Osmar Prado está vivenciado a volta aos palcos depois de nove anos com o espetáculo “O veneno do teatro”, que estreou nacionalmente em janeiro, em Belo Horizonte, e em maio chega ao Rio. A peça, dirigida por Eduardo Figueiredo e coestrelada por Maurício Machado, é uma adaptação do texto clássico do autor catalão Rodolf Sirera, que ganhou montagens em diversas partes do mundo.
A trama acompanha o duelo entre um excêntrico Marquês (Prado), que convida um talentoso ator (Machado) para protagonizar uma peça de sua autoria. A partir daí, é iniciado um jogo psicológico entre os dois.
— É um texto consagrado e forte. Exige muito de mim psicologicamente. Não seria possível conciliar com outros trabalhos. O público tem assistido com muita atenção e reagido demais às situações. A peça tem ainda uma pitada de humor.
Envolvido com o espetáculo, o ator diz que ainda não conseguiu ver muitas cenas do remake de “Renascer”, novela da qual ele interpretou o personagem Tião Galinha na versão original. Ele conta, inclusive, que chegou a ser sondado para fazer um papel na produção, mas que recusou de cara:
— Fui sondado para fazer o papel representado brilhantemente por Nelson Xavier e agora pelo também magnífico Matheus Nachtergaele(Norberto). Entendi que não deveria estar na nova versão devido ao enorme sucesso do Tião (em 1993). A criação agora é outra, o ator é outro. Não pode haver interferências. Se fosse uma novela inédita, talvez tivesse aceitado.
Prado comenta que achou muito acertada a escalação de Irandhir Santos para viver o personagem na nova versão:
— Fizemos “Pantanal” e outros trabalhos juntos. Sempre estivemos próximos. Chegamos a pensar em fazer uma peça, mas acabou não indo para frente. Acho que a escolha foi brilhante, assim como a do Matheus para o Norberto. São atores de excelência.
Já sobre a sua participação na versão original, ele destaca que foi um momento de grande sinergia e união de vontades:
— O Benedito Ruy Barbosa me convidou e eu já tinha trabalhado com o Luiz Fernando Carvalho, com parcerias muito frutíferas. Na época, eu estava mergulhado na história da Guerra de Canudos (ocorrida na Bahia). Então, tudo conspirou a favor. Eu mergulhei no Tião Galinha. Por onde eu passava nas ruas, as pessoas me paravam para falar sobre esse trabalho.
O ator, no entanto, acabou saindo da novela antes do previsto inicialmente. Ele explica o que aconteceu:
— Pedi para antecipar a morte porque bati de frente com um executivo. Benedito (Ruy Barbosa, o autor) me ligou e perguntou se eu gostaria que ele interviesse. Respondi: “Não, quero que mate o personagem, já que ele vai morrer mesmo”. Aí fui para São Paulo fazer teatro.
Aos 76 anos, Prado, em seus tempos livre, se dedica a outra paixão: as motocicletas. Ele diz que herdou do pai o gosto por andar de moto:
—Tenho duas motocicletas. De vez em quando, dou uns passeios pelas redondezas da minha casa, em São Conrado.
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