RIO - Dos sete "caveirões" pertencentes à Polícia Civil do Rio, apenas o da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) não está parado por falta de manutenção. Os reparos no blindado são financiados pelo Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio de Janeiro (Sindicarga), que tem interesse no aparelhamento da polícia para a redução dos índices de roubos de carga. De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), houve 635 casos em março, enquanto no mesmo período do ano passado ocorreram 548 roubos de carga.
A crise financeira do estado atingiu em cheio a Secretaria de Segurança, que teve seu orçamento contingenciado pela Secretaria de Fazenda do Estado. Dos 21 veículos blindados da secretaria, apenas cinco estão em funcionamento. A situação dos helicópteros não é diferente. Atualmente, oito das 12 aeronaves das polícias Civil e Militar estão paradas.
Com as brigas recentes entre facções e tiroteios nas favelas, o "caveirão" tem sido a forma mais segura dos policiais entrarem em favelas críticas. No último dia 6, policiais da DRFC, com o apoio de outras especializadas, só conseguiram entrar na favela do Jacarezinho, onde há uma UPP, com o apoio do único blindado da instituição. Além de dar segurança às equipes, o veículo foi usado para tirar uma barricada, formada por trilhos de trem, numa das principais vias da favelas, a Rua do Valão. Ainda há mais armadilhas espalhadas na comunidade.
Além da DRFC, as unidades da Polícia Civil que têm "caveirões" são: a Coordenadoria Operações Especiais (Core) e a Delegacia de Combate às Drogas (Dcod). Com exceção do veículo da especializada em reprimir o roubo de cargas, os demais estão parados no pátio da Cidade da Polícia, que fica ao lado da favela do Jacarezinho.