Vinho reserva x reservado: Você pode estar caindo no conto do vigário.

Vai me dizer que as palavras reserva e reservado estampadas nos rótulos não trazem um ar de “superioridade” para o vinho?

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E é óbvio que as vinícolas sabem disso.

Porém, se engana o apreciador que não possui o devido conhecimento sobre o porquê desses termos e qual realmente “vale” na hora da compra de um vinho.

No caso dos vinhos reserva e reservado, o que me motivou mais ainda na escolha desse tema para essa semana foi um encontro com uma colega de treino da academia, onde conversa vai conversa vem, ela me falou que não acha o vinho reservado tão bom assim sendo que esperava que fosse, daí perguntei:

- Certo. Será que você não quis dizer o reserva?

E ela:

-Ué, mas não é tudo igual?

Pois bem. O meu compromisso com você agora é que você saia dessa leitura ao menos sabendo realmente a diferença dos dois para que as próximas compras de vinhos sejam pautadas nessa nova consciência.

Vinho reserva:

Essa definição, de um modo geral, é como se fosse uma “regra” que determina o tempo de envelhecimento do vinho e que muda de acordo com cada país produtor.

Os países mais rigorosos com relação a esse termo são os europeus.

Um exemplo disso está na Espanha, que somente recebe essa classificação se o vinho for envelhecido por três anos, sendo o primeiro ano em barris de carvalho e os dois seguintes na própria garrafa, fiscalizada rigorosamente quanto a isso.

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Outros países europeus seguem basicamente as mesmas regras, tendo as devidas alterações de acordo com as legislações de cada região, mas digamos que por lá, esses vinhos realmente cumprem com essa “superioridade” que esperamos ao ler esse termo.

E quando digo superioridade não quero dizer que é um vinho melhor do que um que não é envelhecido.

Mas sim, que ele teve esse estágio em barrica de carvalho e consequentemente aumentando seus custos de produção, justificando muitas vezes serem um pouco mais caros do que os que não teve esse envelhecimento, por exemplo.

E quanto aos países sul-americanos?

Do lado de cá do oceano Atlântico, países como Chile, Argentina e Brasil não possuem legislação que regulamente a classificação de um vinho reserva.

A aplicação desses termos segue o critério exclusivo de cada produtor.

Desse modo, um vinho tratado como reserva por uma vinícola pode ser completamente diferente de outro na mesma região. 

Vinho reservado:

Agora vem o grande vilão: o termo reservado.

Ele tem uma única serventia, a de confundir a cabeça dos consumidores mais leigos.

O que acontece é que o termo é comumente destinado aos vinhos de entrada das vinícolas, principalmente os chilenos, que são campeões em estampar em seus rótulos, sendo vinhos simples, frutados, sem a complexidade de passar pelo estágio em barril de madeira e o envelhecimento em garrafa.

Eles normalmente são produzidos em grande quantidade sem tantos critérios de qualidade, justamente para serem comercializados em larga escala.

São vinhos ruins?

Depende do nível de conhecimento e paladar de quem degusta. 

Conclusão:

Jamais quero enaltecer um tipo de vinho e menosprezar o outro. O que defendo é explicar de uma maneira mais simplificada os detalhes do mundo dos vinhos que fazem total diferença na hora da escolha.

Apreciar vinhos é uma cultura que nos eleva e nos faz muito bem em todos os aspectos.

Quem detém das informações corretas pode selecionar com mais sabedoria e usufruir melhor de todas as possibilidades que os vinhos nos proporciona.

Eu, por exemplo, não consumo o reservado pois não agrada o meu paladar e não digo por ser um vinho barato, mas sim, porque tenho o conhecimento que posso investir o mesmíssemo valor para degustar um vinho melhor. Isso é uma opinião e escolha pessoal.

Há quem não se importe tanto e consuma e está tudo bem.

Mas o mais bacana de tudo isso é o que sempre digo, ter conhecimento e depois disso bancarmos os resultados de nossas escolhas, compreendendo que não é o mundo dos vinhos que é cheio de frescuras, mas sim, nós que muitas vezes não nos dedicamos a nos aprofundar mais no assunto.

Esses e outros detalhes explico de uma maneira bastante objetiva no meu curso online de vinhos EVFS - Entendendo de Vinhos de uma Forma Simples. E se você quer mudar de vida agora mesmo através do seu aprimoramento em vinhos, me comunique aqui.

Espero de coração que esse conteúdo tenha lhe agregado de alguma forma. Um abração da Bá.

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Sou Bárbara, especialista, educadora e empreendedora na La Vie Vinhos. Uma enófila lúdica que transformou sua vida utilizando o vinho como uma ferramenta de aprimoramento pessoal através da apreciação consciente e estado de presença plena. Espalho isso aos quatro cantos por onde passo.