PORTO PRÍNCIPE — Cinco anos após o terremoto que matou cerca de 300 mil no Haiti, três milhões de pessoas ainda sofrem de insegurança alimentar, informou a ONU nesta segunda-feira. No aniversário da tragédia, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas fez um apelo por mais fundos destinados à população haitiana. A agência precisa de US$ 28 milhões neste ano.
Em homenagem às vítimas, centenas de pessoas assistiram a uma missa na nova igreja construída ao lado das ruínas da Catedral Nacional, no centro de Porto Príncipe.
— Este é o aniversário do dia em que eu nunca vou esquecer — disse Gladys Lambard, que perdeu seu marido e irmã no atentado de 12 de janeiro de 2010. — A tristeza daquele dia me marcou para sempre.
O presidente Michel Martelly e outros líderes participaram de uma cerimônia em um túmulo coletivo nos arredores da capital, onde as autoridades rapidamente enterraram milhares de pessoas imediatamente após o desastre.
AVANÇOS SOB AMEAÇA
Segundo a ONU, pobreza crônica, desigualdade, danos ao meio ambiente e incertezas políticas ameaçam progressos alcançados no país nos últimos cinco anos.
Devido à localização geográfica, o Haiti é muito propenso a desastres naturais, como furacões, enchentes, deslizamentos de terra e secas, destacou as Nações Unidas.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, afirma que a situação das crianças atualmente é melhor do que antes do terremoto, segundo uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde do Haiti.
De acordo com o Unicef, 77% dos menores entre 6 e 11 anos estão na escola primária, sendo que em 2005 o índice era de 50%. As taxas de mortalidade infantil também caíram nos últimos 15 anos e a taxa de desnutrição crônica em menores de cinco anos foi reduzida pela metade.
Em relação aos deslocados internos, a Organização Internacional para Migrações (OIM) calcula que 80 mil pessoas continuam morando em acampamentos desde que o terremoto ocorreu. Mas a OIM destaca que 94% das pessoas que ficaram desabrigadas pelo desastre já encontraram um teto para morar.