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Assim, por exemplo, a ameaça praticada pelo 4-) (VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia)
marido contra a mulher continua sendo de ação
Nos termos da Lei no 11.340/2006 (Lei Maria da
pública condicionada porque tal exigência consta
Penha):
do parágrafo único do art. 147 do CP.
a) a mulher vítima será inquirida
sempre com intermediação de profissional do
O que a Súmula nº 542 do STJ afirma é que o delito sexo feminino especializado em violência
de LESÃO CORPORAL praticado com violência doméstica e familiar designado pela
doméstica contra a mulher é sempre de ação penal autoridade judiciária ou policial.
incondicionada porque o art. 88 da Lei nº 9.099/95 b) é direito da mulher em situação de
não pode ser aplicado aos casos da Lei Maria da violência doméstica e familiar o atendimento
Penha". (Fonte: Dizer o Direito) pericial especializado, ininterrupto e prestado
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por servidores exclusivamente do sexo E) INCORRETA: a lei 11.340/06 traz diversas
feminino. diretrizes para a inquirição de mulher em situação
c) é direito da mulher em situação de de violência doméstica e familiar, sendo que uma
violência doméstica e familiar o atendimento delas é a inquirição intermediada por profissional
policial e pericial especializado, ininterrupto e especializado em violência doméstica e familiar,
prestado por servidores, preferencialmente do designado pela autoridade policial ou judicial, mas
sexo feminino e previamente capacitados. quando for o caso de a inquirição ser realizada
d) é direito da mulher em situação de desta forma e não sempre, como descrito na
violência doméstica e familiar o atendimento alternativa.
policial especializado, ininterrupto e prestado
por servidores exclusivamente do sexo 5-) Uma mulher sofreu diversas formas de
feminino. violência doméstica provocadas pelo marido.
e) a mulher vítima será inquirida Muito abalada, ela conseguiu ir a uma delegacia
sempre com intermediação de profissional especializada e foi recebida por uma autoridade
especializado em violência doméstica e policial que, após ouvir suas queixas, adotou
familiar designado pela autoridade judiciária imediatamente as providências cabíveis. O
ou policial. expediente foi recebido pelo juiz com pedido de
medidas protetivas de urgência.
A) INCORRETA: a lei 11.340/06 traz diversas De acordo com a Lei n.º 11.340/2006 — Lei Maria
diretrizes para a inquirição de mulher em situação da Penha —, o juiz poderá conceder medida
de violência doméstica e familiar, sendo que uma protetiva
delas é a inquirição intermediada por profissional a) somente após a audiência das partes.
especializado em violência doméstica e familiar, b) isoladamente, sendo vedada a cumulação.
designado pela autoridade policial ou judicial, mas c) apenas se houver pedido expresso da
quando for o caso de a inquirição ser realizada ofendida nesse sentido.
desta forma e não sempre, como descrito na d) de imediato, ainda que sem a oitiva
alternativa, e também não há exigência de ser das partes e sem a manifestação do Ministério
profissional do sexo feminino, como também Público.
descrito na presente alternativa. e) somente após a manifestação do
Ministério Público.
B) INCORRETA: Realmente é direito da mulher em
situação de violência doméstica e familiar o É importante compreender o motivo de cada item
atendimento policial e pericial especializado, estar errado, a fim de marcar o correto com
ininterrupto e prestado por servidores previamente consciência. Observemos as partes em maiúsculo
capacitados, PREFERENCIALMENTE, e não para encontrarmos exatamente onde os itens
exclusivamente, do sexo feminino. precisam de reparos:
C) CORRETA: Nos termos do artigo 10-A da lei a) Incorreto. Pelo que ensina o art. 19, §1º da Lei
11.340/2006, é direito da mulher em situação de 11.340/06, as medidas poderão ser concedidas
violência doméstica e familiar o atendimento INDEPENDENTEMENTE DE AUDIÊNCIA DAS PARTES.
policial e pericial especializado, ininterrupto e
prestado por servidores, preferencialmente do b) Incorreto. É o art. 19, §2º da mesma lei que
sexo feminino e previamente capacitados. combate essa ideia ao apontar diretamente que as
medidas protetivas de urgência serão aplicadas
D) INCORRETA: Realmente é direito da mulher em isolada OU CUMULATIVAMENTE (...)
situação de violência doméstica e familiar o
atendimento policial e pericial especializado, c) Incorreto. Isso porque o a cabeça do art. 19 inicia
ininterrupto e prestado por servidores previamente dizendo que essas medidas poderão ser concedidas
capacitados, PREFERENCIALMENTE, e não pelo juiz, A REQUERIMENTO DO MP ou a pedido da
exclusivamente, do sexo feminino. ofendida.
A Constituição Federal de 1988 traz em seu texto A citada lei prevê a possibilidade de prisão
que a família é a base da sociedade e terá proteção preventiva do agressor mediante requerimento do
especial do Estado e que este criará mecanismos Ministério Público ou representação da Autoridade
para combater a violência no âmbito de suas
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Policial, no inquérito policial ou durante a instrução
criminal.
A) CORRETA (a alternativa): No pedido da ofendida
Houve uma alteração recente na lei para deverá conter o nome e a idade dos
também tornar crime o descumprimento das dependentes (artigo 12, §1º, II, da lei 11.340/06),
medidas protetivas, artigo 24-A da lei 11.340, mas dentre os procedimentos a serem realizados,
sendo que neste caso a fiança somente poderá ser de imediato, pela autoridade policial, não se
concedida pelo Juiz. encontra o encaminhamento dos dependentes a
Casa de Abrigo.
O capitulo II da lei trata das medidas protetivas de
urgência, dentre estas a proibição de se aproximar B) INCORRETA (a alternativa): a afirmativa está
da ofendida, seus familiares e correta e traz o disposto no artigo 12, I, da lei
testemunhas, fixando um limite mínimo (22, III, “a) 11.340/2006:
e o afastamento do agressor do lar, domicílio ou “Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica
local de convivência com a ofendida (artigo 22, I). e familiar contra a mulher, feito o registro da
ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de
A lei “Maria da Penha" ainda traz que: imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo
daqueles previstos no Código de Processo Penal:
1) é vedada a aplicação, nos casos de violência I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência
doméstica e familiar contra a mulher, de penas de e tomar a representação a termo, se apresentada;"
cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem
como a substituição de pena que implique o C) INCORRETA (a alternativa): a afirmativa está
pagamento isolado de multa; correta e traz o disposto no artigo 12, II, da lei
11.340/2006:
2) ofendida deverá ser notificada dos atos
processuais referentes ao agressor, especialmente "Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e
com relação ao ingresso e saída deste da prisão, familiar contra a mulher, feito o registro da
sem prejuízo da intimação do advogado constituído ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de
ou do defensor público; imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo
daqueles previstos no Código de Processo Penal:
3) atendimento policial e pericial especializado, (...)
ininterrupto e prestado por servidores previamente II - colher todas as provas que servirem para o
capacitados, preferencialmente do sexo feminino; esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;"
4) a concessão das medidas protetivas pelo Juiz de D) INCORRETA (a alternativa): a afirmativa está
ofício ou mediante representação do Delegado de correta e traz o disposto no artigo 12, III, da lei
Polícia, requerimento do Ministério Público, da 11.340/2006:
ofendida, podendo ser concedidas de imediato, sem
audiência das partes ou de manifestação do “Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica
Ministério Público; e familiar contra a mulher, feito o registro da
ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de
5) afastamento do agressor do lar, domicílio ou imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo
local de convivência com a ofendida, realizado daqueles previstos no Código de Processo Penal:
pelo Delegado de Polícia quando o município não (...)
for sede de comarca ou pelo policial, quando o III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito)
município não for sede de comarca e não houver horas, expediente apartado ao juiz com o pedido
delegado disponível no momento da denúncia, da ofendida, para a concessão de medidas
conforme lei 13.827/2019. protetivas de urgência;"
DICA: A lei 11.340/2006 também traz que a d) CORRETO. É o §1º do art. 24-A que explica que
independe se a medida é do juízo cível ou criminal.
ofendida não poderá entregar notificação ou
intimação ao agressor.
e) Incorreto. Seria necessário previsão nesse
sentido. Não há, todavia, motivo pelo qual admite-
7-) De acordo com a jurisprudência do STJ
se somente a modalidade dolosa. Para tanto, é
acerca da Lei Maria da Penha — Lei n.º
preciso vontade livre e consciente de descumprir
11.340/2006 —, o delito de descumprimento de
decisão judicial que defere medida protetiva de
medida protetiva de urgência constitui crime
urgência baseada na Lei Maria da Penha. Então é
a) cujo sujeito ativo deve ser sempre um
homem. necessário que a pessoa conheça a existência da
b) que não admite a concessão de fiança. decisão judicial.
c) cuja caracterização será afastada se
8-) Sobre os aspectos processuais da Lei Maria da
tiver sido prevista a aplicação de multa na
Penha é correto afirmar que
decisão que tiver determinado a medida
a) a prática de contravenção penal, ainda
protetiva.
que no âmbito de violência doméstica, não é
d) mesmo que a determinação da medida
motivo idôneo para justificar a prisão preventiva
protetiva tenha partido do juízo cível.
do réu.
e) cuja caracterização admite a modalidade
culposa. b) nos casos de lesão corporal culposa
praticada contra mulher em âmbito
doméstico, a ação penal será pública
Essa legislação, além da significativa função social, é
condicionada.
de atuação muito presente na carreira da
c) segundo reiteradas decisões do
magistratura. Diferentemente da FCC, que, para
Superior Tribunal de Justiça, a suspensão
provas elaboradas para a Defensoria Pública, por
condicional do processo e a transação penal se
exemplo, demonstra corrente muito vocacionada, a
aplicam às contravenções penais praticadas no
CESPE/Cebraspe é mais imparcial, mas traz
âmbito da Lei Maria da Penha.
questões dirigidas para o exercício da profissão. A
maior parte das respostas constam na própria d) nas ações penais públicas
legislação, em que pese o enunciado questionar condicionadas à representação da ofendida, só
sobre o STJ. Todavia, há entendimento do STJ que será admitida a renúncia à representação
dirige um dos itens. perante o juiz, em audiência especialmente
designada com tal finalidade, antes do
Por costume, alerto a importância de analisarmos oferecimento da denúncia.
cada item: e) a ofendida deverá estar acompanhada
A Constituição Federal de 1988 traz em seu texto A) CORRETA: a vedação da prisão preventiva pela
que a família é a base da sociedade e terá proteção prática de contravenção penal no âmbito de
especial do Estado e que este criará mecanismos violência doméstica já foi objeto de julgamento no
para combater a violência no âmbito de suas Superior Tribunal de Justiça no HC 437.535-SP
relações. Assim, surge a Lei 11.340 de 2006, que (informativo 632), onde foi decidido que “a prática
cria referidos mecanismos, dispondo em seu artigo de contravenção penal, no âmbito de violência
5º que: “configura violência doméstica contra a doméstica, não é motivo idôneo para justificar a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no prisão preventiva do réu".
gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou B) INCORRETA: A prática do crime de lesão corporal
patrimonial". contra a mulher no ambiente doméstico, dolosa ou
culposa, é de ação penal pública
A Lei 11.340/2006 tem a finalidade de coibir a incondicionada (ADI 4424 e Rcl 28.387 do Supremo
violência doméstica e familiar contra a mulher, a Tribunal Federal).
violência de gênero, violência preconceito, que visa
discriminar a vítima, o que faz com que a ofendida C) INCORRETA: o artigo 41 da lei “Maria da Penha" é
necessite de uma maior rede de proteção e o expresso com relação a não aplicação da lei
agressor de punição mais rigorosa. 9.099/95 a crimes envolvendo violência doméstica e
familiar e o Superior Tribunal de Justiça editou até
Com isso, trouxe diversos meios de proteção ao súmula referente a não aplicabilidade da lei
direito das mulheres, como as medidas protetivas 9.099/95 as contravenções penais: Súmula 536 – “A
previstas no capítulo II da Lei 11.340/06 e também suspensão condicional do processo e a transação
descreve em seu artigo 7º (sétimo) as formas de penal não se aplicam na hipótese de delitos
violência, física, psicológica, sexual, patrimonial, sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha".
moral, dentre outras.
D) INCORRETA: Nas ações penais públicas
A lei “Maria da Penha" ainda traz que: condicionadas a representação da ofendida, só será
1) é vedada a aplicação, nos casos de violência admitida a renúncia a representação perante o juiz,
doméstica e familiar contra a mulher, de penas de em audiência designada para tal finalidade, ANTES
cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem DO RECEBIMENTO DENÚNCIA e ouvido o Ministério
como a substituição de pena que implique o Público (artigo 16 da lei 11.340/2006).
pagamento isolado de multa;
2) ofendida deverá ser notificada dos atos E) INCORRETA: As medidas protetivas podem ser
processuais referentes ao agressor, especialmente concedidas de ofício ou mediante representação do
com relação ao ingresso e saída deste da prisão, Delegado de Polícia, requerimento do Ministério
sem prejuízo da intimação do advogado constituído Público, da ofendida, podendo ser concedidas de
ou do defensor público; imediato, sem audiência das partes ou de
3) atendimento policial e pericial especializado, manifestação do Ministério Público, não havendo
ininterrupto e prestado por servidores previamente necessidade de acompanhamento de advogado ou
capacitados, preferencialmente do sexo feminino; de defensor público.
4) a concessão das medidas protetivas pelo Juiz de
ofício ou mediante representação do Delegado de DICA: Fique atento com relação ao afastamento do
Polícia, requerimento do Ministério Público, da agressor do lar, domicílio ou local de convivência
ofendida, podendo ser concedidas de imediato, sem com a ofendida, realizado pelo Delegado de
Polícia quando o município não for sede de
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comarca ou pelo policial, quando o município não A) Correta, nos termos da Súmula 600 do STJ ao
for sede de comarca e não houver delegado dispor que para a configuração da violência
disponível no momento da denúncia, conforme lei doméstica e familiar contra a mulher não se
13.827/2019. exige a coabitação. Esse entendimento
sumulado já tinha previsão no art. 5º, inciso III,
da Lei Maria da Penha.
9-) Conforme entendimento sumulado pelo
Superior Tribunal de Justiça: Alguns entendimentos do STJ sobre o assunto:
a) Para a configuração da violência
doméstica e familiar, prevista na Lei Maria da - A intenção do legislador, ao editar a Lei Maria
Penha (Lei nº 11.340/2006), não se exige a da Penha, foi de dar proteção à mulher que
coabitação entre autor e vítima. tenha sofrido agressão decorrente de
b) A suspensão condicional do processo, relacionamento amoroso, e não de relações
prevista na Lei nº 9.099/1995, é aplicável na transitórias, passageiras, sendo desnecessária,
hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da para a comprovação do aludido vínculo,
Penha (Lei nº 11.340/2006). a coabitação entre o agente e a vítima ao tempo
c) É possível a aplicação de prestação de do crime. STJ. 6ª Turma. HC 181.246/RS, Rel.
serviços a entidades públicas, bem como a Min. Sebastião Reis Júnior, DJe 06/09/2013.
limitação temporária de direitos ao autor de
crime, com violência ou grave ameaça no - A caracterização da violência doméstica e
ambiente doméstico, contra a mulher. familiar contra a mulher não depende do fato de
d) Permanece pública condicionada à agente e vítima conviverem sob o mesmo teto.
representação a ação penal para o crime de Assim, embora a agressão tenha ocorrido em
lesão corporal leve, praticado contra a mulher local público, ela foi nitidamente motivada pela
no ambiente doméstico. relação familiar que o agente mantém com a
e) A transação penal, prevista na Lei dos vítima, sua irmã, circunstância que dá ensejo à
Juizados Especiais Criminais, é aplicável na incidência da Lei Maria da Penha. STJ. 5ª Turma.
hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria HC 280.082/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado
da Penha (Lei nº 11.340/2006). em 12/02/2015.
Sugestão para a semana que antecede a prova: Sobre o tema, Renato Brasileiro: (...) Explica-se: a
ler as súmulas vinculantes e as últimas 200 Convenção de Belém do Pará, incorporada ao
súmulas do STJ e STF. Aos comentários: ordenamento jurídico pátrio pelo Decreto
1.973/96, define a violência contra a mulher
C) Incorreta, com fulcro na Súmula 588 do STJ Ainda sobre o tema substituição da pena, vale
12-) (VUNESP - 2018 - PC-BA - Delegado de Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à
Polícia) A retratação da representação, de acordo representação da ofendida de que trata esta Lei, só
será admitida a renúncia à representação perante
com o art. 25 do CPP e do art. 16 da Lei no o juiz, em audiência especialmente designada com
11.340/06 (Lei Maria da Penha), tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e
respectivamente, ouvido o Ministério Público.
a) é admitida até o recebimento da denúncia;
não é admitida.
b) é admitida até o recebimento da
Professor Dr. Raphael Pinho – (11) 93036-3332
Então na Lei Maria da Penha a retratação da IV. ouvir o agressor e as testemunhas. Caso
representação será também possível, mas até entenda desnecessária a oitiva do agressor, poderá
o RECEBIMENTO da denúncia, em audiência o Delegado dispensá-lo ouvindo apenas a vítima e
especialmente designada para essa finalidade, as testemunhas. (E) - O agressor deverá ser ouvido,
ouvido o Ministério Público. igualmente testemunhas e a vítima. ART 12, V