NITERÓI - Os adolescentes Guilherme Pelegrine e Gustavo César sonham em um dia integrar a banda marcial da Marinha do Brasil. Com menos de 12 anos, eles aprenderam a tocar gaita de fole no projeto social do maestro Paulo Pereira, aposentado do exército e criador do Brazilian Piper, banda marcial de Niterói formada por crianças e jovens, muitos em situação de risco.
— Quando pequeno, fui surpreendido com a gaita exótica e por isso entrei para a Marinha. Quis abrir um projeto para oferecer a mesma oportunidade que tive às crianças — explica o maestro que já ensinou a mais de 400 crianças as notas do instrumento popular na Escócia.
A única exigência para fazer parte do grupo é estar estudando e apresentar boas notas. Uniforme e gaitas são disponibilizados por José e a manutenção é custeada com o dinheiro arrecadado em apresentações. Divididos em equipes, eles tocam em festas e eventos por um valor simbólico e tudo é administrado pelos próprios integrantes. O objetivo é estimular valores como a honestidade e a integridade.
— Eles se sentem bem ao receberem por o que amam fazer. É um amadurecimento para se tornarem bons cidadãos — finaliza o maestro.
As aulas são destinadas a crianças, porém, muitos alunos acabam ficando no grupo após completarem 18 anos e vêm no aprendizado, uma possível profissão.