Clowesia rosea

 

Hoje é comemorado o “dia dos pais” aqui no Brasil. Ocasião festiva em que as famílias se reúnem para celebrar esta data tão especial.

E para mim não é diferente. Dia de almoçar com minhas queridas filhas e esposa. Dia de confraternização e amor. A festa só não será completa pela ausência de meu querido pai, que se foi alguns anos atrás… muitas saudades.

Deixo aqui um apertado abraço para todos os papais que acompanham e seguem este blog. Que todos tenham um dia maravilhoso, pleno em felicidades.

 

Clowesia rosea - feliz dia pais JPG

 

 

E agora foco nas orquídeas. Esta aula foi encomendada por meu amigo Milton Carlos Escobar, de Araçoiaba da Serra, simpático município localizado na região metropolitana de Sorocaba, em São Paulo. Uma maravilhosa planta pertencente a um pequeno gênero de fabulosas orquídeas. Uma planta de porte vegetativo que lembra o Catasetum, e com flores que esbanjam beleza e classe. Estou me referindo a Clowesia rosea

 

… mais uma maravilhosa orquídea mexicana

 

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Gif   retirado da internet – Site:
http://akigifs.blogspot.com/2014/04/gifs-animados-mexico-estados-unidos.html

 

 

Clowesia (abreviatura: Clow.), é um gênero pertencente à família Orchidaceae, descrito em 1843 pelo brilhante John Lindley (1799 – 1865), quando descreveu a Clowesia rosea, planta “tipo” do gênero.

Com certeza Lindley foi o maior orquidólogo de todos os tempos. Descreveu centenas de gêneros e espécies, publicou muitos artigos e livros científicos, participou na fundação da revista Gardener’s Chronicle, e em 1857 foi agraciado com a Medalha Real, homenagem da Real Sociedade de Londres para pessoas com importantes contribuições para o avanço do conhecimento da Natureza.

Entre as suas obras destacam-se os seguintes trabalhos:

  • An Outline of the First Principlea of Horticulture – 1832,
  • An Outline of the Structure and Physiology of Plants – 1832,
  • Nixus Plantarum – 1833,
  • A Natural System of Botany – 1836,
  • Flora Medica – 1838,
  • Theory of Horticulture – 1840,
  • The Vegetable Kingdom – 1846,
  • Folia Orchidaceae – 1852,
  • Descriptive Botany – 1858.

 

 

O gênero Clowesia é composto por apenas 7 espécies originárias da ampla área que se estende desde o sul do México até a região norte da Amazônia brasileira, sendo o México seu principal centro de dispersão.

Clowesia rosea - ocorrencia do genero JPG

Clowesia  –  Ocorrência

Imagem retirada da internet – Site:
http://www.imagui.com/a/imagenes-de-el-mapa-de-las-3-americas-cyEao8Exo

 

As referidas espécies são:

  1. Clowesia amazonica
  2. Clowesia dodsoniana
  3. Clowesia glaucoglossa
  4. Clowesia rosea
  5. Clowesia russelliana
  6. Clowesia thylaciochila
  7. Clowesia warczewitzii

Estas plantas são todas de hábito epífita e crescimento simpodial, com folhas decíduas e inflorescências do tipo pendentes.

Em termos morfológicos, as espécies de Clowesia são muito parecidas com as plantas do gênero Catasetum, já abordado em aulas anteriores. Como características distintivas, as orquídeas do gênero Clowesia normalmente possuem bulbos de menor porte, e suas flores são todas hermafroditas.

O nome deste gênero, Clowesia, é uma homenagem de Lindley ao Reverendo John Clowes (1777 – 1846), horticultor e orquidófilo inglês, dono de uma extraordinária coleção de orquídeas, considerada uma das mais importantes da época.

Um dos grandes legados do Reverendo John Clowes, é o Clowes Park, localizado em Salford, cidade e distrito metropolitano de Manchester, na região noroeste da Inglaterra. Idealizado e desenvolvido por ele, a obra teve início em 1811 e foi concluída em 1846, ano de seu falecimento.

 

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Cais de Salford

Foto retirada da internet – Site:
pt.dreamstime.com/imagem-editorial-cais-de-salford-manchester-reino-unido-image79158560

 

Pouco tempo depois de sua morte, a maravilhosa coleção de orquídeas foi entregue ao Jardim Botânico de Kew.

 

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Royal Botanic Gardens, Kew

Imagem retirada da internet – Site:
http://www.culturainglesacuritiba.com.br/tres-parques-para-visitar-em-londres-na-primavera/

 

 

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Festival de Orquídeas realizado em 2013 no Royal Botanic Gardens, Kew

Foto retirada da internet – Site:
br.pinterest.com/pin/56224695323225676/?lp=true

 

Por sua beleza e encanto, atualmente são produzidos muitos híbridos utilizando espécies do gênero Clowesia.

Lembrando a aula do dia 31 de janeiro deste ano, quando o tema era a Lc. Mini Purple, Clowesia pertence à tribo Catasetinae e, portanto, pode ser cruzada com espécies dos gêneros Catasetum, Cycnoches, Cyrtopodium, Dressleria, Galeandra, GrobyaMormodes.

Destaque especial para a Fredclarkeara After Dark (*1), planta muito premiada em todo o mundo, e mais uma das tantas conhecidas popularmente como “Orquídea Negra”, apesar de se tratar de uma tonalidade escura de marrom.

(*1) Fredclarkeara é o nome dado a um híbrido intergenérico oriundo do cruzamento de orquídeas dos gêneros Catasetum, Clowesia e Mormodes.

 

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Fredclarkeara After Dark

Imagem retirada da internet – Site:
www.flickr.com/photos/jaljalaphoto/12468917385

 

 

E para aqueles que gostam de se aprofundar no assunto, elaborei a árvore genealógica deste estupendo híbrido:

Clowesia rosea - genealogia JPG

 

 

E agora sim chegou a hora de falar da planta do dia, a Clowesia rosea, descrita em 1843, como já citado, por John Lindley.

 

Em 1872 o conhecido botânico alemão Heinrich Gustav Reichenbach (1823 – 1889), transferiu esta planta para o gênero Catasetum, com o nome de Catasetum roseum, onde permaneceu até 1975, quando o botânico americano Calaway Homer Dodson (1928) “ressuscitou” o gênero Clowesia, incluindo nele as plantas do gênero Catasetum que possuíam apenas flores hermafroditas.

Com especialização em orquidologia, Dodson participou de diversas expedições ao continente sul-americano, onde pesquisou a flora da Cordilheira dos Andes da Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.

Em 1973, Dodson foi nomeado diretor executivo do novo Marie Selby Botanical Gardens, em Sarasota, Florida, do qual atualmente é  “curador honorário de Orchidaceae“.

 

Marie selby botanical gardens ax9lx0

Marie Selby Botanical Gardens

Foto retirada da internet – Site:
www.sarasotamagazine.com/articles/2017/11/30/selby-gardens-orchid-show-breaks-revenue-records

 

 

Dentre as tantas publicações científicas de Dodson, destaque para as seguintes obras:

  • Clasificación de Maxillariae (junto com Dressler) 1960.
  • Agentes de Polinización y su Influencia sobre la Evolución de la Familia Orchidaceae – 1965.
  • Biology of the Orchids – 1967.
  • Illustrated Plants of the Tropics (junto com John Atwood) – 1993.
  • Icones Plantarum Tropicarum – 1998.
  • Native Equadorian Orchids (3 volumes) – 1993, 2001 e 2002.

 

O nome desta espécie, rosea, é uma óbvia referência a coloração predominante em suas flores.

 

Trata-se de uma planta originária da região sul do México, que vegeta de forma epífita nas encostas litorâneas do Oceano Pacífico, mais precisamente nos estados de Michoacan, Guerrero e Oaxaca. Normalmente é encontrada fixada em árvores de médio porte ou em coqueiros, sempre em altitudes compreendidas entre 200 e 1400 metros.

 

Clowesia rosea - ocorrencia JPG

Clowesia rosea  –  Ocorrência

Imagem retirada da internet – Site:
www.dependiendo.com/mapa-de-mexico-con-nombres/

 

 

Trata-se de uma planta robusta, de crescimento simpodial, com curto e grosso rizoma e com raízes cobertas por tecido velame. Seus pseudobulbos são grandes, grossos e fusiformes, e são cobertos por bainha foliar. Formato típico de “charuto” e tamanho que pode chegar a 12cm de comprimento por 3,5cm de diâmetro, propício para acúmulo de grandes reservas de nutrientes, visando poder suportar o longo período de dormência.

As folhas se originam na base dos bulbos, em grupos de 4 a 5 unidades. São grandes, finas e de formato elíptico, podendo chegar a 40cm de comprimento por 5,5cm de largura.

As inflorescências também brotam da base dos pseudobulbos, e surgem após a queda das folhas. Curtas hastes pendentes e ramificadas que não passam de 15cm de comprimento, podendo suportar entre 6 e 18 lindas flores ressupinadas.

Estas flores possuem diâmetro aproximado de 2,5cm, e são levemente perfumadas. Sépalas e pétalas de formato e tamanho similares, voltadas ligeiramente para a frente, lembrando um pouco a forma típica da flor de Cymbidium. Em ambas as estruturas predomina uma cor branca margeada de uma tonalidade variável de rosa. O labelo é espetacular. Longo e com lobo frontal densamente forrado de pilosidades. Em termos de cores, as mesmas já citadas contrastam com o amarelo-esverdeado da coluna da flor. Um show.

 

Abaixo relaciono algumas dicas de cultivo:

  • Sugiro cultivar a Clowesia rosea fixada em tronco ou casca de árvore, com muitas raízes expostas. Esta planta precisa de grande aeração nas raízes.
  • Se sua opção for cultivo em vaso ou caixeta, então utilize um substrato confeccionado com partes iguais de casca de pinus, carvão vegetal e esfagno.
  • Cuidado com água acumulada no fundo. O substrato deve ser arejado e drenar a água imediatamente.
  • A rega é a parte mais critica no cultivo desta planta. Após a florada inicia-se o período de dormência da planta. Nesse momento devemos suspender a rega e não deixar no tempo, sujeita a chuvas, sob pena de perder a mesma por apodrecimento. Se você perceber que os bulbos tem aparência ressecada, borrife apenas um pouquinho de água em suas raízes. Quando a planta cessa o repouso e entra em atividade, com emissão de brotos e raízes, é hora de regar e adubar em abundância. Importante: regue apenas as raízes da planta, evitando molhar bulbos e folhas.
  • Recomendo cultivo com 50% de sombreamento, e temperaturas entre 10 e 35 graus.

 

Aqui no sul floresce normalmente no inverno e sua floração dura em torno de 20 dias.

 

E, para finalizar esta aula, a seguir relaciono algumas fotos ilustrativas:

 

Clowesia rosea - Milton Carlos Escobar - ago2018 - 1

Clowesia rosea

Cultivo em garrafa pet. Muito comum e recomendado, assim como é feito com plantas do gênero Catasetum, vasos transparentes permitem que a orquídea realize fotossíntese também pelas raízes.

Propriedade e créditos fotográficos:  Milton Carlos Escobar

 

 

 

Clowesia rosea - Milton Carlos Escobar - ago2018 - 2

Clowesia rosea

Propriedade e créditos fotográficos:  Milton Carlos Escobar

 

 

 

Clowesia rosea - Milton Carlos Escobar - ago2018 - 6

Clowesia rosea

Propriedade e créditos fotográficos:  Milton Carlos Escobar

 

 

 

 

E agora mais algumas fotos, estas retiradas da internet:

 

 

 

 

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Foto retirada da internet – Site:
www.flickr.com/photos/rstickney/16502990618

 

 

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Foto retirada da internet – Site:
https://war.wikipedia.org/wiki/Clowesia_rosea

 

 

Clowesia rosea Orchi 014.jpg

Foto retirada da internet – Site:
https://war.wikipedia.org/wiki/Clowesia_rosea

 

 

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Foto retirada da internet – Site:
https://species.wikimedia.org/wiki/Clowesia_rosea

 

 

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Foto retirada da internet – Site:
www.flickr.com/photos/ericinsf/98171193

 

 

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Foto retirada da internet – Site:
www.flickr.com/photos/sjean/39622641

 

 

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Foto retirada da internet – Site:
www.orchidsforum.com/threads/clowesia-rosea.7627/

 

 

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Foto retirada da internet – Site:
www.flickr.com/photos/95812466@N02/16864852002

 

 

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Foto retirada da internet – Site:
https://www.ottawaorchidsociety.com/alliance_awards_2014.htm

 

 

 

 

 

IMAGENS: fonte pesquisa GOOGLE

Este blog é dedicado a pessoas que, como eu, amam e cultivam orquídeas. Meu objetivo com este trabalho é conhecer pessoas, divulgar e trocar informações sobre estas plantas.

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IMAGES: GOOGLE search

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8 pensamentos sobre “Clowesia rosea

    • Bom dia Cici. Pode sim. O único problema dos vasos de fibra de coco é a durabilidade. Tem que ser trocado a cada período de aproximadamente um ano, pois ele deteriora rapidamente. Boa sorte e obrigado pela participação. Um grande abraço.

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