Debret (1768 – 1848) chegou ao Brasil a 26 de março de 1816 e aqui permaneceu pelos próximos 15 anos. Apenas desembarcado, iniciou atividades que incluíam a execução dos quadros celebrativos dos acontecimentos relevantes da vida na Corte, retratos da Família Real, trabalhos de cenografia para o Teatro São João ou a ornamentação da cidade, em 1818, para as solenidades da Aclamação do então Príncipe Regente como Rei Dom João VI. O principal objetivo de sua vinda, e da dos demais artistas franceses, continuava, contudo, longe de se concretizar, por uma série de circunstâncias e pelas picuinhas e entraves burocráticos criados por Henrique José da Silva, sucessor de Joachin Lebreton na direção da Academia e Escola Real das Artes e ferrenho adversário dos franceses. Embora encarregado da aula de pintura histórica desde 1816 e lente da mesma disciplina em 1820, só em 1823 Debret começou efetivamente a lecionar, mesmo assim, a não mais de cinco alunos. Apenas em 1826, com a criação da Academia Imperial de Belas Artes, teve ele espaço suficiente para agrupar um número apreciável de alunos, embora não estivesse terminada a sede projetada por Grandjean de Montigny. Mas, em 1827, a Academia funcionava normalmente, com 38 alunos matriculados, 21 dos quais na aula de pintura, entre eles Simplício de Sá, José de Cristo Moreira, Francisco de Souza Lobo, Manuel de Araújo Porto-Alegre, José dos Reis Carvalho e Francisco Pedro do Amaral. Coube a Debret organizar, em 1829, a primeira exposição de arte aberta ao público, com catálogo por ele custeado. A segunda exposição pública teria lugar em 1830; regressando Debret à França, em 1831, só em 1840 ocorreria a terceira.

Debret (1768 – 1848) arrived in Brazil on March 26, 1816 and remained here for the next 15 years. Once disembarked, he began activities that included the execution of commemorative paintings of the relevant events of life at the Court, portraits of the Royal Family, scenography works for the São João Theater or the ornamentation of the city, in 1818, for the solemnities of the acclamation of the then Prince Regent as King Dom João VI. The main objective of his coming, and that of the other French artists, continued, however, far from being achieved, due to a series of circumstances and the small issues and bureaucratic obstacles created by Henrique José da Silva, successor of Joachin Lebreton in the direction of the Academy and Royal School of Arts and fierce opponent of the French. Although in charge of the historical painting class since 1816 and lecturer in the same discipline in 1820, only in 1823 did Debret actually begin teaching, even so, to no more than five students. Only in 1826, with the creation of the Imperial Academy of Fine Arts, did he have enough space to gather a considerable number of students, although the seat designed by Grandjean de Montigny was not finished. But in 1827, the Academy operated normally, with 38 students enrolled, 21 of whom were in the painting class, including Simplício de Sá, José de Cristo Moreira, Francisco de Souza Lobo, Manuel de Araújo Porto-Alegre, José dos Reis Carvalho and Francisco Pedro do Amaral. It was up to Debret to organize, in 1829, the first art exhibition open to the public, with a catalog paid for by him. The second public exhibition was to take place in 1830; returning Debret to France in 1831, only in 1840 would the third occur.