Uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) revela que a produção mais rápida, fácil e barata das drogas sintéticas tem causado o aumento expressivo de usuários. O relatório indica que cerca de 300 milhões de pessoas fizeram uso de algum tipo de droga no ano de 2022. Entre elas, LSD, ecstasy, K2 e anfetaminas.
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Drogas sintéticas
- As drogas sintéticas se diferenciam das naturais, pois são manufaturadas com a utilização de produtos químicos e costumam ter uma potência maior.
- Além disso, o nível de pureza delas pode ser controlado por seus produtores a partir de processos de refinamento.
- O aumento no consumo gera grandes desafios sociais e econômicos, principalmente para as populações mais vulneráveis.
Mudanças na legislação brasileira
- O caminho é a prevenção a partir de uma política de saúde de redução dos danos, afirma Marcelo da Silveira Campos, doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP) e professor adjunto do Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
- Já a ideia de “combate” às drogas tornou-se ultrapassada.
- “Como a gente sabe, de forma geral, a ideia de guerra às drogas tem o aumento das prisões. Ela se revela, no Brasil, com 30% dos homens e 55% de todas as mulheres presas por drogas”, comenta.
- O professor questiona também a quem a lei é aplicada no país.
- “A gente sabe que as classes alta e média usam e abusam do uso de drogas. Elas também comercializam essas drogas, mas elas nunca vão presas por isso”.
- Outro problema, segundo Marcelo, é que a atual lei de drogas não apresenta nenhuma quantidade de porte de drogas para diferenciar usuário de traficante.
- Por isso, ele defende a descriminalização das drogas, para que a questão passasse a ser tratada como de saúde pública e não criminal.
Um problema de saúde pública
- E é justamente a questão de saúde pública que representa outro desafio.
- João Paulo Lotufo, coordenador do projeto antitabágico do Hospital Universitário da USP, explica que as drogas sintéticas podem produzir alucinações por estimular ou deprimir o sistema nervoso central.
- “O grande problema é que quando se consome uma droga vendida por aí, não se pode ter certeza de que você está comprando exatamente o que dizem estar vendendo”, alerta o especialista.
- As drogas sintéticas podem afetar o cérebro de diferentes maneiras, variando de acordo com a substância utilizada, podendo gerar graves consequências a longo prazo.
Com informações de Jornal da USP.
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