel. Eles se conhecerem ainda crianças, na escola, quando colegas de 5ª série. Na adolescência, enquanto Draxler dava seus primeiros passos nas categorias de base do Schalke 04, clube alemão que ele torce até hoje, Lena ganhava concursos de “Miss Schalke”. Na Copa de 2014, no Brasil, Lena veio e acompanhou a semifinal no Mineirão e a final, no Maracanã, torcendo pelo namorado. Em 2018, para a Rússia, ele vai. Ela, provavelmente, também.