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Organização do mundo vivo

Podemos dividir o mundo vivo em estratos para um melhor entendimento da gradação da


complexidade e por isto existem níveis de organização segundo os quais podemos entender o
mundo vivo. Partindo do mais simples ao mais completos teremos:

Ecossistemas

Conjunto formado por uma biocenose ou comunidade biótica e fatores abióticos que interatuam,
originando uma troca de matéria entre as partes vivas e não vivas. Em termos funcionais, é a
unidade básica da Ecologia, incluindo comunidades bióticas e meio abiótico influenciando-se
mutuamente, de modo a atingir um equilíbrio. O termo "ecossistema" é, pois, mais geral do que
"biocenose", referindo a interação dos fatores que atuam sobre esta e de que ela depende.

Componentes básicos de um ecossistema

Os organismos vivos e o seu ambiente inerte (abiótico) estão inseparavelmente ligados e


interagem entre si. Qualquer unidade que inclua a totalidade dos organismos (isto é, a
"comunidade") de uma área determinada interagindo com o ambiente físico por forma a que uma
corrente de energia conduza a uma estrutura trófica, a uma diversidade biótica e a ciclos de
materiais (isto é, troca de materiais entre as partes vivas e não vivas) claramente definidos dentro
do sistema é um sistema ecológico ou ecossistema. Do ponto de vista trófico (de trophe =
alimento), um ecossistema tem dois componentes (que como regra costumam estar separados no
espaço e no tempo), um componente autotrófico (autotrófico = que se alimenta a si mesmo), no
qual predomina a fixação da energia da luz, a utilização de substâncias inorgânicas simples e a
elaboração de substâncias complexas, e um componente heterotrófico (heterotrófico = que é
alimentado por outro), no qual predominam o uso, a nova preparação e a decomposição de
materiais complexos.

Os ecossistemas são formados pela união de dois fatores: Fatores abióticos - o conjunto de todos
os fatores físicos que podem incidir sobre as comunidades de uma certa região. Fatores bióticos
- conjunto de todos seres vivos e que interagem uma certa região e que poderão ser chamados de
biocenose, comunidade ou de biotaExemplo: chamava-se de micro flora, flora autóctone ou ainda
fora normal todo o conjunto de bactérias e seres, os corpos que viviam no interior do corpo
humano ou sobre a pele. Hoje o termo melhor usado em consonância com os termos ecológicos
seria microbiota normal.

Dimensão

É muito variável a dimensão de um ecossistema. Tanto é um ecossistema uma floresta de


coníferas, como um tronco de árvore apodrecido em que sobrevivem diversas populações de
seres minúsculos. Assim como é possível associar todos os ecossistemas existentes num só, muito
maior, que é a ecosfera, é igualmente possível delimitar em cada um, outros mais pequenos, por
vezes ocupando áreas tão reduzidas que recebem o nome de microecossistemas.

Constituintes e Funcionamento dos Ecossistemas

Segundo a sua situação geográfica, os principais ecossistemas são classificados em terrestres e


aquáticos. Em qualquer dos casos, são quatro os seus constituintes básicos: - substâncias abióticas
- compostos básicos do meio ambiente; - produtores - seres autotróficos, na maior parte dos casos
plantas verdes, capazes de fabricar a sua própria substância a partir de substâncias inorgânicas
simples; - consumidos - organismos heterotróficos, quase sempre animais, que se alimentam de
outros seres ou de partículas de matéria orgânica, - decompositores - seres heterotróficos, na sua
maioria bactérias e fungos que, decompondo as complexas substâncias dos organismos mortos,
ingerem partes destes materiais libertando, em contrapartida, substâncias simples que, lançadas
no ambiente. podem ser assimiladas pelos produtores.

Há grande diversidade de ecossistemas:

Ecossistemas naturais - bosques, florestas, desertos, prados, rios, oceanos, etc.

Ecossistemas artificiais - construídos pelo Homem: açudes, aquários, plantações, etc.

Atendendo ao meio físico, há a considerar:


• Ecossistemas terrestres

• Ecossistemas aquáticos

Quando, de qualquer ponto, observamos uma paisagem, apercebemo-nos da existência de


descontinuidades - margens do rio, limites do bosque, bordos dos campos, etc. que utilizamos
freqüentemente para delimitar vários ecossistemas mais ou menos definidos pelos aspectos
particulares da flora que aí se desenvolve. No entanto, na passagem, por exemplo, de uma floresta
para uma pradaria, as árvores não desaparecem bruscamente; há quase sempre uma zona de
transição, onde as árvores vão sendo cada vez menos abundantes. Sendo assim, é possível, por
falta de limites bem definidos e fronteiras intransponíveis, considerar todos os ecossistemas do
nosso planeta fazendo parte de um enorme ecossistema chamado ecosfera. Deste gigantesco
ecossistema fazem parte todos os seres vivos que, no seu conjunto, constituem a biosfera e a zona
superficial da Terra que eles habitam e que representa o seu biótopo. Ou seja:

BIOSFERA + ZONA SUPERFICIAL DA TERRA = ECOSFERA

Mas assim como é possível associar todos os ecossistemas num só de enormes dimensões - a
ecosfera - também é possível delimitar, nas várias zonas climáticas, ecossistemas característicos
conhecidos por biomas, caracterizados por meio do fator Latitude. Por sua vez, em cada bioma,
é possível delimitar outros ecossistemas menores. Principais BIOMAS:

Tundra - Característica das regiões de clima frio. Predominam musgos, líquenes, gramíneas e
algumas árvores anãs.

Taiga - Clima frio, mas menos frio que o da tundra. Há mais água no estado líquido. Árvores
com copas em forma de cone e com folhagem persistente. Deste modo, há melhor
aproveitamento da fraca energia luminosa: os ramos superiores não fazem sombra sobre os
inferiores e a fotossíntese realiza-se todo o ano (folhagem persistente).

Deserto - Clima seco e grandes amplitudes térmicas diurnas: Vegetação pouco desenvolvida e
pouco variada. Animais capazes de suportar estas condições adversas.

Floresta temperada - Floresta de árvores de folhagem caduca, característica das zonas


temporadas.
Savana - Pradaria característica das regiões tropicais, com algumas arvores espalhadas. Locais de
pastagem para muitos herbívoros (equivalente a cerrados).

Floresta equatorial - Floresta luxuriante, com variadíssimas espécies de arvores de grande porte.

Alguns ocupam áreas tão reduzidas que merecem o nome de microecossistemas. Numa floresta,
por exemplo, as clareiras e as zonas densas, a face voltada a norte ou a sul de um tronco de
árvore, etc., apresentam comunidades bióticas distintas. Constituem pequenos ecossistemas no
grande ecossistema que é a floresta - são os microecossistemas.

Fatores Abióticos

Existem elementos componentes do ambiente físico e químico que agem sobre quase todos os
aspectos da vida dos diferentes organismos, constituindo o fatores abióticos. Estes influenciam o
crescimento, atividade e as características que os seres apresentam, assim como a sua distribuição
por diferentes locais. Estes fatores variam de valor de local para local, determinando uma grande
diversidade de ambientes. Os diferentes fatores abióticos podem agrupar-se em dois tipos
principais - os fatores climáticos, como a luz, a temperatura e a umidade, que caracterizam o
clima de uma região - e os fatores edáficos, dos quais se destacam a composição química e a
estrutura do solo.

Luz

A luz é uma manifestação de energia, cuja principal fonte é o Sol. É indispensável ao


desenvolvimento das plantas. De fato, os vegetais produzem a matéria de que o seu organismo é
formado através de um processo - a fotossíntese - realizado a partir da captação da energia
luminosa. Praticamente todos os animais necessitam de luz para sobreviver. São exceção algumas
espécies que vivem em cavernas - espécies cavernícolos - e as espécies que vivem no meio
aquático a grande profundidade - espécies abissais. Certos animais como, por exemplo, as
borboletas necessitam de elevada intensidade luminosa, pelo que são designadas por espécies
lucífilas. Por oposição, seres como o caracol e a minhoca não necessitam de muita luz, evitando-
a, pelo que são denominadas espécies lucífugas. A luz influencia o comportamento e a
distribuição dos seres vivos e, também, as suas características morfológicas.

A Luz e os Comportamentos dos Seres Vivos

Os animais apresentam fototatismo, ou seja, sensibilidade em relação à luz, pelo que se orientam
para ela ou se afastam dela. Tal como os animais, as plantas também se orientam em relação à
luz, ou seja, apresentam fototropismo. Os animais e as plantas apresentam fotoperiodismo, isto é,
capacidade de reagir à duração da luminosidade diária a que estão submetidos - fotoperíodo.
Muitas plantas com flor reagem de diferentes modos ao fotoperíodo, tendo, por isso, diferentes
épocas de floração. Também os animais reagem de diversos modos ao fotoperíodo, pelo que
apresentam o seu período de atividade em diferentes momentos do dia.

Temperatura

Cada espécie só consegue sobreviver entre certos limites de temperatura, o que confere a este
factor uma grande importância. Cada ser sobrevive entre certos limites de temperatura -
amplitude térmica de existência -, não existindo acima de um determinado valor - temperatura
máxima - nem abaixo de outro - temperatura mínima. Cada espécie possui uma temperatura
ótima para a realização das suas atividades vitais. Alguns seres têm grande amplitude térmica de
existência - seres euritérmicos - enquanto outros só sobrevivem entre limites estreitos de
temperatura - seres estenotérmicos.

A Temperatura e os Comportamentos dos Animais

Alguns animais, nas épocas do ano em que as temperaturas se afastam do valor ótimo para o
desenvolvimento das suas atividades, adquirem comportamentos que lhos permitem sobreviver:
animais que não têm facilidade em realizar grandes deslocações como, por exemplo, lagartixas,
reduzem as suas atividades vitais para valores mínimos, ficando num estado de vida latente;
animais que se podem deslocar com facilidade como, por exemplo, as andorinhas, migram, ou
seja, partem em determinada época do ano para outras regiões com temperaturas favoráveis.

A Temperatura e as Características dos Animais

Ao longo do ano, certas plantas sofrem alterações no seu aspecto, provocados pelas variações de
temperatura. Os animais também apresentam características próprias de adaptação aos diferentes
valores de temperatura. Por exemplo, os que vivem em regiões muito frias apresentam,
geralmente, pelagem longa e uma camada de gordura sob a pele.

Biosfera - significa esfera da vida. São as condições ambientais em que se processa a vida animal
e vegetal na terra. É a camada do globo terrestre habitada pelos seres vivos. Contém o solo, o ar,
a água, a luz, o calor e os alimentos, que fornecem condições necessárias no desenvolvimento da
vida. Segundo Cassine (2005).
A camada da biosfera é mantida por elementos encontrados na atmosfera, na litosfera e na
hidrosfera. Essas camadas, formadas por elementos sólidos, líquidos, gasoso e biológicos,
constituem as quatro camadas da terra. A biosfera faz parte dos ambientes da terra que se
relacionam entre si, isto é, são interdependentes mas, a modificação de um deles provoca
alteração nos demais e no conjunto.
2 A Sistemática
O estudo descritivo de todas as espécies de seres vivos e sua classificação dentro de uma
verdadeira hierarquia de grupamentos constitui a sistemática ou taxonomia.
O Conceito de Espécie
Espécies em latim significam simplesmente "tipo". As espécies são, no sentido mais simples, os
diferentes tipos de organismos. Uma definição mais técnica de espécie é: "um grupo de
organismos que se cruzam entre si, sem normalmente cruzar-se com representantes de outros
grupos". Os organismos pertencentes a uma espécie devem apresentar semelhanças estruturais e
funcionais, similaridades bioquímicas e mesmo cariótipo, além da capacidade de reprodução
entre si. A definição acima, embora útil para os animais, não é, entretanto, útil na taxonomia
vegetal, porque cruzamentos férteis podem ocorrer entre plantas de tipos bastante diferentes.
Também não se aplica esta distinção a organismos que não se reproduzem sexualmente.
À luz da teoria evolucionista, observa-se que uma espécie se modifica constantemente, no espaço
e no tempo, em vez de ser uma forma imutável, ideal, como foi concebida por Lineu. Desta
maneira, a palavra "espécie" possui diferentes significados para diferentes tipos de organismos, o
que não é surpresa se considerarmos que a evolução nos vários grupos de organismos seguiu
caminhos diversificados. No entanto, o termo permanece sendo útil e possibilita uma maneira
adequada de se referir a organismos e catalogá-los.

Variedades e Sistemáticas de Organismos Vivos na Biosfera Cassine (2005:12)


Interações
Nas comunidades bióticas encontram-se várias formas de interacções entre os seres vivos. Essas
interacções se diferenciam pelos tipos de dependência que os organismos vivos mantêm entre si.
Algumas dessas interacções; se caracterizam pelo benefício mútuo de ambos, ou de apenas um
deles, sem prejuízo do outro. Essas relações são denominadas harmónicas ou positivas. Outras
formas de interacções; caracterizadas pelo prejuízo de um de seus participantes em benefício do
outro - relações desarmónicas ou negativas.
Quando as interacções ocorrem entre organismos da mesma espécie, são denominadas relações
intra-específicas ou homotípicas. Quando as relações acontecem entre organismos de espécies
diferentes, recebem o nome de inter-específicas ou heterotípicas.

1. Relações harmónicas intra-específicas


Colónias - colónias são associações harmónicas entre indivíduos da mesma espécie,
anatomicamente ligados, que em geral perderam a capacidade de viver isoladamente. A
separação de um indivíduo da colónia determina a sua morte (ex. colónia de abelhas).
Quando as colónias são constituídas por organismos que presentam a mesma forma, não ocorre
divisão de trabalho. Todos os indivíduos são iguais e executam todas as funções vitais (figura
21). Essas colónias são denominadas homomorfas ou isomorfas. Como exemplo, podem ser
citadas as colónias de corais (celenterados), de crustáceos do género Balanus (as cracas), de
certos protozoários, bactérias, etc.
Quando as colónias são formadas por indivíduos com formas e funções distintas, ocorre urna
divisão de trabalho. Essas colónias são denominadas heteromorfas. Um óptimo exemplo é o
celenterado da espécie Phisalia caravela popularmente conhecida por "caravelas". Elas formam
colónias com indivíduos especializados na protecção e defesa (os dactilozóides), na reprodução
(os gonozóides), na natação (os nectozóides), na flutuação (os pneumozóides), e na alimentação
(os gastrozóides).

Sociedades - são associações entre indivíduos da mesma espécie, organizados de um modo


cooperativo e não ligados anatomicamente. Os indivíduos componentes de uma sociedade se
mantêm unidos graças aos estímulos recíprocos. Ex: alcateia, cardume, manada de búfalos,
homem, térmitas (cupins), formigas, abelhas.
Sociedade das Abelhas:
A sociedade formada pelas abelhas melíferas (Apis mellifera) comporta três castas distintas: as
operárias, a rainha e os machos ou zangões. Uma colmeia de abelhas melíferas pode conter
mais de 30 mil a 40 mil operárias. São elas as grandes responsáveis por todo o trabalho executado
na colmeia. As operárias transportam o mel e o pólen das celas de armazenamento para a rainha,
zangões e larvas, alimentando-os. Produzem a cera para ampliar a colmeia, limpam-na dos
detritos e de companheiras mortas e doentes. Procuram, no exterior da colmeia, o néctar e o
pólen. Além disso, guardam e protegem a colmeia. As operárias vivem, em média, seis semanas.
São todas fêmeas estéreis.
A rainha, uma fez fecundada, volta à colmeia, onde, após algum tempo, reiniciará a postura de
ovos. Os ovos fecundados originarão rainhas e operárias e os não fecundados, os zangões. Os
zangões são alimentados da mesma forma que as operárias. São importantes no voo nupcial, pois
fertilizam a rainha nessa ocasião. Essa é a única actividade realizada pelos zangões; terminado o
voo nupcial, voltam também à colmeia. Como são incapazes; de se alimentar sozinhos, são
mortos a picadas pelas operárias ou expulsos da colmeia.
1. Relações harmónicas interespecíficas

Mutualismo - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes na qual ambos se


beneficiam. Esse tipo de associação é tão íntima que a sobrevivência dos seres que a formam
torna-se impossível, quando são separados. Alguns autores usam o termo simbiose para
caracterizar o mutualismo.
Exemplo: Líquenes - são constituídos pela associação mutualista entre algas e fungos. A alga
realiza a fotossíntese e cede ao fungo parte da matéria orgânica sintetizada. O Fungo, além de
proteger a alga, cede-lhe humidade e sais minerais que absorve. Esse tipo de relação é benéfico
para ambos. Permite a sobrevivência do líquen em lugares onde, isoladamente, a alga e o fungo
não teriam oportunidades. Os líquenes podem ser encontrados em troncos de árvores, nas rochas
nuas, nos desertos e no Árctico.
Protocooperação - Protocooperação ou simplesmente cooperação é a associação entre
indivíduos de espécies diferentes em que ambos se beneficiam, cuja coexistência não é
obrigatória. Como exemplos de protocooperação vamos destacar as associações entre o paguro
eremita e as anémonas-do-mar, o pássaro Anú e certos mamíferos, o pássaro palito e os
crocodilos e a polinização feita por animais.
Exemplo: O pássaro anú e certos mamíferos - os pássaros conhecidos por anús alimentam-se
de carrapatos e outros parasitas encontrados no pelo de certos mamíferos, como o gado, o búfalo,
o rinoceronte, etc. (figura. Os anús, ao retirarem os parasitas (carrapatos) da pele desses
mamíferos, estão se alimentando e, ao mesmo tempo, livram os mamíferos desses indesejáveis
parasitas. A coexistência de ambos não é obrigatória, daí falar-se em Protocooperação.
Comensalismo - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes na qual um deles
aproveita os restos alimentares do outro sem prejudicá-lo. O animal que aproveita os restos
alimentares é denominado comensal.
Exemplo de comensalismo muito citado é o que ocorre entre a rémora e o tubarão. A rémora ou
peixe-piolho é um peixe ósseo que apresenta a nadadeira dorsal transformada em ventosa, com a
qual se fixa ao corpo do tubarão. A rémora além de ser transportada pelo tubarão aproveita os
restos de sua alimentação. O tubarão não é prejudicado, pois o peso da rémora é insignificante.

Inquilinismo - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes em que um deles procura


abrigo ou suporte no corpo do outro, sem prejudicá-lo. O inquilinismo é uma forma de associação
muito parecida com o comensalismo. Desta difere por não haver cessão de alimentos ao
inquilino. Como exemplos de inquilinismo destaca-se as associações do peixe-agulha com a
holotúria e das orquídeas e bromélias com troncos de árvores. Exemplo: O Peixe-agulha e a
Holotúria - o peixe-agulha (Fierasfer) possuem um corpo fino e alongado. Ele penetra no corpo
da holotúria, conhecida popularmente como pepino-do-mar, para se abrigar. Do corpo da
holotúria, o peixe-agulha só sai para procurar alimento, voltando logo em seguida.

Foresia - é a associação entre indivíduos de espécies diferente sem que um se utiliza do outro
para transporte, sem prejudicá-lo. Como exemplo temos a rêmora ou peixe-piolho no tubarão ou,
até mesmo, o transporte de sementes por pássaros e insectos.

2. Relações desarmónicas interespecíficas

Predatismo - é a interacção desarmónica na qual um indivíduo (predador) ataca, mata e devora


outro (presa) de espécie diferente. A morte da presa pode ocorrer antes ou durante a sua ingestão.
Os predadores, evidentemente, não são benéficos aos indivíduos que matam. Todavia, podem sê-
lo à população de presas. Isso porque os predadores eliminam os indivíduos menos adaptados,
podendo, influir no controlo da população de presas.
Tanto os predadores como as presas mostram uma série de adaptações que permitem executar
mais eficazmente as suas actividades. Assim, os dentes afiados dos tubarões, os caninos
desenvolvidos dos animais carnívoros, as garras de águia, a postura e o primeiro par de patas do
louva-a-deus, o veneno das cobras, as telas de aranha são exemplos de algumas adaptações
apresentadas pelos predadores. Por outro lado, as presas favorecidas pela selecção natural
também evidenciam um grande número de adaptações que as auxiliam a evitar seus predadores.
A produção de substâncias de mau cheiro ou de mau gosto, as cores de animais que se
confundem com o meio em que vivem, os espinhos dos ouriços, as corridas dos cavalos, veados e
zebras são exemplos de processos utilizados pelas presas para ludibriar seus predadores. Entre as
adaptações apresentadas por predadores e presas merecem destaque a camuflagem, o mimetismo
e o apotegmatismo.
Camuflagem: é uma adaptação morfológica e ocorre quando uma espécie possui a mesma cor
(homocromia) ou a mesma forma (homotipia) do meio (figura 27). Por exemplo o camaleão que
varia de cor verde das folhas à cor marrom do substrato onde fica. Aves e insectos de cor verde,
insecto bicho-pau, urso polar (branco como neve), leão na gramínea seca, mariposas iguais a
folhas etc.
Mimetismo: Ocorre quando uma espécie possui o aspecto de outras. Exemplos: Cobra-coral falsa
(não venenosa – figura 28) imitando a cobra-coral verdadeira (venenosa); Borboleta vice-rei, que
é pequena e comestível por pássaros, imitando a borboleta monarca que é maior e de sabor
repugnante aos pássaros. Mariposas imitando vespas; Moscas inócuas imitando abelhas;
Borboleta-coruja com asas abertas lembram a cabeça de coruja.

Aposematismo
Aposematismo é o mesmo que coloração de advertência. Trata-se de uma forma de adaptação
pela qual uma espécie revela cores vivas (figura 29) e marcantes para advertir seus possíveis
predadores, que já a reconhecem pelo gosto desagradável ou pelos venenos que possui. Muitas
borboletas exibem os chamados anéis miméticos, com cores de alerta, que desestimulam o ataque
dos predadores. Uma espécie de coloração de advertência bem conspícua é Dendróbatas
Ieucomelas, da Amazónia, um pequeno sapo colorido com listras pretas e amarelas e venenoso.
Como ilustra as imagens que se seguem.

Parasitismo - é a associação desarmónica entre indivíduos de espécies diferentes na qual um


vive à custa do outro, prejudicando-o. O indivíduo que prejudica é denominado parasita ou
bionte. O prejudicado recebe o nome de hospedeiro ou biosado. Os parasitas podem ou não
determinar a morte do hospedeiro. No entanto, os parasitas são responsáveis por muitos tipos de
doenças ou parasitoses ainda hoje incuráveis. O parasitismo ocorre tanto no reino animal como
no vegetal. Exemplos: a sanguessuga, o piolho, a pulga, etc.
Antibiose ou Amensalismo - é a interacção desarmónica onde uma espécie produz e libera
substâncias que dificultam o crescimento ou a reprodução de outras podendo até mesmo matá-las.
Como exemplos temos: algas platónicas dino flageladas (do tipo Pirrófitas), quando em
superpopulação (ambiente favorável) liberam substâncias tóxicas na água causando o fenómeno
da maré vermelha onde ocorre a morte de seres aquáticos intoxicados por tais substâncias;
Esclavagismo ou Escravismo - é a interacção desarmónica na qual uma espécie captura e faz
uso do trabalho, das actividades e até dos alimentos de outra espécie. Certas formigas amazonas e
formigas foscas, são exemplos. Um outro exemplo é a relação entre formigas e os pulgões
(Afídios). Os pulgões são parasitas de certos vegetais. Alimentam-se da seiva elaborada que
retiram dos vasos liberianos de plantas como a roseira, a orquídea, etc. As formigas transportam
os pulgões para os seus formigueiros e os colocam sobre raízes delicadas, para que delas retirem
a seiva elaborada.
Competição - compreende a interacção ecológica em que indivíduos da mesma espécie ou
indivíduos de espécies diferentes disputam, por exemplo, alimento, território, luminosidade etc.
Logo, a competição pode ser intra-específica (dentro da própria espécie) ou inter específica
(espécies diferentes). Competir significa concorrer pela obtenção de um mesmo recurso do
ambiente (luz, abrigo, alimento, água, território, etc.). As relações de competição espécies
diferentes verificam-se, quando têm preferências alimentares idênticas

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