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PROTOZOÁRIOS

O Reino Protista agrupa organismos eucariontes, unicelulares, autótrofos e heterótrofos.


Neste reino se colocam as algas inferiores: euglenófitas, pirrófitas (dinoflagelados) e
crisófitas (diatomáceas), que são Protistas autótrofos (fotossintetizantes). Os
protozoários são Protistas heterótrofos

Eles habitam a água e o solo. Este reino é constituído por cerca de 65.000 espécies
conhecidas, das quais 50% são fósseis e o restante ainda vive hoje; destes,
aproximadamente 25.000 são de vida livre, 10.000 espécies são parasitos dos mais
variados animais e apenas cerca de 30 espécies atingem o homem (TORTORA, 2000).

A classificação dos protozoários segundo o sistema locomotor:

Filo Sarcodina → locomoção caracterizada pela emissão de pseudópodes (Entamoeba histolítica);


Filo Mastigophora → deslocamento por propulsão flagelar (Trypanosoma cruzi e Trichonympha);
Filo Ciliophora → movimentação mantida por curtas e numerosas estruturas ciliares
(Paramécium);
Filo Sporozoa → não possui apêndices locomotores, sua dispersão é realizada através de esporos
(Plasmodium vivax, causador da malária).
Protozoários Amebóides
(Rizópodes)
Os protozoários amebóides (Rizópodes), por tradição incluídos no táxon Sarcodina (um
subfilo), apresentam extensões fluidas no corpo: os pseudópodes. Neste táxon estão incluídas as
amebas, bem como outros organismos com pseudópodes (marinhos, de água doce ou terrestres).
Os pseudópodes são estruturas utilizadas para capturar alimentos e no grupo dos bentônicos (que
vivem no substrato) também servem para a locomoção: o movimento amebóide. Acredita-se que
este tipo de movimento pode ser um caráter primitivo das células eucarióticas que se assim o for, é
então uma simplesiomorfia dos protozoários amebóides que não os deixa reuni-los em um táxon
monofilético. Formando então um grupo parafilético ou, mais provavelmente, um grupo
polifilético. Esses protozoários quase sempre são assimétricos, porém há alguns que tem o
esqueleto simetricamente radiado.

Geralmente as espécies com corpos pequenos apresentam um núcleo, enquanto que as espécies
com corpos grandes possuem muitos núcleos, e ainda possuem relativamente poucas organelas
especializadas, o que os caracteriza protozoários simples. Os três grupos principais de
protozoários amebóides são:

 Amebas: Caryoblasta, Heterolobosea e Amoebozoa.


 Foraminíferos: Foraminiferea.
 Actinópodes: Radiolalia, Acantharea e Heliozoa.
Amebas

Estruturas de uma Ameba

As amebas podem ser nuas ou encerradas em uma teca (tipo de carapaça). As amebas nuas
(incluindo Amoeba) vivem no mar, na água doce ou em filetes de água ao redor das partículas que
compõem o solo. Apesar de constantemente mutável, essa forma desses organismos é peculiar de
cada espécie. O citoplasma desses organismos está dividido em um ectoplasma externo, claro e
rígido, e em um endoplasma interno mais fluido, como podemos notar na figura ao lado.

Os pseudópodes adotam apenas uma das duas formas gerais possíveis (os lobópodes e os
filópodes). Os lobópodes são típicos de muitas amebas, apresentam uma forma arredondada de
ponta obtusa e são mais largos, tubulares e compostos com ectoplasma e endoplasma. Já os
filópodes ocorrem em muitas amebas pequenas, são estreitos, claros, ramificados, mas os ramos
não se interligam extensivamente a ponto de formar redes.
Filamoeba sp.

Nas amebas tecadas (com carapaça), que são em parte habitantes de água doce, adeptas de solo
úmido e liquens, o citoplasma secreta uma teca extracelular radial ou bilateral. A ameba prende-se
por fios protoplasmáticos à parede interna da teca. E os pseudópodes projetam-se através de uma
abertura na mesma teca. Em Arcella, que é uma ameba das mais comuns de água doce, a teca de
proteína tem a forma de um domo achatado com a abertura no meio do lado de baixo.

As espécies marinhas normalmente carecem de vacúolos contráteis, contrastando com as espécies


de água doce que possuem de um a vários vacúolos contráteis.

Diversidade das Amebas


Caryoblasta

Os organismos representantes deste filo apresentam célula que contém de um a vários flagelos
imóveis, sendo que cada um desses flagelos possuem um corpúsculo basal. Nota-se também que há
a ausência de mitocôndrias, de corpúsculos de Golgi e organelas respiratórias. Alguns sistematas
consideram os carioblastos  como eucariotos pré-mitocondriados e, portanto, entre os protistas
atuais mais primitivos.
Heterolobosea

D. Percolomonas

Neste filo os organismos possuem células que tem um estágio flagelado, com 2 a 4 flagelos
funcionais. O encistamento acontece sob condições adversas, são característicos de sedimentos de
água doce e marinhos. Alguns sistematas contemporâneos incluem este táxon entre os flagelados.

Amoebozoa

É um táxon polifilético que não apresentam flagelos e centríolos, habitantes de água doce,
marinho, terrestre e simbiontes.

Ciliados
O Filo Ciliophora é um táxon monofilético composto por organismos celulares móveis. Possui
apenas a Classe Ciliata. A maioria desses organismos se parece com animais diminutos por causa
de suas organelas celulares sofisticadas e também por sua complexidade no que diz respeito ao
comportamento. Alguns dos tecidos e órgão animais, tais como músculo e intestino, tem análogos
na anatomia dos ciliados. Todos os ciliados são heterotróficos, porém mais ou menos um terço
deles são ecto ou endocomensais ou ainda parasitas.

Forma e Função

Fig. 1 - Prorodon (Foto: William Bourland)


Figura 2 - Tintinnopsis

Diversas formas corpóreas ocorrem entre os ciliados, sendo a maioria dos organismos assimétrica.
Porém alguns têm simetria radial, apresentando ainda uma boca anterior como se pode observar
na figura 1.

A maioria dos ciliados é solitária e móvel, mas existem algumas espécies que formam colônias e
são sedentárias. Muitos são nus, mas os tintinídeos, alguns heterotríquios, peritríquios e suctórios
são abrigados em uma “casca” de material orgânico secretado ou de partículas estranhas
cimentadas, como no exemplo abaixo (Figura 2) um Tintinnopsis representando o grupo dos
ciliados marinhos: os tintinídeos.

É possível encontrar ciliados que variem de tamanho, de 10µm até 4,5mm. Os cílios da superfície
estão especializados na ciliatura somática sobre a superfície geral do corpo e na ciliatura oral
associada com a região da boca. Em algumas espécies os cílios recobrem toda a célula e se
arranjam em fileiras longitudinalmente, cada uma recebe o nome de sistema cinético, mas nos
táxons mais especializados os cílios estão restritos em apenas algumas regiões do corpo.

O sistema cinético é uma fileira com cinetíades repetidas, cada uma formada por um cílio,
corpúsculo basal e fibras associadas. A figura abaixo ilustra a fileira de cinetíades e também o
cinetodesma, que é o conjunto das fibras radiculares dos corpúsculos basais de uma mesma fileira,
combinados como se fossem fios de um cabo.

Fig. 3
Acredita-se que todas as fibras das cinetíades tem função esqueletal, servindo tanto para o
ancoramento ciliar quanto para a manutenção da forma da célula. Os extrussomos  são vacúolos
secretores especializados na liberação rápida na superfície da célula. Em Paramecium e em outros
ciliados, os extrussomos estão em forma de garrafas, conhecidos por tricocistos, e alternam-se com
os alvéolos. Esses tricocistos funcionam na defesa contra predadores.

Locomoção
Os ciliados são os protozoários mais rápidos que os flagelados (coanoflagelados, dinoflagelados,
etc) por conta dos inúmeros cílios presentes em sua superfície. Acredita-se que a locomoção ciliar
se dê da seguinte maneira: o movimento de um cílio provoca a movimentação da água, que por sua
vez incentiva a movimentação do cílio seguinte. E assim sucessivamente, e à esse movimento
chamamos de “ondas metacronais”.

Alguns ciliados que vivem entre grãos de areia ou as espécies de Vorticella ou Stentor são muito
contráteis e fogem rapidamente de predadores em potencial. A concentração ocorre porque há o
encurtamento das fibras protéicas estriadas denominadas mionemas.

Nutrição
Os ciliados de vida livre podem ser detritívoros, bacterívoros, herbívoros ou predadores. Estes
últimos podem ser raptoriais, perseguindo ativamente suas presas ou ainda atuar como predadores
de emboscada. Estes predadores se alimentam de outros protozoários, incluindo ciliados. Isto
ocorre porque muitos ciliados pequenos se movimentam a procura de alimento (bactérias,
diatomáceas, detritos) se tornando alvos fáceis.

Nestes organismos a estrutura oral pode ser constituída apenas por um citóstoma e por uma
citofaringe, mas o alimento é ingerido por fagocitose e a citofaringe leva o vacúolo alimentar para
dentro.

Excreção
Geralmente, a excreção nos ciliados é uma questão de regulação de volume. Os vacúolos
contráteis estão presentes tanto nas espécies de água doce quanto nas marinhas. Em algumas
espécies há apenas um único vacúolo que fica próximo à porção posterior, porém existem muitas
espécies que tem mais de um vacúolo. As estruturas vacuolares estão sempre associadas à região
mais interna do ectoplasma e esvaziam-se através de um ou dois poros permanentes. O
espongioma é composto por uma rede de túbulos irregulares que podem esvaziar diretamente no
interior do vacúolo ou através dos túbulos coletores.

Reprodução Clonal ou Vegetativa


Este tipo de reprodução acontece por fissão binária transversal (Figura 4 – A), com o plano de
divisão atravessando todos os sistemas cinéticos, como mostra a figura abaixo que faz oposição à
fissão binária dos flagelados que é longitudinal.
Figura 4

Reprodução Sexuada
Este tipo de reprodução nos ciliados ocorre através de uma troca direta de genes, sem que estejam
primeiro acondicionados em óvulos ou células espermáticas. Para que isto ocorra é necessário que
dois ciliados sexualmente compatíveis se unam ao longo de uma superfície compartilhada, então a
membrana desaparece e há uma troca mútua de genes. A figura abaixo ilustra todo esse processo.

Esse processo é conhecido como conjugação e os dois ciliados fusionados são denominados
conjugantes. Esta fusão pode durar horas e somente os micronúcleos funcionam na conjugação, já
que o macronúcleo se desintegra durante o processo sexuado.

Filo Apicomplexa (Esporozoários)


Atualmente já foram contabilizadas aproximadamente 5.000 espécies de apicomplexos. Os
representantes deste filo são parasitas comuns de animais, tais como vermes, equinodermos,
insetos e vertebrados. Podem ser parasitas intra ou extracelular (ou ambos), isso dependerá da
espécie em questão. Os representantes do filo apicomplexa são responsáveis pela malária, que é
uma doença parasitária, eleita a nº 1 da humanidade. Também são chamados de Esporozoários.

Estrutura
Esses organismos são chamados assim porque os
estágios móveis, infecciosos portam um complexo apical  anterior que se prende ou que penetra
no interior da célula hospedeira. Este complexo apical é bem desenvolvido porque consiste em um
conóide anterior, em um ou dois anéis polares, em duas ou vinte estruturas glandulares na forma de
garrafas (roptrias), além de numerosos túbulos derivados da membrana do Complexo de Golgi
(micronemas). O conóide está aberto em ambas as extremidades e também é envolvido pelos anéis
polares que se conectam com microtúbulos subpeliculares. Os micronemas possuem enzimas que
são utilizadas para penetrar na célula hospedeira, porém as funções dos outros componentes
celulares ainda não estão bem claras para a ciência. Os apicomplexos tem flagelos que ocorrem
nos seus microgametas, mas são carentes de cílios e pseudópodes.

Os representantes deste filo podem apresentar um ou mais poros para alimentação denominados
micróporos, localizados geralmente na lateral do corpo.

Na figura ao lado temos a vista lateral de um esporozoário representante dos apicomplexos, dando
ênfase a suas estruturas corporais.

Ciclos de Vida
Os ciclos de vida destes organismos podem ser extraordinários ou básicos. Quando extraordinário,
os apicomplexos atingem uma complexidade muito grande, pois possuem uma capacidade
infeccionaria alta, atingindo mais de um hospedeiro. Contudo, quando é básico, é bem simples:
seus estágios sexuais e clonais são haplóides, com exceção do zigoto. O estágio móvel infestante é
chamado de esporozoíto, que é haplóide e penetra no corpo do hospedeiro retirando nutrientes,
crescendo e se diferenciando em um gamonte (célula produtora de gametas). Normalmente os
gamontes feminino e masculino se pareiam, tendo a sua volta um envoltório comum (cisto) e cada
um produzindo muitos gametas através da fissão múltipla no interior do cisto. Quando já estão
completamente desenvolvidos os gametas formam zigotos diplóides, sendo que cada um produz
uma cápsula protetora extracelular que será chamada de esporo. Após esta fase, já no interior do
esporo, o núcleo do zigoto faz meiose pra voltar o nº haplóide dos cromossomos e dar
continuidade à divisão mitótica, resultando em oito esporozoítos. Nesse ciclo de vida ocorre a
produção de gametas conhecida como gamogonia, ocorre também a produção de esporos
denominada esporogonia.

Filo Retortamonada e Axostylata


Esses táxons de flagelados heterotróficos podem ter uma pequena quantidade ou muitos flagelos
distribuídos em grupos funcionais em apenas algumas das 700 espécies são de vida livre
(Hexamita) em habitats anóxicos, porém a maioria das espécies vive anaerobicamente nos
intestinos dos vertebrados e insetos, como baratas-da-madeira e cupins. Considerando o ambiente
em que vivem (sem oxigênio), as mitocôndrias  são ausentes e as células são especializadas para a
glicólise em vez da respiração aeróbia. No caso da Giardia, certos genes mitocondriais e proteínas
ocorrem, fazendo crer que a ausência das mitocôndrias é secundária e não primária.

Giardia Lamblia

Os retortamonádos, tais como Giardia lamblia, apresentam 4 flagelos. Esta espécie causa a
doença Giardíase, com sintomas a diarréia com sangue. É um conhecido parasita intestinal muito
comum. Ocorrendo frequentemente em crianças e pessoas que delas cuidam, também pode ser
adquirida ao se beber água dos córregos, rios. O axostilado Trichomonas vaginalis  é um pequeno
parasita com 4 flagelos na região anterior, que habita o trato urogenital dos seres humanos que
causam uma doença sexualmente transmissível muito difundida atualmente (Tricomoníase). Os
tecidos vivos podem ser invadidos por esse parasita e as vaginas seriamente infectadas, produzindo
um corrimento amarelo-esverdeado.

Principais Protozoários
Os protozoários são agentes causadores de muitas doenças, entre as principais podemos destacar:

Amebíase
É uma doença causada pelo protozoário Entamoeba histolytica. Ela entra no organismo humano
por meio de alimentos ingeridos que foram mal lavados e continham os cistos (forma que o
protozoário adota quando está fora de um organismo). [continue lendo sobre Amebíase]

Doença de Chagas
A doença de chagas é transmitida pelo barbeiro, um inseto encontrado em várias partes do Brasil.
O protozoário Trypanosoma cruzi passa para o corpo humano quando o barbeiro pica o organismo
em busca de sangue. Após a sucção, o barbeiro libera suas fezes na pele, causando coceira. Ao
coçar, o indivíduo acaba por jogar as fezes infectadas do barbeiro em sua corrente sanguínea.
[continue lendo sobre Doença de Chagas]
Giardíase
É causada pelo protozoário Giardia lamblia, encontrado forma cística em alimentos e na água
contaminada. Essa doença causa a diminuição da absorção de nutrientes de todo o trato digestivo,
podendo levar até a desnutrição. Tem como sintomas a cólica, náuseas, diarréia, etc. [continue
lendo sobre Giardíase]

Leishmaniose
Os protozoários do gênero Leishmania são os causadores da leishmaniose, que é transmitida por
mosquitos. O principal sintoma são feridas em mucosas da pele. Existe uma forma mais grave,
conhecida como Leishmaniose Visceral ou Calazar. [continue lendo sobre Leishmaniose]

Malária
Uma doença histórica, é transmitida pelo mosquito Anopheles que possui em seu organismo
protozoários do gênero Plasmodium. Os sintomas dessa doença são febre alta, dor de cabeça,
cansaço, entre outros. [continue lendo sobre Malária]

Toxoplasmose
Transmitida por animais domésticos que possuem em seu organismo o protozoário Toxoplasma
gondii. É uma doença que pode ser assintomática ou causar dores de cabeça, febre, aparecimento
de ínguas (gânglios linfáticos inchados), etc. [continue lendo sobre Toxoplasmose]

Tricomoníase
Causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, a tricomoníase é transmitida principalmente pelo
contato sexual, mas pode ser passada também por roupas, toalhas e assentos sanitários
contaminados. [leia mais sobre Tricomoníase]

Outras doenças
 Mal de Cadeiras – doença que ataca alguns animais
 Babesiose canina – protozoário Babesia canis ataca as células vermelhas dos cães
 Eimeriose ou Coccidiose – causa forte diarreia em alguns animais, podendo levar à morte.

REPRODUÇÃO

            Encontramos os seguintes tipos de reprodução:

            ASSEXUADA

            ·         divisão binária ou cissiparidade;


            ·         brotamento ou gemulação;

            ·         endogenia: formação de duas ou mais células-filhas por brotamento


inferno.

            ·         esquizogonia: divisão nuclear seguida da divisão do citoplasma,


constituindo indivíduos isolados ou merozoítos. Esses rompem a membranA
celular-mãe e continuam a desenvolver-se. As células-filhas recém-formadas são
os merozoítos; por isso, esquizogonia pode também ser denominada de
merogonia. Na realidade, existem três tipos de esquizogonia: merogonia (produz
merozoítos), gametogonia (produz microgametas) e esporogonia (produz
esporozoítos).

            SEXUADA

            Existem dois tipos de reprodução sexuada:

            ·         conjugação: união temporária de dois indivíduos, com troca mútua de
materiais nucleares;

            ·         singamia ou fecundação: união de microgameta e macrogameta


formando o ovo ou zigoto, o qual pode dividir-se para fornecer um certo número de
esporozoítos. O processo de formação de gametes recebe o nome de gametogonia
e o processo de formação dos esporozoítos recebe o nome de esporogonia.

Esquema do ciclo de reprodução dos protozoários

 
Algas

As variadas formas das diatomáceas.

As algas são organismos que anteriormente eram incluídos no Reino Plantae, porém atualmente
pertencem ao Reino Protista, sendo a Ficologia (fico = algas; logia = estudo) o ramo da biologia
que estuda esses seres: unicelular ou multicelular (filamentosas), eucariontes, fotossintetizantes e
viventes em ambientes de água doce (rios, lagos ou superfícies úmidas) ou salgada (mares e
oceanos).

Esses organismos autotróficos, dispostos na superfície oceânica (compondo o fitoplâncton),


consomem o gás oxigênio dissolvido na água para a sua respiração e liberam através do processo
fotossintético cerca de 70 a 90% do oxigênio contido na atmosfera. Recebendo, portanto, a
denominação de pulmão do mundo, diferente do que muitos pensam que seja a Floresta
Amazônica.

A reprodução assexuada pode ser tanto por divisão binária, isso nas unicelulares, onde a célula se
divide ao meio; quanto por fragmentação, mecanismo de cisão de um segmento no talo nas algas
multicelulares. Contudo, algumas espécies multicelulares reproduzem por zoosporia, utilizando-se
de células flageladas que se desprendem do talo, locomovendo-se até um local favorável para o
desenvolvimento.

Porém, a maioria das algas se reproduz de forma sexuada, principalmente as unicelulares


haploides, comportando-se como se fossem gametas. Depois de atingido a maturação essas células
se fundem, formando um zigoto diploide que irá se dividir por meiose (R!), originando outras
quatro células jovens haploides, reiniciando o ciclo.

Entre as características consideradas na classificação das algas, destacam-se basicamente duas: o


tipo de pigmento fotossintetizante e a presença de substâncias de reservas armazenadas no interior
das células, existindo seis filos distintos de acordo com o quadro abaixo:

Pigmento Substância de
Filo
Fotossintetizante Reserva
Clorofila A e b
Euglenophyta
Carotenoides
(euglenas) Paramilo
Xantofila
Clorofila A e C
Carotenoides
Dinophyta
Peridinina
(dinoflageladas) Amido
(pigmento: marrom-
avermelhada)
Clorofila A, C e E
Carotenoides
Bacillariophyta
Xantofila
(diatomáceas) Crisolaminarina
Fucoxantina
(pigmento: marrom)
Clorofila A e C
Carotenoides
Phaeophyta
Xantofila Laminarina e
(algas pardas)
Fucoxantina Manitol
(pigmento: marrom)
Clorofila A e D
Rhodophyta
Carotenoides
(algas
Ficoeritrina Amido
vermelhas)
(pigmento vermelho)
Clorofila A e B
Chlorophyta
Carotenoides
(algas verdes) Amido
Xantofilas

Euglenophyta → organismos unicelulares com dois flagelos, possuindo em seu interior estrutura
chamada estigma, desempenhando função sensorial, proporcionando orientação a partir de uma
fonte luminosa. Podem, conforme a baixa disponibilidade de luz, inativar seus cloroplastos,
realizando nutrição heterotrófica, retornando à situação autotrófica em condições favoráveis.

Dinophyta → organismos unicelulares, com endoesqueleto formado por delgadas placas


justapostas, próximas à face interna da membrana plasmática. Podem se reunir estabelecendo
colônias, produzindo toxinas em quantidade suficiente para provocar grande mortandade de peixes
e outros animais.

Bacillariophyta → organismos com parede celular desprovidas de celulose, porém impregnada


com sílica (carapaça), conferindo aspecto rijo e uma enorme variedade de formas.

Phaeophyta → organismos marinhos de regiões temperadas (água fria), e dimensões


consideráveis, medindo aproximadamente 70 metros de comprimento, representados por algas
pardas conhecidas por kelps.

Rhodophyta → organismos multicelulares marinhos (algas vermelhas), com alto teor em vitamina
C, utilizados na culinária oriental para preparação de sushi.

Chlorophyta → organismos clorofilados, uni ou pluricelulares com ampla distribuição nos mais
diversos ambientes aquáticos, ocupando também locais onde a umidade é constante (no tronco de
árvores ou aderidas na superfície de rochas).

Algas Euglenófitas
Os euglenóides do gênero Peranema e Euglena estão entre os flagelados mais familiares da classe
Euglenoidea (Filo Euglenozoa, Reino Protozoa). O corpo destes organismos é alongado e tem
uma invaginação (reservatório) na extremidade anterior. O citóstoma (abertura para entrada de
alimentos) está na base do reservatório e ligado a uma citofaringe. Um vacúolo contrátil nas
espécies de água doce descarrega no reservatório, e dois flagelos (cada um apresenta uma série de
mastigonemas) surgem originariamente da parede deste reservatório.

Euglena

Nas euglenas um dos flagelos é muito curto e termina na parte basal do flagelo longo. Já o ocelo
pigmentado (ou estigma) sombreia a dilatação fotorreceptora formando o corpo paraflagelar, na
área basal do flagelo longo. Porém no caso dos integrandes do gênero Peranema ambos os flagelos
são longos, mas apenas um deles se arrasta para trás podendo ser utilizado pra capturar alimento ou
prender o organismo em algum lugar.

Aproximadamente dois terços das mil espécies marinhas e de água doce dos Euglenóidea são
heterotróficos e incolores. Apenas um terço é fotoautotrófico verde, como as espécies de Euglena.
Os cloroplastos  das espécies fotossintéticas possuem clorofilas A e B. Essas espécies verdes
armazenam energia alimentícia como um carboidrato único chamado de paramilo. Este por sua vez
é sintetizado em uma região do cloroplasto (região pirenóide), mas é armazenado em grânulos
livres no citoplasma. Observe a figura abaixo:
Estrutura de uma Euglenófita

O alimento para os heterótrofos incolores consiste em compostos orgânicos absorvidos a partir da


água de bactérias e de algumas células de protozoários. Os peranema capturam a presa com um
órgão-bastão único associado com a sua citofaringe e citóstoma conforme ilustrado acima em B na
figura, o órgão-bastão consiste em dois bastões rígidos, paralelos e outras estruturas intracelulares
chamadas “veletas”.

A reprodução sexuada não foi observada nos euglenóides, mas a reprodução clonal (assexuada)
acontece por fissão binária.

Divisão Chrysophyta
Os organismos representantes da Divisão Chrysophyta são as algas douradas e diatomáceas.
Podem ser encontrados em habitat marinho ou dulcícola, possuem cromatóforos pigmentados
fotossintéticos com clorofilas a, b e c. São seres unicelulares, filamentosos (flagelos curtos ou
longos), podem ser móveis ou sésseis, podem ou não formar colônias. Estes representantes fazem
reserva de óleo, leucosina e volutina.
A reprodução destes organismos pode ser de dois
tipos: assexuada e sexuada. No primeiro caso ocorre uma divisão simples que origina 3 tipos de
esporos:  zoósporo, aplanósporo e enterósporo. Porém, quando a reprodução é sexuada,
normalmente na maioria dos casos ocorre a isogamia (tipo mais primitivo de fecundação), o que
não anula a possibilidade ocorrer anisogamia ou ainda oogamia (este seria mais difícil, mas não
impossível). Em algumas situações, diferentemente do comum, pode aparecer um tipo específico
de esporo: o cenozoósporo.

Esta divisão tem mais de 10.000 espécies, contempladas em uma classificação específica com três
classes:

 Classe Heterokonthae: subdivididos em 6 ordens e 21 famílias, os organismos desta classe


apresentam cromatóforos com clorofilas a e b. São preferencialmente dulcícolas, mas
também podem ser terrestres.
 Classe Chrysophyceae: os organismos representantes desta classe estão subdivididos em 6
ordens e 25 famílias.
 Classe Bacillariophyceae: entre os organismos que representam esta classe, estão
incluídas as diatomáceas. Famosas algas unicelulares de vida livre, detentoras de clorofilas
a e c.

Pirrófitas

As pirrófitas são algas unicelulares, providas de clorofila, caroteno e xantofila como pigmentos,
razão pela qual tomam frequentemente uma coloração avermelhada. São pirrófitas as responsáveis
pelas marés vermelhas que por vezes assolam algumas costas, e que chegaram mesmo a ser
responsáveis pelo baptismo do Mar Vermelho. As substâncias de reserva são o óleo e o amido.
Reino Fungi (Fungos, cogumelos)
No reino fungi é onde ficam os fungos, organismos geralmente macroscópios (que podem ser
vistos à olho nu), eucariontes, heterótrofos. Os representantes mais conhecidos são o bolor de pão,
mofo, orelha de pau, leveduras e o cogumelo. São estudados pela Micologia.

Estrutura
Os fungos são compostos por Hifas, que são filamentos de células que formam uma rede, chamada
de micélio. Este, se extende até o alimento, e realiza a absorção de seus nutrientes (veja
“Alimentação”).
A divisão das hifas em células é incompleta, caso em que elas são chamadas de septadas e as
barreiras divisórias são chamadas septos, ou ausente, caso em que elas são chamadas asseptadas
ou cenocíticas. Os Fungos geralmente possuem paredes celulares feitas com quitina e outros
materiais. As hifas podem ser modificadas para produzir estruturas celulares altamente
especializadas. Por exemplo, fungos que parasitam plantas possuem haustórios que perfuram as
células da planta e digerem as substâncias no seu interior; alguns fungos que vivem no interior do
solo capturam vermes e outros pequenos animais.

Alimentação
Os fungos não possuem clorofila, como nas plantas, por isso não podem realizar fotossíntese, e
consequentemente, não produzem seu próprio alimento. Eles soltam ao seu redor uma substância
chamada exoenzima, que é praticamente igual à uma enzima digestiva. Essas enzimas digerem
moléculas organicas do ambiente, e então o fungo absorve o seu alimento que foi digerido pelas
exoenzimas.

Existem dois nichos ecológicos para os fungos: decompositores e parasitas. A diferença entre os
dois é que os parasitas se fixam em organismos vivos, enquanto os decompositores se fixam em
organismos mortos. Os parasitas ainda podem ser insectívoros ou helmintívoros, respectivamente,
comedores de insetos ou minhocas. O primeiro, libera uma substância pegajosa à sua volta, onde
moscas e pequenos insetos ficam presos e são digeridos pelas exoenzimas. O segundo, o fungo
libera substâncias tranquilizantes que imobilizam as minhocas.

Reprodução
Os fungos terrestres podem se reproduzir sexuada e assexuadamente.

Reprodução Assexuada
O Penicillium, um tipo de fungo terrestre, gere através da mitose, células chamadas conidiósporos,
que são jogadas no ambiente. Cada uma dessas células poderá gerar um novo ser, dependendo do
local onde cair (como um pão, ou frutas).

Reprodução Sexuada
Um ótimo exemplo de fungo que se reproduz sexuadamente é o champignon, muito utilizada na
culinária de alguns países. Ele é um cogumelo (corpo de frutificação) que produz esporângios com
formato de raquete de tênis, que se chamam basídios. Dentro de cada basídio ocorre uma meiose,
originando quatro células, chamadas de basidiósporos. Eles são liberados no ambiente através do
brotamento, a partir do basídio. Os basidiósporos irão se desenvolver em local apropriado, feito
pelo criador de champignons. Ele também irá organizar um micélio haplóide. A junção de hifas
haplóides origina um micélio diplóide. Este, irá crescer e se tornar um cogumelo, completando o
ciclo.

Champignon
Classificação dos fungos
Os fungos costumam ser classificados em três grupos taxonómicos embora sejam considerados quatro: os
Zigomicetos, os Ascomicetos, os Basidiomicetos e os Fungos imperfeitos. Estes últimos não são um verdadeiro
filo mas um grupo de fungos cujas estruturas sexuadas não estão bem identificadas. Aqui se incluem o
Aspergillus e o Penicillium. Os Zigomicetos são os fungos mais simples, com hifas asseptadas, aqui se incluindo
o bolor-do-pão e alguns fungos parasitas de animais. Os Ascomicetos incluem fungos cujas hifas apresentam
septos perfurados, sendo o zigoto substituído por um pequeno saco, o asco. Leveduras, morquelas e trufas são
exemplos de fungos deste grupo. Os Basidiomicetos apresentam hifas septadas, com parede quitinosa. Produzem
um tipo de esporos, basidiósporo, suportados por um esporângio característico, com forma de dedos, o basídio.
Aqui se incluem os cogumelos.
Mutualismo

Mutualismo: associação de fungos e algas.

Mutualismo ou simbiose é uma interação ecológica interespecífica harmônica obrigatória na qual


há vantagens recíprocas para as espécies que se relacionam.

Essa associação é permanente, causando dependência, ou seja, indispensável à sobrevivência das


partes, que não podem viver separadas.

Entre as situações mais comuns envolvendo o benefício mútuo mantidos por organismos tanto
animais quanto vegetais, estão:

• A relação simbiótica entre espécies de cupins de madeira e protozoários (triconinfa), que somente
sobrevivem no interior do tubo digestivo destes animais. Essa associação ocorre em razão da não
digestão da celulose por estes insetos, necessitando da capacidade metabólica dos micro-
organismos referidos, providos de enzimas (celulose) atuantes na degradação específica deste
carboidrato, suprindo assim a precisão nutricional dos cupins.
• A relação mutualistica dos liquens, onde os fungos realizam a absorção e as algas se encarregam
pela fotossíntese.

• Associação simbiótica de fungos às raízes dos vegetais (chamadas micorrizas), onde um facilita a
absorção de água e sais minerais (hifas fúngicas), enquanto a planta fornece substâncias
sintetizadas pelas células que recepcionam as hifas.

Decompositores

Bactérias

Sempre que algum alimento estraga pensamos que algo ruim aconteceu, no entanto esse
acontecimento é tão imporante que sem ele a vida não seria possível em nosso planeta!
O apodrecimento ou decomposição dos alimentos, e de toda a matéria orgânica (restos mortos de
animais e plantas, fezes, etc.), ocorre pela ação de fungos e bactérias que crescem sobre a matéria
orgânica e se alimentam dela.

Para um ser vivo crescer e se manter vivo, é preciso obter alimento e nutrientes do ambiente.
Quando isso é feito, parte desses alimentos fica armazenada no corpo, formando suas extruturas
corporais e sendo usados em funções básicas. Quando o organismo morre esses nutrientes devem
ser devolvidos ao ambiente, e são os seres decompositores que fazem isso.

Nesse processo de crescimento e alimentação esses organismos liberam algumas substância que
deixam um cheiro desagrável e tornam o alimento impróprio para o consumo humano, no entanto é
desse modo que os nutrientes são devolvidos para o ambiente, podendo assim serem usados
novamente por outros organismos, como os produtores.

Se a decomposição não acontecesse, os nutrientes levariam um grande tempo para retornarem ao


ambiente, o que impediria que novos organismos se desenvolvessem. Sem os decompositores,
nosso planeta estaria repleto de corpos mortos e com o solo extremamente pobre.

Imagem artística de bactérias decompositoras

Fungo crescendo sobre madeira apodrecendo.

Fungo decompositor usado na produção de queijos


Parasitismo
Parasitismo é uma relação interespecífica (que ocorre entre espécies diferentes), onde apenas uma
espécie é beneficiada (parasita), através do prejuízo causado em outra espécie (hospedeiro).

É uma relação ecológica caracterizada pela espécie de parasitas que se instalam no corpo dos
hospedeiros, retirando todas as substâncias que servem para sua nutrição e assim causam
consequências variáveis podendo até matar seus hospedeiros.

Struthantus flexicaulis - é uma planta holoparasita que suga a seiva elaborada de outras árvores.

Os parasitas podem ser Classificados sob vários critérios em:

 Ectoparasitas: São parasitas que vivem externamente no corpo do hospedeiro. Ex: Pulgas,
Piolhos, Carrapatos, mosquitos, entre outros.
 Endoparasitas: São parasitas que vivem internamente no corpo do hospedeiro. Ex:
Bactérias, protozoários, vermes, entre outros.
 Hemoparasita: São parasitas que vivem internamente no corpo do hospedeiro, porém
especificamente na corrente sanguínea. Ex: a forma esporozoíta do Plasmodium
(Protozoário) vive na corrente sanguínea até se desenvolverem.
 Holoparasitas e Hemiparasitas: São parasitas de vegetais. Holoparasitas parasitam
vegetais superiores extraindo sua seiva elaborada. Os Hemiparasitas parasitam vegetais
extraindo sua seiva bruta.
 Parasitos Estenoxenos: São parasitas que abrigam espécies de vertebrados.
 Parasitos Eurixenos: São parasitas que vivem em uma variedade de hospedeiros possíveis.
 Parasito Facultativo: Vivem parasitando ou não um hospedeiro. Ex: Moscas
Sarcophagidae que se desenvolvem tanto em feridas necrosadas, quanto em matérias
orgânicas em decomposição.
 Parasito Obrigatório: É o parasita que não consegue viver fora do hospedeiro. Ex: vírus.
 Parasito Acidental: São parasitas que acidentalmente vive em um hospedeiro que não é o
de costume. Ex: O parasita Dipylidium caninum comumente encontrado em cães
parasitando uma criança.

Os hospedeiros, que são espécies que abrigam os parasitas, podem ser classificados em:
 Hospedeiro Definitivo: Os hospedeiros definitivos abrigam os parasitas em fase de
maturidade ou de atividade sexual.
 Hospedeiro Intermediário: Os hospedeiros intermediários abrigam parasitas na fase
larvária ou assexuada. Ex: O caramujo é o hospedeiro intermediário do Schistosoma
mansoni.
 Hospedeiro Paratênico ou de Transporte: São hospedeiros intermediários que não se
desenvolvem, porém permanece viável até atingir um novo hospedeiro. Ex: Peixes de
grande porte, que ingerem outros peixes de menor porte contendo larvas do parasita
plerocercóides de Diphyllobotrium. Essas larvas são transportadas aos humanos quando
eles ingerem os peixes parasitados.

Os parasitas para sobreviverem no corpo de seus hospedeiros precisam recolher nutrientes para sua
alimentação e agem sob diversas formas através de:

 Ação Espoliativa: Os parasitas absorvem nutrientes e sangue do hospedeiro.


 Ação Enzimática: Os parasitas produzem enzimas que furam e dissolvem partes do corpo
do hospedeiro.
 Ação Irritativa: Sem causar lesões traumáticas, os parasitas causam irritação no local
parasitado, prejudicando o hospedeiro
 Ação Mecânica: Os parasitas podem interferir o fluxo alimentar e a absorção de alimentos
do hospedeiro.
 Ação Tóxica: Os parasitas produzem substâncias como enzimas ou metabólitos que podem
ser tóxicas e lesar o hospedeiro.
 Ação traumática: São lesões provocadas pelos parasitas no corpo do hospedeiro,
geralmente por vermes, formas larvárias e protozoários.
 Anóxia: A anóxia acontece devido o consumo dos parasitas de oxigênio presentes nas
hemoglobinas, podendo também causar anemias.

Exemplos de Relação de Parasitismo

Seres Humanos parasitados pelo verme Ascaris lumbricoides: Ascaríase ou ascaridíase é uma
doença causada pelo verme Ascaris lumbricoides, mais conhecido como lombriga, sendo
encontrados no intestino. Este parasita possui corpo cilíndrico e alongado, podendo chegar até 40
centímetros de comprimento e causa vários desconfortos aos humanos (hospedeiros) como febre,
diarréias, náuseas, convulsões e vários outros. Para evitar este tipo de verme são necessárias
medidas higiênicas como lavar as mãos antes de se alimentar, lavar frutas e verduras antes de
ingerir, evitar defecar em locais inapropriados, entre outros.

Cachorros parasitados por Toxocara canis: Toxocara Canis (parasita) são vermes que apresentam
coloração esbranquiçada e vivem no intestino dos cães (hospedeiro), causando-lhes diarréias,
pelagem rala, vômito, entre outros.

Largata parasitada por larvas de braconídeos: Braconídeos são pequenas vespas que se alojam no
corpo das largatas depositando seus ovos. Isso acontece porque as vespas injetam partículas virais
que são capazes de perturbar o sistema imunitário das largatas. Assim seus ovos irão se
desenvolverem e as larvas (parasita) que irão nascer se alimentaram do corpo da largata
(hospedeiro).

Fermentação

Os seres vivos precisam, para sobreviverem, de alguns elementos, como água, proteinas,
vitaminas, sais minerais, carboidratos, etc.; os alimentos vão dar aos organismos energia para que
as células façam as suas atividades vitais.

As plantas podem produzir sua própria energia através da fotossíntese; as algas  também realizam a
fotossíntese, são tidas como o pulmão do mundo por liberarem na natureza mais oxigênio que a
região Amazônica, vez que necessitam bem pouco oxigênio para a respiração.

E nessa luta para sobrevivência, os organismos retiram energia das mais diversas moléculas
orgânicas, como os açucares, os aminoácidos, os ácidos gordos, etc., sendo que, tanto na
fermentação como na respiração, a mais frequente é a glicose.

Fermentação vem a ser um processo utilizado pelas bactérias para obter energia, não utiliza
oxigênio e decorre no citoplasma das células, sendo que cada etapa é catalisada com a ajuda de
diferentes enzimas.

Algumas indústrias se utilizam desse processo na produção de alguns produtos, conhecidos de


todos nós, como por exemplo:

1. iogurte é produzido pela famosa fermentação lática, onde as bactérias, denominadas de


lactobacilos, produzem ácido lático;

2. pão e cerveja são produzidos pela fermentação alcóolica, onde a fermentação é realizada por
fungos (anaeróbicos facultativos), que produzem no final álcool;

3. vinagre à produzido pela fermentação acética, que consiste numa reação química, onde ocorre
a oxidação parcial do álcool etílico, obtendo o ácido acético. As bactérias que realizam esse
processo são as acetobactérias; etc.

Podemos visualizar duas etapas marcantes nas reações que ocorrem na fermentação:
1. glicólise à consiste na fosforilação, a glicose é ativada, transformando ATP em ADP. A glicose
se transforma em frutose 1,6-difosfato, que é um produto altamente instável, que se quebra em
duas moléculas de gliceraldeído, que vai se transformar em ácido pirúvico.

2. redução do ácido pirúvico à a redução ocorre pelo hidrogênio que é liberado pelo NADH2
produzido na glicólise que, dependendo do tipo de organismo fermentativo, vai dar origem a um
composto diferente, podendo seu o ácido acético, o ácido láctico, o álcool etílico e o dióxido de
carbono.

O rendimento energético líquido desse tipo de reações é tido como pequeno, pois apenas 4% da
energia contida na molécula de glicose é disponibilizada para o organismo, ou seja, para cada
molécula de glicose obtêm-se duas moléculas de ATP.

Alexander Fleming, bacteriologista, publicou em 1929, em Londres,um trabalho relatando as


propriedades estudadas em meios de culturas de -Staphylococcus aureus-, contaminadas por um
fungo existente no ar, pertencente ao gênero -Penicillium notatun- inibindo o crescimento. A
substância produzida pelo fungo, depois de isolado, foi denominado de penicilina reconhecida por
Fleming, como de possível utilização nos tratamentos das infecções, descoberta esta, que não foi
de imediato valorizada na sua extensão terapêutica, permanecendo como uma curiosidade. Em
1939 foi descoberta a tirotricina por Dubos, obtida a partir de -Bacillus brevis-, isolados do solo,
entretanto esta substância mostrou-se ser extremamente tóxica em uso sistêmico.

Os novos métodos, naturais e artificiais, para obtenção de medicamentos como atividade


antimicrobiana, somados ao aperfeiçoamento dos processos antigos, tornam necessária a revisão
do conceito primitivo de antibiótico,algumas destas substâncias puderam ser sintetizadas;
verificou-se que outras possuíam ação antiblástica, passou-se também a utilizá-las com finalidades
industriais, em conservação de alimentos e em desinfecção, em indústrias de fermentação, seu
emprego nos meios de cultura, impedindo a contaminação bacteriana, permitindo progressos a
virologia.

Os antibióticos eram inicialmente obtidos somente a partir de determinados microrganismos e em


seguida de vegetais superiores. Posteriormente, com o conhecimento da sua estrutura química,
alguns passaram a ser sintetizados em laboratórios, enquanto, outros foram obtidos derivados
semi-sintéticos que podem apresentar propriedades diferentes da substância inicial.

Durante a Segunda Guerra Mundial a demanda de quimioterápicos para tratar as infecções de


feridas levou ao desenvolvimento de um processo de produção de penicilina e ao início da era dos
antibióticos. Esta continua sendo na atualidade a área mais importante na investigação da
microbiologia industrial.

Em 1961 eram conhecidos 513 antibióticos, 4076 em 1972, 7650 em 1985 e atualmente ao redor
de 8.000. Além disso, tem sido detectadas em liquens, algas, animais superiores e plantas, em
torno de 3.000 substâncias com atividade antibiótica.

Do grande número de antibióticos conhecidos de origem microbiana, somente 123 são produzidos
atualmente por fermentação. Além disso, mais de 50 antibióticos são produzidos como compostos
semi-sintéticos e três antibióticos: o cloranfenicol, a fosfomicina e a pirrolnitrina produzem-se de
forma completamente sintética.
A produção de antibióticos poderia ter significado ecológico para a vida do microrganismo na
natureza, mas existem poucas pesquisas sólidas que sustentam esta hipótese.

1.2 – Grupos microbianos que produzem antibióticos

Os antibióticos são produzidos por bactérias, actinomicetos e fungos.

Entre os fungos, somente os antibióticos produzidos por Aspergillaceae e Moniliales são de


importância prática. Os compostos isolados a partir de basidiomicetos não têm uso prático.

Entre as bactérias, existem muitos grupos taxonômicos que produzem antibióticos. Maior
variedade em estrutura e número de antibióticos é encontrada nos actinomicetos, especialmente no
gênero Streptomyces. Outro importante grupo de substâncias são os antibióticos peptídicos,
produzidos por bactérias do gênero Bacillus.

1.3 – Classificação dos antibióticos

Os antibióticos podem ser classificados de acordo com seu espectro antimicrobiano, mecanismos
de ação, cepa produtora, forma de biossíntese ou estrutura química.

1.4 – Aplicações dos antibióticos

Os antibióticos são usados principalmente como agentes terapêuticos nas infecções causadas por
microrganismos sensíveis a eles. A maior parte dos antibióticos são fabricados como agentes
antimicrobianos para quimioterapia.

Antibióticos antitumorais: estes antibióticos são utilizados clinicamente como agentes citostáticos.
Geralmente são tóxicos, mas com um cuidadoso controle das doses alguns destes antibióticos são
eficazes no tratamento de certos tipos de tumores.

Atualmente são desenvolvidos antibióticos de uso exclusivo em plantas.

Os antibióticos são usados também em alimentos. Utilizam-se os seguintes compostos: pimaricina,


um fungicida aplicado à superfície dos alimentos; tilosina (eficaz contra os esporos de Bacillus) e
nisina (eficaz contra clostrídios), ambos utilizados na indústria de conservas.

Para alguns queijos, o leite é coalhado acrescentando ácidos como o vinagre ou sumo de limão. A
maioria dos queijos, no entanto, é acidificada, em menor grau por bactérias, que transformam os
açúcares do leite em ácido láctico, seguido pela adição de coalho para completar a coagulação. O
coalho é uma mistura de enzimas obtida tradicionalmente a partir do revestimento do estômago de
bovinos jovens, mas agora também produzida em laboratório. Em Portugal a coalhação é efectuada
predominantemente utilizando a flor do cardo (C. cardunculus spp. flavescens), do gênero Cynara.
Atualmente existem alternativas vegetarianas para o coalho; a maioria delas obtida pela
fermentação do fungo Mucor miehei.

Fungos Alucinógenos

1) Gênero Gyromytra: (Família Helvellaceae, Classe Ascomycetes, Filo Ascomycote)


Seu corpo de frutificação é grande e muito lobado, com forma de cérebro. Visualmente é difícil
fazer uma distinção entre esse gênero e o gênero Helvella (“fungos com sela”). Consequentemente
ocorrem confusões taxonômicas na classificação dos dois gêneros.

Gyromytra esculenta e Gyromytra gigas (G. montana) são grandes, podendo atingir alturas de até
12 cm. Algumas pessoas comem fungos do gênero Helvella e Gyromytra e os acham deliciosos.
Outras, ao se alimentarem desses fungos, morrem.

Um caso de morte em massa envolvendo o consumo de G.esculenta foi relatado na Normandia,


França, onde pelo menos 17 pessoas que consumiram o corpo de frutificação desses fungos
ficaram gravemente doentes.

Como a toxina, giromitrina, é insolúvel em água, alguns recomendam que esses fungos sejam
fervidos (por longos tempos) e que o líquido seja descartado, para que possam servir como
alimento. Por outro lado, parte do sabor é perdido com esse processo. Além disso, esse método não
é completamente seguro. Embora não recomendado, pessoas da costa oeste dos EUA
continuamente se alimentam desses fungos.

A giromitrina é formada por monometilhidrazina (MMH), uma substância incolor, hidrossolúvel,


altamente tóxica, muito volátil (é usada para impulsionar foguetes na NASA) e carcinogênica.
Desse modo, a linha divisória entre a dose mortal e a dose segura é muito pequena.

Após o consumo, os sintomas aparecem após duas a quatro horas, incluindo dores de cabeça, dores
abdominais, diarréia e vômitos, que possivelmente resultam em morte.

2) Gênero Amanita (Família Amanitaceae, ordem Agaricales, Filo Basidiomycota)

Os fungos desse gênero e principalmente a Amanita phalloides parecem se mais comuns na costa
Leste dos EUA, tendo sido coletado desde a Virgínia até Nova Iorque.

Esses fungos apresentam polipeptídeos tóxicos como amatoxinas, faloidinas e virotoxinas. Apenas
as amatoxinas estão envolvidas na maior parte dos envenenamentos, já que as faloidinas quase não
passam pela parede intestinal. As faloidinas ligam-se especificamente à actina, causando, quando
em contato com a corrente sanguínea, parada cárdio respiratória. As amatoxinas costumam ser
inibidores específicos da RNA-polimerase (alpha-amanitina) encontrada em todos os eucariontes.
Embora as amatoxinas apresentem esse efeito letal sobre os outros organismos, a RNA polmerase
do fungo não é afetada.

3) Claviceps purpurea

É um ascomicete que vive parasitando geralmente as espigadas do centeio, mas pode parasitar
outros cereais e gramíneas.

Durante a floração do centeio, ocorrem dois fenômenos, o primeiro é que as fibras micelianas da
cravagem ocupam totalmente o ovário do vegetal. O outro fenômeno é que as fibras do micélio se
emaranham e exteriorizam pequenos conídios que secretam um líquido claro e açucarado cuja
função é atrair insetos que disseminam o cogumelo.

Esses conídios crescem formando o esclerócio ou cravagem. Durante a ceifa, esses esclerócios
caem no solo e deles nascem pequenas frutificações que na primavera lançará esporos sobre as
novas espigas de centeio.

Caso esse centeio contaminado seja utilizado para a confecção de produtos alimentícios, pão ou
cerveja, esses alimentos não podem ser consumidos pelo o homem sob o risco de intoxicação.

A doença causada pela cravagem do centeio é chamada de Ergotismo - pois cravagem em francês é
Ergot - ou de Fogo de Santo Antônio, visto que era esta ordem que mais tratou dos pacientes,
quando a doença se apresenta na forma gangrenosa.

Acredita-se que o ergotismo seja uma das principais causas de baixa fertilidade durante a Idade
Média e que na França, no ano de 994, tenha causado a morte de pelo menos 40.000 pessoas. Vale
lembrar que a última grande epidemia ocorreu na Rússia nos anos de 1926/27.

Claviceps purpurea não apresenta somente características negativas, desde a Idade Média que se
conhece seus efeitos ecbólicos, que foram primeiramente descritos no ano de 1582 pelo médico
Adam Lonitzer, mas só aceitos pela comunidade acadêmica no ano 1808 com a publicação do
trabalho do doutor John Stearns "Account of the Putvis Parturiens, a Remedy for Quickening
Childbirth".

Na mesma época parou de se utilizar a cravagem como ecbólico devido a incerteza da dosagem a
ser dada a mãe, o que causava em certos casos espasmos uterinos. Sendo então somente
recomendada para casos de hemorragia de pós-parto.

Durante o século XIX tentou-se estudar e isolar os princípios ativos do Ergot, sendo realizado no
início do século XX, no ano de 1907, pelos ingleses G. Barger e F. H. Carr que isolaram uma
preparação alcaloidal ativa, batizada por eles de ergotoxina - visto que parecia possuir mais efeitos
tóxicos que benéficos.

Durante os anos trinta, por concorrência de laboratórios ingleses e americanos, as pesquisas da


ergotoxina avançaram a passo de gigante, por exemplo, cientistas de Nova York descobriram um
núcleo comum, uma mesma base para todos os alcalóides, sendo chamado de ácido lisérgico. Em
1938 a vigésima quinta substância derivada do ácido lisérgico foi descoberta, o LSD-25 (Lyserg-
saure-diathylamid).

Em 1943 já se conhecia praticamente todas as propriedades dos seis alcalóides levógiros que são
farmacologicamente ativos. Seriam utilizados no parto e pós-parto devido aos efeitos uterotônicos,
no campo da geriatria e da psiquiatria por melhorar a circulação periférica, irrigando melhor o
cérebro.
Reino Plantae
Caracterização
O Reino Plantae compreende seres eucariontes, pluricelulares, autotróficos, que realizam
fotossíntese.

A exemplo dos animais, o organismo vegetal é constituído por células. Contudo, sua organização é
bastante diferente. Se seus órgãos têm funções paralelas às dos sistemas animais, o mesmo não
pode se dizer da sua estrutura.

Em relação aos animais falamos em sistemas digestório, respiratório, reprodutor, etc.; no


que diz respeito às plantas, tratamos de órgãos: a raiz, o caule, a folha, a flor, o fruto e a
semente.

A classificação dos vegetais possui ligeiras diferenças em relação à classificação animal. Ao invés
de usar o termo Filo, usa-se o termo Divisão.

As plantas são divididas em dois grandes grupos:

Criptógamas (kripto, escondido): Plantas que possuem as estruturas produtoras de gametas


pouco evidentes

Fanerógamas(phanero, evidente): Possuem as estruturas produtoras de gametas bem visíveis.

ALGAS PLURICELULARES

São organismos aquáticos, em sua maioria marinhos, mas também com espécies de
água doce, ou seja, vivendo em rios e lagos. Até mesmo em solos úmidos.
As algas pluricelulares não têm órgaos especializados e seu corpo todo é
denominado talo.
Sua reprodução é variável, dependendo da espécie., podendo ser assexuada ou sexuada.
Dividem-se em 3 grupos: Clorófitas, Rodófitas e Feófitas.

CLORÓFITAS
Também chamadas de Clorofíceas, são conhecidas como "algas verdes". A maioria
marinha mas também com algumas espécies dulcícolas.

O pigmento predominante é aclorofila, que dá a elas a cor verde.


Muitas delas são consumidas pelo ser humano como alimento, como por exemplo o
gênero Ulva (alfaces-do-mar), muito apreciadas pelos orientais.

RODÓFITAS

As Rodofíceas são conhecidas como "algas vermelhas", mas podem também apresentar
a coloração azulada e róseas, dentre outras. Isso porque além da clorofila, possuem
possuem outros pigmentos como a ficoeritrina(avermelhada) e a ficocianina(azulada).
Algumas rodófitas são utilzadas como alimento, como por exemplo a nori, utilizada no
preparo do sushi.

FEÓFITAS

Também chamadas de Feofíceas, são conhecidas como algas pardas, pois sua coloração
vai do marron-escuro ao verde-amarelado, dependendo da proporção de seus
pigmentos. Além da clorofila, apresentam a fucoxantina.
São quase que exclusivamente marinhas e os exemplares mais conhecidos são os
sargaços (gênero Sargassum). Podem chegar a medir vários metros de comprimento.
Briófitas

Briófitas (do gergo bryon: 'musgo'; e phyton: 'planta') são plantas pequenas, geralmente com
alguns poucos centímetros de altura, que vivem preferencialmente em locais úmidos e sombreados.

O corpo do musgo é formado basicamente de três partes ou estruturas:

 rizoides - filamentos que fixam a planta no ambiente em que ela vive e absorvem a água e
os sais minerais disponíveis nesse ambiente;
 cauloide - pequena haste de onde partem os filoides;
 filoides -estruturas clorofiladas e capazes de fazer fotossíntese.

Estrutura das briófitas


 

Essas estruturas são chamadas de rizoides, cauloides e filoides porque não têm a mesma
organização de raízes, caules e folhas dos demais grupos de plantas (a partir das pteridófitas).
Faltam-lhes, por exemplo, vasos condutores especializados no transporte de nutrientes, como a
água. Na organização das raízes, caules e folhas verdadeiras verifica-se a presença de vasos
condutores de nutrientes.

Devido a ausência de vasos condutores de nutrientes, a água absorvida do ambiente e é


transportada nessas plantas de célula para célula, ao longo do corpo do vegetal. Esse tipo de
transporte é relativamente lento e limita o desenvolvimento de plantas de grande porte. Assim, as
briófitas são sempre pequenas, baixas.

Acompanhe o raciocínio: se uma planta terrestre de grande porte não possuísse vasos condutores, a
água demoraria muito para chegar até as folhas. Nesse caso, especialmente nos dias quentes -
quando as folhas geralmente transpiram muito e perdem grande quantidade de água para o meio
ambiente -, elas ficariam desidratadas (secariam) e a planta morreria. Assim, toda a planta alta
possui vasos condutores.
 

Mas nem todas as plantas que possuem vasos condutores


são altas; o capim, por exemplo, possui vasos condutores e
possui pequeno porte. Entretanto, uma coisa é certa: se a
planta terrestre não apresenta vasos condutores, ela terá
pequeno porte e viverá em ambientes preferencialmente
úmidos e sombreados.

  Musgos e hepáticas são os principais representantes das


briófitas. O nome hepáticas vem do grego hepathos, que
significa 'fígado'; essas plantas são assim chamadas porque
o corpo delas lembra a forma de um fígado.
Hepática Os musgos são plantas eretas; as hepáticas crescem
"deitadas" no solo. Algumas briófitas vivem em água doce,
mas não se conhece nenhuma espécie marinha.

Reprodução das briófitas

Para explicar como as briófitas se reproduzem, tomaremos como modelo o musgo mimoso.
Observe o esquema abaixo.

Os musgos verdes que vemos num solo úmido,


por exemplo, são plantas sexuadas que
representam a fase chamada gametófito, isto é, a
fase produtora de gametas.

Nas briófitas, os gametófitos em geral têm sexos


separados. Em certas épocas, os gametófitos
produzem uma pequena estrutura, geralmente na
região apical - onde terminam os filoides. Ali os  
gametas são produzidos. Os gametófitos
masculinos produzem gametas móveis, com
flagelos: os anterozoides. Já os gametófitos
femininos produzem gametas imóveis, chamados
oosferas. Uma vez produzidos na planta
masculina, os anterozoides podem ser levados até
uma planta feminina com pingos de água da chuva
que caem e respingam.

Na planta feminina, os anterozoides nadam em direção à oosfera; da união entre um anterozoide e


uma oosfera surge o zigoto, que se desenvolve e forma um embrião sobre a planta feminina. Em
seguida, o embrião se desenvolve e origina uma fase assexuada chamada esporófito, isto é, a fase
produtora de esporos.

No esporófito possui uma haste e uma cápsula. No interior da cápsula formam-se os esporos.
Quando maduros, os esporos são liberados e podem germinar no solo úmido. Cada esporo, então,
pode se desenvolver e originar um novo musgo verde - a fase sexuada chamada gametófito.

Como você pode perceber, as briófitas dependem da água para a reprodução, pois os anterozoides
precisam dela para se deslocar e alcançar a oosfera.

O musgo verde, clorofilado, constitui, como vimos, a fase denominada gametófito, considerada
duradoura porque o musgo se mantém vivo após a produção de gametas. Já a fase denominada
esporófito não tem clorofila; ela é nutrida pela planta feminina sobre a qual cresce. O esporófito é
considerado uma fase passageira porque morre logo após produzir esporos.
Pteridófitas

Exemplos de pteridófitas.

O grupo das pteridófitas compreende plantas que, diferentemente das briófitas, possuem vasos
condutores de seiva sendo, por isso, consideradas traqueófitas. Entretanto, não apresentam
sementes - tal como os musgos, hepáticas e antóceros - e, ao contrário destas, a fase dominante é o
esporófito, com gametófito reduzido.

Seus representantes podem viver sobre o tronco de árvores e arbustos (epífitas), ou mesmo em
ambientes aquáticos. Avencas, samambaias e espécies dos gêneros Selaginella e Lycopodium são
as integrantes deste grupo.

O fato de serem traqueófitas fez com que com o transporte de água, nutrientes e seiva elaborada se
tornasse mais eficiente. Essa característica, aliada ao surgimento de tecidos de sustentação,
permitiu que seus representantes apresentassem maior porte e se mantivessem eretos.

Pteridófitas possuem rizoma: tipo de caule semelhante a uma raiz, subterrâneo ou localizado bem
próximo ao solo, quase imperceptível. Têm, ainda, folhas divididas em folíolos, sendo que as mais
jovens, denominadas báculos, se apresentam enroladas. Em muitas espécies, tais estruturas,
quando mais adultas, apresentam soros distribuídos na face inferior. Soros possuem esporângios
contendo células-mãe dos esporos. Por meio de divisões meióticas tais células dão origem a esses
últimos.

Esporos, em substrato úmido, se desenvolvem e passam a ser denominados “prótalos”. Nestes, há


uma região masculina e outra feminina. Geralmente, com a ajuda da água de chuva, sereno, dentre
outros, os anterozoides (gametângios masculinos) se dirigem à oosfera (gametângio feminino),
ocorrendo a fecundação. A partir do zigoto, desenvolve um esporófito jovem, completando este
ciclo.

Além da reprodução sexuada, alguns representantes deste grupo reproduzem-se assexuadamente,


por brotamento.
Gimnospermas
 

As gimnospermas (do grego Gymnos: 'nu'; e


sperma: 'semente') são plantas terrestres que
vivem, preferencialmente, em ambientes de
clima frio ou temperado. Nesse grupo incluem-
se plantas como pinheiros, as sequóias e os
ciprestes.

As gimnospermas possuem raízes, caule e


folhas. Possuem também ramos reprodutivos
com folhas modificadas chamadas estróbilos.
Em muitas gimnospermas, como os pinheiros e  
as sequóias, os estróbilos são bem
desenvolvidos e conhecidos como cones - o que
lhes confere a classificação no grupo das
coníferas.
Araucárias, tipo de conífera.
Há produção de sementes: elas se originam nos
estróbilos femininos. No entanto, as
gimnospermas não produzem frutos. Suas
sementes são "nuas", ou seja, não ficam
encerradas em frutos.

Reprodução das gimnospermas

Vamos usar o pinheiro-do-paraná (Araucária angustifólia) como modelo para explicar a


reprodução das gimnospermas. Nessa planta os sexos são separados: a que possui estróbilos
masculinos não possuem estróbilos femininos e vice-versa. Em outras gimnospermas, os dois tipos
de estróbilos podem ocorrer numa mesma planta.
O estróbilo masculino produz pequenos esporos chamados
grãos de pólen. O estróbilo feminino produz estruturas
denominadas óvulos. No interior de um óvulo maduro surge
um grande esporo.

Quando um estróbilo masculino se abre e libera grande


quantidade de grãos de pólen, esses grãos se espalham no
ambiente e podem ser levados pelo vento até o estróbilo
feminino. Então, um grão de pólen pode formar uma espécie
 
de tubo, o tubo polínico, onde se origina o núcleo
espermático, que é o gameta masculino. O tubo polínico
cresce até alcançar o óvulo, no qual introduz o núcleo
espermático.
Cones ou estróbilos
No interior do óvulo, o grande esporo que ele abriga se
desenvolve e forma uma estrutura que guarda a oosfera, o
gameta feminino. Uma vez no interior do óvulo, o núcleo
espermático fecunda a oosfera, formando o zigoto.

Este, por sua vez, se desenvolve, originando um embrião. À medida que o embrião se forma, o
óvulo se transforma em semente, estrutura que contém e protege o embrião

Nos pinheiros, as sementes são chamadas pinhões. Uma vez formados os pinhões, o cone feminino
passa a ser chamado pinha. Se espalhadas na natureza por algum agente disseminador, as sementes
podem germinar. Ao germinar, cada semente origina uma nova planta.
A semente pode ser entendida como uma espécie de "fortaleza biológica", que abriga e
protege o embrião contra desidratação, calor, frio e ação de certos parasitas. Além disso, as
sementes armazenam reservas nutritivas, que alimentam o embrião e garantem o seu
desenvolvimento até que as primeiras folhas sejam formadas. A partir daí, a nova planta fabrica
seu próprio alimento pela fotossíntese.

A pinha e a semente (pinhão) da Araucária

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