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Fundação Oswaldo Cruz


FARMANGUINHOS
Complexo Tecnológico de Medicamentos

​ sylvestris Sw.: uma planta brasileira de interesse do


Casearia

SUS

Rodrigo Adalberto da Silva

Rio de Janeiro - RJ
2016
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Fundação Oswaldo Cruz


FARMANGUINHOS
Complexo Tecnológico de Medicamentos

Casearia sylvestris Sw.: uma planta brasileira de interesse do

SUS

Nome do Autor: Rodrigo Adalberto da Silva

Nome do Orientador: Dr. Davyson de Lima Moreira

Co-Orientador: Msc. Flaviane Pereira

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Fundação Oswaldo
Cruz/FARMANGUINHOS/NGBS/CTM como
requisito básico para a conclusão do Curso
de Especialização em Gestão da Inovação
em Fitomedicamentos.

Rio de Janeiro - RJ
2016
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Fundação Oswaldo Cruz


FARMANGUINHOS
Complexo Tecnológico de Medicamentos

Casearia sylvestris Sw.: uma planta brasileira de interesse do

SUS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Fundação Oswaldo
Cruz/FARMANGUINHOS/NGBS/CTM como
requisito básico para a conclusão do Curso
de Especialização em Gestão da Inovação
em Fitomedicamentos.

Aprovado em 23 de junho de 2016.

BANCA EXAMINADORA:

Davyson de Lima Moreira


Farmanguinhos/ Fiocruz

Carla Junqueira Moragas Tellis


Farmanguinhos/ Fiocuz

Leonardo Seito
Farmanguinhos/ Fiocruz
5

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Davyson de Lima Moreira agradeço pelo conhecimento,


orientação, dedicação e incentivo que permitiram a realização deste trabalho.
Por sua disponibilidade e pela tranquilidade que tudo dará certo.
À professora Flaviane Pereira pelas sugestões técnico-científicas fornecidas e
pelo forte apoio durante os estudos.
Aos professores Leonardo Seito e Carla Junqueira Moragas Tellis por
aceitarem compor a banca examinadora e avaliar este trabalho.
À professora Regina Braga de Moura pela amizade adquirida ao longo dos
anos e por sempre estar disponível a ajudar.

Ao professor Eduardo Nunes da Fonseca, por gentilmente, ceder material para


o embasamento teórico deste estudo.

À Instituição Farmanguinhos e aos professores do Curso de Especialização em


Gestão da Inovação de Fitomedicamentos, pela contribuição e aprimoramento
da evolução do meu saber científico e humanitário.

Aos colegas de aulas e que viraram amigos: Jovanice Santana de Jesus,


Mayara Azevedo Rezende, Maria do Socorro Santos Chagas, Aline Estacio
Ribeiro de Mattos, Monique Carvalho de Oliveira, Ana Luiza Rangel Bérenger e
Mariana Nardes Ferreira, pelo agradável convívio dos dias inteiros das
sextas-feiras.

Aos meus pais, Adauto Barreto da Silva e Rosane Fatima da Silva, meus
irmãos, Rogério Adaílton da Silva e Renan Adauto da Silva, à minha cunhada,
Geroni Knop da Silva e meus sobrinhos, Juan Rogério Knop da Silva e Amanda
Knop da Silva pela educação, amor e cuidado.

Ao Rodrigo Machado pelo amor, carinho, cumplicidade, respeito e por estar ao


meu lado nas horas difíceis.

A Raquel Rosa pela ajuda e pela amizade.


6

A Deus por toda força e energia.


7

RESUMO

As formas terapêuticas obtidas de plantas são consideradas o sistema de


“cura” mais antigo do mundo, e as mesmas datam do período Paleolítico. Nas
últimas décadas, as pesquisas com plantas medicinais encontram-se em pleno
desenvolvimento, devido aos diversos princípios químicos com diferentes
atividades biológicas, concomitantemente ao grande benefício na economia de
países em desenvolvimento. Mais da metade dos medicamentos oriundos de
produtos naturais foram descobertos através das práticas e da sabedoria da
medicina popular. O objetivo principal deste trabalho foi revisar na literatura
informações sobre botânica, química, etnofarmacologia, farmacologia,
toxicologia, ensaios clínicos e depósito de patentes sobre a espécie ​Casearia
sylvestris e verificar se as informações existentes dão suporte ao uso dessa
planta no Sistema Único de Saúde (SUS). A espécie ​Casearia sylvestris –
nativa da Flora Brasileira – pertence à família Salicaceae e apresenta
distribuição em quase todo o território nacional. Fitogeograficamente está
inserida nos Biomas Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal e é
arraigada nos tipos de vegetações Caatinga, Campinarana, Cerrado, Floresta
Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional
Semidecidual, Floresta Ombrófila ou Pluvial, Floresta Ombrófila Mista e
Restinga. Popularmente conhecida como guaçatonga ou erva-de-bugre, é
empregada como antiespasmódica, antiulcerogênica, anti-inflamatória,
analgésica, cicatrizante, digestiva, diurética, normalizadora da pressão arterial,
contra má circulação do sangue, para o coração, como emagrecedora, para
alergias, coceiras, contra tosse, gripes e controle da febre, diarreia, anemia,
imunidade baixa, contra picadas de cobra, sífilis, pneumonia, afecções do
fígado, antirretroviral, específica para herpes labial, além de outras utilizações.
De acordo com estudos recentes, ​C. sylvestris possui diversas atividades
biológicas, entretanto, a atividade antitumoral pode ser considerada a mais
relevante e vem sendo testada em diversas linhagens celulares. Pesquisas
apontam para as substâncias conhecidas como casearinas (diterpenos
clerodânicos) como as responsáveis pela atividade antitumoral ​in vivo e ​in vitro.
C. sylvestris é citada na “Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse
ao SUS” (RENISUS), onde constam 71 espécies que possam atender às
doenças com maior incidência no Brasil. Apesar da importância da espécie
para o tratamento antitumoral, existem poucos trabalhos publicados sobre as
avaliações das etapas clínica e toxicológica. Apenas um trabalho sobre ensaio
clínico foi encontrado e este diz respeito a medicamento em formulação
homeopática. Embora os componentes químicos da planta sejam bem
conhecidos, existe a necessidade para a sua aplicação como fármacos ou
precursores de síntese. Apesar das interessantes atividades citotóxicas
reportadas para ​C. sylvestris, carecem estudos clínicos que comprovem sua
eficácia na terapêutica. Os resultados alcançados com esse trabalho
permitiram compor uma Monografia sobre a espécie, apresentada como
adendo.
8

Palavras chave: ​Casearia sylvestris, Salicaceae, Plantas medicinais,


Etnofarmacologia, Toxicidade​.
9

ABSTRACT

Therapeutic forms obtained from plants are considered the oldest "healing"
system in the world, and dates from the Paleolithic era. In the last decades,
researches on medicinal plants are in full development, due to various chemical
principles with different biological activities, concomitant with the great
economic benefit of developing countries. It is interesting to note that more than
half of medicine from natural products was discovered through the practices
and wisdom of folk medicine. The main objective of this study was to review the
literature about botany, chemistry, ethnopharmacology, pharmacology,
toxicology, clinical trials and patent applications on ​Casearia sylvestris species
and to verify existing information support of this plant use in the Brazilian
Unified Health System (SUS). The species ​C. sylvestris - native from Brazilian
Flora - belongs to the Salicaceae family and is distributed in almost all the
national territory. Phytogeographically is inserted in the Amazon, Cerrado,
Atlantic Forest, Pampa and Pantanal Biomes and is rooted in the types of
vegetation as Caatinga, Campinarana, Cerrado, Riparian Forest or Gallery,
Deciduous Forest, Semideciduous Forest, Rain Forest or Rain or Ombrophilous
Mixed Forest and Restinga. Popularly knowns as guaçatonga or burge herb, it
is used as antispasmodic, anti-ulcer, anti-inflammatory, analgesic, healing,
digestive, diuretic, blood pressure normative, against poor blood circulation
quality, good to the heart, as weight loss, for allergies, itching, cough, colds and
fever control, diarrhea, anemia, low immunity, against snakebites, anti-herpes,
syphilis, pneumonia, liver disease, and for other uses. According to recent
studies, ​C. sylvestris posses many biological activities. However, the antitumor
activity has been tested on various cell lines. Researches indicate that
substances known as casearins (clerodane-type diterpenes) are responsible for
the antitumor activity ​in vivo and ​in vitro. ​C. sylvestris is quoted in the "National
List of Medicinal Plants of Interest to SUS” (RENISUS), which contains 71
species that can meet the highest incidence diseases in Brazil. Despite of the
importance for the antitumor treatment, there are few published studies on the
evaluation of clinical and toxicological stages. Only one clinical trial has been
found and this relates to medicament homeopathic formulation. Although the
chemical constituents of the plant are well known, there is a need for their
application as medicines or synthesis precursors. Despite the interesting
cytotoxic activities reported to ​C. sylvestris, clinical studies are required to prove
its effectiveness in therapy. The literature data collection allowed the
composition of a Monograph about this species, presented as an addendum at
the end of this work.

Keywords: ​Casearia sylvestris, Medicinal plants, Salicaceae,


Ethnopharmacology, Toxicity
10
11

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Políticas Públicas em plantas medicinais e 2


fitoterápicos........... 6

Figura 2 Troncos e ramos de ​C. 4


sylvestris............................................... 3

Figura 2A Troncos de ​C. 4


e 2B sylvestris............................................................. 3

Figura 2C Ramos de ​C. sylvestris.............................................................. 4


3

Figura 3 Ramo, folhas e inflorescências de C ​ . 4


sylvestris................................ 4

Figura 3A Ramo com diferenças nos tamanhos de folhas de C


​ . sylvestris...... 4
4

Figura 3B Folhas, regiões proximal (P), mediana (M) e distal (D)...................... 4


4

Figura 3C Inflorescências de C
​ . sylvestris.................................................... 4
4

Figura 4 Fórmula estrutural de diterpeno clerodânico............................. 5


4

Figura 5 Fórmula estrutural da Casearina A..................................................... 5


4

Figura 6 Fórmula estrutural da Casearina 5


C..................................................... 4

Figura 7 Fórmula estrutural da Casearina X..................................................... 5


5

Figura 8 Fórmula estrutural da Casearina Z..................................................... 5


5

Figura 9 Fórmula estrutural da Caseargrewiina 5


F............................................. 6
12

LISTA DE QUADROS

Definições de medicamentos fitoterápicos e de preparações 2


Quadro 1
fitoterápicas de acordo com as Legislações Brasileiras............ 3

Patentes da ​Casearia 3
Quadro 2
sylvestris................................................. 8

Usos etnofarmacológicos atribuídos à ​Casearia 4


Quadro 3
sylvestris.............................................................................. 7

5
Quadro 4 Componentes químicos de ​Casearia sylvestris.........................
8

Atividades farmacológicas/biológicas descritas na literatura 7


Quadro 5
para ​C. sylvestris.............................................................................. 1
13

LISTA DE GRÁFICOS

Relação da quantidade de espécies vegetais por família 3


Gráfico 1
listadas no RENISUS ......................................................... 3
14

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANPPS Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

As Arsênio

ASC Ascorbato de Sódio

BGK Bundesgesundheitskommission

BPFC Boas Práticas de Fabricação e Controle

BthTX-I Bothropstoxina-I

Bth TX-II Bothropstoxina-II

CCD Cromatografia em Camada Delgada

Cd Cádmio

CEME Central de Medicamentos

CFM Conselho Federal de Medicina

CFN Conselho Federal de Nutricionistas

CI​50 Concentração Inibitória Média

Ciplan Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação

Cl Cloro

CL Concentração Letal

CNS Conferência Nacional de Saúde

COMAFITO Comissão Técnica e Multidisciplinar de Elaboração e


Atualização da RENAPLAM

Cr Cromo

DE​50 Dose Mínima Efetiva 50%

DE​100 Dose Mínima Efetiva 100%

DL​50 Dose Letal 50%

EA Extrato aquoso
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EF Extrato fluido

EM Extrato bruto

FC Fração rica em casearinas

Fe Ferro

FTN Formulário Terapêutico Nacional

H​2​O​2 Peróxido de Hidrogênio

Hg Mercúrio

IC Inhibitory concentration

IFAV Insumo Farmacêutico Ativo Vegetal

kg Kilograma

MA Medicina Antroposófica

MCA Medicina Complementar e Alternativa

MF Medicamento Fitoterápico

mg Miligrama

MjTX-II Miotoxina-II

Mn Manganês

MRSA Methicillin resistant ​Staphylococcus aureus

MS Ministério da Saúde

MT Medicina Tradicional

NK Natural Killer Cells

OMS Organização Mundial da Saúde

PLA​2 Fosfolipase A​2

PNAF Política Nacional de Assistência Farmacêutica

PNCTIS Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde

PNPICS Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares


no SUS

PNPMF Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos

PPPM Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais


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PrTX-I Piratoxina-I

PTF Produto Tradicional Fitoterápico

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

REMUME Relação Municipal de Medicamentos Essenciais

RENAFITO Relação Nacional de Fitoterápicos

RENAME Relação Nacional de Medicamentos Essenciais

RENAPLAM Relação Nacional de Plantas Medicinais

RENISUS Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS

RMN Ressonância Magnética Nuclear

Sb Antimônio

Sc Escândio

SUS Sistema Único de Saúde

SVS Secretaria de Vigilância da Saúde

TBARS Ácido Tiobarbitúrico

TNF-α Tumor Necrosis Factor (Tumor de Necrose Tumoral-alfa)

UFC Universidade Federal do Ceará

UFC/mL Unidade Formadora de Colônia por mililitro

UNESP Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

USP Universidade de São Paulo

v.o. Via oral

v/v Porcentagem em volume


17

SUMÁRIO

1​. INTRODUÇÃO​.............................................................................. 16

1.1 Histórico de plantas medicinais e Fitoterapia................................ 16

1.2 Legislações 22
Brasileiras..................................................................

1.3 Políticas Públicas em plantas medicinais e fitoterápicos.............. 25

2. OBJETIVOS​.................................................................................. 34

2.1 Objetivo geral................................................................................ 34

2.2 Objetivos 34
específicos.....................................................................

3. METODOLOGIA​........................................................................... 35

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES​.................................................. 36

4.1 Inclusões e Exclusões de Informações......................................... 36

4.2 Informações Botânicas.................................................................. 40

4.2.1 Posicionamento taxonômico e caracteres morfológicos do

gênero ​Casearia ........................................................................... 40

4.2.2 Casearia sylvestris Swartz............................................................ 41

4.2.3 Distribuição geográfica e habitat .................................................. 44

4.3 Informações sobre etnofarmacologia​ ........................................... 45

4.4 Principais compostos identificados em ​C. sylvestris..................... 53


18

4.5 Informações sobre atividades farmacológicas e 69


biológicas......................................................................................
.

4.6 Efeitos adverso e/ou toxicológicos descritas na literatura para ​C. 83


sylvestris........................................................................................

4.7 Avaliações clínicas ....................................................................... 87

4​. CONCLUSÃO​............................................................................... 88

5. MONOGRAFIA ​Casearia sylvestris Swartz​............................... 90

REFERÊNCIAS​............................................................................. 136
19

1. INTRODUÇÃO

1.1 Histórico de plantas medicinais e Fitoterapia

No decorrer dos últimos dez mil anos, os produtos vegetais foram a base

para a construção da civilização agrícola do ​Homo sapiens. Com as plantas,

houve a possibilidade de obtenção de alimentos ricos em glicídios, lipídeos e

proteínas; deste modo, constituindo reservas de energia para as migrações. Há

também incidências de que devido aos ferimentos que acometiam nossos

ancestrais na caça, surgiram os primeiros indivíduos que utilizaram chás,

linimentos, inalações ou fumigações para o tratamento e alívio de males

internos e externos (DO VALE, 2002).

As formas terapêuticas obtidas de plantas são consideradas o sistema

de “cura” mais antigo do mundo, e as mesmas datam do período Paleolítico,

conhecido como Idade da Pedra Lascada (PINTO, 2013; DIAS, 2005). De

acordo com a literatura há escritos médico-farmacêuticos procedentes da

Mesopotâmia e Egito, entre o 3º e 4º milênios a.C. No estudo de Duarte (2006),

as plantas medicinais são mencionadas para o tratamento de doenças em

registros históricos que datam de 4.000 a.C.

Por outro lado, há outros registros que apontam o sistema médico na

Índia como o mais antigo por volta de 3000 a.C., com a utilização da prática

“Ayuerveda” (conhecimento de como viver) – classificada como uma medicina

clássica – na qual utilizava plantas como acônito (​Aconitum napellus L.),


20

alcaçuz (​Glycyrrhiza glabra L.), manjericão (​Ocimum basilicum L.) entre outras

(SAAD ​et al., 2009).

Ao longo da História da humanidade, houve relatos escritos do emprego

de técnicas para tratar e prevenir doenças. Como exemplo, enfatiza-se uma

“vida em harmonia” na medicina tradicional chinesa. Por volta de 2.500 a.C. o

Imperador chinês Shen Nong registra o “Livro da Medicina Interna do

Imperador Amarelo”, no qual constam 365 drogas, entre elas destacam-se a

utilização de plantas medicinais como o chá (​Tea sinensis L.) e a efedra

(​Ephedra sinica L.) (SAAD ​et al., 2009).

Com relação às informações sobre plantas medicinais e procedimentos

médicos no Egito, destaca-se o Papiro de Ebers, descoberto pelo egiptólogo

alemão Yorg Ebers. Considerado o mais importante para a História da

Farmácia, datado entre 1.500 a 1.550 a.C. (DIAS, 2005) e registra cerca de 800

prescrições e 700 substâncias medicamentosas (DUARTE, 2006). Plantas

como hortelã (​Mentha sp.), papoula (​Papaver sonniferum L.), mirra (​Commifera

officinalis L.) e alecrim (​Rosmarinus officinalis L.) são relatadas no documento

(SAAD ​et al., 2009). Destacam-se ainda o ginseng (​Panax spp.), a ​Ephedra

spp., a ​Cassia spp., e o ​Rheum palmatum L. como plantas utilizadas nos dias

de hoje e promissoras para a indústria farmacêutica.

A medicina greco-romana teve uma forte influência no Egito, Ásia Menor

e Roma, e deste modo, acarretou o surgimento de profissionais da ciência

médica e da farmácia. Considerado o pai da medicina, Hipócrates (460 - 377

a.C.) reúne na obra ​Corpus Hippocraticum 257 drogas vegetais, e grande parte

destas drogas são utilizadas atualmente (SAAD ​et al., 2009).


21

Prosseguindo com os descritos na utilização de plantas medicinais,

destaca-se como marco histórico no Século I, a descoberta de uma coletânea

sobre os Reinos animal, vegetal e mineral, fruto dos conhecimentos de um

militar, Plínio (23 - 79 a.C.) (DIAS, 2005). Porém, outros nomes também

contribuíram para reforçar a influência da medicina greco-romana, entre eles

estão Pitágoras, Theophrastus (372 - 287 a.C.), Galeno (129 - 200 d.C.) e

Dioscórides (40 - 90 d.C.) (SAAD ​et al., 2009).

Com base na medicina árabe, que surge na Idade Média com grandes

conhecimentos no campo da farmácia e dos medicamentos, verificou-se que

aproximadamente 1.400 fármacos dos três Reinos foram “descobertos”, assim

como técnicas desenvolvidas em operações físico-químicas, como exemplo,

destilação, sublimação, cristalização e filtração (DIAS, 2005).

Por conseguinte, novas drogas e especiarias trazidas do Oriente e

levadas para a Europa, marcavam o Renascimento (séc. XV), do mesmo modo

que o surgimento de herbários modernos e jardins botânicos (DIAS, 2005).

Devido à intensa navegação entre Europa, Ásia e África, espécies vegetais

como: Equinácea (​Echinacea purpurea L.), cimicifuga (​Cimicifuga racemosa

Nutt.), andiroba (​Carapa guianesis Aubl.), guaraná (​Paullinia cupana Kunth.) e

o maracujá (​Passiflora sp.), tornaram-se intercambiáveis e são inseridas na

América do Sul e Central (SAAD ​et al., 2009).

A contribuição do conhecimento das especiarias e drogas vegetais

orientais no estudo de drogas asiáticas dada pelo médico Garcia de Orta

(1501-1568) intitulado ​Colóquio dos simples e drogas e coisas medicinais da

Índia. A compilação feita em 57 capítulos deriva de pesquisas de drogas


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vegetais. Aloés, benjoim, cânfora, ópio, ruibarbo, canafístula e tamarindo, são

alguns exemplos de plantas medicinais estudadas pelo médico, assim como,

suas características botânicas, origem e propriedades terapêuticas (DIAS,

2005).

De acordo com estudos sobre drogas vegetais do continente americano,

há relatos entre os Séculos XVII e XVIII que mostram a eficácia de plantas no

tratamento de algumas doenças, como exemplo a quina, a ipecacuanha, o

guaiaco, a salsaparilha, o café, o tabaco, o cacau, entre outras (PITA;

PEREIRA, 2012).

No Brasil, Padre José de Anchieta, considerado o primeiro boticário do

Estado de São Paulo (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO

DE SÃO PAULO, 2011) descreve na carta de 1560, a ipecacuanha (​Cephaelis

ipecacuanha Brot.) e outras plantas nativas. O problema na distribuição de

medicamentos no país culminou na necessidade da utilização de drogas

vegetais para a manutenção dos serviços de saúde. Esta ação prática foi

devida ao interesse de estudos pela Flora brasileira por parte dos jesuítas.

Deste modo, autorizaram-se as “Boticas” como comércio em 1640, e as

mesmas comercializavam medicamentos e plantas medicinais, como: rosa

(​Rosa sp.), sene (​Cassia angustifolia Vahl.), manacá (​Brunfelsia uniflora (Pohl)

D.Don​), ipeca (​Psychotria ipecacuanha (Brot.) Standl.) e copaíba (​Copaifera

langsdorffii Desf.) (DIAS, 2005).

Todavia, no Século XVIII, surgiu a homeopatia, sendo que em 1755,

nasce na Alemanha, o pai da Homeopatia, ​Samuel Hahnemann ​que atribuía a

menor dose possível de drogas através de diluições e dinamizações. No ano


23

de 1803, no mesmo país onde Hahnemann nasceu, Serturner (1783 - 1841)

consegue extrair a morfina do ópio (​Papaver somniferum L.). (CONSELHO

REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2011).

No Século seguinte, novos estudos foram realizados, principalmente no

âmbito químico, com a síntese da ureia em 1828 por Friedrich Wöhler; e

também um novo método de síntese de hidrocarbonetos e cetonas foi

publicado por Friedel (1877); a indústria de corantes teve o primeiro composto

sintético, a malveína, sintetizada por W. H. Perkin (1856); Justus Von Liebig

(1832) sintetiza o hidrato de cloral; no mesmo Século há relatos de síntese do

primeiro alcaloide (1886), do benzeno e da novocaína/procaína (1899) (DIAS,

2005).

Contudo, os Séculos XVIII e XIX são marcados pelo desenvolvimento da

química medicinal. O isolamento da salicilina da casca do salgueiro, a morfina

extraída do ópio, a digoxina e digitoxina isoladas da ​Digitalis sp., e outras

substâncias, são exemplos de substâncias químicas contendo ativos a partir de

plantas medicinais (SAAD ​et al., 2009; DIAS, 2005). Destacam-se ainda: a

atropina extraída da beladona (​Atropa belladonna L.), o quinino isolado da

Cinchona sp., a salicina da espireia (​Filipendula ulmaria (L.) Maxim.), a emetina

da ipecacuanha (​Psychotria ipecacuanha Mull) e a cocaína, obtida das folhas

de coca (​Erythroxylum coca Lam.) (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA

DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2011).

Na última década do Século XIX, em Portugal, a Indústria Farmacêutica

desenvolveu-se rapidamente e disciplinas como Botânica criptogâmica,


24

Bacteriologia e Química biológica, começaram a se difundirem no meio

acadêmico (DIAS, 2005).

A Medicina Antroposófica (MA) – “abordagem médico-terapêutica

complementar, de base vitalista, cujo modelo de atenção está organizado de

maneira transdisciplinar, buscando a integridade do cuidado em saúde”

(BRASIL, 2006) – emerge durante o séc. XX e as plantas medicinais têm um

grande destaque como matérias-primas. Com 183 espécies de plantas

medicinais brasileiras, a “Farmacopeia Verde” foi a 1ª Farmacopeia Brasileira a

ser publicada no ano de 1926. Em contrapartida, devido à introdução da

indústria de quimiossíntese farmacêutica, a área de plantas medicinais sofreu

um grande declínio. Porém, a busca de novas moléculas com atividade

biológica aliada à valorização da Flora, permitiu uma nova perspectiva para os

estudos com plantas medicinais (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO

ESTADO DE SÃO PAULO, 2011).

De acordo com o estudo de Luz (2005), novos tratamentos surgem por

volta dos anos 60, sendo apoiados pelo avanço do movimento social urbano, a

contracultura. Conforme a autora, as medicinas populares tornaram-se

importantes historicamente, tanto no Brasil quanto em outros países

latino-americanos, com o intuito de valorizar as ervas, os minerais e animais

como bases terapêuticas.

Ao final do Séc. XX, os ensaios clínicos, estudos ​in vivo (animais),

estudos de casos e usos tradicionais de produtos que possuam origem vegetal,

são revisados por uma “Comissão da Agência Federal de Saúde da Alemanha”

(​Bundesgesundheitskommission (BGK) em alemão). São considerados


25

indicadores como: pureza, composição química, identificação, ações

farmacológicas e terapêuticas, dosagens, contraindicações e efeitos colaterais

de produtos vegetais, com as quais fazem parte aproximadamente 400

monografias publicadas pela Comissão (CONSELHO REGIONAL DE

FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2011).

Devienne, Raddi e Pozetti (2004) descrevem que nas últimas décadas,

as pesquisas com plantas medicinais encontram-se em pleno desenvolvimento,

especialmente àquelas com atividade antitumoral, devido aos diversos

princípios químicos com diferentes atividades biológicas, concomitantemente

ao grande benefício na economia de países em desenvolvimento. De acordo

com os autores, as drogas vegetais promissoras do Século XXI, com atividade

antitumoral, são: Vinca (​Catharanthus roseus (L.) G.Don), derivados da

podofilotoxina adquiridos de rizomas de ​Podophyllum peltatum L., e ​P.

hexandrum Royle, os derivados da camptotecina oriundos de ​Camptotheca

acuminata Decne, além de outros compostos como o taxol (​Taxus brevifolia

Nutt.), o docetaxol (​Taxus baccata L.) o lapachol e a beta-lapachona (​Tabebuia

heptaphylla (Vell.) Toledo).

1.2 Legislações Brasileiras

As definições de medicamentos fitoterápicos e de preparações fitoterápicas

sofreram mudanças no decorrer do tempo de acordo com as Legislações. O

Quadro 1 indica as principais Legislações e as denominações de medicamento

fitoterápico, espécie vegetal, planta medicinal, fitocomplexo e Produto

Tradicional Fitoterápico.
26
27

Quadro 1 - Definições de medicamentos fitoterápicos e de preparações fitoterápicas de acordo c


Resolução Definição
Medicamento fitoterápico é o medicamento farmacêutico que tenha sido gerad
adequados, onde a aplicação é exclusiva de matérias-primas vegetais, possuindo final
fins de diagnóstico. A resolução cita que o medicamento fitoterápico caracteriza-se p
RDC 17/00 riscos do uso, e considerando ainda, a reprodutibilidade e a constância de sua qualid
medicamento fitoterápico aquele que contém em sua composição, substâncias ativas i
as associações destas com extratos vegetais. A mesma deliberação define ainda
medicamento fitoterápico tradicional e medicamento fitoterápico similar (BRASIL, 2000).
Posteriormente revogada pela ​RDC nº 26 de 13 de maio de 2014​, que dispõe sobre
junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e, sobretudo a RDC nº 13 de
sobre as Boas Práticas de Fabricação de Produtos Tradicionais Fitoterápicos, objetiva-s
RDC 10/10 de droga vegetal e planta medicinal. A espécie vegetal que seja utilizada para propós
RDC 13/13 ​ roga vegetal p
não cultivada, é denominada planta medicinal. Para tanto, d ​ ossui como d
Planta medicinal ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes de sub
terapêutica, após processos de coleta ou colheita, estabilização, secagem, podendo
(BRASIL, 2010a) ou pulverizada (BRASIL, 2013).
Determina que o produto adquirido exclusivamente de matérias-primas vegetais onde s
RDC 13/13 a duração da qualidade com base na tradicionalidade de uso, será denominado ​p
(BRASIL, 2013).
No que diz respeito ao Art. 1, possui como objetivo decretar os requisitos mínimos
fitoterápicos.
§ 1º São considerados ​medicamentos fitoterápicos os obtidos com emprego exc
vegetais, cuja eficácia e segurança são validadas por meio de levantamentos e
documentações tecnocientíficas ou evidências clínicas.
RDC 14/10 § 2º Os medicamentos fitoterápicos são caracterizados pelo conhecimento da eficácia
como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade.
§ 3º Não se considera medicamento fitoterápico aquele que inclui na sua compos
sintéticas ou naturais, nem as associações dessas com extratos vegetais.
Fitocomplexo​: substâncias originadas no metabolismo primário e/ou secundário respon
biológicos de uma planta medicinal ou de seus derivados (BRASIL, 2010b).
Quadro 1 - Definições de medicamentos fitoterápicos e de preparações fitoterápicas de acordo co
Resolução Definição
Atualmente o que está em vigor, é a RDC nº 26 de 13 de maio de 2014 que, dispõe
fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. De a
o objetivo é distinguir e definir o Medicamento Fitoterápico (MF) e o Produto Trad
como estabelecer os requisitos mínimos para registro e renovação de registro para a
RDC 26/14
Medicamento Fitoterápico e Produto Tradicional Fitoterápico necessitam de compr
assim a constatação do MF será por meio de estudos clínicos e dos PTF pelo te
técnico-científica. Contudo, as duas categorias deverão apresentar requisitos d
eficácia e possuírem Boas Práticas de Fabricação e Controle (BPFC) (BRASIL, 2014

Guia de
orientação para
Foi definido o termo “chá medicinal”- droga vegetal preparada por meio de infusão, d
registro de MP e
possuindo fins medicinais. Anteriormente essa era a definição para “droga vegeta
registro e
(BRASIL, 2014b).
notificação de
PTF
28

Com o intuito de maiores informações, a ANVISA, publicou a RDC nº 66/14, ​que t


acompanhar o folheto informativo do Produto Tradicional Fitoterápico, comp
RDC 66/14
(BRASIL, 2014c).
29

1.3 Políticas Públicas em Plantas Medicinais e Fitoterápicos

Enfatiza-se no trabalho de TORRES ​et al. (2005), a importância que a

Fitoterapia possui, paralela à aceitação pela população, sendo, portanto

empregada em programas de atenção primária à saúde, pois detêm a eficácia

e atende às pessoas com baixo nível econômico.

A forte influência de práticas para a promoção de saúde vindas do

Oriente possibilitou o conhecimento e orientou para uma base na formulação

de políticas da Organização Mundial de Saúde (OMS) (AMORIM, 2012).

Relatam-se também importantes questões relacionadas à utilização de

plantas medicinais, tais como: o resgate dos saberes populares, a preservação

da Biodiversidade, a promoção da Agroecologia, assim como o

desenvolvimento social e a educação ambiental (ANTONIO, TESSER &

MORETTI-PIRES, 2014).

Contudo, a partir da década de 80 houve o fortalecimento e

consolidação da fitoterapia no SUS, principalmente devido ao crescimento dos

interesses da população em tratamentos alternativos e também nas

recomendações das leis. Políticas, resoluções, portarias, programas e

relatórios são elaborados com o intuito de organizar as informações

disponibilizadas para a população. Deste modo, destacam-se as seguintes

atividades (Figura 1):


30
31

Figura 1 – Políticas Públicas em Plantas Medicinais e Fitoterápicos

Figura 1 – Políticas Públicas em Plantas Medicinais e Fitoterápicos


32

Figura 1 – Políticas Públicas em Plantas Medicinais e Fitoterápicos


33

Em 2008, é sancionada a Portaria Interministerial nº 2.960, de 9 de

dezembro de 2008, que aprova o Programa Nacional de Plantas Medicinais e

Fitoterápicos e cria o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos,

pelos Ministérios: da Saúde, da Casa da Presidência da República, da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Ciência e Tecnologia, da Cultura, do

Desenvolvimento Agrário, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Integração Nacional e do

Meio Ambiente (BRASIL, 2008).

Entre seus objetivos destacam-se a inserção de plantas medicinais,

fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no SUS, garantindo o acesso

da população aos medicamentos com segurança, eficácia e qualidade; e a

promoção e o reconhecimento das práticas populares e tradicionais acerca do

uso de plantas medicinais e remédios caseiros. Através do Programa Nacional

de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, consideram-se imprescindíveis as

seguintes ações: valorização e preservação do conhecimento tradicional

associado de comunidades tradicionais, ribeirinhas e indígenas, manejo

sustentável da biodiversidade brasileira, inclusão social e regional e

desenvolvimento industrial e tecnológico (BRASIL, 2008).

Em 2010, através da Portaria nº 1.102, de 12 de maio de 2010, o

Ministério da Saúde constitui a COMAFITO - Comissão Técnica e

Multidisciplinar da elaboração e atualização da Relação Nacional de Plantas

Medicinais (RENAPLAM) e da Relação Nacional de Fitoterápicos (RENAFITO).

O Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos é

responsável pela coordenação da COMAFITO, possuindo como representantes


34

14 membros divididos entre o Ministério da Saúde, a Sociedade científica e as

Universidades (BRASIL, 2010c).

Devido à importância do crescimento da oferta de fitoterápicos e de

plantas medicinais no SUS, fica estabelecida a Portaria nº 886, de 20 de abril

de 2010, que institui a Farmácia Viva no âmbito do Sistema Único de Saúde,

sob gestão do Estado, Distrito Federal ou do Município. De acordo com o

parágrafo primeiro da Portaria, a Farmácia Viva deve desempenhar todas as

etapas de produção do fitoterápico, desde o cultivo até a manipulação e

dispensação das fórmulas magistrais (BRASIL, 2010c).

No mesmo ano, através da Portaria nº 1.102, de 12 de maio de 2010, o

Ministério da Saúde constitui a COMAFITO - Comissão Técnica e

Multidisciplinar da elaboração e atualização da Relação Nacional de Plantas

Medicinais (RENAPLAM) e da Relação Nacional de Fitoterápicos (RENAFITO).

O Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos são

responsáveis pela coordenação da COMAFITO, possuindo como

representantes 14 membros divididos entre o Ministério da Saúde, a Sociedade

científica e as Universidades (BRASIL, 2010d).

Dentro desse contexto, a espécie ​Casearia sylvestris – nativa da Flora

Brasileira – é utilizada pela população como planta medicinal há muito tempo, e

a mesma apresenta distribuição em quase todo o território nacional

(MARQUETE & MANSANO, 2013). De acordo com estudos recentes, ​C.

sylvestris possui diversas atividades biológicas, entretanto, as atividades

anti-herpes I e II, e antitumoral vem sendo testada em diversas linhagens

celulares (FERREIRA ​et al., 2010).


35

A espécie ​C. sylvestris é citada na “Relação Nacional de Plantas

Medicinais de Interesse ao SUS” (RENISUS), onde constam 71 espécies que

possam atender às doenças com maior incidência no Brasil. Através da

divulgação do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos

(PNPMF) do Ministério da Saúde (MS), a lista possui a finalidade de nortear

estudos e pesquisas no âmbito nacional, auxiliando a elaboração da relação de

fitoterápicos que possam ser disponibilizados para a população, priorizando a

segurança e a eficácia no tratamento de doenças. Possui como função o

auxílio das ações de outros Programas participantes, a saber: Ministério da

Casa Civil, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério da

Cultura, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Desenvolvimento

Social e Combate a Fome, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério da Integração

Social e Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2009).

A compilação de resultados de estudos sobre ​C. sylvestris torna-se

muito relevante, já que esta planta tem sido alvo de investigações científicas

nos âmbitos químico, biológico, farmacológico e toxicológico.

Atualmente, apenas dois fitoterápicos derivados de plantas medicinais

disponíveis na RENISUS são oferecidos à população, o primeiro utilizado para

o tratamento de gastrite e úlceras (espinheira santa - ​Maytenus ​ilicifolia Mart.

ex Reissek​), e o segundo para tosses e gripes (guaco - ​Mikania glomerata

Spreng.). 12 Estados oferecem medicamentos fitoterápicos na assistência

farmacêutica do SUS. De acordo com o MS, o Programa poderá estimular


36

outros Estados a proporcionar o serviço contendo esse tipo de medicamento

(BRASIL, 2009).

A relação da quantidade de espécies por família listadas no RENISUS é

composta por 39 famílias de espécies vegetais, entre elas destacam-se:

Asteraceae (​Artemisia absinthium, ​Baccharis trimera, ​Bidens pilosa, ​Calendula

officinalis, ​Chamomilla recutita = ​Matricaria chamomilla = ​Matricaria recutita,

Cynara scolymus, ​Mikania spp* (​M. glomerata ou ​M. laevigata), ​Solidago

microglossa, ​Tagetes minuta, ​Vernonia condensata, ​Vernonia spp* (​V. ruficoma

ou ​V. polyanthes), Fabaceae (​Apuleia ferre = ​Caesalpinia ferrea*, ​Bauhinia

spp* (​B. affinis, ​B. forticata ou ​B. variegata), ​Copaifera spp*, ​Dalbergia

subcymosa, ​Erythrina mulungu, ​Glycine max, ​Stryphnodendron adstringens =

Stryphnodendron barbatiman, ​Trifolium pratense), Lamiaceae (​Lamium album,

Mentha pulegium, ​Mentha spp* (​M. crispa, ​M. piperita ou ​M. villosa), ​Ocimum

gratissimum, ​Plectranthus barbatus = ​Coleus barbatus), Myrtaceae (​Eucalyptus

globulus, ​Eugenia uniflora ou ​Myrtus brasiliana*, ​Syzygium spp* (​S.

jambolanum ou ​S. cumini), ​Psidium guajava), Zingiberaceae (​Alpinia spp* (​A.

zerumbet ou ​A. speciosa), ​Curcuma longa, ​Zingiber officinale) e Salicaceae

(​Casearia sylvestris, ​Salix alba) (Gráfico 1).


37

Gráfico 1: ​Relação da quantidade de espécies vegetais por família listadas no


RENISUS
38

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O presente estudo teve como objetivo geral revisar na literatura

informações sobre botânica, química, etnofarmacologia, farmacologia,

toxicologia, ensaios clínicos e depósito de patentes sobre a espécie ​Casearia

sylvestris e verificar se as informações existentes dão suporte ao uso dessa

planta no Sistema Único de Saúde (SUS).

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Destacam-se como objetivos específicos para o desenvolvimento do

trabalho:

● Descrever e relacionar os componentes químicos, as atividades

farmacológicas/biológicas, as atividades etnofarmacológicas, a

toxicologia e os ensaios clínicos da espécie ​C. sylvestris de acordo

com trabalhos científicos publicados;

● Pesquisar e descrever a importância desta espécie no SUS;

● Avaliar e discutir a importância da espécie na Relação Nacional de

Plantas Medicinais de Interesse ao SUS - RENISUS;

● Produzir ao final desse trabalho uma Monografia sobre a espécie ​C.

sylvestris e publicá-la na Revista FITOS.


39

3. METODOLOGIA

A pesquisa referida possui caráter de revisão bibliográfica e exploratória

de abordagem qualitativa e fundamentada na discussão de uma espécie nativa

brasileira. Para tanto, a contestação do tema teve como base principal o

referencial teórico descrito em artigos científicos e periódicos, publicados nos

últimos 25 anos (1990-2015), e também excepcionalmente, o trabalho de Absy

& Scavone (1973).

Para o estudo foram pesquisados materiais de fonte secundária nas

bases de dados: ​Science Direct, ​Bireme, ​Europe PubMed, ​SciFinder e ​SciELO,

nos idiomas inglês, português e espanhol, coletados entre os meses de julho e

outubro de 2015. As buscas de artigos foram pesquisadas de acordo com as

seguintes palavras-chaves:

“Casearia sylvestris, Plantas medicinais, Salicaceae, Atividades

Farmacológicas, Atividades Etnofarmacológicas.”

Buscas adicionais foram realizadas em livros, Leis, Resoluções,

Decretos e outras bibliografias que foram citadas de acordo com a utilização.

Os critérios de exclusão definidos para a seleção dos artigos foram:

artigos publicados em outros idiomas, repetidos nas bases de dados, não

totalmente disponíveis ou cujo resumo não retratasse a temática referente à

revisão.

Realizou-se pesquisa em Banco de Patentes do Instituto Nacional da

Propriedade Industrial (INPI) da espécie ​C. sylvestris, contendo como


40

palavras-chaves: ​Casearia sylvestris, nomes populares e classe casearina,

através do endereço eletrônico (​www.inpi.gov.br​).

Estipulou-se uma padronização dos nomes científicos e autoria das

espécies através da Base Tropicos (​www.tropicos.org/​) e também no trabalho

de Marquete (2010) para cada planta mencionada no trabalho.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Inclusões e Exclusões de Informações

Foi encontrado um total de 257 artigos por meio da busca com as

palavras-chaves: ​Casearia sylvestris; ​Casearia e Salicaceae; ​Casearia e

Plantas Medicinais; ​Casearia e Etnofarmacologia; ​Casearia e Toxicidade.

Foram selecionados para a revisão 120 artigos que atenderam aos critérios de

inclusão do estudo. Utilizaram-se 50 artigos da base Science Direct, 12 do

Scielo e 33 Dissertações ou Teses (Doutorado, Mestrado e Pós-Graduação),

além de 25 artigos de outras revistas acadêmicas. Para o estudo foram lidos

apenas os artigos selecionados para a elaboração do manuscrito bem como

legislações sanitárias da ANVISA, estatísticas de órgãos de toxicovigilância,

livros relacionadas com a pesquisa. Após a leitura crítica dos textos

selecionados foi realizada a discussão das informações mais relevantes

extraídas.
41

Há cinco depósitos de patentes da planta no INPI, sendo duas

indeferidas (PI 0900645-1 A2, PI 0306167-1 A2) e três em análise (​BR 10 2014

008978 0 A2, ​PI 0805322-7 A2, PI 0602094-1 A2). A patente BR 10 2014

008978 0 A2 está catalogada com o seguinte estado da técnica: associação

sinérgica dos extratos vegetais da ​Matricaria recutita, ​Psidium guajava L. e

Plantago major L., e opcionalmente da ​Casearia sylvestris Sw., para aplicação

tópica, ou sob a forma de biofilme ou na forma farmacêutica sólida, sem a

utilização de conservantes. Possui como depositante o Grupo Brasileiro de

Pesquisas Especializadas LTDA (BR/SP) – BRAERG. ​A patente PI 0900645-1

A2 é catalogada como extratos, frações ativas e/ou compostos isolados de

Casearia sylvestris, formulações farmacêuticas e seus usos, depositada pela

Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Estadual Paulista Júlio

de Mesquita Filho (UNESP); a PI 0306167-1 A2 foi catalogada pelas mesmas

instituições para distúrbios do trato gastrintestinal, principalmente no tratamento

de úlcera gastroduodenal, sendo que apresenta ação citoprotetora; a PI

0805322-7 A2 está relacionada pelas formulações contendo ação

citomoduladora dos diterpenos clerodânicos, através da Universidade Estadual

Paulista Júlio de Mesquita Filho e Universidade Federal do Ceará (UFC).

Depositada pelos pesquisadores da Universidade de Campinas (UNICAMP), a

PI 0602094-1 A2 refere-se a uma composição medicamentosa fitoterápica e

uma composição medicamentosa homeopática ao tratamento de herpes labial

de ​C. sylvestris (Quadro 2).


42

Quadro 2: Patentes com ​C. sylvestris

Depósito País
Nº do pedido Título Nome do depositante Estado
(data) depositante

Associa
de extrat
Matric
Psidium
Composição
BRAERG - Grupo Plantag
medicamentosa com
BR 10 2014 14/04/201 Brasileiro de Pesquisas opcionalme
ação antibiótica, Brasil
008978 0 A2 4 Especializadas LTDA sylvest
anti-inflamatória e
(BR/SP) aplicação
cicatrizante
forma d
na forma far
sem
de co

Universidade de São Paulo


Extratos, frações ativas - USP (BR/SP) / Fundação
e/ou compostos isolados de Amparo à Pesquisa do
PI 0900645-1 11/03/200 de ​Casearia sylvestris, Estado de São Paulo - Extratos, fra
Brasil
A2 9 formulações FAPESP (BR/SP) / compo
farmacêuticas e seus Universidade Estadual
usos. Paulista Júlio de Mesquita
Filho-UNESP (BR/SP)

Compostos com ação Universidade Estadual


citomoduladora, Paulista Júlio de Mesquita
PI 0805322-7 28/11/200 Composiçã
formulações contendo os Brasil Filho (BR/SP) /
A2 8 derivada
mesmos e processo para Universidade Federal do
sua preparação. Ceará - UFC (BR/CE)

Quadro 2: Patentes da ​C. sylvestris

Depósito País
Nº do pedido Título Nome do depositante Estado
(data) depositante

Composição Uma c
medicamentosa a base medicamen
Universidade Estadual de
PI 0602094-1 25/05/200 de ​Casearia sylvestris e uma c
Brasil Campinas - UNICAMP
A2 6 uso de composição medicamen
(BR/SP)
medicamentosa a base ao tratam
de ​Casearia sylvestris.
43

Processo de obtenção de
extratos de ​Casearia
sylvestris, processos de Droga útil n
obtenção de frações Fundação de Amparo à distúrb
ativas, extratos, frações Pesquisa do Estado de gastrintestin
ativas, uso de extratos e São Paulo - FAPESP no tratam
PI 0306167-1 18/12/200 frações ativas, (BR/SP) / Universidade de gastroduod
Brasil
A2 3 composição, unidade de São Paulo (BR/SP) / apresenta a
dosagem, método para Universidade Estadual age tanto e
prevenir, tratar, combater Paulista Júlio de Mesquita como mode
ou suspender distúrbios Filho - UNESP (BR/SP) sendo seleti
gastrintestinais, ação
medicamento e princípio
ativo.
44

4.2 Informações Botânicas

4.2.1 Posicionamento taxonômico e caracteres morfológicos do

gênero ​Casearia

O gênero ​Casearia pertencia à família Flacourtiaceae, porém Stevens,

que utilizou dados filogenéticos, considerou Flacourtiaceae como sinônimo de

Salicaceae (STEVENS, 2001). A família Flacourtiaceae foi desmembrada em

outras famílias e no presente momento, o gênero ​Casearia está agora inserido

em Salicaceae na ordem Malpighiales (APG II, 2003; APG III, 2009). Como

característica importante dessa família destacam-se as flores apétalas e

ausência de dentes salicóides nas folhas (STEVENS, 2001). No Brasil, a

família possui 48 espécies, sendo 24 endêmicas e que estão presentes em

diferentes ecossistemas, inclusive em áreas antrópicas (MARQUETE e

MANSANO, 2010).

As espécies de ​Casearia são árvores, arbustos e subarbustos lenhosos, e

o tronco pode apresentar a textura da casca de lisa a fissurada; as folhas são

alternas e possuem pontos translúcidos que podem ser indicativos da presença

de glândulas; as inflorescências são do tipo umbela, fascículo ou glomérulo,

com flores normalmente muito pequenas, que possuem cinco sépalas,

apétalas, androceu com oito a 25 estames, os filetes são filiformes, livres e as

anteras, alongadas e globosas; o gineceu apresenta ovário séssil e o estilete

pode ser inteiro a trifido, o estigma pode ser inteiro ou trilobado a trilobulado. O

fruto é do tipo cápsula, com deiscência loculicida e as sementes podem ter arilo

ou não (MARQUETE, 2010).


45

4.2.2 ​Casearia sylvestris

Casearia sylvestris é uma planta nativa comum em zonas tropicas e

subtropicais da América do Norte e do Sul. No Brasil estendem-se entre as

cinco regiões, possuindo um crescimento maior no Estado do Amazonas. É um

arbusto, subarbusto ou árvore entre 3 a 4 metros de altura, caracterizada por

possuir tronco pequeno de coloração pardo-escuro (ALONSO, 2007). Nas

folhas são encontrados pontos e traços translúcidos, consideradas estruturas

secretoras contendo óleos essenciais (MARQUETE, 2010; GODOI, 2013). As

Figuras 1 – 6 ilustram a planta ​C. sylvestris, assim como seu caule, folhas,

ramos e inflorescências.

Popularmente conhecida como guaçatonga (Alonso, 2007; Giombeli,

2007; Mardegan, 2007; Backes, 2010; Ferreira ​et al., 2011; Silva, 2012; Godoi,

2013; Araújo ​et al., 2014) erva-de-lagarto, erva-de-bugre, bugre-branco,

vasitonga, chá-do-fraile (ALONSO, 2007), a ​Casearia sylvestris, de interesse

nesse estudo, é uma planta medicinal que oferece vários usos medicinais:

antiulcerosa (BASILE ​et al., 1990; DOS SANTOS, 2008; FIALHO ​et al., 2010),

anti-inflamatória (ESTEVES ​et al., 2005; SOUZA, 2010; BENTO, 2013; DE

CAMPOS ​et al., 2015; GUSMAN ​et al., 2015), antimicrobiana (Schneider;

Moura; Colpo & Flach, 2006; Tresoldi, 2008; Güntzel, 2008; Weckwerth ​et al.,

2008; Gonçalves, 2012; Silva, 2012; Bento, 2013; Godoi, 2013), diurética,

antisséptica, cicatrizante, depurativa do sangue, anestésica tópica,

anti-herpética (ALONSO, 2007) e possuindo efetividade contra linhagens de


46

células tumorais (Itokawa; Takeya; Hitotsuyanagi & Morita, 1999; De Mesquita

et al., 2005; Da Silva; Chaar; Figueiredo & Yano, 2008; Guil-Guerrero &

Campra, 2009; Dos Santos ​et al., 2010; Ferreira ​et al., 2010; Dos Santos, 2013;

Felipe ​et al., 2014), sendo essa última atividade farmacológica, o principal foco

do trabalho.

Em sua composição química destacam-se os diterpenos clerodânicos

(casearinas), geralmente extraídos do extrato etanólico das folhas, que são

característicos no gênero ​Casearia e servem como marcadores

quimiotaxonômicos para o táxon ​Casearia. De acordo com a literatura, há uma

possível ação desses compostos direcionados para as células tumorais,

observando-se a atividade citotóxica em ratos (testes ​in vivo e ​in vitro) (DOS

SANTOS, 2012). Outras classes foram elucidadas como monoterpenos e

sesquiterpenos obtidos do óleo essencial das folhas e flores (Aguilar, 2013;

Bou ​et al., 2013; Silva et al. [2004?]; Güntzel, 2008; Sousa ​et al., 2007;

Spandre, 2010; Da Silva; Chaar; Figueiredo & Yano, 2008; Tininis ​et al., 2006;

Schneider; Moura; Colpo & Flach, 2006; Thomas, 2014), além de

triterpenoides, saponinas, taninos, alcaloides, flavonoides, ácidos graxos,

antocianosídeos e polissacarídeos (ALONSO, 2007). Contudo, de acordo com

as referências, existem poucos trabalhos que mencionem o perfil químico e os

efeitos terapêuticos do óleo essencial de ​C. sylvestris.


47

Figura 2: Troncos e ramos de ​C. sylvestris


48

Figura 2A Figura 2B
Figuras 2A e 2B: ​C. sylvestris, destaque para os troncos
Fonte: F. Pereira
49

Figura 2C
Figuras 2C: ​C. sylvestris, destaque para os ramos
Fonte: F. Pereira

Figura 3: Ramo, folhas e inflorescências de ​C. sylvestris

Figura 3A Figura 3B

Figura 3C
50

Figura 3A: Ramo com diferenças nos tamanhos das folhas;


Figura 3B: Folhas, regiões proximal (P), mediana (M) e distal (D​)​;
Figura 3C: Inflorescências de ​C. sylvestris.
Fonte: F. Pereira

4.2.3 Distribuição geográfica e habitat

De acordo com o trabalho de Marquete & Mansano (2010), a espécie é

encontrada no México, em outros países da América Central e na maioria dos

países da América do Sul. No Brasil, ocorre em todos os Estados, em

diferentes formações vegetacionais, com maiores variações morfológicas com

relação à forma da lâmina foliar.

A espécie está presente na mata pluvial, em vegetação secundária,

mata higrófila secundária, floresta estacional semidecidual, savanas e também

em florestas ombrófilas mistas, contudo, pode ser facilmente encontrada em

áreas degradadas, possuindo grande adaptação ao meio (MARQUETE e VAZ,

2007).

4.3 Informações sobre etnofarmacologia

Com base em trabalhos publicados, o decocto das folhas de ​C. sylvestris

é popularmente utilizado para o controle do colesterol (DORIGONI ​et al., 2001),

o xarope e o decocto das folhas como diurética, o infuso e o decocto das folhas

como emagrecedora, o infuso das folhas para o tratamento de problemas

circulatórios, para o coração e controle da pressão arterial. Há relatos do uso

da tintura das folhas da Guaçatonga contra picadas de insetos (TOMAZI ​et al.,
51

2014) e a utilização do chá das folhas contra picada de cobra (GARLET e

IRGANG, 2001; COELHO, DE PAULA e ESPÍNDOLA, 2009).

Mencionam-se em outras publicações atividades etnofarmacológicas

como antiulcerosa (ALONSO, 2007), depurativa do sangue e para diminuição

da febre (DE SOUZA e FELFILI, 2006; BALDAUF; KUBO; SILVA e IRGANG,

2009), portanto não há informações da forma de uso para as atividades

mencionadas.

Na Colômbia emprega-se o decocto dos ramos e de folhas frescas de ​C.

sylvestris em feridas e cortes. Há informações sobre o uso da decocção das

folhas no Paraguai para o tratamento de reumatismo, eczemas e da sarna. No

Brasil, utilizam-se as folhas e raízes da planta como antiparasitário e para o

tratamento da sífilis. Além disso, em alguns estados brasileiros a espécie é

usada como afrodisíaco (ALONSO, 2007). Outras atividades

etnofarmacológicas da planta estão mencionadas no Quadro 3.


52

​ asearia sylvestris.
Quadro 3: Atividades etnofarmacológicas atribuídas à C
Parte
Formas de Administração
utilizada da Etnofarmacologia/Uso popular
uso (vias)
planta
Antiespasmódico (nativos) I
n.i. n.i. I
Tônico
D
Folhas
BAR
Decocto
Colesterol Oral

Infuso
n.i. n.i. n.i. P
Chá GA
oral BAR
Decocto

Casca Picada de cobra n.i. n.i. E


Folhas e
Decocto ou ROD
casca do oral
Infuso
caule
C
n.i. Picada de cobra, antimicrobiana n.i. n.i.

Contra picada de inseto Tintura tópica


Infuso
Folhas Decocto
Emagrecedora oral
VE
n.i.
n.i. = não informado.

​ asearia sylvestris.
Quadro 3: Atividades etnofarmacológicas atribuídas à C
Parte
Formas de Administração
utilizada da Etnofarmacologia/Uso popular
uso (vias)
planta
Infuso

Folhas Decocto oral


Emagrecedora VE
n.i.
n.i. n.i. P
Infusão/suco
Anorexígena e hipolipidêmica oral
ou sumo
Folhas n.i.
Diurético n.i.
n.i.
53

Xarope
oral
Decocto
Folhas e
ROD
casca do n.i. n.i.
caule
Depurativo do sangue
DE
n.i. n.i. n.i. C

MO
Anemia
Folhas Chá oral

Baixa da imunidade
n.i. = não informado.

​ asearia sylvestris.
Quadro 3: Atividades etnofarmacológicas atribuídas à C
Parte
Formas de Administração
utilizada da Etnofarmacologia/Uso popular
uso (vias)
planta
Folhas n.i. n.i.
Folhas e
Decocto ou ROD
casca do oral
Infuso
caule
Febre
Casca E

DE
n.i. C
n.i. n.i.
VE

Tosse, gripe e resfriados

Folhas
Xarope oral

Inchaço das pernas Lavagem


tópica
externa
P
n.i. DE
C
n.i. n.i.
Sífilis
Folhas e
raízes
n.i. = não informado.
54

​ asearia sylvestris.
Quadro 3: Atividades etnofarmacológicas atribuídas à C
Parte
Formas de Administração
utilizada da Etnofarmacologia/Uso popular
uso (vias)
planta
VE
n.i. n.i.
Folhas
Normalizadora da pressão arterial Infuso oral
n.i. P

Folhas
Anti-herpes

Casca E

Folhas e Antidiarreica ROD


casca do
n.i. n.i.
caule

Folhas
Cicatrizante
n.i. DE

VE

Folhas Contra má circulação do sangue Infuso oral

n.i. n.i.

n.i. = não informado.

​ asearia sylvestris.
Quadro 3: Atividades etnofarmacológicas atribuídas à C
Parte
Formas de Administração
utilizada da Etnofarmacologia/Uso popular
uso (vias)
planta
VE
n.i. n.i.
Reumatismos
Folhas Decocto oral

Antisséptico
n.i. n.i. DE
n.i. Anestésico local e fungicida
Eczemas e tratamento da sarna
Tratamento de feridas e cortes Decocto oral
Ramos
Antiulcerosa
55

Folhas e
Antiparasitário; afrodisíaco
raízes
Problemas da coluna e da pele;
cicatrizante; digestiva; para alergias e VE
contra coceiras; utilizada na bebida local n.i. n.i.
(chimarrão) como aromatizante
Folhas
Anti-inflamatória; analgésica

Diabetes e problemas do coração Infuso oral

n.i. = não informado.

​ asearia sylvestris.
Quadro 3: Atividades etnofarmacológicas atribuídas à C
Parte
Formas de Administração
utilizada da Etnofarmacologia/Uso popular
uso (vias)
planta

Antirreumática; aplicações nas afecções da ROD


Folhas e pele
casca do
caule Pneumonia; afecções do fígado e contra VE
flores brancas

Doenças infecciosas e cutâneas n.i. n.i. DE

C
n.i. Antimicrobiana

Utilizada pelos agricultores/pecuaristas


para a tristeza do gado

n.i. = não informado.


56

4.4 Principais compostos identificados em ​C. sylvestris

Os trabalhos fitoquímicos realizados com a espécie apontam para uma

grande variedade de componentes químicos originários do metabolismo

especial, como destaque para os diterpenos clerodânicos (casearinas, Figuras

7-12), (Itokawa ​et al., 1990; Itokawa; Takeya; Hitotsuyanagi & Morita, 1999;

Oberlies ​et al., 2002; Ferreira, 2006; Dos Santos ​et al., 2007; Dos Santos,

2008; Carvalho; Santos & Cavalheiro, 2009; De Oliveira ​et al., 2009; Wang ​et

al., 2009; Wang; Ali; Li & Khan, 2009; Dos Santos ​et al., 2010; Ferreira ​et al.,

2010; Passareli, 2010; Csipak, 2011; Gonçalves, 2012; Prieto, 2012; Felipe,

2014; Ferreira ​et al., 2014), assim como monoterpenos e sesquiterpenos

obtidos de óleo essencial das folhas e flores (Aguilar, 2013; Bou ​et al., 2013;

Silva et al. [2004?]; Güntzel, 2008; Sousa ​et al., 2007; Spandre, 2010; Da Silva;

Chaar; Figueiredo & Yano, 2008; Tininis ​et al., 2006; Schneider; Moura; Colpo

& Flach, 2006; Thomas, 2014). Há também informações sobre monoterpenos e

sesquiterpenos oriundos do extrato etanólico das folhas (BECKER, 2008); da

extração com fluido supercrítico (BENELLI; AZEVEDO; PEDROSA &

FERREIRA, 2013); e do fracionamento da fração diclorometano por

Cromatografia em Fase Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas

(CG-EM) (AMENI, 2015).


57

Figura 4: Fórmula estrutural


genérica de diterpeno
clerodânico (FERREIRA ​et
al., 2011).

Figura 5: Fórmula estrutural da Casearina


A (DOS SANTOS, 2008).

Figura 6: Fórmula estrutural da Casearina C (FELIPE, 2014).


58

Figura 7: Fórmula estrutural da Casearina X (PASSARELI, 2010).

Figura 8: Fórmula estrutural da Casearina Z (PASSARELI, 2010).


59

Figura 9: Fórmula estrutural da Caseargrewiina F (PASSARELI, 2010).

Outros metabólitos especiais foram identificados, tendo como base

testes gerais de identificação e incluem: monossacarídeos e poliois (BENTO,

2013), cumarinas, alcaloides, saponinas, quinonas e glicosídeos cardiotônicos

(GÜNTZEL, 2008), flavonoides (SANTOS, 2012; GÜNTZEL, 2008; BRANT ​et

al., 2014; AMENI, 2015), polifenois (MARINO ​et al., 2009), taninos (GÜNTZEL,

2008; MARINO ​et al., 2009; DA SILVA; CHAAR & YANO, 2009), lignanas e

neolignanas (WANG; ALI; LI & KHAN, 2010) e ácidos graxos (AMENI, 2015). A

composição química de ​C. sylvestris conhecida até o presente está descrita na

Tabela 3. Com base no levantamento fitoquímico para a espécie ​C. sylvestris,

fica evidente que os marcadores químicos são os diterpenos clerodânicos,

chamados de casearinas. Do total de substâncias isoladas (Quadro 4), 31

representam diferentes estruturas desse tipo de diterpeno. Assim, um controle

químico de extratos, partições e frações semi-purificadas pode ser proposto


60

com base na análise, identificação e quantificação dessas substâncias, por

exemplo, casearina A.
61

Quadro 4: Componentes químicos presentes em ​Casearia sylvestris.

Substância (s) Classe (s) Obtenção

casearina A
Extrato etanólico das
folhas
casearinas A - R, casearinas Aa, Ab, Ac, Da

Óleo essencial das


casearinas A – T
folhas

Extrato etanólico das


folhas

Diterpenos
casearina B clerodânicos Extrato hexânico de
folhas e flores

NM

Cromatografia em
camada delgada

Extrato etanólico das


folhas
casearina C Extrato bruto etanólico
e na fração
clorofórmica
(f-CHCl3)
n.m. = não mencionado; t.g.i. = teste geral de identificação.

Quadro 4: Componentes químicos presentes em ​Casearia sylvestris.

Substância (s) Classe (s) Obtenção

Extrato etanólico das


folhas
casearina D
Diterpenos
clerodânicos
NM

Extrato etanólico das


casearina E
folhas
62

casearina F

casearina H NM

casearina J
Extrato etanólico das
folhas

casearina L
Extrato metanólico das
folhas

n.m. = não mencionado; t.g.i. = teste geral de identificação.

Quadro 4: Componentes químicos presentes em ​Casearia sylvestris.

Substância (s) Classe (s) Obtenção

casearina O
Extrato etanólico das
folhas

casearina U

NM

Diterpenos
clerodânicos
Extrato etanólico das
folhas

casearina X
Extrato hexânicos de
folhas e flores; Extrato
acetato de
etila:hexano:isopropanol
de folhas e flores

Cromatografia em
camada delgada
63

n.m. = não mencionado; t.g.i. = teste geral de identificação.


64

Quadro 4: Componentes químicos presentes em ​Casearia sylvestris.

Substância (s) Classe (s) Obtenção

casearina Z

Extrato etanólico das


folhas

Extrato etanólico da
madeira do caule
caseargrewiina F
Diterpenos Extrato hexânicos de
clerodânicos folhas e flores; Extrato
acetato de
etila:hexano:isopropanol
de folhas e flores

Cromatografia em
camada delgada

NM

casearvestrina A
Extrato metanólico das
casearvestrina B
folhas
casearvestrina C

n.m. = não mencionado; t.g.i. = teste geral de identificação.

Quadro 4: Componentes químicos presentes em ​Casearia sylvestris.

Substância (s) Classe (s) Obtenção

caseariasídeos A-E
Extrato metanólico das
2β-metoxi-cleroda-3,13- dien-18-carboxi-15,16-olide folhas
Diterpenos
15ξ-metoxi-cleroda-3,12-dien-18-carboxi-15,16-olide clerodânicos
Óleo essencial das
casearvestrinas A - C
folhas
65

Caseariaclerodano

norisoprenóide 9-hidróxi-4-megastimen-3-ona NM

Extrato etanólico das


diterpeno 1b raízes e da casca do
caule

(+) - 15-hidroxi-3-clerodan-2-ona e (-) - ácido


hardwickiic Extrato etanólico das
folhas
(-)-ácido hardwickiico

sylvestrisídeos A e B ​ nt-kaurane
Diterpenos e
Extrato metanólico das
Diterpenos e​ nt-kaurane folhas
sylvestrisídeos C-E
glicosídeos

Extrato metanólico das


casearialignanas A-F Neolignanas
folhas

n.m. = não mencionado; t.g.i. = teste geral de identificação.


66

Quadro 4: Componentes químicos presentes em ​Casearia sylvestris.

Substância (s) Classe (s) Obtenção

α-pineno Óleo volátil das folhas

Monoterpenos
Óleo essencial das
β​-pineno
folhas

biciclogermacreno e germacreno-D (componentes


Óleo essencial das
majoritários), α-copaeno, α-humuleno, δ-cadineno, Sesquiterpenos
flores
(componentes minoritários)

biciclogermacreno (componente majoritário),


α-gurjuneno (componente minoritário)

α-zingibereno
Óleo essencial das
Sesquiterpenos
α-gurjuneno, α-guaieno, α-humuleno, α-bisaboleno, folhas
E-cariofileno, E-β-farneseno, β-elemeno,
β-chamigreno, γ-cadineno, δ-cadineno,
germacreno-D, germacreno-A, valenceno,
biciclogermacreno, β-eudesmol,
epi-α-eudesmol

n.m. = não mencionado; t.g.i. = teste geral de identificação.

Quadro 4: Componentes químicos presentes em ​Casearia sylvestris.

Substância (s) Classe (s) Obtenção

α​-pineno, α-copaeno, α-gurjuneno, α-humuleno,


α-bisaboleno, ​β​-bourboneno, β-elemeno,
β-cariofileno, β-gurjuneno, β-bisaboleno, γ-elemeno,
γ-muuroleno, γ-cadineno, γ-eudesmol, δ ​ ​-cadineno,
t-cadinol, t-muurolol, linalol, pulegona, eugenol,
aromadendreno, allo-aromadendreno, germacreno
D, germacreno B, biciclogermacreno, cubebol,
elemol, ledol, espatulenol, óxido de cariofileno,
globulol, viridiflorol, guaiol, bulnesol, (​Z,E)-farnesol
Óleo essencial das
Sesquiterpenos
folhas
67

α-bulseneno, α-cadinol, α-cubebeno, α-copaeno,


α-gurjuneno, α-guaieno, α-humuleno, epi-α-cadinol,
β-bourboeno, β-elemeno, β-gurjuneno, β-selineno,
δ​-elemeno, ​δ​-cadineno, γ​ ​-cadineno,
γ-muuroleno, ciclosativeno, trans-cariofileno,
seicheleno, germacreno D, biciclogermacreno,
germacreno A, germacreno B, espatulenol, óxido de
cariofileno, epóxido II humuleno, 1-epicubenol,
guaiol, cubebol, valenceno, bulsenol, thunbergol

longifoleno, β-selineno, germacreno-D,


Óleo essencial das
germacreno-B, β-gurjuneno, γ-muuruleno,
folhas
γ-gurjuneno, biciclogermacreno, δ-cadineno

n.m. = não mencionado; t.g.i. = teste geral de identificação.

Quadro 4: Componentes químicos presentes em ​Casearia sylvestris.

Substância (s) Classe (s) Obtenção

Extração com fluido


supercrítico
e
β-cariofileno e α-humuleno Extração de baixa
pressão

Óleo essencial

Fracionamento da
Sesquiterpenos
espatulenol (composto majoritário), ledol fração diclorometano
(FDM) por CG/MS

α-copaeno, α-gurgujeno, α-cariofileno, α-humuleno,


β-bourboneno, β-elemeno, β-gurjuneno, ᵡ-elemeno,
linalol, pulegona, elemeno, eugenol, aromandreno, Óleo volátil das folhas
alloaromadendrene, muuroleno, germacreno-D,
biciclogermacreno
68

α-humuleno, β-elemeno, E-cariofileno,


biciclogermacreno, germacreno-D, germacreno-A,
Extrato etanólico das
valenceno (componentes majoritários) α-gurjuneno,
folhas
α-guaieno, α-bisaboleno, E-β-farneseno,
(hidrodestilação)/óleo
β-chamigreno, β-eudesmol, γ-cadineno, δ-cadineno,
essencial
biciclogermacreno, epi-α-eudesmol (componentes
minoritários)

n.m. = não mencionado; t.g.i. = teste geral de identificação.

Quadro 4: Componentes químicos presentes em ​Casearia sylvestris.

Substância (s) Classe (s) Obtenção

α-copaeno, α-humuleno, α-muroleno, β-elemeno,


β-cariofileno, β-cubebeno, β-cadineno,
β-bourboneno, aloaromadendreno, cadina-1(6), Cromatografia gasosa
Sesquiterpenos
4-dieno,cadina-1,4-dieno, muroleno, germacreno b, dos compostos voláteis
gemacreno d, biciclogermacreno, viridifloreno,
calareno, cadala-1(10),3,8-trieno
Azoto clerodânico
15-oxo-echinophyllin A molecular (contendo
Extrato metanólico das
diterpenóide)
folhas
Composto
N-metil-trans-4-hidroxi-L-prolina
não-diterpenóide
Extrato etanólico das
composto diterpênico Diterpenoide
folhas
NM - testes gerais de identificação Triterpenos
cariofileno, thujopseno, α-humuleno, β-acoradieno,
germacreno - D, biciclogermacreno, calameneno, Compostos terpênicos
germacreno B, espatulenol, globulol
Saponinas, taninos, Óleo essencial das
alcaloides, folhas
antosianosídeos,
NM - testes gerais de identificação
ácidos graxos,
polissacarídeos,
flavonoides
ácido hexanoico, ácido caproico
Fracionamento da
ácido palmítico, ácido palmítico isopropil éster, Ácidos graxos
fração diclorometano
ácido esteárico
(FDM) por CG/MS
n.m. = não mencionado; t.g.i. = teste geral de identificação.

Quadro 4: Componentes químicos presentes em ​Casearia sylvestris.


Substância (s) Classe (s) Obtenção
69

Extrato fluido por


cromatografia líquida
de alta eficiência
Kaempferol, Quercetina
acoplado a
espectro de massas
Flavonoides (HPLC/ MS-MS)
Catequina Extrato etanólico
Extrato aquoso e
Flavonóis etanólico (por
hidrodestilação)
Flavonoides Extrato metanólico das
NM - testes gerais de identificação
glicosídeos folhas
ácido elágico, ácido 3'-​O-metil elágico, ácido
Extrato aquoso das
3,3'-di-​O-metil elágico, ácido Compostos fenólicos
folhas
3-​O-metil-3',4'-metilenodióxido elágico
Extrato metanólico das
siringaresinol-​β​-D-glucosideo Lignana
folhas
Extrato aquoso das
NM - testes gerais de identificação Polifenois e Taninos
folhas
Quinonas livres Extrato vegetal em
antraquinonas, naftoquinóides, benzoquinóides
(agliconas) ácido acético e tolueno
Flores e
Quinonas inflorescências
NM - testes gerais de identificação
heterosídicas submetidos à hidrólise
ácida
Extrato aquoso e por
NM - testes gerais de identificação Cardiotônicos
acetato de chumbo
Cumarinas, taninos
Extrato aquoso e
(condensados),
NM - testes gerais de identificação etanólico (por
alcaloides, saponinas,
hidrodestilação
compostos fenólicos
n.m. = não mencionado; t.g.i. = teste geral de identificação.
Quadro 4: Componentes químicos presentes em ​Casearia sylvestris.

Substância (s) Classe (s) Obtenção

D-ribofuranose, glucopiranose, galactofuranose Monossacarídeos


Extrato fluido das
Poliois (açúcares folhas (por percolação)
arabitol, glucitol, mio-inositol
reduzidos)
Glicosídeos
Extrato hidroalcoólico
NM - testes gerais de identificação flavônicos, esteróides
das folhas/t.g.i
e/ou triterpenóides

Glicosídeos
Extrato aquoso das
NM - testes gerais de identificação saponínicos e taninos
folhas/ t.g.i
condensados
70

(​6S,9S)-6,9-dihydroxymegastiman-4-en-9-​O-β-D-glu
copyranoside Glicosídeos
(​6S,9S)-6,9-dihydroxymegastiman-4-en-9-​O-β-D-api nor-isopreno
Extrato metanólico das
ofuranosyl-(1→6)-β-D-glucopyranoside
folhas
icariside B​5​, byzantionoside B, blumenol B e
Norisoprenóides
blumenol C

isobutil galato-3,5-dimetil éter (IGDE), Extrato etanólico das


Taninos hidrolisados
metil galato-3,5-dimetil éter (MGDE) folhas

álcool benzílico Álcool Óleo volátil das folhas

2-trans-hexenal, 3-hexen-1-ol, (E) 2-hexen-1-ol, Cromatografia gasosa


Outros compostos
heptan-2-ol dos compostos voláteis
n.m. = não mencionado; t.g.i. = teste geral de identificação.
71

4.5 Informações sobre atividades farmacológicas e biológicas

De acordo com dados publicados sobre atividade farmacológica de

extratos das folhas de ​C. sylvestris, chama a atenção a grande quantidade de

trabalhos sobre atividade antitumoral ​in vivo e ​in vitro. Destaque para:

(a) Extrato etanólico das folhas: animais - sarcoma 180A (em

ratos) (ITOKAWA; TAKEYA; HITOTSUYANAGI & MORITA,

1999), carcinoma de próstata (Balb-c e DU145) (DOS

SANTOS, 2013); linhagens celulares - células tumorais

(leucemia, melanoma, do cólon, cancro e células de

glioblastoma) (DOS SANTOS ​et al., 2010), CEM, HL-60 e

K-562 (FERREIRA ​et al., 2010), MCF-7 (FELIPE ​et al., 2014),

HT29 (cólon), A549 (pulmão) e MDA-MB-231 (mama)

(GUIL-GUERRERO & CAMPRA, 2009);

(b) Extrato hexânico das folhas - atividade citotóxica em linhagem

celular L6 em mamíferos (DE MESQUITA ​et al., 2005),

(c) Óleo essencial - atividade antitumoral para as linhagens

tumorais A-549, HeLa e HT29 (DA SILVA; CHAAR;

FIGUEIREDO & YANO, 2008).

Os extratos das folhas de ​C. sylvestris são citados em trabalhos como

anti-inflamatórios (ESTEVES ​et al., 2005; SOUZA, 2010; BENTO, 2013; DE

CAMPOS ​et al., 2015; GUSMAN ​et al., 2015), antiulcerogênicos (BASILE ​et al.,

1990; DOS SANTOS, 2008; FIALHO ​et al., 2010), antimicrobianos

(SCHNEIDER; MOURA; COLPO & FLACH, 2006; TRESOLDI, 2008;


72

GÜNTZEL, 2008; WECKWERTH ​et al., 2008; GONÇALVES, 2012; SILVA,

2012; BENTO, 2013; GODOI, 2013) e antifúngicos (GÜNTZEL, 2008; BENTO;

TORRES; FIALHO & BONONI, 2014).

Outros estudos descrevem as seguintes atividades nos extratos das

folhas da espécie: bloqueio neuromuscular no veneno de ​Bothrops jararacussu

(OSHIMA-FRANCO ​et al., 2005; CINTRA-FRANSCISCHINELLI ​et al., 2008; DA

SILVA; CALGAROTTO; CHAAR & MARANGONI, 2008; CAVALCANTE, 2009;

CUNHA, 2012; DE CAMPOS ​et al., 2015), antioxidante (GÜNTZEL, 2008; DE

ARAÚJO, 2013; PRIETO ​et al., 2013; BENELLI; AZEVEDO; PEDROSA &

FERREIRA, 2013; BRANT ​et al., 2014), leishmanicida (ANTINARELLI; PINTO;

SCIO & COIMBRA, 2015) e tripanocida (AGUILAR, 2013; BOU, 2014).

Além das atividades farmacológicas/biológicas das folhas da ​C.

sylvestris, são mencionadas as atividades para outras partes da planta, como

casca, galhos, casca do caule, da raiz e das frutas. As atividades biológicas já

descritas para ​C. sylvestris estão sumarizadas no Quadro 5.

De acordo com os dados apresentados no Quadro 5, fica evidente que

apostas científicas devem ser feitas no sentido de se complementar os dados

pré-clínicos já alcançados de atividade citotóxica/ antitumoral. Os testes foram

feitos com extratos diretos em linhagens de células tumorais ou em animais

(ratos e camundongos) com algum tipo de tumor, como por exemplo, sarcoma.

A partir desses resultados torna-se relevante utilizar frações semi-purificadas

ou substâncias puras, assim como, outros ensaios pré-clínicos em animais que

não roedores e testes toxicológicos para que se possa passar aos ensaios

clínicos.
73
74

​ . sylvestris.
Quadro 5: Atividades farmacológicas/biológicas conforme a literatura de C
Parte Derivado (s) A
Tipo de estudo Modelo experimental utilizada da vegetal (is), farm
planta extrato (s), óleo(s) b

in vitro/linhagens celulares tumorais


HL-60 (leucemia promielocítica),
K-562 (eritroleucêmica Ph​+​,
MDA/MB-435, MDA/MB-231 (mama),
PC-3 (próstata) e B-16 (melanoma
murino) e linfócitos humanos isolados
de voluntários sadios
Extrato etanólico
in vitro/células tumorais (leucemia,
melanoma, glioblastoma e do cólon)

in vitro células leucêmicas CEM Folhas

linhagens celulares Balb-c e DU145


(carcinoma de próstata)

Trametes villosa e ​Pycnoporus


Antifu
sanguineus - responsáveis pela
deterioração da madeira
Extrato etanólico
linhagem celular HepG2 e para A
Salmonella typhimurium qui

n.i. = não informado

​ . sylvestris.
Quadro 5: Atividades farmacológicas/biológicas conforme a literatura de C

Parte Derivado (s) A


Tipo de estudo Modelo experimental utilizada da vegetal (is), farm
planta extrato (s), óleo(s) b

Cicat
e
in vitro Folhas Extrato etanólico (incor
de bo
Hev
75

Linhagens HepG2
(hepatocarcinoma
Pro
humano), MRC5 (fibroblasto
c
de pulmão humano) e XP4PA
induz
(fibroblasto humano
deficiente na proteína XPC de
NER)
Colletotrichum
gloeosporioides - fungo do
mamoeiro​ (Carica papaya L​.)

Promastigotas de​ Leishmania Folhas, casca


donovani e amastigotas do da raiz e das An
Trypanosoma cruzi frutas
n.i. = não informado

Quadro 5: Atividades farmacológicas/biológicas conforme a literatura de​ C. sylvestris.


Parte Derivado (s)
Tipo de Atividade (s) fa
Modelo experimental utilizada da vegetal (is),
estudo bioló
planta extrato (s), óleo(s)
Anti-inflamatór
Linhagem celular THP-1
(quimiocina); inibi
(ATCC TIB-202)
pró-inflamató
Extrato etanólico
Antioxidante i​ n
n.i.​ nitrito, o radical hid
tiobarbitúr
n.i.​ Antio

Linhagens celulares MCF-7 Extrato


(mama) etanólico/aquoso Antitumoral (a
in vitro ratos/tumor de Ehrlich Folhas
Tetranychus urticae/cultivo de
Aca
plantas
Sacharomyces cerevisae e
Cryptococcus neoformans.
Extrato etanólico
inibe o crescimento - ​Candida Antif
(por
albicans, Candida glabrata,
hidrodestilação)
Candida dubliniensis
Staphylococcus aureus,
Escherichia coli, Salmonella Antimi
setubal
n.i. = não informado

Quadro 5: Atividades farmacológicas/biológicas conforme a literatura de​ C. sylvestris.


76

Derivado (s) At
Tipo de Parte utilizada
Modelo experimental vegetal (is), farm
estudo da planta
extrato (s), óleo(s) bi
Linhagens celulares HL-60
(leucemia), MDA-MB / 231, Antiproli
Extrato bruto
Hs578T, MX-1 (mama), PC-3, das cé
etanólico
DU-145 (próstata), B16 / F-10 (pele) an
e S180 (sarcoma)
Anti-inflam
Casca do caule Extratos etanólicos
macrófagos da linha celular J774 prod
e raiz e hexanóicos
a
Folhas, casca do
Plasmodium falciparum An
caule e da raiz
Linhagem celular L6 (rato) e MRC-5 Madeira do
(humano) tronco Extrato hexânico
in vitro Linhas celulares de tumores HCT-8
Casca do caule
(cólon humano), MDA-MB-435
e raiz
(melanoma), SF-295 (cérebro)
Células leucêmicas humanas HL-60, Extrato Efeito cit
K-562, Daudi e REH hidroetanólico ar
Promastigotas e amastigotas de Folhas
Leishmania amazonensis, ​L. Le
major, ​L. braziliensis e ​L. chagasi
Células KB (carcinoma epidermóide Extratos
Folhas e galhos metanólicos A
oral humano)
Tripomastigotas de T​ rypanossoma
cruzi e promastigotas de ​Leishmania Folhas T
infantum
n.i. = não informado
Quadro 5: Atividades farmacológicas/biológicas conforme a literatura de​ C. sylvestris.
Derivado (s) At
Tipo de Parte utilizada
Modelo experimental vegetal (is), farm
estudo da planta
extrato (s), óleo(s) bi
Trametes villosa, ​Pycnoporus Extrato fluido (por
An
sanguineus e​ Ganoderma australe percolação)
Linhagens HT29 (cólon), A549 Extrato bruto (por
A
(pulmão) e MDA-MB-231 (mama) percolação)
Enterococus faecalis, Escherichia
coli, Micrococus,Staphylococus
in vitro epidermitis, Staphylococcus aureus, Folhas An
Enterobacter, Shigella flexnerri,
Salmonella Óleo essencial
Staphylococcus aureus,
Staphylococcus epidermidis,
An
Escherichia coli e ​Pseudomonas
aeruginosa
77

Linhagens tumorais A-549


(carcinoma de pulmão humano),
HeLa (carcinoma cervical humano) e A
HT29 (adenocarcinoma do cólon
humano)
Linhagens HeLa (adenocarcinoma
cervical), U87 (glioblastoma), Siha
(carcinoma cervical) e HL60
(leucemia)

Streptococcus
B
mutans e ​Lactobacillus casei

n.i. = não informado


Quadro 5: Atividades farmacológicas/biológicas conforme a literatura de​ C. sylvestris.
Derivado (s) At
Tipo de Parte utilizada
Modelo experimental vegetal (is), farm
estudo da planta
extrato (s), óleo(s) bi

Streptococcus mutans,​ S. mitis, Hidrodestilação do


An
S. sanguinis,​S. salivarius óleo essencial

Staphylococcus aureus, Salmonella


Decocto An
​ hodococcus equi
Choleraesius e R

Staphylococcus aureus, Desinfet


in vitro Staphylococcus choleraesius, Decocto doenças
Rhodococcus equi, Escherichia coli

Folhas Extrato de Antim


Enterococcus faecalis
propilenoglicol O

Extrato acetato de
Helicobacter pylori e ​Streptococcus
etila (EAcCs) e An
aureus
etanólico (EEtCs)
Extrato fluido,
Extrato metanólico
e Fracionamento da
in situ ratos Efeito
fração
diclorometano
(FDM)
n.i. = não informado
78

Quadro 5: Atividades farmacológicas/biológicas conforme a literatura de​ C. sylvestris.


Parte Derivado (s) vegetal
Tipo de Atividade (s) farmac
Modelo experimental utilizada da (is), extrato (s),
estudo biológica (s
planta óleo(s)
Extração com fluido
supercrítico
e Antioxidante
Extração de baixa
pressão
camundongos Swiss Extrato etanólico Antitumora
Folhas
Creme à base de
Cicatrizante em lesões
humanos tintura a 10% e forma
labial
dinamizada em 3DH
ratos/tumor de Ehrlich -
EAT e carcinoma de Extrato etanólico Antitumora
pulmão de Lewis - LLC1
in vivo
Antitumoral contra sar
Folhas Extrato etanólico
Antiulcerogênica
citoprotetora
Folhas e
ratos Analgésica (picada d
casca
Antibotrópica (inibiçã
Extrato aquoso muscular e das ativi
bloqueio neuromu
Folhas
provocados por serp
​ othrops e su
gênero B
PLA​2, Lys49

n.i. = não informado
Quadro 5: Atividades farmacológicas/biológicas conforme a literatura de​ C. sylvestris.
Derivado (s) At
Parte utilizada da
Tipo de estudo Modelo experimental vegetal (is), farm
planta
extrato (s), óleo(s) bi

Bloquei
c
ratos Swiss Bothrops
no ven
Extrato
in vivo Folhas ja
hidroalcóolico

ratos Wistar Hipotr


79

Ant
ratos Swiss (queima
grau)

Anti-fosfo
inibiç
ratos Swiss enzimá
vários tip
Extrato aquoso

Anticolin
ratos Wistar
modu

n.i. = não informado

Quadro 5: Atividades farmacológicas/biológicas conforme a literatura de​ C. sylvestris.


Derivado (s) At
Parte utilizada da
Tipo de estudo Modelo experimental vegetal (is), farm
planta
extrato (s), óleo(s) bi

Ação ini
tóxico
ratos Swiss
jararacus

in vivo Neutrali
lesões
esquel
camundongos Swiss
Bothro
Folhas Extrato aquoso induzin
c

Neu
fosofo
Lys49)
se
camundongos Swiss
gên
in vivo bloquead
na
frên

Antiúlc
ratos Wistar Folhas Extrato etanólico
mucos
n.i. = não informado
Quadro 5: Atividades farmacológicas/biológicas conforme a literatura de​ C. sylvestris.
Derivado (s) vegetal Ativid
Parte utilizada
Tipo de estudo Modelo experimental (is), extrato (s), farmacológic
da planta
óleo(s)
80

Aumento da A
do bl
neuromuscula
(​Bothorops
Extrato metanólico
Aumento na li
ratos Swiss
(ativação d
Folhas cálcio)
neurom
Extrato bruto Antinociceptiv
hidroalcóolico anti-infl
Extrato glicólico e
ratos Wistar solução Anti-inflamató
in vivo hidroalcoólica
Anti-infla
osteogêne
síntese de p
ratos Swiss Decocto 5%
(acomete a
fibroblasto e
Folhas fibras de
Hidrodestilação do Anti-infla
ratos Wistar e ratos Swiss
óleo essencial antiulce

tecido subcutâneo de ratos Extrato de Diminuição


Wistar propilenoglicol inflam
n.i. = não informado

Quadro 5: Atividades farmacológicas/biológicas conforme a literatura de​ C. sylvestris.


Derivado (s)
Ativid
Parte utilizada vegetal (is),
Tipo de estudo Modelo experimental farmaco
da planta extrato (s),
biológ
óleo(s)
Hipolip
(cardioproteto
significativa
total, triglicérid
camundongos Balb-C de VLDL), a
antimic
Folhas Extrato etanólico
Antigeno
in vivo antimut
(camun

Ação protet
camundongos
(baixas con
81

camundongos Balb-C Antitu


isogênicos/Tumor Ascitico de antiangio
Ehrlich Extrato bruto e pró-apo
extrato
camundongos Balb-C Folhas supercrítico
isogênicos/linhagens MCF-7 Citotóxica e
e T-24
Antiulcerativ
equinos Extrato seco
gást
n.i. = não informado

Quadro 5: Atividades farmacológicas/biológicas conforme a literatura de​ C. sylvestris.


Derivado (s)
Ativid
Parte utilizada vegetal (is),
Tipo de estudo Modelo experimental farmaco
da planta extrato (s),
biológ
óleo(s)

camundongos isogênicos
Balb-C /carcinoma de Ehrlich Extrato bruto e
fração Citotóxico, an
clorofórmica
in vivo linhagens MCF-7 cultivadas

ratos/linhagens tumorais
Extrato
(mama, colón, cérvix e Citot
metanólico
pulmão)
Folhas
Antioxi
camundongos
Extrato cardioprotet
in vivo e ​in vitro Swiss/linhagens C57BL e
metanólico dos lipídeos
6LDLr
estresse

Anti-infla
Extrato bruto
in vitro e​ in vivo ratos Wistar antioxidante (e
hidroalcóolico
e pleu

n.i. = não informado


82

4.6 Efeitos adversos e/ou toxicológicos descritas na literatura para ​C.

sylvestris

Estudos realizados por Yamashita e colaboradores (2005) com três

espécies de ​Casearia (​C. decandra, ​C. obliqua e ​C. sylvestris) permitiram

descrever microelementos. De acordo com os autores foram encontrados em

C. sylvestris: Cromo (Cr), Manganês (Mn), Escândio (Sc), Ferro (Fe), Cloro

(Cl), além de outros elementos químicos. Não foram encontrados nas

amostras elementos tóxicos, como Mercúrio (Hg) e Antimônio (Sb), contudo,

segundo o estudo, detectou-se Arsênio (As) e Cádmio (Cd) em concentrações

baixas. Do ponto de vista farmacológico e toxicológico, a presença de baixas

concentrações desses elementos, não causa qualquer tipo de efeito

(YAMASHITA ​et al., 2005).

Os extratos de ​C. sylvestris quando empregados nas doses indicadas,

geralmente, possuem boa tolerância. A administração em doses elevadas

poderá provocar vômitos e diarreia (ALONSO, 2007).

Verificou-se que nos ensaios de toxicidade aguda por via oral, a

casearina U possui bom índice terapêutico em animais, ao se administrar

doses de 30,0mg/Kg, 65,0mg/Kg e 172mg/Kg, sendo a última dose, cerca de

100 vezes maior do que a dose mínima efetiva 100% (DE​100​) para a atividade

antiulcerogênica. De acordo com o autor a dose mínima de um extrato

etanolico para a produção do efeito farmacológico em ratos, estaria em torno

de 9,3mg/Kg (DOS SANTOS, 2008).

O uso terapêutico do óleo essencial da planta deve ser realizado com

cautela. Necessita-se do controle da quantidade de óleo que atinge a corrente


83

sanguínea, pois pode haver sensibilidade dos eritrócitos (humanos e bovinos)

frente aos sesquiterpenos β-cariofileno e α-humuleno, gerando toxicidade (DA

SILVA ​et al., 2008).

Avaliaram-se o extrato aquoso e etanólico nas larvas do microcrustáceo

marinho ​Artemia salina, após a eclosão dos ovos da espécie em solução

salina. Os valores encontrados foram comparados com os da literatura. Para o

autor, as amostras do extrato etanólico, apresentaram atividade tóxica

moderada, enquanto que o extrato aquoso não apresentou toxicidade no

ensaio (Güntzel, 2008).

A casearina X, obtida da extração etanólica das folhas de ​C. sylvestris,

demonstrou efeito citotóxico contra linhagens celulares CEM e HL-60, com

valores de IC​50 de 0,4µM respectivamente. Constatou-se que as casearinas L e

O também demonstraram forte efeito citotóxico frente às células leucêmicas, ao

contrário, do (-) - ácido hardwickiico, que não apresentou citotoxicidade.

Segundo o estudo, a atividade citotóxica das casearinas é relacionada com a

estrutura altamente oxigenada. A casearina X exerce a citotoxidade através da

indução da apoptose, realçando o potencial das casearinas na produção de

drogas antitumorais (FERREIRA, 2010).

Ameni (2011) relata que não houve alterações macroscópicas e

histológicas em ratos machos e fêmeas Wistar pela administração do extrato

fluido de ​C. sylvestris. Contudo, em sua pesquisa verificou-se o aumento dos

níveis séricos de proteína e albumina, e a diminuição de creatina, triglicérides e

colesterol total, além de hipocloremia ou hipercloremia.


84

No estudo de toxicidade oral aguda, o extrato fluido de ​C. sylvestris não

causou nenhum efeito tóxico em ratos. O mesmo foi verificado em tratamento

do extrato em doses repetidas, tanto por 28 quanto por 90 dias. Verificou-se

que o sistema imune não foi afetado pela administração do extrato fluido da

planta. Contudo, avaliando-se os parâmetros bioquímicos, houve aumento nos

níveis séricos de albumina e proteína e a diminuição de creatina, triglicérides e

colesterol total, hipocloremia ou hipercloremia. Considera-se seguro o uso do

EF dessa espécie, porém, são necessários estudos de avaliação pré-clínica,

como genotoxicidade e de carcinogenicidade (AMENI, 2011).

Csipak (2011) avaliou o efeito genotóxico de compostos orgânicos

extraídos do particulado da queima da cana-de-açúcar e constatou a atividade

antigenotóxica e antimutagênica do extrato etanólico de ​C. sylvestris, assim

como verificou a ação antigenotóxica das concentrações testadas da casearina

U. Não foi observado o efeito antimutagênico da casearina U, portanto, o autor

informa que a antimutagenicidade poderia ser explicada do sinergismo entre os

diterpenos clerodânicos presentes no extrato etanólico da planta.

Com base no trabalho de Bücker (2012), extratos bruto e extrato obtido

por extração com fluido supercrítico exibiram atividade citotóxica e citostática

para células MCF-7 e T-24, com valores de IC​50 inferiores a 30µg/mL. De

acordo com o estudo, o alvo molecular dos extratos seria o DNA, e os

compostos responsáveis pelos efeitos citotóxico e/ou citostático, seriam os

diterpenos clerodânicos, sesquiterpenos (α-humuleno e β-cariofileno) e o ácido

gálico, propondo-se a intercalação direta do DNA plasmidial, através do ataque

oxidativo às bases púricas e pirimídicas, ocasionando a apoptose celular.


85

A casearina X, extraída do extrato etanólico de ​C. sylvestris, protege o

DNA contra os efeitos nocivos dos poluentes atmosféricos oriundos da queima

da cana, considerando-se antigenotóxico em todas as concentrações, contudo

não houve mutagenicidade nas células do sangue dos animais testados (ratos)

(PRIETO, 2012).

Purificado a partir do óleo essencial, o α-zingibereno demonstrou

atividade citotóxica contra as linhagens celulares Siha, HeLa, L-87 e HL60,

porém observou-se que os valores de IC​50 foram maiores do que comparados

ao óleo bruto da planta, podendo haver um sinergismo ou efeito aditivo entre o

sesquiterpeno com outras substâncias presentes no óleo bruto. Avaliou-se a

atividade citotóxica do α-zingibereno contra células de melanoma murinho

(B16F19-Nex2) e constatou-se valor de IC​50 de 27,0µg/mL, em comparação

com o óleo essencial bruto, que obteve valor de IC​50 de 61,5µg/mL. Para os

autores, o óleo essencial bruto apresentou maior potencial citotóxico

comparado com o sesquiterpeno α-zingibereno (BOU ​et al., 2013).

Estudos recentes avaliaram a genotoxicidade e a mutagenicidade da

casearina B obtida do extrato etanólico das folhas de ​C. sylvestris. De acordo

com o estudo, a substância apresentou atividade genotóxica para as células

HepG2 em concentrações superiores a 0.30 µM comparado à incubação com a

enzima de DNA-Formamidopirimidina Glicosilase. Verificou-se, ainda, que o

diterpeno clerodânico protege o DNA contra danos induzidos pelo H​2​O​2

(PRIETO ​et al., 2013).


86

4.7 Avaliações Clínicas

Somente um ensaio clínico realizado com a planta ​C. sylvestris foi publicado

até o momento: em um estudo duplo-cego, Cury (2005) analisou a eficácia de

cremes à base de tintura de ​C. sylvestris a 10% e da forma dinamizada em

3DH (medicamento homeopático) para o tratamento de lesões herpéticas, em

comparação com o creme Penciclovir 1% (Sigma Lab.). Foram submetidos ao

teste, 121 voluntários que possuíam herpes labial, subdivididos em 3 grupos.

Constatou-se que as duas formas testadas foram eficazes para a atividade

cicatrizante de pessoas com lesões de herpes labial, portanto os cremes de ​C.

sylvestris foram os que induziram a uma maior cicatrização, comparando-se

com o creme de Penciclovir. Segundo o autor, a utilização de um medicamento

fitoterápico e homeopático, poderá ser uma alternativa de baixo custo para a

população, pois possui eficácia e segurança.


87

4 CONCLUSÃO

De acordo com a literatura, ​C. sylvestris possui diversas atividades

farmacológicas/biológicas, destacando-se: anti-inflamatória, antiulcerosa,

antioxidante, antimicrobiana, antifúngica e antitumoral. A espécie contém, entre

seus componentes químicos diterpenos clerodânicos (casearinas),

monoterpenos, sequiterpenos, triterpenos, além de outras classes, como:

taninos, flavonoides, cumarinas, alcaloides, saponinas, lignanas, cumarinas,

alcaloides, polissacarídeos e ácidos graxos. Sem dúvida alguma, os diterpenos

clerodânicos conhecidos como casearias são os marcadores da espécie.

De acordo com dados publicados sobre atividade farmacológica de

extratos de ​C. sylvestris, chama a atenção a grande quantidade de trabalhos

sobre atividade antitumoral ​in vivo e ​in vitro. Devido a essa atividade, esforços

tem sido concentrados na busca de substâncias químicas de ​C. sylvestris com

atividade antitumoral, principalmente, nos extratos ​etanólicos, hidroetanólico e

hexânico das folhas; extrato ​metanólico das folhas e galhos; extrato hexânico

dos caules e raíz e no óleo essencial das folhas. Uma das linhagens que

merecem a intensificação dos estudos é a HL60, pois é uma linhagem de

Leucemia Mielóide Aguda Promielocítica, sendo a única leucemia que possui

tratamento diferenciado. Portanto, a necessidade de estudos pré-clínicos

toxicológicos (mutagenicidade, teratogenicidade, genotoxicidade), a realização

de ensaios clínicos de fases I, II e III, e o desenvolvimento de uma metodologia

de controle de qualidade da espécie serão muito importantes para o

desenvolvimento de um fitoterápico a partir das folhas de ​C. sylvestris.


88

Ainda, o levantamento bibliográfico sugere estudos com os fitofármacos,

os diterpenos clerodânicos, frente à atividade antitumoral.

Outra ação farmacológica que merece destaque á a anti-herpes I e II. Os

extratos de ​C. sylvestris demonstraram ser ativos e, por isso, necessitam de

estudos mais intensificados. Portanto, aprovar um fitoterápico para tratamento

de herpes labial é menos complicado do que obter a aprovação de um

fitoterápico antitumoral.

O levantamento dos dados na literatura permitiu a composição de uma

Monografia para a espécie, apresentada como adendo.


89

5 MONOGRAFIA ​Casearia sylvestris Swartz

Casearia sylvestris Swartz (Salicaceae)

Palavras chave:

Casearia sylvestris, Plantas medicinais, Salicaceae, Etnofarmacologia,

Toxicidade

Keywords:

Casearia sylvestris, Medicinal plants, Salicaceae, Ethnopharmacology, Toxicity

Resumo

Este estudo se baseia na literatura convencional e científica, com o objetivo de

compilar as informações relevantes à espécie ​Casearia sylvestris Swartz,

relacionadas ao seu potencial medicinal e como matéria-prima para produtos

farmacêuticos.

Abstract

This study, based on both conventional and scientific literature, aims to compile

the data that are relevant to the medicinal use of ​Casearia sylvestris Swartz and

as raw material for the manufacture of phytopharmaceutical products.


90

Parte usada

Folhas (Itokawa; Takeya e colaboradores, 1999; Dorigoni e colaboradores,

2001; Garlet & Irgang, 2001; Barata-Silva e colaboradores, 2005; Vendruscolo

e colaboradores, 2006; Moreira e Guarim-Neto, 2009; BRASIL, 2010; Da Silva,

2010; Bratti e colaboradores, 2013; Pinto e colaboradores, 2013; Tomazi e

colaboradores, 2014), raízes (Alonso, 2007), casca (Esteves e colaboradores,

2005) e ramos (Vendruscolo e colaboradores, 2005; Alonso, 2007),

Sinonímia

Heterotípicos: ​Anavinga samyda C.F. Gaertn., ​Casearia affinis Gardner,

Casearia sylvestris var. ​angustifolia Uittien, ​Casearia attenuata Rusby,

Casearia benthamiana Miq., ​Casearia carpinifolia Benth., ​Casearia caudata

Uittien, ​Casearia celtidifolia Kunth (auct. non), ​Casearia chlorophoroidea Rusby,

Casearia ekmanii Sleumer, ​Casearia formosa Urb., ​Casearia herbert-smithii

Rusby, ​Casearia lindeniana Urb., ​Casearia lingua Cambess., Macbride ex L.

Williams, ​Casearia onacaensis Rusby, ​Casearia ovoidea Sleumer, ​Casearia

punctata Spreng., ​Casearia samyda (C.F. Gaertn.) A. DC., ​Casearia schulziana

O.C. Schmidt, ​Casearia serrulata Sw., ​Casearia subsessiliflora Lundell,

Casearia sylvestris var. ​angustifolia Uittien, ​Casearia sylvestris var.

benthamiana (Miq.) Uittien, ​Casearia sylvestris var. ​carpinifolia (Benth.) Briq.,

Casearia sylvestris var. ​chlorophoroidea (Rusby) Sleumer, ​Casearia sylvestris


91

var. ​eichleri Briq., ​Casearia sylvestris var. lingua (Cambess.) Eichler, ​Casearia

sylvestris var. ​martinicensis, ​Casearia sylvestris var. ​myricoides Griseb.,

Casearia sylvestris var. ​paraensis Uittien, ​Casearia parviflora var. ​microphylla

Schltdl., ​Casearia sylvestris var. ​platyphylla A. DC., ​Casearia sylvestris var.

sylvestris, ​Casearia sylvestris var. ​tomentella Rusby, ​Casearia sylvestris var.

wydleri Briq., ​Guidonia sylvestris (Sw.) M. Gómez, ​Samyda sylvestris (Sw.) Poir

(​www.theplantlist.org​).

Homotípico: ​Casearia sylvestris Sw. var. ​sylvestris (​www.theplantlist.org​).

Nomes comuns

Casearia sylvestris é popularmente conhecida como apiá-ananoçu,

bugre-branco, café bravo, café-do-diabo (Giombeli, 2007), cafeeiro do mato

(Araújo ​et al., 2014), cafezeiro-do-mato (Yamashita, 2006; Giombeli, 2007),

cafezinho do mato (Giombeli, 2007; Mardegan, 2007), casca-branca,

cegonha-do-gentio (Balzon ​et al., 2008), chá de bugre (Yamashita, 2006; Silva,

2012; Godoi, 2013; Araújo ​et al., 2014), corta-lengua (Ferreira ​et al.,

2011),cotó, cotó-cotó, craveiro-do-mato (Balzon ​et al., 2008), erva de pontada

(Silva, 2012; Godoi, 2013), erva-de-lagarto, erva-de-tiú (Araújo ​et al., 2014),

folha-grossa-do-sertão (Balzon ​et al., 2008), fruta-se-saíra, gaibim (Giombeli,

2007), guaçatonga (Giombeli, 2007; Mardegan, 2007; Backes, 2010; Ferreira ​et

al., 2011; Silva, 2012; Godoi, 2013; Araújo ​et al., 2014), guaçatunga

(Yamashita, 2006; Giombeli, 2007), herva de bugre (Silva, 2012; Godoi, 2013),

língua-de-tiú (Ferreira ​et al., 2011), louro, louro-cravo (Balzon ​et al., 2008), pau

de lagarto (Yamashita, 2006; Silva, 2012; Godoi, 2013), pioia,


92

pitumba-de-folha-miúda, raiz-de-bugre(Yamashita, 2006; Silva, 2012; Godoi,

2013), saritã, são-gonçalinho, sarna-de-perro, varre-forno (Giombeli, 2007),

vassitonga (Giombeli, 2007; Mardegan, 2007).

Figura 1 – Detalhe do ramo de ​Casearia ​ . sylvestris


Figura 2 – Inflorescências de C
sylvestris ​ Fonte: F. Pereira
Fonte: F. Pereira

Distribuição geográfica

C. sylvestris encontra-se naturalmente distribuída em quase toda América

Latina, Antilhas (Araújo ​et al., 2014; Ferreira ​et al., 2011), Argentina, Bolívia,

Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Honduras, Paraguai, Peru, Porto Rico

(Ferreira ​et al., 2011), Uruguai e Venezuela, assim como em um país da

América do Norte, no México. No Brasil, verifica-se a distribuição nos seis


93

domínios fitogeográficos, Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa

e Pantanal e distribuída nas cinco regiões do país - Norte (Acre, Amazonas,

Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins) Nordeste (Alagoas, Bahia,

Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)

Centro-oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)

Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) Sul (Paraná,

Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (​Flora do Brasil 2020 em

construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro).

Está inserida nos seguintes tipos de vegetação: Caatinga (stricto sensu),

Campinarana, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta

Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (=

Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista, Restinga (​Flora do Brasil 2020 em

construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro).

Descrição botânica da planta

O gênero ​Casearia pertencia à família Flacourtiaceae, porém Stevens, que

utilizou dados filogenéticos, considerou Flacourtiaceae como sinônimo de

Salicaceae (Stevens, 2001). A família Flacourtiaceae foi desmembrada em

outras famílias e no presente momento, o gênero ​Casearia está agora inserido

em Salicaceae na ordem Malpighiales (APG II, 2003; APG III, 2009). Como

característica importante dessa família destacam-se as flores apétalas e

ausência de dentes salicóides nas folhas (Stevens, 2001). No Brasil, a família


94

possui 48 espécies, sendo 24 endêmicas e que estão presentes em diferentes

ecossistemas, inclusive em áreas antrópicas (Marquete & Mansano, 2010).

Descrição macroscópica

As espécies de ​Casearia são árvores, arbustos e subarbustos lenhosos, e o

tronco pode apresentar a textura da casca de lisa a fissurada; as folhas são

alternas e possuem pontos translúcidos que podem ser indicativos da presença

de glândulas; as inflorescências são do tipo umbela, fascículo ou glomérulo,

com flores normalmente muito pequenas, que possuem cinco sépalas,

apétalas, androceu com oito a 25 estames, os filetes são filiformes, livres e as

anteras, alongadas e globosas; o gineceu apresenta ovário séssil e o estilete

pode ser inteiro a trifido, o estigma pode ser inteiro ou trilobado a trilobulado. O

fruto é do tipo cápsula, com deiscência loculicida e as sementes podem ter arilo

ou não (Marquete, 2010).

Descrição microscópica

Caracteres anatômicos da lâmina foliar estão de acordo com o que foi descrito

na literatura (Absy & Scavone, 1973). Na região da nervura mediana,

observaram-se em secção transversal células típicas do xilema, floema,

colênquima, parênquima e fibras ao redor dos feixes vasculares. Ocorre

presença de mesofilo assimétrico e heterogêneo, com muitas camadas de

parênquima lacunoso, com células de diferentes tamanhos além de espaços


95

intercelulares. Em relação aos tricomas, trabalhos de Metcalfe & Chalk (1950)

mostram que os tricomas são simples, unicelulares e também podem se

apresentar aos pares ou em forma de tufos.

De acordo com estudos realizados com espécies do gênero ​Casearia, a

presença de pontos translúcidos ou glândulas nas folhas são características

que os taxonomistas utilizam para a identificação destas espécies no campo

(Sleumer, 1980; Klein & Sleumer, 1984; Chase ​et al., 2002). No trabalho de

Thadeo (2014), observaram-se cavidades que estão presentes na lâmina foliar

e pecíolo. Estas cavidades distribuem-se na interface do parênquima paliçádico

com o lacunoso, e os ductos diferenciam-se das cavidades por apresentarem

lúmen alongado.

Usos descritos de acordo com a medicina tradicional e

medicina popular

Nativos da tribo Shipibo-Conibo do Peru usam o decocto da casca de ​C.

sylvestris para resfriados (Hoehne, 1939; Ferreira ​et al., 2011). Na Índia, a

infusão feita com as folhas desta espécie é utilizada para picadas de cobra

(Selvanayahgam ​et al., 1994); na Bolívia, várias partes da planta são usadas

na forma oral para diferentes aplicações, tais como, analgésico,

anti-inflamatório, antitumoral, antisséptico, cicatrizante, picadas de cobra entre

outras (Baya, 2001).


96

No Brasil, a tribo indígena Karajá utiliza a casca macerada de ​C. sylvestris

(“guaçatonga”) para o tratamento de distúrbios gastrointestinais (“diarreia”);

outras tribos brasileiras fazem o uso da casca triturada para curar feridas, para

lepra e também como antiofídico (Hoehne, 1939; Ferreira ​et al., 2011). Itokawa

e colaboradores (1999) indicam o uso tradicional das folhas de ​C. sylvestris

como tônico e antiespasmódico, utilizada pelos nativos.

Há outras utilizações terapêuticas de ​C. sylvestris na medicina popular no

Brasil, como exemplos, o uso da casca na forma de decocto para ser usada

como anti-inflamatório (Hirschmann & De Arias, 1990); e também para picada

de cobras onde se faz a infusão da casca para aplicação no local (Ruppelt ​et

al., 1991). De acordo com os levantamentos de Hirschmann & De Arias (1990),

as folhas desta espécie são utilizadas para febre, sífilis, herpes e picadas de

cobra. A administração é oral e a forma de preparo mais utilizada é a

decocção. As raízes são usadas para dores no corpo.

Dorigoni e colaboradores (2001) estudaram espécies introduzidas e nativas de

um município do Rio Grande do Sul, e coletaram informações obtidas em

visitas às residências. Através do estudo verificou-se que o decocto das folhas

de ​C. sylvestris é usado contra o colesterol. Outra pesquisa semelhante, em

uma cidade do interior do Rio Grande do Sul levantou-se 189 espécies,

distribuídas em 70 famílias botânicas. De acordo com os autores, popularmente

o chá de C. sylvestris é empregado contra picada de cobra (Garlet e


97

colaborador, 2001). Tendo base nos estudos acima, Barata-Silva e

colaboradores (2005) conferiram as mesmas atividades etnofarmacológicas

(colesterol e picada de cobra) para a espécie através do decocto das folhas.

Prosseguindo com o estudo etnofarmacológico da ​C. sylvestris, Vendruscolo e

colaborador (2006) efetuaram um levantamento das plantas empregadas como

medicinais por moradores de um bairro em Porto Alegre/R.S., onde, através de

entrevistas e questionários, obtiveram como resultado, a coleta de 150

espécies divididas em 59 famílias. Segundo os autores, folhas e ramos da ​C.

sylvestris são utilizados popularmente com as seguintes indicações:

reumatismo, cicatrizantes, digestivas, diuréticas, normalizadora da pressão

arterial, contra má circulação do sangue, para o coração, como emagrecedora,

para alergias, coceiras, contra tosse, gripes e utilizada na bebida local

(chimarrão) como aromatizante.

Alonso (2007) menciona a espécie como fungicida, como anestésico local,

anti-herpes, como tônico estimulante e para o controle da febre; utiliza-se o

decocto das folhas e raízes para reumatismos, úlceras, eczemas e no

tratamento da sarna. O autor informa que há usos da raiz da planta como

antiparasitário e afrodisíaco em alguns estados brasileiros; o decocto utilizado

como antiulcerogênica e no tratamento de feridas e cortes; e as folhas e raízes

empregadas no tratamento da sífilis.


98

Moreira & Guarim-Neto (2009) relatam o uso do chá de chá-de-frade (​C.

sylvestris) contra anemia. Da Silva (2010) informa o uso da infusão e do suco

ou sumo da planta como anorexígena e hipolipidêmica. Pinto e colaboradores

(2013) descrevem que o chá da espécie é utilizado para anemia e contra

imunidade baixa. Tomazi e colaboradores (2014) notificam o infuso e o decocto

para o colesterol, o xarope como decocto e diurético, a tintura contra picada de

inseto. Os autores ainda corroboram as seguintes atividades

etnofarmacológicas da planta: pressão alta, diabetes, problemas circulatórios,

para problemas do coração (infuso) e aplicação em inchaço das pernas

(xarope).

Outros trabalhos relatam a utilização etnofarmacológica da ​C. sylvestris.

Destacam-se o uso da casca para herpes, febre e diarreia (Esteves e

colaboradores, 2005); os ramos da planta para pneumonia, afecções do fígado

e contra flores brancas (Vendruscolo e colaboradores, 2005); como

anti-infamatória, analgésica, para pressão alta, tratamento de resfriados,

anti-tussígena (Bratti e colaboradores, 2013). Outras revisões descrevem

apenas o uso da planta, não mencionado o tipo de extrato nem a parte utilizada

da espécie. Para De Mesquita e colaboradores (2005) é utilizada para doenças

infecciosas e cutâneas; para De Souza & Felfili (2006), usada como

antisséptica e cicatrizante, contra a sífilis e para febre; Pereira e colaboradores

(2009) informam que a planta reduz a pressão arterial, ajuda a perder peso,

elimina o colesterol e que é utilizada nas afecções de ovário e próstata e nas

doenças do coração. Para Amorim (2009) a espécie é empregada pelos


99

agricultores/pecuaristas para a tristeza do gado e para Baldauf e colaboradores

(2009), é usada como depurativo do sangue.

Análise química

Estudos realizados comprovam que ​C. sylvestris possui substâncias isoladas

provenientes do metabolismo secundário, como, sesquiterpenos,

monoterpenos, diterpenos clerodânicos (casearinas), flavonoides, lignanas,

neolignanas, triterpenoides, além de outras classes de substâncias.

Principais constituintes químicos

Diterpenos clerodânicos obtidos pelo extrato etanólico das folhas: casearinas

A, B, C, D e F (Itokawa e colaboradores, 1990); casearina U e caseargrewiina F

(De Oliveira e colaboradores, 2009); casearina U (Csipak, 2011; Ferreira,

2006); casearinas J, X, Z e caseargrewiina F (Passareli, 2010); casearinas B,

D, X e caseargrewiina F (Ferreira e colaboradores, 2014; Prieto, 2012);

casearinas A-R, casearinas Aa, Ab, Ac, Da (Itokawa e colaboradores, 1999);

(-)-ácido hardwickiico e casearinas L, O, X (Ferreira e colaboradores, 2010);

casearinas X, B, D, L, O, caseargrewiina F (Dos Santos e colaboradores,

2010); (+) - 15-hidroxi-3-clerodan-2-ona e (-) - ácido hardwickiic (Dos Santos e

colaboradores, 2007); casearinas B, O, X e caseargrewiina F (Carvalho e

colaboradores, 2009);
100

Diterpenos clerodânicos obtidos pelo extrato etanólico das raízes: diterpeno 1b

(Carvalho e colaboradores, 2009);

Diterpenos clerodânicos obtidos pelo extrato etanólico da madeira/casca do

caule: casearina B, caseargrewiina F e diterpeno 1b (Carvalho e colaboradores,

2009);

Diterpenos clerodânicos obtidos pelo extrato hexânico das folhas e flores:

casearina B (Carvalho e colaboradores, 2009); casearina X e caseargrewiina F

(Aguilar, 2013).

Diterpenos clerodânicos obtidos pelo extrato metanólico das folhas: casearinas

A, B e C (Oberlies e colaboradores, 2002); caseariasídeos A-E (Wang e

colaboradores, 2009); casearinas L e V; 2β-metoxi-cleroda-3,13-

dien-18-carboxi-15,16-olide e

15ξ-metoxi-cleroda-3,12-dien-18-carboxi-15,16-olide (Wang e colaboradores,

2009);

Diterpenos clerodânicos obtidos pelo óleo essencial das folhas:

caseariaclerodano, caseariavestrinas A-C, casearinas A-T (Alonso, 2007);

Diterpenos clerodânicos obtidos por outros métodos: casearina X, B e

caseargrewiina F – Cromatografia em Camada Delgada (CCD) (Gonçalves,

2012); casearina C – Extrato bruto etanólico e na fração clorofórmica (f-CHCl3)

(Felipe, 2014); Testes gerais de identificação: casearinas B, D, H, U,


101

casergrewiina F, norisoprenóide 9-hidróxi-4-megastimen-3-ona (Dos Santos,

2008).

Diterpeno ent-kaurane obtidos do extrato metanólico das folhas: sylvestrisídeos

A e B (Wang e colaboradores, 2009); sylvestrisídeos C-E (Wang e

colaboradores, 2009).

Sesquiterpenos obtidos através do extrato etanólico das folhas: α-humuleno,

β-elemeno, E-cariofileno, biciclogermacreno, germacreno-D, germacreno-A,

valenceno (componentes majoritários) α-gurjureno, α-guaieno, α-bisaboleno,

E-β-farneseno, β-chamigreno, β-eudesmol, γ-cadineno, δ-cadineno,

biciclogermacreno, epi-α-eudesmol (componentes minoritários) (Becker, 2008);

Sesquiterpenos obtidos através do óleo essencial das folhas:

biciclogermacreno, α-gurjuneno (Souza e colaboradores, 2007; Güntzel, 2008;

Spandre, 2010; Aguilar, 2013; Silva e colaboradores, 2004?), germacreno D,

β-elemeno (Souza e colaboradores, 2007; Güntzel, 2008; Spandre, 2010; Silva

e colaboradores, 2004?), germacreno B (Souza e colaboradores, 2007;

Spandre, 2010; Silva e colaboradores, 2004?), α-humuleno (Souza e

colaboradores, 2007; Güntzel, 2008; Spandre, 2010), α-bisaboleno (Souza e

colaboradores, 2007; Güntzel, 2008), γ-cadineno, δ-cadineno (Souza e

colaboradores, 2007; Güntzel, 2008; Spandre, 2010), γ-elemeno (Souza e

colaboradores, 2007; Silva e colaboradores, 2004?), α-zingibereno (Bou e

colaboradores, 2014), cis-beta-ocimeno, delta-cardineno, delta-elemeno,


102

trans-cariofileno, trans-beta-guaieno (Silva e colaboradores, 2004?), óxido de

cariofileno (Souza e colaboradores, 2007; Spandre, 2010; Silva e

colaboradores, 2004?), α-guaieno, germacreno-A (Güntzel, 2008; Spandre,

2010), E-cariofileno, E-β-farneseno, β-chamigreno, valenceno, β-eudesmol,

epi-α-eudesmol (Güntzel, 2008), α-copaeno, β-bourboneno, β-gurjuneno,

γ-muuroleno, bulnesol (Souza e colaboradores, 2007; Spandre, 2010),

α-pineno, β-cariofileno, β-busaboleno, γ-eudesmol, t-cadinol, t-muurolol, linalol,

pulegona, eugenol, aromadendreno, allo-aromadendreno, cubebol, elemol,

ledol, espatulenol, globulol, viridiflorol, guaiol, (Z,E)-farnesol (Souza e

colaboradores, 2007), α-bulseneno, α-cadinol, α-cubebeno, epi-α-cadinol,

β-selineno, δ-elemeno, ciclosativeno, trans-cariofileno, seicheleno, espatulenol,

epóxido II humuleno, 1-epicubenol, guaiol, cubebol, valenceno, thunbergol

(Spandre, 2010), β-cariofileno e α-humuleno (Da Silva e colaboradores, 2008),

longifoleno, β-selineno, germacreno-D, germacreno-B, β-gurjuneno,

γ-muuruleno, γ-gurjuneno, biciclogermacreno, δ-cadineno (Tininis e

colaboradores, 2006).

Sesquiterpenos obtidos através do óleo essencial das flores: biciclogermacreno

e germacreno-D (componentes majoritários), α-copaeno, α-humuleno,

δ-cadineno, (componentes minoritários) (Aguilar, 2013).

Sesquiterpenos obtidos do óleo volátil das folhas: α-pineno, α-copaeno,

α-gurgujeno, α-cariofileno, α-humuleno, β-bourboneno, β-elemeno,

β-gurjuneno, ᵡ-elemeno, pulegona, elemeno, aromandreno,


103

alloaromadendrene, muuroleno, germacreno-D, biciclogermacreno (Schneider

e colaboradores, 2006).

Sesquiterpenos obtidos através de outros métodos: Extração com fluido

supercrítico e Extração de baixa pressão: β-cariofileno e α-humuleno (Da Silva

e colaboradores, 2008); Fracionamento da fração diclorometano (FDM) por

CG/MS: espatulenol (composto majoritário), ledol (Ameni, 2015); Cromatografia

gasosa dos compostos voláteis: α-copaeno, α-humuleno, α-muroleno,

β-elemeno, β-cariofileno, β-cubebeno, β-cadineno, β-bourboneno,

aloaromadendreno, cadina-1(6),4-dieno, cadina-1,4-dieno, muroleno,

germacreno b, gemacreno d, biciclogermacreno, viridifloreno, calareno,

cadala-1(10),3,8-trieno (Thomaz, 2014);

Monoterpenos obtidos do óleo volátil das folhas: linalol, eugenol (Schneider e

colaboradores, 2006).

Monoterpenos obtidos do óleo essencial das folhas: β-pineno (Sousa e

colaboradores, 2007);

Monossacarídeos e poliois do extrato fluido das folhas: D-ribofuranose,

glucopiranose, galactofuranose; arabitol, glucitol, mio-inositol (Bento, 2013);

(6​S,9​S)-6,9-dihydroxymegastiman-4-en-9-​O-β-D-glucopyranoside, (6​S,

9​S)-6,9-dihydroxymegastiman-4-en-9-​O-β-D-apiofuranosyl-(1→6)-β-D-glucopyr

anoside (Wang e colaboradores, 2009).


104

Flavonoides dos extratos aquoso, etanólico e metanólico das folhas: flavonóis

(Güntzel, 2008); catequina (Santos, 2012); flavonoides glicosídeos (Brant e

colaboradores, 2014); ácido elágico, ácido 3'-O-metil elágico, ácido

3,3'-di-O-metil elágico, ácido 3-O-metil-3',4'-metilenodióxido elágico (Da Silva e

colaboradores, 2008);

Flavonoides do extrato fluido por (HPLC/ MS-MS): Kaempferol, Quercetina

(Ameni, 2015).

Neolignanas e lignanas do extrato metanólico das folhas: casearialignanas A-F

e siringaresinol-β-D-glucosideo (Wang e colaboradores, 2010).

Ácidos graxos: por extração do óleo essencial das folhas: ácido hexanoico,

ácido caproico (Alonso, 2007); por fracionamento da fração diclorometano por

CG/MS: ácido palmítico, ácido palmítico isopropil éster, ácido esteárico (Ameni,

2015).

Outras substâncias encontradas em C. sylvestris: por cromatografia gasosa

dos compostos voláteis: álcool benzílico (Schneider e colaboradores, 2006) e

2-trans-hexenal, 3-hexen-1-ol, (E) 2-hexen-1-ol, heptan-2-ol (Thomaz, 2014);

por testes gerais de identificação: glicosídeos saponínicos, glicosídeos

flavônicos, esteroides (Luz e colaboradores, 1998); cumarinas, compostos

fenólicos, quinonas (agliconas) e heterosídicas, cardiotônicos (Güntzel, 2008);


105

taninos (Luz e colaboradores, 1998; Alonso, 2007; Güntzel, 2008; Marino e

colaboradores, 2009; Da Silva e colaboradores, 2009); saponinas e alcaloides

(Alonso, 2007; Güntzel, 2008); antosianosídeos, ácidos graxos, polissacarídeos

e flavonoides (Alonso, 2007); triterpenóides (Luz e colaboradores, 1998;

Alonso, 2007). Além dos compostos mencionados acima, Wang e

colaboradores (2009) identificaram um composto não-diterpenóide no extrato

metanólico das folhas (N-metil-trans-4-hidroxi-L-prolina), um azoto clerodânico

molecular (15-oxo-echinophyllin A) e norisoprenóides (icariside B5,

byzantionoside B, blumenol B e blumenol C).

​ . sylvestris Swartz.
Figura 2 – Algumas substâncias identificadas em C

casearina A
106

casearina B

casearina C

casearina J
107

casearina X casearina Z

caseargrewiina F

Atividades Biológicas e Farmacológicas descritas na

literatura

1. Atividade antitumoral

A atividade antitumoral da espécie ​Casearia sylvestris foi atribuída por Itokawa

e colaboradores (2000) às casearinas A, B, C e F, contra sarcoma 180A em


108

ratos. Ferreira (2006) analisou a atividade ​in vitro (linhagens celulares tumorais

HL-60, K-562, MDA/MB-435, MDA/MB-231, PC-3, B-16 e em linfócitos

humanos isolados de voluntários sadios) e em camundongos, e constatou que

a casearina U apresentou valores de CI​50 menores que 1µg/mL. De acordo com

o estudo, as casearinas L e O possuíram atividade contra leucemias, células de

mama, células de próstata e melanoma murinho, e nas casearinas X e Y,

manifestaram-se o potencial citotóxico de CI​50​ menores que 4µg/mL.

Extratos hexânicos da casca do caule e raiz da espécie apresentaram valores

baixos de IC​50​, indicando efeito citotóxico para macrófagos da linha celular

J774 (Napolitano e colaboradores, 2005). De Mesquita e colaboradores (2007)

encontraram atividade citotóxica no extrato hexânico na madeira do tronco da

espécie vegetal para as células L-6 (ratos) e MRC-5 (humano), com valores de

1,7µg/mL e 1,6µg/mL respectivamente.

De Lima (2008) expõe em sua pesquisa que os extratos hidroetanólicos

adquiridos da planta inibem a reprodução celular das linhagens celulares

leucêmicas humanas (HL-60, K-562, Daudi e REH).

Da Silva e colaboradores (2008) constataram citotoxicidade seletiva contra

células tumorais humanas (HeLa, A-549 e HT-29) e macrófagos de

camundongos no óleo essencial das folhas de ​C. sylvestris. Além disso, os

autores verificaram que os sesquiterpenos β-cariofileno e α-humuleno

apresentaram resultados semelhantes ao óleo essencial da espécie. Estudos


109

de Da Silva e colaboradores (2009) verificaram dois ácidos isolados das folhas

da planta – isobutil galato-3,5-dimetil éter e galato metil-3,5-dimetil éter – com

possível potencial quimioterápico contra as células NK (Natural Killer Cell) em

células de baço em ratos. De acordo com os autores, durante o crescimento do

tumor ascítico de Ehrich, há uma diminuição no nível de atividade de células

NK (Natural Killer Cell) em células do baço, sugerindo que as células NK

possam contribuir para a resistência natural do crescimento de tumor murino.

Segundo o estudo, a administração de doses do extrato etanólico de 0,5mg/kg

durante 4 dias consecutivos, demonstraram a restauração da citotoxicidade em

células NK (cerca de 70 a 80%), comparando-se ao grupo controle de animais.

A obtenção do extrato bruto por percolação apresentou atividade antitumoral

em linhagens celulares HT29 (cólon), A549 (pulmão) e MDA-MB-231 (mama).

De acordo com a pesquisa o extrato conseguiu eliminar 81% de células do

cólon, 24% das células do pulmão e 53% das células cancerosas da mama,

possuindo uma concentração letal (CL) de aproximadamente 5µg/ml

(Guil-Guerrero e Campra, 2009).

Com base no trabalho de De Mesquita e colaboradores (2009), os extratos

hexânicos obtidos da casca do caule e raiz da espécie, exibem efeito citotóxico

frente linhagens celulares HCT-8 (cólon humano), MDA-MB-435 (melanoma) e

SF-295 (cérebro), com valores de IC​50 de


​ 0,1µg/mL, 0,9 µg/mL e 1,3 µg/mL,

respectivamente.
110

Em consonância, Dos Santos e colaboradores (2010) consideraram que a

atividade citotóxica de células tumorais (leucemia, melanoma, glioblastoma, do

cólon e do cancro) foi conferidas às substâncias: casearina X e caseargrewiina

F, comparáveis à doxorrubicina – antibiótico antitumoral pertencente à classe

das antraciclinas.

Ferreira e colaboradores (2010) encontraram evidências de que a casearina X

provoca a morte celular por meio da apoptose em células tumorais HL-60. O

estudo corroborou que além da casearina X, as casearinas L e O,

demonstraram intenso efeito citotóxico sobre as células da leucemia.

Observou-se atividade antimutagênica e antigenotóxica em camundongos

tratados com extrato etanólico de ​C. sylvestris, frente à biomassa obtida da

queima da cana-de-açúcar. De acordo com o estudo, o efeito antimutagênico

provavelmente é devido ao sinergismo entre os diterpenos clerodânico ​(Csipak,

2011).

A análise dos extratos bruto e supercrítico de ​C. sylvestris em camundongos,

proporcionou atividade citostática e antitumoral para células MCF-7 e T-24,

células de linhagens do câncer de mama e bexiga, respectivamente.

Possivelmente o DNA das células cancerosas, seria o alvo molecular dos

extratos da espécie, causando o ataque oxidativo às bases púricas e

pirimídicas, levando a fragmentação do DNA e consequentemente, a apoptose

das células. Estendendo ao mesmo estudo, contatou-se que nas


111

concentrações 0,1; 1 e 10mg/kg/dia do extrato supercrítico da espécie,

constatou-se a inibição do crescimento do tumor ascítico de Ehrlich, através do

mecanismo de ação descrito acima para os tumores de mama e bexiga. Além

disso, o autor averiguou que em uma concentração do extrato bruto de

10mg/kg/dia há um aumento significativo do percentual de longevidade dos

animais (Bücker, 2012).

Avaliou-se que ​C. sylvestris protege o DNA contra danos oxidativos e

fotolesões induzidos pelo H​2​O​2 (HepG2)


​ e pelo UVC (MRC5). As classes que

apresentaram maior citotoxicidade foram a casearina D e a caseargrewiina F

(MRC5 e XP4PA). O estudo revela que a reparação do DNA é oriunda da

redução da quantidade de células apoptóticas pelos diterpenos clerodânicos

(​Prieto, 2012). Estudo de Prieto e colaboradores (2013) propõe que a casearina

B oferece proteção quimiopreventiva do DNA da linhagem celular HepG2.

Bou e colaboradores (2013) avaliou que o óleo essencial de ​C. sylvestris

apresentou atividade citotóxica contra as linhagens HeLa (adenocarcinoma

cervical), U87 (glioblastoma), Siha (carcinoma cervical) e HL60 (leucemia).

Estudos recentes verificaram que o extrato bruto e a fração clorofórmica da

espécie exibiram efeito antiproliferativo sobre células MCF-7 (carcinoma

humano de mama), causando a parada do ciclo celular na fase G1 e a indução

à senescência celular (Felipe, 2014; Felipe e colaboradores, 2014). A

substância responsável pela finalidade seria a casearina C onde seus extratos


112

proporcionariam efeito antitumoral ​in vivo para linhagens celulares do

carcinoma de Ehrlich, através do mecanismo de indução a necrose e a

apoptose celular. Outra classe estudada foi as fenilaminonaftoquinonas Q7 e

Q9, que em associação ao ascorbato de sódio (ASC), apresentaram atividade

citotóxica em células T24 (tumor de bexiga), proporcionando a indução do

estresse oxidativo celular através da via ciclo redox, e consequentemente, a

morte celular (Felipe, 2014).

Ferreira e colaboradores (2014) informam que as casearinas X e F exercem

atividade antiproliferativa – indução a apoptose de células tumorais – e

antitumoral para linhagens celulares HL-60 (leucemia), MDA-MB / 231,

Hs578T, MX-1 (mama), PC-3, DU-145 (próstata), B16 / F-10 (pele) e S180

(sarcoma). Para Ameni (2015) o extrato metanólico de ​C. sylvestris mostrou

atividade citotóxica para linhagens celulares (mama, colón, cérvix e pulmão),

obtendo valores de IC​50​ ≤ 5µg/mL.

2. Atividade anti-inflamatória e analgésica

Observou-se atividade anti-inflamatória na reparação óssea do tratamento de

ratos com decocto 5% da ​C. sylvestris. O processo fora parecido com a ação

de fármacos alopáticos anti-inflamatórios não hormonais, inibindo a síntese de

prostaglandinas, e consequentemente, causando a diminuição do número de

macrófagos, fibroblastos e fibras de colágeno, impedindo a oesteogênese

(Sassioto e colaboradores, 2004).


113

O extrato aquoso de ​C. sylvestris inibiu as atividades enzimáticas e tóxicas de

vários tipos de venenos de serpentes, através do bloqueio da PLA​2

(Anti-fosfolipase A​2​) (Borges e colaboradores, 2000). Ruppelt e colaboradores

(1991)

informam que o extrato aquoso das folhas e da casca da espécie,

apresentaram atividade analgésica em ratos contra picada de cobra,

diminuindo o número de contorções e inibindo a difusão para a cavidade

peritoneal.

Constatou-se nos extratos etanólicos e hexanóicos da casca do caule e da raiz

de ​C. sylvestris, o processo de inibição na produção de NO (Óxido Nítrico), em

macrófagos da linha celular J774, podendo ser uma potencial fonte de

compostos utilizados como anti-inflamatórios (Napolitano e colaboradores,

2005). O óleo essencial de folhas da espécie exibiu ação anti-inflamatória em

ratos. Realizaram-se testes do edema de pata, teste do tecido granulomatoso,

da permeabilidade vascular e teste de contorção (Esteves e colaboradores,

2005).

Oshima-Franco e colaboradores (2005) informa que o extrato hidroalcóolico da

planta poderá paralisar o tecido neuromuscular causada por Bothropstoxina-I

(BthTX-I) no veneno de ​Bothrops jararacuçu, portanto há necessidade de

testes de purificação e identificação das frações ativas do extrato, para elucidar

e confirmar a atividade pesquisada.


114

Borges e colaboradores (2001) e Cavalcante e colaboradores (2007)

corroboram a atividade antibotrópica do extrato aquoso das folhas de ​C.

sylvestris, através da inibição do dano muscular e das atividades de bloqueio

neuromuscular provocadas por serpentes do gênero ​Bothrops e suas toxinas

PLA​2​, Lys49.

O extrato bruto hidroalcóolico extraído das folhas da espécie possui ação

antinociceptiva (analgésica e anti-inflamatória) em camundongos, acometendo

a diminuição do comportamento nociceptivo imunomediada, ou seja, diminui a

frequência do animal lamber a pata, na indução por OVA (ovalbumina).

Propusera-se que os efeitos antinociceptivos estejam ligados a ativação de um

mecanismo mediado por receptores opióides, gerando a analgesia e a inibição

do processo inflamatório (De Mattos e colaboradores, 2007).

Cintra-Franscischinelli e colaboradores (2008), em um estudo, utilizando o

extrato metanólico das folhas de ​C. sylvestris no bloqueio neuromuscular

através da indução do veneno da ​Bothrops jararacussu e da sua toxina,

bothropstoxina-I, constataram o aumento da ACh (Acetilcolina) e contração do

bloqueio neuromuscular-antibotrópica. Sugere-se que a atividade

farmacológica do extrato metanólico da planta, é devido a algum princípio

farmacologicamente ativo exercendo uma sinergia entre a neutralização do

bloqueio neuromuscular e a prevenção no surgimento de fibras mionecróticas.


115

Em outro estudo, o extrato aquoso da espécie exibiu ação inibitória frente ao

veneno total de ​Bothorops jararacussu e por uma das isoformas da PLA​2

(Fosfolipase A​2​), a Asp49 BthTX-II – enzima purificada do veneno. Os

compostos responsáveis pelas atividades farmacológicas foram o ácido elágico

e seus três derivados, ácido 3'-​O-metil elágico, ácido 3,3'-di-​O-metil elágico,

ácido 3-​O-metil-3',4'-metilenodióxido elágico. Observou-se que nos arranjos

contendo grupos hidroxila, os efeitos inibitórios de PLA​2 foram mais eficientes

em comparação com os compostos com grupamento metoxila. O mecanismo

de ação proposto pelos autores foi a inibição da enzima através da

competitividade pelo sítio ativo, consequentemente, impedindo a formação do

edema induzido em diferentes níveis (Da Silva e colaboradores, 2008).

Em adição, o extrato aquoso de ​C. sylvestris, revelou-se como um agente

neutralizador das PLA​2​S Lys49 – miotoxina-II (MjTX-II) isolada do veneno da

Bothrops moojeni; bothropstoxina-I (BthTX-I) isolada do veneno da ​Bothrops

jararacussu; e piratoxina-I (PrTX-I) isolada do veneno da ​Bothrops pirajai. O

estudo realizado em camundongos indica como mecanismo de ação, o

bloqueio da transmissão neuromuscular induzido pelas três enzimas

homólogas, ocasionando a despolarização da fibra muscular, originada pela

ação desestabilizadora de membranas das toxinas (Cavalcante, 2009).

Cunha (2012) define que a aplicação tópica obtida do extrato aquoso da planta,

poderá ser utilizada como um neutralizante parcial das lesões na musculatura

esquelética (veneno da ​Bothrops jararacussu) induzindo o processo de


116

cicatrização. De acordo com o autor, além da proteção das fibras musculares

sobre o efeito miotóxico do veneno, há estimulação da produção de fibroblastos

e de colágeno entre as fibras musculares.

Souza (2010) informa que o extrato glicólico e a solução hidroalcoólica da

espécie, juntamente com o laser In Ga P, apresentam atividade

anti-inflamatória e cicatrizante em ratos. Os resultados obtidos na pesquisa

demonstraram uma resposta imediata, intensa e duradoura em células

inflamatórias, agindo desde a coagulação sanguínea, diminuindo o edema, à

estimulação da angiogênese, em diferentes fases do processo de cicatrização

de feridas dérmicas. Midena (2011) expõe que o extrato de propilenoglicol de

C. sylvestris, testado no tecido subcutâneo de ratos, diminuiu o processo

inflamatório, caracterizando o produto como um agente reparador, na formação

de tecido fibrocelular.

Estendendo a série ao estudo da atividade anti-inflamatória, Albano e

colaboradores (2013) informam que os animais testados (ratos) e tratados com

o extrato bruto hidroalcoólico extraído das folhas de ​C. sylvestris, apresentaram

atividade contra a inflamação em modelos de edema de pata e pleurisia

induzidas por carragenina. O tratamento dérmico utilizado em ratos com o

extrato hidroalcoólico das folhas de ​C. sylvestris exibiu a cura dos efeitos de

queimaduras de segundo grau, através da inibição na produção de mediadores

inflamatórios. (De Campos e colaboradores, 2015).


117

Werner e colaboradores (2015) demonstrou que a fração metanólica da planta

pode potencialmente ser utilizada em doenças neuromusculares e na reversão

da paralisia residual no período pós-operatório ou após a anestesia local. A

atividade é devida à liberação de acetilcolina do terminal pré-sináptico através

da ativação dos canais de sódio dependentes de voltagem.

De acordo com Gusman e colaboradores (2015) o extrato etanólico da espécie

possui ação anti-inflamatória inibindo a quimiocina CCL2, com valores entre

125µg/mL a 250µg/mL, além de bloquear os mediadores pró-inflamatórios,

reduzindo a liberação de TNF-α (Tumor Necrosis Factor Alpha). Houve

seletividade do extrato ativo para o TNF-α, apresentando um efeito anti-TNF-α,

e bloqueio seletivo para a quimiocina CCL2. Segundo a pesquisa, a redução da

liberação de TNF-α em extratos de ​C. sylvestris poderá ser utilizada em

pacientes com artrite reumatoide, ao passo que, a administração de anticorpos

monoclonais CCL2, um processo indicativo para o tratamento de pacientes

com doenças cardiovasculares, como a aterosclerose.

3. Atividade antiulcerogênica

Basile e colaboradores (1990) expõem que o extrato etanólico da espécie foi

administrado em ratos em dois grupos de animais (ratos), o primeiro para

avaliação da secreção gástrica induzida pelo estresse cirúrgico durante 2 horas

após a oclusão do piloro, e o segundo grupo avaliou-se as lesões agudas

causadas por 17 horas de estresse e imersão na água, restritos à alimentação

e constante iluminação fluorescente. De acordo com o estudo, o extrato


118

protegeu a mucosa do estômago dos animais (antiulcerativo), sendo idêntico

ao efeito do misoprostol e da cimetidina para lesões moderadas.

Verificou-se a atividade antiulcerativa obtido da hidrodestilação do óleo

essencial das folhas da planta. O composto responsável pela ação foi o

sesquiterpeno biciclogermacreno. Em comparação a cimetidina, o óleo

essencial inibiu 90% as úlcera gástricas induzidas pelo estresse, frente a

inibição de 70% dos animais (ratos) tratados com a cimetidina (Esteves e

colaboradores, 2005).

Dos Santos (2008) averiguou que o extrato etanólico de ​C. sylvestris

proporcionou atividade antiulcerogênica ou citoprotetora em experimentos de

úlceras induzidas por etanol em ratos, sendo os compostos responsáveis pela

ação, as casearinas B, D, O, U e a caseargrewiina F, alcançando 100% de

inibição no desenvolvimento de úlceras (v.o.).

O extrato seco de ​C. sylvestris foi avaliado em equinos, na permeabilidade

gástrica à sacarose. O teste baseou-se na indução do extrato via sondagem

nasogástrica (9mg kg​-1 de peso dos animais) por sete dias. Houve um intervalo

de 32 dias para que ocorresse a cicatrização das úlceras, e novamente os

animais foram submetidos ao tratamento. Constatou-se, ao final dos testes, o

aumento da concentração de sacarose na urina (P≤0,05), conferindo ao extrato

o efeito antiulcerogênico gástrico em equinos (Fialho e colaboradores, 2010).


119

Ameni (2015) realizou como teste, o modelo de indução de úlcera por etanol

acidificado em ratos, e verificou que os extratos fluido e metanólico, assim

como a fração diclorometano das folhas da espécie, possuíram atividade

antiulcerativa, comparados ao lanzoprazol (90% contra 80% de proteção).

4. Atividade antioxidante

O extrato aquoso e etanólico de ​C. sylvestris exibiu atividade antioxidante ​in

vitro, inibindo o radical livre DPPH (2,2-difenil-1-picrihlidrazila) em

concentrações de 0,1mg. mL​-1 ​a 0,005mg. mL​-1 (Güntzel, 2008). De Araújo

(2013) corrobora a ação antioxidante ​in vitro do extrato etanólico da planta, rico

em casearinas. De acordo com a pesquisa, há uma redução na concentração

do íon nitrito, 7,2µg mL​-1 (50% de redução, CE​50 de 3,7µg mL​-1​) e diminuição da

produção de radicais hidroxila (61,6%; 6,4µg mL​-1​) e de TBARS - ácido

tiobarbitúrico - (72,4%; 0,16µg mL​-1​). O autor explica que o mecanismo poderá

decorrer da interação das casearinas com os respectivos sítios de ação e

através do sequestro de espécies reativas.

O extrato etanólico das folhas proporcionou efeito antioxidante em linhagens

celulares HepG2, através da indução de enzimas detoxificantes, devido a

presença da casearina B. Averiguou-se que em concentrações de 0,08 e 0,15

µM, a casearina B reduz as espécies reativas de oxigênio intracelulares (ROS)

gerado por H​2​O​2​, comparadas ao veículo (Prieto e colaboradores, 2013).

Benelli e colaboradores (2013) informam que a extração com fluido supercrítico

e a extração de baixa pressão de ​C. sylvestris apresentaram um potencial


120

antioxidante ​in vitro, devido às substâncias β-cariofileno e α-humuleno,

encontradas nos extratos. Brant e colaboradores (2014) expõem que o extrato

metanólico da planta exibe ação antioxidante e cardioprotetora, reduzindo os

lipídeos séricos e o estresse oxidativo das células em ratos. O estudo

comprovou que o extrato previne o espessamento arterial e inibe a agregação

plaquetária ​in vitro.

5. Atividade antimicrobiana e antifúngica

O óleo essencial da espécie apresentou atividade antimicrobiana ​in vitro,

inibindo os micro-organismos: ​Enterococus faecalis, ​Micrococus,

Staphylococus epidermitis, ​Staphylococcus aureus (Gram-positivas), e

Escherichia coli, ​Enterobacter, ​Shigella flexnerri, ​Salmonella (Gram-negativas),

possuindo maior eficácia contra as bactérias Gram-positivas. Observou-se

maior atividade do óleo essencial (1,3µg) para ​Enterococus faecalis,

Escherichia coli, ​Micrococus e ​Staphylococus epidermitis, e menor inibição

(12,8µg) para ​Staphylococcus aureus, ​Enterobacter e ​Shigella flexnerri. Os

autores indicam que provavelmente a ação antimicrobiana verificada no estudo,

é devido ao β-pineno, o principal monoterpeno encontrado em ​C. sylvestris

(Schneider e colaboradores, 2006).

O decocto da planta tem um grande potencial antibacteriano

desinfetante/antisséptico no tratamento de doenças de pele e mastite bovina. A

avaliação antimicrobiana foi realizada ​in vitro, frente bactérias Gram-positivas

(​Staphylococcus aureus ATCC 6.538, ​Rhodococcus equi ATCC 11.229) e


121

bactérias Gram-negativas (​Salmonella Choleraesuis ATCC 10.708, ​Escherichia

coli ATCC 11.229). Houve inativação nas bactérias Gram-positivas na dose

infectante 10​6 ​UFC/mL em 24 horas de contato. O decocto ainda inativou a

Salmonella Choleraesuis em 8 horas de contato na dose 10​7 UFC/mL (Tresoldi,

2008).

Güntzel (2008) avaliou a ação antimicrobiana e fungicida do extrato etanólico e

do óleo essencial das folhas de ​C. sylvestris, utilizando os ensaios:

Concentração Inibitória Mínima (CIM), Concentração Bactericida Mínima (CBM)

e Concentração Fungicida Mínima (CFM). O autor constatou a atividade

antimicrobiana no extrato etanólico para os micro-organismos ​Staphylococcus

aureus, ​Escherichia coli, ​Salmonella setubal, e no óleo essencial para

Staphylococcus aureus, ​Staphylococcus epidermidis, ​Escherichia coli e

Pseudomonas aeruginosa, responsáveis por gastroenterites e bacteremias.

Segundo o estudo, o extrato etanólico exerceu atividade antifúngica para

Sacharomyces cerevisae e ​Cryptococcus neoformans, e inibiu o crescimento

dos micro-organismos: ​Candida albicans, ​Candida glabrata, ​Candida

dubliniensis.

Weckwerth e colaboradores (2008) informam que o extrato propilenoglicólico

da planta apresentou maior eficácia frente linhagens do micro-organismo

Enterococcus faecalis, isoladas da cavidade oral, inibindo 68% das estirpes das

50 cepas estudadas, em média 17,09mm de halo de inibição. A formulação de

enxaguatório desenvolvida através da hidrodestilação do óleo essencial da


122

planta apresentou grande potencial antimicrobiano ​in vitro frente às espécies:

Streptococcus mutans, ​S. mitis, ​S. sanguinis, ​S. salivarius (Godoi, 2013).

Bonett e colaboradores (2012) pesquisaram a fungitoxicidade do extrato

etanólico e do óleo essencial de onze plantas de famílias distintas.

Constatou-se que o extrato etanólico de ​C. sylvestris impediu parcialmente o

crescimento micelial do fungo ​Colletotrichum gloeosporioides – causador da

antracnose, doença pós-colheita do mamoeiro –, obtido de frutos da ​Carica

papaya L. (mamoeiro). Os autores notificam que a atividade fungitóxica

depende da concentração, ou seja, quanto maior a concentração do derivado

vegetal, maior poderá ser o potencial de ação.

Com base no estudo de Gonçalves (2012), o extrato acetato de etila de ​C.

sylvestris apresentou atividade bacteriana anti-​Helicobacter pylori e

anti-​Streptococcus aureus obtendo valores de CIM de 125µg/mL para as duas

bactérias, e o extrato etanólico da planta, exibiu atividade anti-​H. Pylori com

valor de CIM de 750µg/mL. Além dos extratos pesquisados, analisou-se a

fração de diterpenos da espécie e constatou-se a atividade bacteriana anti-​S.

aureus com valor de CIM de 31,25µg/mL, contudo não foi apresentada a

atividade antibacteriana nos diterpenos purificados (casearina X e a

caseargrewiina F). De acordo com o autor, sugere-se que os resultados

poderão estar ligados ao sinergismo entre os compostos no fracionamento das

substâncias, além da possibilidade da ação aditiva ou perda e degradação dos

componentes dos extratos da espécie vegetal.


123

O extrato a 10% das folhas da espécie vegetal produziu atividade

antibacteriana para ​Staphylococcus aureus resistentes à meticilina MRSA, em

ratos (​ex vivo). Analisou-se que o extrato reduziu o número de UFC/mL

(p≤0,05) nos fibromas infectados, em comparação aos grupos de animais

controle e houve melhora na atividade antimicrobiana da amoxicilina (Silva,

2012).

Estendendo o estudo sobre a ação antimicrobiana de ​C. sylvestris, Bento

(2013) e Bento e colaboradores (2014) confirmam que o extrato fluido

(percolação) inibiu o crescimento ​in vitro dos fungos basiodiomicetos

degradadores de madeira: ​Trametes villosa, ​Pycnoporus sanguineus e

Ganoderma australe, além de alterar a morfologia macro e microscópica

desses micro-organismos. De acordo com as pesquisas, admite-se que o

mecanismo de ação para a atividade antifúngica dos extratos, é devido a

inibição das enzimas extracelulares: MnP (manganês peroxidase), lacase e

fenoloxidase, e enzimas intracelulares: quitinase e β-1,3-glucanase, do mesmo

modo, confere-se o estresse oxidativo gerado pelo aumento das enzimas do

extrato aos fungos expostos.

O óleo essencial da ​C. sylvestris indicou atividade bactericida para

Streptococcus mutans e ​Lactobacillus casei. O halo de inibição da guaçatonga

frente ao micro-organismo ​L. casei foi de 9,0mm, 7,0mm e 6,0mm nas

concentrações 5,0µg/µL, 2,5µg/µL e 1,25µg/µL, respectivamente, comparadas


124

com clorexidina com a concentração controle 10µg/L. Assim como, verificou-se

o halo de inibição frente ao ​S. mutans, com valores de 12,0mm e 6,0mm nas

concentrações 5,0µg/µL e 2,5µg/µL, comparadas ao mesmo controle descrito

acima (Nogueira e colaboradores, 2007).

6. Atividade acaricida

Becker (2008) examinou a atividade acaricida dos óleos essenciais de três

espécies vegetais no extrato etanólico (0,5% e 2,0%), e analisou a composição

dos extratos das plantas por cromatografia gasosa e espectrometria de

massas. Segundo o estudo, a concentração 2,0% do extrato de ​C. sylvestris

apontou para um potencial agente acaricida, frente ao ácaro ​Tetranychus

urticae, após 72 horas de aplicação, podendo ser utilizado como pesticida

natural e minimizando os efeitos de compostos sintéticos.

7. Atividade tripanocida e leishmanicida

De acordo com Bou (2014), foi observada atividade tripanocida dos diterpenos

clerodânicos (A, B, G e J) do extrato metanólico de ​C. ​sylvestris, contra

tripomastigotas de ​Trypanossoma ​cruzi e promastigotas de ​Leishmania

infantum. Os resultados do estudo indicaram valores que variam entre

0,53µg/mL a 2,77µg/mL de IC​50​, em tripomastigotas de ​T. ​cruzi e valores de

IC​50 variando entre 4,45µg/mL a 9,48µg/mL, das formas promastigotas de ​L.

infantum. O estudo corrobora que há grande interação das casearinas A e B

com a membrana plasmática de ​T. ​cruzi, mas não modificou a permeabilidade

da membrana plasmática para o parasita ​L. ​infantum.


125

Antinarelli e colaboradores (2015) avaliaram 17 extratos metanólicos de

diferentes espécies, dentre elas, a ​C. ​sylvestris, para atividade leishmanicida.

De acordo com a pesquisa, verificou-se que o extrato dessa espécie

proporcionou atividade contra as formas promastigotas de ​Leishmania (​L.

amazonenses, ​L. brasiliensis, ​L. chagasi e ​L. major), nos seguintes valores de

CI​50​: 5,4 μg/mL, 5,0 μg/mL, 8,5 μg/mL e 7,7 μg/mL. Os pesquisadores afirmam

que a atividade leishmanicida do extrato metanólico de ​C. ​sylvestris é mais

eficaz do que o fármaco de referência miltefosina.

Analisou-se ​in ​vitro a atividade antiprotozoária de trinta e um extratos de treze

plantas do cerrado brasileiro, contra as formas promastigotas de ​Leishmania

donovani e amastigotas do ​Trypanosoma ​cruzi. A maior atividade foi observada

no extrato etanólico das folhas, casca da raiz e das frutas de ​C. ​sylvestris para

os dois tipos de protozoários, com valores de IC​50 variando entre 0,3µg/mL a

10ug/mL (De Mesquita e colaboradores, 2005).

Estendendo-se ao estudo, De Mesquita e colaboradores (2007) analisaram

vinte e sete espécies de plantas nativas do Cerrado brasileiro, utilizadas pelos

curandeiros tradicionais para o tratamento da malária e de outras doenças da

região. Os autores coletaram 204 tipos de extratos etanólicos e hexânicos por

maceração e verificaram a atividade ​in vitro contra o protozoário ​Plasmodium

falciparum (FcB1), resistente a cloroquina. Segundo a pesquisa, 32 extratos

demonstraram uma inibição do crescimento do protozoário na concentração de


126

10µg/mL, tendo valores de IC​50 de 0,9 a 2,3µg/mL, dentre eles, o extrato

hexânico das folhas, casca do caule e da raiz de ​C. sylvestris.

8. Aplicação para o herpes labial

Estudos comprovam que o creme à base de tintura a 10% e da forma

dinamizada em 3DH (medicamento homeopático) induziram a cicatrização em

voluntários que apresentavam herpes labial, comparando-se com o creme

Penciclovir a 1%. Verificou-se que além da cicatrização da lesão herpética

labial, houve a redução da quantidade de dias para que ocorresse o total

desaparecimento da ferida, em comparação com o creme controle. As duas

formulações promoveram a diminuição do desconforto e da dor (Cury, 2005).

9. Ação protetora do DNA

De Oliveira e colaboradores (2009) pesquisaram a ação protetora do DNA do

extrato etanólico das folhas de ​C. sylvestris em camundongos. Segundo a

análise, o composto responsável que confere a atividade protetora do DNA em

baixas concentrações, é o diterpeno clerodânico caseargrewiina F.

10. Hipotrigliceridemiante

Avaliou-se o extrato aquoso e hidroalcoólico das folhas de C. sylvestris sobre

os níveis déricos de triglicerídeos em ratos. Admitiu-se que o tratamento oral de

animais com o extrato hidroalcoólico tiveram uma redução nos níveis séricos
127

ao nível de 5% de triglicerídeos, ao contrário daqueles tratados oralmente pelo

extrato aquoso (Werle e colaboradores, 2009).

Regulamentações
A espécie está relacionada na lista RENISUS (Relação Nacional de Plantas

Medicinais de Interesse ao SUS) (BRASIL, 2009), na Resolução RDC N° 10, de

9 de Março 2010, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2010),

na 1ª edição do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira

(BRASIL, 2011) e na 1ª edição da Farmacopeia do Brasil. Contudo, a planta

não é mencionada nos Anexo I e II da legislação vigente, a RDC nº 26/2014.

Toxicologia

15 elementos foram analisados em três espécies de ​Casearia (​C. decandra, ​C.

obliqua e ​C. sylvestris). De acordo com os autores, foram encontrados em ​C.

sylvestris: Cromo (Cr), Manganês (Mn), Escândio (Sc), Ferro (Fe), Cloro (Cl),

além de outros elementos químicos. Não foram encontrados nas amostras

elementos tóxicos, como Mercúrio (Hg) e Antimônio (Sb), contudo, segundo o

estudo, detectou-se Arsênio (As) e Cádmio (Cd) em concentrações baixas. Do

ponto de vista farmacológico e toxicológico, a presença de baixas

concentrações desses elementos não causa qualquer tipo de efeito (Yamashita

e colaboradores, 2006).
128

Empregada em doses indicadas, os extratos de ​C. sylvestris geralmente

possuem boa tolerância, portanto a administração em doses elevadas poderá

provocar vômitos e diarreia (Alonso, 2007).

Verificou-se que nos ensaios de toxicidade aguda via oral, a casearina U

possui bom índice terapêutico em animais, administrando-se doses de

30,0mg/Kg, 65,0mg/Kg e 172mg/Kg, sendo a última dose, cerca de 100 vezes

maior do que a dose mínima efetiva 100% (DE​100​) para a atividade

antiulcerogênica. De acordo com o autor a dose mínima de um extrato

etanolico para a produção do efeito farmacológico em ratos, estaria em torno

de 9,3mg/Kg (Dos Santos, 2008).

O uso terapêutico do óleo essencial da planta deve ser realizado com cautela.

Necessita-se do controle da quantidade de óleo que atinge a corrente

sanguínea, pois pode haver sensibilidade dos eritrócitos (humanos e bovinos)

frente aos sesquiterpenos β-cariofileno e α-humuleno, gerando toxicidade (Da

Silva e colaboradores, 2008).

Avaliaram-se os extratos aquoso e etanólico nas larvas do microcrustáceo

marinho ​Artemia salina, após a eclosão dos ovos da espécie em solução

salina. Os valores encontrados foram comparados com os da literatura. Para o

autor, as amostras do extrato etanólico, apresentaram atividade tóxica

moderada, enquanto que o extrato aquoso não apresentou toxicidade no

ensaio (Güntzel, 2008).

A casearina X obtida da extração etanólica das folhas de ​C. sylvestris, mostrou

efeito citotóxico contra linhagens celulares CEM e HL-60, com valores de IC​50

de 0,4µM respectivamente. Constatou-se que as casearinas L e O também


129

demonstraram forte efeito citotóxico frente às células leucêmicas, ao contrário,

do (-) - ácido hardwickiico, que não apresentou citotoxicidade. Segundo o

estudo, a atividade citotóxica das casearinas é relacionada com a estrutura

altamente oxigenada. A casearina X exerce a citotoxidade através da indução

da apoptose, realçando o potencial das casearinas na produção de drogas

antitumorais (Ferreira e colaboradores, 2010).

Ameni (2011) relata que não houve alterações macroscópicas e histológicas

em ratos e ratas Wistar pela administração do extrato fluido de ​C. sylvestris.

Contudo, em sua pesquisa verificou-se o aumento dos níveis séricos de

proteína e albumina, e a diminuição de creatina, triglicérides e colesterol total,

além de hipocloremia ou hipercloremia.

No estudo de toxicidade oral aguda, o extrato fluido de ​C. sylvestris não causou

nenhum efeito tóxico em ratos. O mesmo foi verificado em tratamento do

extrato em doses repetidas, tanto por 28 quanto por 90 dias. Verificou-se que o

sistema imune não foi afetado pela administração do extrato fluido da espécie.

Contudo avaliando-se os parâmetros bioquímicos, houve aumento nos níveis

séricos de albumina e proteína e a diminuição de creatina, triglicérides e

colesterol total, hipocloremia ou hipercloremia. Considera-se seguro o uso do

EF dessa espécie, portanto são necessários estudos de avaliação pré-clínica,

como genotoxicidade e de carcinogenicidade (Ameni, 2011).

Csipak (2011) avaliou o efeito genotóxico de compostos orgânicos extraídos do

particulado da queima da cana-de-açúcar e constatou a atividade

antigenotóxica e antimutagênica do extrato etanólico de ​C. sylvestris, assim

como verificou a ação antigenotóxica das concentrações testadas da casearina


130

U. Não foi observado o efeito antimutagênico da casearina U, portanto o autor

informa que a antimutagenicidade poderia ser explicada do sinergismo entre os

diterpenos clerodânicos presentes no extrato etanólico da planta.

Com base no trabalho de Bücker (2012), extratos bruto e supercrítico exibiram

atividade citotóxica e citostática para células MCF-7 e T-24, com valores de

IC​50 inferiores a 30µg/mL. De acordo com o estudo, o alvo molecular dos

extratos seria o DNA, e os compostos responsáveis pelos efeitos citotóxico

e/ou citostático, seriam os diterpenos clerodânicos (α-humuleno e β-cariofileno)

e o ácido gálico, propondo-se a intercalação direta do DNA plasmidial, através

do ataque oxidativo às bases púricas e pirimídicas, ocasionando a apoptose

celular.

A casearina X, extraída do extrato etanólico de C. sylvestris, protege o DNA

contra os efeitos nocivos dos poluentes atmosféricos oriundos da queima da

cana, considerando-se antigenotóxico em todas as concentrações, contudo não

houve mutagenicidade nas células do sangue dos animais testados (ratos)

(Prieto, 2012).

Purificado a partir do óleo essencial, o α-zingibereno manifestou atividade

citotóxica contra as linhagens celulares Siha, HeLa, L-87 e HL60, porém

observou-se que os valores de IC​50 foram maiores do que comparados ao óleo

bruto da planta, podendo haver um sinergismo ou efeito aditivo entre o

sesquiterpeno com outras substâncias presentes no óleo bruto. Avaliou-se a

atividade citotóxica do α-zingibereno contra células de melanoma murinho

(B16F19-Nex2) e constatou-se valor de IC​50 de 27,0µg/mL, em comparação

com o óleo essencial bruto, que obteve valor de IC​50 de 61,5µg/mL. Para os
131

autores, o óleo essencial bruto apresentou maior potencial citotóxico

comparado com o sesquiterpeno α-zingibereno (Bou e colaboradores, 2013).

Estudos recentes avaliaram a genotoxicidade e a mutagenicidade da casearina

B obtido do extrato etanólico das folhas de ​C. sylvestris. De acordo com o

estudo, o composto apresentou atividade genotóxica para as células HepG2

em concentrações superiores a 0.30µM comparado à incubação com a enzima

de FPG (DNA-Formamidopirimidina Glicosilase). O diterpeno clerodânico

protege o DNA contra danos induzidos pelo H2O2 (Prieto e colaboradores,

2013).

Ensaios Pré-clínicos e Clínicos

Pré-clínicos

De acordo com o trabalho de Dos Santos (2008), o extrato etanólico, a fração

de extração em fase sólida – utilizando-se fracionamento biomonitorado – e as

substâncias purificadas ou isoladas de ​C. sylvestris foram testados em ratos

para avaliação de atividade antiulcerogênica. A toxicidade aguda foi

determinada pela administração via oral de casearina U, em animais com peso

corporal de 35,0, 65,0 e 172,0mg/kg; avaliou-se os animais por 14 dias e

observou-se a quantidade de óbitos nas 72 horas. Os padrões adotados para a

análise foram: depressão, excitação, diarreia, piloereção, convulsão,

estereotipia, alterações na pelagem, no globo ocular e nas mucosas, sono e

salivação, frequência respiratória e alterações nos pesos corporais. As


132

casearinas B, D, O e U e a caseargrewiina F, apresentaram atividade

antiulcerogênica. Não foi observada a toxicidade aguda dos animais testados

via oral pela casearina U, indicando um bom índice terapêutico (Dos Santos,

2008).

Com base no trabalho de Tresoldi (2008), o mesmo avaliou a atividade

antimicrobiana do decocto da ​C. sylvestris in vitro em testes de 24 h de contato,

frente aos micro-organismos: ​Staphylococcus aureus, ​Rhodococcus equi,

Salmonella Choleraesuis e ​Eschirichia coli. Segundo o estudo, o decocto

inativou o efeito infectante do ​S. aureus e da ​S. Choleraesuis, contudo, não

houve ativação para ​E. coli.

A atividade antibacteriana foi analisada por Da Silva (2012), que avaliou o

efeito do extrato da espécie em estudo sobre a ação da amoxicilina no

tratamento da infecção causada por ​Staphylococcus aureus resistentes à

meticilina MRSA, em ratos. De acordo com o trabalho, os animais foram

infectados com MRSA ATCC 33591 e após 24 h do contato, foram divididos em

cinco grupos: grupo controle 0h, grupo controle 24 h, grupo amoxicilina, grupo

amoxicilina/​C. sylvestris e grupo ​C. sylvestris; posteriormente, os granulomas

retirados dos animais foram colocados em tubos de ensaio e após 18 h,

contaram-se as colônias de MRSA que foram cultivadas em meio de cultura. O

autor informa que houve redução no número de Unidade de Formação de

Colônias - UFC/mL (p<0.05) do extrato testado, e também melhorou a atividade

antimicrobiana da amoxicilina.

Em outro estudo recente com a espécie ​C. sylvestris, avaliou-se a citotoxidade

do extrato etanólico e das substâncias puras da espécie, frente às linhagens


133

celulares HepG2, MRC5 e XP4PA, nos seguintes ensaios com brometo de

[3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltrazólio] (MTT); sobrevivência clonogênica;

ensaio do cometa; cálculo da concentração do peróxido de hidrogênio;

atividade genotóxica e antigenotóxica; ensaio de morte celular; análise da

atividade antioxidante em células HepG2 utilizando DCFDA (diacetato de

diclorfluoresceína) e análise da indução da enzima quinona redutase.

Constatou-se que houve genotoxicidade em concentrações elevadas dos

produtos naturais de ​C. sylvestris, contudo, não foi observado efeito

antiproliferativo em altas concentrações. De acordo com a pesquisa, os

produtos naturais da espécie em questão foram eficientes na proteção do DNA

contra danos causados pelo H​2​O​2 e pelo UVC (ultravioleta C), apresentaram

atividade antioxidante, exceto para a casearian D, e não houve indução da

enzima quinona redutase (Prieto, 2012).

Com relação à atividade antioxidante da fração rica em casearinas (FC), a

mesma foi avaliada através de três testes ​in vitro: remoção do metabólito nitrito

(NO​2​-​); remoção de radicais hidroxila (•OH) e na reação de substâncias reativas

com o ácido tiobarbitúrico (TBARS). Verificou-se que as frações ricas em

casearina da ​C. sylvestris possuem atividade antioxidante ​in vitro contra o íon

nitrito, o radical hidroxila e o ácido tiobarbitúrico. Por outro lado, não houve

garantias da possibilidade da ação antioxidante ​in vivo (De Araújo, 2013).

Há outros estudos efetuados na fase pré-clínica, como o teste realizado por De

Araújo (2013), que teve como objetivo, analisar o comportamento de

camundongos tratados com uma fração rica em casearinas. Em sua pesquisa,

a FC foi solubilizada em DMSO 4%, dissolvida em água purificada e


134

administrada nos animais pela via intraperitoneal nas doses 2,5, 5, 10 e 25mg

kg​-1 por uma semana. Para o grupo controle, utilizou-se o tratamento com

DMSO 4% em água purificada e para o controle positivo, empregou-se o

medicamento diazepam. De acordo com o estudo foram realizados os

seguintes testes: teste do campo aberto, teste do labirinto em cruz elevado,

teste do ​rota rod e análise estatística. O autor averiguou que na maior dose (25

mg.kg​-1​), a FC produziu nos animais diarreia e perda de peso, além de

provocar a redução na atividade locomotora espontânea e exploratória. Diante

disso, o estudo informa que provavelmente as alterações comportamentais dos

animais testados são devidas às interações das casearinas com outras vias

neuronais, como o sistema dopaminérgico.

De acordo com o trabalho de Ameni (2015) foram realizados testes com o

extrato fluido (EF), o extrato metanólico bruto (EM), com a fração diclorometano

(FDM) e com o extrato acetato de etila (ACT) da ​C. sylvestris. No estudo

avaliaram-se a dosagem das enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase

(CAT), glutationa reduzida (GHS) e glutationa oxidada (GSSG); os níveis de

peroxidação lipídica; a avaliação do sistema enzimático citocromo P450 (CYP);

a atividade antiulcerogênica assim como a avaliação da citoxicidade em

animais tratados com os extratos. Segundo o autor, não houve alteração na

atividade das enzimas SOD e CAT, contudo observou-se alterções no

ciclo-redox das glutationas; o EF da espécie não causou efeitos no complexo

enzimático do citocromo P450; a atividade antiulcerogênica foi constatada nos

extratos: EF, EM e fração FDM; e a ação citotóxica foi confirmada pelo EM de

C. sylvestris (linhagens celulares cancerosas – mama, colón, cérvix e pulmão).


135

Clínicos

Em um estudo duplo-cego, Cury (2005) analisou a eficácia de cremes à base

de tintura de ​C. sylvestris a 10% e da forma dinamizada em 3DH (medicamento

homeopático) para o tratamento de lesões herpéticas, em comparação com o

creme Penciclovir 1% (Sigma Lab.). Foram submetidos ao teste, 121

voluntários que possuíam herpes labial, subdivididos em 3 grupos.

Constatou-se que as duas formas testadas foram eficazes para a atividade

cicatrizante de pessoas com lesões de herpes labial, portanto os cremes de ​C.

sylvestris foram os que induziram a uma maior cicatrização, comparando-se

com o creme de Penciclovir. Segundo o autor, a utilização de um medicamento

fitoterápico e homeopático, poderá ser uma alternativa de baixo custo para a

população, pois possui eficácia e segurança.

Precauções

Gerais: ​O uso da planta deve ser evitado em tratamentos prolongados, devido

a ação antagônica com a vitamina K, podendo causar acidentes hemorrágicos

(Alonso,2007).

Gravidez: ​Não é recomendado a gestantes (Alonso, 2007; BRASIL, 2010;

BRASIL, 2011).

Efeitos sobre a lactação: ​Está contra indicado para mulheres em fase de

aleitamento (BRASIL, 2010; BRASIL, 2011).


136

Uso pediátrico: Não foram encontradas referências relativas a utilização em

crianças.

Posologia

No tratamento de lesões e como cicatrizante tópico, para dispepsia, gastrite e

halitose, a infusão de 2g a 4g das folhas em 150mL de água é administrada em

uma xícara (150mL) 3-4 vezes ao dia (BRASIL, 2010). De acordo com o

Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, o infuso poderá ser

utilizado 2-3 vezes ao dia (BRASIL, 2011).


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