Você está na página 1de 57

Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4.

ISBN 85-7523-055-7 (online)


Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE
Coordenação, descrição da família e chave de gêneros por Luiza Sumiko Kinoshita

Arbustos ou subarbustos eretos, lianas, mais raramente árvores ou ervas, latescentes (raramente não).
Folhas simples, opostas, alternas ou verticiladas, geralmente sem estípulas; coléteres presentes ou não na
região nodal, pecíolo e base da face adaxial da lâmina foliar; domácias presentes ou não na face abaxial da
lâmina. Inflorescência cimosa, racemosa, umbelada ou raramente flores solitárias. Flores gamopétalas,
actinomorfas ou ligeiramente zigomorfas, 5-meras (raro 4, 6 ou 7 em Aspidosperma); cálice gamossépalo,
com ou sem coléteres na base da face adaxial das lacínias; corola com prefloração sinistrorsa ou dextrorsa,
tubulosa, infundibuliforme, hipocrateriforme, sub-hipocrateriforme ou sub-rotácea, de cores variadas; estames
5, alternos aos lobos da corola, anteras total ou parcialmente férteis, livres, justapostas ou adnatas à cabeça
do estilete; disco nectarífero inteiro, lobado, ou com até 5 nectários livres, na base do ovário ou ao redor do
mesmo, ou ausente; ovário súpero, raro semi-ínfero, apocárpico ou sincárpico, 2-carpelar, óvulos numerosos,
raro 1 por lóculo, placentação marginal ou axilar (parietal em Allamanda). Fruto capsular, folicular ou
drupáceo, raro bacáceo; sementes em geral aladas ou comosas, raramente ariladas.
A família apresenta cerca de 300 gêneros e 2.000 espécies, distribuídos essencialmente nas regiões
tropicais e subtropicais, ocorrendo em diversos tipos de vegetação. Allorge (in Allorge et al. 1980) citou 52
gêneros e 377 espécies para a América do Sul, dos quais 26 gêneros são endêmicos. Está representada no
Brasil por cerca de 41 gêneros e 376 espécies e, no Estado de São Paulo, por 19 gêneros e 74 espécies;
desses, sete gêneros e 26 espécies pertencem à subfamília Rauvolfioideae e 12 gêneros e 48 espécies à
subfamília Apocynoideae. Espécies de Catharanthus, Plumeria, Nerium, Thevetia e Carissa são cultivadas
como plantas ornamentais e não serão tratadas aqui.
Allorge, L., Husson, J.P. & Sastre, C. 1980. Attachement de la tribu des Allamandées aux Echitóidées (Apocynacées).
Adansonia 15(2): 273-276.
Ezcurra, C. 1981. Revisión de las Apocináceas de la Argentina. Darwiniana 23(2-4): 367-474.
Ezcurra, C., Endress, M.E. & Leeuwenberg, A.J.M. 1992. Apocynaceae. In R. Spichiger & L. Ramella (eds.)
Flora del Paraguay. Conservatoire et Jardin Botaniques de la ville de Genève & Missouri Botanical Garden,
vol. 7, 121p.
Koch, I. & Kinoshita, L.S. 1999. As Apocynaceae s. str. da região de Bauru, São Paulo, Brasil. Acta. Bot. Bras.
13(1): 61-86.
Markgraf, F. 1968. Apocináceas. In R. Reitz (ed.) Flora Ilustrada Catarinense, parte I, fasc. Apoc. Itajaí, Herbário
‘Barbosa Rodrigues’, 112p.
Miers, J. 1878. On the Apocynaceae of South America. London, Williams & Norgate, 227p.
Müller, J. 1860. Apocynaceae. In C.F.P. Martius & A.W. Eichler (eds.) Flora brasiliensis. Lipsiae, Frid. Fleischer,
vol. 6, pars 1, p. 1-196.
Simões, A.O. & Kinoshita, L.S. 2002. The Apocynaceae s. str. of the Carrancas Region, Minas Gerais, Brazil.
Darwiniana 40(1-4): 127-169.
Woodson, R.E. 1933. Studies in the Apocynaceae IV. The American genera of Echitoideae. Ann. Missouri Bot.
Gard. 20: 605-790.
Woodson, R.E. 1935. Studies in the Apocynaceae IV. The American genera of Echitoideae. Ann. Missouri Bot.
Gard. 22(2): 153-306.
Woodson, R.E. 1936. Studies in the Apocynaceae IV. The American genera of Echitoideae. Ann. Missouri Bot.
Gard. 23: 169-548.

Chave para os gêneros

1. Corola sinistrorsa; anteras totalmente férteis, livres da cabeça do estilete; sementes sem coma, aladas ou
não (Subfamília Rauvolfioideae).
2. Ovário semi-ínfero .................................................................................................... 6. Himatanthus

35
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

2. Ovário súpero.
3. Cálice com coléteres na base da face adaxial.
4. Ovário sincárpico, 1-locular; fruto capsular ....................................................... 1. Allamanda
4. Ovário apocárpico, 2-locular; fruto folicular ........................................ 18. Tabernaemontana
3. Cálice sem coléteres na base da face adaxial.
5. Lianas; ápice do botão floral globoso, lobos da corola longamente caudados ..........................
..................................................................................................................... 3. Condylocarpon
5. Árvores ou arbustos; ápice do botão floral não globoso, lobos não caudados.
6. Fruto bacáceo ................................................................................................. 5. Hancornia
6. Fruto folicular, capsular ou drupáceo.
7. Fruto capsular .......................................................................................... 1. Allamanda
7. Fruto drupáceo ou folicular.
8. Folhas verticiladas; mericarpos drupáceos livres ou variadamente fundidos ............
............................................................................................................. 14. Rauvolfia
8. Folhas geralmente alternas, raro opostas ou verticiladas; mericarpos foliculares .....
......................................................................................................... 2. Aspidosperma
1. Corola dextrorsa; anteras parcialmente férteis, adnatas à cabeça do estilete; sementes comosas (Subfamília
Apocynoideae).
9. Flores menores que 1cm; corola rotácea ou sub-rotácea ............................................ 4. Forsteronia
9. Flores maiores que 1cm; corola tubulosa.
10. Folhas peltadas ......................................................................................................... 12. Peltastes
10. Folhas não peltadas.
11. Cabeça do estilete com 5 projeções longitudinais, pentagonal em secção transversal.
12. Flores 10-18cm ................................................................................... 7. Macrosiphonia
12. Flores menores que 10cm.
13. Inflorescência cimosa; tubo da corola contraído abaixo da inserção dos estames;
projeções longitudinais restritas à base da cabeça do estilete ........... 10. Mesechites
13. Inflorescência racemosa; tubo da corola não contraído abaixo da inserção dos estames;
projeções longitudinais ao longo de toda a cabeça do estilete ............ 9. Mandevilla
11. Cabeça do estilete sem projeções longitudinais, circular em secção transversal.
14. Cálice sem coléteres na base da face adaxial ...................................... 15. Rhabdadenia
14. Cálice com coléteres na base da face adaxial.
15. Corola com anel carnoso na fauce.
16. Lianas; inflorescência axilar, brácteas verdes; flores com corola amarela; cálice
com coléteres opostos às lacínias ................................................... 13. Prestonia
16. Subarbustos eretos; inflorescência terminal, brácteas vináceas; flores com corola
vinosa; cálice com coléteres alternos às lacínias ....................... 16. Rhodocalyx
15. Corola sem anel carnoso na fauce.
17. Árvores; folhas com domácias na face abaxial; estames parcialmente exsertos ..
......................................................................................................... 8. Malouetia
17. Lianas; domácias ausentes; estames totalmente inclusos.
18. Estípulas presentes; lacínias do cálice desiguais ............... 11. Odontadenia
18. Estípulas ausentes; lacínias do cálice iguais.
19. Flores maiores ou iguais a 2cm; cálice com coléteres opostos na base da face
adaxial; corola infundibuliforme, rósea ou vinácea ........... 19. Temnadenia
19. Flores menores que 2cm; cálice com coléteres alternos na base da face
adaxial; corola hipocrateriforme, branca ........................ 17. Secondatia

36
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

ALLAMANDA

1. ALLAMANDA L.
André Olmos Simões & Luiza Sumiko Kinoshita
Arbustos; ramos eretos ou escandentes; látex branco; caule herbáceo ou sublenhoso; coléteres vários,
presentes na região nodal. Folhas verticiladas, 3-5 por nó; pecíolo canaliculado; nervação broquidódroma.
Inflorescência terminal ou axilar, bostricóide, bracteada. Flores vistosas, actinomorfas a ligeiramente
zigomorfas; cálice profundamente 5-partido, lacínias com ou sem coléteres na base da face adaxial; corola
sinistrorsa, infundibuliforme, amarela ou violácea, tubo superior funiliforme, tubo inferior cilíndrico, fauce
pilosa, com apêndices supra-estaminais; estames inclusos, anteras totalmente férteis, justapostas mas não
adnatas à cabeça do estilete, base sagitada; disco nectarífero inteiro a 5-lobado, ovário súpero, sincárpico,
unilocular, placentação parietal, óvulos muitos, estilete simples, cabeça do estilete fusiforme-capitada,
apêndice apical bífido. Cápsula 2-valvar, globosa ou elíptica compressa, espinescente; sementes obovóide-
compressas, aladas ou não, membranáceas ou espessadas.
Gênero com cerca de 14 espécies nativas do continente americano, sendo que, destas, 12 ocorrem no
Brasil e duas no Estado de São Paulo. Algumas espécies são muito utilizadas como plantas ornamentais,
com emprego também na medicina popular.
Sakane, M. & Shepherd, G.J. 1986. Uma revisão do gênero Allamanda L. (Apocynaceae). Revista Brasil. Bot. 9:
125-149.

Chave para as espécies de Allamanda

1. Flor actinomorfa; corola com tubo inferior 20-40mm; cálice sem coléteres na base da face adaxial; semen-
tes aladas .......................................................................................................................... 1. A. cathartica
1. Flor ligeiramente zigomorfa; corola com tubo inferior 15-17mm; cálice com coléteres na base da face
adaxial; sementes não aladas ............................................................................................... 2. A. schottii

1.1. Allamanda cathartica L., Mant. pl. 2: 214. 1771. 2,5-3×2-3cm, globosa, ligeiramente compressa, espinhos
Prancha 1, fig. A-C. 10-12×1,5mm, glabra; sementes 22-28×15-20mm, elípticas
Allamanda hendersonii Bull. ex Domb., Flor. Mag. a orbiculares, aladas.
(London) 5: tab. 263. 1866. A espécie ocorre em todo o Brasil, sendo muito
Nomes populares: dedal-de-rainha, dedal-de- ornamental e largamente cultivada. B4, C6, D5, D6, D7,
princesa. D8, E7, E8: beira de mata e de rios, em lugares úmidos e
Arbustos, ramos eretos ou escandentes; glabros a ligei- em solos mais secos. Coletada com flores o ano inteiro e
ramente pubescentes. Pecíolo 2-9mm; lâmina subcoriácea, com frutos de setembro a novembro.
6-12,5×1,3-4,2cm, elíptica, ápice acuminado, base Material selecionado: Brotas, XII.1989, S.A. Lieberg
atenuada, margem inteira, face adaxial glabra, verde- 22693 (UEC). Pindamonhangaba, XI.1975, M. Sakane 350
escura, brilhante, face abaxial glabra ou pilosa sobre as (SP). Ribeirão Preto, XII.1989, O. Kotchetkoff & H. Henriques
nervuras, verde-clara. Inflorescência terminal ou axilar, 22340 (UEC). Rio Claro, X.1992, Adriana 9 (HRCB). São José
do Rio Preto, VII.1964, G. Marinis 185 (SP). São Paulo,
3-8-flora; pedúnculo 10-64mm; brácteas 2-7×0,5-3mm,
IV.1993, J.A. Pastore 480 (SPSF). Serra Negra, X.1993, C.
ovadas, glabras. Flores actinomorfas, 4-11cm; pedicelo Aranha s.n. (IAC 28179). Ubatuba, IV.1980, M. Sakane s.n.
4-10mm; lacínias do cálice 8-15×1,5-6mm, lanceoladas, (SP 175952).
glabras, sem coléteres na base da face adaxial; corola Material adicional examinado: Campinas, I.2004, A.O.
amarela, glabra, tubo inferior 20-40×1-3mm, tubo superior Simões 1326 (UEC).
20-62×14-33mm, ligeiramente assimétricos, 13-45× A espécie é bastante variável, especialmente quanto
15-45mm; anteras 4-5×1-2mm; ovário 2-3mm, glabro, ao porte, tipo de caule, tamanho de folhas e flores.
estilete 18-25mm, cabeça do estilete 3-4mm. Cápsula Ilustrações em Müller (1860) e Markgraf (1968).

37
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

Prancha 1. A-C. Allamanda cathartica, A. ramo com flores; B. ovário em corte transversal; C. aspecto externo do ovário com
nectário na base. D-H. Allamanda schottii, D. antera, vista dorsal e ventral; E. cabeça do estilete; F. coléteres do cálice; G. ramo
com flores; H. fruto. I-L. Condylocarpon isthmicum. I. flor; J. ramo com flores; K. botão; L. fruto. (A, Sakane SPF 151246; B-C,
Simões 1326; D-H, Simões 1327; I-K, Cavassan 149*; L, Godoi 383*) (*publicados em Koch & Kinoshita 1999).

38
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

ASPIDOSPERMA

1.2. Allamanda schottii Pohl, Pl. bras. icon. descr. 1: 73, ovário 3mm, glabro, estilete 15-20mm, cabeça do estilete
tab. 58. 1827. 3-4mm. Cápsula 2,5-3,5×2,2-3cm, globosa, espinhos 9-17×
Prancha 1, fig. D-H. 1mm; sementes 23-25×13-15mm, elípticas a orbiculares,
Allamanda neriifolia Hook., Bot. Mag. 77, pl. 4594. não aladas, espessadas.
1851. Ocorre em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
Arbustos 1,5-4m; ramos eretos a suberetos, glabros ou Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. C6, D6, E7,
pubescentes. Pecíolo 2-5mm; lâmina membranácea, 5,1-11× E8, F6, G6: beira de mata e ambientes úmidos. Coletada
1,5-4cm, elíptica, ápice acuminado, base atenuada, com flores e frutos o ano inteiro. Utilizada em orna-
margem inteira, face adaxial glabra, face abaxial pilosa junto mentação.
às nervuras. Inflorescência terminal ou axilar, 4-8-flora; Material selecionado: Campinas, IX.1984, Savina s.n.
pedúnculo 18-25mm; brácteas 5-8×1-3mm, ovadas, (UEC 26610). Cananéia, IX.1994, M. Wongtschowski et al. 13
glabras. Flores ligeiramente zigomorfas, 5-9cm; pedicelo (SP, UEC). Cubatão, I.1992, C.B. Toledo et al. 421 (SP).
5-9mm; lacínias do cálice 7-10×2-3mm, lanceoladas, Peruíbe, X.1988, V.C. Souza 132 (ESA). Ribeirão Preto,
III.1950, A.P. Viegas s.n. (UEC 67024). Ubatuba, 23°20’54,8’’S
pilosas, com coléteres na base da face adaxial; corola amarela
44°55’38,9’’W, XI.1993, K.D. Barreto et al. 1648 (ESA).
ou amarelo-alaranjada, glabra, tubo inferior 15-17× Material adicional examinado: Campinas, I.2004, A.O.
3-4mm, tubo superior 35×20mm, lobos 10-23×10-25mm, Simões 1327 (UEC).
regulares a ligeiramente assimétricos; anteras 3-4×1mm; Ilustrações em Markgraf (1968).

2. ASPIDOSPERMA Mart.
Washington Marcondes-Ferreira
Árvores, arvoretas ou arbustos, látex branco, avermelhado ou incolor; tronco geralmente sulcado
longitudinalmente, às vezes, muito corticoso; ramos geralmente com lenticelas. Folhas eglandulosas,
geralmente alternas, raro opostas ou verticiladas. Inflorescência em cimeira terminal, lateral ou subapical,
raro extra-axilar ou ramiflora. Flores actinomorfas; cálice com 5 lacínias geralmente iguais, raro 6 a 7 ou 4
lacínias fortemente desiguais, sem coléteres na base da face adaxial das lacínias; corola sinistrorsa,
hipocrateriforme, tubo cilíndrico ou levemente cônico, um pouco anguloso, levemente inflado na região das
anteras, com fissuras, lobos eretos ou reflexos na antese; estames inseridos na metade superior do tubo ou
acima, inclusos, anteras totalmente férteis, não concrescidas entre si ou ao estigma; disco nectarífero ausente,
ovário súpero, apocárpico, 2-locular, placentação marginal, com 2 a muitos óvulos bisseriados, cabeça do
estilete fusiforme a globosa. Mericarpos foliculares, lenhosos a coriáceos; sementes aladas, alas concêntricas
até fortemente excêntricas, membranáceas, raramente cartáceas e, então, bem reduzidas.
O gênero apresenta 44 espécies com distribuição neotropical, ocorrendo desde o México (e ilha de
Hispaniola) até a Argentina (exceto Chile), a maioria ocorrendo no Brasil. Está dividido em dois subgêneros,
Coutinia (cálice com 4 lacínias fortemente desiguais) e Aspidosperma (cálice com 5 lacínias geralmente
iguais, raro 6 a 7), este último dividido em nove seções. Ocorre geralmente em matas, mas diversas espécies
são encontradas no cerrado, caatinga, campos de altitude, chaco e restinga. Em São Paulo, foram encontradas
15 espécies, todas pertencendo a quatro seções de Aspidosperma subgen. Aspidosperma.
Marcondes-Ferreira, W. inéd. Aspidosperma Mart. nom. cons. (Apocynaceae): revisão taxonômica. Tese de
Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1988.
Marcondes-Ferreira, W. & Kinoshita, L.S. 1996. Uma nova divisão infragenérica para Aspidosperma Mart.
(Apocynaceae). Revista Brasil. Bot. 19(2): 203-214.
Woodson, R.E., Jr. 1951. Studies in the Apocynaceae VIII. An interim revision of the genus Aspidosperma Mart.
& Zucc. Ann. Missouri Bot. Gard. 38: 119-204.

Chave para as espécies de Aspidosperma

1. Lobos da corola filiformes; látex avermelhado, pelo menos em alguma parte da planta.
2. Ramos corticosos; pecíolo até 2cm; folhas congestas no ápice dos ramos ..................... 6. A. nobile

39
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

2. Ramos não corticosos; pecíolo com 2cm ou mais; folhas não congestas no ápice dos ramos ............
............................................................................................................................... 13. A. spruceanum
1. Lobos da corola ovados a oblongos; látex branco ou incolor.
3. Inflorescências ramifloras .................................................................................... 11. A. ramiflorum
3. Inflorescências axilares, subapicais ou opositifolias.
4. Folhas com nervura submarginal aparente; flores com lobos eretos; folículos alongados, falciformes
ou cilíndricos.
5. Folículos achatados lateralmente, falciformes, ca. 3cm; pecíolo ca. 0,5cm; inflorescência
opositifolia; arvoretas ou arbustos até 5m ............................................................... 3. A. cuspa
5. Folículos mais ou menos cilíndricos, 3-8cm; pecíolo 1-4cm; inflorescência subapical; árvores
6-30m.
6. Folículos ca. 3-4cm; pecíolo ca. 1cm; ovário densamente pubérulo; lobos da corola ca. 1,5mm
.................................................................................................................. 9. A. polyneuron
6. Folículos ca. 8cm; pecíolo 2-4cm; ovário glabro; lobos da corola ca. 7mm ........................
............................................................................................................ 4. A. cylindrocarpon
4. Folhas sem nervura submarginal; flores com lobos da corola reflexos; folículos dolabriformes ou
piriformes.
7. Arbustos a arvoretas; folhas espatuladas ca. 2(-4)cm ......................................... 12. A. riedelii
7. Árvores ou arvoretas; folhas de formas variadas, nunca espatuladas, maiores que 5,5cm.
8. Ramos suberosos.
9. Flores com corola ca. 1,5-2cm ......................................................... 5. A. macrocarpon
9. Flores com corola até 1cm ............................................................... 15. A. tomentosum
8. Ramos não suberosos.
10. Folhas lanceoladas a obovado-lanceoladas; corola com lobos menores que a metade do
tubo.
11. Inflorescência com pilosidade ferrugínea .................................. 8. A. parvifolium
11. Inflorescência com pilosidade branco-argêntea ou amarelada.
12. Inflorescência com pilosidade branco-argêntea; flores com odor de espermacina;
lenticelas nas partes jovens do tronco dispostas em faixas horizontais .............
...................................................................................................... 1. A. australe
12. Inflorescência com pilosidade amarelada; flores com odor adocicado; lenticelas
nas partes jovens do tronco dispostas aleatoriamente .............. 7. A. olivaceum
10. Folhas elípticas a obovadas, romboidais; corola com os lobos maiores que a metade do tubo.
13. Folhas obovadas, romboidais, face abaxial vilosa; corola vilosa externamente ......
........................................................................................................ 2. A. camporum
13. Folhas elípticas a obovadas, face abaxial curto-pubérula; corola com tricomas
esparsos em algumas regiões.
14. Pecíolo 0,5-1cm; lobos da corola maiores que o tubo ............ 10. A. quirandy
14. Pecíolo 1,5-3cm; lobos da corola cerca da metade do tubo .... 14. A. subincanum

2.1. Aspidosperma australe Müll. Arg. in Mart., Fl. bras. 1,5-2,5(-4)cm, estreito-lanceolada até obovado-lanceo-
6(1): 58. 1860. lada, base e ápice agudos, margem inteira lisa ou ondulada,
Prancha 2, fig. G. um pouco revoluta, nervuras imersas até impressas na face
Árvores 5-20m, látex branco; tronco não suberoso, adaxial, proeminentes na abaxial, face adaxial geralmente
acinzentado, com lenticelas dispostas em faixas hori- brilhante, glabra, face abaxial discolor, muitas vezes
zontais; ramos glabros ou com pilosidade brancacenta. punctada, dando a impressão de argêntea. Inflorescência
Folhas não congestas nos ápices dos ramos, subcoriáceas axilar a subapical, pubérula, pilosidade branco-argêntea.
a membranáceas; pecíolo 1-3,5cm; lâmina 5,5-8(-9,5)× Pedicelo 1mm; cálice 1mm, lacínias ovadas, agudas,

40
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

ASPIDOSPERMA

pilosidade branco-argêntea; corola branca, com odor de piriformes, não mucronados, costa evidente, com
espermacina, externamente com pilosidade branco- lenticelas, curto-vilosos, castanho-amarelados; sementes
argêntea, tubo 4mm, lobos 1-2mm, reflexos; estames ca. 6 por folículo, 4×3cm, ovadas, ala quase concêntrica.
inseridos no quarto superior do tubo da corola; ovário Ocorre na Mata Atlântica ou mata de planalto com
densamente piloso. Folículos 6×3cm, dolabriformes, influência da Atlântica, da Bahia até Santa Catarina. D5,
pubérulos, pilosidade branco-argêntea; sementes 8-10 por D6, D7, D8, E5, E6, E7, E8, F6. Coletada com flores de
folículo, 4×2cm, ovaladas, ala concêntrica. julho a dezembro.
Ocorre em matas das regiões Sudeste e Sul. C5, C6, Material selecionado: Anhembi, X.1988, W. Marcondes-
C7, D4, D6, D7, F7. Coletada com flores de outubro a Ferreira et al. 66 (SPFR). Bofete, VIII.1965, Souza s.n. (IAC
novembro e com frutos maduros de agosto a outubro. 19057). Guaratinguetá, X.1993, D.C. Cavalcanti et al. 159
Material examinado: Cássia dos Coqueiros, XI.1994, L.S. (SPSF). Pariquera-Açu, 24º36’30’’S 47º53’06’’W, XII.1995,
Kinoshita & A.L.B. Sartori 94-212 (SP, UEC). Itanhaém (Ilha N.M. Ivanauskas 550 (ESA, UEC). Pedreira, VIII.1997, L.
da Queimada Grande), IV.1996, V.C. Souza et al. 11013 (ESA, Yamamoto & Y. Makino 21 (UEC). Rio Claro, IV.1990, O. Cesar
UEC). Joanópolis, VIII.1994, J.Y. Tamashiro et al. 507 (SP, 811 (HRCB, UEC). São Miguel Arcanjo, X.1970, H.F. Leitão
UEC). Marília, V.1992, G. Durigan 30554 (UEC). Monte Alto, Filho s.n. (IAC 21932, UEC). São Paulo, XII.1950, M.
IX.1986, L.C. Bernacci 273 (SPFR). São João da Boa Vista, Kuhlmann 2607 (SP, holótipo de Aspidosperma nemorale
III.1994, A.B. Martins et al. 31389 (SP, UEC). Sumaré, X.1975, Handro; S, W, isótipos). São Sebastião, VII.1895, A. Loefgren
J. Vasconcellos Neto s.n. (UEC 11931). 3117 (SP).
Material adicional examinado: PARAGUAI, Estrella, s.d., Material adicional examinado: Anhembi, XII.1982, O.
Hassler 10651 (A, C, G, MO, RB, S; holótipo de Aspidosperma Cesar 14715 (UEC). São Paulo, IX.1960, Hodgson 4 (SP).
australe var. estrelense Hassl., visto em fotografia UEC). Ilustrações em Markgraf (1968).
Aspidosperma australe é facilmente confundida
com A. olivaceum Müll. Arg. Separam-se principalmente 2.3. Aspidosperma cuspa (Kunth) S.F. Blake in Pittier,
pela coloração da pilosidade, que é amarelada em Man. Pl. Usual. Venez.: 110. 1926.
A. olivaceum, bem como pela disposição das lenticelas Prancha 2, fig. J-L.
nas partes mais jovens do tronco, as quais são dispostas Arvoretas ou arbustos 5m, látex branco; ramos castanhos,
aleatoriamente em A. olivaceum e em camadas horizon- velutinos a estrigosos quando jovens, lenticelas aleato-
tais em A. australe. Suas flores exalam odor de esperma- riamente dispostas. Folhas não congestas, firmemente
cina, enquanto que em A. olivaceum é adocicado. Tam- membranáceas; pecíolo 0,5cm; lâmina 2,5-13,5×1,5-8cm,
bém pode ser confundida com A. parvifolium A. DC., elíptica, oval ou elíptico-obovada até estreitamente elíptica,
mas, nesta, as folhas são bem menores, a pilosidade é discolor, nervura submarginal aparente. Inflorescência
avermelhada e ocorre principalmente em montanhas altas opositifólia, com aspecto axilar ou extra-axilar conforme
o desenvolvimento da planta, paniculada; pedúnculo
da Serra da Mantiqueira ou Serra do Mar.
seríceo-viloso, 3-4cm. Pedicelo 1mm, seríceo-viloso;
Ilustrações em Markgraf (1968), Ezcurra (1981) e
bractéolas persistentes; cálice 2mm, lacínias ovadas,
Ezcurra et al. (1992).
agudas, com pêlos diminutos brancacentos e, nas extremi-
dades, pêlos mais longos; corola amarelada, glabra exter-
2.2. Aspidosperma camporum Müll. Arg. in Mart., Fl. namente, internamente com pêlos diminutos abaixo da
bras. 6(1): 49. 1860. inserção dos estames, tubo 3mm, com espessamento da
Prancha 2, fig. O-P. parede na fauce, lobos 1mm, carnosos, ovados, obtusos,
Árvores 5-20m, látex branco; ramos não suberosos, cas- eretos na antese; estames inseridos na metade superior do
tanhos, acinzentados quando mais velhos, partes jovens tubo; ovário glabro. Folículo 2-4×1,5cm, oblongo,
vilosas, pilosidade amarelada, com lenticelas. Folhas conges- falciforme, alongado, achatado lateralmente, costa
tas nos ápices dos ramos, subcartáceas; pecíolo 0,5-1,5cm; proeminente, às vezes mucronado, castanho, com
lâmina 7,5-11×2,5-4,5cm, obovada, romboidal, ápice lenticelas diminutas; sementes oblongas, 4 por folículo,
agudo a obtuso, base atenuada, aguda, margem irregu- as basais com ala apical, as apicais com ala basal, as apicais
larmente revoluta, face adaxial glabrescente, nervuras internas às basais.
impressas, face abaxial vilosa, pilosidade amarelada, Ocorre em mata seca, cerrado e caatinga de algumas
nervuras proeminentes. Inflorescência subapical, dicásio ilhas da América Central, Colômbia, Venezuela, Brasil
composto modificado, vilosa, ca. 6cm. Pedicelo 1mm; (regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste) e Paraguai.
cálice 2mm, viloso, lacínias 1mm, agudas; corola branca, B4, B6, C6, D5. Coletada com flores durante o ano todo,
vilosa externamente, tubo 3mm, lobos 2-3mm, reflexos principalmente de maio a setembro.
na antese; estames inseridos no quarto superior do tubo Material selecionado: Bocaina, VII.1993, L.C. Bernacci
da corola; ovário glabro. Folículos 5,5-7×3,5-4,5cm, et al. 35012 (UEC). Nuporanga-São José da Bela Vista,

41
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

VI.1997, W. Marcondes-Ferreira 1444 (SP, UEC). São José do Taquarituba-Itapeva, IX.1994, J.Y. Tamashiro et al. 702
Rio Preto, IV.1996, K.G. Melzi & E.R. Avelino s.n. (UEC 89849). (HRCB, SP, SPF, UEC).
São Simão, XI.1961, J. Mattos 8645 (MO, SP, SPF). Material adicional examinado: BRASIL, s. mun. (Rio
Material adicional examinado: CEARÁ, Lavras-Cariri, Pardo), s.d., Riedel 505 (G, lectótipo).
1859-60, Freire Allemão 968 (MO, P, R, RB). MINAS GERAIS, Esta espécie tem as folhas muito parecidas com as de
Ituiutaba, X.1956, Macedo 4844 (S, SP). PERNAMBUCO, Aspidosperma dispermum Müll. Arg. (que ocorre nos
Afrânio, IV-V.1971, E.P. Heringer et al. 206 (UB). arredores de Diamantina, MG) mas, enquanto que nesta
Esta espécie possui a distribuição mais ampla do gêne- a nervura coletora é marginal, formando uma margem
ro, ocorrendo desde o Haiti e República Dominicana até o espessada, em A. cylindrocarpon ela dista ca. 1-2mm da
Paraguai, sendo a única espécie que ocorre nas Índias Oci- margem. Por outro lado, seus frutos são muito semelhan-
dentais. Ela distingue-se tanto pelo fruto como pelo tipo de tes aos frutos de A. polyneuron Müll. Arg., porém maiores
inflorescência. O fruto difere dos demais do gênero pela for- e, enquanto que nesta espécie o núcleo seminífero é apical,
ma e, principalmente, pela posição das alas das sementes. em A. cylindrocarpon é basal.
Ilustrações em Ezcurra et al. (1992). Ilustrações em Ezcurra et al. (1992) e Koch &
Kinoshita (1999).
2.4. Aspidosperma cylindrocarpon Müll. Arg. in Mart.,
Fl. bras. 6(1): 54. 1860.
2.5. Aspidosperma macrocarpon Mart., Flora 7(1),
Nomes populares: peroba, peroba-poca, perobeira.
Beibl. 4: 136. 1824.
Árvores 6-15(-30)m, látex branco; tronco sulcado
Aspidosperma verbascifolium Müll. Arg. in Mart.,
longitudinalmente; ramos castanho-claros, com lenticelas.
Fl. bras. 6(1): 46. 1860.
Folhas não congestas nos ápices dos ramos, cartáceas;
Árvores ou arvoretas (1-)3-10(-40)m, látex branco; córtex
pecíolo 2-4cm; lâmina (6,5-)7-13(-19)×3,5-5,7(-8)cm,
espesso e rugoso; ramos vilosos até glabros, pouco
elíptica, oval, elíptico-lanceolada ou oblongo-lanceolada,
corticosos até ramos com córtex muito espesso, lenticelas
glabra, face adaxial com nervura principal impressa,
não aparentes. Folhas congestas nos ápices dos ramos
nervuras secundárias e terciárias emersas, inclusive a
corticosos ou ao longo dos ramos, quando não corticosos,
nervura marginal, ca. 1-2mm da margem, face abaxial com
cartáceas, levemente buladas; pecíolo 2-4cm; lâmina
a nervura principal emersa. Inflorescência subapical,
(12-)15-27(-50)×(5,5-)7-14(-22)cm, muito polimórfica,
cimeira composta, laxa, glabra, com raros pêlos, 6cm.
face adaxial vilosa, glabrescente ou glabra, face abaxial
Pedicelo 2mm; cálice 2,5mm, lacínias ovadas, agudas,
vilosa ou com raros pêlos, albo-pontuada. Inflorescência
glabras, com pilosidade esparsa ou ciliadas; corola
subapical, tipo dicásio modificado, densamente vilosa a
amarelada, externamente glabra, internamente com
curto-tomentosa, 2-5cm. Pedicelo 1-2mm, densamente
pilosidade serícea abaixo da inserção dos estames, tubo
viloso a curto-tomentoso; cálice 3-5mm, lacínias ovadas,
3mm, lobos 7mm, oblongos, eretos; estames inseridos na
agudas a obtusas, densamente vilosas a curto-tomentosas;
metade superior do tubo da corola; ovário glabro. Folículos
corola brancacenta, odor desagradável, tubo 5-8mm, lobos
8-10×2,5cm, oblongos, alongados, um pouco cilíndricos,
8-10mm, oblongos a largamente ovados, reflexos na
castanho-escuros, com lenticelas, lenhosos, glabros;
antese, externamente denso-vilosa a curto-tomentosa,
sementes ca. 5cm, oblongas a falciformes, ala completa-
internamente glabra com pilosidade abaixo da inserção
mente excêntrica, basal, ca. 10 pares, as basais com alas
dos estames e um pouco tomentosa na base dos lobos;
menores; ocorre poli-embrionia.
estames inseridos acima da metade do tubo; ovário glabro.
Encontrada em matas do Peru, Brasil (regiões Cen-
Folículo 20×10cm, piriforme, estipitado, levemente
tro-Oeste, Sudeste e Sul), Bolívia e Paraguai. C5, C6, D3,
enrugado, pilosidade tomentosa adpressa; sementes ca. 20
D5, D6, D7, D9, E4, E6, E7. Coletada com flores princi-
por folículo, 8cm diâm., circulares, ala um pouco
palmente de setembro a novembro.
Material selecionado: Assis, IX.1989, C.R. Pazetti s.n.
excêntrica.
(ESA 6139, SPF). Atibaia, s.d., J.C. Novaes s.n. (SP 11172). Ocorre na Floresta Amazônica (Peru, Bolívia e
Bananal (Serra do Caracol), XII.1875, Mosén 4258 (S). Brotas, Brasil) e em cerrados do Brasil (Piauí, Bahia, Mato
IV.1993, L.C. Bernacci et al. 35035 (UEC). Cajuru, X.1989, Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal,
L.M. Souza & W. Marcondes-Ferreira 119 (SPFR). Campinas, Minas Gerais e São Paulo). B6, D3. Coletada com flores
IV.1995, M.T.Z. Toniato 33659 (UEC). Cordeirópolis, XII.1917, de julho a novembro e com frutos de fevereiro a abril.
L. Alongi s.n. (SP 1264). Guariba, IX.1990, E.H.A. Rodrigues Material examinado: Assis, II.1988, H.F. Leitão Filho
80 (SP). Jaboticabal, X.1995, E.H.A. Rodrigues 348 (SP). Moji- et al. 20653 (UEC). Pedregulho-Igaçaba, XI.1994, W. Marcondes-
Mirim, V.1988, S. Romaniuc Neto et al. 1074 (SP, UEC). Ferreira et al. 1051 (SPFR, UEC).
Sorocaba, s.d., Sellow 1650-780 (G, P, W; A, F, MO, fotografia). Ilustrações em Ezcurra et al. (1992).

42
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

ASPIDOSPERMA

Prancha 2. A. Aspidosperma spruceanum, flor. B. Aspidosperma riedelii, ramo com flores. C. Aspidosperma quirandy, ramo
vegetativo. D-E. Aspidosperma parvifolium, D. ramo com flores; E. fruto. F. Aspidosperma ramiflorum, fruto. G. Aspidosperma
australe, flor. H-I. Aspidosperma polyneuron, H. fruto; I. folha. J-L. Aspidosperma cuspa, J. folha; K. fruto; L. inflorescência.
M. Aspidosperma tomentosum, flor. N. Aspidosperma subincanum, flor. O-P. Aspidosperma camporum, O. ramo com flores;
P. flor. (A, Spruce 2265; B, W. Hoehne UEC 32803; C, Marcondes-Ferreira 909; D, Porto 663; E, Machado Nunes 51; F, Reitz
2010; G, Hassler 10651; H, Pagano 266; I, Kuhlmann 1615; J, Freire-Allemão 968; K, Heringer 206; L, Macedo 4844; M, Marcondes-
Ferreira 65; N, Siqueira 355; O, Hodgson 4; P, Cesar 14715).

43
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

2.6. Aspidosperma nobile Müll. Arg. in Mart., Fl. bras. 6×3cm, dolabriformes, castanhos, com lenticelas; sementes
6(1): 44, tab. 13, fig. 1. 1860. 8-10 por folículo, 4×2cm, ovaladas, ala concêntrica.
Árvores ou arvoretas 3-6m, látex avermelhado, pelo Ocorre em matas da região Sudeste do Brasil. C5,
menos em algumas partes da planta; troncos e ramos bem C7, D5, D6, D7, D8, E6, E7, F4, F6. Coletada com flores
corticosos, com pilosidade velutina ferrugínea ou principalmente em outubro e novembro e com frutos de
amarelada, lenticelas não aparentes; ramos espessados até julho a agosto.
o ápice. Folhas mais ou menos congestas nos ápices dos Material selecionado: Águas da Prata, II.1990, D.V. Toledo
ramos, coriáceas, curto-pecioladas; pecíolo 1-2cm; lâmina Filho & S.E.A. Bertoni 26053 (UEC). Boracéia, II.1987, A.
14-15(-27)×5,5(-8)cm, obovada a oblonga, ápice Custodio Filho & A. Gentry 4652 (MO, UEC). Campinas,
arredondado, às vezes levemente retuso, até largamente XI.1985, H.F. Leitão Filho & P.L.C.M. Fonzar 17951 (UEC).
Itararé, IX.1947, J. Alves Cunha s.n. (IAC 9066, SP).
agudo, base aguda decorrente até obtusa ou arredondada,
Jaboticabal, X.1990, E.H.A. Rodrigues 107 (SP). Joanópolis,
margem lisa ou levemente crenada, glabrescente com X.1994, G.F. Arbocz 108 (UEC). Jundiaí, IX.1994, S.L. Jung-
pilosidade pubérula na face adaxial, velutina na abaxial, Mendaçolli et al. 658 (IAC, SP, UEC). São Bento do Sapucaí,
amarelada ou ferrugínea; venação impressa na face X.1990, R.B. Torres et al. 23958 (UEC). São Roque, s.d., E.
superior, formando uma superfície reticulada. Inflores- Cardoso-Leite & A. Oliveira 206 (ESA, HRCB, UEC). Sete
cência subapical, axilar, dicásio modificado, com Barras, XI.1994, R.J. Almeida-Scabbia et al. 858 (HRCB, UEC).
pilosidade velutina amarelada ou ferrugínea; pedúnculo
4-10cm. Pedicelo 1-2mm, velutino; cálice 4mm, lacínias 2.8. Aspidosperma parvifolium A. DC., Prodr. 8: 398.
ovadas, agudas, vilosas; corola brancacenta, glabra 1844.
externamente, com pêlos abaixo da inserção dos estames Prancha 2, fig. D-E.
internamente, tubo 5mm, lobos 4mm, filiformes; estames Árvores 5-10m, látex branco; ramos não suberosos,
inseridos na metade do tubo; ovário glabro. Folículos castanhos, com lenticelas; pilosidade ferrugíneo-velutina
12×7cm, piriformes, estipitados, mucronados, costa pouco nas partes jovens. Folhas não congestas nos ápices dos
evidente, levemente sulcados longitudinalmente, ramos, subcoriáceas a membranáceas; pecíolo 1cm; lâmina
pilosidade curto-vilosa, ferrugínea a amarelada; sementes 5,5×1,5cm, estreito-lanceolada até obovado-lanceolada,
ca. 20 por folículo, 6,5×6cm, quase circulares, ala um ápice agudo ou obtuso, base cuneada, margem inteira lisa
pouco excêntrica. ou ondulada, um pouco revoluta, face adaxial opaca,
Ocorre nos cerrados do Brasil Central. C6. Coletada glabra, face abaxial com pilosidade ferrugíneo-velutina,
com flores principalmente em julho. nervuras imersas até impressas na face adaxial, proemi-
Material examinado: Mococa, s.d., H. Lorenzi s.n. (SPFR nentes na abaxial. Inflorescência axilar a subapical,
86). ferrugínea; pedúnculo 2cm. Pedicelo 1-2mm; cálice 1mm,
Ilustrações em Müller (1860). lacínias ovadas, agudas, pilosidade ferrugínea; corola
ferrugínea, tubo 4mm, lobos 1mm, reflexos; estames
2.7. Aspidosperma olivaceum Müll. Arg. in Mart., Fl. inseridos no quarto superior do tubo da corola; ovário
bras. 6(1): 57. 1860. densamente piloso. Folículos 6×3cm, dolabriformes,
Nomes populares: guatambu, guatambu-mirim. castanhos, com lenticelas; sementes 8-10 por folículo,
Árvores 5-12m, látex branco; tronco jovem com lenticelas 4×2cm, ovaladas, ala concêntrica.
dispostas aleatoriamente; ramos não suberosos, castanhos, Ocorre no Sudeste do Brasil, nas serras do Mar, da
glabros. Folhas não congestas nos ápices dos ramos, Mantiqueira e dos Órgãos. E8. Coletada com flores em maio.
subcoriáceas a membranáceas; pecíolo 1,5-2cm; lâmina Material examinado: Caraguatatuba, V.1945, A.S.
5,5-6,5(-9,5)×2-2,5cm, estreito-lanceolada até obovado- Campanha 8 (SP).
lanceolada, ápice agudo ou obtuso, base cuneada, margem Material adicional examinado: RIO DE JANEIRO, Avelar,
inteira lisa ou ondulada, um pouco revoluta, face adaxial VIII-IX.?, Machado Nunes 51 (RB). Itatiaia, VIII.1918, P.C.
opaca, glabra, face abaxial concolor ou pouco discolor, Porto 663 (RB). SÃO PAULO, Ubatuba, II.1839, Guillemin
glabra, nervuras imersas até impressas na face adaxial e 604 (G-DC, holótipo; G, P, isótipos; fotografia UEC).
proeminentes na abaxial. Inflorescência axilar a subapical, Ilustrações em Müller (1860).
esparso-pubérula, pilosidade amarelada; pedúnculo 2-4cm.
Pedicelo 1-2mm, esparso-pubérulo; cálice 1mm, lacínias 2.9. Aspidosperma polyneuron Müll. Arg. in Mart., Fl.
ovadas, agudas, pilosidade esparsa, amarelada; corola bras. 6(1): 57. 1860.
creme-amarelada ou esverdeada, odor adocicado, tubo Prancha 2, fig. H-I.
4mm, lobos 1mm, reflexos na antese, externamente com Nomes populares: peroba, peroba-rosa.
pilosidade amarelada; estames inseridos no quarto superior Árvores 6-30m, látex branco; tronco com ritidoma
do tubo da corola; ovário densamente piloso. Folículos sulcado, acinzentado; ramos jovens glabrescentes a

44
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

ASPIDOSPERMA

pubérulos, lenticelas aleatoriamente dispostas. Folhas não castanhos, com lenticelas. Folhas congestas nos ápices
congestas nos ápices dos ramos, cartáceas; pecíolo 1cm; dos ramos, cartáceas, subsésseis; pecíolo 0,5-1cm; lâmina
lâmina 5-14×1,5-4cm, obovada a elíptico-oblonga, ápice 6-16×3-8,5cm, ápice agudo, base aguda, decorrente ao
obtuso, emarginado a agudo, base atenuada, face adaxial pecíolo, elíptica a obovada, discolor, face adaxial glabra,
glabra, brilhante, com raríssimos pêlos, face abaxial um verde-oliva, nervuras impressas amareladas, face abaxial
pouco discolor, glabra ou curto-serícea, nervuras curto-pubérula, pilosidade brancacenta, nervuras
secundárias e terciárias proeminentes em ambas as faces, proeminentes. Inflorescência subapical, dicásio composto,
nervuras marginais ca. 1mm da margem, nervuras secun- modificado, vilosa; pedúnculo 5-7cm. Pedicelo 1-2mm;
dárias numerosas, quase paralelas entre si. Inflorescência cálice 2-4mm, lacínias oblongo-agudas, pubérulas; corola
subapical, dicásio composto modificado, pubérula; branca a verde-amarelada, glabra, tricomas esparsos em
pedúnculo 3cm. Pedicelo 1mm, pubérulo; cálice 2mm, algumas regiões, tubo 3mm, lobos 4mm, ovados, agudos,
lacínias largamente ovadas, agudas, vilosas com pêlos bem estreitos, reflexos na antese; estames inseridos no
amarelo-acinzentados; corola branca, glabra externamente, quarto superior do tubo da corola; ovário glabro. Folículo
com alguns pêlos perto dos lobos, tubo 2,5mm, lobos 5×3,5cm, piriforme, castanho, costa bem proeminente,
1,5mm, ovados, eretos; estames inseridos no quarto curto viloso; sementes ca. 6 por folículo, 4×3cm, ovadas,
superior do tubo da corola; ovário densamente pubérulo. ala quase concêntrica.
Folículos 3-4×1cm, oblongos a obovados, mais ou menos Ocorre no Paraguai e Brasil (Mato Grosso do Sul e
cilíndricos, alongados, castanhos, com lenticelas, São Paulo). B4, B5. Coletada com flores em julho (Mato
mucronados; sementes 3cm, ala lateral, basal. Grosso do Sul e Paraguai) e frutos em outubro.
Ocorre em matas da América do Sul, principalmente Material selecionado: Colômbia, VII.1994, W. Marcondes-
da Colômbia e do Brasil (matas de planalto), podendo Ferreira et al. 909 (SP, SPFR, UEC). Paulo de Faria, X.1994,
aparecer até na caatinga. C5, C6, C7, D1, D4, D5, D6, D7, A.L. Maestro & A.M. Silveira 64 (SP, UEC).
D9, E6, E7, F4. Coletada com flores principalmente de
setembro a novembro e com frutos de abril a outubro. 2.11. Aspidosperma ramiflorum Müll. Arg. in Mart., Fl.
Material selecionado: Águas da Prata, VII.1990, D.V. bras. 6(1): 55. 1860.
Toledo Filho & E.S.A. Bertoni 26036 (UEC). Campinas, Prancha 2, fig. F.
VI.1990, L.C. Bernacci 25868 (UEC). Dourado, VI.1993, G. Árvores (8-)10-20(-30)m, látex branco; ramos com
Durigan & J.P. Metzger 35063 (UEC). Indaiatuba, VIII.1946, algumas lenticelas, apresentando, quando mais velhos,
A. Rodrigues s.n. (SPSF 2640). Itararé (Ibiti), I.1948, J.A. Cunha verrugas; gemas pubérulas. Folhas não congestas nos
s.n. (IAC 9067). Jardinópolis, XI.1947, M. Kuhlmann 1615 ápices dos ramos, cartáceas; pecíolo 1-1,5cm; lâmina
(MO, SP). Marília, VI.1992, G. Durigan 30635 (UEC). Matão, (10-)16(-21)×(4,5-)5,5cm, elíptica a levemente obovada,
VII.1961, B. Costa s.n. (SPSF 7571). Moji-Guaçu, VII.1961,
ápice acuminado a agudo, raramente obtuso, base aguda
B. Costa s.n. (SPSF 7566). Queluz, IV.1899, s.col. s.n. (SP
23546). Rio Claro, XII.1980, S.N. Pagano 266 (HRCB). São ou cuneada, margem levemente sinuosa e ondulada, glabra,
Paulo, III.1961, J. Veiga s.n. (SPSF 7662). Teodoro Sampaio, nervuras secundárias e terciárias proeminentes em ambas
VIII.1986, J.B. Baitello 204 (SPSF). as faces. Inflorescência ramiflora, nas axilas de folhas
Material adicional examinado: S.EST., s.mun., 1833, adultas (geralmente daquelas que já abscisaram),
Gaudichaud 386 (P, síntipo de Aspidosperma polyneuron). fasciculada, séssil, ca. 10 flores. Pedicelo 1mm; cálice
S.mun., VI.1853, Beaurepaire s.n. (R, lectótipo de A. peroba 3-4mm, lacínias ovadas, agudas a bem agudas, com
Allemão ex Saldanha). pilosidade viloso-ferrugínea; corola branco-esverdeada a
Dentre as espécies do gênero, esta é a que possui maior amarelada, vilosa a tomentosa, ferrugínea, internamente
valor comercial, conhecida sob o nome de peroba, muito glabra com pilosidade abaixo da inserção dos estames, tubo
usada em construções civis e na confecção de móveis. 7mm, anguloso, dilatado na altura das anteras e constrito
Destaca-se pela sua altura, seu fuste reto e córtex sulcada na fauce, lobos 7mm, oblongos a oval-oblongos, ápice
longitudinalmente. Seus frutos alongados são muito pare- obtuso; estames inseridos logo acima da metade do tubo;
cidos com os frutos de Aspidosperma cylindrocarpon mas ovário glabro, levemente viloso na parte superior. Folículo
estes são bem maiores. 10×7cm, piriforme, quase plano-convexo, lenhoso,
Ilustrações em Ezcurra (1981), Ezcurra et al. (1992) séssil, costa não muito proeminente, mucronado, com
e Koch & Kinoshita (1999). lenticelas; sementes 7cm, ovadas, quase circulares, ala
concêntrica.
2.10. Aspidosperma quirandy Hassl., Feddes Repert. Em matas das regiões Sudeste e Sul do Brasil e na
12: 260. 1913. Bolívia. C6, C7, D5, D6, D7, D9, E8. Coletada com
Prancha 2, fig. C. flores principalmente de julho a outubro e com frutos de
Árvores 5-10m, látex branco; ramos não suberosos, abril a novembro.

45
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

Material selecionado: Águas da Prata, XII.1990, D.V. Em São Paulo ocorre somente a subsp. riedelii.
Toledo & J.E.A. Bertoni 25964 (UEC). Amparo, IV.1943, M. Apesar de sua distribuição ser disjunta, no Paraguai e no
Kuhlmann 558 (SP). Bananal (Serra do Caracol), IV.1874, Estado de São Paulo (Brasil), as plantas são muito
C.W.H. Mosén 1460 (S). Cajuru, IV.1986, J.A. Meira Neto 188 semelhantes, não formando, nessas duas populações, dois
(SPFR). Campinas, IX.1988, H.F. Leitão Filho & L.P.C.
táxons distintos.
Morellato 20753 (UEC). Dourado, VI.1993, G. Durigan & J.P.
Metzger 35062 (UEC). São Sebastião (Ilha Vitória), IV.1965, Ilustrações em Ezcurra et al. (1992).
Gomes 3660 (SP, SPF).
Material adicional examinado: SANTA CATARINA, Braço 2.13. Aspidosperma spruceanum Benth. ex Müll. Arg.
Joaquim Luiz Alves, VII.1954, R. Reitz & Klein 2010 (MO, RB). in Mart., Fl. bras. 6(1): 52. 1860.
Aspidosperma ramiflorum difere das espécies da Prancha 2, fig. A.
seção Aspidosperma por não apresentar as gemas apicais Árvores 5-20m, látex avermelhado; ramos castanho-claros
dormentes protegidas por catafilos e pela sua inflo- a escuros, não corticosos, algo acinzentados, sem lenti-
rescência ramiflora. Nas espécies da seção Pungentia e celas, com pêlos diminutos dando uma aparência farinhenta,
em A. riedelii Müll. Arg. (seção Aspidosperma), que pelo menos em algumas regiões da planta. Folhas não
também apresentam um tipo de inflorescência ramiflora, congestas nos ápices dos ramos, cartáceas a subcoriáceas;
as flores geralmente aparecem em regiões dos ramos onde pecíolo 2-3cm; lâmina (8-)12-16(-21)×(2-)3,5-4,5(-10)cm,
as folhas velhas ainda não abscidaram. lanceolada a oblonga, ápice acuminado, agudo ou
Ilustrações em Koch & Kinoshita (1999). arredondado até obovado, base aguda ou obtusa, margem
inteira, um pouco revoluta, às vezes crenada, discolor ou
2.12. Aspidosperma riedelii Müll. Arg. in Mart., Fl. bras. concolor, face abaxial densamente pubérula, pilosidade
6(1): 56. 1860. brancacenta a levemente ferrugínea, nervuras proemi-
Prancha 2, fig. B. nentes em ambas as faces, às vezes as nervuras secundárias
Arbustos até árvores 2-3(8)m, látex branco, muito impressas, podendo, então, as nervuras terciárias serem
ramificados, com lenticelas. Folhas congestas nos ápices imersas. Inflorescência axilar na região apical dos ramos,
dos ramos, cartáceas; pecíolo 2-3mm; lâmina (1-)2(-4)× dicásio composto modificado, densamente pubérula;
(0,5-)0,7(-1)cm, espatulada a obovada, curto-peciolada, pedúnculo 20cm. Pedicelo 1-3mm; cálice 3mm, densa-
ápice arredondado, base aguda a cuneada, decorrente ao mente pubérulo a densamente viloso, lacínias ovadas,
pecíolo, face adaxial glabra ou com raros pêlos na nervura agudas; corola brancacenta a amarelada, tubo 3-4mm,
central, face abaxial glabra ou com pêlos curtos, esparsos. internamente com pêlos seríceos abaixo da inserção dos
Inflorescência subapical, fasciculada, séssil. Pedicelo estames, lobos 3mm, filiformes, eretos na antese, glabros;
ca. 2-5mm; cálice 3mm, com lacínias geralmente iguais, estames inseridos no quarto superior do tubo; ovário
agudas a oblongas com leve estreitamento na parte glabro. Folículo 15×8cm, piriforme, oliváceo-nigrescente
mediana ou levemente espatuladas, glabras, com esparsos ou ferrugíneo, mucronado, estipitado, com sulcos
pêlos seríceos a curto-seríceos; corola brancacenta, glabra longitudinais evidentes ou não, costa aparente, densa-
ou com pêlos seríceos esparsos, tubo 2,5-3mm, inflado mente viloso; sementes ca. 10 por folículo, 7×8cm, alas
na região dos estames, angulosa, lobos 2-3,5mm, ovados concêntricas.
a estreitamente lanceolados, acuminados, reflexos; estames Ocorre do México até o Brasil, chegando até São
inseridos no quarto superior do tubo; ovário piloso na parte Paulo, em matas. D9. Coletada com flores o ano todo,
superior a glabro. Folículo 3×1,5cm, piriforme, estipitado, principalmente de julho a setembro.
mucronado, costa um pouco excêntrica, com lenticelas; Material examinado: São José do Barreiro, VII.1994, L.
sementes 1,5×1cm, ovadas, ala quase concêntrica. Rossi & E.L.M. Catharino 1602 (SP, UEC).
Distribuição disjunta no Paraguai e em São Paulo; Material adicional examinado: AMAZONAS, São Gabriel
cresce principalmente em terrenos pedregosos, geralmente da Cachoeira, IV.1852, Spruce 2265 (K, holótipo, visto em
fotografia UEC; BR, C, F, G, GH, MO, NY, W, isótipos).
perto de cursos de água. D5, D6, E6, E7. Coletada com
flores de outubro a dezembro.
2.14. Aspidosperma subincanum Mart., Flora 20(2):
Material examinado: Botucatu-São Manuel, XI.1974,
S.A.G. Macoris 7-H (BOTU). Campinas, XI.1938, A.P. Viegas 162. 1837.
et al. s.n. (IAC 2909). Iperó, VIII.1994, J.Y. Tamashiro et al. Prancha 2, fig. N.
452 (HRCB, SP, UEC). São Paulo, X.1944, W. Hoehne s.n. (UEC Árvores 5-12m, látex branco; ramos não suberosos,
32803). castanhos, com lenticelas. Folhas congestas nos ápices
Material adicional examinado: Itu-Sorocaba, s.d., Riedel dos ramos, subcartáceas; pecíolo 1,5-3cm; lâmina 9-15×
s.n. (G, lectótipo; GH, P, W, isolectótipos; G, MO, fotografia). 5,5-8cm, elíptica a obovada, romboidal, ápice agudo a

46
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

CONDYLOCARPON

obtuso, um pouco apiculado, base aguda, discolor, face nos ápices dos ramos, cartáceas, subsésseis; lâmina 19-26×
adaxial glabra, verde-oliva, nervuras impressas, face 9cm, bulada, obovada a espatulada, romboidal, ápice agudo
abaxial curto pubérula, pilosidade brancacenta, nervuras a obtuso, base atenuada, aguda, margem crenada, irregular,
proeminentes. Inflorescência subapical, dicásio composto face adaxial glabrescente, densamente lanosa quando jovem,
modificado, pubérula; pedúnculo 5-7cm. Pedicelo 1mm; nervuras impressas, face abaxial vilosa até densamente
cálice 1mm, lacínias ovadas, agudas, pubérulas; corola lanosa quando jovem, nervuras emersas. Inflorescência
branca a verde-amarelada, glabra, tricomas esparsos em subapical, formada de dicásio composto modificado, vilosa;
algumas regiões, tubo 3mm, lobos 1,5-2mm, ovados, pedúnculo 2,5-7cm. Pedicelo 1mm, viloso; cálice 2mm,
agudos, reflexos; estames inseridos no quarto superior do lacínias ovadas, agudas, tomentosas a lanosas; corola
tubo da corola; ovário glabro. Folículos 5×3,5cm, piri- amarela, externamente tomentosa a glabrescente, inter-
formes, castanhos, com lenticelas, costa bem proeminen- namente glabrescente a tomentosa abaixo da inserção dos
te, curto-vilosos; sementes ca. 6 por folículo, 4×3cm, estames, tubo 4-5mm, lobos 3-4mm, ovados, oblongos ou
ovadas, ala quase concêntrica. bem estreitos, quase lineares, reflexos na antese; estames
Ocorre em matas do Brasil. A4, B4, B6, C5, C6. inseridos no quarto superior do tubo; ovário glabro.
Material selecionado: Araraquara, IX.1888, A. Loefgren Folículos 6×3cm, piriformes, não mucronados, costa
972 (C, SP). Alto Porã-Igarapava, XI.1994, W. Marcondes- evidente, curto-estipitados, geralmente lanosos; sementes
Ferreira et al. 1079 (SP, SPFR). Cajuru, XI.1985, J.A. Meira ca. 6 por folículo, 4×3cm, ovadas, ala quase concêntrica.
Neto 131 (SPFR). Onda Verde, VI.1994, J.Y. Tamashiro et al.
Ocorre em cerrados do Brasil e Paraguai. C5, C6,
T278 (HRCB, UEC). Riolândia, X.1994, A.L. Maestro & A.M.
Silveira 11 (HRCB, SP, UEC). D3, D4, D5, D6, D7, F4. Coletada com flores de agosto
Material adicional examinado: GOIÁS, Pirenópolis, 1975, a outubro e frutos de setembro a outubro.
Siqueira 355 (FCAB). Material selecionado: Águas de Santa Bárbara, X.1990,
Ilustrações em Ezcurra et al. (1992). J.A. Meira Neto et al. 716 (UEC). Agudos, IX.1994, A.P.
Bertoncini & A.R.J. Sena 411 (UNBA). Araraquara, IX.1888,
A. Loefgren 936 (C). Assis, IX.1987, P.R. Domingos s.n. (SPSF
2.15. Aspidosperma tomentosum Mart., Flora 7(1),
11610). Cajuru, IV.1989, L.M. Souza 17 (SPFR). Corumbataí,
Beibl. 4: 135. 1824. IX.1989, L.C. Saraiva 73 (HRCB, UEC). Itararé, X.1993, A.C.
Prancha 2, fig. M. Cervi 4136 (SP). Moji-Guaçu, X.1988, W. Marcondes-Ferreira
Arvoretas 1-6m, látex branco; ramos suberosos, partes et al. 65 (SPFR).
jovens geralmente vilosas, com lenticelas sendo estas Ilustrações em Müller (1860), Ezcurra et al. (1992)
aparentes nos ramos pouco suberosos. Folhas congestas e Koch & Kinoshita (1999).

3. CONDYLOCARPON Desf.
Luiza Sumiko Kinoshita
Lianas lenhosas, látex branco. Folhas opostas ou verticiladas, inteiras, glabras ou pilosas, pecioladas;
coléteres intrapeciolares, geralmente 2 por pecíolo; domácias pilosas na face abaxial, junto à nervura primária;
nervação broquidódroma. Inflorescência tirsiforme, terminal ou axilar com crescimento congesto parecendo
cimeira ou umbela, bracteada. Flores actinomorfas; cálice profundamente 5-partido, lacínias sem coléteres
na base da face adaxial; corola sinistrorsa, hipocrateriforme ou infundibuliforme, branca, amarela ou
alaranjada, ápice do botão floral globoso, lobos longamente caudados; estames inclusos, anteras totalmente
férteis, livres e posicionadas acima da cabeça do estilete, ovadas, base cordada; disco nectarífero ausente,
ovário súpero, apocárpico, 2-locular, placentação marginal, óvulos muitos, cabeça do estilete globosa ou
turbinada, com apêndice apical bífido. Mericarpos indeiscentes 2, mais raramente 1, glabros ou pilosos,
articulados em segmentos, com 1 semente em cada segmento; sementes longas, fusiformes, sulcadas
longitudinalmente, com testa verrucosa, não aladas.
Gênero com sete espécies que ocorrem principalmente no Brasil e Guianas, com apenas uma espécie na
América Central. Em São Paulo apenas Condylocarpon isthmicum está presente.
Fallen, M.E. 1983. A taxonomic revision of Condylocarpon (Apocynaceae). Ann. Missouri Bot. Gard. 70: 149-169.

47
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

3.1. Condylocarpon isthmicum (Vell.) A. DC., Prodr. 8: 1cm, nigrescentes.


381. 1844. Espécie amplamente distribuída no Brasil. C5, C6,
Prancha 1, fig. I-L. D4, D6, D7, D9, E5, E6, E7, E8, E9, F4, F6, G6: matas
Condylocarpon rauwolfiae (A. DC.) Müll. Arg. in pluviais, matas inundadas e campos. Coletada com flores
Mart., Fl. bras. 6(1): 64. 1860. de agosto a fevereiro e com frutos de outubro a maio.
Material selecionado: Atibaia, XI.187, J.A. Meira Neto
Lianas lenhosas; ramos volúveis, glabros a pubescentes. et al. 21358 (UEC). Avaí, X.1993, O. Cavassan & I. Koch 149
Folhas verticiladas, 3 por nó, raramente 2 opostas; pecíolo (UEC). Avaré, I.1996, V.C. Souza et al. 10387 (ESA, UEC).
7-22mm; lâmina membranácea, 5,7-10,6×2,2-4,6cm, Cajuru, X.1989, A. Sciamarelli & J.V.C. Nunes 374 (SPFR,
estreitamente elíptica, elíptica ou elíptico-ovada, ápice UEC). Cananéia (Ilha do Cardoso), XII.1992, S.J. Gomes da
agudo a acuminado, base atenuada, margem inteira, com Silva & E.P. Viacentin 373 (SP). Corumbataí, VI.1993, H.F.
domácias nas axilas das nervuras abaxialmente. Inflo- Leitão Filho et al. 1566 (ESA). Iguape, XI.1990, E.L.M.
Catharino et al. 1523 (UEC). Itararé, XI.1994, V.C. Souza
rescência axilar, tirso denso, multiflora; pedúnculo
et al. 7132 (ESA, SPF, UEC). Moji-Guaçu, VI.1993, J.V. Godoi
(14-)21-54mm; brácteas 0,7-1,6×0,5-1mm, ovadas, glabras. et al. 383 (SP, UEC). Pindorama, IV.1994, V.C. Souza et al.
Flores 3-5mm; pedicelo 2-4mm; lacínias do cálice 0,5-1× 5737 (ESA). Queluz, VI.1995, P.T. Sano et al. 113 (SP, SPF).
0,5-1mm, ovado-triangulares, glabras; corola hipocra- Sorocaba, X.1887, A. Loefgren 260 (SP). Ubatuba, II.1996,
teriforme, branco-creme a alaranjada, tubo 2-3×1-1,5mm, H.F. Leitão Filho et al. 34376. Ubatuba (Picinguaba), XI.1995,
lobos longamente caudados, 2,5-4×1,2-2,5mm, com M.A. Assis 695 (HRCB).
manchas marrom-avermelhadas internamente; anteras Ilustrações em Müller (1860), sob Condylocarpon
0,5-0,7mm; ovário 0,5-0,6mm, glabro, estilete 0,3mm, rauwolfiae e C. rauwolfiae var. acuminata; Markgraf
cabeça do estilete 0,3mm, globosa. Mericarpos articu- (1968), Ezcurra (1981), sob C. rauwolfiae, Ezcurra
lados, 10-30×0,6-1,5cm, pendentes, glabros; sementes et al. (1992) e Koch & Kinoshita (1999).

4. FORSTERONIA G. Mey.
Ingrid Koch & Luiza Sumiko Kinoshita
Lianas, látex geralmente branco; râmulos opostos, lisos, lenticelados. Folhas opostas a verticiladas,
pecioladas, glabras a totalmente pilosas, muitas vezes com domácias nas axilas das nervuras da face abaxial;
coléteres 1 a vários na região nodal e na base da face adaxial da lâmina; nervação broquidódroma.
Inflorescência tirsiforme, terminal ou terminal e axilar, multiflora, bracteada. Flores actinomorfas, menores
que 1cm; cálice profundamente 5-partido, coléteres alternos ou opostos às lacínias; corola dextrorsa, rotácea
ou sub-rotácea, branca, branco-esverdeada ou amarela, raramente vermelha, tubo curto, anel de tricomas
abaixo dos estames, raramente ausente; estames inclusos a exsertos, filetes livres ou coalescidos ao estilete,
anteras parcialmente férteis, adnatas à cabeça do estilete, base cordada a truncada; disco nectarífero
5-lobado, ou 5 nectários livres, ovário súpero, apocárpico, 2-locular, placentação marginal, óvulos muitos,
cabeça do estilete fusiforme, com 5 projeções longitudinais evidentes a inconspícuas e apêndice apical
bífido. Folículos 2, cilíndricos a moniliformes, paralelos a divaricados, lenhosos, lenticelados, raro lisos;
sementes comosas.
O gênero possui 46 espécies de distribuição neotropical. No Estado de São Paulo está representado por
nove espécies, distribuídas nos mais diversos ambientes, desde cerrado até Mata Atlântica.
Hansen, B. inéd. A monographic revision of Forsteronia (Apocynaceae). PhD Thesis, University of South Florida,
Tampa, 1985.

Chave para as espécies de Forsteronia

1. Folhas glabras ou com pilosidade apenas em domácias nas axilas das nervuras.
2. Filetes com espessamento abaixo das anteras ................................................................ 6. F. refracta
2. Filetes sem espessamento abaixo das anteras.
3. Inflorescência cônica, maior ou com tamanho igual ao das folhas subtendidas; lacínias do cálice
arredondadas.

48
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

FORSTERONIA

4. Eixo da inflorescência pubescente; lacínias do cálice 0,6-0,8mm, pubescentes ... 1. F. australis


4. Eixo da inflorescência puberulento a glabro; lacínias do cálice 1-2mm, puberulentas a glabras
ou somente com a margem ciliada ................................................................. 2. F. glabrescens
3. Inflorescência subesférica ou cilíndrica, menor que as folhas subtendidas; lacínias do cálice agudas
............................................................................................................................... 3. F. leptocarpa
1. Folhas pilosas em ambas as faces ou pelo menos na face abaxial, principalmente ao longo das nervuras.
5. Anteras totalmente exsertas; filetes coalescidos ao estilete.
6. Lacínias do cálice ovadas; coléteres opostos às lacínias; folículos subparalelos, submoniliformes
............................................................................................................................... 5. F. pubescens
6. Lacínias do cálice lanceoladas; coléteres alternos às lacínias; folículos divaricados, cilíndricos ..
............................................................................................................................... 8. F. thyrsoidea
5. Anteras parcialmente exsertas; filetes não coalescidos ao estilete.
7. Inflorescência densa, subesférica, menor que as folhas subtendidas ..................... 9. F. velloziana
7. Inflorescência laxa, cônica, maior que as folhas subtendidas.
8. Folhas com nervuras pouco evidentes na face abaxial; anteras 0,6-0,8mm ........... 4. F. pilosa
8. Folhas com nervuras evidentes na face abaxial; anteras 1-1,8mm ............................. 7. F. rufa

4.1. Forsteronia australis Müll. Arg. in Mart., Fl. bras. 4.2. Forsteronia glabrescens Müll. Arg. in Mart., Fl. bras.
6(1): 103. 1860. 6(1): 102. 1878.
Nomes populares: alfeneiro-paulista, cipó-de-leite. Prancha 3, fig. A.
Lianas; ramos puberulentos a glabros, lenticelados. Folhas Nome popular: cipó-de-leite.
opostas; pecíolo 2,8-4mm; lâmina membranácea a Lianas; ramos puberulentos a glabros, lenticelados. Folhas
cartácea, 2,9-7,8×1,6-3,3cm, elíptica a obovada, ápice opostas; pecíolo 2-5mm; lâmina cartácea a subcoriácea,
agudo a acuminado, base aguda, margem inteira, face 2,2-6,2×1,1-3,2cm, elíptica a ovado-elíptica, ápice acumi-
adaxial glabra, face abaxial glabra com domácias glabras nado a cuspidado, base aguda, margem inteira, face adaxial
nas axilas das nervuras. Inflorescência tirso aberto, glabra, face abaxial com domácias pubescentes nas axilas
cônico, terminal, com tamanho igual ao das folhas subten- das nervuras. Inflorescência tirso aberto, cônico, terminal,
didas, eixo pubescente; pedúnculo 8-15mm; brácteas maior ou igual às folhas subtendidas, eixo puberulento;
ca. 1mm, ovadas, agudas, glabras. Flores 4-5mm; pedicelo pedúnculo 0,8-2,2cm; brácteas ca. 1mm, ovadas, glabras.
ca. 1mm; bractéolas 0,6-0,9mm, triangulares; lacínias do Flores ca. 5mm; pedicelo 3-4mm; lacínias do cálice
cálice 0,6-0,8mm, ovadas, ápice arredondado, pubes- 1-2mm, ovadas, arredondadas no ápice, puberulentas a
centes, coléteres opostos na base da face adaxial; corola glabras ou somente a margem ciliada, coléteres opostos
branca a branco-esverdeada, tubo ca. 4mm, piloso interna- na base da face adaxial; corola branco-creme, tubo
mente, lobos 2,5-3,5×0,5-1mm, oblongos; estames com ca. 4mm, piloso internamente, lobos 4-5×1mm, oblongos;
filetes coalescidos ao estilete, anteras exsertas, 1,7-2mm; estames com filetes coalescidos ao estilete, anteras
lobos dos nectários arredondados, ovário ca. 1mm, piloso exsertas, 2-3mm; lobos dos nectários ovados, ovário piloso
no ápice, cabeça do estilete 0,8-1,2mm. Folículos monili- no ápice, 1-1,5mm, cabeça do estilete ca. 1,5mm. Folículos
formes, 30-35×0,1-0,4cm, 1-3cm entre sementes, subpa- 26-30×0,1-0,2cm, moniliformes, 1-4cm entre sementes,
ralelos; sementes 6-12 (Hansen inéd.), 7,5-11×1-2mm. subparalelos, ápices uncinados; sementes 7-13, 6-9×1mm.
Ocorre na costa do Brasil, do Ceará a São Paulo. C5, Ocorre no Brasil, do Mato Grosso do Sul e São
D5, D6, E7: beira de mata. Coletada com flores de junho Paulo em direção ao sul, no Paraguai, Argentina e Bolívia.
a fevereiro e com frutos principalmente em novembro. B3, B4, C1, C5, C6, D3, D4, D5, D6: matas e cerrados.
Material selecionado: Botucatu, XI.1993, A.L.B. Sartori Coletada com flores em outubro e novembro e com frutos
et al. 28948 (UEC). Campinas, VIII.1987, A. Gentry & A. Silva de dezembro a julho.
58706 (UEC). Jaboticabal, X.1995, E.H.A. Rodrigues 346 (SP). Material selecionado: Agudos, XII.1993, I. Koch & J.O.
São Paulo, I.1953, F. Markgraf s.n. (SPSF 4279). Guimarães 171 (UEC). Bauru, VII.1992, I. Koch & A.M. Guedes
Esta espécie é muito semelhante a Forsteronia de Azevedo 28 (UEC). Jaboticabal, X.1990, E.H.A. Rodrigues
glabrescens Müll. Arg., da qual se separa pelo tamanho 103 (SP). Luis Antônio, X.1991, M.R. Mechi & S. Mateus 50
maior de suas folhas, e principalmente, pelo indumento mais (UEC). Magda, XI.1994, L.C. Bernacci et al. 855 (SP).
denso no eixo da inflorescência e nas lacínias do cálice. Paraguaçu Paulista, 22°22,5’S 50°35’W, II.1965, G. Eiten

49
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

et al. 6023 (SP). Presidente Epitácio, XI.1949, J. Vidal III-472 Material selecionado: Cananéia (Ilha do Cardoso),
(R). São Carlos, 22°10’05’’S 47°54’29’’W, IV.1994, V.C. Souza XII.1990, F. Barros & P. Martuscelli 1986 (SP). Pariquera-
et al. 5856 (UEC). São José do Rio Preto-Mirassol, 20°48’36’’S Açu, X.1961, Fromm et al. 276 (R). Santos, XII.1938, L.R.
49°22’50’’W, VII.1996, A.A. Rezende 258 (UEC). Guimarães 19 (SP). Sete Barras, 25°01’113,8’’S 47°54’59,7’’W,
Material adicional examinado: Bauru, VI.1992, I. Koch II.1995, H.F. Leitão Filho et al. 33164 (HRCB). Ubatuba
et al. 44 (UEC). (Picinguaba), 23°21’09’’S 44°51’10,04’’W, II.1996, H.F. Leitão
Forsteronia glabrescens tem sido amplamente Filho et al. 34373 (UEC).
coletada no Estado e na maioria das vezes é facilmente Material adicional examinado: PARANÁ, Morretes,
reconhecível por suas folhas pequenas e subcoriáceas. Em III.1972, G. Hatschbach 30911 (SP).
algumas ocasiões, porém, possui características morfoló- Forsteronia leptocarpa pode ser facilmente confun-
gicas muito semelhantes a F. australis da qual se distingue dida com F. australis e F. glabrescens. Diferencia-se pela
principalmente pelo indumento mais denso na inflores- inflorescência subesférica ou cilíndrica, mais curta que as
cência e nas lacínias do cálice desta última. Hansen (inéd.) folhas subtendidas, pelas lacínias do cálice agudas e pelos
citou que estas espécies são alopátridas, mas verificou-se frutos submoniliformes. Na região de Ubatuba, foram
a ocorrência de simpatria em algumas regiões do Estado. encontrados indivíduos com folhas coriáceas e frutos
Além disso, foram observados indivíduos com caracterís- moniliformes, que merecem ser melhor avaliados.
ticas intermediárias entre estas duas espécies, o que vem Ilustrações em Markgraf (1968).
a sugerir a possibilidade de hibridização. F. glabrescens
também pode ser confundida com F. leptocarpa (Hook. 4.4. Forsteronia pilosa (Vell.) Müll. Arg. in Mart., Fl.
& Arn.) A. DC., que possui distribuição mais restrita ao bras. 6(1): 99. 1860.
litoral do Estado, e da qual se distingue pelas inflores- Prancha 3, fig. D-E.
cências mais laxas e frutos moniliformes. Forsteronia minutiflora Müll. Arg. in Mart., Fl. bras.
Ilustrações em Markgraf (1968), Ezcurra (1981), 6(1): 99. 1860.
Ezcurra et al. (1992) e Koch & Kinoshita (1999). Lianas; ramos pubérulos a lenticelados. Folhas opostas;
pecíolo 3,4-6,1mm; lâmina membranácea a cartácea, 2,7-6,5×
4.3. Forsteronia leptocarpa (Hook. & Arn.) A. DC., 0,9-2cm, lanceolada a ovada, ápice acuminado, base
Prodr. 8: 438. 1844. subcordada, margem inteira, pilosa em ambas as faces,
Prancha 3, fig. B-C. indumento mais concentrado nas nervuras, domácias
Lianas; ramos puberulentos a glabros, esparsamente pilosas nas axilas das nervuras na face abaxial, nervuras
lenticelados. Folhas opostas; pecíolo 4-7mm, piloso nos pouco evidentes na face abaxial. Inflorescência em tirso
ângulos; lâmina cartácea a coriácea, 3,2-9×1,7-4,7cm, laxo, cônico, terminal e axilar, maior que as folhas
oblongo-elíptica a obovada, ápice acuminado, base obtusa subtendidas; pedúnculo indefinido; brácteas ca. 2mm,
a aguda, margem inteira, face adaxial glabra, face abaxial lineares, pilosas. Flores ca. 3mm; pedicelo 1,3-2,6mm;
com domácias pilosas nas axilas das nervuras. Inflores- lacínias do cálice 0,9-1,2mm, lanceoladas, ápice agudo,
cência tirsiforme, terminal, subesférica ou cilíndrica, pubescentes, com coléteres opostos na base da face
menor que as folhas subtendidas; pedúnculo 4-6mm, adaxial; corola creme, tubo 2,5mm, glabro, lobos 1,6-3,5×
piloso; brácteas ca. 1mm, ovadas com ápice agudo, 0,6-1mm, oblongo-elípticos; estames com filetes livres do
puberulentas. Flores 4-5mm; pedicelo ca. 0,9mm; lacínias estilete, anteras parcialmente exsertas, 0,6-0,8mm; lobos dos
do cálice 1,1-1,4mm, ovadas, ápice agudo, pilosas, com nectários arredondados, ovário 0,8mm, densamente
coléteres opostos na base da face adaxial; corola creme a pubescente, cabeça do estilete 0,6-0,8mm. Folículos 19-29×
amarelada, tubo ca. 4mm, densamente piloso inter- 0,1-0,5cm, moniliformes, 1-5,5cm entre sementes,
namente, lobos ca. 3×1mm, oblongo-elípticos; estames com subparalelos; sementes 3-7, 7,5-11×1-2mm.
filetes coalescidos ao estilete, anteras exsertas, 2-2,5mm; Ocorre na Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
lobos dos nectários ovados, ovário 1mm, piloso no ápice, Nova ocorrência para o Estado de São Paulo. D4, D6, D7,
cabeça do estilete ca. 2mm. Folículos 21,5-33,5×0,1-0,6cm, E8: matas. Coletada com flores de dezembro a fevereiro
submoniliformes, subparalelos, 0,5-1,5cm entre as e com frutos de abril a agosto.
sementes; sementes 7-16, 7-9mm. Material selecionado: Amparo, VIII.1943, M. Kuhlmann
Ocorre exclusivamente no Brasil, de Pernambuco ao 946 (SP). Ipeúna, I.1984, A. Furlan 165 (HRCB, UEC). Marília,
Rio Grande do Sul. E7, E9, F3, F6, G6: matas. Coletada I.1993, G. Durigan 30704 (UEC). Ubatuba (Ilha Anchieta),
II.1996, H.F. Leitão Filho et al. 34375 (SP, UEC).
com flores de outubro a fevereiro e com frutos de fevereiro
Material adicional examinado: Ubatuba, I.1991, F.C.P.
a agosto. Garcia et al. 603 (UEC).

50
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

FORSTERONIA

Esta espécie pode ser confundida com Forsteronia 4.6. Forsteronia refracta Müll. Arg. in Mart., Fl. bras.
rufa Müll. Arg., da qual se diferencia pelas nervuras 6(1): 97. 1860.
secundárias pouco evidentes, quase imersas, folhas pouco Prancha 3, fig. J.
discolores, não ferrugíneas na face abaxial, e pelas flores Lianas; ramos glabros, lenticelados. Folhas opostas;
menores. pecíolo 3,7-6,9mm; lâmina cartácea a coriácea, 6,1-13,9×
3,2-5,4cm, elíptica, oblongo-elíptica a oblanceolada, ápice
4.5. Forsteronia pubescens A. DC., Prodr. 8: 436. 1844. agudo a cuspidado, base aguda a levemente obtusa,
Prancha 3, fig. F-I. margem inteira, glabra, face abaxial com domácias pouco
Nomes populares: cipó-de-leite-do-cerrado, cipó-de- pilosas nas axilas das nervuras. Inflorescência tirsiforme,
leite. terminal, laxa, cônica, maior ou igual às folhas subten-
Lianas; ramos pilosos a puberulentos ou glabros, lenti- didas; pedúnculo ca. 4mm; brácteas ca. 1mm, lineares,
celados. Folhas opostas; pecíolo 2,8-5,9mm; lâmina glabras. Flores ca. 4mm; pedicelo ca. 2mm; lacínias do
membranácea a cartácea, 3,3-9,5(-14)×2,2-5,6cm, elíptica cálice 1-2mm, ovadas, margem ciliada, com coléteres
a ovado-elíptica, ápice cuspidado a caudado, base aguda, opostos na base da face adaxial; corola branca a creme-
margem inteira, discolor, pilosa em ambas as faces. esverdeada, tubo 3,5mm, piloso internamente, lobos 2,2-2,8×
Inflorescência tirsiforme, congesta, terminal, maior que 1,5mm, ovados; estames com filetes livres do estilete,
as folhas subtendidas; pedúnculo 0,5-1,6cm; brácteas espessados na região distal, anteras parcialmente exsertas,
ca. 1mm, ovadas a lanceoladas, agudas, pubescentes. ca. 1mm; lobos dos nectários ovóides, ovário 1mm, piloso,
Flores 3,5-5mm; pedicelo 0,7-0,9mm; lacínias do cálice cabeça do estilete ca. 1mm. Folículos 24-35×0,2-0,6cmm,
1,1-1,6mm, ovadas, ápice agudo, pilosas externamente, moniliformes, 1-4cm entre as sementes, subparalelos,
coléteres opostos na base da face adaxial; corola branco- ápices engrossados; sementes 6-10, 13×2,5mm.
creme, tubo ca. 4mm, piloso internamente, lobos 3,2-4,4× Ocorre no Brasil, Paraguai e Argentina sendo que, no
-1,4mm, oblongos; estames com filetes coalescidos ao Brasil, é encontrada desde Goiás até o Rio Grande do Sul.
estilete, anteras exsertas, 2-2,5mm; lobos dos nectários B3, C5, C6, D4, E7, F6: particularmente em áreas de
triangulares, ovário 1mm, pubescente no ápice, cabeça do mata. Coletada com flores de setembro a dezembro e com
estilete 1,4-1,7mm. Folículos (15-)18,5-30,2cm, submoni- frutos de janeiro a abril.
liformes, subparalelos, ápices engrossados, lenticelados; Material selecionado: Araraquara, IX.1898, A. Loefgren
sementes 8-15, 1-1,5×0,2cm. 950 (SP). Bauru, XII.1993, I. Koch & J.O. Guimarães 176
Ocorre no Peru, Bolívia, Brasil, Paraguai e Argentina. (UEC, UNBA). Cajuru, X.1986, L.C. Bernacci 285 (UEC).
No Brasil, nos estados do Ceará, Bahia, Mato Grosso, Iguape, XII.1990, S.J. Gomes da Silva et al. 176 (UEC). Jales,
Minas Gerais e São Paulo. B2, B4, B5, B6, C1, C2, C3, IV.1950, W. Hoehne s.n. (RB 315610, SPSF 17494, UEC 64419).
São Paulo, I.1953, F. Markgraf s.n. (SPSF 4280).
C4, C5, C6, C7, D2, D4, D5, D7, E6: matas e cerrados.
Esta espécie é bastante distinta das demais, principal-
Coletada com flores de setembro a novembro e com frutos
mente pelo espessamento na região distal dos filetes.
de novembro a agosto.
Ilustrações em Miers (1878), Markgraf (1968), Ezcurra
Material selecionado: Anhembi, X.1956, M. Kuhlmann
3968 (SP). Barretos, III.1997, J.A. Pastore et al. 768 (UEC). (1981), Ezcurra et al. (1992) e Koch & Kinoshita (1999).
Bauru, X.1992, I. Koch et al. 66 (UEC, UNBA). Dracena,
IX.1995, L.C. Bernacci et al. 2090 (SP, UEC). Franca, X.1988, 4.7. Forsteronia rufa Müll. Arg. in Mart., Fl. bras. 6(1):
Pedralli & Meyer IGA-203 (MBM). Icem, 20°12’55’’S 100. 1860.
49°17’57’’W, X.1994, A.A. Souza et al. 69 (SP, UEC). Prancha 3, fig. P.
Jaboticabal, X.1995, E.H.A. Rodrigues 344 (SP). Moji-Guaçu, Lianas; ramos pubescentes a glabros, lenticelados. Folhas
III.1993, J.V. Godoi et al. 294 (UEC, SP). Penápolis, IX.1981, opostas; pecíolo 3-8mm; lâmina membranácea a cartácea,
J.R. Pirani 124 (UEC). Pereira Barreto, VIII.1995, M.R. 2,6-11×1,6-5,5cm, elíptica, ovada ou obovada, ápice acu-
Pereira-Noronha et al. 1227 (SP, UEC). Presidente Epitácio,
minado a caudado, base arredondada ou subcordada, raro
XI.1992, I. Cordeiro et al. 1159 (SP). Regente Feijó, IX.1975,
G. Hatschbach & R. Kummrow 37120 (HB, MBM, SP). Ribeirão aguda, margem inteira, face adaxial pubérula, principal-
Preto, V.1996, M.A. Assis 791 (HRCB). Sales, VIII.1995, M.N. mente nas nervuras, face abaxial pubescente, domácias
Grecco et al. 140 (SP, UEC). São José do Rio Pardo, XI.1994, nas axilas das nervuras, nervuras evidentes na face abaxial.
L.S. Kinoshita & A. Sartori 94-19 (SP, UEC). Tietê, VII.1994, Inflorescência em tirso laxo, cônico, terminal e axilar,
L.C. Bernacci et al. 544 (SP, UEC). maior que as folhas subtendidas, pubescente; pedúnculo
Material adicional examinado: Bauru, XI.1992, I. Koch 0,5-2cm; brácteas ca. 1mm, linear-lanceoladas, pubes-
& A.M.G. Azevedo 72 (UEC). centes. Flores 3-4mm; pedicelo 1-5mm; lacínias do cálice,
Ilustrações em Ezcurra (1981), Ezcurra et al. (1992) 0,8-1,5mm, lanceoladas, agudas, com coléteres opostos
e Koch & Kinoshita (1999). na base da face adaxial; corola branco-esverdeada ou

51
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

amarelada, tubo ca. 3mm, glabro, lobos 1-2×0,5-1mm, Existem duas variedades de Forsteronia thyrsoidea
oblongos a lanceolados; estames com filetes livres do que se separam pelo indumento (Woodson 1935). Foram
estilete, anteras parcialmente exsertas, 1-1,8mm; lobos dos encontrados apenas indivíduos da variedade típica no
nectários ovados, ovário 1mm, pubescente no ápice, cabeça Estado de São Paulo, que se caracteriza pela ausência de
do estilete 0,5-0,7mm. Folículos 25-60×0,1-0,5cm, domácias na face abaxial das lâminas, face adaxial glabra
moniliformes, 3-5cm entre as sementes, subparalelos, ou esparsamente pubescente e inflorescência pubescente.
ápices uncinados; sementes 5-9, 8-12×2mm. Esta variedade pode assemelhar-se vegetativamente a
Ocorre da Bahia ao sul de Santa Catarina. B4, D7, F. pubescens, mas diferencia-se da mesma principalmente
F6, E6, E7, G6: matas. Coletada com flores em janeiro e por sua inflorescência estreito-tirsiforme e folículos
fevereiro e com frutos de fevereiro a setembro. divaricados, não moniliformes e mais curtos.
Material selecionado: Amparo, VIII.1943, M. Kuhlmann 973 Ilustrações em Markgraf (1968), Ezcurra (1981),
(SP). Cananéia, II.1995, H.F. Leitão Filho et al. 32728 (ESA, Ezcurra et al. (1992) e Koch & Kinoshita (1999).
HRCB, UEC). Iguape, I.1995, A. Rapini et al. 18 (SP, UEC).
Santos, XI.1949, D.B.J. Pickel s.n. (SPSF 3552). São Miguel 4.9. Forsteronia velloziana (A. DC.) Woodson, Ann.
Arcanjo, II.1995, H.F. Leitão Filho et al. 33161 (UEC).
Missouri Bot. Gard. 21(4): 622. 1934.
Votuporanga, XI.1994, L.C. Bernacci et al. 785 (IAC, SP, UEC).
Material adicional examinado: Iguape, X.1894, A. Prancha 3, fig. L-O.
Loefgren & Edwall in CGG 2688 (SP). Lianas; ramos com pilosidade ferrugínea. Folhas
Há duas subespécies de Forsteronia rufa, distintas opostas; pecíolo 1-4mm; lâmina membranácea, 2,3-5,5×
principalmente pela coloração do indumento que as 1,6-2,4cm, oblonga a obovada, ápice acuminado a
reveste (Hansen inéd.). No Estado de São Paulo, ocorre cuspidado, base obtusa a subcordiforme, margem inteira,
apenas a subespécie típica, que possui indumento de pilosidade presente em ambas as faces, mais densa na
coloração ferrugínea. face abaxial principalmente ao longo das nervuras.
Ilustrações em Müller (1860) e Markgraf (1968). Inflorescência densamente subcorimboso-tirsiforme,
subesférica, terminal, menor que as folhas subtendidas;
4.8. Forsteronia thyrsoidea (Vell.) Müll. Arg. in Mart., pedúnculo 2-5mm; brácteas 1-7mm, lanceoladas,
Fl. bras. 6(1): 105. 1860. foliáceas, pubescentes. Flores ca. 4mm; pedicelo ca. 2mm;
Prancha 3, fig. K. lacínias do cálice ca. 4mm, linear-lanceoladas, pilosas,
Lianas; ramos pubescentes a glabros, lenticelados. Folhas com coléteres alternos ou opostos na base da face adaxial;
opostas; pecíolo 3-6mm; lâmina firmemente membra- corola branco-esverdeada, tubo ca. 3mm, piloso inter-
nácea, 5,2-16,6×2,5-5,5cm, elíptica a ovado-elíptica, ápice namente, lobos 2,5-3×1mm, oblongos, pouco pilosos
acuminado a cuspidado, base aguda a obtusa, margem internamente; estames com filetes livres do estilete, anteras
inteira, pilosidade esparsa na face adaxial e densa na face parcialmente exsertas, 2,5mm; lobos dos nectários
abaxial, principalmente nas nervuras. Inflorescência tirso, triangulares, ovário 1mm, densamente piloso, cabeça do
congesto, cônico, terminal, menor que as folhas subten- estilete ca. 1mm. Folículos 9-11×0,2-0,4cm, divaricados,
didas, densamente pilosa; pedúnculo 1-1,5cm; brácteas lenhosos, lenticelados; sementes 7-9×1,5mm.
lanceoladas, puberulentas a pubescentes, ca. 4mm. Flores Ocorre no Brasil, nos estados de Minas Gerais, Rio
3-5mm; pedicelo ca. 1mm; lacínias do cálice 1,9-3,5mm, de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. C6, D3,
lanceoladas, pubescentes externamente, com coléteres D4, D5, D6, E4, E6, E7, F4: cerrados preferencialmente
alternos na base da face adaxial; corola amarelo- abertos e bordas de matas. Coletada com flores de outubro
esverdeada, tubo ca. 4mm, internamente piloso, lobos a dezembro e com frutos em agosto.
Material selecionado: Bauru, VIII.1993, I. Koch et al. 131
2-3×1-2mm, oblongos; estames com filetes coalescidos
(UEC). Botucatu, X.1985, A. Amaral Jr. & L.R.H. Bicudo 29
ao estilete, anteras exsertas, ca. 2mm; lobos dos nectários (BOTU, SP). Campo Limpo Paulista, X.1977, S.L. Jung 173
triangulares, ovário 1mm, piloso, cabeça do estilete (SP). Cássia dos Coqueiros, XI.1994, L.S. Kinoshita & M.T.G.
1,1-1,4mm. Folículos 14-14,5×0,2-0,3cm, cilíndricos, Guarantini 94-219 (SP, UEC). Itararé, X.1965, J. Mattos & C.
lenticelados, divaricados; sementes 1,2-1,5×0,2cm. Moura 14961 (SP). Itirapina, II.1993, F. Barros 2587 (SP).
Ocorre no Sudeste do Brasil e no Paraguai. B5, D4, Paraguaçu Paulista, II.1965, G. Eiten et al. 6020 (SP).
D6, E6, F7: matas. Coletada com flores em outubro e Sorocaba, X.1887, A. Loefgren 252 (R). Taquarituba, IX.1994,
novembro e com frutos a partir de abril. J.Y. Tamashiro et al. 714 (HRCB, SP, UEC).
Material selecionado: Bauru, XI.1992, I. Koch & A.M. Material adicional examinado: Bauru, X.1990, I. Koch &
Guedes de Azevedo 77 (UEC). Barretos, XI.1917, A. Frazão A.M.G. Azevedo s.n. (UEC 052824).
s.n. (RB 86781). Campinas, XI.1938, Octacílio s.n. (SP 40607). Essa espécie é facilmente reconhecida por sua inflo-
Itanhaém (Ilha Queimada Grande), XI.1920, A. Gehrt s.n. (SP rescência glomerular, frutos divaricados e pequenos.
4555). Tietê, IV.1995, L.C. Bernacci et al. 1593 (IAC, SP, UEC). Ilustrações em Koch & Kinoshita (1999).

52
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

FORSTERONIA

Prancha 3. A. Forsteronia glabrescens, ramo com flores. B-C. Forsteronia leptocarpa, B. ramo com flores; C. detalhe das
domácias na face abaxial das folhas. D-E. Forsteronia pilosa, D. ramo com flores; E. flor aberta. F-I. Forsteronia pubescens,
F. ramo com flores; G. flor; H. fruto; I. detalhe dos coléteres na base da sépala. J. Forsteronia refracta, flor aberta mostrando os
apêndices nos filetes. K. Forsteronia thyrsoidea, flor. L-O. Forsteronia velloziana, L. fruto; M. flor; N. sépala com coléteres na
base; O. ramo com flores. P. Forsteronia rufa, fruto. (A, Koch 44*; B-C, Hatschbach 30911; D-E, Garcia 603; F-I, Koch 72*;
J, Bernacci 285; K, Gehrt SP 4555*; L, Koch 131*; M-O, Koch UEC 052824*; P, Loefgren CGG 2688) (publicados em Koch &
Kinoshita 1999).

53
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

5. HANCORNIA Gomes
Luiza Sumiko Kinoshita & André Olmos Simões
Árvores ou arvoretas, látex branco; caule rugoso, cinzento a avermelhado. Folhas opostas, geralmente
decíduas; pecíolo canaliculado; coléteres interpeciolares, geralmente 2 em cada lado do pecíolo; nervação
craspedódroma, com numerosas nervuras secundárias paralelas entre si e perpendiculares à nervura primária.
Inflorescência cimosa, pauciflora, bracteada; pedúnculo curto ou ausente. Flores actinomorfas, brancas;
cálice profundamente 5-partido, lacínias sem coléteres na base da face adaxial; corola sinistrorsa,
hipocrateriforme, lobos oblíquo-lineares; estames inclusos, anteras totalmente férteis, posicionadas acima
da cabeça do estilete, oblongo-lanceoladas, base cordada; disco nectarífero ausente, ovário súpero, sincárpico,
2-locular, placentação axilar, óvulos muitos, cabeça do estilete fusiforme, com apêndice apical bífido. Baga
arredondada ou oval; sementes achatadas ou ovadas, orbiculares a ovaladas.
Gênero monotípico de distribuição neotropical, ocorrendo no Brasil e Paraguai.
Monachino, 1945. A revision of Hancornia (Apocynaceae). Lilloa 11: 19-48.

5.1. Hancornia speciosa Gomes, Observ. Bot.-Med. 3-4mm.


Nonnullis Bras. Pl. 2: 1, pl. 1. 1803. Espécie amplamente distribuída no Brasil, ocorrendo
Prancha 4, fig. A-D. desde o sudoeste do Amazonas até o Paraná. B6, C6, D3,
Nomes populares: mangaba, mangabeira, manguinha- D4, D5, D6, D7: cerrado, campo. Coletada com flores de
do-cerrado. outubro a dezembro e com frutos de setembro a março. O
Árvores 3-5m. Pecíolo 3-6,5mm, canaliculado; lâmina fir- fruto, conhecido popularmente como mangaba, é comestível
memente membranácea a subcoriácea, 4,7-10×2-4,5mm, e de aroma agradável, sendo muito apreciado pelas popu-
elíptica ou oblongo-elíptica, ápice cuspidado, base aguda, lações locais. O látex também é aproveitado.
margem inteira. Inflorescência terminal, 3-9-flora; Material selecionado: Altinópolis, XI.1994, L.S. Kinoshita
pedúnculo 3-10mm; brácteas 1,6-3×0,5-1mm, ovadas, & L.B. Santos 94-221 (ESA). Assis, XI.1992, G. Durigan 30623
glabras. Flores 27-50mm, fragrantes; pedicelo 6-15mm; (SPSF, UEC). Bauru, XI.1994, O. Cavassan 31777 (UEC).
lacínias do cálice 2-3×1-1,5mm, ovadas, ápice agudo; Botucatu, XI.1986, L.R.H. Bicudo & C.J. Campos 1653 (UEC).
Itirapina, X.1992, R.R. Rodrigues s.n. (ESA 10833, UEC
corola branca, tubo 18-35×2-3mm, lobos 8-20×3-6,5mm, pu-
82719). Moji-Guaçu, XI.1977, H.C. Moraes 6491 (UEC).
bescentes internamente; anteras 2-3mm; ovário 1,5-2mm, Pedregulho (Estreito), XI.1997, W. Marcondes Ferreira et al.
ovóide, glabro, estilete 2-2,5mm, cabeça do estilete 1486 (SP, UEC).
3-4mm. Baga 4,5-5cm, amarelada com manchas ou estrias Ilustrações em Müller (1860), Miers (1878), Ezcurra
avermelhadas, glabra a pubescente; sementes 1-6, 9-11× et al. (1992) e Koch & Kinoshita (1999).

6. HIMATANTHUS Willd. ex Schult.


Luiza Sumiko Kinoshita

Árvores, arbustos ou arvoretas, látex branco. Folhas alternas, pecioladas a subsésseis. Inflorescência
terminal, articulada, tipo cincino dicotômico com eixo reduzido; brácteas largas, petalóides ou subfoliáceas,
envolvendo duas flores (“geminadas”) e um botão, com vários coléteres na base da face adaxial. Flores
actinomorfas, brancas com a fauce amarela, vistosas; cálice com 1-5 lacínias desiguais, sem coléteres na
base da face adaxial; corola sinistrorsa, hipocrateriforme, tubo provido de apêndices supra-estaminais
internamente, lobos franjados; estames 5, inclusos, anteras totalmente férteis, livres da cabeça do estilete,
base cordada; disco nectarífero ausente, ovário semi-ínfero, apocárpico, 2-locular, placentação marginal,
óvulos muitos, estilete simples, cabeça do estilete fusiforme a fusiforme-capitada, com apêndice apical
bífido. Folículos 2, apocárpicos, fusiformes; sementes aladas, orbiculares.
Gênero neotropical com 13 espécies, sendo todas encontradas no Brasil. É muito semelhante a Plumeria,
da qual difere pelas brácteas foliáceas vistosas neste último. Estudos mais detalhados deverão ser realizados
para a elucidação da circunscrição real dos dois gêneros.
Plumel, M.M. 1991. Le genre Himatanthus (Apocynaceae). Révision taxonomique. Bradea 5: 1-118.

54
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

MACROSIPHONIA

6.1. Himatanthus obovatus (Müll. Arg.) Woodson, Ann. cabeça do estilete 1mm. Folículos 10×0,7-1cm, opostos,
Missouri Bot. Gard. 25(1): 201. 1938 lenhosos, castanho-escuros; sementes 1,5×0,8cm, aladas.
Prancha 4, fig. E-I. Brasil Central, ocorrendo ao sul até o Estado de São
Arbustos ou arvoretas, 1,5-6m; ramos suberosos. Folhas con- Paulo e ao norte até o Pará. B6, C6, D4, D6, D7, E7:
gestas no ápice dos ramos, sésseis ou subsésseis; pecíolo cerrado. Coletada com flores de setembro a abril e com
2,5-10mm; lâmina coriácea, 13,5-22,8×6,7-13,5cm, obo- frutos de maio a julho.
vada, ápice retuso, arredondado ou agudo, base atenuada, Material selecionado: Altinópolis, I.1996, W. Marcondes
margem inteira, concolor, nervação broquidódroma. Ferreira & R. Belinelo 1276 (UEC). Bauru, II.1994, I. Koch
Inflorescência terminal, multiflora; pedúnculo 13-45mm; 177 (UEC). Itirapina, III.1985, O. Cesar 409 (HRCB). Moji-
brácteas 14-20×6-10mm, ovadas, esverdeadas, glabras. Guaçu, XI.1988, W. Mantovani 694 (UEC). Pedregulho
(Estreito), XI.1997, W. Marcondes Ferreira et al. 1525 (UEC).
Flores 25-55mm, fragrantes; pedicelo 3,5-15mm; lacínias
São Paulo, III.1948, D.B.J. Pickel 3202 (SPSF).
do cálice 2-8×0,8-2mm, ovadas; corola branca, tubo 10-18× Material adicional selecionado: Bauru, V.1993, I. Koch &
2-2,5mm, lobos 17-30×5-10mm, oblongo-espatulados; an- A.M.G. Azevedo 113 (UEC).
teras 2mm, ápice agudo a cordiforme, base truncada a ligeira- Ilustrações em Plumel (1991) e Koch & Kinoshita
mente cordada; ovário 1mm, ovóide, glabro, estilete 1,5mm, (1999).

7. MACROSIPHONIA Müll. Arg.


André Olmos Simões & Luiza Sumiko Kinoshita
Subarbustos eretos, látex branco; xilopódio e túbera desenvolvidos; ramos eretos ou ascendentes,
glabros a albo-lanosos. Folhas opostas ou verticiladas, albo-lanosas ao menos na face abaxial; coléteres na
região nodal, interpeciolares, e na base da face adaxial da lâmina, nervação broquidódroma. Inflorescência
racemosa, terminal, subterminal ou axilar, 2-6-flora ou flores solitárias; pedúnculo longo. Flores actinomorfas,
brancas com a fauce amarela, vistosas; pedicelo ausente; bracteadas; cálice profundamente 5-partido, lacínias
lanceoladas, com vários coléteres contínuos na base da face adaxial; corola dextrorsa, hipocrateriforme, pilosa
externamente, glabra internamente, tubo inferior cilíndrico, maior que 5cm, tubo superior mais curto, cilíndrico
a campanulado, lobos 5, bordos crispados; estames inclusos, anteras parcialmente férteis, adnatas à cabeça do
estilete, base truncada ou obtusa; disco nectarífero 5-lobado, ovário súpero, apocárpico, glabro ou piloso, 2-
locular, placentação marginal, óvulos muitos, cabeça do estilete umbraculiforme, com 5 projeções longitudinais
em toda sua extensão, apêndice apical bífido. Folículos 2, cilíndricos a torulosos; sementes comosas.
Gênero com sete espécies distribuídas nos cerrados e campos da América do Sul, constituindo um dos
dois subgêneros propostos por Woodson (1933), Macrosiphonia. O outro subgênero, Telosiphonia, é
encontrado nos desertos do México e sudoeste dos Estados Unidos, e foi posteriormente elevado por
Henrickson (1996) à categoria genérica. As espécies de Macrosiphonia são facilmente reconhecidas pelas
flores brancas com fauce amarela e tubo inferior alongado. Ocorrem no Centro-Sul do Brasil, em formações
de campo e cerrado. Utilizadas na medicina popular.
Barban, J.R. inéd. Revisão taxonômica do gênero Macrosiphonia Müll. Arg. (Apocynaceae). Dissertação de
Mestrado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1985.
Henrickson, J. 1996. Studies in Macrosiphonia (Apocynaceae): Generic recognition of Telosiphonia. Aliso 14(3):
179-195.

Chave para as espécies de Macrosiphonia

1. Folhas verticiladas ............................................................................................................. 2. M. pinifolia


1. Folhas opostas.
2. Folhas concolores, ambas as faces densamente albo-lanosas ........................................ 3. M. velame
2. Folhas discolores, face abaxial albo-lanosa.
3. Ramos amarelo-hirsutos; ovário piloso ................................................................. 4. M. virescens
3. Ramos albo-lanosos; ovário glabro ....................................................................... 1. M. longiflora

55
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

Prancha 4. A-D. Hancornia speciosa, A. ramo com flores; B. cabeça do estilete; C. corte transversal do ovário; D. fruto.
E-I. Himatanthus obovatus, E. ramo com flores; F. detalhe de inflorescência; G. fruto; H. flor; I. aspecto interno da flor, com parte
da corola retirada. (A-D, Marcondes Ferreira 1486*; E-F, H, Koch 177*; G, Koch 113*) (*publicados em Koch & Kinoshita 1999).

56
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

MACROSIPHONIA

7.1. Macrosiphonia longiflora (Desf.) Müll. Arg. in truncada, margem inteira, face adaxial mais escura,
Mart., Fl. bras. 6(1): 140. 1860. hirsuta, face abaxial albo-lanosa, tricomas hirsutos junto
Nomes populares: flor-de-babado, flor-de-babeiro. a nervura central. Inflorescência terminal, reduzida a
Subarbustos 30-60cm; ramos eretos, albo-lanosos. Folhas 1 flor; pedúnculo 6,5-10cm; brácteas 5-10×1-2mm, lineares,
opostas; pecíolo 2-4mm; lâmina firmemente membranácea pilosas. Flores 13,5-14cm; lacínias do cálice 17-24×
a cartácea, 2,5-5,5×0,7-2cm, oblongo-lanceolada, elíptica 1-2mm, albo-lanosas, glabras; corola branco-esverdeada,
ou obovada, ápice acuminado, base obtusa, margem lisa a tubo inferior 9-11,5×0,2-0,5cm, tubo superior 2,5-3×
ligeiramente revoluta, discolor, face adaxial mais escura, 1-1,5cm, lobos brancos, 2,7-3×1,5-2,3cm; anteras 10-15×
coberta por tricomas longos, esparsos, face abaxial densa- 3-5mm; ovário 1-2mm, glabro, estilete 10-11cm, cabeça
mente albo-lanosa. Inflorescência terminal ou axilar, do estilete 5mm. Folículos 24-29×0,4-0,5cm, torulosos,
2-4-flora ou flores solitárias; pedúnculo 8-22cm; brácteas tomentosos ou glabros; sementes não vistas.
5-11×1-2,5mm, lineares, pilosas. Flores 12,5-18cm; Ocorre nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul,
lacínias do cálice 10-27×1-3mm, pilosas; corola branco- Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
esverdeada, tubo inferior 8,5-15×0,2-0,4cm, tubo superior C6, D5, D7, E5, E7: cerrado, campo limpo e solos
1,5-3,2×1-2,2cm, campanulado, lobos 2-2,5×1,3-1,5cm, pedregosos e arenosos. Coletada com flores de agosto a
brancos; anteras 10×3-5mm; ovário 1mm, glabro, estilete janeiro e com frutos de novembro a julho.
11-15cm, cabeça do estilete 5-7mm. Folículos 18,5× Material selecionado: Botucatu, VIII.1972, A. Amaral Jr.
0,5cm, torulosos, tomentosos ou glabros; sementes 1019 (BOTU). Moji-Guaçu, IV.1981, M. Sugiyama & W.
9-10mm, oblongas. Mantovani 209 (SP). Paranapanema, XII.1899, A. Loefgren
Ampla distribuição na América do Sul. B6, C6, D5, s.n. (SP 11213). Pirassununga, X.1963, A.B. Joly & N.L.
Menezes s.n. (SPF 16548). São Paulo, XII.1947, J.D. Dedove
D6, D7, E4, E5, E6, E7, E8, F4: cerrado, campos limpos
s.n. (SPF 16547).
e campos de altitude. Coletada com flores de setembro até Material adicional examinado: São Paulo, I.1934, F.C.
abril e com frutos de dezembro até agosto. É utilizada na Hoehne s.n. (SP 31382).
medicina popular como calmante, anti-sifilítica, depu- Ilustrações em Ezcurra et al. (1992), sob
rativa do sangue e purgativa. Macrosiphonia petraea var. pinifolia.
Material selecionado: Botucatu, XI.1986, L.R.H. Bicudo
et al. 1663 (SP). Cajuru, X.1989, A. Sciamarelli & J.V.C. Nunes 7.3. Macrosiphonia velame (A. St.-Hil.) Müll. Arg. in
329 (SPF). Campinas, XII.1938, J. Santoro 3198 (SP).
Mart., Fl. bras. 6(1): 138. 1860.
Cerqueira César, XI.1993, A.L.B. Sartori et al. 28971 (UEC).
Itapeva, 24°04’25’’S 49°03’09’’W, XI.1994, V.C. Souza et al. Prancha 5, fig. L.
7094 (ESA). Itararé, XI.1994, V.C. Souza et al. 7413 (ESA). Nomes populares: losna-do-campo, velame, velame-
Itu, I.1962, A.S. Grotta 280 (SPF). Moji-Guaçu, I.1980, W. branco.
Mantovani 351 (SP). Pedregulho, XI.1994, W. Marcondes Subarbustos 20-50cm; ramos eretos, albo-lanosos. Folhas
Ferreira et al. 966 (UEC). São José dos Campos, X.1961, I. opostas; pecíolo 2-4mm; lâmina cartácea, 4,5-6,5×2-3cm,
Mimura 48 (SP). São Paulo, XI.1947, A.B. Joly s.n. (SPF 16545, elíptica ou oblanceolada, ápice acuminado, base truncada,
UEC 87384). margem lisa, concolor, densamente albo-lanosa. Inflores-
Material adicional examinado: Casa Branca, IX.1945, M. cência terminal, 2-6-flora; pedúnculo 7-13cm; brácteas
Rachid s.n. (SPF 85371).
7-12×1mm, lineares, pilosas. Flores 10-13cm; lacínias do
Ilustrações em Müller (1860), Markgraf (1968) e
cálice 15-20×1-2mm, albo-lanosas, glabras; corola branco-
Ezcurra et al. (1992).
esverdeada, tubo inferior 6,5-9,5×0,3-0,5cm, tubo superior
2,8-3×1,2-1,4cm, lobos brancos, 2-3×1,3-1,8cm; anteras
7.2. Macrosiphonia pinifolia (A. St.-Hil.) Malme, Bull. 1,2-1,5×0,3-0,4cm; ovário 2mm, glabro, estilete 8-11cm,
Herb. Boissier, sér. 2, 4: 257. 1904. cabeça do estilete 6-7mm. Folículos 18-23×0,5-1cm,
Prancha 5, fig. K. torulosos, tomentosos a glabros; sementes 8-10mm,
Macrosiphonia petraea var. pinifolia (Müll. Arg.) oblongas.
Woodson, Ann. Missouri Bot. Gard. 20: 787. Ocorre em Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São
1933. Paulo e Rio Grande do Sul. B6, D7, D8, E6, E7: cerrado
Macrosiphonia petraea var. minor (Hook.) Woodson, aberto, seco, ocasionalmente em campo ou florestas de
Ann. Missouri Bot. Gard. 23: 548. 1936. galeria. Coletada com flores de setembro até maio e com
Nome popular: velame-miúdo. frutos de março até agosto.
Subarbustos 10-25cm; ramos eretos, hirsutos ou glabros. Material selecionado: Caieiras, III.1947, W. Hoehne s.n.
Folhas verticiladas, 3-4 por nó; pecíolo 1-2mm; lâmina (SPF 13747). Campos do Jordão, III.1964, J.C. Gomes Jr. s.n.
cartácea, 9-24×1-3mm, lanceolada, ápice acuminado, base (SP 102457). Itu, I.1987, S.M. Silva & W.S. Souza 25341 (UEC).

57
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

Moji-Guaçu, III.1981, C.M. Oliveira & W. Mantovani 76 (SP). 10-15×3-5mm; ovário 1-2mm, piloso, estilete 7-9cm, cabeça
Pedregulho, III.1994, W. Marcondes Ferreira et al. 801 (SP). do estilete 4-5mm. Folículos 18-24×0,5-1cm, torulosos,
Material adicional examinado: MINAS GERAIS, tomentosos ou glabros; sementes 8-9mm, oblongas.
Carrancas, A.O. Simões et al. 533 (UEC).
A espécie ocorre em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso
Ilustrações em Müller (1860).
do Sul, Minas Gerais e São Paulo, estendendo-se para o sul
7.4. Macrosiphonia virescens (A. St.-Hil.) Müll. Arg. in até o Paraná. Ocorre também na Argentina e Paraguai. C6,
Mart., Fl. bras. 6(1): 139. 1860. C7, D5, D6, D7, E5, F4, F5: cerrado. Coletada com flores de
Prancha 5, fig. G-J. agosto a dezembro e com frutos de setembro a junho.
Nome popular: flor-de-babado. Material selecionado: Agudos, IX.1993, I. Koch & A.
Pozzeti 148 (UEC). Capão Bonito, X.1966, J. Mattos 13961
Subarbustos 40-50cm; ramos eretos, amarelo-hirsutos.
(SP). Itapetininga, XI.1961, J. Mattos 9568 (SP). Itararé,
Folhas opostas; pecíolo 2-4mm; lâmina cartácea, 3,8-6,5× XI.1994, V.C. Souza et al. 4647 (ESA). Itirapina, IX.1984, O.
1,1-2,4cm, oblongo-elíptica ou oblanceolada, ápice Cesar et al. 224 (HRCB, UEC). Moji-Guaçu, XII.1980, W.
acuminado, base truncada, margem inteira a levemente Mantovani 1485 (SP). Pirassununga, 22°02’S 47°30’W,
revoluta, discolor, face adaxial mais escura com tricomas XI.1994, S. Aragaki & M. Batalha 166 (SPF). São João da Boa
longos, hirsutos, face abaxial densamente albo-lanosa. Vista, XII.1920, G. Gehrt s.n. (SP 4652).
Inflorescência terminal, 2-flora ou flores solitárias; É muito próxima a Macrosiphonia longiflora,
pedúnculo 8,5-13cm; brácteas 5-10×1mm, lineares, pilosas. diferindo desta basicamente pelo indumento no caule e
Flores 10-11cm; lacínias do cálice 9-12×1-2mm, pilosas; pelo ovário piloso.
corola branco-esverdeada, tubo inferior 50-70×15-25mm, Ilustrações em Ezcurra et al. (1992) e Koch &
tubo superior 17-35×6-8mm, lobos brancos, 2×1,5cm; anteras Kinoshita (1999).

8. MALOUETIA A. DC.
André Olmos Simões & Luiza Sumiko Kinoshita
Árvores, arvoretas ou mais raramente arbustos, látex branco; ramos eretos, glabros ou raramente
pubescentes; coléteres interpeciolares presentes. Folhas opostas, pecioladas; lâmina membranácea ou
subcoriácea, domácias na face abaxial da lâmina, junto à nervura primária, nervação broquidódroma.
Inflorescência umbeliforme, axilar, pauci a multiflora. Flores actinomorfas; cálice profundamente 5-partido,
5 coléteres alternos às lacínias; corola dextrorsa, branca, hipocrateriforme; estames inclusos ou parcialmente
exsertos, anteras parcialmente férteis, adnatas à cabeça do estilete, base sagitada; disco nectarífero 5-lobado,
ovário súpero, apocárpico, 1-locular, placentação marginal, óvulos muitos, estilete simples, cabeça do estilete
fusiforme com base alargada, apêndice apical bífido. Folículos 2, fusiformes, divaricados, falcados; sementes
glabras ou ligeiramente pubescentes, com coma calazal.
Gênero tropical bastante diversificado, ocorrendo em formações florestais na América Central e do Sul,
com cerca de 19 espécies. No Brasil há 14 espécies, ocorrendo principalmente na região amazônica.
Representado no Estado de São Paulo por apenas uma espécie.

8.1. Malouetia arborea (Vell.) Miers, Apocyn. S. Am. 2-3mm, parcialmente exsertas, oblongas, pilosas abaxial-
89. 1878. mente; disco nectarífero com lobos 0,5-0,8mm, ovário
Prancha 5, fig. A-F. 1mm, ovóide, piloso, estilete 2mm, cabeça do estilete
Malouetia cestroides (Nees ex Mart.) Müll. Arg. in 0,8-1mm. Folículos 6-12×0,5-0,9cm, cilíndricos a
Mart., Fl. bras. 6(1): 94, tab. 29, fig. 2. 1860. falcados, glabros; sementes 3-4cm.
Árvores 5-30m; caule lenhoso, lenticelado, casca rugosa a es- Ocorre nos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de
parsamente fissurada. Pecíolo 5-13mm; lâmina membranácea, Janeiro e São Paulo. E7, F6, G6: Mata Atlântica costeira.
5,4-12,3×1,3-4,7cm, elíptica a oblongo-elíptica, ápice acu- Coletada com flores de novembro até abril e com frutos
minado, base atenuada, margem lisa, concolor, glabra. de fevereiro até abril.
Umbela axilar, 8-30-flora; pedúnculo 1-6mm; brácteas Material selecionado: Cubatão, IV.1995, S.E. Martins 105
0,5×0,3-0,5mm, ovadas a oblongo-ovadas, glabras. Flores (SPSF). Iguape, XII.1990, I. Cordeiro et al. 747 (SP, UEC).
9-17mm; pedicelo 8-17mm; lacínias do cálice 4,1-5× Cananéia (Ilha do Cardoso), XII.1979, H.F. Leitão Filho 10761
1-1,5mm, oblongo-ovadas; corola branca, 6-10×1-2mm, (UEC).
glabra, lobos 3-8×1-3mm, elíptico-lanceolados; anteras Ilustrações em Müller (1860), sob Malouetia cestroides.

58
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

MALOUETIA-MACROSIPHONIA

Prancha 5. A-F. Malouetia arborea, A. ramo com flores; B. fruto; C. flor; D. detalhe de coléter na base das sépalas; E. antera em
vista ventral e dorsal; F. gineceu. G-J. Macrosiphonia virescens, G. ramo com flores; H. flor; I. fruto; J. ovário. K. Macrosiphonia
pinifolia, ramo com flores. L. Macrosiphonia velame, flor. (A, Cordeiro 747; B, Sakai 33369; C-F, Leitão Filho 10761; G-H, Koch
148*; I, Rachid SPF 16549; J, Aragaki 166; K, F.C. Hoehne SP 31382; L, Simões 533) (*publicado em Koch & Kinoshita 1999).

59
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

9. MANDEVILLA Lindl.
Margareth Ferreira de Sales & Luiza Sumiko Kinoshita
Lianas, arbustos ou subarbustos não ramificados, látex branco, às vezes com xilopódio e túbera
desenvolvidos. Folhas opostas ou raro verticiladas, curto ou longo-pecioladas; coléteres na região nodal,
interpeciolares ou contínuos, e na base da face adaxial da lâmina ou ao longo de toda a nervura primária;
nervação variada. Inflorescência racemosa, axilar ou terminal, pauci a multiflora. Flores actinomorfas a
ligeiramente zigomorfas, em geral vistosas; lacínias do cálice iguais, coléteres alternos, opostos ou contínuos
na base da face adaxial; corola dextrorsa, de cores variadas, tubular, hipocrateriforme, subhipocrateriforme
ou infundibuliforme, tubo inferior cilíndrico, reto ou encurvado, não contraído abaixo da inserção dos estames,
tubo superior cilíndrico a campanulado ou funiliforme; estames inclusos, anteras parcialmente férteis, adnatas
à cabeça do estilete, com a base cordada a truncada; disco nectarífero inteiro a 5-lobado, ou com 2 ou 5
nectários livres, e, quando 2, em posição alterna aos carpelos, ovário súpero, apocárpico, 2-locular, placentação
marginal, óvulos muitos, cabeça do estilete umbraculiforme, com 5 projeções longitudinais em toda a sua
extensão, apêndice apical bífido. Folículos 2, cilíndricos a torulosos; sementes comosas.
Gênero neotropical com cerca de 150 espécies distribuindo-se do México até a Argentina. Está subdividido
em dois subgêneros, Mandevilla subgen. Mandevilla e Mandevilla subgen. Exothostemon (G. Don)
Woodson. No Brasil há cerca de 40 espécies e, destas, 16 ocorrem no Estado de São Paulo, sendo que a
maioria está no primeiro subgênero e apenas duas (M. hirsuta e M. cf. rugosa) no outro.
Sales, M.F. inéd. Estudo taxonômico de Mandevilla subgênero Mandevilla (Apocynaceae) no Brasil. Tese de
Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 1993.

Chave para as espécies de Mandevilla

1. Corola com tubo superior no máximo até 2 vezes o diâmetro do tubo inferior.
2. Cálice foliáceo, tão longo quanto ou maior que a corola; corola tubular.
3. Arbustos eretos; pecíolo crasso, 1-5mm ............................................................ 3. M. emarginata
3. Lianas; pecíolo delgado, 19-35mm ................................................................ 8. M. pentlandiana
2. Cálice não foliáceo, menor que a corola; corola hipocrateriforme ou sub-hipocrateriforme.
4. Folhas lineares a estreito-lineares; corola hipocrateriforme, lilás a violeta, fauce fortemente
constricta ........................................................................................................... . 13. M. tenuifolia
4. Folhas elípticas a estreito-oblongas; corola sub-hipocrateriforme, vermelha ou vermelho-alaranjada,
fauce levemente constricta ...................................................................................... 2. M. coccinea
1. Corola com tubo superior de diâmetro acima de 2 vezes do tubo inferior.
5. Arbustos ou subarbustos eretos.
6. Folhas lineares .................................................................................................... 16. M. widgrenii
6. Folhas oblongas a largo-elípticas ou oblongo-elípticas a suborbiculares.
7. Corola branca com o tubo superior internamente amarelo ............................. 15. M. venulosa
7. Corola vermelha, rósea a magenta.
8. Flores 3cm; corola vermelha, lobos oblongos com ápice agudo a acuminado ....................
............................................................................................................. 12. M. spigeliiflora
8. Flores 3,6-9cm; corola rósea a magenta, lobos obovado-oblíquos.
9. Corola com o tubo superior cilíndrico, lobos eretos a suberetos, 1-3 vezes mais curtos
que o tubo superior ................................................................................ 9. M. pohliana
9. Corola com o tubo superior tubular-turbinado, lobos expandidos, do mesmo tamanho ou
2-3 vezes mais longos que o tubo superior .............................................. 7. M. illustris

60
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

MANDEVILLA

5. Lianas.
10. Coléteres ao longo da nervura central.
11. Folhas com a base auriculada; brácteas conspícuas, em geral foliáceas, 6-18mm; corola amarela,
com fauce vermelha .......................................................................................... 6. M. hirsuta
11. Folhas com a base obtusa a subcordada; brácteas inconspícuas, 4mm; corola branca com a
base do tubo rosa externamente .................................................................. 10. M. cf. rugosa
10. Coléteres na base da nervura central.
12. Folhas cordiformes a estreito-cordiformes; corola amarela, fauce avermelhada ....................
..................................................................................................................... 5. M. funiformis
12. Folhas elípticas a largo-elípticas, oblongo-obovadas a oblongo-elípticas; corola branca,
avermelhada a bordô, atroviolácea ou com o tubo amarelado e os lobos rosados.
13. Folhas oblongo-obovadas a oblongo-elípticas; corola branca com a fauce amarela .........
.................................................................................................................. 4. M. fragrans
13. Folhas elípticas a largo-elípticas; corola avermelhada, vinosa, atroviolácea, ou com o
tubo amarelado e os lobos rosados.
14. Corola vinosa a atroviolácea, com o tubo superior cilíndrico, lobos eretos a suberetos
...................................................................................................... 1. M. atroviolacea
14. Corola amarela a avermelhada, com o tubo superior campanulado a infundibuliforme,
lobos recurvados ou expandidos.
15. Flores 3-4cm; corola com tubo amarelado, lobos rosados a alaranjados, recurvados,
menores que o tubo superior ..................................................... 14. M. urophylla
15. Flores 9cm; corola avermelhada, lobos recurvados, amplamente expandidos, iguais
ou maiores que o tubo superior ..................................................... 11. M. sellowii

9.1. Mandevilla atroviolacea (Stadelm.) Woodson, Ann. Distribuição exclusiva nas regiões Sudeste e Sul do
Missouri Bot. Gard. 20(4): 724-725. 1933. país, do Espírito Santo até Santa Catarina, em formações
Prancha 6, fig. O. florestais. Em São Paulo ocorre na região sudeste. D5, D6,
Lianas; ramos glabros, os mais velhos volúveis, os laterais D9, E5, E7, E8, F4, F5: florestas de planalto. Coletada
eretos, curtos e folhosos. Folhas opostas; pecíolo 9-13× com flores de novembro a dezembro e com frutos em
2-3mm; lâmina firmemente membranácea, 2,8-5,4× setembro.
1,5-2,8cm, elíptica a largo-elíptica, ápice acuminado a Material selecionado: Atibaia, X.2000, A.O. Simões et al.
longo-acuminado, base atenuada, margem inteira, face 1047 (UEC). Boracéia, II.1954, M. Kuhlmann 4278 (SP).
adaxial nítida; coléteres 1-2, na base da nervura central; Campinas, XI.1938, A.P. Viegas et al. s.n. (SP 2869). Capão
nervação broquidódroma, nervuras pouco visíveis em ambas Bonito, XII.1991, R. Romero et al. 448 (HRCB, UEC). Cruzeiro,
I.1897, A. Loefgren 3513 (SP). Itapetininga, X.1976, P.E. Gibbs
as faces. Inflorescência axilar ou terminal, 2-4-flora;
et al. 3256 (UEC). Itararé, XII.1994, K.D. Barreto et al. 3258
pedúnculo 2-5,5cm; brácteas 2-3mm, escariosas, estreito- (ESA, UEC). Salesópolis, XI.1994, R.S. Bianchini 617 (SP,
triangulares, glabras. Flores actinomorfas, 4,8-6,5cm; UEC).
pedicelo 1,1-1,6cm; lacínias do cálice 6-9×4-5mm, Material adicional examinado: PARANÁ: Capão Grande,
lanceoladas, ápice acuminado, coléteres dispostos em 10 I.1910, P. Dusén 9066 (G, S).
séries alternas na base da face adaxial; corola vinosa a
atroviolácea, infundibuliforme, tubo inferior 1,3-1,6cm, 9.2. Mandevilla coccinea (Hook. & Arn.) Woodson, Ann.
cilíndrico, tubo superior 2,2-3,2×1,5-2cm, cilíndrico, Missouri Bot. Gard. 20(4): 734-736. 1933.
internamente amarelo-alaranjado, lobos 1,5-2cm, subere- Prancha 7, fig. F-G.
tos a eretos, oblíquo-obovados, mais escuros que o tubo; Nome popular: jalapa-vermelha.
anteras 7-7,8mm, base ligeiramente cordada; nectários 2, Subarbustos 24-60cm; ramos eretos, glabros; xilopódio
ovário 2mm, ovóide, glabro, estilete 1,4-1,5cm, cabeça e túbera desenvolvidos. Folhas opostas; pecíolo 0,9-2mm;
do estilete 2-2,2mm. Folículos 14-18cm, cilíndricos; lâmina subcoriácea, 2,6-6,2×1-3,4cm, estreito-elíptica a
sementes oblongas, 4-5mm, coma 10-15mm. largo-elíptica, oblongo-elíptica a estreito-oblonga, ápice

61
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

agudo, base obtusa a arredondada, margem inteira; coléteres dispostos em 10 séries alternas na base da face
coléteres 2, na base da nervura central; nervação adaxial; corola tubular, branca a branco-esverdeada, tubo
broquidódroma, nervuras impressas na face adaxial e inferior 7mm, cilíndrico, tubo superior subgloboso, 4-5×
proeminentes na face abaxial. Inflorescência terminal, 2-3mm, fauce constricta, lobos 2-3mm, eretos, ovados a
4-8 flora; pedúnculo 5-9cm; brácteas 4-11mm, escariosas, largo-ovados; anteras 4-5mm; disco nectarífero 5-lobado,
lanceoladas, glabras. Flores actinomorfas, 2,5-4,4cm; ovário 1-2mm, ovóide, às vezes com tricomas na metade
pedicelo 0,5-1,4cm; lacínias do cálice 6-18×0,5-2mm, superior, estilete 0,8-1cm, cabeça do estilete 2mm. Folículos
maiores que o tubo inferior da corola, linear-lanceoladas, 17-27cm; sementes ca. 6mm, oblongas, coma 2-2,5cm.
com coléteres dispostos em 10 séries alternas na base da Espécie distribuída no Brasil, Paraguai, Argentina e
face adaxial; corola vermelha a vermelho-alaranjada, sub- Uruguai; no Brasil ocorre no Mato Grosso, Bahia, Goiás,
hipocrateriforme, tubo inferior 7-11mm, cilíndrico, tubo Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio
superior 10-12×3-5mm, botuliforme, fauce levemente Grande do Sul. No Estado de São Paulo ocorre na região
constricta, lobos 10-25×4-12mm, subpatentes, obovado- central e leste. B6, C5, C7, D5, D7, D8, E5, E7: cerrado.
oblíquos; anteras 4,5-6mm, base ligeiramente cordada; Coletada com flores e frutos de dezembro a março.
nectários 2, ovário 0,8-1,5mm, ovóide, glabro, estilete Material selecionado: Botucatu, VI.1986, L.H.R. Bicudo
0,8-1,2cm, cabeça do estilete 1,5-2mm. Folículos 20-23cm, et al. 1235 (UEC). Campos do Jordão, III.1988, M.J. Robim
delgados, cilíndricos; sementes não vistas. 554 (SPSF). Franca, s.d., A. Loefgren & G. Edwall 2189 (SP).
Essa espécie está distribuída no Paraguai, Nordeste Ibitinga, IV.1949, D.B.J. Pickel s.n. (SPSF 3296). Itapetininga,
III.1993, J.I. Lima s.n. (UEC 44928). Jordanésia, I.2001, M.P.
da Argentina, Uruguai e Brasil (Centro-Oeste, Sudeste e
Quast & G.R. Quast 1 (UEC). Moji-Guaçu, III.1981, C.M.
Sul). No Estado de São Paulo ocorre na região sul. E5, E6, Oliveira et al. 35 (SP). São João da Boa Vista, X.1995, R.R.
E7, E8, F4, F5: cerrado. Coletada com flores de outubro Rodrigues et al. 386 (ESA).
a novembro e com frutos em fevereiro. Material adicional examinado: PARANÁ, Capão Grande,
Material selecionado: Capão Bonito, X.1985, W. I.1910, P. Dusén 9065 (G, S).
Marcondes Ferreira et al. 17905 (UEC). Itapeva, XI.1994, V.C. Ilustrações em Müller (1860), sob Laseguea erecta
Souza et al. 7104 (UEC). Itararé, XI.1994, V.C. Novaes 4092 var. guilleminiana, em Markgraf (1968) e Ezcurra (1981),
(ESA). São José dos Campos, II.1961, I. Mimura 124 (SP). sob Mandevilla erecta, e em Ezcurra et al. (1992), com o
São Paulo, I.1961, C. Moura s.n. (SP 130255). Tatuí, XII.1974,
nome atual.
J. Mattos et al. 1630 (SP).
Material adicional examinado: MINAS GERAIS, s.loc.,
XII.1903, P. Dusén 2574 (R). SANTA CATARINA, Iraça, 9.4. Mandevilla fragrans (Stadelm.) Woodson, Ann.
XII.1987, A. Reis & Fantini 715 (FLOR). Missouri Bot. Gard. 20(4): 713-714. 1933.
Ilustrações em Markgraf (1968), Ezcurra (1981) e Lianas; ramos volúveis, às vezes com ramos axilares eretos,
Ezcurra et al. (1992). glabros. Folhas opostas; pecíolo 1,3-1,8cm; lâmina firme-
mente membranácea a subcoriácea, 5,5-8,5×3,5-4,7cm,
9.3. Mandevilla emarginata (Vell.) C. Ezcurra, Candollea. oblongo-obovada a oblongo-elíptica, ápice abruptamente
47(1): 92. 1992. acuminado a curto-caudado, base obtusa a arredondada,
Prancha 6, fig. K-M. margem inteira, glabra; coléteres 2, na base da nervura
Mandevilla erecta (Vell.) Woodson, Ann. Missouri central; nervação broquidódroma, nervuras imersas na face
Bot. Gard. 19(1): 62. 1932. adaxial, reticuladas e proeminentes na face abaxial.
Arbustos eretos, 0,5-1m; ramos eretos, velutino-tomen- Inflorescência axilar, 2-6-flora; pedúnculo 2-3cm;
tosos; xilopódio e túbera desenvolvidos. Folhas opostas; brácteas 2,5-3mm, escariosas, lanceoladas, glabras. Flores
pecíolo crasso, 1-5mm; lâmina coriáceo-papirácea, 4-9,5× actinomorfas, vistosas, fragrantes, 3-4,5cm; pedicelo 1,4-2cm;
3,6-7cm, largo-elíptica a orbicular, ápice agudo a acumi- lacínias do cálice 5-7mm, oval-lanceoladas, vários colé-
nado, base arredondada a subcordada, margem inteira, face teres contínuos na base da face adaxial; corola infun-
adaxial glabrescente, face abaxial glabrescente a velutino- dibuliforme, branca, tubo inferior 0,9-1,5cm, cilíndrico,
tomentosa; coléteres 6-8, na base da nervura central; tubo superior 1,9-3×1,6-2cm, campanulado-turbinado,
nervação broquidódroma a eucamptódroma, nervuras fauce amarela, lobos 1,7-,6-2×1,6-2,5cm, levemente
impressas na face adaxial, proeminentes e reticuladas na recurvados, obovado-oblíquos; anteras 8,5-9mm, base
face abaxial. Inflorescência terminal, 15-40-flora; pedún- ligeiramente cordada; nectários 2, ovário 1,8-2mm, estilete
culo 3-9cm; brácteas 9-15mm, foliáceas, lineares a estreito- 1cm, cabeça do estilete 2,5mm. Folículos não vistos.
lanceoladas, glabras. Flores actinomorfas, 1,5-1,7cm; Distribuição restrita ao Rio de Janeiro e São Paulo.
pedicelo 7-9mm; cálice foliáceo, geralmente maior que a No Estado de São Paulo ocorre na Serra da Bocaina. D9:
corola, lacínias 1,5-2×0,2-0,5cm, linear-espatuladas, floresta. Coletada com flores em fevereiro.

62
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

MANDEVILLA

Material examinado: Bananal, II.1883, M. Palmas s.n. auriculada, margem inteira, face adaxial esparsamente
(R 165156). pilosa, face abaxial pilosa a densamente tomentosa;
Espécie rara, não tendo sido coletada recentemente. coléteres vários ao longo da nervura central; nervação
Ilustrações em Müller (1860), sob Dipladenia broquidódroma, nervuras impressas na face adaxial,
fragrans. proeminentes na face abaxial. Inflorescência axilar, corim-
biforme, 3-5-flora; pedúnculo 2-4cm; brácteas 6-18mm,
9.5. Mandevilla funiformis (Vell.) K. Schum. in Engl. foliáceas, elípticas a rombóides, ápice longo-caudado,
& Prantl, Nat. Pflanzenfam. 4(2): 171. 1895. pilosas. Flores ligeiramente zigomorfas, 4,5-7cm; pedicelo
Prancha 7, fig. A. 2-5mm; lacínias do cálice 7×1-2mm, ovadas a oval-
Lianas; ramos volúveis, glabros. Folhas opostas; pecíolo lanceoladas, 1 coléter oposto na base da face adaxial de cada
0,8-1,2cm; lâmina membranácea, 3-7×1,5-3,2cm, estreito- lacínia; corola infundibuliforme, amarela com a fauce
cordiforme a cordiforme, ápice longo-acuminado, base vermelha, tubo inferior 0,9-2×0,4-0,6cm, giboso, tubo supe-
cordada, margem inteira, glabra; coléteres 1-2 na base da rior 1,9-2,2×1,3-1,6cm, infundibuliforme, lobos 1,5-2,3cm,
nervura central; nervação broquidódroma, nervuras depri- obovado-oblíquos; anteras 4-5mm, base cordada; disco
midas na face adaxial, imersas na face abaxial. Inflores- nectarífero 5-lobado, com metade ou o mesmo tamanho
cência axilar, corimbiforme, 3-6-flora; pedúnculo 2,5-5cm; do ovário, ovário 1-2mm, ovóide, minutamente piloso, cabe-
brácteas 1-2mm, escariosas, triangulares, glabras. Flores ça do estilete 2mm. Folículos 8,5-9,5cm, levemente moni-
ligeiramente zigomorfas, 4,5-7cm; pedicelo 1,1-2cm; liformes, pubescentes; sementes 8-9mm, coma 1,5-2cm.
lacínias do cálice 1-2×1-1,5mm, triangulares, 1 coléter Espécie amplamente distribuída, da América Central,
oposto na base da face adaxial de cada lacínia; corola incluindo as Antilhas até o Sudeste do Brasil. No Estado
infundibuliforme, amarela, fauce avermelhada, tubo de São Paulo ocorre na região sul e sudeste. E7, E8, E9,
inferior 1,4-1,5×0,4-0,6cm, internamente vermelho- F6, G6: mata de encosta, restinga. Coletada com flores de
alaranjado, levemente giboso, tubo superior 1,5-2,5×2-2,5, agosto a fevereiro e com frutos em novembro.
campanulado-infundibuliforme, lobos 2-2,25cm, leve- Material selecionado: Bertioga, VIII.1919, M.A. Assis
mente recurvados, obovado-oblíquos; anteras 7mm, base et al. 401 (HRCB, SP, UEC). Cananéia, IX.1990, L. Rossi et al.
cordada; disco nectarífero 5-lobado, ovário 2-2,5mm, 709 (SP). Iguape, XI.1991, M.C.H. Mamede et al. 473 (UEC).
estilete 12-16mm, cabeça do estilete 2,1-2,6mm. Folículos Ubatuba, V.1902, G. Edwall 1821 (SP). Ubatuba (Picinguaba),
cilíndricos, 10-18cm; sementes 6-7mm, coma 1-1,5cm. II.1996, H.F. Leitão Filho 34369 (UEC).
Distribui-se na região litorânea do país, da Bahia até Material adicional examinado: MINAS GERAIS,
Carrancas, XII.1998, A.O. Simões et al. 633 (UEC).
o Rio Grande do Sul. D5, E5, E6, E7, E8, E9, F4, F6, F7,
G6: restinga, mata de restinga e bordas da floresta Atlân-
tica. Coletada com flores de outubro a fevereiro e com 9.7. Mandevilla illustris (Vell.) Woodson, Ann. Missouri
frutos de julho a setembro. Bot. Gard. 20(4): 727. 1933.
Material selecionado: Boracéia, XI.1989, M.F. Sales s.n. Prancha 6, fig. F-H.
(UEC 22855). Cananéia (Ilha do Cardoso), II.1991, M. Subarbustos 30-80cm; ramos eretos, velutinos a
Sugiyama 885 (SP). Ilha Comprida, II.1995, H.F. Leitão Filho densamente velutino-tomentosos; xilopódio e túbera
et al. 32794 (UEC). Itapetininga, X. 1976, P.E. Gibbs et al. desenvolvidos. Folhas opostas; pecíolo 2-6mm; lâmina
3157 (UEC). Mongaguá, XI.1953, A.S. Grotta et al. 5135 (SPF). membranácea a subcoriácea, 5,5-11×3,8-8cm, largo-
Ribeira, XII.1910, A.C. Brade 6120 (SP). São Bernardo do elíptica a suborbicular, ápice arredondado a curto-
Campo, XII.1992, R.O. Dorta et al. 37 (SP). São Miguel
cuspidado, base arredondada, margem inteira, pubescente
Arcanjo, VI.1990, P.L.R. Moraes 70 (ESA). Ubatuba, II.1996,
H.F. Leitão Filho et al. 34371 (UEC). Ubatuba (Picinguaba),
a densamente velutina; coléteres 2, na base da nervura
XI.1995, M.A. Assis 688 (HRCB). central; nervação broquidódroma, nervuras deprimidas na
Material adicional examinado: PARANÁ, Paranaguá, face adaxial e proeminentes na face abaxial. Inflorescência
XII.1982, G. Hatschbach 45769 (MO, NY). terminal, 3-8-flora; pedúnculo 1-8cm; brácteas 4-8mm,
Ilustrações em Müller (1860), sob Amblyanthera escariosas, triangulares, pubescentes. Flores actinomorfas,
funiformis. 3,6-7cm; pedicelo 0,6-2cm; lacínias do cálice 7-14×
2-4mm, lanceoladas a ovadas, com coléteres dispostos em
9.6. Mandevilla hirsuta (A. Rich.) K. Schum. in Engl. 10 séries alternas na base da face adaxial; corola
& Prantl, Nat. Pflanzenfam. 4(2): 171. 1895. infundibuliforme, magenta, com mancha arroxeada em
Prancha 7, fig. B-E. forma de estrela na fauce e base dos lobos, tubo inferior
Lianas; ramos hirsutos, estrigosos. Folhas opostas; pecíolo 9-15mm, cilíndrico, tubo superior 7-16mm, tubular-
1,4-2,2cm; lâmina membranácea, 6,5-11×3-55cm, turbinado, fauce 5-8mm, lobos 20-42mm, expandidos,
elíptico-oblonga a oblongo-elíptica, ápice caudado, base maiores que o tubo, obovado-oblíquos; anteras 7-8mm;

63
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

nectários 2, ovário 1,2-2mm, estilete 1,4-1,8cm, cabeça altitude. E6, E7, F5. Coletada com flores de março a abril
do estilete apiculada. Folículos 26-30cm, levemente e com frutos de abril a junho.
torulosos. Material selecionado: Iporanga, III.1986, F.C. Silva et al.
Distribuição exclusiva no Centro-Oeste e Sudeste do 1081 (FUEL, UEC). Jundiaí, IV.1994, T. Lewinsohn 15901
Brasil e áreas limítrofes com o Paraguai, dentro do domí- (UEC). São Roque, IV.1995, L.C. Bernacci et al. 1442 (HRCB).
nio dos cerrados e campos rupestres. Está amplamente Ilustrações em Ezcurra (1981).
distribuída no Estado de São Paulo. B6, C6, C7, D3, D6, 9.9. Mandevilla pohliana (Mart. ex Stadelm.) A.H.
D7, E5, E6, E7, E8: cerrado. Coletada com flores de Gentry, Ann. Missouri Bot. Gard. 71(4): 1079. 1985.
outubro a fevereiro. Prancha 6, fig. C-E.
Material selecionado: Águas da Prata, XI.1966, J. Mattos
Mandevilla velutina (Mart. ex Stadelm.) Woodson,
et al. 14202 (SP). Angatuba, XI. 1983, J.A. Ratter et al. s.n.
(UEC 43706). Assis, II.1988, M.B. Ferreira 205 (SPSF). Cássia Ann. Missouri Bot. Gard. 20(4): 731-732. 1933.
dos Coqueiros, XI.1994, L.S. Kinoshita et al. 94-127 (UEC). Nomes populares: jalapa-vermelha, jalapa.
Itirapina, XII.1992, B. Appezzato-da-Glória s.n. (ESA 13251). Subarbustos 0,2-1,3m; ramos eretos, glabros a densa-
Itu, X.1987, S.M. Silva et al. 25440 (UEC). Moji-Mirim, mente velutino-tomentosos; xilopódio e túbera desenvol-
X.1983, T. Nucci & R.R. Rodrigues 15473 (UEC). Pedregulho, vidos. Folhas opostas; pecíolo 1-22mm; lâmina firme-
I.1993, E.E. Macedo 71 (SPSF). São José dos Campos, XI.1967, membranácea, 4-11×2-6,5cm, estreito-oblonga a obovado-
I. Mimura 643 (SP). São Paulo, XI.1945, D.B.J. Pickel (SPSF oblonga, elíptica a orbicular, ápice obtuso a arredondado,
2406).
abruptamente acuminado, base arredondada, margem
Material adicional examinado: MINAS GERAIS, Caldas,
inteira, glabra a tomentosa; coléteres vários na base da
XI.1875, C.W.H. Mosén 4261 (S).
Ilustrações em Müller (1860), sob Dipladenia illustris nervura central; nervação broquidódroma, nervuras
var. glabra, em (Miers 1878), sob Dipladenia illustris, em impressas na face adaxial, proeminentes na face abaxial.
Ezcurra et al. (1992) e Koch & Kinoshita 1999. Inflorescência terminal, 2-4-flora; pedúnculo 4-15cm;
brácteas 5-6mm, escariosas, estreitas a largo-triangulares,
glabras a pubescentes. Flores actinomorfas, vistosas, 4-9cm;
9.8. Mandevilla pentlandiana (A. DC.) Woodson, Ann. pedicelo 1,7-2,6cm; lacínias do cálice 0,3-1,4cm, estreito-
Missouri Bot. Gard. 19(1): 63. 1932. lanceoladas a ovadas, ápice longo-acuminado, coléteres
Lianas; ramos geralmente volúveis, às vezes escandentes dispostos em 10 séries alternas na base da face adaxial;
ou suberetos, glabros a viloso-tomentosos. Folhas opostas; corola infundibuliforme, rosa a rosa-escuro, fauce magenta
pecíolo 19-35mm, delgado, com coléteres ao longo da face a violeta, tubo inferior 0,7-2cm, cilíndrico, tubo superior
adaxial; lâmina membranácea, 8-16×3,5-7,3, estreito- cilíndrico, 2,5-4,2×0,8-2cm, lobos 1,5-3,2cm, eretos a
cordiforme a cordiforme-oblonga, ápice caudado, base suberetos, obovado-oblíquos; anteras 7-8mm; nectários 2,
cordada, margem inteira, face adaxial glabra a pubescente, ovário 1,1-2,2mm, estilete 1-1,7cm, cabeça do estilete
face abaxial glabrescente a viloso-tomentosa; coléteres 2-2,5mm. Folículos 22cm, cilíndricos.
5-10, na base da nervura central; nervação broquidódroma Espécie amplamente distribuída nas regiões Centro-
a eucamptódroma, nervuras impressas na face adaxial, Oeste, Sudeste e Sul. Fora do Brasil, estende-se para a
proeminentes e reticuladas na face abaxial. Inflorescência Bolívia, Paraguai e Argentina. No Estado de São Paulo
axilar, 8-11-flora; pedúnculo 3-15cm; brácteas 8-12mm, ocorre em grande extensão. B6, C6, C7, D3, D4, D5, D6,
foliáceas, lineares, glabras. Flores actinomorfas, 1,4-1,5cm, D7, E5, E6, E7, E8, F4: cerrado. Coletada com flores de
recobertas pelo cálice; pedicelo 9mm; cálice foliáceo, outubro a janeiro e com frutos em dezembro.
lacínias do cálice 1,1-1,4cm, do mesmo tamanho ou maior Material selecionado: Águas de Santa Bárbara, XII.1989,
que a corola, lineares, coléteres dispostos em 10 séries J.A. Meira Neto 478 (UEC). Agudos, XII.1993, I. Koch et al.
alternas na base da face adaxial; corola tubular, creme- 30835 (UEC). Angatuba, XI.1983, J.A. Ratter et al. s.n. (UEC
esverdeada, tubo 1,1-1,4cm, lobos eretos bem menores 43124). Assis, XI.1988, M.B. Ferreira s.n. (SPSF 12716). Ibiúna,
que o tubo, ca. 3mm, ovados com o ápice obtuso a XI.1985, T. Yano & O. Yano 63 (UEC). Itararé, XI.1994, V.C.
arredondado; anteras 5-6mm; disco nectarífero 5-lobado, Souza et al. 4574 (ESA). Itirapina, II.1993, F. Barros 2610 (SP).
ovário 1-15mm, estilete 7-9mm, cabeça do estilete Moji-Guaçu, XII.1986, B. Appezzato 1 (ESA). Pedregulho,
XI.1994, W. Marcondes-Ferreira et al. 967 (SPF). Pirassununga,
profundamente 5-sulcada, 2,7-3,5mm. Folículos 20-24cm,
X.1994, M. Batalha et al. 239 (SPF). São João da Boa Vista,
cilíndricos; sementes com coma 1,7-2,2cm. s.d., C.W.H. Mosén 4200 (SP). São José dos Campos, II.1967, I.
A distribuição principal da espécie é na Argentina, Mimura 582 (SP). São Paulo, XI.1974, O. Yano s.n. (SP 127274).
penetrando na Bolívia e Brasil (Sul e Sudeste). No Estado Material adicional examinado: Itirapina, II.1989, M.F.
de São Paulo ocorre na região sul, entre 800 e 1.000m de Sales & R.M.C. Okano 21905 (UEC).

64
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

MANDEVILLA

Espécie de morfologia variável; em São Paulo re- deprimidas na face adaxial, proeminentes na face abaxial.
conhece-se dois tipos morfológicos: plantas altas, Inflorescência axilar, 2-3-flora; pedúnculo 2,5-6cm;
inflorescência longa, folhas glabras e oblongas, e plantas brácteas 2mm, escariosas, triangulares, glabras. Flores
baixas, inflorescência curta e folhas indumentadas, actinomorfas, 9cm; lacínias do cálice 7×2-3mm,
embora ocorram muitos indivíduos intermediários. lanceoladas com ápice acuminado, muitos coléteres
Ilustrações em Markgraf (1968) e Ezcurra (1981), sob contínuos na base da face adaxial; corola infundibuliforme,
Mandevilla velutina, em Ezcurra et al. (1992) e Koch & róseo-escura a avermelhada, tubo inferior 30×3-4mm,
Kinoshita (1999). cilíndrico, tubo superior infundibuliforme, 24×18mm,
internamente amarelo, lobos 35×30mm, amplamente
9.10. Mandevilla cf. rugosa (Benth.) Woodson, Ann. expandidos, obovado-oblíquos; anteras 8mm, base
Missouri Bot. Gard. 19(4): 384. 1932. quadrangular; nectários 2, ovário 2,6mm, estilete 2,6mm,
Lianas; ramos volúveis, glabros. Folhas opostas; pecíolo cabeça do estilete 2,6mm. Folículos não vistos.
4-7mm; lâmina cartácea, 4,3-8×1,9-4,5cm, elíptica a largo- Distribuição restrita à cadeia do Espinhaço, em
elíptica, elíptico-oblonga, base obtusa a subcordada, ápice Minas Gerais, e Serra da Bocaina. E9. Coletada com flores
agudo a obtuso, mucronado, margem inteira a levemente em dezembro e fevereiro.
revoluta, face adaxial pilosa a pubescente, rugosa, face Material examinado: S.mun. (Serra da Bocaina), XII.1915,
abaxial hirsuta; coléteres vários ao longo da nervura R. Fischer 5833 (SP).
central; nervação broquidódroma, nervuras impressas na Material adicional examinado: MINAS GERAIS,
face adaxial, proeminentes na face abaxial. Inflorescência Mariana, XI.1965, G. Eiten 7033 (MO, NY, P, SP). Carangola,
II.1930, Y. Mexia 4277 (A, G, MO, S). RIO DE JANEIRO, s.mun.
axilar, corimbiforme, 3-5-flora; pedúnculo 5-10mm;
(Serra da Bocaina), XII.1930, A. Lutz et al. 1887 (R).
brácteas 4mm, escariosas, lanceoladas a oval-lanceoladas,
ápice agudo, glabras. Flores ligeiramente zigomorfas, 9.12. Mandevilla spigeliiflora (Stadelm.) Woodson, Ann.
3,5-4cm; lacínias do cálice 2-4mm, lanceoladas, 1 coléter Missouri Bot. Gard. 20(4): 736-737. 1933.
oposto na base da face adaxial de cada lacínia; corola Prancha 7, fig. H-I.
infundibuliforme, branca com base do tubo rósea exter- Subarbustos 35cm; ramos eretos, glabros; xilopódio e
namente, tubo inferior 1,2-1,5cm, levemente giboso, tubo túbera desenvolvidos. Folhas opostas; pecíolo 1-2mm;
superior 1,3-1,5×0,9-1,2cm, cônico-campanulado, lobos lâmina cartácea a subcoriácea, 3,7-6×0,5-0,9cm, estreito-
1,2-1,9cm, obovado-oblíquos; anteras 6mm; nectários 5, oblonga, ápice agudo a acuminado, base aguda a obtusa,
com metade do comprimento do ovário, ovário 2mm, cabeça margem inteira ou levemente revoluta, glabra; coléteres
do estilete curto-apiculada, 2mm. Folículos12-20cm, 2, na base da nervura central; nervação broquidódroma,
levemente torulosos; sementes 6mm, coma 1,5cm. nervura principal impressa na face adaxial, proeminente
B6, D5, D6, D7: cerrado, em área brejosa. Coletada na abaxial, as demais inconspícuas. Inflorescência terminal,
com flores em novembro e dezembro e com frutos em maio. 2-3-flora; pedúnculo 8-15cm; brácteas 3-4mm, escariosas,
Material selecionado: Aguaí, XI.1994, L.S. Kinoshita lineares a lanceoladas, glabras. Flores actinomorfas, ca. 3cm,
et al. 94-22 (UEC). Botucatu, VIII.1972, A. Amaral Júnior 996 vermelhas; pedicelo 1,5cm; lacínias do cálice 4-9mm,
(UEC). Itirapina, XII.1989, L. Capellari et al. s.n. (ESA 5203).
lineares a lanceoladas, do mesmo tamanho ou maiores que
Pedregulho (Estreito), XI.1997, W. Marcondes-Ferreira et al.
o tubo da corola, coléteres dispostos em 10 séries alternas
1648 (UEC).
Espécie muito próxima à Mandevilla rugosa, da qual na base da face adaxial; corola infundibuliforme, vermelha,
assemelha-se pelo hábito, pilosidade das folhas e ramos, tubo inferior 3mm, cilíndrico, tubo superior tubular-
tamanho e textura das folhas e dimensões florais, diferindo infundibuliforme, 1,3-0,3cm, lobos 1,5cm, eretos, estreito-
desta pelas flores de coloração branca. A espécie é facil- elípticos a oblongos, ápice agudo a acuminado; anteras
mente identificável pela cor das flores, característica esta 4mm; nectários 2, ovário 1mm, ovóide, estilete 3,5cm,
pouco comum nas espécies do subgênero Exothostemon. cabeça do estilete 1,6mm. Folículos não vistos.
Distribui-se nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do
Brasil, extendendo-se para Bolívia e Paraguai, sendo nova
9.11. Mandevilla sellowii (Müll. Arg.) Woodson, Ann. citação para São Paulo, onde ocorre nas regiões noroeste
Missouri Bot. Gard. 20(4): 719-720. 1933. e leste: B3, D7: cerrado. Coletada com flores em outubro.
Prancha 7, fig. J-M. Material examinado: Jales, I.1950, W. Hoehne s.n. (SPF
Lianas; ramos volúveis ou eretos, glabros. Folhas opostas; 12605). Moji-Guaçu, X.1958, M. Kuhlmann 3690 (SP).
pecíolo 1,1cm; lâmina subcoriácea, 5,5×2,5 cm, elíptica, Material adicional examinado: MATO GROSSO, Santo
ápice acuminado a longo-acuminado, base atenuada a Antônio, XII.1893, Malme 1236 (S).
obtusa, margem inteira, glabra; coléteres 2, na base da Ilustrações em Müller (1860), sob Dipladenia
nervura central; nervação broquidódroma, nervuras spigeliiflora, e em Ezcurra et al. (1992).

65
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

Prancha 6. A-B. Mandevilla tenuifolia, A. ramo com flores; B. ramo com frutos. C-E. Mandevilla pohliana, C. detalhe de
inflorescência; D. ovário em corte transversal; E. ovário em corte longitudinal. F-H. Mandevilla illustris, F. inflorescência;
G. ovário; H. cabeça do estilete. I-J. Mandevilla venulosa, I. ramo com flores; J. fruto. K-M. Mandevilla emarginata, K. ramo
com flores; L. flor; M. aspecto interno da flor, com parte da corola retirada. N. Mandevilla urophylla, semente. O. Mandevilla
atroviolacea, detalhe da inflorescência. (A. Stannard 7152; B, Furlan CFCR 3210; C-E, Sales 21905; F-H, Mosén 4261; I, Mosén
947; J, Regnell III 876; K-M, Loefgren 2189; N, Mosén 3435; O, Dusén 9066).

66
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

MANDEVILLA

9.13. Mandevilla tenuifolia (J.C. Mikan) Woodson, Ann. amarelo e os lobos róseos a alaranjados, tubo inferior
Missouri Bot. Gard. 20(4): 679. 1933. 0,5-2,2cm, cilíndrico, tubo superior 1,5-2,2×0,9-1,4cm,
Prancha 6, fig. A-B. campanulado, lobos 0,8-1,5cm, oblíquo-obovados,
Subarbustos eretos a volúveis, 10-35cm; ramos eretos, recurvados; anteras 6mm; nectários 2, ovário 2mm, estilete
suberetos ou volúveis, glabros; xilopódio e túbera 6-7mm, cabeça do estilete 1,6mm. Folículos ca. 19cm,
desenvolvidos; Folhas opostas; pecíolo 1mm; lâmina cilíndricos; sementes 4mm, coma 1,6-2cm.
membranácea a subcoriácea, 3,5-11×0,2-0,4cm, linear a Essa espécie está distribuída nas regiões Sudeste e
estreito-linear, ápice agudo a acuminado, base aguda, Sul do Brasil; em São Paulo ocorre no sul do Estado. E5,
margem inteira a um pouco revoluta; coléteres 1-2, na base E6, E7, F5: floresta Atlântica. Coletada com flores de
da nervura central; nervação inconspicuamente broquidó- setembro a dezembro e com frutos em fevereiro.
droma a hipódroma, nervura principal impressa na face Material selecionado: Capão Bonito, XII.1991, R. Romero
adaxial, proeminente na abaxial, demais nervuras pouco et al. 447 (HRCB, UEC). Itapetininga, X.1976, P.E. Gibbs
evidentes ou ausentes. Inflorescência terminal, 2-3-flora; et al. 3266 (UEC). Santo André, IX.1967, O. Handro 1200 (UEC).
pedúnculo 3-10cm; brácteas 1-3mm, escariosas, estreito- São Miguel Arcanjo, II.1978, G.T. Prance et al. 6895 (UEC).
Material adicional examinado: Santos, II.1875, C.W.H.
lanceoladas, ápice agudo, glabras. Flores actinomorfas,
Mosén 3435 (S).
1,6-2,5cm; lacínias do cálice 2-6mm, lanceoladas, ápice Ilustrações em Markgraf (1968).
acuminado, coléteres dispostos em 10 séries alternas na base
da face adaxial; corola hipocrateriforme, lilás a violeta, tubo 9.15. Mandevilla venulosa (Müll. Arg.) Woodson, Ann.
inferior 1-1,4cm, cilíndrico, tubo superior 4-5× Missouri Bot. Gard. 20(4): 723-724. 1933.
3-4mm, elipsóide, fauce branca, fortemente constricta, lobos Prancha 6, fig. I-J.
8-10mm, obovado-oblíquos, patentes; anteras 2-3mm; Subarbustos eretos, ca. 60cm; ramos glabros a pubes-
nectários 2, ovário 1-1,5mm, ovóide, estilete 1-1,3mm, centes. Folhas opostas; pecíolo 1mm; lâmina subcoriácea,
cabeça do estilete 1mm. Folículos 7cm, levemente torulosos, 7-14×3-8,5cm, oval-oblonga, ápice agudo, base subcor-
divergentes; sementes 6mm, coma 15-17mm. dada a cordada, margem inteira, glabra a pubescente;
Espécie amplamente distribuída das Guianas até o coléteres 2-3, na base da nervura central; nervação
Brasil, onde ocorre na região Sul. B6, E7: cerrado. broquidódroma, nervuras reticuladas, impressas na face
Coletada com flores de dezembro a janeiro. adaxial, fortemente proeminentes na face abaxial.
Material selecionado: Atibaia, X.2000, A.O. Simões et al.
Inflorescência axilar, 2-3-flora; pedúnculo 2-5cm;
1048 (UEC). Pedregulho (Estreito), I.1996, W. Marcondes-
Ferreira et al. 1256 (UEC). brácteas 6-9mm, escariosas, linear-lanceoladas, glabras.
Material adicional examinado: BAHIA, Lençóis, XII.1984, Flores actinomorfas, 6-7,8cm; pedicelo 1,2-1,6cm;
B. Stannard et al. 7152 (UEC). MINAS GERAIS, Gouvea, lacínias do cálice 1-1,3cm, lanceoladas, do mesmo
IV.1992, A. Furlan et al. 3210 (UEC). tamanho ou maiores que o tubo inferior da corola, com
Ilustrações em Müller (1860), sob Dipladenia vários coléteres contínuos na base da face adaxial; corola
polymorpha var. tenuifolia. infundibuliforme, branca, tubo inferior 1,1-1,4cm, cilín-
drico, tubo superior 2,1-3×1,4-1,8cm, campanulado-turbi-
9.14. Mandevilla urophylla (Hook. f.) Woodson, Ann. nado, internamente amarelo, lobos 2,5-4,2×1,8-2,5cm,
Missouri Bot. Gard. 20(4): 722-723. 1933. recurvados, obovado-oblíquos, em geral maiores que o tubo
Prancha 6, fig. N. superior; anteras 0,8-1cm; nectários 2, ovário 2,5-3mm,
Lianas; ramos volúveis, glabros. Folhas opostas; pecíolo estilete 1,2cm, cabeça do estilete 2-3mm. Folículos
1,9-3cm; lâmina membranácea a cartácea, 6,5-10× cilíndricos, 12-18cm; sementes 4-5mm, coma 1,2cm.
3,5-5,5cm, elíptica a largo-elíptica, ápice caudado, base Espécie restrita à região sudeste de Minas Gerais e
obtusa a arredondada, margem inteira, glabra; coléteres limite com São Paulo. D8: campo de altitude. Coletada
2, na base da nervura central; nervação broquidódroma, com flores em janeiro e frutos em novembro.
nervuras impressas na face adaxial, proeminentes na face Material examinado: São Bento do Sapucaí, I.1998, A.O.
abaxial. Inflorescência axilar, 2-4-flora; pedúnculo Simões & G.R. Quast 100 (UEC).
Material adicional examinado: MINAS GERAIS,
2-8cm; brácteas 3-4mm, escariosas, linear-lanceoladas,
Brasópolis, XII.1998, A.O. Simões & G.R. Quast 671 (UEC).
ápice agudo, glabras. Flores actinomorfas, 3-4cm;
Brasópolis, IV.1997, A.O. Simões & M.P. Quast 2 (UEC).
pedicelo 1-1,6cm; lacínias do cálice 3-4mm, ovadas, ápice Conceição das Pedras, IV.1998, A.O. Simões & G.R. Quast
acuminado, coléteres dispostos em 10 séries alternas na 167 (UEC). S.EST., s.mun., XII.1873, C.W.H. Mosén 947 (C).
base da face adaxial; corola infundibuliforme com tubo S.mun., III.1847?, A.F. Regnell III 876 (U).

67
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

Prancha 7. A. Mandevilla funiformis, ramo com flores. B-E. Mandevilla hirsuta, B. flor; C. bráctea; D. detalhe de coléteres na
base das sépalas; E. antera em vista dorsal e ventral. F-G. Mandevilla coccinea, F. ramo com flores; G. fruto. H-I. Mandevilla
spigeliiflora, H. ramo com flores; I. detalhe dos coléteres na base das sépalas. J-M. Mandevilla sellowii, J. folha; K. detalhe de
coléteres na base da lâmina foliar; L. detalhe de coléteres na base das sépalas; M. antera em vista dorsal e ventral. N-O. Mandevilla
widgrenii, N. ramo com flores; O. aspecto interno da flor, com parte da corola retirada. (A, Hatschbach 45769; B-E, Simões 633*;
F, Dusén 2574; G, Reis 715; H-I, Malme 1236; J, Eiten 7033; K-M, Mexia 4277; N-O, Reis 853) (*publicado em Simões &
Kinoshita 2002).

68
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

MESECHITES

9.16. Mandevilla widgrenii C. Ezcurra, Candollea 45(1): corola infundibuliforme, rósea, tubo inferior 1-1,2cm,
39. 1990. cilíndrico, tubo superior 3,8-5×1,1-1,2cm, cilíndrico,
Prancha 7, fig. N-O. internamente amarelo, lobos 1,7-2,3cm, suberetos a eretos,
Mandevilla linearis (Müll. Arg.) Woodson, Ann. Missouri obliquamente obovados; anteras 7,5-8mm; nectários 2,
Bot. Gard. 20(4): 733-734. 1933; nom. illeg. ovário 1-2mm, estilete 1,1-1,4cm, cabeça do estilete
Subarbustos até 1m; ramos eretos, glabros ou espar- ca. 2mm. Folículos 17cm, cilíndricos; sementes não vistas.
samente puberulentos. Folhas verticiladas ou opostas; Essa espécie está distribuída no Brasil (Goiás, Minas
pecíolo 2mm; lâmina subcoriácea, 8-15×0,3cm, linear, ápice Gerais, São Paulo e Paraná) e Paraguai, tendo sido pouco
agudo, base obtusa, margem revoluta; coléteres 1-2, na base coletada. No Estado de São Paulo ocorre no sudeste. D5,
da nervura central; nervação hipódroma, nervura principal E7: cerrado, em área brejosa. Coletada com flores de
impressa na face adaxial, proeminente na face abaxial, dezembro a janeiro e com frutos em julho.
nervuras secundárias inconspícuas a completamente Material selecionado: Agudos, I.1993, O. Cavassan 30785
ausentes. Inflorescência terminal, 2-4-flora; pedúnculo (UEC). São Caetano do Sul, XI.1913, A.C. Brade 6698 (RB, SP).
14-20cm; brácteas 4-7mm, escariosas, estreito-lanceoladas, Material adicional examinado: MINAS GERAIS, Pouso
glabras. Flores actinomorfas, 7-8cm; pedicelo 9mm; Alegre, XII.1988, A. Reis et al. 853 (UEC).
lacínias do cálice 9×2mm, estreito-lanceoladas, coléteres Ilustrações em Ezcurra et al. (1992) e Koch &
dispostos em 10 séries alternas na base da face adaxial; Kinoshita (1999).

10. MESECHITES Müll. Arg.


André Olmos Simões & Luiza Sumiko Kinoshita
Lianas, látex branco; ramos volúveis. Folhas opostas; coléteres na região nodal, interpeciolares, e na base
da face adaxial da lâmina; nervação broquidódroma ou hipódroma. Inflorescência cimosa ou reduzida, pauci
a multiflora, bracteada. Flores actinomorfas; cálice profundamente 5-partido, coléteres contínuos na base das
lacínias; corola dextrorsa, branca, esverdeada, creme ou rósea, hipocrateriforme, tubo contraído abaixo da
região de inserção dos estames; estames inclusos, anteras parcialmente férteis, adnatas à cabeça do estilete,
base truncada; disco nectarífero 5-lobado, ovário súpero, apocárpico, 2-locular, placentação marginal, óvulos
muitos, estilete simples, cabeça do estilete umbraculiforme-oblonga, com 5 projeções longitudinais na base e
apêndice apical bífido. Folículos 2, cilíndricos, geralmente alongados; sementes muitas, comosas.
Gênero tropical com dez espécies que se distribuem ao longo da América do Sul e Central e Cuba. Para
o Brasil, são conhecidas três espécies.
Woodson, R.E. 1933. Studies in the Apocynaceae. IV. The American genera of Echitoideae. Ann. Missouri Bot.
Gard. 20: 629-645.

10.1. Mesechites mansoana (A. DC.) Woodson, Ann. 12-30×0,1-0,3cm, alongados, castanho-claros; sementes
Missouri Bot. Gard. 20(4): 636-637. 1933. 6-7mm, coma 1-2cm.
Prancha 8, fig. A-D. Ocorre em Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e São
Lianas; ramos glabros, volúveis, castanho-avermelhados. Paulo. B3, B4, B6, C6, D4, D6, D7: cerrado e campo,
Pecíolo 1-2,4cm; lâmina coriácea, 6,3-11,1×2,8-7,1cm, ocasionalmente em mata. Coletada com flores de setembro
elíptica a ovado-elíptica, ápice acuminado, base atenuada, até março e com frutos de setembro até maio.
margem espessa e avermelhada, discolor, glabra; nervação Material selecionado: Avaí, III.1993, I. Koch & O. Cavassan
broquidódroma. Inflorescência cimosa, axilar, 10-30-flora; 100 (UEC). Cajuru, III.1990, A. Sciamarelli & J.V.C. Nunes 594
(UEC). Itirapina, I.1984, O. Cesar 116 (HRCB). Moji-Guaçu,
pedúnculo 9-22mm; brácteas 1-2×1mm, ovadas, glabras.
III.1981, W. Mantovani & C.M. Oliveira 1724 (SP, UEC). Pedregulho,
Flores 2-3,5cm; pedicelo 6-19mm; lacínias do cálice
III.1994, W. Marcondes Ferreira 813 (UEC). São José do Rio Preto,
3-11×1,5-3mm, oblongo-ovadas, glabras; corola glabra, 20°48’36’’S 49°22’50’’W, II.1996, A.A. Rezende 315 (UEC). Valentim
branco-esverdeada ou creme, tubo inferior 8-19× Gentil, V.1995, L.C. Bernacci et al. 1857 (UEC).
1-4mm, tubo superior 7-14×2,5-5mm, lobos 4,5-9× Material adicional examinado: Avaí, IX.1993 I. Koch & O.
4-10mm, oblongo-ovóides; anteras 5mm, oblongas; disco Cavassan 135 (UEC).
nectarífero com lobos 2mm, ovário 1mm, oblongo-ovóide, Ilustrações em Müller (1860), sob Mesechites sulphurea,
glabro; estilete 12mm, cabeça do estilete 2mm. Folículos em Ezcurra et al. (1992) e Koch & Kinoshita (1999).

69
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

Prancha 8. A-D. Mesechites mansoana, A. ramo com flores; B. fruto; C. flor; D. base da folha evidenciando coléter na base.
E-G. Odontadenia lutea, E. ramo com flores; F. fruto; G. estípulas na região nodal. H-J. Peltastes peltatus, H. ramo com flores;
I. detalhe dos coléteres na base da sépala; J. cabeça do estilete. (A-B, D, Koch 100*; C, Koch 135*; E-F, Koch 4*; G, Barreto 2309;
H, Koch 1*; I-J, Leitão Filho 32730) (*publicados em Koch & Kinoshita 1999).

70
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

PELTASTES

11. ODONTADENIA Benth.


Luiza Sumiko Kinoshita & André Olmos Simões
Lianas, látex branco; ramos volúveis, muito raramente suberetos. Folhas opostas; estípulas
interpeciolares presentes ou não; pecioladas; coléteres na região de inserção do pecíolo; nervação broqui-
dódroma. Inflorescência tirsiforme ou escorpióide, axilar ou terminal, pauci ou multiflora, bracteada. Flores
actinomorfas; cálice profundamente 5-partido, lacínias desiguais, com coléteres alternos na base da face
adaxial; corola dextrorsa, branca a alaranjada, hipocrateriforme ou infundibuliforme, lobos 5, obovados;
estames 5, inclusos, anteras parcialmente férteis, adnatas à cabeça do estilete, base sagitada; disco nectarífero
5-lobado, ovário súpero, apocárpico, 2-locular, glabro ou piloso, ovóide ou oblongo-ovóide, placentação
marginal, óvulos muitos, estilete simples, cabeça do estilete fusiforme-capitada com apêndice apical bífido.
Folículos 2, deiscentes ao longo da sutura ventral; sementes muitas, comosas.
Gênero neotropical com 20 espécies registradas, sendo que, destas, 16 ocorrem no Brasil e uma no
Estado de São Paulo.
Morales, J.F. 1999. A synopsis of the genus Odontadenia. Series of revisions of Apocynaceae XLV. Bull. Jard.
Bot. Nation. Belg. 67: 381-477.

11.1. Odontadenia lutea (Vell.) Markgr., Repert. Spec. abaxialmente; ovário 3mm, oblongo-ovóide, cabeça do
Nov. Regni Veg. 20: 24. 1924. estilete 3mm, estilete 20-22mm. Folículos 7,5-11×0,5-1cm,
Prancha 8, fig. E-G. divergentes, lenhosos, curvados no ápice; sementes 11-12,5×
Odontadenia zuccariniana (Stadelm.) K. Schum. in 1-2mm, coma 20-42mm.
Engl. & Prantl, Nat. Pflanzenfam. 4(2): 169. 1895. Ocorre no Pará, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de
Lianas; ramos cilíndricos, robustos, lenticelados, glabros Janeiro e São Paulo. B6, C5, C6, D4, D5, D6, D7: cerrado
a pubescentes. Pecíolo 3-10mm; lâmina cartácea a e campo. Coletada com flores o ano todo e com frutos de
subcoriácea, 6,8-15×2,4-6,1cm, elíptica a oblongo-elípti- abril a setembro.
ca, ápice acuminado, base obtusa a ligeiramente cordada, Material selecionado: Agudos, III.1994, I. Koch 181
margem inteira, concolor. Tirso axilar ou terminal, 5-30-flora; (UEC). Araraquara, IX.1962, G.M. Felippe 107 (SP). Bauru,
II.1994, I. Koch 178 (UEC). Itirapina, IV.1994, K.D. Barreto
pedúnculo 7-33mm; brácteas 3-8,3×1-4mm, ovadas,
et al. 2309 (ESA, UEC). Moji-Guaçu, IV.1981, W. Mantovani
glabras. Flores 45-90mm; pedicelo 7-25mm; lacínias do & M. Sugiyama 1823 (SP). Pedregulho, III.1993, E.E. Macedo
cálice 5-14×3-7mm, ovadas, puberulentas; corola 114 (SPSF). São Simão, V.1994, R.S. Bianchini 448 (SP).
infundibuliforme, branca com fauce amarelada, glabra, Material adicional examinado: Bauru, I.1992, I. Koch &
tubo inferior 19-24×3-5mm, tubo superior 13-26× A.M.G. Azevedo 4 (UEC).
10-23mm, lobos 14-26×17-23mm; anteras 7-9mm, pilosas Ilustrações em Koch & Kinoshita (1999).

12. PELTASTES Woodson


Luiza Sumiko Kinoshita & André Olmos Simões
Lianas lenhosas a sublenhosas; látex incolor; ramos volúveis ou escandentes, coléteres intrapeciolares
ou dispostos uniformemente ao longo de toda a região nodal. Folhas opostas, peltadas; nervação
broquidódroma. Inflorescência cimeira axilar, bostricóide, pauci ou multiflora; bracteada. Flores
actinomorfas; cálice profundamente 5-partido, lacínias iguais ou subiguais, foliáceas, coléteres opostos na
base da face adaxial; corola dextrorsa, esverdeada a amarelo-esverdeada, infundibuliforme; estames inclusos,
anteras parcialmente férteis, adnatas à cabeça do estilete, base sagitada; disco nectarífero 5-lobado, ovário
súpero, apocárpico, 2-locular, placentação marginal, óvulos muitos, cabeça do estilete fusiforme-capitada,
com espessamento basal e apêndice apical bífido. Folículos 2, cilíndricos a falcados; sementes muitas,
comosas.
Gênero neotropical com seis espécies, sendo que, destas, duas ocorrem no Brasil e uma no Estado de
São Paulo. É facilmente reconhecido pelas folhas peltadas e flores grandes, amarelo-esverdeadas.

71
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

12.1. Peltastes peltatus (Vell.) Woodson, Ann. Missouri Ocorre em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Bot. Gard. 19(4): 376. 1932. C5, D4, D6, D7, E7, E8, F4, F5, F6, F7, G6: mata.
Prancha 8, fig. H-J. Coletada com flores de outubro a maio e com frutos de
Lianas; ramos sublenhosos, volúveis, tomentosos. fevereiro a setembro.
Pecíolo 2-10cm; lâmina membranácea, 8,1-20× Material selecionado: Bauru, XI.1993, A.M. Guedes
Azevedo 164 (UEC). Bragança Paulista, XII.1983, K.S. Brown
3,3-15,6cm, ovada, ápice acuminado, base obtusa a
Jr. 15685 (UEC). Campinas, XII.1944, E. Kiehl 7654 (IAC, SP).
arredondada, margem lisa. Inflorescência 3-8-flora, Cananéia, II.1995, H.F. Leitão Filho et al. 32730 (UEC). Capão
pendente; pedúnculo 12-25mm; brácteas 7-15mm, Bonito, XII.1991, R. Romero et al. 434 (HRCB). Itararé, V.1996,
elípticas, glabras. Flores vistosas, 47-62mm; pedicelo J. Mattos & C. Moura 12859 (SP, UEC). Juquiá, II.1954, M.
11-26mm; lacínias do cálice 11-20×3-5mm, pilosas, Kuhlmann 3094 (SP). Mongaguá, XII.1953, J.G. Bartolomeu s.n.
oblongas, 5 coléteres fimbriados na base da face adaxial; (SPF 15165). Nazaré Paulista, 23°08’33,4’’S 46°21’28,4’’W,
corola amarelo-esverdeada, glabra, tubo inferior VI.1996, V.C. Souza et al. 11165 (ESA). Pindorama, 21°13’25’’S
48°55’28’’W, IV.1994, V.C. Souza et al. 5748 (ESA). Ubatuba,
13-25×4,5-6,5mm, dilatado na base, tubo superior
XI.1993, A.C. Kim et al. 30039 (UEC).
10-22×10-16mm, campanulado-cilíndrico, lobos 19-23× Material adicional examinado: Bauru, X.1991, I. Koch &
14-20mm; anteras 7-9mm; ovário 2mm, oblongo-ovóide, O. Cavassan 1 (UEC).
glabro, estilete 2cm, cabeça do estilete 3mm. Folículos Ilustrações em Müller (1860), sob Echites peltata, em
12,7-32×1,2-1,6cm, glabros, lenhosos; sementes 16-17× Ezcurra (1981), Ezcurra et al. (1992) e Koch & Kinoshita
3-4mm, coma 38-45mm. (1999).

13. PRESTONIA R. Br.


Maria Carolina Scatolin do Rio & Luiza Sumiko Kinoshita
Lianas, raramente arvoretas, látex geralmente incolor. Folhas opostas; pecioladas; coléteres intra e/ou
interpeciolares; nervação broquidódroma. Inflorescência racemosa, corimbiforme ou umbeliforme, axilar;
brácteas esverdeadas. Flores actinomorfas; cálice 5-partido, 1 coléter oposto na base de cada lacínia; corola
dextrorsa, geralmente amarela, podendo variar desde amarelo-esverdeada a creme ou branca, hipocrateriforme,
fauce com anel carnoso tênue ou conspícuo, apêndices epiestaminais presentes ou não; estames inclusos ou
parcialmente exsertos, anteras parcialmente férteis, adnatas à cabeça do estilete, base sagitada; disco
nectarífero, inteiro a 5-lobado, ou 5 nectários livres entre si, ovário súpero, apocárpico, 2-locular, placentação
marginal, óvulos muitos, estilete único, cabeça do estilete fusiforme com espessamento basal e apêndice
apical bífido. Folículos 2, separados ou unidos na base, deiscentes ao longo da sutura ventral; sementes
comosas, truncadas ou curtamente rostradas.
Ocorre predominantemente na América tropical, desde as Antilhas até o sul do Brasil e norte da Argentina.
Apresenta 60 espécies, sendo que 25 delas são encontradas no Brasil e dez no Estado de São Paulo.
Woodson, R.E. 1936. Studies in the Apocynaceae. IV. The American genera of Echitoideae. Ann. Missouri Bot.
Gard. 23: 169-548.
Ezcurra, C. 1981. Revisión de las Apocynaceae de la Argentina. Darwiniana 23: 367-474.
Rio, M.C.S. inéd. Estudos taxonômicos e anatômicos do gênero Prestonia R. Br. nom. cons. (Apocynaceae).
Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 2001.

Chave para as espécies de Prestonia

1. Flores sem apêndices supra-estaminais.


2. Folhas abaxialmente ferrugíneo puberulentas............................................................. 9. P. solanifolia
2. Folhas glabras em ambas as faces.
3. Lacínias do cálice obovadas, foliáceas; folículos 15-30cm, cilíndricos .................... 5. P. dusenii
3. Lacínias do cálice lanceoladas a oblongo-lanceoladas, não foliáceas; folículos 30-43cm,
moniliformes ................................................................................................................ 4. P. coalita

72
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

PRESTONIA

1. Flores com apêndices supra-estaminais ou presença de calo linear na fauce.


4. Folhas glabras.
5. Apêndices supra-estaminais conspícuos, exsertos .................................................. 7. P. lindmanii
5. Apêndices supra-estaminais inconspícuos, totalmente inclusos.
6. Anel da fauce tênue; estames inseridos no terço superior do tubo, anteras pilosas abaxialmente
............................................................................................................................ 1. P. acutifolia
6. Anel da fauce espessado; estames inseridos no meio do tubo, anteras glabras ....... 6. P. hassleri
4. Folhas indumentadas.
7. Frutos alongados, delgados, com 20cm ou mais ....................................................... 8. P. riedelii
7. Frutos curtos, napiformes, até 12cm.
8. Pecíolo 7-28mm; anteras abaxialmente pubescentes.......................................... 3. P. calycina
8. Pecíolo 3-10mm; anteras glabras.
9. Folhas com face abaxial velutino-tomentosa e opaca ............................... 10. P. tomentosa
9. Folhas com face abaxial velutina e brilhante ................................................ 2. P. bahiensis

13.1. Prestonia acutifolia (Benth. ex Müll. Arg.) K. da segunda pode ser distinguida pela altura em que se
Schum. in Engl. & Prantl, Nat. Pflanzenfam. 4(2): inserem os estames, além da espessura do anel da fauce.
188. 1895. Ilustrações em Rio (2001).
Lianas; ramos volúveis, glabros. Pecíolo 6-20mm; lâmina
cartácea, 4,2-16×2-8 cm, elíptica a oblonga, ápice 13.2. Prestonia bahiensis Müll. Arg. in Mart., Fl. bras.
acuminado, base obtusa a arredondada, margem inteira, 6(1): 164. 1860.
glabra. Inflorescência axilar, corimbiforme, 4-15-flora; Prancha 9, fig. M-N.
pedúnculo 2,5-4cm, glabro; brácteas 2-3mm, escariosas, Lianas de caule robusto; ramos densamente ferrugíneo-
ovado-lanceoladas. Flores 2,2-3cm; pedicelo 6-14mm, tomentosos a glabros. Pecíolo 3-10mm, ferrugíneo-
glabro; lacínias do cálice 1-3mm, ovado-lanceoladas, tomentoso; lâmina cartácea, 7,9-13,7×4,7-7,5cm, oval a
acuminadas, glabrescentes, reflexas, coléteres deltóides oblongo-elíptica, ápice acuminado, base obtusa a arre-
partidos no ápice; corola amarelo-esverdeada, tubo dondada, margem inteira, discolor, face adaxial híspido-
1,6-2,1cm, piloso internamente em faixas alternadas aos hirtela, ferrugínea, face abaxial castanho-velutina, brilhante.
filetes, lobos 6-11mm, oblíquo-obovados, reflexos, fauce Inflorescência axilar, umbeliforme, 10-20-flora; pedúnculo
com anel tênue e inconspícuo, apêndices supra-estaminais 7-18mm; brácteas ca. 8mm, foliáceas, lanceoladas,
0,5-2mm, inconspícuos, totalmente inclusos no tubo; pubescentes. Flores 2-2,4cm; pedicelo 5-10mm, ferrugíneo-
estames inseridos no terço superior do tubo da corola, tomentoso; lacínias do cálice 8-20mm, foliáceas, ovado-
anteras 5-6mm, abaxialmente pilosas; nectários oblongos, lanceoladas, acuminadas, denso-híspido-hirsutas, coléteres
dentiformes inteiros a pontiagudos; corola amarela, tubo
separados, ovário ca. 1mm, glabro, estilete 15mm, cabeça
15-18mm, lobos 5-6mm, obovados, fauce com anel caloso
do estilete 1,5mm. Folículos 20-38,4×0,4-0,5cm,
conspícuo, apêndices supra-estaminais 2,5-3mm, exsertos;
delgados, paralelos, submoniliformes, unidos na
anteras 5,5-6mm, parcialmente exsertas, glabras; disco
extremidade; sementes ca. 1mm, coma 3-4cm.
nectarífero lobado, robusto, ovário 1,5mm, papilado a glabro,
Ocorre em grande parte da América do Sul – Pana-
cabeça do estilete 1-1,5mm. Folículos (Williams 6051)
má, Suriname, Colômbia, Venezuela, Peru, Bolívia e
ca. 7,5×1,2cm, divergentes, napiformes, densamente híspido-
Argentina – e no Brasil, nos estados do Amazonas, Mato
hirsutos; sementes ca. 1cm, coma ca. 3cm.
Grosso, Mato Grosso do Sul (Woodson 1936), Minas
Ocorre no Brasil, nas regiões Nordeste e Sudeste. D7.
Gerais, São Paulo e Paraná. D7. Coletada com flores de
Coletada com flores e frutos em março.
novembro a maio e com frutos de fevereiro a maio. Material examinado: Moji-Mirim, III.1874, C.W.H. Mosén
Material selecionado: Itapira, I.1994, K.D. Barreto et al. 1461 (S).
1763 (UEC). Material adicional examinado: MINAS GERAIS, Belo
Prestonia acutifolia pode ser confundida com as Horizonte, III.1945, L.O. Williams & V. Assis 6051 (A-GH).
espécies P. lindmanii (Malme) Hoehne ou P. hassleri Belo Horizonte, II.1945, L.O. Williams 5533 (SP).
Woodson, sendo diferenciada da primeira pelos apêndices Espécie rara com apenas um registro para o Estado
supra-estaminais inconspícuos, com aparência membra- de São Paulo, não tendo sido coletada recentemente. É
nácea, menores que as anteras, e pelo anel na fauce tênue; possível que esteja localmente extinta.

73
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

Prancha 9. A. Prestonia coalita, ramo com flores; B-C. Prestonia dusenii, B. flor; C. aspecto interno da flor com parte da corola
retirada. D-F. Prestonia riedelii, D. fruto; E. flor; F. aspecto interno da flor com parte da corola retirada, evidenciando nectários e
coléteres. G-J. Prestonia calycina, G. fruto; H. semente; I. flor; J. aspecto interno da flor com parte da corola retirada, evidenciando
apêndices epiestaminais e nectários. K-L. Prestonia tomentosa, K. ramo com flores; L. aspecto interno da flor com parte da corola
retirada, evidenciando apêndices epiestaminais e nectários. M-N. Prestonia bahiensis, M. flor; N. aspecto interno da flor com parte da
corola retirada, evidenciando apêndices epiestaminais e nectários. O-Q. Prestonia lindmanii, O. ramo com botões florais; P. flor;
Q. aspecto interno da flor com parte da corola retirada, evidenciando apêndices epiestaminais e nectários. (A, Hoehne SP 1535;
B-C, Moreira 13; D, Romaniuc Neto 1187; E-F, Melo 191; G-H, Mexia 4561; I-J, Jung 315; K-L, Tamashiro 18832; M-N, Williams
5533; O-Q, Stranghetti 463).

74
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

PRESTONIA

13.3. Prestonia calycina Müll. Arg. in Mart., Fl. bras. ovóides, ovário ca. 1mm, glabro, cabeça do estilete 1,5mm.
6(1): 162. 1860. Folículos 30-43×0,4cm, delgados, moniliformes, unidos
Prancha 9, fig. G-J. na extremidade; sementes 6-8mm, coma ca. 25mm.
Lianas de caule robusto; ramos volúveis, ferrugíneo- Espécie ocorrente no nordeste da Argentina e do
hirsutos, esparso-pubescentes a glabrescentes. Pecíolo Paraguai. No Brasil, ocorre nos estados de Ceará, Mato
7-28mm, piloso; lâmina cartácea, 7,7-14,4×3,4-9,4cm, oval Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná
a elíptica, ápice acuminado, base obtusa a levemente cor- e Rio Grande do Sul. B4, B6, C2, C4, C5, C6, C7, D3,
dada, margem inteira, discolor, face adaxial ferrugíneo- D4, D5, D6, D7, D8, E6, E7, E8, F4, F6: beira de mata.
híspida a glabra, abaxial castanho-hirsuta. Inflorescência Coletada com flores de dezembro a março e com frutos de
axilar, umbeliforme, 5-10-flora; pedúnculo 5,8-6,8cm; março a setembro. Espécie mais comum do gênero.
brácteas ca. 1cm, foliáceas, ovado-lanceoladas, esparso-pu- Material selecionado: Adamantina, III.1976, N. Taroda s.n.
bescentes a glabras. Flores 2-3,6cm; pedicelo 9-13(-27)mm, (UEC 157). Anhembi, II.1982, W. Bockermann s.n. (SP 192953).
pubescente; lacínias do cálice 1,3-1,9cm, foliáceas, oblongo- Assis, II.1988, H.F. Leitão Filho et al. 20090 (UEC). Batatais,
lanceoladas, acuminadas, pubescentes, coléteres de contorno III.1994, W. Marcondes-Ferreira 874 (UEC). Cabreúva, IV.1995,
M.A.G. Magenta et al. 12 (UEC). Cardoso, V.1995, L.C. Bernacci
trapezoidal; corola amarelo-dourada, tubo 1-2cm, lobos
et al. 1820 (UEC). Gália, VI.1996, F.C. Passos & A. Kim 79
1-1,6cm, fauce com anel caloso conspícuo, apêndices supra- (UEC). Ibitinga, VI.1996, V.C. Souza & J.P. Souza 11348 (UEC).
estaminais 2,5-4mm; anteras 5-7mm, abaxialmente Iguape, IV.1991, E.L.M. Catharino et al. 1357 (UEC). Itararé,
esparso-pubescentes; nectários oblongos, compressos, II.1948, D. Dedecca s.n. (IAC 9222). Itirapina, II.1920, G. Gehrt
ovário 1,5mm, cabeça do estilete 1-1,5mm. Folículos s.n. (SP 3653). Moji-Guaçu, III.1993, J.V. Godoi et al. 290 (UEC).
(Mexia 4561) 6-12×2,5cm, divergentes, napiformes, Ribeirão Preto, IV.1989, K. Brown 21044 (UEC). Sales, III.1996,
densamente hirsuto-pubescentes; sementes 1cm, coma 4cm. N. Taroda & V. Stranghetti 639 (SJRP). São Bento do Sapucaí,
Espécie ocorrente no nordeste da Argentina, no IV.1927, F.C. Hoehne s.n. (SP 19130). São João da Boa Vista,
Paraguai Central e no Sul e Sudeste do Brasil. C5, C6, E7. III.1994, A.B. Martins et al. 31517 (UEC). São Paulo, II.1918,
F.C. Hoehne s.n. (SP 1535). São Sebastião, VII.1895, A. Loefgren
Coletada com flores de dezembro a março e com frutos de
s.n. (SP 3119).
março a agosto. Ilustrações em Müller (1860), sob Echites coalita, em
Material examinado: Luís Antônio, II.1987, H.F. Leitão
Markgraf (1968), Ezcurra (1981), Ezcurra et al. (1992) e
Filho et al. 18912 (UEC). Monte Alto, s.d., L.C. Bernacci 139
(IAC). São Paulo, XII.1979, S.L. Jung et al. 315 (SP). Koch & Kinoshita (1999).
Material adicional examinado: MINAS GERAIS, Viçosa,
IV.1930, Y. Mexia 4561 (BM). 13.5. Prestonia dusenii (Malme) Woodson, Ann. Missouri
Esta espécie é facilmente reconhecível pelo indu- Bot. Gard. 18(4): 552. 1931.
mento hirsuto a híspido, concentrado sobre as nervuras. Prancha 9, fig. B-C.
Ilustrações em Ezcurra (1981) e Ezcurra et al. Echites dusenii Malme, Ark. Bot. 22A(2): 9. 1928.
(1992). Lianas de caule delgado; ramos volúveis, levemente
papilados a glabros. Pecíolo 3-13mm, glabro; lâmina
13.4. Prestonia coalita (Vell.) Woodson, Ann. Missouri membranácea, 7-11×2-5cm, elíptico-oblonga, ápice
Bot. Gard. 18(4): 552. 1931. subcaudado-acuminado, base obtusa a arredondada,
Prancha 9, fig. A. margem inteira, glabra. Inflorescência corimbosa, axilar,
Echites coalita Vell., Fl. flum.: 112. 1830. 5-12-flora; pedúnculo 2-11mm; brácteas 3-4mm,
Lianas de caule delgado; ramos volúveis, glabros. Pecíolo escariosas, ovadas. Flores 1,1-2,1cm; pedicelo 4-12mm,
2-20mm; lâmina cartácea, 3,3-13,3×1,8-5,6cm, oblongo- glabro; lacínias do cálice 2-9mm, obovadas, foliáceas,
lanceolada a elíptica, ápice acuminado, base obtusa a levemente papiladas externamente na base, coléteres
arredondada, margem inteira, glabra. Inflorescência axilar, deltóides levemente lacerados; corola amarela, tubo
racemosa, 5-16-flora; pedúnculo 2-16mm, glabro; brácteas 8-14mm, com estreitamento conspícuo na região da fauce,
1-2mm, escariosas, lanceoladas. Flores 1,2-2,5cm; pedicelo lobos 3-7mm, obovados, levemente acuminados, reflexos,
4-12mm, glabrescente; lacínias do cálice 4-6mm, fauce com anel tênue relativamente inconspícuo, apêndices
lanceoladas a oblongo-lanceoladas, não foliáceas, supra-estaminais ausentes; anteras ca. 5mm, inclusas,
acuminadas, glabrescentes, coléteres deltóides inteiros ou glabras; disco nectarífero com lobos ovóides, compri-
fimbriados no ápice; corola amarela, tubo 9-18mm, lobos midos, ovário 1mm, glabro, cabeça do estilete 1mm.
3-7mm, oblíquo-obovados, reflexos, fauce com anel tênue Folículos 15-30×0,4cm, cilíndricos, delgados, relativa-
relativamente inconspícuo, apêndices supra-estaminais mente rígidos, glabros; sementes ca. 6mm, coma
ausentes; anteras 5-6mm, inclusas, glabras; nectários ca. 20mm.

75
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

Espécie ocorrente no Rio de Janeiro (Rio 2001), Lianas de caule relativamente delgado; ramos volúveis,
Paraná e Santa Catarina (Markgraf 1968), principalmente puberulento-papilados a glabros. Pecíolo 1-2cm, glabro;
nas regiões litorâneas. D9, E7, E8, F6. Coletada com lâmina cartácea, 7,5-10,7×3-5,6cm, elíptica, ápice
flores de janeiro a abril e com frutos de maio a setembro. abruptamente acuminado, base obtusa a arredondada,
Material examinado: Cruzeiro, IV.1995, J.L.A. Moreira margem inteira, glabra. Inflorescência racemosa, axilar,
& I. Koch 13 (UEC). Peruíbe, I.1992, M. Sobral & A. Gianotti 8-10-flora; pedúnculo 3-6cm; brácteas 3-4mm, escariosas,
7276 (HRCB). Santos, I.1875, C.W.H. Mosén 3433 (S). ovadas a ovado-lanceoladas, glabras. Flores 2,1-3cm;
Ubatuba, II.1996, H.F. Leitão Filho et al. 34372 (ESA).
pedicelo 9-16mm, glabro; lacínias do cálice 3-5mm,
Espécie muito próxima a Prestonia coalita; as únicas
acuminadas, reflexas; corola amarela, tubo 1,5-2cm, lobos
diferenças foram encontradas nas lacínias do cálice e
6-10mm, rosados, obliquamente obovados, fauce com anel
distribuição geográfica.
caloso conspícuo, apêndices supra-estaminais 3-4,5mm,
Ilustrações em Markgraf (1968).
conspícuos, exsertos; anteras ca. 5mm, parcialmente
exsertas, glabras; nectários ovóides comprimidos,
13.6. Prestonia hassleri Woodson, Ann. Missouri Bot.
separados ou levemente concrescentes na base, ovário
Gard. 23: 285.1936.
ca. 2,5mm, glabro, cabeça do estilete 1-2mm. Folículos
Lianas de caule delgado; ramos volúveis, glabros. Pecíolo
(Krapovickas 34371) 24-27×0,5cm, relativamente del-
8-20mm, glabro; lâmina membranácea, 3,5-10×2,7-7cm,
gados, separados e paralelos, glabros; sementes
rombóide a suborbicular, ápice acuminado, base obtusa a
8-10mm, rostradas, coma ca. 2,5cm.
arredondada, margem inteira, glabra. Inflorescência
Espécie ocorrente no nordeste do Paraguai. No
racemosa, axilar, 10-20-flora; pedúnculo 2-4cm, glabro;
Brasil, ocorre em Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de
brácteas 3-4mm, escariosas, ovadas. Flores 1,2-1,7cm;
Janeiro e São Paulo. B4. Coletada com flores de dezembro
pedicelo 6-11mm, glabro; lacínias do cálice 3-4mm,
a março e com frutos em janeiro.
oblongas, agudas ou acuminadas, foliáceas, nunca reflexas,
Material examinado: Paulo de Faria, I.1995, V. Stranghetti
coléteres trapezoidais lacerados; corola amarelo-esverdeada 463 (UEC).
a creme, tubo 9-12mm, inflado na base, lobos 3-5mm Material adicional examinado: MATO GROSSO DO SUL,
oblíquo-obovados, acuminados, fauce com anel caloso Ribas do Rio Pardo, I.1979, A. Krapovickas & C. Cristóbal
espesso e conspícuo, apêndices supra-estaminais totalmente 34371 (SP).
inclusos no tubo, inconspícuos; estames inseridos no meio Ilustrações em Ezcurra et al. (1992).
do tubo da corola, anteras 5-6mm, inclusas, glabras;
nectários ovóides comprimidos, separados, pouco menores 13.8. Prestonia riedelii (Müll. Arg.) Markgr., Repert.
que o ovário, ovário ca. 1,5mm, glabro, cabeça do estilete Spec. Nov. Regni Veg. 20: 26. 1924.
1,5mm. Folículos 22,3-30×0,3-0,4cm, delgados, paralelos, Prancha 9, fig. D-F.
articulados, unidos na extremidade, glabros; sementes ca. Haemadictyon riedelii Müll. Arg. in Mart., Fl. bras.
2mm, coma 2-2,5cm. 6(1): 170. 1860.
Ocorre no Paraguai (Woodson 1936), na Argentina Echites riedelii (Müll. Arg.) Malme, Bull. Herb.
(Ezcurra 1981) e no Brasil, nos estados do Paraná e São Boissier, sér. 2, 4: 196. 1904.
Paulo. B4. Coletada com flores em novembro, janeiro e Lianas de caule robusto; ramos volúveis, tomentosos a
abril e com frutos em abril. glabros. Pecíolo 4-45mm, pubescente, coléteres pectinados;
Material examinado: São José do Rio Preto, I.1996, A.A. lâmina membranácea, 6,5-19,4×3,2-12,5cm oval a ovado-
Rezende 295 (UEC).
elíptica, ápice agudo a acuminado, base obtusa a
Material adicional examinado: PARANÁ, Cruzeiro do
Sul, IV.1988, Kranz 249 (FUEL). Iguaçu, V.1949, Falcão 142 arredondada, margem inteira, face adaxial pubérula a glabra,
(RB). Loanda, IV.1959, G. Hatschbach 5645 (B, C, HBR, L, face abaxial levemente tomentosa. Inflorescência
MBM, U). Lovat, I.1962, R. Reitz & Klein 12071 (HBR). Santa corimbosa, axilar, 6-20-flora, laxa; pedúnculo 9-58mm,
Helena, XII.1977, G. Hatschbach 40537 (C, MBM, NY). pubescente; brácteas 10-12mm, foliáceas, oblongo-
Ilustrações em Rio (2001). lanceoladas, pubescentes. Flores 1,7-3,2cm; pedicelo
5-23mm, pubescente; lacínias do cálice 6-16mm, foliáceas,
13.7. Prestonia lindmanii (Malme) Hoehne, Relat. oblongo-lanceoladas, acuminadas, pubescentes, coléteres
Commiss. Linhas Telegr. Estratég. Matto Grosso deltóides lacerados; corola amarelo-esverdeada, tubo
Amazonas 6: 88. 1915. 1-1,8cm, glabra, lobos 7-14mm, obliquamente oblongo-
Prancha 9, fig. O-Q. elípticos a obovados, fauce com anel caloso conspícuo,
Haemadictyon lindmanii Malme, Bih. Kongl. apêndices supra-estaminais substituídos por calo linear
Svenska Vetensk.-Akad. Handl. 24(3/10): 31, 1,5-3mm; anteras 5-6mm, inclusas, pilosas abaxialmente
pl. 3, fig. 10. 1899. no ápice; nectários comprimidos, oblongos a obovados,

76
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

PRESTONIA

ovário 1,5-2mm, ovóide, papilado, cabeça do estilete Material adicional examinado: MINAS GERAIS, Viçosa,
1,2-1,5mm. Folículos 20-31×0,6cm, delgados e alongados, XI.1930, Y. Mexia 5337 (BM).
levemente articulados, pubescentes; sementes 1,1-1,3cm, Espécie rara, sem coletas recentes, com apenas um
coma ca. 2,5cm. registro para o Estado de São Paulo.
Espécie ocorrente desde o Peru e a Bolívia até o norte Ilustrações em Müller (1860), sob Haemadictyon
da Argentina e Paraguai. No Brasil ocorre nas regiões solanifolium.
Sudeste e Sul. B4, B5, C4, C5, C6, D3, D5, D6, D7, E4,
13.10. Prestonia tomentosa R. Br., Mem. Wern. Nat. Hist.
E5, E6, F4: beira de mata. Coletada com flores de outubro
Soc. 1: 70. 1811.
a fevereiro e com frutos de abril a julho.
Prancha 9, fig. K-L.
Material selecionado: Agudos, III.1993, I. Koch et al.
30792 (UEC). Assis, II.1996, V.C. Souza & J.P. Souza 10816 Prestonia lutescens Müll. Arg. in Mart., Fl. bras. 6(1):
(ESA). Cajuru, XI.1985, L.C. Bernacci 126 (SPFR). Campinas, 164. 1860.
III.1989, A.L.M. Franco 21572 (UEC). Cardoso, V.1995, L.C. Prestonia lanata Müll. Arg. in Mart., Fl. bras. 6(1):
Bernacci et al. 1852 (UEC). Ibitu, II.1948, D. Dedecca s.n. 164. 1860.
(IAC 9225). Itapetininga, XI.1961, J. Mattos 9535 (SP). Lianas de caule robusto; ramos volúveis, ocráceo-
Itararé, 1991, C.M.A. Scaramuza & V.C. Souza 626 (ESA, tomentosos a glabrescentes. Pecíolo 3-9mm, tomentoso;
UEC). Moji-Guaçu, VI.1991, S. Romaniuc Neto & L. Rossi 1187 lâmina membranácea, 5,8-18,9×4,2-16,3cm, oval, ápice
(SP). Pindorama, XI.1938, O.T. Mendes s.n. (IAC 4655).
bruscamente acuminado, base obtusa a arredondada, raro
Piraju, VI.1995, J.Y. Tamashiro et al. 1196 (ESA, UEC). Sales,
cordada, face adaxial pubescente, face abaxial densamente
III.1996, N. Taroda & V. Stranghetti 615 (SJRP). São Roque,
IV.1994, R.B. Torres et al. 119 (ESA). velutino-tomentosa, opaca. Inflorescência umbeliforme,
Material adicional examinado: Moji-Guaçu, II.1980, 6-20-flora; pedúnculo 5-20mm, tomentoso; brácteas
M.M.R.F. Melo 191 (SP). 7-10mm, oblongo-lanceoladas, foliáceas, tomentosas.
Ilustrações em Ezcurra (1981), Ezcurra et al. (1992) Flores 1,7-2,8cm; pedicelo 6-14mm, pubescente;
e Koch & Kinoshita (1999). lacínias do cálice 1-1,6cm, ovadas a oblongo-lan-
ceoladas, acuminadas, foliáceas, tomentosas, coléteres
13.9. Prestonia solanifolia (Müll. Arg.) Woodson, Ann. deltóides comprimidos; corola amarelo-esverdeada, tubo
Missouri Bot. Gard. 23(2): 282. 1936. 1,2-1,7cm, tomentosa externamente, lobos 5-11mm,
Haemadictyon solanifolium Müll. Arg. in Mart., Fl. obliquamente obovados, fauce com anel caloso
bras. 6(1): 171, pl. 49. 1860. conspícuo, apêndices supra-estaminais 2-4mm, par-
Lianas de caule delgado, relativamente resistente; ramos cialmente exsertos; anteras 5-6mm, levemente exsertas,
densamente ferrugíneo-hirtelosos. Pecíolo 9-13mm, glabras; disco nectarífero maior que o ovário, conspícuo,
pubescente; lâmina cartácea, 7-13×3-7cm, elíptica a oval, ovário ca. 1mm, ovóide, cabeça do estilete 1,2cm.
ápice acuminado, base obtusa ou arredondada, margem Folículos 5,2-10,9×0,9-1,8cm, napiformes, separados,
inteira, face adaxial esparso hirtelosa a glabra, face abaxial divergentes, densamente hirsuto-pubescentes; sementes
ferrugíneo-puberulenta. Inflorescência corimbiforme, 8-11mm, coma 2,2-3cm.
axilar, 10-20-flora; pedúnculo 1-1,5cm, ferrugíneo- Espécie ocorrente desde a Colômbia e Venezuela até
hirteloso; brácteas 12-13mm, foliáceas, lineares. Flores a Bolívia, nordeste da Argentina e Paraguai. No Brasil
1,3-1,7cm; pedicelo 7-10mm, levemente ferrugíneo- ocorre no Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
hirteloso; lacínias do cálice 3-4mm, oblongo-lanceoladas, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. B3, B4, B6, C3,
acuminadas, esparso-pilosas, coléteres profundamente C4, C5, C6, D1, D3, D6. Coletada com flores de novembro
lacerados; corola amarela, tubo 8-10mm, lobos 5-7mm, a março e com frutos de março a julho. Espécie muito
oblíquo-obovados, acuminados, fauce com anel tênue comum e amplamente distribuída.
relativamente inconspícuo, apêndices supra-estaminais Material selecionado: Araçatuba, III.1975, P.L.G.
Abramides s.n. (IAC 24428). Assis, II.1988, H.F. Leitão Filho
ausentes; anteras ca. 3mm, inclusas, glabras; nectários
et al. 20108 (UEC). Buritizal, IV.1981, H.F. Leitão Filho et al.
ovóides comprimidos, ovário 1mm, ovóide, glabro a leve-
12488 (UEC). Ibitinga, I.1941, W. Hoehne s.n. (SPF 10711).
mente papilado, cabeça do estilete 0,5mm. Folículos 10-25× Icém, X.1994, A.A. Souza et al. 70 (SP, UEC). Luís Antônio,
0,5cm, delgados, unidos pelo ápice, ferrugíneo-hirtelosos; II.1987, H.F. Leitão Filho et al. 18894 (UEC). Nhandeara,
sementes (Mexia 5337) ca. 7mm, coma ca. 2,5cm. XI.1994, L.C. Bernacci et al. 713 (UEC). Sales, III.1996, N.
Ocorre em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Taroda & V. Stranghetti 618 (SJRP). São Carlos, XI.1993, J.R.
D6. Coletada com flores de outubro a novembro e com Stehmann & M. Sobral 1391 (UEC). Teodoro Sampaio,
frutos em novembro. XII.1986, J.Y. Tamashiro et al. 18832 (ESA, UEC).
Material examinado: Campinas, XI.1894, J.C. Novaes s.n. Ilustrações em Miers (1878), Ezcurra (1981) e
(SP 2982). Ezcurra et al. (1992).

77
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

14. RAUVOLFIA L.
Ingrid Koch
Arbustos ou árvores, látex branco; ramos dicótomos ou verticilados; pequenas estípulas interpeciolares
presentes junto à base dos pecíolos; coléteres nas axilas das folhas ou sobre o pecíolo. Folhas verticiladas,
3-5 em cada nó, pecioladas ou sésseis, simples, inteiras, freqüentemente anisofilas; venação geralmente
broquidódroma. Inflorescência cimosa, poucas a muitas flores, terminal ou lateral, 2-4-ramificada; bracteada.
Flores actinomorfas, pediceladas ou sésseis; cálice campanulado, lacínias sem coléteres na base da face
adaxial; corola sinistrorsa, geralmente branca, hipocrateriforme, infundibuliforme, urceolada ou campanulada,
lobos iguais; estames inclusos, anteras totalmente férteis, livres umas das outras e da cabeça do estilete,
base cordada; disco nectarífero anular ou cupuliforme, ovário súpero, apocárpico ou sincárpico e 2-locular,
placentação axilar ou marginal, 1-2 óvulos por lóculo, estilete simples, alongado, cabeça do estilete cilíndrica,
caliptriforme ou submitriforme, com apêndice apical bífido. Mericarpos drupáceos, apocárpicos ou
variavelmente sincárpicos, freqüentemente com somente um carpelo se desenvolvendo, 1 semente por carpelo;
sementes robustas ou achatadas.
O gênero tem cerca de 60 espécies de distribuição pantropical, com o centro de diversidade na América
Tropical. No Brasil existem cerca de 20 espécies, sendo somente uma espécie nativa no Estado, Rauvolfia
sellowii Müll. Arg. Além desta espécie, ocorrem duas espécies cultivadas, R. vomitoria Afzel. e R. serpentina
(L.) Benth., ambas originárias do Velho Mundo, e apresentando propriedades farmacológicas comprovadas
cientificamente.
Koch, I. inéd. Estudos das espécies neotropicais do gênero Rauvolfia L. (Apocynaceae). Tese de Doutorado,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002.
Rao, A.S. 1956. A revision of Rauvolfia with particular reference to the American species. Ann. Missouri Bot.
Gard. 43(3): 253-354.
Xifreda, C. 1981. El género Rauvolfia (Apocynaceae) en la Argentina. Parodiana 1(1): 119-138.

14.1. Rauvolfia sellowii Müll. Arg. in Mart., Fl. bras. Sudeste do Brasil até nordeste da Argentina e leste do
6(1): 33. 1860. Paraguai. C7, D6, D7, D9, E6, E7. Coletada com flores
Prancha 10, fig. A-D. de setembro a novembro e com frutos de novembro a
Nome popular: casca-d’anta. maio. A casca amarga é empregada na medicina popular
Árvores, casca cinza, longitudinalmente fissurada; ramos contra os males do estômago.
lenticelados; coléteres nas axilas das folhas. Folhas Material examinado: Águas da Prata, s.d., D.V. Toledo
verticiladas, 4 por nó; pecíolo 2-4cm; lâmina membra- Filho s.n. (SPSF 14659). Joaquim Egídio, I.1998, I. Koch &
nácea, 4-34(-36)×1,5-8,6cm, oblongo-ovada a oblongo- D.A. Santin 842 (UEC). Queluz, VI.1899, Com. Geogr. Geol.
elíptica, ápice obtuso-acuminado, base atenuada, margem de São Paulo 35 (SP). Rio Claro, XI.1990, V.T. Rampin s.n.
(UEC 85316). São Roque 23°31’26’’S 47°06’45’’W, VIII.1994,
inteira, glabra, discolor, venação broquidódroma, nervuras
E. Cardoso Leite & A. Oliveira 384 (ESA). São Paulo, III.1988,
evidentes em ambas as faces. Inflorescência axilar ou S. Romaniuc Neto 753 (SP).
terminal, multiflora; pedúnculo 2,5-6,3cm, glabro; brácteas Material adicional examinado: Campinas, X.1999, I. Koch
1-2mm, escariosas, ovadas, glabras. Pedicelo 2,4-5mm, 868 (UEC). Campinas, X.1999, I. Koch 869 (UEC).
glabro; lacínias do cálice 1,5-2mm, ovadas, ápice agudo; Em observações recentes com duas populações desta
corola branca, hipocrateriforme, tubo 4,2-5,4×2-2,4mm, espécie, ambas na região de Campinas, foi constatada a
viloso internamente abaixo e acima dos estames, lobos existência de dioicia funcional e dimorfismo sexual. As
1,5-3,4×1-3mm, ovados, ápice agudo a arredondado; plantas funcionalmente femininas apresentaram estiletes
estames inseridos próximo a fauce, anteras 0,7-1,5mm, mais curtos (1-1,3mm contra 2-3mm nas masculinas) e
ovadas, subsésseis; disco nectarífero anelar, ovário anteras menores e vazias. Além desses caracteres, alguns
apocárpico, 0,7-1,2mm, estilete 1-3mm, cabeça do estilete indivíduos apresentaram toda a flor com proporções
0,6-0,9mm, cilíndrica, com uma pequena coroa mem- menores que as flores funcionalmente masculinas, mas
branácea na base. Mericarpos drupáceos 9-13×6-8mm, esse caráter não se mostrou constante.
apocárpicos, elipsóides, lisos; sementes elipsóides, Ilustrações em Markgraf (1968) e Ezcurra et al.
rugosas. (1992).

78
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

RAUVOLFIA-TABERNAEMONTANA

Prancha 10. A-D. Rauvolfia sellowii, A. ramo com flores; B. flor masculina; C. flor feminina; D. fruto. E-J. Tabernaemontana
catharinensis, E. ramo com flores; F. botão; G. flor; H. detalhe da antera; I. cabeça do estilete; J. fruto. K-L. Tabernaemontana
hystrix, K. botão; L. flor. M. Tabernaemontana laeta, flor. N-O. Tabernaemontana sp.1, N. flor; O. gineceu. (A-B, Koch 868;
C-D, Koch 869; E-I, Koch 57*; J, Koch 188*; K-L, Mattos 12806; M, Queiroz 30144; N-O, Barros 2846) (*publicados em Koch &
Kinoshita 1999).

79
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

15. RHABDADENIA Müll. Arg.


André Olmos Simões & Luiza Sumiko Kinoshita
Lianas ou subarbustos eretos, látex branco; coléteres interpeciolares presentes. Folhas opostas,
pecioladas a subsésseis; nervação broquidódroma. Inflorescência em cimeira de dicásios reduzidos, terminal
ou axilar, 2-flora, às vezes flores solitárias, bracteada. Flores actinomorfas; cálice profundamente 5-partido,
lacínias sem coléteres na base da face adaxial; corola dextrorsa, branca ou rósea, infundibuliforme, lobos 5,
obovados; estames inclusos, anteras parcialmente férteis, adnatas à cabeça do estilete, pilosas abaxialmente,
base truncada; disco nectarífero 5-lobado, ovário súpero, apocárpico, 2-locular, ovóide ou oblongo-ovóide,
glabro, placentação marginal, óvulos muitos, estilete simples, cabeça do estilete cônica, alargando-se em
direção à base, pilosa no ápice, com membrana reflexa na base, apêndice apical bífido. Folículos 2,
apocárpicos; sementes comosas, rostradas.
Gênero exclusivamente americano, com três espécies no Brasil e uma no Estado de São Paulo. Ocorre
desde o sul da Flórida até a América do Sul.

15.1. Rhabdadenia pohlii Müll. Arg. in Mart., Fl. bras. ovário 1mm, ovóide, estilete 6-8mm, cabeça do estilete
6: 174. 1860. 1,5-2mm. Folículos 80-86×3-5mm, glabros, divergentes, cilín-
Prancha 11, fig. A-D. dricos, ápice afilado; sementes longamente rostradas.
Nome popular: jalapa-do-brejo. São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. C6, D5, D6,
Lianas; ramos volúveis, delgados, glabros. Pecíolo 1-8mm; D7, E7, F6: brejos e áreas alagadas. Coletada com flores
lâmina membranácea a subcoriácea, 3,4-9,5×0,8-2,9cm, de setembro até março e com frutos de novembro até
elíptica a lanceolada, ápice acuminado, base cordada, dezembro.
margem inteira, discolor. Cimeira axilar ou subterminal, Material examinado: Cajuru, I.1997, L.Y.S. Aona et al.
2-flora; pedúnculo 3,8-20cm; brácteas 4,5-6mm, escariosas, 97-72 (UEC). Jundiaí, X.1953, W. Hoehne s.n. (SPF 15084).
Moji-Guaçu, IX.1960, J.R. Mattos & N.F. Mattos 8243 (SP). São
lanceoladas, glabras. Flores vistosas, 6,2-8,1cm; pedicelo
Carlos, XI.1954, M. Kuhlmann s.n. (SP 59070). Sete Barras,
3-10mm; lacínias do cálice 4-10×0,5-2,5mm, oblongo-lan- XII.1996, A.D. Faria et al. 96-504 (UEC). Vitoriana, 22°45’S
ceoladas, glabras; corola rósea, glabra, tubo inferior 10-15× 48°27’W, XII.1994, M.C.E. Amaral & V. Bittrich 94-56 (UEC).
1-3mm, tubo superior 32-43×11-20mm, lobos 18-26× Ilustrações em Müller (1860), Ezcurra (1981) e
17-24mm, suberetos a patentes; anteras 5mm, oblongas; Ezcurra et al. (1992).

16. RHODOCALYX Müll. Arg.


André Olmos Simões & Luiza Sumiko Kinoshita
Subarbustos eretos, látex incolor, com xilopódios; coléteres interpeciolares presentes. Folhas opostas;
nervação broquidódroma. Inflorescência cimosa, terminal; brácteas foliáceas a subpetalóides, vináceas.
Flores actinomorfas; cálice profundamente 5-partido, lacínias vináceas, foliáceas a subpetalóides, coléteres
alternos na base da face adaxial; corola dextrorsa, vinosa, hipocrateriforme, fauce com anel carnoso conspícuo,
amarelado, lobos 5; estames inclusos, anteras parcialmente férteis, adnatas à cabeça do estilete, base sagitada;
disco nectarífero 5-lobado, ovário súpero, apocárpico, 2-locular, placentação marginal, óvulos muitos, cabeça
do estilete fusiforme com espessamento basal e apêndice apical bífido. Folículos 2, pubescentes, falcados;
sementes muitas, comosas.
Gênero monotípico de distribuição ampla no Brasil, ocorrendo nas regiões Norte, Nordeste, Centro-
Oeste e Sudeste, alcançando também a Bolívia e Paraguai. Ocorre, preferencialmente, em formações de
cerrado aberto, tendendo a campo-cerrado.
Stranghetti, V. & Kinoshita, L. 1996. Reavaliação do gênero monotípico Rhodocalyx Müll. Arg. (Apocynaceae).
Revista Brasil. Bot. 19(2): 133-144.

80
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

SECONDATIA

16.1. Rhodocalyx rotundifolius Müll. Arg. in Mart., Fl. Espécie bem distribuída no Brasil. B6, C5, C6, D4,
bras. 6(1): 173. 1860. D5, D6, D7, E5, E6, E7: cerrado e campo. Coletada com
Prancha 11, fig. E-G. flores de setembro até janeiro e com frutos em novembro.
Prestonia erecta (Malme) J.F. Morales, Novon 9(1): Apresenta potencial ornamental, por suas flores e brácteas
90. 1999. vináceas.
Subarbustos 20-60cm; ramos pubescentes. Pecíolo Material selecionado: Agudos, XI.1993, I. Koch & A.R.S.
3-5mm; lâmina coriácea ou subcoriácea, 6,4-14,5× Jesus 162 (UEC). Angatuba, XI.1959, S.M. Campos 114 (SP).
5-11,8cm, oblonga a obovada, ápice acuminado, base Araraquara, XII.1951, W. Hoehne s.n. (SPF 14044). Bauru,
cordada, margem inteira, discolor, pubescente. Inflo- XI.1996, O. Cavassan 2045 (BAUR). Campinas, XII.1942,
E. Normanha s.n. (IAC 6877). Moji-Guaçu, XI.1991, V.
rescência 3-20-flora; pedúnculo 2-6cm; brácteas 9-15×
Stranghetti 59 (UEC). Pedregulho (Estreito), XI.1997, W.
5-11mm, elípticas, glabras. Flores 15-22mm; pedicelo Marcondes Ferreira et al. 1475 (UEC). Pirassununga,
7-22mm; lacínias do cálice 14-23×6-12mm, oblongas a XI.1994, S. Aragaki & M. Batalha 190 (SP). São Paulo,
estreito-oblongas, ápice afilado; corola vinosa, tubo 15-20× X.1937, J.E. Rombouts s.n. (IAC 1553). Sorocaba, XI.1953,
10-12mm, glabra, lobos 5,9-16×7-12mm; anteras 5-6mm, A.S. Grotta s.n. (SPF 15094).
oblongas a lineares; ovário 3-4mm, estilete 10-11mm, Ilustrações em Müller (1860), Ezcurra et al. (1992),
cabeça do estilete 2-3mm. Folículos 11-19×1,5-3cm; Stranghetti & Kinoshita (1996) e Koch & Kinoshita
sementes 1-2cm, coma 3-6cm. (1999).

17. SECONDATIA A. DC.


André Olmos Simões & Luiza Sumiko Kinoshita
Lianas, látex branco; ramos lenhosos, volúveis; coléteres interpeciolares ou dispostos uniformemente
ao longo de toda a região nodal. Folhas opostas; nervação broquidódroma. Inflorescência tirsóide, terminal,
articulada, bracteada. Flores actinomorfas; cálice profundamente 5-partido, lacínias iguais, 5 coléteres alternos
na base da face adaxial; corola dextrorsa, branca a creme, hipocrateriforme, lobos 5, obovados; estames
inclusos, anteras parcialmente férteis, adnatas à cabeça do estilete, pilosas abaxialmente, base sagitada;
disco nectarífero 5-lobado, ovário súpero, apocárpico, 2-locular, glabro ou minutamente piloso, placentação
marginal, óvulos muitos, estilete curto, cabeça do estilete fusiforme com apêndice apical bífido. Folículos
2, apocárpicos, fusiformes; sementes muitas, comosas.
Gênero americano, com seis espécies. Destas, cinco são exclusivamente sul-americanas e apenas uma,
Secondatia macnabii (Urb.) Woodson, ocorre na América Central. No Brasil, as espécies são exclusivamente
lianas que ocorrem em vários ambientes, desde campos e cerrados até formações florestais.

17.1. Secondatia densiflora A. DC., Prodr. 8: 445. 1844. Espécie bem representada no Brasil. B3, B4, B6, C5, C6,
Prancha 11, fig. H-J. D4, D6, D7: cerrado, mata ciliar e regiões mesófilas. Coletada
Lianas; ramos lenhosos, lenticelados quando maduros, com flores de agosto a março e com frutos de agosto a maio.
glabros. Pecíolo 7-14mm; lâmina membranácea, 5,7-10,9× Material selecionado: Bauru, IX.1992, I. Koch & A.M.
2,2-5,5cm, elíptica a oblongo-elíptica, base atenuada a Guedes Azevedo 46 (UEC). Itirapina, XI.1992, R. Goldenberg
obtusa, ápice acuminado, margem inteira, concolor, & E. Martins 27906 (UEC). Jaboticabal, X.1995, E.H.A.
Rodrigues 352 (SP, UEC). Luís Antônio, IX.1977, H.F. Leitão
glabra. Inflorescência terminal, 10-30-flora; pedúnculo
Filho et al. 5748 (UEC). Moji-Guaçu, X.1982, F.R. Martins 14328
8-12mm; brácteas 1-2×1-1,5mm, ovadas, glabras. Flores
(UEC). Pedregulho, XI.1994, W. Marcondes Ferreira et al. 1031
8-12mm; pedicelo 4-8mm; lacínias do cálice 1-2× (UEC). São José do Rio Preto, 20°48’36’’S 49°22’50’’W, X.1995,
1-1,5mm, glabras, ovadas a oblongo-ovadas; corola A.A. Rezende 208 (UEC). Valentim Gentil, V.1995, L.C. Bernacci
6,5-9×1,5-2mm, branca, fauce pilosa, lobos obovados, et al. s.n. (IAC 30740, UEC 78463).
6-8×4-6mm; anteras 4,5-5mm, oblongas; ovário Material adicional examinado: Avaí, IX.1993, I. Koch &
0,75-1mm, ovóide, glabro, estilete 1mm, cabeça do estilete O. Cavassan 134 (UEC). Bauru, X.1993, I. Koch & A.M.G.
2-2,5mm. Folículos 11,9-18,7×2-3,1cm, fusifor- Azevedo 158 (UEC).
mes, lenhosos, glabros; sementes 19-22×4mm, coma Ilustrações em Müller (1860), Miers (1878),
43-55mm. Ezcurra et al. (1992) e Koch & Kinoshita (1999).

81
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

Prancha 11. A-D. Rhabdadenia pohlii, A. ramo com flores; B. sépala; C. cabeça do estilete; D. antera em vista dorsal e ventral.
E-G. Rhodocalyx rotundifolius, E. ramo com flores; F. flor; G. sépala. H-J. Secondatia densiflora, H. ramo com flores; I. fruto;
J. flor. K-L. Temnadenia odorifera, K. flor, vista frontal; L. flor, vista lateral. M-O. Temnadenia violacea, M. aspecto interno da
flor, com parte da corola retirada; N. ramo com flores; O. fruto. (A-D, Aona 97-72; E-G, Koch 162*; H, J, Koch 158; I, Koch 134*;
K-L, Simões 1035; M, Simões 1322; N, Koch 3; O, Koch 14*) (*publicados em Koch & Kinoshita 1999).

82
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

TABERNAEMONTANA

18. TABERNAEMONTANA L.
Peschiera A. DC., Prodr. 8: 360. 1844.
Ingrid Koch & Luiza Sumiko Kinoshita
Arbustos ou árvores, dicotomicamente ramificados, látex branco. Folhas opostas, pecioladas ou
sésseis; pecíolo com coléteres nas axilas. Inflorescência cimosa, pedunculada; brácteas decíduas, coléteres
nas axilas. Flores actinomorfas, brancas, amarelo-claras ou róseas, odoríferas; lacínias do cálice subiguais,
quase livres a unidas até a metade, patentes a curvas, coléteres na base; corola sinistrorsa, hipocrateriforme;
estames inclusos ou exsertos, anteras totalmente férteis, justapostas mas não adnatas à cabeça do estilete,
sagitadas, triangulares a oblongas; disco nectarífero ausente, ovário súpero, apocárpico, 2-locular, carpelos
pouco a claramente unidos na base e unidos no ápice pelo estilete, óvulos muitos, placentação marginal,
cabeça do estilete cilíndrica, sem anel basal ou mais ou menos cilíndrica com 5 a 10 lobos na base e no
ápice. Fruto bacáceo ou folicular, composto de dois mericarpos separados ou unidos na base, um dos
quais freqüentemente não se desenvolve, verdes, amarelos ou alaranjados, algumas vezes muricados,
com muitas sementes; polpa do arilo branca, laranja ou vermelha; sementes castanhas ou pretas, oblíquo-
elipsóides.
O gênero possui cerca de 110 espécies de distribuição pantropical. No Brasil ocorrem cerca de 23
espécies, sendo sete endêmicas. Está representado no Estado por cinco espécies nativas. Além das espécies
nativas, ocorrem três espécies introduzidas, Tabernaemontana sananho Ruiz & Pav., do norte e oeste da
América do Sul, T. pandacaqui Lam. e T. divaricata (L.) R. Br. ex Roem. & Schult., ambas do Velho
Mundo.
Allorge, L. inéd. Morphologie, systématique, chimiotaxonomie et biogéographie des Tabernamontanoidées
(Apocynacées) Américanes. Ph.D. Thesis, Université de Paris-Sud, 1983.
Leeuwenberg, A.J.M. 1994. A revision of Tabernaemontana. II: The New World Species and Stemnadenia.
Series of revisions of Apocynaceae: XXXVI. Richmond, Royal Botanic Gardens, Kew. 450p.

Chave para as espécies de Tabernaemontana

1. Tubo da corola conspicuamente alargado na base, lobos da corola dolabriformes; cabeça do estilete com
5-10 projeções na base.
2. Lacínias do cálice ovadas, patentes ...................................................................................... 3. T. laeta
2. Lacínias do cálice lanceoladas, curvas pelo menos no ápice.
3. Tubo da corola 0,8-1 vez o comprimento dos lobos, 1,3-2,2 vezes o comprimento do cálice; ápice
das anteras na fauce ou 1,6mm abaixo; botões com ápice ovóide ou cônico .... 1. T. catharinensis
3. Tubo da corola ca. 1,5 vez o comprimento dos lobos, 3,2-4 vezes o comprimento do cálice; ápice
das anteras a 2,3-3,7mm da fauce; botões com ápice elipsóide ................................. 2. T. hystrix
1. Tubo da corola quase cilíndrico, fracamente alargado na base, lobos oblíquo-oblongos; cabeça do estilete
sem projeções na base.
4. Folhas membranáceas, elípticas a obovadas; pecíolo delgado; inflorescência 4,7-5,6 vezes menor que
a maior folha subtendida ....................................................................................................... 4. T. sp.1
4. Folhas subcoriáceas, elípticas; pecíolo engrossado; inflorescência 2 vezes menor que a maior folha
subtendida ............................................................................................................................ 5. T. sp.2

83
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

18.1. Tabernaemontana catharinensis A. DC., Prodr. 8: Bauru, X.1992, I. Koch & A.R.S. Jesus 57 (UEC). Conchas,
365. 1844. X.1971, C.E.S. Sampaio 7 (BOTU). Coronel Macedo, I.1996,
Prancha 10, fig. E-J. V.C. Souza et al. 10428 (ESA, UEC). Guaraci, 20º35’S 48º58’W,
Peschiera catharinensis (A. DC.) Miers, Apocyn. S. V.1982, J.G. Guimarães 1486 (RB). Itajobi, X.1938, O.T.
Mendes s.n. (IAC 4630). Itirapina, II.1994, J.Y. Tamashiro &
Amer.: 41. 1878.
J.C. Galvão 355 (HRCB, UEC). Itu, X.1987, S.M. Silva & W.S.
Tabernaemontana affinis Müll. Arg. in Mart., Fl. bras. Souza 25516 (UEC). Juquiá, XI.1954, M. Kuhlmann 3096 (SP).
6(1): 83. 1860. Penápolis, XI.1979, J.R. Pirani 19-79 (UEC). Pindorama,
Peschiera affinis (Müll. Arg.) Miers, Apocyn. S. X.1993, R. Pilati 426 (ESA, HRCB, UEC). São Paulo,
Amer.: 40. 1878. 23°39’47’’S 46°46’21’’W, XI.1994, R.J.F. Garcia & M.L.D.R.
Tabernaemontana australis Müll. Arg., in Mart., Fl. Souza 513 (SPF). São Sebastião, XII.1972, J. Mattos & N.
bras. 6(1): 84. 1860. Mattos 15668 (SP). Teodoro Sampaio, X.1980, A.C. Dias &
Peschiera australis (Müll. Arg.) Miers, Apocyn. S. F.C. Sério 6134 (ESA, SPSF).
Amer.: 46. 1878. Material adicional examinado: Bauru, IV.1994, I. Koch &
J.O. Guimarães 188 (UEC).
Tabernaemontana hilariana Müll. Arg. in Mart., Fl.
Bastante confundida com Tabernaemontana hystrix
bras. 6(1): 85. 1860.
Steud., esta espécie é mais amplamente distribuída no
Peschiera hilariana (Müll. Arg.) Miers, Apocyn. S.
Estado e distingue-se principalmente pelas proporções entre
Amer.: 41. 1878.
tubo e lobos da corola e lacínios do cálice. Além disso, essa
Nomes populares: leiteiro-de-vaca, leiteiro, mata-pasto.
espécie possui um número maior de flores por inflores-
Arbustos a arvoretas 1,5-7m; caules rugosos. Folhas
cência. Quando em fruto, a distinção entre as espécies torna-
iguais ou desiguais no mesmo nó; pecíolo 1,5-5mm;
se mais difícil, porém, em geral, T. catharinensis possui
lâmina 3,5-12,5×1,6-3cm, elíptica a estreito-elíptica, ápice
folhas mais membranáceas e frutos menores que T. hystrix.
agudo a acuminado, base cuneada, glabra a pilosa,
Ilustrações em Müller (1860), sob Tabernaemontana
membranácea a cartácea, venação eucamptódroma a
affinis, em Markgraf (1968) e Ezcurra (1981), sob Peschiera
broquidódroma, mais evidente na face abaxial. Inflores-
australis, em Ezcurra et al. (1992), Leeuwenberg (1994) e
cência axilar, 2,5-4,5cm, multiflora, ca. 50 flores, 1-3 vezes
Koch & Kinoshita (1999).
menor que a maior folha subtendida; pedúnculo
0,4-1,2cm; brácteas 3-6×1-2mm, lanceoladas. Flores 8-10×
2-3mm; pedicelo 4-8mm; botão com o ápice ovóide, de 18.2. Tabernaemontana hystrix Steud., Nomencl. bot.,
tamanho igual ou maior que o tubo; lacínias do cálice ed. 2: 658. 1840.
3-6×1-3mm, lanceoladas; corola branca, tubo 8-10×2mm, Prancha 10, fig. K-L.
alargado na base, internamente piloso dos estames à fauce, Peschiera hystrix (Steud.) A. DC., Prodr. 8: 360. 1844.
lobos 7-13mm, dolabriformes, pilosos na base; anteras Tabernaemontana echinata Vell., Fl. flum. 3: t. 17.
ca. 3mm, a 2,5-3mm da base e a 0-1,6mm da fauce; ovário 1829.
ca. 1,6mm, piriforme, estilete ca. 1mm, cabeça do estilete Tabernaemontana collina Gardner in Hooker,
ca. 1mm, cilíndrica, com 5-10 projeções na base e dois apên- London J. Bot. 1: 178. 1842.
dices apicais. Folículos com mericarpos de 2,2-3,5(-4,5)× Tabernaemontana fuchsiaefolia A. DC., Prodr. 8: 365.
1,5-2,2cm, achatados, reniformes, opostos, muricados, 1844.
esverdeados a castanhos; sementes 5-7,6×3-4,4mm, pretas, Peschiera fuchsiaefolia (A. DC.) Miers, Apocyn. S.
arilo vermelho. Amer. 34. 1878.
Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e no Leste e Tabernaemontana gaudichaudii A. DC., Prodr. 8:
Sul do Brasil. No Estado de São Paulo é amplamente 365. 1844.
distribuída e popularizou-se como invasora e praga de Peschiera gaudichaudii (A. DC.) Miers, Apocyn. S.
pastagens. Possui intensa regeneração a partir da rebrota Amer. 40. 1878.
de raízes e propaga-se mais intensamente em terras Arbustos ou árvores 2-15m; ramos rugosos. Folhas com
arenosas e ácidas. B5, C3, C4, C5, D1, D3, D4, D5, D6, pares iguais ou desiguais; pecíolo 2-9mm; lâmina 2-11×
D7, E4, E5, E6, E7, E8, F6: locais abertos e sub-bosques. 1-3,4cm, elíptica a levemente obovada, ápice acuminado
Coletada com flores de setembro a dezembro (raramente a cuspidado, base cuneada a oblíqua, membranácea a
em abril) e com frutos de dezembro a maio (raramente em subcoriácea, glabra ou pubescente na face abaxial, venação
agosto). broquidódroma, mais evidente na face abaxial. Inflorescên-
Material selecionado: Agudos, IX.1997, P.F.A. Camargo cia axilar, 3,7-4,8cm, 7-12-flora, ca. 1,5 vez menor que a
& J. Teixeira Neto 418 (UNBA). Amparo, V.1992, M. Kawall maior folha subtendida; pedúnculo 2-10mm; brácteas
193 (UEC). Assis, XII.1995, V.C. Souza & J.P. Souza 9722 (SP). 2-3,4mm, lanceoladas. Flores 10-16×2-3mm; pedicelo

84
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

TABERNAEMONTANA

4-8mm; botão com ápice elipsóide, 6-8×2-3,5mm, menor evidente na face abaxial. Inflorescência 3-9×3-10cm,
ou igual ao tamanho do tubo; lacínias do cálice 1,5-4,3× 3-15-flora, 1,3-2,2 vezes menor que a maior folha
1,2-3,3mm, lanceoladas, curvas; corola branca ou amarela, subtendida; pedúnculo 1-25mm; brácteas e bractéolas
tubo 8-14×2-5mm, em forma de frasco, internamente 0,9-2,3mm, lanceoladas. Flores 10-12×2-3mm, fragrantes;
piloso dos estames à fauce, lobos 5-8,5(-10)×3-6mm, pedicelo 6-12mm; botão maduro com ápice ovóide amplo,
dolabriformes; anteras ca. 4mm, a 2,3-3,8mm da base e a 3,5-7×2,5mm, de tamanho semelhante ao do tubo; lacínias
2,3-3,7mm da fauce; ovário 1,5-2,4mm, ovóide, estilete do cálice 1,1-2×1,5-2mm, patentes, ovadas, obtusas ou
0,6-1,9mm, cabeça do estilete ca. 1mm, cilíndrica, com agudas; corola branca, tubo 8-10×3-4mm, alargado na
projeções no ápice e na base e dois apêndices apicais. base, internamente piloso entre os estames e a fauce, lobos
Folículos com mericarpos de 3,5-5,6×2,4-3cm, reni- 9-12,7×5-7,4mm, dolabriformes, pilosos na base; anteras
formes, muricados, verdes a amarelos; sementes 8-10× 4-5mm, a ca. 2,4mm da base e 1,4mm da fauce; ovário
4,5-7,5mm, castanhas. 1,7-2,2mm, ovóide, estilete 1-2mm, cabeça do estilete
Ocorre no Sudeste do Brasil em locais preferencial- 1-1,4mm, cilíndrica, com 5-10 projeções no ápice e na
mente abertos. No Estado de São Paulo foi possível base e dois apêndices apicais. Folículos 3,9-4,6×2-3,2cm,
observar uma certa concentração em locais mais altos, achatados, reniformes, opostos, muricados, esverdeados
como serras e a ocorrência em áreas próximas a matas. a castanhos; sementes 10×5,5mm, castanhas.
D2, D5, D6, D9, E4, E5, E6, E7, E8, E9, F4, F5. Coletada Ocorre no Sudeste do Brasil, em matas secundárias
com flores principalmente de setembro a dezembro (rara- baixas. D8, D9, E6, E7, E8, F6: Mata Atlântica de encosta,
mente em abril) e com frutos de janeiro a junho. mata ciliar. Coletada com flores de setembro a dezembro
Material selecionado: Bananal, IX.1994, G.L. Esteves (raramente entre março e maio) e com frutos de fevereiro
et al. 2642 (UEC). Boracéia, XI.1940, A.S. Lima & L. Silva s.n. a abril.
(IAC 5866, SP 26612). Cunha, XI.1992, S. Buzato & M. Sazima Material selecionado: Bananal, V.1995, M. Sugiyama
27990 (UEC). Eldorado, V.1996, G.A.D.C. Franco & F.A.R.D.P. et al. 1357 (UEC). Cachoeira Paulista, X.1994, R. Simão-
Arzolla 1404 (SP). Itapeva, V.1995, V.C. Souza et al. 8604 (ESA, Bianchini 562 (UEC). Itupeva, IV.1992, R. Esteves 50 (SPSF
HRCB, UEC). Itaporanga, II.1944, B. Pickel s.n. (SPSF 805). 15021). Pariquera-Açu, IX.1995, N.M. Ivanauskas 456 (UEC).
Itararé, X.1965, J. Mattos & C. Moura 12806 (UEC). Itupeva, São Paulo, XI.1933, M. Koscinsky s.n. (SP 31248). Ubatuba,
IV.1995, C.Y. Kameyama et al. 95 (HRCB 20100, UEC 072190). II.1996, H.F. Leitão Filho et al. 34848 (UEC).
Jacareí, IV.1935, C. Godoy s.n. (SP 32878). Monte Mor, Material adicional examinado: Ubatuba, 23º25’S 45º07’W,
III.1939, A.P. Viegas et al. s.n. (HRCB 912, IAC 3907, SP 42031). XI.1993, J.M. Queiroz et al. 30144 (UEC).
Sandovalina, 22º32’S 51º50’W, IV.1982, L.A. Dambrós 263 Ilustrações em Müller (1860) e Leeuwenberg (1994).
(R). São Paulo, VI.1932, F.C. Hoehne s.n. (R 112808).
Por existir polimorfismo entre os materiais analisa- 18.4. Tabernaemontana sp.1
dos, no que diz respeito à consistência e distribuição das Prancha 10, fig. N-O.
folhas nos ramos e à consistência e tamanho das flores, Arbustos ca. 1,5m; ramos rugosos. Folhas laxas, desiguais;
acredita-se ser necessário a reavaliação desta espécie e a pecíolo delgado, 3,3-9,7mm; lâmina 4,2-14,7×1,3-8cm,
designação de um epítipo, uma vez que o lectótipo é uma elíptica a obovada, ápice cuspidado a caudado, base aguda
prancha de Velloso acompanhada de uma curta descrição, a oblíqua, membranácea, discolor, glabra, venação
não muito informativos para a identificação. eucamptódroma a broquidódroma (pouco comum), evidente
Ilustrações em Miers (1878), sob Peschiera fuchsiifolia, na face abaxial, escura. Inflorescência axilar,
em Markgraf (1968), sob Peschiera hystrix, e Leeuwenberg 1,9-2,9cm, 5-6-flora, ca. 5 vezes menor que as maiores
(1994). folhas subtendidas; pedúnculo 2,8-3,6mm; brácteas
2,8-3,1mm, linear-lanceoladas. Flores 10×2mm; pedicelo
18.3. Tabernaemontana laeta Mart., Flora 20(2): 98. 3,1-3,4mm, pubérulo; botão com ápice 6×4mm, delicado,
1837. ovóide, menor que o tubo; lacínias do cálice 2-3×1mm,
Prancha 10, fig. M. lanceoladas, ápice reflexo; corola branca ou creme, tubo 8×
Peschiera laeta (Mart.) Miers, Apocyn. S. Amer. 35. 2-3mm, cilíndrico, pouco alargado na base, internamente
1878. piloso dos estames à fauce, lobos 5-6×3mm, oblíquo-
Arbustos ou pequenas árvores 3 a 10m. Folhas muitas oblongos, pilosos no centro; anteras ca. 5mm, a 1,3-2mm da
vezes desiguais no mesmo nó; pecíolo 6,5-17mm, glabro; base e a 2,6-4,4mm da fauce; ovário 0,8-1mm, ovóide, estilete
lâmina 6,5-17×2,5-4,7cm, elíptica a obovada, ápice ca. 4mm, cabeça do estilete 1mm, cilíndrica com projeções
acuminado a levemente caudado, base cuneada a oblíqua, apenas no ápice e dois apêndices apicais. Frutos não vistos.
membranácea a cartácea, glabras em ambas as faces, E9: sub-bosque de mata de planície arenosa. Cole-
levemente discolores, venação broquidódroma, mais tada com flores em novembro.

85
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

Material examinado: Ubatuba (Picinguaba), 23º20’574’’S que as maiores folhas subtendidas; pedúnculo 0,3-2,5mm;
44º51’029’’W, XI.2004, I. Koch et al. 905 (UEC). brácteas 1,2-2,2×1mm, linear-lanceoladas. Flores
Material adicional examinado: Ubatuba (Picinguaba), 17×2mm, creme; pedicelo ca. 6mm; botões com ápice
XI.1993, F. Barros 2846 (UEC). 6,8×3,5mm, ovóide, mais curto do que o tubo; lacínias do
Espécie que possui muitas características em comum cálice 4-5×1,5-2mm, lanceoladas, ápice reflexo; corola
com Tabernaemontana linkii A. DC., da qual se dife- com tubo ca. 9×2mm, cilíndrico, pouco alargado na base,
rencia por possuir folhas membranáceas, muitas vezes internamente piloso dos estames à fauce, lobos ca. 6×4mm,
obovadas, inflorescência mais curta (até 2,5cm), com oblíquo-oblongos, pilosos na base; anteras ca. 5mm, a
poucas flores (5-6) e lacínios do cálice lanceolados, 2,5 1,5mm da base e a 6mm da fauce; ovário ca. 4mm, ovóide,
vezes menores que o tubo, além da corola branca. Além estilete ca. 4mm, cabeça do estilete ca. 2mm, cilíndrica,
disso, T. linkii ocorre na região amazônica. com projeções apenas no ápice. Folículos jovens ca. 1cm,
As relações de Tabernaemontana linkii com arredondados, muricados, lacínias do cálice persistentes.
T. hystrix não são claras devido ao polimorfismo e os F6: mata de encosta. Coletada com flores em dezem-
problemas de delimitação da última. É possível então que, bro e com frutos de maio a outubro.
com mais coletas e análise detalhada dos materiais-tipo Material examinado: Iguape, XII.1991, L. Rossi et al. 1008
relacionados a T. hystrix, ela venha a ser incluída na (UEC).
última. Por enquanto, optou-se em mantê-la em separado, Esta espécie é muito semelhante a Tabernaemontana
pelas características peculiares que apresenta. sp.1, da qual se diferencia pelas folhas subcoriáceas com
pecíolos engrossados e pela inflorescência duas vezes
18.5. Tabernaemontana sp.2 menor que a maior folha subtendida. Esta espécie ocorre em
Arbustos 4-5m; ramos suberosos. Folhas desiguais; mata de encosta com solo argiloso e Tabernaemontana
pecíolo 0,5-2,4cm, engrossado; lâmina 3,5-11,5× sp.1 ocorre em mata de planície arenosa. Também asse-
1,1-3,4cm, elíptica, ápice cuspidado, base atenuada, melha-se a T. linkii A. DC., da qual se diferencia pelos
subcoriácea, levemente discolor, glabra, venação pecíolos engrossados, pela inflorescência com poucas flores
broquidódroma, pouco evidente em ambas as faces, clara. (6) e lacínios do cálice lanceolados, duas vezes menores que
Inflorescência axilar, 2,9cm, ca. 6 flores, 2 vezes menor o tubo, além da corola branca.

19. TEMNADENIA Miers


Luiza Sumiko Kinoshita & André Olmos Simões
Lianas lenhosas a sublenhosas, látex incolor; ramos volúveis ou raramente suberetos; coléteres
interpeciolares ou dispostos uniformemente ao longo de toda a região nodal. Folhas opostas; pecioladas a
subsésseis; nervação broquidódroma. Inflorescência bostricóide, axilar ou menos freqüentemente
subterminal, pauci ou multiflora, bracteada. Flores actinomorfas; cálice profundamente 5-partido, lacínias
iguais, coléteres opostos na base da face adaxial; corola dextrorsa, amarela, rósea ou vinácea, infundibuliforme,
lobos 5; estames inclusos, anteras parcialmente férteis, adnatas à cabeça do estilete, pilosas abaxialmente,
base sagitada; disco nectarífero 5-lobado, ovário súpero, apocárpico, 2-locular, glabro ou piloso, placentação
marginal, óvulos muitos, cabeça do estilete fusiforme-capitada com espessamento basal e apêndice apical
bífido. Folículos 2, apocárpicos, geminados; sementes muitas, comosas, rostradas.
Gênero exclusivamente sul-americano com quatro espécies, sendo que Temnadenia ornata (Hoehne)
Woodson, T. odorifera (Vell.) J.F. Morales e T. violacea (Vell.) Miers são endêmicas no Brasil e duas
ocorrem no Estado de São Paulo.
Santos, L.B. inéd. Estudos morfológicos e taxonômicos do gênero Temnadenia Miers (Apocynaceae). Dissertação
de Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1996.

Chave para as espécies de Temnadenia

1. Flores até 3,5cm; corola rósea, com a fauce amarelada e guia de néctar vinoso em forma de estrela; em
restinga e Mata Atlântica de encosta ................................................................................ 1. T. odorifera
1. Flores 4cm ou maiores; corola vinácea, com a fauce esverdeada; em campo ou cerrado .... 2. T. violacea

86
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

TEMNADENIA

19.1. Temnadenia odorifera (Vell.) J.F. Morales, Novon Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso,
9(2): 240. 1999. Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São
Prancha 11, fig. K-L. Paulo e Paraná. C5, C6, D2, D3, D4, D5, D6, D7, E4, E5,
Temnadenia stellaris (Lindl.) Miers, Apocyn. S. E6, E7, F4: cerrado e campo. Coletada com flores o ano
Amer.: 210. 1878. todo e com frutos de fevereiro a setembro. Apresenta
Lianas; ramos pubescentes. Pecíolo 3-14mm; lâmina potencial ornamental devido à beleza de suas flores.
membranácea, 6-15,4×2,8-9,4cm, elíptica a ovado-elíptica, Material selecionado: Águas de Lindóia, IV.1997, A.O.
ápice acuminado, base atenuada a obtusa, margem inteira, Simões 1322 (UEC). Águas de Santa Bárbara, XII.1995, V.C.
pubescente, concolor. Inflorescência axilar, 14-32-flora; Souza & J.P. Souza 9534 (ESA). Angatuba, I.1996, V.C. Souza
pedúnculo 17-78mm; brácteas 2-7×0,5-1mm, lanceoladas, et al. 10647 (ESA). Araraquara, IX.1962, G.M. Felipe 106 (SP).
Assis, II.1996, V.C. Souza & J.P. Souza 10821 (ESA). Cabreúva,
glabras. Flores vistosas, 20-35mm; pedicelo 9-20mm;
III.1994, K.D. Barreto et al. 2103 (ESA, UEC). Cajuru, III.1990,
lacínias do cálice 3,5-8×1,5-4,5mm, pilosas, ovado- A. Sciamarelli & J.V.C. Nunes 584 (FFCLRP, UEC). Campo
lanceoladas; corola rósea, glabra, tubo inferior Limpo Paulista, XI.1981, S.L. Jung 404 (SP). Corumbataí,
8-11×4-5,5mm, cilíndrico, tubo superior infundibuliforme, X.1993, K.D. Barreto et al. 1449 (ESA). Iepê, I.1986, C. Müller
6-9×3,5-6mm, fauce amarelada e guia de néctar vinoso & M.C. Dias s.n. (UEC 61192). Itararé, VI.1994, V.C. Souza
em forma de estrela, lobos 8-13×7-11mm, obovados, et al. 6202 (ESA, SP). Luís Antônio, X.1991, M.R. Mechi &
patentes; anteras 10mm; ovário 2mm, glabro, estilete E.S.R. dos Santos 59 (SPFR). Piraju, XII.1977, J.S. Silva &
10mm, cabeça do estilete 2mm. Folículos 19,5-23× D.M. Vital 450 (SP). São Manuel, VI.1996, V.C. Souza & J.P.
0,5-1cm, cilíndricos, lenhosos, paralelos, avermelhados; Souza 11453 (ESA).
Material adicional examinado: Bauru, XI.1991, I. Koch
sementes 12-16×2mm, coma 30-32mm.
& A.M.G. Azevedo 3 (UEC). Bauru, IV.1992, I. Koch & A.M.G.
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Azevedo 14 (UEC).
Bahia, Mato Grosso, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Ilustrações em Müller (1860), sob Echites violacea,
Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. E7, e Koch & Kinoshita (1999).
E8, E9, F6, G6: restinga, Mata Atlântica de encosta.
Coletada com flores de novembro a abril e com frutos de
Lista de exsicatas
março a agosto. Apresenta potencial ornamental devido à
beleza de suas flores. Abramides, P.L.G.: IAC 24428 (13.10); Accorsi, W.R.: ESA
Material selecionado: Cananéia (Ilha do Cardoso), 1901 (9.8); Adriana: 9 (1.1); Aguiar, O.T.: 195 (18.1), SPSF
VI.1989, M. Kirizawa 2220 (SP). Guarujá, XI.1989, M.A. Assis 5995 (18.1); Albernaz, L.K.M.: SPSF 11678 (18.1); Almeida-
22799 (UEC). Pariquera-Açu, I.1996, N.M. Ivanauskas 677 Scabbia, R.J.: 858 (2.7); Alongi, L.: 140 (2.4), SP 1264 (2.4);
(ESA). Ubatuba, II.1996, H.F. Leitão Filho et al. 34377 (UEC). Amaral Júnior, A.: 29 (4.9), 51 (18.1), 94 (2.15), 996 (9.10),
Ubatuba (Picinguaba), I.2000, A.O. Simões & R.B. Singer 1035 1019 (7.2); Amaral, H.: HRCB 1112 (9.9), HRCB 1115 (9.9);
(UEC). Amaral, M.C.E.: 94-56 (15.1); Amorim, L.: IAC 21122 (18.1);
Ilustrações em Markgraf (1968). Andrade, N.: SP 26685 (9.8), SP 29267 (16.1); Anunciação,
E.A.: 377 (9.6), 610 (19.1); Aona, L.Y.S.: 97-72 (15.1);
19.2. Temnadenia violacea (Vell.) Miers, Apocyn. S. Appezzato, B.: 1 (9.9); Appezzato-da-Glória, B.: ESA 13251
Amer.: 208. 1878. (9.7), ESA 88060 (9.8), SPF 7037 (9.8), SPSF 78671 (9.9);
Aragaki, S.: 166 (7.4), 190 (16.1), 258 (7.4), 304 (16.1); Aranha,
Prancha 11, fig. M-O.
C.: 31 (7.1), IAC 26047B (13.4), IAC 28179 (1.1); Araújo, A.C.:
Lianas; ramos pilosos. Pecíolo 2-7mm; lâmina membra- 30016 (9.5), 30017 (9.6), HRCB 17684 (9.6), HRCB 17688 (9.5),
nácea, 5,2-11,8×2,6-6,9cm, elíptica a ovado-elíptica, ápice UEC 85320 (9.6); Araújo, P.: SPSF 4704 (18.1); Arbócz, G.F.:
acuminado, base atenuada a obtusa, margem inteira, glabra 108 (2.7), 245 (13.8), 275 (18.1), 281 (8.1); Assis, M.A.: 12
a pubescente, discolor. Inflorescência axilar, 9-15-flora; (19.2), 401 (9.6), 407 (4.3), 452 (18.3), 688 (9.5), 695 (3.1), 786
pedúnculo 35-80mm; brácteas 2-5×0,5-1mm, lanceoladas, (4.2), 791 (4.5), 22439 (9.5), 22799 (19.1), 22830 (9.5), HRCB
glabras. Flores vistosas, 43-66mm; pedicelo 6-15mm; 17685 (3.1), HRCB 17687 (19.1); Assis, P.: 341 (18.1), 476
lacínias do cálice 7-10×2-3,5mm, pilosas, ovado- (16.1); Assumpção, C.T.: 7566 (2.2), HRCB 8929 (18.1), HRCB
lanceoladas; corola glabra, tubo inferior 13-15,5×2-4mm, 8930 (2.9), HRCB 8931 (19.2), UEC 147 (18.1), UEC 152 (18.1),
UEC 204 (9.5); Baitello, J.B.: 204 (2.9), SPSF 5801 (18.1),
esverdeado, cilíndrico, tubo superior 15-24×9-16mm,
SPSF 5889 (5.1); Balogh, M.M.: 14 (13.4); Barreto, K.D.: 492
vináceo, infundibuliforme, fauce esverdeada, lobos 21-26× (18.2), 565 (3.1), 1449 (19.2), 1648 (1.2), 1726 (13.4), 1763
19-29mm, obovados, patentes; anteras 7-8mm; ovário (13.1), 2103 (19.2), 2309 (11.1), 3258 (9.1), 3323 (9.5); Barros,
3mm, ovóide, glabro, estilete ca. 1cm, cabeça do estilete F.: 384 (7.1), 618 (13.4), 749 (9.5), 770 (9.6), 1060 (18.1), 1216
2mm. Folículos 14,6-28×0,4-1cm, cilíndricos, lenhosos, (8.1), 1279 (1.2), 1493 (9.5), 1728 (9.6), 1955 (2.7), 1963 (8.1),
castanho-escuros, paralelos; sementes 10-12×1-2mm, 1986 (4.3), 2529 (19.2), 2567 (19.2), 2587 (4.9), 2592 (4.2),
coma 30-45mm. 2610 (9.9), 2846 (18.4), 2882 (18.3); Bartolomeu, J.G.: SPF

87
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

15165 (12.1); Batalha, M.: 239 (9.9), 296 (7.4); Batina, M.F.C.: BOTU 12487 (11.1); Cunha, J.A.: 37 (14.1), IAC 9066 (2.7),
SPFR 3224 (18.1), SPFR 4022 (18.1); Beaurepaire: s.n. (2.9); IAC 9067 (2.9); Custodio-Filho, A.: 207 (9.9), 404 (18.1), 436
Begnani, C.N.: 22232 (16.1); Benson, W.W.: 4659 (6.1); (9.9), 491 (11.1), 733 (9.5), 1825 (9.5), 2085 (9.5), 2151 (12.1),
Bernacci, L.C.: 25 (13.4), 126 (13.8), 139 (13.3), 156 (19.2), 2173 (9.5), 2187 (9.5), 4652 (2.7); Cytrynowicz, M.: 12225
188 (2.4), 273 (2.1), 285 (4.6), 301 (2.14), 544 (4.5), 713 (13.10), (11.1), 12227 (10.1); Dambrós, L.A.: 263 (18.2); Davidse, G.:
735 (10.1), 785 (4.7), 801 (2.14), 855 (4.2), 1127 (4.7), 1293 10482 (14.1); Davis, P.H.: 60812 (9.5); Decker, S.: SP 24741
(13.8), 1353 (13.4), 1430 (18.2), 1442 (9.8), 1528 (13.4), 1593 (7.1); Dedecca, D.: 403 (18.2), 593 (14.1), ESA 2446 (1.1), IAC
(4.8), 1646 (13.10), 1654 (4.5), 1820 (13.4), 1852 (13.8), 1857 9222 (13.4), IAC 9225 (13.8), IAC 12967 (18.1), SP 69525 (1.2);
(10.1), 1962 (18.1), 2090 (4.5), 20844 (9.9), 21243 (2.7), 24403 Dedove, J.D.: SPF 16547 (7.2); De Grande, D.A.: 9 (18.1), 176
(13.4), 25733 (2.11), 25868 (2.9), 25883 (13.4), 35012 (2.3), (18.1), 177 (9.5), 211 (4.7), 351 (3.1), 390 (19.1), SP 162707
35035 (2.4), 35049 (18.1), IAC 30740 (17.1), UEC 78463 (17.1); (9.6); Delistoianov, J.: IAC 18546 (18.1); Dias, A.C.: 43 (8.1),
Bertoncini, A.P.: 411 (2.15), 466 (4.2); Bezerra, A.C.: ESA 119 (9.5), ESA 3678 (18.1), 6134 (18.1); Dias, C.: 15875 (18.1);
2906 (1.1); Bianchini, R.S.: 448 (11.1), 617 (9.1); Bicudo, Dias, N.M.: 423 (18.1), 450 (13.4); Doering: 39953 (7.2);
L.R.H.: 29 (4.9), 497 (9.9), 758 (5.1), 1235 (9.3), 1244 (11.1), Domingos, P.R.: SPSF 11610 (2.15); Dorta, R.O.: 37 (9.5);
1337 (11.1), 1653 (5.1), 1663 (7.1); Bittar, M.: PMSP 40 (1.1); Duarte, A.G.: 4217 (18.2), 4229 (18.2); Duarte, A.P.: 5814
Bockermann, W.: SP 192953 (13.4); Boock, O.J.: IAC 10670 (18.1); Duarte, K.: ESA 6120 (9.8), ESA 6272 (9.9), ESA 7089
(18.1), SP 266559 (18.1); Brade, A.C.: 5540 (9.9), 5542 (9.3), (9.8), ESA 88030 (11.1), ESA 88087 (9.8); Durigan, G.: 30533
5678 (16.1), 5690 (9.1), 5691 (9.9), 5693 (9.8), 5694 (9.9), 5695 (2.4), 30554 (2.1), 30623 (5.1), 30635 (2.9), 30704 (4.4), 31694
(9.13), 5696 (13.4), 6120 (9.5), 6654 (19.2), 6656 (9.2), 6698 (18.1), 35062 (2.11), 35063 (2.9), SPSF 15641 (5.1); Dusén, P.:
(9.16), 6977 (18.2), 7947 (4.3), 8015 (4.7), 10030 (9.9), 12133 2574 (9.2), 9065 (9.3), 9066 (9.1); Edwall, G.: 1694 (19.1),
(9.16), SP 6649 (12.1), SP 6663 (4.9), SP 6665 (7.1), SP 6666 1821 (9.6), 2765 (4.3), 5807 (9.9), RB 119767 (4.1), SP 1714
(7.2), SP 6975 (7.1), SP 10034 (15.1), SP 81680 (7.1); Bragnaro: (13.4), SP 11168 (3.1), SP 11214 (7.2), SP 11237 (4.1); Egler,
139 (4.5); Brito, B.: SPF 78096 (12.1); Brognaro: 148 (13.10); S.G.: 22164 (3.1); Eiten, G.: 1566 (9.9), 1649 (15.1), 2390
Brown Jr., K.S.: 9253 (13.8), 15685 (12.1), 21044 (13.4); Bruni, (16.1), 3120 (11.1), 3273 (4.2), 3554 (16.1), 5896 (13.4), 5926
S.: UEC 88044 (18.1); Buzato, S.: 22093 (3.1), 27990 (18.2); (19.2), 6019 (19.2) 6023 (4.2), 7033 (9.11), 6020 (4.9);
C.G.G.: 35 (14.1); Calasanas-Xavier, R.D.: 23 (9.5); Camargo, Emmerich, M.: 3291 (9.9); Emelen, A.V.: 223 (14.1); Emygidio,
P.F.A.: 313 (18.1), 341 (18.1), 380 (18.1), 408 (18.1), 409 (18.1), L.: 2709 (9.9); Equipe Pg: 70 (2.15); Esposito, M.C.: 22066
410 (18.1), 411 (18.1), 412 (18.1), 414 (18.1), 415 (18.1), 416 (18.1); Esteves, G.L.: 2642 (18.2); Esteves, R.: 50 (18.3);
(18.1), 418 (18.1), 420 (18.1), 421 (18.1), 425 (18.1), 426 (18.1), Falcão: 142 (13.6); Faria, A.D.: 96/504 (15.1), 97/199 (15.1);
427 (18.1), 428 (18.1), 430 (18.1), 431 (18.1), 433 (18.1), 434 Feliciano, J.: 6 (16.1); Felippe, G.M.: 48 (2.15), 106 (19.2),
(18.1), 435 (18.1), 436 (18.1), 437 (18.1), 450 (18.1), 452 (18.1), 107 (11.1); Ferreira, M.B.: 205 (9.7), SPSF 12716 (9.9);
461 (18.1), 462 (18.1), 463 (18.1), 464 (18.1), 465 (18.1); Ferreira, S.: UEC 80920 (1.1), SP 270286 (9.5), SP 276748
Campanha, A.S.: 8 (2.8); Campos, R.F.: IAC 7966 (1.1), UEC (9.5); Figueiredo, N.: 17077 (19.2); Fischer, P.H.: 56 (18.2);
67017 (1.1); Campos, S.M.: 91 (9.9), 92 (9.8), 120 (9.2), 114 Fischer, R.: 5833 (9.11); Fontella, J.: 72 (9.6), 138 (9.8); Fontes,
(16.1), 137 (7.1), SP 53372 (1.1), SP 67017 (1.1), SP 268367 A.M.: 17 (9.5); Fontes, S.: SP 44925 (1.1); Forero, E.: 8164
(1.1); Cardoso, M.F.: SPFR 4021 (18.1); Cardoso-Leite, E.: (19.2), 8270 (2.15), 8343 (16.1); Forster, R.: IAC 14202 (18.1),
206 (2.7), 384 (14.1), 400 (18.2); Capellari, L.: ESA 5203 (9.10); SP 268294 (18.1), UEC 67011 (18.1), UEC 88062 (18.1);
Carvalho, A.: IAC 532 (1.1); Carvalho, R.M.: 11578 (9.9), Franceschinelli, E.V.: 22528 (18.1); Franco, A.L.M.: 21572
11579 (7.4), 11584 (7.3), 11594 (16.1); Castilho, R.M.M.: 10 (13.8), 21573 (13.4), 22485 (2.15); Franco, G.A.D.C.: 1208
(2.15); Castro, M.M.S.: 22044 (18.1); Catharino, E.L.M.: 109 (18.1), 1307 (18.1), 1404 (18.2); Frazão, A.: RB 86781 (4.8);
(13.4), 159 (2.7), 165 (9.10), 320 (13.4), 503 (15.1), 680 (9.5), Freire-Allemão: 968 (2.3); Fromm, E.: 276 (4.3); Furlan, A.:
858 (13.8), 864 (18.1), 1357 (13.4), 1523 (3.1); Cavalcanti, D.C.: 165 (4.4), 243 (4.9), 434 (4.3), 449 (4.4), 494 (19.1), 497 (19.1),
159 (2.2); Cavassan, O.: 12 (18.1), 135 (10.1), 149 (3.1), 342 593 (3.1), 626 (18.4), 665 (3.1), 753 (4.4), 791 (4.3), 873 (4.3),
(2.15), 840 (18.1), 851 (18.1), 2045 (16.1), 30782 (3.1), 30785 952 (18.3), 1157 (9.9), 1180 (18.1), 1189 (19.2) 1403 (9.5), 1473
(9.16), 30822 (13.4), 31777 (5.1), UEC 29305 (18.1), UEC 30812 (18.3), 1513 (4.4), 3210 (9.13), 11249 (3.1), HRCB 15513 (9.8);
(4.2); Cervi, A.C.: 4136 (2.15); Cesar, O.: 88 (9.9), 89 (19.2), Gabriel, J.L.C.: UEC 85259 (2.2); Garcia, F.C.P.: 184 (3.1),
116 (10.1), 131 (19.2), 155 (19.2), 224 (7.4), 228 (7.4), 242 227 (9.5), 513 (14.1), 529 (19.1), 561 (4.4), 567 (4.3), 574 (4.3),
(9.10), 247 (2.15), 381 (9.9), 409 (6.1), 615 (5.1), 811 (2.2), 603 (4.4); Garcia, R.J.F.: 386 (13.4), 513 (18.1), 973 (9.5);
14715 (2.2), HRCB 2292 (2.2), HRCB 2437 (18.1), HRCB 3684 Gaudichaud: 386 (2.9); Gehrt, A.: 896 (9.9), 3584 (19.2), 4741
(9.9), UEC 27604 (18.1), UEC 85303 (18.1), UEC 85306 (2.9); (15.1), 8285 (11.1), RB 119790 (18.2), SP 3653 (13.4), SP 3724
Chiea, S.C.: 701 (3.1), 738 (9.1); Coelho, J.C.: SPSF 2420 (7.2); (7.1), SP 4555 (4.8), SP 4652 (7.4), SP 39985 (13.4), SP 41841
Coleman, M.A.: 219 (13.10), 228 (13.4), 244 (13.4), 254 (13.10), (9.3); Gemtchujnicov, I.D.: BOTU 12485 (18.1), BOTU 12490
303 (13.10), 311 (13.4); Com. Geogr. e Geol. de São Paulo: 35 (18.1); Gentry, A.: 58704 (2.9), 58706 (4.1); Geraldini, A.:
(14.1), 170 (19.2); Cordeiro, I.: 747 (8.1), 873 (8.1), 1159 (4.5), 22005 (18.1); Gibbs, P.E.: 2870 (11.1), 3157 (9.5), 3256 (9.1),
1398 (18.2), 1427 (18.2), 1477 (8.1); Cordeiro, L.: 14 (18.1); 3266 (9.14), 3361 (2.15), 3530 (1.1), 4042 (6.1), 4043 (5.1),
Costa, A.S.: 4028 (9.2), IAC 42082 (9.3); Costa, B.: SPSF 7556 4050 (9.9), 4177 (9.9), 4229 (9.9), 4268 (13.8), 4287 (10.1),
(14.1), SPSF 7566 (2.9), SPSF 7571 (2.9); Costa, R.: 39 (19.1), 4308 (11.1), 4326 (13.4), 4356 (13.4), 4561 (11.1), 4602 (18.3),
72 (19.1); Coutinho, P.E.G.: SPSF 17422 (18.2); Cruz Jr., N.: 6684 (1.2), UEC 30181 (19.2); Giulietti, A.M.: 1006 (18.1);

88
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

Glanaser, F.: 62 (9.3); Godoi, J.V.: 40 (13.8), 173 (13.4), 193 Kiehl, E.: 7654 (12.1); Kim, A.C.: 30038 (4.3), 30039 (12.1),
(3.1), 209 (13.4), 225 (13.8), 274 (3.1), 290 (13.4), 294 (4.5), 30070 (3.1); Kinoshita, L.S.: 94-19 (4.5), 94-20 (6.1), 94-21
383 (3.1), 607 (9.1); Godoy, C.: SP 32878 (18.2); Goes, M.: SP (9.10), 94-22 (9.10), 94-127 (9.7), 94-212 (2.1), 94-214 (13.8),
204309 (1.1); Góes, R.: 37 (14.1); Goldenberg, R.: 147 (12.1), 94-215 (4.9), 94-219 (4.9), 94-221 (5.1), 94 (16.1), 14232 (2.15),
27886 (4.2), 27906 (17.1), 32394 (18.3); Gomes: 3660 (2.11); 14244 (19.2), 32199 (18.1); Kirizawa, M.: 83 (11.1), 94 (6.1),
Gomes da Silva, S.J.: 176 (4.6), 373 (3.1); Gomes Jr., J.C.: SP 180 (13.4), 297 (18.1), 484 (16.1), 485 (16.1), 491 (9.9), 649
102457 (7.3); Gonçalves, A.L.: SP 165414 (9.9); Gonçalves, (9.5), 1129 (9.9), 1353 (16.1), 1430 (9.5), 1525 (9.5), 2220 (19.1),
J.B.: SPSF 8946 (18.1); Gottsberger, I.: 410 (2.15); Grecco, 3075 (18.1), SP 150907 (13.4); Klein, A.: 33 (18.1), 10331
M.N.: 22 (13.4), 87 (13.10), 140 (4.5); Grombone, M.T.: 22235 (2.15); Koch, I.: 1 (12.1), 3 (19.2), 4 (11.1), 8 (19.2), 9 (18.1),
(18.1); Grotta, A.S.: 280 (7.1), 5135 (9.5), SPF 15094 (16.1), 14 (19.2), 28 (4.2), 35 (6.1), 44 (4.2), 46 (17.1), 50 (18.1), 57
SPF 15472 (11.1), UEC 87399 (18.2); Guedes de Azevedo, (18.1), 64 (4.2), 66 (4.5), 72 (4.5), 76 (4.2), 77 (4.8), 99 (10.1),
A.M.: 164 (12.1); Guilherme, O.: IAC 3162 (7.1); Guillaumon, 100 (10.1), 113 (6.1), 120 (4.5), 121 (4.5), 128 (12.1), 130 (9.16),
J.R.: SPF 16079 (7.1), SPF 16086 (16.1); Guillemin: 604 (2.8); 131 (4.9), 133 (4.5), 134 (17.1), 135 (10.1), 136 (4.2), 148 (7.4),
Guimarães, J.G.: 1486 (18.1); Guimarães, L.R.: 19 (4.3); 154 (4.5), 158 (17.1), 159 (4.9), 161 (9.9), 162 (16.1), 169 (4.5),
Hammer, A.: 5805 (9.3), 5806 (16.1); Handro, O.: 57 (9.9), 171 (4.2), 173 (9.9), 176 (4.6), 177 (6.1), 178 (11.1), 181 (11.1),
165 (9.2), 330 (2.12), 361 (9.9), 362 (9.8), 625 (7.4), 713 (16.1), 188 (18.1), 842 (14.1), 868 (14.1), 869 (14.1), 905(18.4), 30763
828 (13.8), 998 (9.13), 1200 (9.14), IAC 5771 (7.3), R 112809 (13.4), 30765 (19.2), 30766 (13.4), 30769 (13.4), 30770 (13.4),
(18.1), SP 33235 (9.2), SP 48380 (9.3), SP 50342 (1.1), SP 50343 30783 (13.8), 30791 (13.4), 30792 (13.8), 30802 (13.4), 30806
(7.1), SPF 83339 (7.1); Handro, W.: 880 (2.15); Hannstein: (9.16), 30814 (19.2), 30835 (9.9), 30836 (9.16), 30839 (13.4),
SP 48081 (7.3); Hashimoto, G.: SP 42862 (7.2); Hassler: 10651 31781 (13.4), UEC 27239 (4.2), UEC 52824 (4.9), UEC 80244
(2.1); Hatschbach, G.: 5645 (13.6), 7120 (4.5), 26109 (9.9), (11.1); Koschnitzke, C.: 29445 (18.4); Koscinski, M.: 189 (4.1),
30911 (4.3), 37120 (4.5), 40537 (13.6), 45769 (9.5); Heraldo, 286 (1.2), 410 (1.1), IAC7534 (2.7), SP 31248 (18.3), SPSF
J.: 218 (14.1); Heringer, E.P.: 206 (2.3); Hodgson: 4 (2.2); 6422 (18.3); Kotchetkoff, O.: 22340 (1.1); Kranz: 249 (13.6);
Hoehne: 959 (4.9), SP 2549 (4.9); Hoehne, F.C.: 189 (4.1), 213 Krapovickas, A.: 34371 (13.7); Krieger, L.: 156 (12.1);
(4.7), 895 (9.2), 1026 (3.1), 1338 (9.3), 1429 (9.9), 1430 (9.8), Krüeger, H.: SP 46173 (12.1); Kuehn, E.: 182 (3.1), SP 44926
R 112808 (18.2), RB 119767 (4.1), SP 153 (3.1), SP 940 (9.3), (1.1), SP 154537 (1.2); Kuerche, R.C.: UEC 88027 (18.1);
SP 1018 (12.1), SP 1321 (13.4), SP 1437 (12.1), SP 1512 (4.7), Kuhlmann, J.G.: 9 (4.1); Kuhlmann, M.: 3 (16.1), 71 (13.4),
SP 1535 (13.4), SP 13629 (13.4), SP 19130 (13.4), SP 20254 451 (13.8), 485 (2.4), 558 (2.11), 946 (4.4), 973 (4.7), 1001
(13.4), SP 20460 (11.1), SP 25170 (9.9), SP 28596 (4.1), SP (14.1), 1337 (2.4), 1476 (18.1), 1552 (3.1), 1567 (2.4), 1615
28724 (4.7), SP 28773 (13.4), SP 31382 (7.2), SP 31959 (13.4), (2.9), 1655 (19.2), 1704 (9.5), 1705 (9.1), 2570 (2.2), 2607 (2.2),
SP 32546 (9.9), SP 36749 (7.1), SP 36781 (16.1), SP 36854 2861 (19.2), 3029 (2.15), 3093 (1.2), 3094 (12.1), 3095 (15.1),
(16.1), SP 38564 (12.1), SPF 71726 (9.5), SPF 83340 (12.1); 3096 (18.1), 3689 (16.1), 3690 (9.12), 3732 (7.2), 3968 (4.5),
Hoehne, W.: 153 (9.2), 1392 (3.1), 1667 (9.5), 3737 (3.1), 3738 3969 (2.2), 4094 (11.1), 4278 (9.1), 4279 (9.5), SP 2351 (9.9),
(9.3), RB 315610 (4.6), SP 1428 (7.1), SP 10153 (9.2), SP 11371 SP 4093 (4.2), SP 23548 (13.4), SP 45173 (4.7), SP 45745 (1.2),
(2.7), SP 12605 (9.12), SP 13740 (9.3), SP 20473 (7.1), SP 31160 SP 45817 (4.7), SP 59070 (15.1), SP 65538 (4.2), SP 156368
(1.2), SP 36749 (7.1), SP 36855 (7.1), SP 48041 (7.3), SPF 3739 (9.5), SPF 16541 (12.1); Labouriau, L.: 1053 (11.1); Leitão
(9.3), SPF 3741 (9.3), SPF 10318 (12.1), SPF 10711 (13.10), Filho, H.F.: 289 (13.4), 606 (7.1), 1115 (2.2), 1156 (18.3), 1527
SPF 10755 (7.1), SPF 10756 (7.2), SPF 10819 (7.3), SPF 11126 (3.1), 1565 (4.9), 1566 (3.1), 1573 (9.9), 2019 (13.4), 5748 (17.1),
(14.1), SPF 11416 (19.2), SPF 11667 (9.5), SPF 12605 (9.12), 5983 (2.15), 6041 (16.1), 7268 (9.9), 7628 (9.10), 8432 (2.15),
SPF 12607 (10.1), SPF 12610 (13.10), SPF 13743 (13.4), SPF 10404 (2.7), 10761 (8.1), 10762 (8.1), 10764 (9.5), 10778 (9.5),
13744 (13.4), SPF 13745 (19.2), SPF 13746 (12.1), SPF 13747 12283 (19.2), 12294 (13.8), 12488 (13.10), 12913 (2.15), 13099
(7.3), SPF 13748 (7.3), SPF 13749 (7.3), SPF 13752 (14.1), (12.1), 13183 (16.1), 13249 (19.2), 13250 (11.1), 13287 (19.2),
SPF 13759 (7.2), SPF 13958 (17.1), SPF 13959 (17.1), SPF 13311 (10.1), 14146 (2.15), 14451 (9.9), 15920 (11.1), 15953
13960 (10.1), SPF 14044 (16.1), SPF 15305 (19.2), SPF 15084 (9.10), 17695 (2.7), 17951 (2.7), 17976 (9.5), 18033 (19.1),
(15.1), SPF 16540 (13.4), SPF 17108 (9.3), SPSF 10752 (3.1), 18894 (13.10), 18905 (19.2), 18912 (13.3), 18915 (10.1), 20090
SPSF 17494 (4.6), UEC 32803 (2.2), UEC 64419 (4.6), UEC (13.4), 20091 (19.2), 20108 (13.10), 20126 (18.1), 20653 (2.5),
87390 (18.1); Horst, J.: R 112801 (14.1); Houlk, W.G.: IAC 20654 (9.9), 20752 (2.4), 20753 (2.11), 22950 (2.4), 32555 (4.4),
72 (12.1); Ivanauskas, N.M.: 456 (18.3), 550 (2.2), 607 (8.1), 32590 (9.6), 32728 (4.7), 32730 (12.1), 32737 (19.1), 32794
677 (19.1), 760 (2.2); Jaccoud: 77 (17.1); Joly, A.B.: 1212 (9.9), (9.5), 32812 (17.1), 33161 (4.7), 33164 (4.3), 33169 (1.1), 33184
IAC 10341 (7.4), SP 16552 (9.2), SP 76631 (9.2), SPF 16537 (19.1), 34369 (9.6), 34370 (19.1), 34371 (9.5), 34372 (13.5),
(9.9), SPF 16543 (9.3), SPF 16545 (7.1), SPF 16548 (7.2), SPF 34373 (4.3), 34375 (4.4), 34376 (3.1), 34377 (19.1), 34848
16611 (16.1), SPF 16612 (16.1), SPF 16613 (16.1), SPF 16614 (18.3), IAC 21247 (2.4), IAC 21932 (2.2), IAC 22344 (18.1);
(16.1), SPF 16770 (9.9), SPF 85358 (9.13), UEC 87384 (7.1); Lewinsohn, T.: 15901 (9.8); Lieberg, S.A.: 22693 (1.1), 22711
Joly, C.A.: 6698 (16.1); Jouy, A.: B 1195 (18.1); Jung, S.L.: (18.1); Lima, A.S.: IAC 7337 (4.9), IAC 5866 (18.2), SP 26612
131 (9.9), 173 (4.9), 315 (13.3), 394 (12.1), 404 (19.2), 407 (18.2), IAC 7313, SP (2.12); Lima, J.I.: 11223 (9.9), UEC
(12.1); Jung-Mendaçolli, S.L.: 213 (13.4), 224 (13.4), 556 44928(9.3); Lima, S.A.: ESA 6794 (4.5); Loefgren, A.: 9 (9.9),
(13.4), 658 (2.7); Kameyama, C.Y.: 95 (18.2); Kämpf, E.: 15 32 (2.9), 35 (3.1), 185 (9.8), 252 (4.9), 260 (3.1), 334 (9.9), 337
(18.1); Kawall, M.: 57 (18.5), 193 (18.1), 218 (9.10), 248 (18.1); (9.2), 534 (11.1), 673 (2.9), 723 (19.2), 827 (9.10), 936 (2.15),

89
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

950 (4.6), 972 (2.14), 1064 (19.2), 1512 (16.1), 1535 (19.2), (19.2); Moraes, H.C.: 6491 (5.1); Moraes, P.L.R.: 70 (9.5);
1632 (9.5), 2189 (9.3), 2702 (12.1), 3117 (2.2), 3513 (9.1), CGG Morais, M.D.: 29336 (18.3); Moreira, J.L.A.: 13 (13.5), 31994
827 (9.10), CGG 2688 (4.7), SP 3119 (13.4), SP 9068 (13.4), (1.2); Morellato-Fonzar, L.P.C.: 16636 (2.7), 16689 (2.7),
SP 11162 (1.1), SP 11163 (1.1), SP 11180 (18.3), SP 11212 17811 (2.7); Morretes, B.L.: SPF 19682 (7.4); Mors, W.B.:
(7.4), SP 11213 (7.2), SP 11224 (9.9); Lombardi, J.A.: 91 (11.1); RB 105582 (2.4); Mosén, C.W.H.: 947 (9.15), 1457 (14.1), 1460
Lopes, F.: 8940 (18.1), 9368 (13.4); Lorenzi, H.: 1483 (2.3), (2.11), 1461 (13.2), 3433 (13.5), 3435 (9.14), 4200 (9.9), 4258
SPFR 85 (2.14), SPFR 86 (2.6); Loy, C.A.: 16504 (18.1); (2.4), 4259 (2.11), 4261 (9.7); Moura, C.: SP 130255 (9.2), SP
Luederwaldt, H.: 467 (7.1), SP 11156 (9.5), SP 11157 (9.5); 130311 (1.2); Müller, C.: UEC 61192 (19.2); Muniz, C.F.S.:
Lutz, A.: 1887 (9.11); Macedo: 4844 (2.3); Macedo, E.E.: 71 353 (18.1); Neto, S.: SP 44925 (1.1); Nicolau, S.A.: 553 (2.7);
(9.7), 114 (11.1), 126 (16.1), 139 (2.14); Machado Nunes: 51 Nicollini, E.M.: HRCB 11946 (2.11), HRCB 11953 (2.4);
(2.8); Macias, L.: 96-2 (18.3); Macoris, S.A.G.: 7-H (2.12); Nogueira, M.T.M.: UEC 48429 (18.1); Normanha, E.: IAC
Maestro, A.L.: 11 (2.14), 20 (2.14), 64 (2.10), 70 (2.14); 6877 (16.1); Novaes, C.: SP 11173 (2.4), SP 11172 (2.3);
Magenta, M.A.G.: 12 (13.4); Maimoni-Rodella, R.C.S.: HRCB Novaes, J.C.: 390 (13.4), 4092 (9.2), 5815 (13.4), SP 2055 (3.1),
3067 (7.1); Makino, H.: 121 (13.4); Malme: 1236 (9.12); SP 2063 (1.1), SP 2247 (12.1), SP 2982 (13.9), SP 5814 (13.8),
Mambreu, E.: 58 (13.10), SP 80358 (1.1); Mamede, M.C.H.: SP 11145 (4.7), SP 11209 (7.1); Novaes, M.: R 136507 (4.1);
473 (9.6); Mantovani, W.: 23 (16.1), 151 (18.2), 251 (9.9), 257 Novaes, V.C.: 4092 (9.2); Nucci, T.: 15463 (2.15), 15472 (16.1),
(16.1), 300 (9.9), 336 (19.2), 351 (7.1), 358 (19.2), 378 (9.9), 15473 (9.7); Octacílio: SP 40607 (4.8); Ogata, H.: PMSP 3425
444 (7.3), 464 (19.2), 633 (11.1), 694 (6.1), 743 (7.3), 922 (7.3), (12.1); Oliveira: HRCB 1117 (2.15); Oliveira, A.A.: 37 (11.1);
1171 (9.9), 1208 (16.1), 1263 (9.9), 1293 (7.3), 1300 (16.1), Oliveira, C.M.: 35 (9.3), 76 (7.3); Oliveira, F.: 70 (9.9);
1326 (9.9), 1356 (19.2), 1357 (9.8), 1416 (9.3), 1467 (19.2), Oliveira, M.A.: SPF 32651 (18.1); Ostermayer, R.: SP 24499
1485 (7.4), 1490 (9.9), 1503 (16.1), 1513 (10.1), 1578 (13.8), (9.13); Pabst, G.F.J.: 9648 (1.1); Pacheco, C.: IAC 12967 (18.1),
1586 (9.9), 1608 (10.1), 1640 (9.3), 1666 (11.1), 1705 (6.1), UEC 67025 (18.1); Pagano, S.N.: 23 (13.4), 106 (13.4), 266
1724 (10.1), 1823 (11.1), 1867 (7.3), 8253 (5.1), 8293 (7.4); (2.9), 553 (9.9), 682 (5.1); Paleri, L.M.: 2 (18.1); Palmas, M.:R
Márcia: IAC 26398 (16.1), IAC 26400 (16.1); Marcondes- 165156 (9.4); Panizza, S.: 4 (14.1); Passos, F.C.: 79 (13.4),
Ferreira, W.: 64 (2.15), 65 (2.15), 66 (2.2), 88 (16.1), 90 (5.1), 22540 (18.1); Pastore, J.A.: 254 (18.1), 480 (1.1), 546 (18.1),
100 (2.15), 169 (2.2), 356 (7.1), 426 (11.1), 497 (19.2), 552 768 (4.5), SPSF 8523 (7.4), SPSF 8793 (13.10); Pastore, U.: 53
(6.1), 591 (6.1), 743 (6.1), 801 (7.3), 813 (10.1), 874 (13.4), 909 (18.1); Paula, J.E.: 96 (11.1); Pazetti, C.R.: ESA 6139 (2.4);
(2.10), 910 (2.10), 966 (7.1), 967 (9.9), 1031 (17.1), 1048 (16.1), Pedralli: IGA 203 (4.5); Peixoto, A.L.: 13057 (12.1); Pereira,
1051 (2.5), 1079 (2.14), 1080 (2.14), 1136 (2.14), 1178 (9.10), D.F.: 150 (13.8), 152 (13.4); Pereira, M.A.: SP 51392 (14.1),
1256 (9.13), 1272 (16.1), 1276 (6.1), 1444 (2.3), 1458 (9.13), US 2579871 (14.1); Pereira-Noronha, M.R.: 1227 (4.5), 1336
1475 (16.1), 1486 (5.1), 1525 (6.1), 1648 (9.10), 17905 (9.2), (13.10), 1583 (4.5); Peres, L.R.: 35 (18.1); Picinato, N.C.: ESA
18402 (2.2), 18403 (2.2), 18404 (2.2), 18405 (2.2); Marinis, 6787 (4.5); Pickel, D.B.J.: 815 (14.1), 1495 (9.3), 3202 (6.1),
G.: 185 (1.1), 391 (18.1); Markgraf, F.: SPSF 4279 (4.1), SPSF 3296 (9.3), 3473 (16.1), 3761 (16.1), 4465 (9.9), 5250 (7.2),
4280 (4.6), SPSF 4286 (9.1); Martins, A.B.: 30123 (18.3), 31389 SPSF 3552 (4.7), SP 54268 (13.4), SPSF 805 (18.2), SPSF 1327
(2.1), 31517 (13.4); Martins, F.R.: 14328 (17.1), 25676 (18.2); (9.9), SPSF 1960 (12.1), SPSF 2406 (9.7), SPSF 2407 (9.2),
Martins, S.E.: 105 (8.1), 158 (8.1); Marzola, E.L.C.: 66 (9.1), SPSF 2849 (9.8), SPSF 3156 (18.1), SPSF 3234 (18.1), SPSF
92 (9.1); Matthes, L.A.F.: 8513 (2.4); Mathys, M.A.: ESA 2911 3296 (9.3), SPSF 4752 (18.3); Pilati, R.: 426 (18.1), 434 (12.1),
(1.1); Mattos, J.: 14 (16.1), 1630 (9.2), 8243 (15.1), 8393 (9.9), 435 (18.1), 447 (9.14), 448 (9.1), SP 11157 (9.5); Pinto, C.A.F.:
8629 (17.1), 8645 (2.3), 8659 (19.2), 8837 (7.1), 9520 (9.1), UEC 30671 (4.2); Pirani, J.R.: 19-79 (18.1), 124 (4.5), 551
9535 (13.8), 9562 (9.8), 9568 (7.4), 9630 (9.9), 9675 (11.1), (9.5), 3216 (18.1), SPF 80136 (9.3); Pompei, D.G.: 9 (18.1);
12806 (18.2), 12859 (12.1), 12869 (7.4), 12889 (19.2), 12898 Porto, P.C.: 411 (18.3), 663 (2.8); Prado, O.: IAC 8825 (1.2);
(9.9), 13574 (9.5), 13957 (9.2), 13961 (7.4), 14202 (9.7), 14309 Prance, G.T.: 6895 (9.14); Quast, M.P.: 1 (9.3); Queiroz, J.M.:
(9.9), 14854 (9.9), 14926 (9.2), 14961 (4.9), 15128 (9.2), 15264 30144 (18.3); Rachid, M.: SPF 16539 (9.9), SPF 16549 (7.4),
(9.2), 15668 (18.1), 16328 (9.9), 18829a (7.4), SP 99854 (7.1); SPF 16550 (9.9), SPF 85371 (7.1); Ragassi, M.S.: UEC 88028
Mechi, M.R.: 50 (4.2), 59 (19.2), 70 (4.2), 151 (4.5); Medina, (18.1); Rampin, V.T.: HRCB 10451 (14.1), HRCB 13368 (14.1),
A.: UEC 37775 (9.9); Meira Neto, J.A.: 80 (2.4), 86 (2.4), 131 UEC 85316 (14.1); Ranga, N.T.: 651 (18.1), 9394 (9.1), 18293
(2.14), 188 (2.11), 230 (2.11), 401 (4.2), 478 (9.9), 480 (19.2), (9.9); Rapini, A.: 17 (19.1), 18 (4.7); Ratter, J.A.: UEC 43050
545 (3.1), 549 (18.1), 554 (19.2), 716 (2.15), 21358 (3.1); Mello, (19.2), UEC 43124 (9.9), UEC 43125 (3.1), UEC 43706 (9.7);
J.C.: 95-112b (14.1); Mello-Silva, R.: 993 (18.2); Melo, Rawitscher, F.: SPF 16536 (9.9), SPF 16546 (7.2), SPF 16551
M.M.R.F.: 68 (13.4), 80 (16.1), 86 (5.1), 87 (9.9), 126 (13.4), (9.2), UEC 32804 (2.15); Regnell III, A.F.: 876 (9.15); Reis,
134 (13.4), 166 (9.9), 191 (13.8), 276 (18.1) 511 (9.5), 516 (19.1), A.: 715 (9.2 ), 853 (9.16); Reitz, R.: 2010 (2.11), 12071 (13.6);
568 (3.1), 596 (1.2), 598 (18.1), 600 (8.1); Melzi, K.G.: UEC Rezende, A.A.: 208 (17.1), 217 (4.5), 224 (4.5), 241 (4.5), 258
89849 (2.3); Mendes, J.E.T.: IAC 16086 (13.4); Mendes, O.T.: (4.2), 261 (4.5), 295 (13.6), 313 (4.5), 315 (10.1), 331 (13.5),
142 (4.5), IAC 4630 (18.1), IAC 4655 (13.8) , RB 44169 (4.8); 340 (13.5), 447 (17.1), 541 (4.5); Ribeiro, J.E.L.S.: 74 (18.1),
Menezes, I.T.: SP 203819 (1.1); Mexia, Y.: 4277 (9.11), 4561 179 (4.4), 544 (19.1); Riedel: 505 (2.4), s.n. [G lectótipo, GH,
(13.3), 5337 (13.9); Mimura, I.: 7 (9.8), 18 (9.8), 37 (7.1), 48 P, W, isolectótipos] (2.12); Robim, M.J.: 554 (9.3), 833 (18.3),
(7.1), 90 (9.8), 124 (9.2), 582 (9.9), 594 (9.8), 629 (9.8), 643 838 (18.3); Rodrigues, A.: SPSF 2640 (2.9); Rodrigues, E.:
(9.7); Miranda, L.C.: 245 (5.1), 280 (18.1); Miyagi, P.H.: 245 22271 (18.1); Rodrigues, E.H.A.: 5 (18.1), 80 (2.4), 102 (18.1),

90
Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 4. ISBN 85-7523-055-7 (online)
Kinoshita, L.S. (coord.) 2005. Apocynaceae In: Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Martins, S.E.,
Kirizawa, M., Giulietti, A.M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, vol. 4, pp: 35-92.

APOCYNACEAE

103 (4.2), 107 (2.7), 182A (18.1), 169 (18.1), 342 (17.1), 344 4574 (9.9), 4647 (7.4), 4880 (13.4), 5665 (13.4), 5719 (13.8),
(4.5), 346 (4.1), 348 (2.4), 352 (17.1), 862 (14.1); Rodrigues, 5737 (3.1), 5738 (13.4), 5748 (12.1), 5770 (13.4), 5856 (4.2),
L.: 23 (1.1), 81 (1.2); Rodrigues, R.R.: 386 (9.3), 14954 (2.7), 6202 (19.2), 7008a (9.8), 7008b (9.9), 7094 (7.1), 7104 (9.2),
ESA 10833 (5.1.), UEC 82719 (5.1), UEC 88100 (18.1); 7132 (3.1), 7154 (9.9), 7262 (9.2), 7357 (9.2), 7413 (7.1), 8604
Romaniuc Neto, S.: 122 (9.5), 139 (8.1), 239 (9.5), 262 (1.1), (18.2), 9304 (3.1), 9534 (19.2), 9653 (19.2), 9722 (18.1), 10385
753 (14.1), 1038 (13.4), 1074 (2.4), 1187 (13.8), 1302 (3.1), (19.2), 10387 (3.1), 10421 (13.8), 10427 (13.4), 10428 (18.1),
1358 (13.4); Rombouts, J.E.: IAC 1553 (16.1), IAC 2717 (18.1); 10541 (3.1), 10647 (19.2), 10816 (13.8), 10821 (19.2), 10870
Romero, R.: 9 (4.3), 86 (3.1), 434 (12.1), 447 (9.14), 448 (9.1); (19.2), 11013 (2.1), 11164 (18.1), 11165 (12.1), 11348 (13.4),
Rossi, L.: 20 (18.1), 465 (12.1), 709 (9.6), 801 (8.1), 820 (18.1), 11453 (19.2); Souza, W.S.: 25344 (7.3); Spigolon, J.R.: 22264
929 (18.5), 939 (8.1), 1008 (18.5), 1602 (2.13), 1688 (18.1), (1.1), 22682 (18.1); Spruce: 2265 (2.13); Stannard, B.: 7152
PMSP 465 (12.1); Roth, L.: 59 (13.4), 858 (9.3); Ruffino, (9.13); Stehmann, J.R.: 1391 (13.10); Stranghetti, V.: 59 (16.1),
P.H.P.R.: 170-68 (9.10), HRCB 24554 (4.2); Russel, A.: 222 60 (16.1), 119 (4.5), 198 (4.5), 199 (4.5), 252 (13.10), 256
(7.1), 223 (9.9), SP 3921 (13.4); Sakai, L.: 33369 (8.1); Sakane, (13.10), 257 (13.4), 276 (13.4), 286 (13.10), 300 (13.4), 366
M.: 350 (1.1), 600 (1.1), 693 (9.9), SP 23211 (1.1), SP 151244 (17.1), 651 (18.1), 398 (4.5), 444 (4.5), 447 (13.4), 462 (13.10),
(1.1), SP 151245 (1.2), SP 151246 (1.1), SP 151913 (1.2), SP 463 (13.7), 620 (4.5), 23579 (18.1); Sucre, D.: 3078 (18.3);
152188 (16.1), SP 161839 (1.2), SP 161903 (1.1), SP 175952 Sugiyama, M.: 1 (7.3), 48 (16.1), 170 (9.9), 209 (7.2), 251 (13.4),
(1.1); Sakuragui, C.M.: 444 (7.1), 496 (2.15); Sales, M.F.: 438 (19.2), 443 (13.4), 792 (9.6), 798 (4.3), 885 (9.5), 886 (12.1),
21905 (9.9), UEC 22855 (9.5); Salis, S.M.: 277 (18.1), 19228 976 (3.1), 1357 (18.3), 15516 (2.7); Swentorzechy, I.: SP 41799
(2.11), 19448 (18.1); Sampaio, C.E.S.: 7 (18.1); Sano, P.T.: (9.9); Tabor, V.: SP 41843 (9.13); Tamashiro, J.Y.: 111 (4.2),
113 (3.1); Santin, D.: 33701 (18.1); Santoro, J.: 3198 (7.1), 278 (2.14), 286 (13.4), 338 (13.4), 355 (18.1), 452 (2.12), 501
IAC 850 (13.4), IAC 792 (13.8), IAC 900 (13.8), IAC 3199 (7.1), (2.7), 507 (2.1), 546 (2.7), 702 (2.4), 714 (4.9), 1074 (19.2),
SP 3296 (9.9), SP 266596 (13.4); Santos, F.A.M.: 18845 (2.9); 1107 (4.2), 1111 (2.15), 1132 (18.1), 1196 (13.8), 17687 (18.1),
Santos, S.M.: 2 (9.6); Saraiva, L.C.: 73 (2.15); Sartorato, A.: 17970 (12.1), 18619 (2.7), 18779 (2.9), 18832 (13.10), 27056
43 (18.1); Sartori, A.L.B.: 27248 (18.1), 27253 (19.2), 28771 (2.15); Tarabini, T.C.: 16981 (2.4); Taroda, N.: 615 (13.8), 618
(7.3), 28948 (4.1), 28971 (7.1); Sartori, I.F.: 2 (18.1); Savina: (13.10), 639 (13.4), 640 (13.10), 653 (13.4), 9395 (9.1), 18304
103 (1.2), IAC 25243 (1.1), UEC 26610 (1.2); Sazima, M.: 6111 (13.4), 18328 (9.13), 18558 (13.4), UEC 157 (13.4); Thomann,
(9.8), 14672 (19.1); Scaramuzza, C.A.M.: 377 (7.4), 626 (13.8); P.: 26107 (13.4); Toledo Filho, D.V.: 10716 (2.1), 25964 (2.11),
Schlittler, F.H.M.: HRCB 13086 (18.1), UEC 85257 (2.9), UEC 26036 (2.9), 26053 (2.7), SPSF 14659 (14.1); Toledo, C.B.: 421
85258 (2.9); Sciamarelli, A.: 329 (7.1), 374 (3.1), 447 (9.9), (1.2), 520 (3.1), SP 6650 (13.8); Toledo, J.C.: HRCB 1142
584 (19.2), 594 (10.1); Sellow: 1650-780 (2.4); Semir, J.: SPF (19.2); Toledo, J.F.: SP 23547 (13.4), SP 23550 (13.10), SP
16542 (9.3); Sendulski, T.: 763 (1.1), 772 (1.1), 773 (1.1), 889 23649 (16.1); Tomasulo, P.L.B.: 189 (8.1); Toniato, M.T.Z.:
(7.1); Setzer, J.: IAC 5771 (7.3); Severim: 137 (2.4); Shepherd, 33659 (2.4); Torres, R.B.: 119 (13.8), 122 (18.2), 23958 (2.7);
G.J.: 95-45 (18.3), 4159 (9.9), 11221 (9.5), 11269 (19.2), 11274 Trigo, J.R.: 15749 (13.4), 15750 (13.1), 15752 (13.4), 15980
(10.1); Silva, A.F.: 1516 (18.2), 1278 (18.3), 1581 (18.2); Silva, (13.4), 16735 (13.4), 16921 (13.4), 17769 (13.4), 17114 (19.2);
D.M.: 22125 (18.1); Silva, E.L.: 31 (12.1); Silva, F.C.: 1081 Turra, A.: 24165 (13.4); Usteri, P.A.: 4 (7.2), 7 (13.4), SP 11151
(9.8); Silva, J.S.: 327 (18.1), 388 (14.1), 414 (18.1), 418 (9.6), (4.7), SP 11211 (7.1), SP 11228 (9.13), SP 11230 (9.2), SP 11231
450 (19.2); Silva, L.: IAC 3199 (7.1); Silva, S.J.G.: 176 (4.6); (9.2); Van der Berg, C.: 97 (18.2); Varanda, E.M.: 34 (11.1);
Silva, S.M.: 25341 (7.3), 25440 (9.7), 25516 (18.1); Silvestre, Vasconcellos-Neto, J.: 12450 (13.8), UEC 146 (18.1), UEC 153
M.S.F.: 65 (9.8), 81 (13.4); Simão-Bianchini, R.: 562 (18.3); (13.4), UEC 11931 (2.1); Vecchi: 114 (2.4); Vedove, J.D.: SPF
Simões, A.O.: 2 (9.15), 100 (9.15), 167 (9.15), 533 (7.3), 633 17108 (9.3); Veiga, J.: SPSF 7662 (2.9); Vidal, J.: III-472 (4.2);
(9.6), 671 (9.15), 1047 (9.1), 1048 (9.13), 1035 (19.1), 1038 Viegas, A.P.: 94 (9.8), 5395 (4.2), ESA 3150 (9.8), HRCB 912
(19.1), 1322 (19.2), 1326 (1.1). 1327 (1.2); Simões, J.: 23 (18.1); (18.2), IAC 11295 (1.2), IAC 3790 (13.4), IAC 3801 (13.4),
Sinvall, G.: SP 11162 (1.1); Siqueira: 355 (2.14); Siqueira, IAC 3907 (18.2), IAC 4347 (1.1), IAC 5215 (9.8), IAC 5924
M.F.: 22022 (18.1); Sivieno, P.: IAC 6829 (5.1); Sobral, M.: (7.1), IAC 8077 (1.1), SP 2869 (9.1), SP 5296 (19.2), SP 5957
7262 (19.1), 7264 (3.1), 7276 (13.5); Sodré, C.: 939 (18.1), (9.9), SP 5958 (9.8), SP 26657 (1.1), SP 42000 (13.4), SP 42031
1021 (18.1); Solbiatti, J.E.: 21 (18.1); Soukup, C.V.B.: 2 (1.1); (18.2), SP 44170 (4.2), SP 266573 (1.1), UEC 67024 (1.2);
Souza: IAC 19057 (2.2); Souza, A.A.: 69 (4.5), 70 (13.10), 83 Vieira, A.O.S.: 243 (9.9); Vital, D.M.: UEC 29125 (9.5);
(17.1); Souza, A.D.: UEC 88090 (18.1); Souza, H.M.: IAC 1835 Wanderley, M.G.L.: 732 (18.1); Wasicky, R.: 1404 (9.3), 5337
(2.11), IAC 19577 (5.1), IAC 19901 (11.1), IAC 21326 (2.4), (11.1); Weir, J.: 1861-2 (14.1); Werner: 67 (18.1); Williams,
SP 52115 (17.1); Souza, J.P.: 361 (18.1), SPF 79904 (9.3); L.O.: 5533 (13.2), 6051 (13.2); Wongtschowski, M.: 13 (1.2),
Souza, L.M.: 17 (2.15), 111 (2.14), 119 (2.4); Souza, O.: IAC 14 (12.1); Yamamoto, L.: 21 (2.2); Yano, O.: 1187 (18.3), SP
3056 (9.9); Souza, V.C.: 132 (1.2), 351 (9.6), 411 (12.1), 451 127274 (9.9); Yano, T.: 1 (9.9), 16 (13.8), 20 (18.2), 63 (9.9);
(9.5), 2202 (19.2), 3602 (7.4), 4381 (9.2), 4405 (9.2), 4499 (7.1), Zappi, D.C.: 18 (18.3), 47 (19.2); s.col.: SP 23546 (2.9).

91

Você também pode gostar