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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná

P
ara se obter a recompensa da colheita, o maior esforço é
despendido no combate às plantas daninhas. Para tanto,
há que se conhecer a biologia das espécies, o hábitat e a
distribuição das mesmas, bem como meios eficazes de convi-
vência e controle ambientalmente sustentáveis. Esta publicação
sobre as espécies de plantas daninhas que ocorrem nas pasta-
gens do Paraná apresenta a descrição botânica, o comportamen-
to e a importância das mesmas, e ilustra o texto com centenas
de fotos e dezenas de mapas de distribuição de algumas espé-
cies no Estado. Para realizar este levantamento, o autor dividiu
o Estado em quatro regiões homogêneas e visitou, no período
de um ano, 167 propriedades representativas das áreas ocupa-
das com pastagens nessas quatro regiões. Identificou, descreveu,
agrupou as espécies, conforme os estudos mais recentes de filo-
genia e as listou em ordem de importância relativa, por região
de ocorrência. Esta publicação oferece ao público científico e Plantas Daninhas em
Pastagens do Paraná
universitário, a profissionais da extensão e a pecuaristas um ri-
quíssimo material para identificação de espécies e conhecimen-
to de sua distribuição e importância nas pastagens do Paraná.

Walter Miguel Kranz

Walter Miguel Kranz


9 786599 627606

ISBN 659962760-9

Capa Plantas Daninhas - Livro 1.indd 1 27/06/2022 09:25:17


Capa Plantas Daninhas - Livro 1.indd 2 27/06/2022 09:25:17
Plantas Daninhas
em Pastagens do Paraná
Walter Miguel Kranz

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Governador do Estado do Paraná
Carlos Massa Ratinho Júnior
Secretário da Agricultura e do Abastecimento
Norberto Anacleto Ortigara

Diretor-Presidente
Natalino Avance de Souza
Diretora de Pesquisa e Inovação
Vania Moda Cirino
Diretor de Extensão Rural
Diniz Dias Doliveira
Diretor de Integração Institucional
Rafael Fuentes Llanillo
Diretor de Gestão Institucional
Solange Maria da Rosa Coelho
Diretor de Gestão de Negócios
Altair Sebastião Dorigo
Conselho Editorial
Vania Moda Cirino – Coordenadora
Diniz Dias Doliveira
Rafael Fuentes Llanillo
Belmiro Ruiz Marques
Álisson Néri

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 2 27/06/2022 09:34:15


Plantas Daninhas
em Pastagens do Paraná

Autor
Walter Miguel Kranz

Londrina
2022

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 3 27/06/2022 09:34:15


Editor Chefe
Álisson Néri

Produção Editorial
Três Criativos Ltda.

Publicação parcialmente financiada


com recursos da Fundação Araucária.

Todos os direitos reservados.


É permitida a reprodução parcial, desde que citada a fonte.
É proibida a reprodução total desta obra.

Distribuição
publicacoes@idr.pr.gov.br
(43) 3376-2482
(43) 99184-5992

Tiragem: 20 exemplares

Todos os direitos reservados.


É permitida a reprodução parcial, desde que citada a fonte.
É proibida a reprodução total desta obra.

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

K89p Kranz, Walter Miguel.

Plantas daninhas em pastagens do Paraná / Walter Miguel Kranz. –


Londrina, PR: IDR-Paraná, 2022.
517 p. : il. ; 17,5 x 24,5 cm

Inclui bibliografia
ISBN 978-65-996276-0-6

1. Fitopatologia. 2. Ervas daninhas – Paraná – Controle. I. Título.

CDU 632.3

Impresso no Brasil / Printed in Brazil


2022

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Au tor
Walter Miguel Kranz
Engenheiro-agrônomo
M. Sc. em Fitotecnia

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Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 2 27/06/2022 09:34:16
Agradecimentos
Ao Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IDR-Paraná, por
todo o suporte e infraestrutura que propiciaram para a realização deste pro-
jeto. Uma homenagem especial aos pesquisadores Telma Passini, Francisco
Skora Neto, Nelson da Silva Fonseca Júnior, e ao técnico agrícola Juarez Cassia-
no, que colaboraram de forma imprescindível para a concretização desta obra.
À Fundação Araucária, Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desen-
volvimento do Agronegócio (Fapeagro) e Dow AgroSciences, pelo suporte
financeiro e administrativo.

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Apresentaç ã o

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ara se obter a recompensa da colheita, o maior esforço é despendido,
sem sombra de dúvidas, no combate às plantas daninhas. Para tanto,
há que se conhecer a biologia das espécies, o habitat e a distribuição
das mesmas, bem como meios eficazes de convivência e controle que sejam
ambientalmente sustentáveis.
O engenheiro-agrônomo Walter Miguel Kranz, pesquisador aposentado
do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR)*, iniciou sua carreira como
fitotecnista da cultura do feijão. No entanto, seu interesse pela identificação de
espécies vegetais, um hobby, foi descoberto por um colega, Fernando Almeida,
que o convidou para trabalhar na equipe de Herbologia, na qual passou a
contribuir na linha da botânica e taxonomia das espécies de plantas daninhas.
O pesquisador dedicou, apaixonadamente, grande parte de sua vida
profissional ao estudo da Botânica Econ mica de plantas, incluindo o estudo
da flora daninha ocorrente em todo o território do Paraná e parte do Brasil.
Dedicado, teve nesta linha de trabalho profícua produção. Divulgou, entre
tantos outros, uma nova metodologia de avaliação da competitividade e
importância das plantas daninhas; resultados de levantamentos de plantas
daninhas em cafezais, lavouras de soja e feijão; da fenologia e distribuição
da espécie Tecoma stans em pastagens; da ocorrência de Maranta sobolifera
como invasora; e de levantamento de plantas daninhas na região do arenito
paranaense. Em 2009, lançou o livro Ocorrência e Distribuição de Plantas
Daninhas no Paraná, que trata de diversas culturas anuais e algumas perenes,
em diferentes sistemas de preparo de solo, de acordo com a fertilidade do
mesmo, o método de controle aplicado, e conforme as estações do ano.
O autor finaliza sua carreira de pesquisa no IAPAR publicando esta
obra sobre as espécies de plantas daninhas que ocorrem nas pastagens do
Paraná, apresentando a descrição botânica, o comportamento e a importância
das mesmas, e ilustrando o texto com centenas de fotos e dezenas de mapas

*
Atualmente Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER.

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de distribuição de algumas espécies no Estado. Para realizar o levantamento,
o autor dividiu o Estado em quatro regiões homogêneas e visitou, no período
de um ano, 167 propriedades representativas das áreas ocupadas com
pastagens nessas quatro regiões. Identificou, descreveu, agrupou as espécies,
conforme os estudos mais recentes de filogenia, e as listou em ordem de
importância relativa, por região de ocorrência.
Com este livro, o pesquisador oferece ao público científico e
universitário, a profissionais da extensão e a pecuaristas, um material
para identificação de espécies, e para conhecimento de sua distribuição e
importância nas pastagens do Paraná.
Ao pesquisador alter Miguel Kranz fica o nosso reconhecimento e
apreço pela contribuição ao desenvolvimento da agricultura.

Telma Passini
Engenheira-agrônoma
Dra. em Fitotecnia

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S u má rio
Introdução.............................................................................................. 11

Famílias e Espécies............................................................................. 31

Acanthaceae ................................................................................ 33

Amaranthaceae .......................................................................... 35

Anacardiaceae ............................................................................ 40

Annonaceae ................................................................................. 42

Apiaceae........................................................................................ 44

Apocynaceae ............................................................................... 51

Arecaceae ..................................................................................... 57

Asparagaceae .............................................................................. 59

Asteraceae.................................................................................... 61

Berberidaceae...........................................................................160

Bignoniaceae.............................................................................162

Boraginaceae.............................................................................176

Bromeliaceae ............................................................................186

Campanulaceae........................................................................193

Cannabaceae .............................................................................196

Celastraceae ..............................................................................198

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Convolvulaceae ........................................................................199

Cucurbitaceae ...........................................................................201

Cyperaceae.................................................................................203

Dennstaedtiaceae....................................................................209

Euphorbiaceae..........................................................................213

Fabaceae .....................................................................................231

Lamiaceae...................................................................................286

Liliaceae ......................................................................................296

Lythraceae..................................................................................297

Malpighiaceae...........................................................................300

Malvaceae ...................................................................................302

Moraceae ....................................................................................324

Myrtaceae...................................................................................326

Nyctaginaceae...........................................................................330

Phytolaccaceae.........................................................................333

Piperaceae..................................................................................335

Poaceae........................................................................................337

Polygonaceae ............................................................................374

Rosaceae .....................................................................................380

Rubiaceae ...................................................................................388

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Rutaceae......................................................................................396

Salicaceae ...................................................................................401

Sapindaceae...............................................................................405

Scrophulariaceae.....................................................................408

Smilacaceae ...............................................................................410

Solanaceae..................................................................................412

Trigoniaceae..............................................................................436

Typhaceae ..................................................................................438

Urticaceae...................................................................................440

Verbenaceae ..............................................................................442

Violaceae.....................................................................................458

Zingiberaceae............................................................................460

ndice de Nomes Científicos.........................................................462

Índice de Nomes Comuns..............................................................488

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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I ntrodu ç ã o
Nesta publicação, as espécies são relatadas em ordem alfabética
de família. Para agrupar as espécies em famílias botânicas, foram ado-
tados os resultados e as recomendações mais recentes dos estudos em
filogenia, a partir dos quais famílias botânicas foram mantidas, exclu-
ídas ou criadas, e alguns gêneros foram transferidos de uma família
para outra.
Para facilitar a consulta, são citados para cada espécie os princi-
pais sin nimos dos nomes científicos pelos quais as plantas são co-
nhecidas e os principais nomes comuns pelos quais as plantas são po-
pularmente conhecidas, com destaque em negrito para o nome mais
utilizado e que melhor caracteriza a espécie.
A descrição botânica e a descrição do comportamento das espécies
são sucintas, mas suficientes para sua identificação. São apresentadas
fotos para a maioria das espécies e mapas de distribuição para as mais
frequentes e importantes. Nestes, são apresentados os pontos do levan-
tamento; os que estão em negrito indicam onde a espécie foi observada.
Para o levantamento das plantas daninhas das pastagens, o Es-
tado do Paraná foi dividido em quatro regiões homogêneas, tanto
em relação ao comportamento das plantas forrageiras quanto ao das
plantas daninhas:

• Região do Arenito abrange o Noroeste do Estado, onde os so-


los são arenosos;
• Região do Terceiro Planalto inclui a região geográfica do Ter-
ceiro Planalto, excetuando-se as regiões de solos arenosos e
dos Campos Nativos;
• Região dos Campos Nativos inclui todas as áreas dispersas de
Campo Nativo do Estado localizadas nos três planaltos; e,
• Região do Primeiro e Segundo Planalto exceto as áreas de Cam-
po Nativo, e abrangendo ainda o Litoral e o ale do Ribeira.

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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O valor numérico da importância das espécies foi calculado a


partir dos dados de levantamento realizado em pastagens de 167
propriedades, viabilizado por um projeto de pesquisa executado
em convênio entre o IAPAR1, a Do AgroSciences e a FAPEA RO.
Estas propriedades, representativas das áreas ocupadas com pas-
tagens no Estado do Paraná, foram visitadas no período de julho
de 2001 a junho de 2002. O cálculo da importância foi realizado
por meio de adaptação da metodologia descrita por Kranz (1993)2,
incluindo-se na fórmula a porcentagem de área da pastagem ocu-
pada pela espécie.
Os prejuízos causados pelas plantas daninhas foram conside-
rados da seguinte forma:

a) De grande importância quando as plantas daninhas com alto


potencial competitivo eliminaram as espécies forrageiras
pela competição; e,
b) De pequena importância quando os prejuízos causados às
plantas forrageiras se resumiram à redução visual da quali-
dade e da quantidade de forragem produzida.

Houve muita variação na frequência com que as espécies foram


observadas, sendo cada espécie classificada como

a) Encontradiça quando observada entre 10 e 100 das pro-


priedades;
b) Esporádica quando observada entre 2 e 10 ; e,
c) Rara quando observada em menos de 2 das propriedades.

O manejo das pastagens ou a altura de pastejo foi considerado


da seguinte forma:
1
Atualmente Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER.
2
KRANZ, W. M. Plantas invasoras de solos manejados com tração animal em pequenas proprie-
dades do Estado do Paraná. ln: ENCONTRO LATINO-AMERICANO SOBRE PLANTIO DIRETO NA
PEQUENA PROPRIEDADE, 1. Ponta Grossa, PR. 1993. Anais... Ponta Grossa, IAPAR, 1993. p.183-192.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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• Baixo quando o excesso de consumo pelo gado poderia levar


à degradação das pastagens, facilitando a instalação e o desen-
volvimento de plantas invasoras; e,
• Alto quando a pastagem era subutilizada, podendo levar tam-
bém à degradação.

No levantamento, além das espécies de plantas daninhas, foram


observadas as espécies de plantas forrageiras que formam as pasta-
gens do Estado do Paraná e identificados 10 grupos

1. Panicuns variedades e cultivares de Panicum maximum;


2. Braquiárias espécies, variedades e cultivares de Brachiaria
decumbens, Brachiaria humidicola, Brachiaria brizantha,
Brachiaria ruziziensis e Brachiaria dyctioneura;
3. Estrela-africana espécies, variedades e cultivares do gênero
Cynodon (Cynodon plectostachyus, Cynodon nlemfuensis e
Cynodon dactylon);
4. rama-mato-grosso variedades e cultivares de Paspalum
notatum;
5. Capim-jaraguá variedades e cultivares de Hyparrhenia rufa;
6. rama-missioneira variedades e cultivares de Axonopus
compressus;
7. rama-sempre-verde variedades e cultivares de Axonopus
affinis;
8. Azevém variedades e cultivares de Lolium multiflorum;
9. Hemártrias variedades e cultivares de Hemarthria altissima;
10. Campo nativo formado por um complexo de espécies de gra-
míneas e leguminosas nativas.

Foram utilizadas, também, algumas definições para facilitar a


compreensão do texto

a) Planta daninha toda espécie vegetal que prejudica a produti-


vidade e ou a qualidade da produção das plantas forrageiras
nas pastagens. Pode ser remanescente ou invasora;

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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b) Planta remanescente espécie da vegetação nativa que ocupava


anteriormente a área e que não foi eliminada com o preparo do
terreno para a implantação ou renovação das pastagens;
c) Planta invasora espécie vegetal que, introduzida por qual-
quer meio, invade as áreas de pastagens prejudicando a for-
mação, a produtividade e a qualidade da produção das plan-
tas forrageiras. Pode ser nativa ou exótica;
d) Planta exótica espécie originária de outros biomas e que não
ocorre naturalmente no Paraná;
e) Planta anemocórica espécie cujas plantas produzem semen-
tes que são dispersas pelo vento; e,
f) Planta zoocórica espécie cujas plantas produzem sementes
que são dispersas por animais.

V al or de importâ ncia das espé cies


As 258 espécies observadas estão relacionadas de acordo com
sua importância no Estado do Paraná (Tabela 1). São também apre-
sentados os valores de importância das espécies nas regiões pastoris
homogêneas do Estado, com destaque em negrito para as 10 espécies
mais importantes em cada região. Para muitas, não foram atribuídos
valores de importância, pois ainda são de ocorrência rara ou causam
problemas somente numa fase do desenvolvimento das pastagens
(implantação ou rebrota, após longo período de seca) ou porque sua
introdução é muito recente. Os valores de importância são proporcio-
nais à importância de Vernonanthura polyanthes (assa-peixe), a espé-
cie mais frequente, de maior distribuição e das mais prejudiciais às
pastagens do Estado do Paraná. Espécies com até 10 dos valores
da importância de Vernonanthura polyanthes foram consideradas de
grande importância.

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Para cada espécie, conforme suas características de ciclo de vida,


hábito de crescimento e modo de dispersão das sementes, é mencio-
nado o grupo a que pertence (Tabela 1).
Das 258 espécies de plantas daninhas observadas nas pastagens
do Paraná, 92 são anuais e 166 perenes. As anuais, todas herbáceas,
completam o ciclo vegetativo no período de um ano ou menos. Em al-
guns casos, podem perenizar após um período de dois ou três anos. As
espécies anuais causam problemas nas fases de formação, reforma ou
quando ocorre excesso de pastejo, deixando o solo descoberto. O ban-
co de sementes sempre se renova, sem ser percebido. Deixam de ser
importantes nas pastagens bem manejadas. As espécies perenes pos-
suem ciclo de vida de poucos anos até períodos muito longos e os da-
nos que causam independem das condições de manejo das pastagens.
Das espécies anuais, 23 são anemocóricas e 69 são zoocóricas. As
sementes das anemocóricas também podem ser transportadas a gran-
des distâncias com as sementes das espécies forrageiras ou com os
animais. As anuais anemocóricas mais importantes são:

• Senecio brasiliensis (maria-mole ou berneira);


• Pterocaulon lanatum (branqueja-lanuda);
• Pterocaulon virgatum (branqueja); e,
• Pterocaulon angustifolium (branqueja-fina).

As anuais de dispersão zoocórica são introduzidas nas pastagens


através das sementes de forrageiras, dos animais de criação, de aves e
de roedores. As mais importantes são:

• Triumfetta rhomboidea (carrapicho-redondo);


• Croton glandulosus (canela-de-perdiz);
• Sida rhombifolia (guanxuma);
• Sida santaremensis (gunaxuma-de-santarém);
• Sida acuta (guanxuma-paulista);
• Crotalaria incana (crotalária-pilosa); e,
• Croton urucurana (urucurana).

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Das espécies perenes observadas nas pastagens, 43 são remanes-


centes e 123 invasoras. As perenes remanescentes faziam parte da
vegetação nativa e, por sua resistência a tratos mecânicos, não foram
eliminadas com o preparo do solo para a formação da pastagem; re-
brotaram de tocos, xilopódios e raízes. Dentre essas espécies, foram
observadas 32 arbóreas e 11 lianas ou trepadeiras. As espécies do pri-
meiro grupo brotam, formando aglomerados nas pastagens, sendo as
mais importantes:

• Dasyphyllum tomentosum (espinho-agulha);


• Dahlstedtia muehlbergiana (feijão-cru);
• Palicourea marcgravii (cafezinho); e,
• Machaerium stipitatum (sapuva).

Entre as lianas, destacam-se

• Amphilophium paniculatum (cipó-d água); e,


• Mansoa difficilis (cipó-de-corda ou cipó-cambira).

As espécies perenes invasoras estavam presentes na área na épo-


ca da formação da pastagem ou foram introduzidas após a pastagem
formada. Nesse grupo estão as espécies mais prejudiciais às pastagens,
divididas em dois grandes grupos as arbustivas, com 49 espécies, e as
herbáceas, com 74 espécies.
Dentre as perenes invasoras arbustivas, 11 espécies são ane-
mocóricas e 38 zoocóricas. As arbustivas anemocóricas mais im-
portantes são:

• Tecoma stans (amarelinho);


• Senegalia bonariensis (arranha-gato);
• Baccharis oxyodonta (arrebentão);
• Baccharis trimera (carqueja); e,
• Baccharis dracunculifolia (alecrim-do-campo).

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Dentre as arbustivas zoocóricas, destacam-se como mais im-


portantes:

• Psidium guajava (goiabeira);


• Tabernaemontana catharinensis (leiteiro);
• Indigofera truxillensis (anileira-de-vagem-reta);
• Mimosa pigra (dormideira-maior); e,
• Citrus x limon (limão-cravo).

As perenes invasoras herbáceas estão reunidas em cinco grupos

• Pteridófitas;
• Ciperáceas;
• ramíneas;
• Herbáceas anemocóricas; e,
• Herbáceas zoocóricas.

O grupo das pteridófitas ou das samambaias engloba um grande


número de espécies, mas somente Pteridium arachnoideum (samam-
baia) predomina e causa diversos danos, por ser muito competitiva e
tóxica aos animais.
No grupo das ciperáceas, com três espécies, a mais importante
é Fimbristylis dichotoma (cricri), pois se desenvolve entre as plantas
forrageiras e é consumida pelos animais até o estádio de floresci-
mento, quando passa a ser rejeitada pelos animais, causando grande
redução na oferta de alimento.
Foram observadas 19 espécies de gramíneas pouco ou não pala-
táveis causando prejuízos nas pastagens. As espécies pouco palatáveis
são pouco produtivas, de baixa qualidade nutricional e reduzem a ca-
pacidade de lotação das pastagens. Entre elas foram observadas

• Paspalum notatum (grama-mato-grosso);


• Andropogon bicornis (capim-rabo-de-burro);
• Andropogon leucostachyus (capim-membeca);

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• Digitaria insularis (capim-amargoso);


• Sporobolus indicus (capim-capeta);
• Eragrostis plana (capim-annoni);
• Paspalum paniculatum (grama-touceira);
• Imperata brasiliensis (capim-sapé); e,
• Aristida pallens (capim-barba-de-bode).

Foram observadas 51 espécies perenes invasoras herbáceas, das


quais 23 são anemocóricas e 28 zoocóricas. As anemocóricas mais fre-
quentes e importantes são

• Vernonanthura polyanthes (assa-peixe);


• Austroeupatorium inuliifolium (eupatório-maior);
• Chromolaena maximilianii (mata-pasto); e,
• Chromolaena laevigata (cambará-falso).

As zoocóricas são de ocorrência localizada ou regionalizada,


como:

• Synedrellopsis grisebachii (agriãozinho);


• Eryngium horridum (caraguatá-hórrido); e,
• Eryngium pandanifolium (caraguatá-do-banhado).

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Tabela 1. alores de importância das espécies no Estado do Paraná e nas Regiões Pastoris Homogêneas.

Importância1
Espécie Nome comum rupo Terceiro Campos Quarta
Estado Arenito

Paspalum notatum 2204108 1622877 581116 28 87


Planalto2 Nativos região3

Vernonanthura polyanthes 1000000 234611 682549 7588 66251


rama-mato-grosso ramínea perene

Senecio brasiliensis 521024 9185 506792 5030


Assa-peixe Perene herbácea anemocórica

Pteridium arachnoideum 432840 46341 44365 340037


Maria-mole Anual herbácea anemocórica 19

Andropogon leucostachyus 255034 242000 12369


Samambaia Perene pteridófita 2096

Digitaria insularis 207791 204130


Capim-membeca ramínea perene 666

Sporobolus indicus 188009 105912 76455


Capim-amargoso ramínea perene 3660 1

Eryngium horridum 110215 110133


Capim-capeta ramínea perene 5383 258

Andropogon bicornis 105838 55419 50388


Caraguatá-hórrido Perene hebácea zoocórica 8 74

Psidium guajava 33676 64886


Capim-rabo-de-burro ramínea perene 29 1

Senegalia bonariensis 72727


oiabeira Perene arbustiva zoocórica 98564 2

Tabernaemontana catharinensis 32459


Arranha-gato Perene arbustiva anemocórica 72847 52 1 67

Synedrellopsis grisebachii 30052


Leiteiro Perene arbustiva zoocórica 62694 30232 3

Tecoma stans 47250


Agriãozinho Perene hebácea zoocórica 51795 21724 18
Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná

Baccharis oxyodonta 42560


Amarelinho Perene arbustiva anemocórica 47281 29 2

Eragrostis plana 40216


Arrebentão Perene arbustiva anemocórica 42571 1 6 3

Fimbristylis dichotoma 30321


Capim-annoni ramínea perene 42404 1374 814

Baccharis trimera 36866


Cricri Ciperácea perene 38544 11 8211

Austroeupatorium inuliifolium
Carqueja Perene arbustiva anemocórica 37539 674

Indigofera truxillensis 19065


Eupatório-maior Perene herbácea anemocórica 29640 5972 23834 13 1

Paspalum paniculatum 9647


Anileira-de-vagem-reta Perene arbustiva zoocórica 19066 1
19

Dasyphyllum tomentosum
rama-touceira ramínea perene 17580 7916 16
Espinho-agulha Perene arbustiva remanescente 16670 28 16603 39

Continua

27/06/2022 09:34:16
20

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 20


Tabela 1. Continuação.
Importância1
Espécie Nome comum rupo Terceiro Campos Quarta
Estado Arenito

Triumfetta rhomboidea 12704 124 2384


Planalto2 Nativos região3

Mimosa pigra 11032


Carrapicho-redondo Anual herbácea zoocórica 15212

Croton glandulosus 8163


Dormideira-maior Perene arbustiva zoocórica 11032

Baccharis dracunculifolia 7969


Canela-de-perdiz Anual herbácea zoocórica 8176 4 8

Chromolaena maximilianii
Alecrim-do-campo Perene arbustiva anemocórica 7980 2 10

Pterocaulon lanatum
Mata-pasto Perene herbácea anemocórica 7111 6007 973 131

Chromolaena laevigata 4769


Branqueja-lanuda Anual herbácea anemocórica 4938 4934 3

Sida rhombifolia
Cambará-falso Perene herbácea anemocórica 4771 1 1

Crotalaria incana
uanxuma Anual herbácea zoocórica 4116 3199 528 345 43

Sida santaremensis
Crotalária-pilosa Anual herbácea zoocórica 3064 3056 2 6 1

Sida acuta
uanxuma-de-santarém Anual herbácea zoocórica 2835 2834

Eryngium pandanifolium 2727


uanxuma-paulista Anual herbácea zoocórica 2737 17 2720

Imperata brasiliensis
Caraguatá-do-banhado Perene hebácea zoocórica 2729 2

Mimosa orthacantha 1835


Capim-sapé ramínea perene 2350 23 1 2326

Aristida pallens 1699


Mimosa-do-guartelá Perene arbustiva zoocórica 1835

Croton urucurana
Capim-barba-de-bode ramínea perene 1699

Amphilophium paniculatum
Urucurana Anual herbácea zoocórica 1290 1289 1

Dahlstedtia muehlbergiana
Cipó-d’água Perene trepadeira remanescente 1200 1200

Vernonanthura westiniana
Feijão-cru Perene arbustiva remanescente 1123 75 1043 4
Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER

Ocimum campechianum
Assa-peixe-roxo Perene herbácea anemocórica 831 16 1 813 1

Rumex obtusifolius
Alfavaca-do-mato Perene hebácea zoocórica 777 775 1

Palicourea marcgravii
Língua-de-vaca Perene hebácea zoocórica 708 1 707 1
Cafezinho Perene arbustiva remanescente 517 1 516 1

Continua

27/06/2022 09:34:16
Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 21
Tabela 1. Continuação.
Importância1
Espécie Nome comum rupo Terceiro Campos Quarta
Estado Arenito

Cenchrus echinatus
Planalto2 Nativos região3
Capim-carrapicho ramínea anual 515 515

Mansoa difficilis
Citrus x limon Limão-cravo Perene arbustiva zoocórica 492 7 480 5

Heimia myrtifolia
Cipó-de-corda Perene trepadeira remanescente 471 469 2

Lobelia exaltata
Erva-da-vida Perene arbustiva zoocórica 437 13 424

Senna occidentalis
Lobélia Anual herbácea zoocórica 428 427 1

Solanum palinacanthum
Fedegoso-preto Anual herbácea zoocórica 416 408 8 1

Solanum guaraniticum
Joá-bagudo Perene hebácea zoocórica 399 161 235 1 2

Vernonanthura tweedieana
Jurubeba-do-sul Perene hebácea zoocórica 396 394 1 1

Machaerium stipitatum
Assa-peixe-de-laguna Perene herbácea anemocórica 386 385

Baccharis articulata
Sapuva Perene arbustiva remanescente 369 363 6 1

Persicaria maculosa
Carquejinha Perene arbustiva anemocórica 304 304

Bauhinia forficata
Erva-de-bicho Anual herbácea zoocórica 303 2 301

Scleria gaertneri
Pata-de-vaca Perene arbustiva anemocórica 285 53 232
Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná

Mimosa setosa
Capim-navalha Ciperácea perene 231 1 229

Bromelia balansae
Maricá Perene arbustiva zoocórica 222 11 34 3 175

Senna obtusifolia
Caraguatá-de-cerca Perene hebácea zoocórica 152 27 121 2 2

Indigofera hirsuta
Fedegoso-branco Anual herbácea zoocórica 141 136 5

Aloysia virgata
Anileira-rasteira Anual herbácea zoocórica 139 133 6

Aeschynomene americana
Lixeira Perene arbustiva remanescente 111 110

Machaerium aculeatum
Angiquinho Anual herbácea zoocórica 106 106
21

Centratherum punctatum
Espinho-bico-de-pato Perene arbustiva remanescente 91 12 78
Perpétua-do-mato Perene hebácea zoocórica 88 88

Continua

27/06/2022 09:34:17
22

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 22


Tabela 1. Continuação.
Importância1
Espécie Nome comum rupo Terceiro Campos Quarta
Estado Arenito

Cestrum laevigatum
Planalto2 Nativos região3

Typha domingensis
Coerana-branca Perene arbustiva zoocórica 75 1 74

Indigofera suffuticosa
Tabôa Perene herbácea anemocórica 72 2 60 11

Annona silvatica
Anileira-de-vagem-torta Perene arbustiva zoocórica 71 67 3 1

Cestrum strigillatum
Araticum Perene arbustiva remanescente 70 2 58 9

Baccharis serrulata
Coerana-da-flor-verde Perene arbustiva zoocórica 68 68

Sida cordifolia
assoura-medulosa Perene herbácea anemocórica 61 1 61

Cyperus odoratus
uanxuma-coração Anual herbácea zoocórica 60 52 8

Baccharis anomala
Tiriricão Ciperácea perene 55 2 47 6

Solanum sisymbriifolium
Parreirinha Perene herbácea anemocórica 52 25 1 26

Melinis repens
oá-vermelho Anual herbácea zoocórica 45 2 43

Senegalia lowei
Capim-favorito ramínea perene 44 42 1

Mimosa debilis
Arranha-gato-avermelhado Perene arbustiva anemocórica 39 9 27 2

Psychotria fractistipula
Dormideira-folha-larga Perene arbustiva zoocórica 38 36 2

Hedychium coronarium
Cafezinho-de-flor-branca Perene arbustiva remanescente 37 19 15 3

Mimosa invisa
Lírio-do-brejo Perene hebácea zoocórica 33 33

Pterocaulon virgatum
Dormideira Perene arbustiva zoocórica 31 2 29

Randia nitida
Branqueja Anual herbácea anemocórica 24 12 10 1

Solanum viarum
Espinho-de-cruz Perene arbustiva remanescente 23 13 9 1
Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER

Trigonia nivea
Joá Anual herbácea zoocórica 22 2 19 1 1

Cestrum intermedium
Cipó-prata Perene trepadeira remanescente 20 20
Coerana Perene arbustiva zoocórica 20 2 17 2

Continua

27/06/2022 09:34:17
Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 23
Tabela 1. Continuação.
Importância1
Espécie Nome comum rupo Terceiro Campos Quarta
Estado Arenito

Citharexylum myrianthum
Planalto2 Nativos região3

Paspalum urvillei
Tucaneira Perene arbustiva remanescente 20 19 1

Ricinus communis
Capim-das-estradas ramínea perene 20 3 12 5

Aegiphila integrifolia
Mamona Anual herbácea zoocórica 19 5 14

Bromelia antiacantha
Tamanqueiro Perene arbustiva remanescente 19 2 17 1

Leonurus sibiricus
Caraguatá Perene hebácea zoocórica 19 19

Pterocaulon angustifolium
Rubim Anual herbácea zoocórica 19 18 1

Cirsium vulgare
Branqueja-fina Anual herbácea anemocórica 19 19

Ocimum gratissimum
Cardo-negro Anual herbácea anemocórica 17 14 1

Mesosphaerum suaveolens
Alfavacão Perene arbustiva zoocórica 17 10 7

Erigeron canadensis
Cheirosa Anual herbácea zoocórica 16 9 6 1

Paspalum conjugatum
Buva Anual herbácea anemocórica 16 2 13

Seguieria langsdorffii
Capim-marreca ramínea perene 15 1 14 1

Dolichandra unguis-cati
Limãozinho Perene arbustiva remanescente 14 10 3 1
Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná

Elephantopus mollis
Unha-de-gato Perene trepadeira remanescente 14 8 2 3

Sebastiania klotzschiana
Erva-grossa Anual herbácea zoocórica 13 8 3 1 2

Maclura tinctoria
Branquilho Perene arbustiva remanescente 13 4 5 5

Synedrella nodiflora
Amoreira-de-espinho Perene arbustiva remanescente 12 2 10 1

Schinus terebinthifolius
Corredeira Perene hebácea zoocórica 12 10 2

Chromolaena squalida
Aroeira-vermelha Perene arbustiva zoocórica 10 3 6

Campomanesia xanthocarpa
Casadinha Perene herbácea anemocórica 9 9 1
23

Mikania cordifolia
uabirobeira Perene arbustiva remanescente 9 1 7 1
Falso-guaco Perene herbácea anemocórica 9 1 3 3 3

Continua

27/06/2022 09:34:17
24

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 24


Tabela 1. Continuação.
Importância1
Espécie Nome comum rupo Terceiro Campos Quarta
Estado Arenito

Setaria parviflora
Planalto2 Nativos região3

Rubus rosifolius
Capim-rabo-de-raposa ramínea anual 9 9

Hipoestes phyllostachya
Framboesa-silvestre Perene arbustiva zoocórica 9 9

Buddleja stachyoides
Cara-sardenta Perene hebácea zoocórica 9 8 2

Vassobia breviflora
Calção-de-velho Perene hebácea zoocórica 9 6 3

Acanthospermum australe
Espinho-de-porco Perene arbustiva zoocórica 9 5 4
Carrapicho-rasteiro Anual herbácea zoocórica 9 5 4

Sidastrum paniculatum
Anemopaegma sp. Cipó-de-orelha. Perene trepadeira remanescente 8 8

Sidastrum micranthum
Malva-roxa Anual herbácea zoocórica 8 5 3 1

Praxelis diffusa
Falsa-guanxuma Anual herbácea zoocórica 8 4 4

Zanthoxylon fagara
Botão-azul Anual herbácea anemocórica 8 3 4

Smilax campestris
Mamica-de-porca Perene arbustiva remanescente 8 2 5 1

Pisonia aculeata
Japecanga Perene trepadeira remanescente 8 2 2 3

Casearia silvestris
Espora-de-galo Perene arbustiva remanescente 7 3 4

Urera baccifera
uaçatonga Perene arbustiva remanescente 7 2 4 2

Xylosma ciliatifolia
Urtigão Perene arbustiva zoocórica 7 2 4 1
Espinho-de-judeu Perene arbustiva remanescente 7 2 2 3

Piper aduncum
Serjania sp. Cipó-cruz Perene trepadeira remanescente 7 1 5 1

Pterogyne nitens
Pimenta-de-macaco Perene arbustiva zoocórica 7 6
Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER

Acrocomia aculeata
Amendoim Perene arbustiva remanescente 6 6

Crotalaria lanceolata
Macaúba Perene arbustiva zoocórica 6 6
Crotalária-de-folha-estreita Anual herbácea zoocórica 6 4 2

Continua

27/06/2022 09:34:17
Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 25
Tabela 1. Continuação.
Importância1
Espécie Nome comum rupo Terceiro Campos Quarta
Estado Arenito

Lantana camara
Planalto2 Nativos região3

Lantana fucata
Cambará Perene arbustiva zoocórica 6 2 3 2

Ananas comosus
Cambará-roxo Perene hebácea zoocórica 6 2 1 3

Machaerium dolongifolium
Ananás-selvagem Perene hebácea zoocórica 5 4

Biancaea decapetala
Cateretê Perene arbustiva remanescente 5 2 3 1

Cordia americana
Espinho-de-cêrca Perene arbustiva zoocórica 5 2 3 1

Machaerium scleroxylon
uajuvira Perene arbustiva anemocórica 5 1 3 1

Momordica charantia
Caviúna-vermelha Perene arbustiva remanescente 5 1 2 2

Rubus urticifolius
Melão-de-são-caetano Anual herbácea zoocórica 5 4 1

Chevreulia sarmentosa
Amoreira-preta Perene arbustiva zoocórica 5 3 1

Byrsonima intermedia
Macelinha-rasteira Perene herbácea anemocórica 5 2 1 1

Pyrostegia venusta
Cangiqueira Perene trepadeira remanescente 4 3 1

Agave americana
Cipó-de-são-joão Perene trepadeira remanescente 4 2 2 1

Varronia polycephala
Agave Perene hebácea zoocórica 4 2 2
Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná

Asclepias curassavica
Falsa-balieira Anual herbácea zoocórica 4 1 3 1

Muellera campestris
Falsa-erva-de-rato Perene herbácea anemocórica 4 1 3 1

Ruprechtia laxiflora
Rabo-de-bugio Perene arbustiva remanescente 4 1 3

Cordia trichotoma
Marmeleiro Perene arbustiva remanescente 4 1 3

Celtis iguanaea
Louro-pardo Perene arbustiva anemocórica 4 1 2 2

Solanum paniculatum
Esporão-de-galo Perene arbustiva remanescente 4 1 2 1

Mimosa pudica
Jurubeba Perene hebácea zoocórica 4 1 2 1
25

Dormideira-sensitiva Perene arbustiva zoocórica 4 1 3


Senna hirsuta var. leptocarpa Fedegoso-de-fruto-comprido Anual herbácea zoocórica 4 4

Continua

27/06/2022 09:34:17
26

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 26


Tabela 1. Continuação.
Importância1
Espécie Nome comum rupo Terceiro Campos Quarta
Estado Arenito

Amaranthus spinosus
Planalto2 Nativos região3

Setaria sulcata
Caruru-de-espinho Anual herbácea zoocórica 4 3 1
Capim-palmeirinha ramínea perene 4 3 1

Rubus brasiliensis
Cestrum strigilatum var. calycinum Coerana-pilosa Perene arbustiva zoocórica 4 3 1

Waltheria indica
Amoreira-branca Perene arbustiva zoocórica 4 1 3

Hebanthe erianthos
Malva-branca Anual herbácea zoocórica 3 2 1 1

Wissadula hernandioides
Corango-açu Perene trepadeira remanescente 3 2 1 1

Berberis laurina
Malva-estrela Anual herbácea zoocórica 3 1 1 1

Campomanesia guazumifolia
São joão Perene arbustiva remanescente 3 1 2

Arctium minus
Sete-capotes Perene arbustiva remanescente 3 3 1

Solanum atropurpureum
Bardana Anual herbácea zoocórica 3 3

Heliotropium transalpinum
Joá-de-espinho-preto Anual herbácea zoocórica 3 3

Bougainvillea glabra
Borragem-crista-de-galo Perene hebácea zoocórica 3 3

Solidago chilensis
Primavera Perene arbustiva remanescente 3 2 1

Solanum ramulosum
Erva-lanceta Perene herbácea anemocórica 3 2 1

Cordia ecalyculata
Rapa-guela Perene hebácea zoocórica 3 2 1

Myrocarpus frondosus
Porangaba Perene arbustiva remanescente 3 2

Xanthium strumarium
Cabreúva Perene arbustiva remanescente 3 2

Lantana trifolia
Carrapichão Anual herbácea zoocórica 3 1 2
Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER

Pluchea sagittalis
Cambará-de-três-folhas Perene arbustiva zoocórica 3 1 2

Lessingianthus glabratus
Erva-lucera Anual herbácea anemocórica 2 2 1

Maytenus aquifolium
Assa-peixe-roxo-menor Perene herbácea anemocórica 2 2
Espinheira-santa-maior Perene arbustiva remanescente 2 1 1 1

Continua

27/06/2022 09:34:17
Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 27
Tabela 1. Continuação.
Importância1
Espécie Nome comum rupo Terceiro Campos Quarta
Estado Arenito

Dysphania ambrosioides
Planalto2 Nativos região3

Tagetes minuta
Erva-de-santa-maria Anual herbácea zoocórica 2 1 1

Myriopus paniculatus
Cravo-de-defunto Anual herbácea zoocórica 2 1 1

Vachellia farnesiana
Marmelinho Perene arbustiva zoocórica 2 1 1

Lippia alba
Esponjinha Perene arbustiva zoocórica 2 2

Jungia floribunda
Erva-cidreira-brasileira Perene arbustiva zoocórica 2 2

Symphyotrichum subulatum
Erva-de-mula Perene herbácea anemocórica 2 2

Prunus myrtifolia
Falso-mio-mio Anual herbácea anemocórica 2 1

Verbena littoralis
Pessegueiro-bravo Perene arbustiva remanescente 2 1

Ambrosia polystachya
Erva-de-pai-caetano Perene hebácea zoocórica 2 1

Solanum robustum
Cravorana Anual herbácea zoocórica 2 2

Panicum repens
Falsa-jurubeba Anual herbácea zoocórica 2 1

Soliva sessilis
Capim-torpedo ramínea perene 2 2

Alysicarpus vaginalis
Roseta Anual herbácea zoocórica 2 1
Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná

Leonotis nepetifolia
Amendoinzinho Anual herbácea zoocórica 1 2

Cardiospermum halicacabum
Cordão-de-frade Anual herbácea zoocórica 1 1 1

Cantinoa americana
Balãozinho Anual herbácea zoocórica 1 1 1

Parthenium histerophorus
Cheirosa-de-espiga Anual herbácea zoocórica 1 1

Senna hirsuta
Losna-branca Anual herbácea zoocórica 1 1

Spermacoce latifolia
Fedegoso-peludo Anual herbácea zoocórica 1 1

Stachytarpheta cayennensis
Erva-quente Anual herbácea zoocórica 1 1
27

Cinagrostis viridiflavescens
ervão-azul Anual herbácea zoocórica 1 1
Capim-campos-novos ramínea perene 1 1

Continua

27/06/2022 09:34:17
28

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 28


Tabela 1. Continuação.
Importância1
Espécie Nome comum rupo Terceiro Campos Quarta
Estado Arenito

Cnidoscolus urens
Planalto2 Nativos região3

Pombalia communis
Cansanção Perene arbustiva zoocórica 1 1

Rumex crispus
Bandeira-branca Perene hebácea zoocórica 1 1

Baccharis leucocephala
Língua-de-vaca-crespa Perene hebácea zoocórica 1 1

Lilium longiflorum
assoura-branca Perene herbácea anemocórica 1 1

Chrysolaena cognata
Lírio-branco Perene herbácea anemocórica 1 1

Carduus acanthoides
Cambarazinho-roxo Perene herbácea anemocórica 1 1

Carduus pycnocephalus
Cardo-chileno Anual herbácea anemocórica 1 1

Baccharis coridifolia
Cardo Anual herbácea anemocórica 1 1

Eleusine indica
Mio-mio Perene herbácea anemocórica 1 1

Lantana canescens
Capim-pé-de-galinha ramínea perene 1

Sphagneticola trilobata
Cambará-branco Perene hebácea zoocórica 1

Orthopappus angustifolius
edélia Perene hebácea zoocórica 1

Ageratum conyzoides
Língua-de-vaca-branca Perene herbácea anemocórica 1

Chaptalia integerrima
Mentrasto Anual herbácea anemocórica

Chaptalia nutans
Paraquedas Anual herbácea anemocórica

Conyza primulifolia
Paraquedas-de-folhas-cortadas Anual herbácea anemocórica

Erigeron bonariensis
Buva-do-chile Anual herbácea anemocórica

Erechtites hieracifolia
Buva-de-buenos-aires Anual herbácea anemocórica
Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER

Erechtites valerianifolius
Capiçoba Anual herbácea anemocórica

Praxelis clematidea
Caruru-amargoso Anual herbácea anemocórica
Botão-azul-lustroso Anual herbácea anemocórica

Continua

27/06/2022 09:34:17
Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 29
Tabela 1. Continuação.
Importância1
Espécie Nome comum rupo Terceiro Campos Quarta
Estado Arenito

Gamochaeta purpurea
Planalto2 Nativos região3

Hypochoeris radicata
Macela-fina Anual herbácea anemocórica

Silybum marianum
Almeirão-do-campo Anual herbácea anemocórica

Tridax procumbens
Cardo-mariano Anual herbácea anemocórica

Acalypha gracilis
Erva-de-touro Anual herbácea anemocórica

Ammi majus
Tapa-buraco Anual herbácea zoocórica

Centaurea solstitialis
Amio-maior Anual herbácea zoocórica

Conium maculatum
Cardo-amarelo Anual herbácea zoocórica

Crotalaria micans
Funcho-selvagem Anual herbácea zoocórica

Crotalaria pallida
Crotalária-guirá Anual herbácea zoocórica

Cynoglossum amabile
Crotalária-pálida Anual herbácea zoocórica

Diodella teres
Língua-de-cachorro Anual herbácea zoocórica

Malvastrum coromandelianum
Mata-pasto-do-cerrado Anual herbácea zoocórica

Microstachys corniculata
Malvastro Anual herbácea zoocórica
Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná

Sida cerradoensis
uanxuma-de-chifre Anual herbácea zoocórica

Sida glaziovii
uanxuma-do-cerrado Anual herbácea zoocórica

Sida linifolia
unxuma-branca Anual herbácea zoocórica

Sida lonchites
uanxuma-fina Anual herbácea zoocórica

Sida potentilloides
uanxuma-preta Anual herbácea zoocórica
uanxuma-rosa Anual herbácea zoocórica
29

Sida sp. 1 uanxuma-clara Anual herbácea zoocórica


Sida sp. 2 uanxuma-gigante Anual herbácea zoocórica

Continua

27/06/2022 09:34:18
30

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 30


Tabela 1. Continuação.
Importância1
Espécie Nome comum rupo Terceiro Campos Quarta
Estado Arenito

Sida spinosa
Planalto2 Nativos região3

Sida urens
uanxuma-espinhosa Anual herbácea zoocórica

Sida viarum
uanxuma-rasteira Anual herbácea zoocórica

Triumfetta semitriloba
uanxuma-dos-caminhos Anual herbácea zoocórica

Xanthium spinosum
Juta-nacional Anual herbácea zoocórica
Carrapicho-de-espinho Anual herbácea zoocórica

Adenocalymma peregrinum
Sporobolus indicus var. exilis Capim-moirão ramínea perene

Cestrum corymbosum
Ciganinha Perene arbustiva anemocórica

Heimia salicifolia
Coerana-amarela Perene arbustiva zoocórica

Croton calonervosus
Erva-da-vida-maior Perene arbustiva zoocórica

Croton allemii
elame-nervoso Perene arbustiva zoocórica

Mimosa ramosissima
elame-do-rambo Perene arbustiva zoocórica

Citrus trifoliata
uqueri Perene arbustiva zoocórica

Ananas comosus
Poncirus Perene arbustiva zoocórica

Dichondra microcalyx
Abacaxi-silvestre Perene hebácea zoocórica

Solanum asperolanatum
Rodela-de-cavalo Perene hebácea zoocórica

Chevreulia acuminata
Jurubeba-grande Perene hebácea zoocórica

Vernonanthura oligactoides
Macelinha-rasteira-verde Perene herbácea anemocórica

Adenocalymma marginatum
Cambarazinho-do-campo Perene herbácea anemocórica
Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER

1
Valores relativos ao de Vernonanthura polyanthes; valores em negrito representam as 10 espécies mais importantes no Estado e em cada Região Pastoril Homogênea.
Cipó-de-vaqueiro Perene trepadeira remanescente

2
Terceiro Planalto: área geográfica do Terceiro Planalto, exceto as áreas do Arenito e dos Campos Nativos.
3
Quarta Região: área geográfica do Primeiro e Segundo Planalto, exceto a área que compreende os Campos Nativos, o Litoral e o Vale do Ribeira.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Acanthaceae A
Hipoestes phyllostachya Baker B
SINÔNIMO
Eranthemum sanguinolentum Hort. van Houtte
C
NOMES COMUNS
Cara-sardenta, face-sardenta, confete
D
ORIGEM
Espécie originária de Madagascar. Cultivada em muitos países pelas suas folhas orna-
E
mentais.
F

P
lanta herbácea, perene, zoocórica. Sistema radicular pivo- L
tante, vigoroso, profundo; raízes laterais finas e ramificadas
exploram com eficiência os recursos naturais superficiais M
do solo. Caules quadrangulares, ângulos agudos, atingem cerca de
80 cm de altura, ramificados na parte inferior e na parte superior, N
junto da inflorescência. Folhas pecioladas, pecíolos tomentosos,
com cerca de 3 cm de comprimento. Limbos oblongos a ovalados, P
no máximo duas vezes mais longos do que largos, ápice obtuso
a agudo, margens inteiras, às vezes onduladas, de tonalidades R
avermelhadas ou mais claras e o restante do limbo verde ou aver-
melhado, com 4-5 pares de nervuras laterais vermelhas ou aver- S
melhadas, tomentosas em ambas as faces. Inflorescências em paní-
culas eretas, terminais e com poucos ramos, no máximo 20 cm de T
comprimento; brácteas foliosas ovado-lanceoladas, mais curtas do
que o cálice; bractéolas unidas pela metade, hialinas, as bractéo-
las interiores lanceoladas, livres, hialinas. Cálice com 5 lobos, seg-
U
mentos lineares, ciliados; corolas arroxeadas, lado interno branco
com pontuações roxas, tubo delgado de 5-7 mm de comprimento,
V
ereto ou curvado e prolongado em dois lábios. Fruto cápsula, com
até 4 sementes orbiculares e rugosas.
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Cultivada inicialmente como planta ornamental em vasos ou can-


teiros de quintais, multiplicou-se por sementes, estacas e por divisão
das touceiras. Saindo de controle, invade as pastagens com alto potencial
de competição. Ocorre principalmente na região dos Planaltos, em pasta-
gens de grama-mato-grosso, com baixo nível de fertilidade aparente do
solo, superlotadas de animais e sem manejo periódico das plantas dani-
nhas. Nessas condições, causa prejuízos de pequena importância, mas a
tendência, caso não seja controlada, é tornar-se um problema.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Amaranthaceae A
Amaranthus spinosus L. B
SINÔNIMOS
Amaranthus diacanthus Raf., Amaranthus caracasanus HBK.
C
NOMES COMUNS
Caruru-de-espinho, bredo-de-espinho, caruru-bravo, caruru-de-porco
D
ORIGEM
Espécie originária da América tropical, dispersa por todas as regiões do mundo.
E
F

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante, bem
desenvolvida e profunda, raízes laterais longas e superficiais. L
Caule robusto, fibroso, ramificado, cilíndrico, estriado, glabro,
piloso nos ramos novos; apresenta dois espinhos agudíssimos de até M
2 cm de comprimento junto de cada axila das folhas. Folhas alternas
simples, pecíolo de até 9 cm de comprimento; limbo oblongo a lance- N
olado, ápice agudo, base atenuada, decorrente, cerca de duas vezes e
meia mais longo do que largo; margem levemente ondulada; coloração
verde-escura à avermelhada. As folhas podem apresentar manchas ir-
P
regulares e esbranquiçadas na face superior. Inflorescências em espi-
gas terminais densas, de até 20 cm de comprimento; espigas menores
R
ou glomérulos nas axilas das folhas, nas partes superiores da planta.
Flores sésseis, protegidas por duas brácteas menores do que as tépa- S
las e terminadas por um apículo ou por uma longa arista em forma de
espinho. Possuem cinco tépalas amarelo-esverdeadas, castanhas, rosa- T
das ou esbranquiçadas, com a nervura principal verde e saliente. Fruto
pixídio unilocular e unisseminado. Sementes lenticulares de menos de U
1 mm de diâmetro e 0,5 mm de espessura. As sementes germinam pre-
dominantemente na primavera. As plantas florescem durante o verão e V
o outono. A maturação acontece logo após o florescimento, que ocorre
de forma sequencial. A produção de sementes é altíssima, mas a per-
centagem de germinação e formação de novas plantas é muito baixo.
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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As plantas são muito vigorosas, mas raramente formam grandes


populações. São encontradas com maior frequência em locais de gran-
de pisoteio, próximas a currais, aguadas e saleiros, onde a concentra-
ção de matéria orgânica é maior. As folhas, ramos e sementes dessa e
de outras espécies do gênero contêm altos teores de oxalatos, subs-
tâncias de atividade nefrotóxica. Bovinos, ovinos e caprinos raramente
consomem a planta adulta, por causa dos espinhos, mas consomem as
plantas jovens e as sementes junto com as rações, quando preparadas
com resíduos do beneficiamento de produtos agrícolas.
Espécie encontrada esporadicamente nas pastagens do estado, é
mais comum em lavouras. Apesar de causar pequena redução na pro-
dutividade de plantas forrageiras, causa danos na região dos Planaltos,
em pastagens de panicuns, braquiárias e estrela-africana, pastejadas à
altura média ou baixa, em solos com nível médio e baixo de fertilidade,
em áreas com lotação de animais em intensidade média ou alta e não
submetidas frequentemente ao manejo das plantas invasoras.

Dysphania ambrosioides (L.) Mosyakin & Clemants

SINÔNIMOS
Chenopodium obovatum Miq., Chenopodium retusum Juss. ex Moq., Chenopodium
anthelminticum L., Ambrina antihelmintica Spach., Ambrina ambrosioides Spach.,
Atriplex ambrosoides Crautz.

NOMES COMUNS
Erva-de-santa-maria, ambrósia, quenopódio, mastruço, erva-mata-pulga

ORIGEM
Espécie originária do México, dispersa por todas as regiões tropicais e subtropicais do
mundo como planta medicinal e invasora.

P
lanta anual, herbácea, zoocórica. Raiz pivotante vigorosa, rami-
ficada; raízes laterais abundantes, mas pouco desenvolvidas.
Caule cilíndrico, verde ou avermelhado, muito ramificado, ra-
mos inferiores maiores, diminuindo de tamanho da base para o ápice.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Folhas alternas, distribuídas de forma helicoidal, as inferiores pe-


cioladas; o pecíolo diminui de tamanho para o ápice da planta, de ma- A
neira que as folhas superiores são quase sésseis; elípticas a lanceola-
das, ápice agudo, base atenuada, margem sinuoso-denteada; nervuras B
proeminentes na face dorsal; coloração verde intensa, às vezes aver-
melhada; superfície glabra ou com pêlos vesiculares, na qual armaze-
na um óleo essencial de odor desagradável. Inflorescência terminal ou
C
nas axilas das folhas superiores; flores reunidas em glomérulos e estes
reunidos em espigas. Flores globosas, diminutas, com menos de 1 mm; D
3-5 tépalas verdes, persistentes. Os frutos são núculas unisseminadas,
indeiscentes, lenticulares. Semente lenticular de 0,4-0,6 mm de espes- E
sura por 0,7-0,9 mm de diâmetro. A germinação das sementes ocorre
em qualquer época do ano, mas predomina na primavera. Plantas flo- F
ridas são facilmente encontradas em qualquer época do ano.
Espécie esporádica no estado, encontradiça no Terceiro Planal-
to, em pastagens formadas por grama-mato-grosso, estrela-africana e
L
capim-jaraguá, é de difícil controle por meio de herbicidas. Apesar da
grande quantidade de sementes que produz, raramente forma popu-
M
lações densas e exclusivas. Por isso, possui pequena importância, mas
faz-se notar nas regiões do Arenito e do Terceiro Planalto, em pastagens N
formadas por panicuns em estado inicial de degradação, em áreas com
intensidade média ou baixa de pastejo, em solos com fertilidade média P
ou baixa e não submetidas ao manejo frequente das plantas invasoras.
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Hebanthe erianthos (Poir.) Pedersen

SINÔNIMOS
Gomphrena paniculata (Mart.) Moq., Hebanthe paniculata Mart.

NOME COMUM
Corango-açu

ORIGEM
Espécie com ocorrência em toda a América do Sul, em áreas tropicais e subtropicais.

P
lanta perene, remanescente, subarbustiva, liana, zoocórica. Sis-
tema subterrâneo formado por um xilopódio gemífero e raízes
grossas, carnosas, fasciculadas. Do xilopódio partem caules as-
cendentes, muito ramificados, pilosos quando novos e glabros pos-
teriormente, pelos simples. Folhas curto-pecioladas, opostas, limbo
elíptico a ovado-elíptico, de 5-9 cm de comprimento por 3-6 cm de
largura, ápice agudo ou obtuso, base arredondada, pilosa, tricomas
alvos ou ferrugíneos, mais abundantes na parte inferior do limbo. In-
florescência paniculada, terminal ou axilar; pedúnculo piloso com ra-
mos primários verticilados, bráctea primária central ovalada, pilosa e
uninervada, laterais arredondadas. Flores alvacentas ou amareladas;
tépalas ovaladas a oblongas, obtusas, 3-4 mm de comprimento, exter-
nas trinervadas e pilosas, internas uninervadas e com tricomas alon-
gados; anteras ovais; ovário globoso; estigma papiloso. Fruto cápsula
unisseminada, inclusa no interior das tépalas persistentes; semente
lenticular. Plantas trepadeiras ou escandentes, de crescimento muito
vigoroso; ramos que partem do xilopódio ou da base dos ramos cor-
tados crescem sobre as plantas forrageiras ou qualquer outro suporte,
formando grandes moitas exclusivas ou associadas a outras invasoras.
Planta encontradiça no estado, dispersa nos Planaltos, em pas-
tagens de braquiárias, estrela-africana, hemártrias, panicuns, capim-
-jaraguá, grama-mato-grosso e grama-sempre-verde, independente-
mente da intensidade de pastejo e dos sistemas de manejo das plantas
invasoras. Tem preferência por solos com níveis médios ou altos de

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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fertilidade natural. Ocorrem somente plantas remanescentes, isola-


das, não eliminadas na fase de formação das pastagens. Nessas condi- A
ções, raramente se multiplica por sementes, apresentando baixo po-
tencial de competição. Causa prejuízos de pequena importância nas B
regiões do Arenito e dos Planaltos, em pastagens de panicuns, braqui-
árias, estrela-africana e grama-mato-grosso, em áreas com alta lota- C
ção de animais e onde as invasoras não são manejadas com produtos
químicos. Conhecida também pelo seu sinônimo botânico (Hebanthe D
paniculata), tem sido muito utilizada em produtos fitoterápicos.
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Anacardiaceae
Schinus terebinthifolius Raddi

SINÔNIMOS
Schinus aroeira Vell., Schinus rhoifolius Mart., Schinus mucronulata Mart., Schinus
terebinthifolius Raddi var. aroeira (Vell.) March.

NOMES COMUNS
Aroeira-vermelha, aroeira-do-campo, aroeirinha, aroeira-do-brejo, coração-de-bu-
gre, fruta-de-sabiá, aroeira-de-sabiá, aroeira-preta

ORIGEM
Espécie nativa da América do Sul, da Venezuela ao Norte da Argentina e Uruguai. Leva-
da para muitos países para ser cultivada como planta ornamental ou para falsificação
da pimenta-do-reino, pois os frutos da aroeira-vermelha foram muito utilizados nessa
adulteração. Saiu de controle e tornou-se invasora.

Á
rvores de até 15 m de altura e disseminação zoocórica. Sis-
tema radicular pivotante e profundo, eventualmente as raí-
zes superficiais emitem brotações. O caule atinge 20 cm de
diâmetro, ramifica intensamente e rebrota quando cortado. Ramos
novos eretos e flexíveis, pubescentes a glabros. Folhas compostas,
imparipenadas, glabras, glabrescentes até pilosas, 6-20 cm de com-
primento por até 9 cm de largura, com 3-9 pares de folíolos. Folíolos
elípticos a oblongos ou linear-lanceolados, ápice agudo, acuminado
ou obtuso, base cuneada a obtusa, margem inteira, serreada, crena-
da ou denteada, levemente assimétrica na base, 1,5-6,0 vezes mais
compridas do que largas; nervuras bem evidentes, membranáceas a
coriáceas; raque alada; pecíolo de comprimento variável, até 4 cm, e
alado na parte superior. Inflorescências em panículas laxas ou den-
sas, mais desenvolvidas nas plantas masculinas, terminais ou axila-
res nos ramos novos, sempre menores do que as folhas, muitas vezes
pilosas; brácteas permanentes ou caducas na floração, 1,0-1,5 mm
de comprimento; bractéolas menores. Flores pentâmeras, pedicelo
articulado, quase cônico; receptáculo resinoso; sépalas deltoides até

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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1 mm de comprimento com cílios simples ou glandulosos; pétalas


ovadas a elípticas, 1,2-2,5 mm de comprimento. Fruto drupáceo de A
4-5 mm de diâmetro, levemente achatado na parte distal, verde ad-
quirindo coloração vermelho-viva, rosa ou purpúrea na maturação. B
Permanecem na planta após a maturação por um longo período.
As infestações nas pastagens possuem duas origens: rebrotas de
troncos que não morrem quando as árvores são cortadas ou queima-
C
das e plantas oriundas de sementes dispersas pelos pássaros. Encon-
tradiça nas regiões dos Planaltos e dos Campos Nativos, dispersas
D
em pastagens de braquiárias, hemártrias, capim-jaraguá, grama-ma-
to-grosso, grama-sempre-verde e grama-missioneira. Nas pastagens
E
cultivadas de azevém e nas pastagens nativas ocorre em qualquer
condição de manejo das pastagens, lotação e práticas de manejo das F
plantas daninhas, preferencialmente em solos com nível médio e bai-
xo de fertilidade natural. A aroeira-vermelha é mais competitiva em L
pastagens formadas por panicuns, excessivamente pastejadas, cau-
sando prejuízos de média importância. M
O cerne, de grande durabilidade, é utilizado na construção de
cercas, mas é de formação muito lenta e normalmente são tortuo- N
sos e bifurcados.
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Annonaceae
Annona silvatica Saint-Hil.,

SINÔNIMOS
Rollinia silvatica (Saint-Hil.) Mart., Annona sylvestris Vell.

NOMES COMUNS
Araticum, araticum-do-mato, embira, embira-de-araticum, araticum-do-morro, arati-
cum-grande

ORIGEM
Espécie nativa do Brasil.

Á
rvore ou arbusto muito ramificado e de dispersão zoocórica.
Sistema radicular muito vigoroso e ramificado. Quando uma
árvore é cortada para a formação de pastagens, o toco e as ra-
ízes superficiais emitem brotos que crescem vigorosamente; formam
grande reboleira ao redor da planta original. Parte dos ramos novos
fica revestida com tricomas ferrugíneos; casca do tronco e dos ramos
engrossada, rugosa e de coloração castanho-escuro. Folhas simples,
curto-pecioladas, formato e tamanhos variáveis, 8-20 cm de compri-
mento por 3-11 cm de largura. Flores isoladas, amareladas, herma-
froditas, trímeras. Fruto sincarpo, globoso, carnoso, cerca de 5 cm de
comprimento por 4 cm de espessura com saliências pronunciadas,
evidenciando a presença das sementes pretas.
Planta encontradiça nas regiões do Arenito e dos Planaltos, em
pastagens formadas por braquiárias, panicuns, estrela-africana, he-
mártrias, capim-jaraguá, grama-mato-grosso, grama-sempre-verde
e grama-missioneira, indiferente ao nível de fertilidade do solo, aos
sistemas de manejo das invasoras e à intensidade de lotação de ani-
mais. Espécie de difícil controle, pois possui casca engrossada, na qual
acumula grandes quantidades de reservas nutritivas. Altamente com-
petitiva em pastagens formadas por hemártrias, causa danos de mé-
dia importância nas pastagens, principalmente na região do Terceiro

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Planalto, em pastagens formadas por braquiárias, estrela-africana e


grama-mato-grosso, em áreas superlotadas de animais, em solos com A
níveis médios e baixos de fertilidade natural e sem práticas rotineiras
de manejo das plantas daninhas. B
Seus frutos apresentam polpa adocicada, saborosa e comestível,
as folhas e cascas são utilizadas em fitoterapia e a madeira leve é utili- C
zada em caixaria e artesanato popular.
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Apiaceae
Ammi majus L.

NOMES COMUNS
Amio-maior, cicuta-negra, bisnaguinha-do-campo

ORIGEM
Espécie de origem europeia, da região do Mediterrâneo, foi introduzida em várias regi-
ões temperadas. Ocorre na Argentina, Uruguai e nos estados do Sul do Brasil.

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante e vi-
gorosa; raízes laterais curtas, finas e fibrosas. Inicialmente, a
planta forma pequena roseta de folhas basais pinatissectas e
bipinatissectas, pecioladas, com 5-20 cm de comprimento por 5-15
cm de largura; limbo com ramificações ovaladas a lanceoladas. Fo-
lhas caulinares bipinatissectas e limbo com ramificações lineares.
Inflorescências terminais e axilares, em umbelas compostas longo-
-pedunculadas; pedúnculo com 8-15 cm de comprimento; invólucro
com 8-12 brácteas lineares, trifurcadas; raios primários em número
muito variável de 2-8 cm de comprimento, ascendentes; involucelo
com bractéolas lineares de margem escariosa. Os raios se alongam
até a maturação dos frutos. Flores curto-pediceladas, pequenas, al-
vas, pétalas ovais desigualmente bilobadas; ápice largo e inflexo;
carpóforo partido até a base. Fruto cremocarpo formado por dois
carpídios monospérmicos, estreitos, ovalado a elíptico até 2,5 mm
de comprimento por até 1 mm de largura; lado dorsal com cinco
estrias longitudinais lisas e claras.
Foi introduzido recentemente no estado por meio de sementes de
forrageiras de inverno. Suas sementes germinam no final do outono e
durante todo o inverno. Desenvolvem-se juntamente com as plantas
de aveia e azevém. Ao serem consumidas pelo gado bovino, em mistu-
ras com as forrageiras, podem causar reações de fotossensibilidade,
pois possuem vários compostos furocumarínicos. Essas substâncias
tóxicas são encontradas principalmente nas sementes, portanto os

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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casos de intoxicação são mais frequentes no final do ciclo, durante


a primavera. O amio-maior é raríssimo, sendo encontrado em pasta- A
gens de inverno no Sul e Sudoeste do estado. O potencial de compe-
tição é muito baixo, por isso tem pouca importância na redução da B
produtividade de massa verde das pastagens. O maior problema é o
risco de intoxicação. C
Conium maculatum L.
D
NOME COMUM
E
Funcho-selvagem
F

E L
ssa outra apiácea também ocorre na Região Metropolitana de
Curitiba. De aspecto e porte muito semelhante ao amio-maior,
difere principalmente por exalar cheiro de urina de rato quan-
do as folhas são amassadas. Possui ramos e pecíolos lisos, cobertos
M
de serosidade pulverulenta e apresentam pequenas manchas verme-
lho-violáceas. Espécie raramente encontrada em pastagens, porém N
muito perigosa, pois todas as partes da planta possuem substâncias
tóxicas para o homem e os animais, entre elas o alcaloide conina. P
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Eryngium horridum Malme

SINÔNIMOS
Eryngium panniculatum Urban, Eryngium balansae Wolff, Eryngium schwackeanum Urban

NOMES COMUNS
Caraguatá-hórrido, caraguatá, gravatá, eríngio

ORIGEM
Espécie originária dos Campos Nativos da América do Sul.

P
lanta perene, zoocórica, cespitosa. Sistema subterrâneo consti-
tuído por raízes fasciculadas, fibrosas, que partem de grossos
rizomas protegidos por catáfilos. Caule ereto, não ramificado,
emerge do centro da roseta de folhas, protegido por folhas dispostas de
forma helicoidal e que diminuem de tamanho em direção ao ápice da
planta. Em solos férteis ou locais sombreados, atinge até 3 m de altura;
nas condições de campo, onde os solos são mais pobres, raramente ul-
trapassa 1,5 m. Folhas curvas, dispostas de forma helicoidal, formando
uma roseta de até 50 folhas; atingem cerca de 80 cm de comprimento
por 3 cm de largura na base, estreitando gradualmente até terminar
em espinho agudíssimo e rígido; margem protegida por espinhos de
8-15 mm de comprimento, amarelados; limbo verde-escuro, superfí-
cie lisa, glabra e brilhante. Inflorescências, no terço superior do caule,
formadas por capítulos distribuídos em cimas paniculadas. Capítulos
globosos de superfície espinescente, 8-12 mm de diâmetro, protegi-
dos por brácteas involucrais livres de 4 mm de comprimento. Brácte-
as florais semelhantes, espinescentes, maiores que as flores. Sépalas
ovaladas de 1 mm de comprimento e ápice obtuso ou mucronado e
pétalas inflexas, diminutas. Os frutos são carpídios de 2,0-2,5 mm de
comprimento por menos de 1 mm de largura, com um pequeno espi-
nho apical, que é o estigma residual, com várias alas proporcionando
um aspecto bastante bizarro.
Na maturação ocorre a deiscência dos frutos, que são dispersos
pelo vento a poucos metros de distância. As alas permitem que os car-
pídios se enrosquem ao pelo dos animais e sejam transportados a dis-

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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tâncias maiores. Também são transportados pela lama que adere aos
cascos dos animais. A
Planta encontradiça nas regiões dos Campos Nativos e do Primei-
ro e Segundo Planalto, em pastagens de hemártrias, azevém e pasta- B
gens nativas, em solos de baixa fertilidade e locais com alta lotação de
animais. O caraguatá-hórrido é a sexta espécie mais competitiva, pois C
cada roseta atinge mais de 1 m de diâmetro e a planta, rizomatosa, for-
ma grandes reboleiras. Nenhuma forrageira consegue se desenvolver
sob suas folhas e os animais não pastam junto delas, devido à presen-
D
ça dos agudíssimos espinhos. Seu potencial de competição é altíssimo
nas regiões dos três Planaltos e dos Campos Nativos, em pastagens
E
formadas por hemártrias, braquiárias, estrela-africana, grama-mato-
-grosso, grama-missioneira e nas pastagens nativas. É a oitava espécie
F
mais importante e causa danos de grande importância nas pastagens,
principalmente nas regiões dos Campos Nativos, em pastagens de gra- L
ma-missioneira, sob qualquer intensidade de pastejo, em solos com
nível de fertilidade média a baixo e em propriedades onde o manejo M
das plantas daninhas não é realizado rotineiramente.
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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Eryngium pandanifolium Cham. et Schlecht.


A
NOMES COMUNS
Caraguatá-do-banhado, caraguatá-folha-de-pândano, gravatá, caraguatá, gravatá-
-do-campo, gravatá-branco, caraguatá-branco
B
ORIGEM
Espécie originária dos Campos Nativos da América do Sul.
C
D

P
lanta perene, zoocórica, cespitosa. Sistema subterrâneo for-
mado por grossos e curtos rizomas que, no lado inferior emi- E
tem raízes adventícias, fasciculadas, fibrosas; na extremidade
desenvolvem um tufo de folhas; da parte central emerge o caule aé- F
reo ou haste floral, protegida por folhas ou brácteas que diminuem
de tamanho até o início dos ramos da inflorescência. Caule e inflo- L
rescência juntos atingem de 1-3 m de altura. Folhas eretas, limbo
coriáceo, base invaginante, 1,50 m de altura por até 6 cm de largura M
na base, diminuindo gradativamente até terminar no ápice em espi-
nho agudo. Nas margens, exceto na base, apresentam espinhos sim- N
ples, duplos ou triplos em comprimento variável, de 1-20 mm. Co-
loração verde, nas mais velhas há depósito de cera, conferindo uma P
coloração acinzentada. Caule cilíndrico, podendo atingir 4 cm de di-
âmetro na base, rígido, ereto, sem ramificações e com folhas em dis- R
posição helicoidal. Inflorescências amplas; panículas de capítulos
globosos. Capítulos compactos, ovoides, não mostrando as flores, S
de 7-12 mm de comprimento por 4-9 mm de espessura; coloração
variável, de púrpura a branco-esverdeado. Às vezes apresenta odor T
fétido. Apresenta 5-8 brácteas involucrais, ovadas ou acuminadas,
com cerca de 5 mm de comprimento. Brácteas florais semelhantes U
entre si e maiores do que as flores. Sépalas ovadas de cerca de 1 mm
de comprimento e pétalas elípticas. Frutos do tipo carpídio, 2-3 mm
de comprimento por cerca de 0,6 mm de largura; permanecem 2-3
V
pétalas, dependendo da variedade, apresenta várias alas que lhes
conferem uma aparência muito curiosa.
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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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A dispersão ocorre principalmente pelos animais aquáticos e


adesão aos casco de bovinos e pela água. Esta espécie tem prefe-
rência por locais úmidos ou até pantanosos e próximos de córregos
e canais de irrigação.
Relativamente raro no Paraná, encontradiço somente em pas-
tagens formadas por grama-missioneira e grama-sempre-verde.
Altamente competitiva, é a nona espécie com maior potencial de
competição. Formam grandes reboleiras homogêneas nas regiões
do Terceiro Planalto e dos Campos Nativos, em pastagens nativas e
de grama-missioneira, em piquete intensamente pastejado, em áre-
as com nível médio e baixo de fertilidade do solo e não manejadas
com auxílio de herbicidas. Provoca grandes danos nas pastagens
concentradas na região dos Campos Nativos, em pastagens nativas,
superlotadas de animais, com nível baixo de fertilidade do solo e
sem nenhuma prática de manejo das plantas invasoras.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
51

Apocynaceae A
Asclepias curassavica L. B
SINÔNIMOS
Asclepias nivea L. var. curassavica Kuntze, Asclepias bicolor Moench. C
NOMES COMUNS
Falsa-erva-de-rato, oficial-de-sala, paina-de-sapo, erva-leiteira, cega-olho, paininha D
ORIGEM
Espécie originária da América tropical e subtropical, foi levada como planta ornamen- E
tal para vários países, transformando-se em invasora.
F

P L
lanta subarbustiva, perene, anemocórica. Raiz principal pivotan-
te, raízes secundárias bem desenvolvidas, tortuosas e superfi-
ciais. Há casos em que, após o arranquio, as raízes laterais emitem
brotações. Caule ereto, pouco ou não ramificado, fibroso, parte inferior M
lenhosa, cilíndrico, glabro, liso, verde, suberificado com a idade; perma-
necem as cicatrizes das folhas. Folhas simples, opostas, às vezes verti- N
ciladas, pecíolo curto, lanceoladas, ápice e base agudos, atinge 12 cm
de comprimento por 2 cm de largura; em plantas jovens as folhas são P
mais largas. Nervura principal proeminente na face dorsal, glabras e li-
sas. Inflorescências em umbelas terminais, pedúnculos de até 9 cm de
comprimento, de 6-15 flores por umbela, em média 8-9; pedicelo de até
R
2 cm de comprimento. Flores vistosas, completas, actinomorfas, amare-
las e alaranjadas. Cálice verde com 5 sépalas lanceoladas de até 4 mm de
S
comprimento. Corola com 5 pétalas unidas pela base, até 8 mm de com-
primento. Androceu e gineceu de formato muito diferente das flores co- T
muns. Frutos folículos fusiformes de até 9 cm de comprimento e menos
de 2 cm de diâmetro, deiscente por fenda longitudinal na maturação, U
deixando as sementes à mostra. Sementes ovoides, achatadas, 6 mm de
comprimento, 3 mm de largura e até 1,5 mm de espessura, munidas de V
pequena ala marginal de até 1 mm de largura, coloração amarronzada;
no ápice ocorre um tufo de filamentos brancos, sedosos, brilhantes, com
cerca de 2 cm de comprimento, que facilita a disseminação pelo vento.
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Espécie facilmente identificável no campo pelo crescimento ini-


cial vigoroso e ereto, flores sempre em umbelas muito vistosas, de
coloração vermelha ou alaranjada e em alguns casos até amarelas.
Os frutos, muito longos, produzem sementes com longos filamentos
sedosos, que comumente levam o nome de paina. Toda a planta ex-
suda uma substância leitosa.
Raramente forma populações densas, pois todas as sementes
são dispersas pelo vento e nunca caem junto da planta mãe. As plan-
tas permanecem vegetando por vários anos, emitindo brotações
logo abaixo da inflorescência após a maturação dos frutos, ou do
colo da planta junto ao solo. Eliminá-la das pastagens é praticamen-
te impossível, pois floresce e frutifica quase o ano inteiro. O vento se
encarrega de reinfestar as pastagens. É comum a presença de plan-
tas em diferentes estádios de desenvolvimento em um mesmo local.
É a sexta espécie invasora, encontradiça em mais de 82% das
pastagens do estado do Paraná, exceto nos Campos Nativos. Disper-
sa por todas as regiões em pastagens de braquiárias, panicuns, es-
trela-africana, capim-jaraguá, hemártrias, grama-mato-grosso, gra-
ma-missioneira e grama-sempre-verde, sua presença é indiferente
à intensidade de lotação das pastagens, à altura de pastejo, nível de
fertilidade do solo e sistemas de manejo das plantas invasoras. O
potencial competitivo é baixo, pois tem crescimento ereto, poucas
ramificações e não forma populações densas. Por essa razão sua
importância no desenvolvimento e produtividade das pastagens
é considerada pequena. Presente nas regiões do Arenito e do Ter-
ceiro Planalto, em pastagens de braquiárias, estrela-africana, pani-
cuns e grama-mato-grosso, em locais com alta lotação dos pastos,
independente do nível de fertilidade do solo e onde as invasoras
não são manejadas anualmente.
Apesar de possuir características ornamentais, é tóxica para o gado,
não sendo palatável em estado natural. São muito raros os casos de
intoxicação, que são causados por glicosídios, e só ocorrem quando
os animais consomem as plantas murchas, após o corte ou arranquio,
ou na fase de senescência, após a aplicação de herbicidas.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 52 27/06/2022 09:34:25


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
53

Muitos casos de intoxicação atribuídos à falsa-erva-de-rato são


provocados por outras espécies de plantas. A verdadeira erva-de-rato A
(Palicourea marcgravii) é muito rara no Norte do Paraná, ocorre dessa
região para o Norte do Brasil e é uma das mais tóxicas para o gado, B
responsável por milhares de mortes todos os anos.
C
D
E
F
L
M
N
P
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S
T
U
V
Z

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Tabernaemontana catharinensis A. DC.

SINÔNIMO
Peschiera fuchsiaefolia (DC.) Miers

NOMES COMUNS
Leiteiro, leiteira

ORIGEM
Espécie originária possivelmente da América do Sul. No Brasil é mais frequente nas
regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

A
rbustos e arvoretas de até 9 m de altura, zoocóricas. Sistema
subterrâneo formado por raiz principal pivotante e por lon-
gas raízes secundárias, superficiais. Quando o caule prin-
cipal é cortado, a planta reage imediatamente, brotando do toco e
das raízes superficiais, formando uma reboleira. Caule ereto, mui-
to ramificado; os ramos inferiores vão morrendo e a planta forma
uma copa arredondada. Folhas simples, curto-pecioladas, opostas,
às vezes semi-opostas; limbo elíptico-lanceolado a oblongo, base
atenuada, ápice agudo, cerca de 3 vezes mais longa do que largas;
margens inteiras; nervura mediana pouco proeminente na face dor-
sal, superfície lisa e glabra, brilhantes e de coloração verde intenso.
Inflorescências na parte terminal dos ramos em cimeiras corimbi-
formes com numerosas flores brancas. Pedúnculos glabros de 1-2 cm
de comprimento; cálice diminuto de 5 sépalas unidas na base e ápice
agudo, glabras; corola tubulosa na base, com cerca de 1 cm de compri-
mento e terminada com 5 lobos obovados e base excêntrica, dispostos
de forma espiralada num mesmo plano. Os frutos ocorrem aos pares
pela união dos carpelos pela base, esféricos de 1,5-2,0 cm de diâme-
tro ou maiores. Na maturação se abrem, deixando à mostra sementes
revestidas de polpa vermelha. Sementes ovadas de 4-5 mm de com-
primento e 2-5 mm de largura, com base arredondada e ápice afilado.
Décima espécie mais encontradiça nas pastagens do Paraná,
presente em mais de 70% das propriedades. Sua presença aumenta
pelo crescimento das reboleiras, originadas das brotações, a partir

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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das raízes superficiais e das plantas originadas das sementes dis-


persas pelos pássaros. Encontra-se dispersa nas regiões do Arenito A
e dos três Planaltos; em pastagens formadas por braquiárias, pa-
nicuns, estrela-africana, capim-jaraguá, hemártrias, grama-mato- B
-grosso, grama-missioneira e grama-sempre-verde; indiferente à
intensidade de lotação de animais, fertilidade do solo e práticas de C
manejo das invasoras.
Tabernaemontana catharinensis é altamente competitiva, devi- D
do às densas reboleiras que forma, eliminando as plantas forrageiras
pelo intenso sombreamento que proporciona. É mais competitiva na
região do Arenito e do Terceiro Planalto, nas pastagens formadas por
E
braquiárias, panicuns, estrela-africana, grama-mato-grosso e grama-
-sempre-verde. Ocorre independentemente da fertilidade do solo e
F
das práticas de manejo das invasoras. Causa danos de grande impor-
tância nas regiões do Arenito e no Terceiro Planalto, nas pastagens de
L
braquiárias, grama-mato-grosso e grama-sempre-verde, em solos com
nível médio e baixo de fertilidade, sem práticas de manejo de invaso-
M
ras e indiferente a intensidade de lotação.
N
P
R
S
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U
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Z

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Arecaceae A
Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. B
SINÔNIMOS
Acrocomia eriocantha Barb. Rodr., Acrocomia sclerocarpa Mart. C
NOMES COMUNS
Macaúba, coco-de-espinho, macuva, macaíba, macajuba D
ORIGEM
Espécie nativa do Brasil, ocorre do Pará ao Noroeste do Paraná e Mato Grosso do Sul. E
F
S
istema radicular fasciculado e profundo, fibroso. O estipe atin-
ge mais de 15 m de altura, dependendo da variedade pode ser
liso ou com a base das bainhas permanecendo aderente por
L
muitos anos, mas sempre apresenta grandes quantidades de espi-
nhos longos e resistentes. Folhas com cerca de 3 m de comprimen-
M
to; folíolos com cerca de 50 cm de comprimento apresenta espi-
nhos em toda a extensão da bainha, na raque e principais nervuras
N
em ambos os lados do limbo. A espata da inflorescência paniculada
é aculeada externamente. As flores masculinas são menores que as P
femininas, clavadas e com tépalas ovoide-lanceoladas. As flores fe-
mininas são ovoide-cônicas; ovário e estigma inclusos na corola; R
sépalas femininas ovoide-agudas e pétalas ovoides. Frutos drupá-
ceos, globosos ou levemente achatados nos pólos, glabros, de 3-4 S
cm de diâmetro, verde acinzentados e amarelos quando maduros.
Esta espécie de palmeira não é muito competitiva com as for- T
rageiras. Seus prejuízos estão diretamente associados a ferimentos
causados na pele dos animais por espinhos dos troncos ou na boca, U
pelos espinhos das folhas. Há muitos relatos de dentes quebrados
e de bovinos que se engasgam com seus frutos, muito apreciados V
pelos animais por conta da polpa adocicada e oleosa.
Espécie encontradiça na Região do Arenito, dispersa em pasta-
gens de panicuns e grama-mato-grosso. Os prejuízos causados no
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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desenvolvimento das plantas forrageiras são de pequena impor-


tância, em pastagens formadas de panicuns, grama-mato-grosso,
braquiárias e estrela-africana, cultivadas em solos de fertilidade
média e baixa, superlotadas de animais, pastejadas intensamente
e sem práticas eficientes de manejo e controle de plantas daninhas.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Asparagaceae A
Agave americana L. B
SINÔNIMOS
Agave altissima Zumag, Agave expansa Jacobi, Agave ramosa Moench.
C
NOMES COMUNS
Agave, abecedária, babosa-brava, candelabro
D
ORIGEM
Espécie originária possivelmente do México, de onde são oriundas todas as outras es-
E
pécies do gênero Agave. Cultivada em todo o mundo como planta ornamental, nunca
foram encontradas populações em estado silvestre. F
L
P
lanta perene, zoocórica. Raízes fasciculadas, profundas, grossas,
carnosas, semelhantes às raízes da salsaparrilha. Caule engros-
sado, reduzido em desenvolvimento vertical. Nele estão inseri-
M
das as folhas e na parte terminal desenvolve-se a haste floral quan-
do a planta atinge a maturidade reprodutiva. Folhas 30-40, dispostas
N
em roseta ao redor do caule, oblongas, esbranquiçadas, atingem até
3 m de comprimento, apresentam nas margens e no ápice espinhos
P
castanhos muito fortes. A haste ou escapo floral emerge do centro da
roseta de folhas; em solos mais férteis atinge 12 m ou mais de altura,
R
na extremidade superior localiza-se uma ampla panícula tirsoide. Flo-
res amarelo-esverdeadas; androceu e gineceu maiores que as tépalas.
S
Fruto cápsula trilocular, trígona ou quase cilíndrica, alargada para o
ápice. Para se adaptar às condições desérticas, local de onde é originá-
T
ria, desenvolve um bulbilho, uma forma de reprodução vegetativa, no
interior do fruto.
U
Invasora problemática em algumas propriedades. Muito compe-
titiva, devido ao grande diâmetro da roseta de folhas, que atinge até
V
mais de 2 m. A presença de espinhos agudíssimos evita que os animais
se aproximem. Causa maiores problemas nas regiões do Arenito e do
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Terceiro Planalto, em pastagens formadas por braquiárias e grama-


-mato-grosso e em propriedades onde não é realizado manejo perió-
dico das plantas invasoras.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Asteraceae A
Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze B
SINÔNIMOS
Melampodium australe Loefl., Acanthospermum brasilium Schrank C
NOMES COMUNS
Carrapicho-rasteiro, carrapicho-de-carneiro, carrapichinho, carrapicho-do-campo, D
mata-pasto, chifre-de-carneiro, chifre-de-veado

ORIGEM E
Espécie originária da América tropical, ocorre em todo o Brasil, infestando pastagens
e lavouras.
F

P
lanta herbácea, anual e zoocórica. Raiz principal pivotante, vi- L
gorosa. Raízes laterais pouco desenvolvidas. Desenvolve-se
prostrada, quando não há competição por luz. Não produz ra- M
ízes adventícias nos nós. Caule ramificado desde a base, subcilíndrico
de até 50 cm de comprimento; possui coloração verde, passando ao N
vermelho amarronzado. Folhas opostas simples, inteiras, pecioladas;
limbo ovalado a romboide, ápice subagudo a obtuso, base atenuada, P
pecíolo alado, margem irregularmente serreada; margens do limbo
onduladas; nervuras salientes; tamanho variável de acordo com a in- R
tensidade de luz e o estado nutricional da planta. Inflorescência em
capítulos solitários de cerca de 5 mm de diâmetro, nas axilas das fo- S
lhas; invólucro verde formado de poucas brácteas, sem filárias. Flores
femininas periféricas de 6-12, corola ligulada, trilobada, amarela ou T
brancacenta. Corola protegida por duas brácteas que crescem e pro-
tegem o aquênio na maturação. Flores masculinas centrais, de 6-8, U
corola tubulosa, amarela ou brancacenta. Os aquênios se apresentam
protegidos por duas brácteas involucrais soldadas, rígidas, recobertas V
de cerdas unguiculadas; os pseudofrutos atingem até 9 mm de com-
primento, 3 mm de diâmetro e 2 mm de espessura.
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
62

As sementes germinam em praticamente todas as épocas do ano.


Em poucas semanas as plantas iniciam o florescimento. Permanecem fru-
tificando até a chegada do inverno, quando a maioria das plantas morre.
Planta encontradiça na região dos Campos Nativos do estado,
especialmente nas pastagens nativas, de azevém, hemártrias, capim-
-jaraguá e grama-sempre-verde. A interferência no desenvolvimento
das pastagens é de pequena intensidade, mas se faz notar nas regiões
dos Campos Nativos e do Primeiro e Segundo Planalto, em pastagens
nativas, de azevém e grama-sempre-verde, pastejadas à baixa e média
altura, indiferente ao nível de fertilidade do solo, em pastagens super-
lotadas e não submetidas ao controle químico das plantas invasoras.
Os frutos do Acanthospermum australe, os “carrapichos”, contri-
buem para a depreciação da qualidade da lã e causam ferimentos na
pele de ovinos e caprinos.

Ambrosia polystachya DC.

SINÔNIMO
Ambrosia maritima Vell.

NOMES COMUNS
Cravorana, cravo-do-mato, losna-do-mato, cravo-da-roça, artemísia-brava, losna-
-brava

ORIGEM
Espécie originária da América do Sul, tem maior ocorrência no Sudeste do Brasil.

P
lanta herbácea, anual e zoocórica. A raiz principal só tem função
nas plantas jovens, originárias de sementes. A maioria das plan-
tas é originada das brotações de longos rizomas, formados pela
planta mãe, os quais emitem grande número de raízes adventícias. Cau-
le ereto, pouco ramificado no terço inferior, verde amarelado quando
novo, depois se torna amarronzado. Folhas simples curto-pecioladas,
opostas na parte inferior do caule e alternas da mediana para cima;
limbo deltoide, comprimento igual ao dobro da largura, bipinatifido a

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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pinatifido nas folhas superiores, próximo das inflorescências as folhas


são inteiras e lanceoladas; face ventral verde escuro e dorsal acinzen- A
tada; superfície áspera. Inflorescência terminal com capítulos de flores
masculinas e femininas. Flores masculinas em racemos espiciformes B
de até 20 cm de comprimento. Flores femininas, em capítulos isolados
ou em pequenos grupos ou glomérulos. Os capítulos de flores masculi-
nas possuem invólucro campanulado com cerca de 15 filárias soldadas
C
e de coloração amarelada. Os capítulos com flores femininas possuem
invólucro bem menor, rugoso e com as flores sem corola. Os aquênios
D
permanecem inclusos no invólucro e na maturação se tornam rígidos.
Cada invólucro contém apenas um aquênio.
E
A parte aérea da cravorana tem ciclo anual, mas a parte subterrâ-
nea é perene. Uma planta isolada, quando cortada, emite mais brota- F
ções a partir dos rizomas. Raramente é consumida pelo gado, porque
não é palatável. Eventualmente, quando há falta de forragem, é con- L
sumida e transfere gosto amargo e desagradável ao leite. Suas folhas
abrigam insetos que transmitem virose da queima do broto da soja. M
Relativamente rara no estado, causa danos de pequena importân-
cia na produtividade das pastagens e ocorre principalmente no Primei- N
ro e Segundo Planalto, em pastagens de braquiária, pastejadas à altura
média, em solos com nível médio de fertilidade natural, em áreas com
baixa lotação e não submetidas ao manejo das plantas invasoras.
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Arctium minus (Hill.) Berhn.

SINÔNIMOS
Lappa minor Hill., Arctium pubens Bab.

NOMES COMUNS
Bardana, carrapichão, pergamasso, cardo-manso, labaça, carrapicho-grande, orelha-
-de-gigante

ORIGEM
Espécie originária das regiões temperadas da Europa e Ásia. Introduzida em vários
continentes, no Brasil encontra-se dispersa por vários estados, predominantemente
na Região Sul.

P
lanta herbácea, anual e zoocórica. Raiz principal pivotante,
engrossada e profunda; raízes laterais pouco desenvolvidas.
Caule ereto, muito ramificado, estriado, com pêlos curtos,
sedosos e glandulares que liberam substâncias oleosas e de odor
característico. Folhas da roseta atingem mais de 50 cm de limbo e
até 40 cm de pecíolo; as caulinares são gradualmente menores de
baixo para cima; pecíolos sulcados, verdes com pêlos glandulares e
ocos; limbo ovalado, margem crenada, verde-claro e mais esbran-
quiçado no lado dorsal; nervuras proeminentes. As folhas caulina-
res são alternas e pegajosas. Inflorescências em capítulos nas axi-
las das folhas superiores e terminais; pedúnculos carnosos, curtos;
brácteas eriçadas. Flores no interior de capítulos globosos ou ova-
lados de cerca de 2 cm de diâmetro, protegidas por grande número
de filárias; parte superior das filárias eriçadas e com gancho rijo
na extremidade. Na maturidade, esses ganchos aderem à crina dos
animais e o capítulo é transportado como um pseudofruto. As flo-
res com corola tubulosa, alargada na parte superior, terminam em
5 lobos de coloração rosada. Os aquênios são longos, obovoides a
oblongos, afilados para a base, levemente cuneados, de 4,0-4,5 mm
de comprimento, 2,0-2,5 mm de largura e 1,5-2,0 m de espessura.
O papilho é formado por cerdas largas e curtas, que se desprendem
na maturação. Os aquênios são dispersos pelos capítulos maduros e

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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se liberam com a decomposição do capítulo ou em misturas com as


sementes das plantas forrageiras, quando os capítulos são destruídos A
nos processos de colheita.
Normalmente forma reboleiras próximas aos locais de parada dos B
animais, como sombra de árvores, cocheiras, saleiros, aguadas e por-
teiras. Esporádica no estado, mas encontradiça em pastagens de aze- C
vém, é muito competitiva em pastagens de estrela-africana, em função
das grandes folhas que desenvolve, em áreas pastejadas à baixa altura D
e em solos de alta fertilidade.
A importância da espécie no estado ainda é pequena, presente
apenas na região do Terceiro Planalto, em pastagens de estrela-africa-
E
na, sob pastejo à baixa e média altura, em nível médio e alto de ferti-
lidade do solo, em áreas superlotadas e não submetidas a práticas de
F
manejo das invasoras.
A Arctium minus é muito reputada como planta medicinal e tem
L
características ornamentais.
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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Austroeupatorium inuliifolium (Kunth) R.M. King & H. Rob.

SINÔNIMOS
Eupatorium suaveolens HBK., Eupatorium pallidum Hook. et Arn., Eupatorium paranaense
Hook. et Arn., Eupatorium pallescens DC., Eupatorium entreriense Hieron., Eupatorium
inulaefolium HBK.

NOMES COMUNS
Eupatório-maior, eupatório-branco, cambará

ORIGEM
Espécie originária das regiões tropicais da América. Pelo seu eficiente sistema de dis-
persão das sementes, é encontrada desde o México até a região central da Argentina.

P
lanta arbustiva, perene e anemocórica. Sistema radicular bas-
tante vigoroso, raiz pivotante e laterais bem desenvolvidas,
apresenta engrossamento em forma de xilopódio na parte su-
perior da raiz, junto ao nível do solo, de onde emite os brotos de re-
novação anual da parte aérea; atinge até 3 m de altura. Caule muito
ramificado na parte mediana e superior, com ramos eretos partindo
do caule em ângulos de quase 90 graus de abertura, com intensa pi-
losidade curta e esbranquiçada. Folhas opostas, pecioladas, ovalado-
-lanceoladas, agudas no ápice e atenuadas na base, margens serrea-
das, trinervadas; 7-9 cm de comprimento por 2-4 cm de largura, as
inferiores maiores; pubescentes em ambos os lados, pêlos mais den-
sos e lanuginosos na dorsal. Inflorescências em corimbos compostos,
densos, na extremidade do caule e dos ramos; capítulos numerosos
e curto-pedicelados. Invólucro campanulado de 6 mm de altura por
4-5 mm de diâmetro, com 2-3 séries de filárias oblongo-lanceoladas,
quase obtusas no ápice. De 9-14 flores por capítulo, corola tubulosa,
branca. Aquênios glabros, escuros, pentágonos de 2-3 mm de com-
primento e papilho branco de 4 mm de comprimento.
Esta planta nativa, cujas sementes apresentam elevado potencial de
germinação e são facilmente transportadas pelo vento das áreas naturais,
invade e se adapta muito bem às áreas antrópicas, tornando-se invasora.
Planta encontradiça, dispersa na região do Arenito e nos três Pla-

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
67

naltos, em pastagens nativas e formadas por panicuns, braquiárias,


estrela-africana, hemártrias, capim-jaraguá, grama-mato-grosso, A
grama-missioneira e grama-sempre-verde; sua infestação indepen-
de da intensidade de lotação de animais, da fertilidade do solo e do B
tipo de manejo das plantas invasoras. O potencial de competição
dessa espécie é maior nas regiões do Arenito e do Terceiro Planal- C
to; em pastagens formadas por braquiárias e estrela-africana; em
locais onde as plantas invasoras não são manejadas com frequência D
menores do que três anos. Por ser planta de grande porte e formar
populações densas, causa danos de grande importância nas regiões E
do Arenito e do Terceiro Planalto, em pastagens de braquiárias e es-
trela-africana; em áreas submetidas à alta lotação de animais e sem F
manejo periódico das invasoras.
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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Baccharis anomala A. P. DC.

NOMES COMUNS
Parreirinha, cambará-de-cipó

ORIGEM
Espécie nativa do Sul e Sudeste do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.

P
lanta escandente, perene, anemocórica. Planta jovem, ereta,
com raiz principal pivotante; quando adulta, prostrada, com
a extremidade dos ramos ascendente e raízes adventícias nos
pontos em que os ramos tocam o solo. Caule ereto, depois decumbente
e escandente, muito ramificado, subindo nos arbustos e arvoretas até

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 68 27/06/2022 09:34:37


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
69

vários metros de altura. Na ausência de suporte forma um grande


amontoado de ramos e folhas. Os ramos raramente ultrapassam 1 A
cm de diâmetro. Apresenta pilosidade intensa em todas as partes
da planta. Folhas opostas, simples, pecioladas, trinervadas, ovais a B
ovaladas, cerca de duas vezes mais longas do que largas, ápice agu-
do, margens denteadas, pilosidade mais concentrada nas nervuras. C
Inflorescência em panículas de capítulos; invólucro campanulado,
comprimento e diâmetro apresentam medidas idênticas; flores em D
número de 30-50, masculinas e femininas em capítulos separados;
corola da flor feminina filiforme densamente pilosa na parte supe- E
rior e corola da flor masculina com 3-4 mm de comprimento, com
lacínios lineares enrolados em espirais. Fruto aquênio com paredes F
engrossadas e ápice bífido.
A parreirinha é planta nativa que permanece nas pastagens im- L
plantadas em áreas de matas ou capoeiras, sem a correção e revolvi-
mento do solo. Prefere solos com altos teores de matéria orgânica e M
sombreados durante grande parte do dia. Após a germinação, o desen-
volvimento da planta é lento; forma emaranhados de ramos e folhas N
que sombreiam completamente a superfície do solo. A eliminação me-
cânica das plantas é relativamente difícil, porque qualquer pedaço de P
ramo em contato com o solo enraíza e forma novas plantas.
Planta encontradiça nos Campos Nativos do Centro e Sul do es- R
tado, em pastagens formadas por hemártrias, grama-missioneira,
grama-sempre-verde e pastagens nativas. A Baccharis anomala é S
planta muito competitiva nas pastagens localizadas na região dos
três Planaltos, especialmente em pastagens de grama-missioneira, T
grama-sempre-verde e panicuns, sob alta intensidade de lotação de
animais, em solos de fertilidade natural média a alta e onde rara-
mente são utilizadas práticas de manejo.
U
Causa prejuízos de média importância no desenvolvimento e na
produtividade das pastagens dos três Planaltos, formadas por grama-
V
-missioneira e grama-sempre-verde; em áreas sob alta lotação de ani-
mais e onde as plantas daninhas não são manejadas com frequência.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 69 27/06/2022 09:34:37


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Baccharis articulata (Lam.) Pers.

SINÔNIMOS
Conyza articulata Lam., Molina articulata (Lam.) Less.

NOMES COMUNS
Carquejinha, carqueja, vassourinha, vassoura, carqueja-do-morro, carqueja-miúda

ORIGEM
Espécie originária dos Campos Nativos do Sul do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai.

P
lanta perene, subarbustiva, anemocórica. Sistema radicular pi-
votante, profundo, ramificado. O caule atinge 1,20 m de altura,
muito ramificado, ereto, cilíndrico; caules e ramos alados; alas
constritas ou interrompidas de espaço em espaço, como se fossem ar-
ticuladas. Folhas reduzidas a escamas ou ausentes. A fotossíntese é re-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 70 27/06/2022 09:34:38


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
71

alizada pelas alas ou pelos ramos de coloração verde-azulada. Inflores-


cências em panículas terminais, raque alada, articulada, 15-20 cm de A
comprimento; raques laterais aladas com 15-20 cm de comprimento
e ramos secundários de 3-5 cm de comprimento. Capítulos nas extre- B
midades desses ramos, isolados ou em glomérulos de 3-4; invólucro
campanulado, 3-4 mm de comprimento por 2,5-3,0 mm de diâmetro. C
Corola da flor feminina com cerca de 2 mm de comprimento e 0,1 mm
de diâmetro; corola da flor masculina de 3,0-3,5 mm de comprimento D
com o limbo dividido em lacínios triangulares, agudos. Estilete exserto
e com ramos abertos. Flores muito perfumadas. E
Encontradiça na região dos Campos Nativos, em pastagens na-
tivas e formadas por grama-missioneira e azevém, sendo rara nas F
demais regiões do estado. Muito competitiva, notadamente nas pas-
tagens nativas intensamente pastejadas e onde as plantas daninhas L
não são manejadas anualmente. Planta de média importância para o
estado, ocorre na região dos Campos Nativos, em pastagens nativas, M
em solos com fertilidade natural média e baixa, superlotadas e sem o
manejo frequente das invasoras. N
É planta nectarífera e muito procurada para a preparação de
produtos fitoterápicos. P
R
S
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U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 71 27/06/2022 09:34:39


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Baccharis coridifolia A. P. DC.

SINÔNIMO
Eupatorium montevidense Spreng.

NOMES COMUNS
Mio-mio, vassourinha, alecrim

ORIGEM
Espécie nativa do Uruguai, Argentina e dos Campos Nativos do Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

P
lanta arbustiva, perene e anemocórica. A raiz principal tem desen-
volvimento pivotante e as laterais são bem desenvolvidas. No colo
da planta, próximo à superfície do solo, forma uma espécie de xilo-
pódio do qual rebrota após as queimadas. Os ramos que se desenvolvem a
partir da lateral do disco do xilopódio têm crescimento inicial horizontal e
depois vertical. Emite raízes adventícias em sua parte basal. Caule herbá-
ceo quando jovem, depois lenhoso e ramificado na parte inferior; entre-
nós muito curtos; renova-se rapidamente a partir do xilopódio ou da base
dos ramos mais velhos em sua porção subterrânea, após as queimadas,
formando um arbusto entouceirado de no máximo 1,50 m de altura. Fo-
lhas sésseis, lineares, alternas, às vezes parecendo verticiladas; até 5 cm
de comprimento por 5 mm de largura; verde-amareladas nas brotações
novas; ápice agudo até mucronado e margens, às vezes, curto-ciliadas. In-
florescência em racemos, na parte terminal dos ramos de até 25 cm de
comprimento. Flores masculinas e femininas em capítulos separados,
curto-pedunculados a sésseis. Corolas tubulosas, branco-amareladas,
curtas. Capítulos femininos com invólucro campanulado de 4-5 mm de
comprimento por 3 mm de diâmetro, formado por filárias translúcidas,
esverdeadas de ápice obtuso. Apresentam em média 8 flores femininas,
papilho com mais de uma série de filamentos esbranquiçados, de 3-5 mm
de comprimento; capítulos masculinos, semelhantes aos femininos, com
cerca de 15 flores, corola campanulada de margem apical levemente re-
flexa, papilhos com 2 mm de comprimento; aquênios subcilíndricos com
cerca de 2 mm de comprimento.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 72 27/06/2022 09:34:40


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
73

Planta encontradiça somente na região dos Campos Nativos. For-


ma populações normalmente concentradas, mas raramente ultrapassa a A
marca de uma planta por metro quadrado. Sua importância na redução
da produtividade das pastagens é muito pequena e se restringe à região B
dos Campos Nativos, em pastagens nativas, em áreas nunca mecanizadas,
normalmente de baixa fertilidade natural e sem programas de manejo
das plantas daninhas. Qualquer prática de revolvimento do solo elimina
C
praticamente todas as plantas de mio-mio.
A grande importância desta espécie está na sua toxicidade para bo-
D
vinos, equinos, ovinos, caprinos, suínos e coelhos. É a planta tóxica que
mais tem causado prejuízos aos pecuaristas do Sul do Brasil. Os princí-
E
pios tóxicos que afetam o aparelho digestivo são encontrados em todas
as partes da planta e pertencem ao grupo dos tricotecenos macrocíclicos, F
principalmente roridinas e miotoxinas.
L
M
N
P
R
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U
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Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Baccharis dracunculifolia DC.

SINÔNIMOS
Baccharis leptospermoides DC., Baccharis bracteata Hook. & Arn., Baccharis
dracunculifolia forma spectabilis Heering., Baccharis paucidentata Schultz-Bip., Conyza
linearifolia Spreng.

NOMES COMUNS
Alecrim-do-campo, vassoura, vassourinha, alecrim, alecrim-de-vassoura, lageana

ORIGEM
Espécie originária da Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina, no Brasil ocorre nas regi-
ões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.

P
lanta arbustiva à arvoreta, perene, anemocórica. Sistema radi-
cular pivotante e muito ramificado. A altura da planta depende
muito da fertilidade do solo, variando de 1,50 m a 8,0 m de al-
tura. Caule de até 12 cm de diâmetro, resistente, lenhoso, ramificado;
verde no início, depois acinzentado; piloso nas partes novas. Folhas
simples, alternas, lanceoladas, base atenuada, ápice agudo, 1,5-3,0 cm
de comprimento por 3-4 mm de largura, coriáceas, sésseis, uninerva-
das, margem pauci-denteadas, glândulas mais ou menos alinhadas na
margem do limbo. Capítulos multifloros, diclinos, axilares nas partes
terminais dos ramos. Capítulos femininos com invólucro campanula-
do de 6 mm de comprimento, formado de 3-4 séries de filárias rígidas,
glabras, internas lanceoladas e externas ovais e menores; corola com
cerca de 2-3 mm de comprimento e de bordo denteado. Capítulos mas-
culinos menores, com flores pentassectas, de 2,5-3,0 mm de compri-
mento. Aquênios elípticos, arqueados, levemente comprimidos, com
cerca de 1,5 mm de comprimento; papilho unisseriado, persistente,
piloso, branco-brilhante, com 4-5 mm de comprimento.
As sementes do alecrim-do-campo emergem na presença de luz
e se comportam como pioneiras. Encontradiça em todas as regiões do
Paraná, independente da espécie de forrageira cultivada, da intensida-
de de lotação de animais, do nível de fertilidade do solo e dos sistemas
de manejo das plantas invasoras. Planta invasora altamente competiti-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 74 27/06/2022 09:34:42


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
75

va em pastagens de grama-sempre-verde nos Primeiro e Segundo Pla-


naltos, em áreas com alta lotação de animais e sem manejo frequente das A
invasoras. De grande importância no estado, pelos danos que causa na
região dos Campos Nativos, em pastagens de grama-sempre-verde, sob B
altas lotações e sem práticas frequentes de manejo das plantas daninhas.
C
D
E
F
L
M
N
P
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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Baccharis leucocephala Dusen

NOME COMUM
Vassoura-branca

ORIGEM
Espécie originária do Sul do Brasil.

P
lanta arbustiva, perene, anemocórica. Sistema radicular com as
raízes laterais mais desenvolvidas que a raiz pivotante. Caule ra-
mificado na parte basal e raramente ramificado na parte supe-
rior, dificultando a identificação do caule principal. Ramos muito lon-
gos atingem 3-4 m de comprimento, desenvolvem-se prostrados ou
apoiados sobre outras plantas; forma grandes emaranhados, tomen-
tosos nas partes mais novas. Folhas oblongas a lineares, curto-pecio-
ladas, base atenuada, ápice acuminado, margens revolutas, 0,8-2,0 cm
de largura por 5-15 cm de comprimento. Inflorescência na extremida-
de dos ramos. Não foram observadas plantas floridas.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 76 27/06/2022 09:34:43


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
77

A vassoura-branca tem boa tolerância à sombra, prefere solos


com altos teores de matéria orgânica, mais úmidos e poucos piso- A
teados. Encontradiça nas pastagens novas, formadas por hemár-
trias e grama-sempre-verde. De baixo potencial competitivo, causa B
danos de pequena importância na região do Terceiro Planalto, em
pastagens de braquiárias recém-formadas, onde o solo não é arado C
para a formação das pastagens.
D
Baccharis oxyodonta DC.
E
SINÔNIMOS
Baccharis trinervia DC., Baccharis jordaniana Theodoro F
NOMES COMUNS
Arrebentão, vassoura, cambará, santaneira, assa-peixe-fino, assa-peixe-branco L
ORIGEM
Espécie originária do Paraguai, de Missiones na Argentina e do Sudeste e Sul do Brasil. M
N
P
lanta perene, arbustiva, anemocórica. Sistema radicular for-
mado por raiz principal pivotante vigorosa e ramificada, apre-
sentando na superfície do solo uma estrutura semelhante a um P
xilopódio de onde partem vários ramos. A partir desse órgão vege-
tativo, a planta rebrota depois de roçada ou queima da parte aérea. R
Caule principal observado somente na planta nova, originada de se-
mente, depois surgem vários caules a partir da estrutura semelhante S
ao xilopódio. Caules entouceirados, retos, divergentes, os centrais
na vertical e os laterais inclinados, ramificados do meio para cima, T
atingem 3-4 m de altura; casca rugosa. Folhas alternas, pecioladas,
lanceoladas, base atenuada, ápice acuminado, margem serrilhada;
pecíolo 1,5-2,0 cm de comprimento. Inflorescências em panículas
U
nas axilas foliares das extremidades superiores dos ramos, ramos da
inflorescência curtos; brácteas foliares lanceoladas, 1-5 vezes mais
V
longas do que os raminhos da inflorescência. Capítulos com 20-80
flores; invólucro campanulado, 3-4 mm de comprimento, 3-4 mm de
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 77 27/06/2022 09:34:43


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
78

diâmetro e formado por 3 séries de filárias; receptáculo do capítulo


feminino convexo e laciniado; corola da flor feminina com 2-3 mm
de comprimento e 0,1 mm de diâmetro, alargada na base e bordos
denteados; corola da flor masculina 2,5-3,0 mm de comprimento
dividida em lacínios oblongos. Aquênio oboval, 1,0-1,5 mm de com-
primento, com 5 estrias e pêlos setáceos esparsos; papilho de cer-
das finas, 3 mm de comprimento.
Planta de crescimento vigoroso, domina rapidamente a pasta-
gem. As sementes germinam em qualquer época do ano e o flores-
cimento ocorre no verão e no outono.
Encontradiça em todas as regiões do estado, independente da es-
pécie de forrageira cultivada, intensidade de lotação de animais, fer-
tilidade do solo e sistema de manejo das plantas daninhas. Altamente
competitiva nas pastagens do Terceiro Planalto, formadas por grama-
-mato-grosso, em qualquer nível de fertilidade do solo. Por ser de di-
fícil controle, tanto mecânico como químico, causa danos de grande
importância no desenvolvimento e na produtividade das pastagens
do Terceiro Planalto, de grama-mato-grosso, intensamente pastejadas
pelo excesso de lotação de animais e em locais onde as plantas invaso-
ras não são manejadas com frequência.
O arrebentão é planta de grande importância como nectarífera e
muito utilizada pelas suas propriedades medicinais.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 78 27/06/2022 09:34:44


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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A
B
C
D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Baccharis serrulata Pers.

SINÔNIMOS
Baccharis prenanthoides Baker., Baccharis medullosa A. P. DC.

NOME COMUM
Vassoura-medulosa

P
lanta arbustiva, perene e anemocórica. O sistema subterrâneo
da planta é perene, formado por longos rizomas dos quais par-
tem raízes adventícias, a parte aérea é renovada anualmente,
apresenta caules eretos, glabros, não ramificados, sulcados profun-
damente, medula muito desenvolvida, atinge no máximo 1,50 m de
altura, crescem reunidos formandos pequenos agrupamentos. Folhas
alternas, pecioladas, membranáceas, oblongas a ovadas, trinervadas,
margens serrilhadas, cerca de três vezes mais compridas do que lar-
gas, até 9 cm de comprimento, glabras e glanduloso-pontuadas na
face dorsal. Inflorescência terminal em corimbo de capítulos. Invólu-
cro campanulado, 3-5 mm de altura por 4 mm de diâmetro; filárias
agudas, membranáceas. Muitas flores por capítulo, masculinas e femi-
ninas separadas. Capítulos de flores femininas, com receptáculo he-
misférico e laciniado; corola da flor feminina com aproximadamente
1 mm de comprimento e com papilho unisseriado, formado por fila-
mentos. Capítulos de flores masculinas, com receptáculo plano e sem
lacínias; flor masculina com estilete exserto além da corola, com 3-4
mm de comprimento. Aquênio papiloso com 5 estrias estreitas, de 1,0-
1,5 mm de comprimento.
Espécie esporádica no estado, somente encontrada na região do
Terceiro Planalto, em solos de alta fertilidade e cultivados com estrela-
-africana. Tem desenvolvimento altamente competitivo em pastagens
formadas por grama-sempre-verde. Considerada espécie de média
importância, especialmente na região do Terceiro Planalto, em pasta-
gens de grama-sempre-verde e em locais onde as plantas daninhas são
manejadas esporadicamente.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 80 27/06/2022 09:34:45


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
81

A
B
C
D
E
F
L
Baccharis trimera (Less.) DC.
M
SINÔNIMOS
Molina trimera Less., Baccharis genistelloides var. trimera (Less.) Baker N
P
NOMES COMUNS
Carqueja, carqueja-verdadeira, carqueija, carquejinha, carqueja-amarga, carqueja-do-
-mato, carqueja-amargosa, carque, vassourinha, vassoura, cacaia

ORIGEM
Espécie originária da Bolívia, Paraguai, Uruguai, Argentina e do Sudeste, Sul e Centro-
R
S
-Oeste do Brasil.

P T
lanta perene, arbustiva, anemocórica. Raiz principal pivo-
tante ramificada; raízes secundárias poucas, longas e bem
desenvolvidas. Caule glabro, cilíndrico, provido de alas equi- U
distantes, normalmente 3 com largura uniforme, variando de 0,5-
1,5 cm. Essas alas, de coloração verde, glabra, interrompida em
distâncias variáveis formando artículos, superfície glabra, lisa,
V
margem inteira, coberta de serosidade, substituem fisiologica-
mente as folhas. Folhas normalmente ausentes, ocasionalmente
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 81 27/06/2022 09:34:46


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
82

aparecem, sempre menores que 0,5 cm de comprimento, ovais e


cedo caducas. Inflorescência em glomérulos de capítulos, compac-
tos, cerca de 1 cm de diâmetro, sésseis, localizados nas articula-
ções das alas dos ramos superiores das plantas. Capítulos masculi-
nos e femininos separados. Capítulos femininos com invólucro de
5-6 mm de comprimento por 2-3 mm de diâmetro, 3-4 séries de
filárias glabras, agudas ou acuminadas. Capítulos masculinos com
cerca de 4,0-4,5 mm de comprimento e 5 mm de diâmetro, filárias
ovadas glabras. De 30-40 flores femininas por capítulo, corola de
3-4 mm de comprimento, ápice truncado, envolve o estilete que
mede 4-6 mm de comprimento. Corola da flor masculina de 3,5-4,0
mm de comprimento, limbo dividido em lacínios longos, enrolados
em espiral. Aquênio glabro, 1,0-1,5 mm de comprimento, cerca de
9 estrias; papilho persistente, piloso; 25 pêlos finos, esbranquiça-
dos e cerca de 4 vezes mais compridos que o aquênio.
Encontradiça na região dos Campos Nativos e do Primeiro e
Segundo Planaltos, em pastagens nativas, de grama-missioneira,
grama-sempre-verde, hemártrias e azevém, em locais com baixa
lotação de animais, fertilidade natural do solo baixa e onde as plan-
tas daninhas são manejadas com práticas mecânicas. Altamente
competitiva, principalmente em pastagens de grama-missioneira e
grama-sempre-verde, com média a baixa lotação de animais, áreas
com fertilidade natural do solo média e baixa, e nos locais onde as
invasoras não são manejadas com herbicidas. Causa danos de gran-
de importância na região dos Campos Nativos, em pastagens nati-
vas, em áreas de solos com fertilidade natural baixa, superlotação
de animais e sem manejo rotineiro das plantas daninhas.
A carqueja é de difícil controle, pois rebrota quando roçada,
formando touceiras com vários ramos, tornando-se ainda mais
competitiva. As flores são melíferas, muito procuradas pelas abe-
lhas, que produzem mel de excelente qualidade medicinal, mas de
sabor um tanto amargo. Toda a planta de carqueja é utilizada pelas
suas propriedades medicinais, de maneira que é considerada uma
das espécies mais importante da nossa flora.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 82 27/06/2022 09:34:46


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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A
B
C
D
E
F
L
M
Carduus acanthoides L.
N
NOMES COMUNS P
Cardo-chileno, cardo, cardo-platense, falso-cardo-negro

ORIGEM
Espécie de origem europeia, está dispersa por regiões temperadas de todos os conti-
R
nentes. Na América do Sul, é encontrada no Chile, Argentina, Uruguai e Sul do Brasil.
S

P
lanta herbácea, anual, anemocórica, ereta, pouco ramificada, T
atinge cerca de 1,80 m de altura. Raiz principal pivotante, fibro-
sa. Caule com alas estreitas recortadas e espinescentes, glabro
ou quase glabro; poucas ramificações na parte intermediária e supe-
U
rior. Folhas basais formando pequena roseta, as do caule são alternas,
pinatifidas com lobos lanceoladas muito espinescentes; glabras no
V
lado superior e com alguns pêlos no inferior, concentrados na nervura
principal, esta proeminente e mais clara. Inflorescência na extremida-
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 83 27/06/2022 09:34:46


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
84

de dos ramos, com poucos capítulos, com flores que entram em antese
sequencialmente. Capítulos pequenos, curto-pedunculados, solitários
ou em grupos de 2 ou 3. Filárias involucrais com longo espinho na ex-
tremidade, que diminui de tamanho nas filárias das séries mais inter-
nas. Flores hermafroditas, púrpuras, vistosas, corola com cinco lobos
muito longos. Aquênios claros, fusiformes, curvados, cerca de 3 mm
de comprimento, glabros, com várias estrias longitudinais; coroa no
ápice ligado ao papilho branco, sedoso. O cardo-chileno é planta de
crescimento relativamente rápido. Na fase inicial forma uma roseta de
folhas basilares, depois desenvolve o caule, ramos e inflorescências.
As sementes germinam no inverno e na primavera e o florescimento
ocorre no final da primavera, no verão e no outono.
Carduus acanthoides foi observada em uma propriedade no mu-
nicípio de Clevelândia, em pastagem cultivada de azevém, possi-
velmente introduzida com sementes de espécies forrageiras. Desta
maneira, poderá ser encontrada em outras propriedades, não amos-
tradas, cujos proprietários tenham adquirido sementes do mesmo
lote. No momento, o cardo-chileno é espécie invasora de pequena
importância para o estado. Entretanto, se não forem tomadas medi-
das para conter sua dispersão, poderá tornar-se problema nas regi-
ões Sul e Sudoeste do estado.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 84 27/06/2022 09:34:46


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Carduus pycnocephalus L.
A
NOME COMUM
Cardo B
ORIGEM
Espécie de origem europeia, encontra-se dispersa por todas as regiões temperadas. Na
América do Sul, é observada no Uruguai, Argentina e Sul do Brasil.
C
D
P
lanta herbácea, anual e anemocórica. Os cardos são facilmente
identificados no campo. Inicialmente a planta forma uma roseta E
de folhas prostradas e depois o caule se alonga para desenvolver
as inflorescências. Os caules, ramos, folhas, pedúnculos e invólucro
dos capítulos são protegidos por agudos espinhos. Muito semelhante
F
ao Carduus acanthoides nos aspectos vegetativos e morfológicos. En-
quanto as plantas da espécie de C. acanthoides caracterizam-se por
L
serem verdes, glabras, ou quase, e apresentam capítulos globosos, as
de C. pycnocephalus são esbranquiçadas ou acinzentadas e apresen- M
tam capítulos de forma ovoide-cilíndrica. Cirsium vulgare é um cardo
facilmente identificável quando em frutificação; possui papilho de pê- N
los plumosos ao passo que as outras espécies de cardo possuem pêlos
simples. Silybum marianum é identificada por possuir as filárias do P
invólucro com espinhos marginais.
Carduus pycnocephalus também forma pequenas rosetas de folhas
basais e o desenvolvimento do caule, ramos e inflorescências é bas-
R
tante rápido. As folhas são pequenas e as plantas esguias, densamen-
te cobertas de pêlos lanuginosos que dão o aspecto esbranquiçado à
S
planta. As sementes germinam durante o inverno e na primavera; o
florescimento ocorre no verão e no outono. A maturação dos aquênios T
é um período muito curto.
Muito rara, foi observada em áreas cultivadas com forrageiras de U
inverno no município da Lapa. Sua introdução provavelmente ocorreu
por meio de sementes de forrageiras vindas dos estados do Sul, onde a V
espécie ocorre com maior frequência. Espécie muito competitiva, pre-
cisa ser erradicada. Atualmente é responsável por muitos prejuízos na
Argentina, no Uruguai e no Rio Grande do Sul.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 85 27/06/2022 09:34:46


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Centaurea solstitialis L.

NOMES COMUNS
Cardo-amarelo, cardo, diabinho

ORIGEM
Espécie originária da Europa e Norte da África. Introduzida na América do Sul, ocorre
na Argentina, Uruguai e estados do Sul do Brasil.

P
lanta herbácea, anual e zoocórica. Raiz principal pivotante; ra-
ízes secundárias ramificadas, fibrosas. Caule ereto, ramificado
desde a base, alado, rijo, pêlos lanosos acinzentados. Atinge até
1 m de altura. Folhas da roseta pinatilobadas até pinatifidas, 20 cm de
comprimento, sésseis, escabrosa até semilanuginosa. As folhas cauli-
nares são menores, sésseis, linear-lanceoladas, inteiras, ápice agudo,
tomentosas ou lanuginosas. Inflorescências em capítulos isolados,
ovoides ou globosos; várias séries de filárias, as mais externas, apre-
sentam um grande espinho na extremidade, na base do qual ocorrem
outros espinhos menores. A parte superior do invólucro é estreitada,
comprimindo as flores para o centro do capítulo. Flores com corola
tubulosa pentalobada, lobos lineares de coloração amarela intenso,
vistosa. Aquênios dimorfos; os externos com 2-3 mm de comprimen-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 86 27/06/2022 09:34:48


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
87

to, 1,2-1,8 mm de largura e 0,5-1,0 mm de espessura, não apresentam


papilho; os internos são pouco menores e apresentam o papilho que A
auxilia na dispersão. A espécie é raríssima nas pastagens do estado,
observada infestando apenas a cultura de azevém. Também ocorre em B
lavouras de cevada no Sudoeste. Provavelmente tenha sido introduzi-
da por meio de sementes provenientes do Rio Grande do Sul ou da Ar- C
gentina, onde as infestações são maiores. Além de invasora de lavou-
ras e pastagens de inverno, é planta tóxica para equinos. A substância
tóxica presente na planta é pouco conhecida, produz efeito neurológi-
D
co. A espécie, por ser exótica, é de ocorrência restrita. Recomenda-se
uma campanha de erradicação.
E
F
Centratherum punctatum Cass.
L
SINÔNIMOS
Centratherum intermedium Less., Amphirephis intermedia Link, Cyanus arvensis Moench.
M
NOMES COMUNS
Perpétua-do-mato, perpétua, perpétua-roxa, perpétua-roxa-do-mato
N
ORIGEM
Espécie originária da costa Leste da América Tropical.
P

P
lanta herbácea, perene e zoocórica. Raiz principal pivotante bem R
desenvolvida. Caules fibrosos, finos, muito ramificados, atingem
no máximo 1 m de comprimento; crescimento inicial ereto, de- S
pois semiprostrado; coloração castanha; quando novos apresentam
pilosidade brancacenta, muitas vezes arroxeada. Folhas simples, al- T
ternas ou quase opostas, limbo oblanceolado com base atenuada em
pseudopecíolo, entre 2-3 vezes mais longas do que largas, no máximo
8 cm de comprimento; margem serreada, verde-claro na face dorsal e
U
mais escura na ventral. Inflorescência em capítulos solitários, longo-
-pedunculados, partindo das axilas das extremidades superiores dos
V
ramos. Na base do capítulo encontramos uma coroa de várias brácteas
foliares. Capítulos globosos de 20-30 mm de diâmetro. Invólucro for-
Z

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mado por várias séries de filárias ovaladas, 5-6 mm de comprimento


de coloração verde-amarronzada. Cada capítulo contém até 120 flores
semelhantes. Corola tubiforme de 9 mm de comprimento, terminando
em 5 lobos longos; corolas e estames violáceos, muito vistosos. Antese
sequencial das flores da periferia para o centro do capítulo. Aquênio
obovoide, pouco curvado, 2,0-2,5 mm de comprimento por 1,0-1,3 mm
de diâmetro, base truncada, brilhante, castanho, variando do claro ao
escuro, quase preto, papilho caduco.
Planta rara e altamente competitiva no estado do Paraná. Causa
danos de média importância no Oeste, em pastagens de grama-mis-
sioneira, em solos de boa fertilidade, mas sem o manejo periódico das
plantas invasoras.

Chevreulia sarmentosa (Pers.) Blake

SINÔNIMOS
Tussilago sarmentosa Pers., Gnaphalium calycinum Poir.

NOMES COMUNS
Macelinha-rasteira, chevreulia

ORIGEM
Espécie originária do Uruguai, Argentina e Campos Nativos do Sul do Brasil.

P
lanta estolonífera perene e anemocórica. A raiz principal se de-
senvolve muito pouco, logo é substituída pelas adventícias que
surgem dos ramos ou estolões decumbentes. Poucos ramos par-
tem do caule principal, o qual apresenta desenvolvimento prostrado e
extremidade ereta com folhas; as partes mais velhas do ramo perdem
as folhas e emitem raízes adventícias; entrenós curtíssimos, raramen-
te ultrapassam 15 cm de comprimento. Folhas muito próximas umas
das outras, esbranquiçadas, alternas, sésseis, espatuladas, 1,5-2,0 cm
de comprimento, ápice obtuso e mucronado, base atenuada, margem
inteira, face superior lanuginosa e inferior com tomento branco e
denso. Inflorescência simples; pedúnculo na axila das folhas, curto na

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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floração, menos de 1 cm de comprimento, alonga-se até a maturação,


atingindo 9 cm ou mais para favorecer a dispersão dos aquênios. O pe- A
dúnculo sustenta um único capítulo de flores brancas ou amareladas;
invólucro campanulado de 1 cm de comprimento, formado por filárias B
oblongas, subagudas, glabras. Aquênio de cerca de 2 mm de compri-
mento, linear lanceolado, com pêlos curtos e rostelo longo que ostenta C
o papilho de até 1 cm de comprimento.
Por ter porte reduzido, infesta somente pastagens degradadas
com solo compactado e exposto, formando um verdadeiro tapete. A
D
chevreulia possivelmente produz substâncias alelopáticas. Depois de
instalada, forma um tapete muito denso que mesmo com o manejo
E
das pastagens, as forrageiras dificilmente voltam a se desenvolver nas
manchas dominadas por ela.
F
Encontradiça em todas as regiões do Paraná, independente das
espécies forrageiras cultivadas, do nível de fertilidade do solo e da L
intensidade de lotação. Não observada somente nas pastagens onde
as invasoras são manejadas com herbicidas. Causa danos de pequena M
importância em propriedades da região dos Campos Nativos e do Pla-
nalto, em pastagens de grama-mato-grosso, grama-missioneira, gra- N
ma-sempre-verde, braquiárias e estrela-africana, em áreas com alta
intensidade de lotação, fertilidade do solo baixa e média e sem manejo P
rotineiro das plantas daninhas.
R
S
T
U
V
Z

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Chevreulia acuminata Less.

NOME COMUM
Macelinha-rasteira-verde

O
utra espécie encontradiça na região dos Campos Nativos com
o mesmo hábito, comportamento e importância. Difere da C.
sarmentosa por ser mais agressiva e apresentar folhas maiores
e de coloração verde intenso.

Chromolaena laevigata (Lam.) R.M. King & H. Rob.

SINÔNIMOS
Eupatorium australe Thunb., Eupatorium psidiaefolium DC., Osmia laevigata (Lam.)
Schultz-Bip., Eupatorium laevigatum Lam.

NOMES COMUNS
Cambará-falso, cambarazinho, mata-pasto, eupatório, erva-formigueira, cambará

ORIGEM
Espécie originária do continente americano.

P
lanta arbustiva, perene, anemocórica. A parte subterrânea for-
ma uma espécie de xilopódio discoide donde partem várias ra-
ízes. Anualmente a parte aérea da planta é renovada a partir

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
91

de brotos dessa estrutura. Alguns brotos podem ter desenvolvimento


inicial rizomatoso antes do aéreo. Caules eretos, cilíndricos, podendo A
ser angulosos nas partes jovens e próximos das inflorescências, gla-
bros, nós com enrugamento marcando a linha de inserção das folhas, B
verde com pontuações ou até arroxeado. Folhas opostas, cruzadas, pe-
cioladas, limbo ovalado a lanceolado, base cuneada e ápice agudo; o
tamanho das folhas diminui da base para a inflorescência; base das
C
folhas superiores levemente assimétricas; margens serreadas com
dentes agudos; coloração verde, mais intensa na face superior. Inflo-
D
rescência densa na parte superior do caule formada por cimos corim-
biformes de capítulos. Os capítulos são curto-pedunculados, solitários
E
ou pareados, arredondados, de até 12 mm de comprimento. Invólucro
formado por 5-6 séries de filárias oblongas, truncadas no ápice. Flores F
com corolas tubulosas, amarronzadas, azuladas ou lilás, com 5 lobos
agudos; estigma lilás bem visível. Podem ocorrer plantas com flores L
totalmente brancas. Aquênios oblongos, afunilados na base, cerca de 3
mm de comprimento, com papilho de filamentos pilosos, unisseriado M
de 4-5 mm de comprimento.
As plantas do falso-cambará crescem rapidamente na primavera- N
-verão, florescendo e frutificando no outono. Plantas de mais de três
anos de idade formam aglomerados de vários caules. No primeiro ano
desenvolve apenas um ramo.
P
As flores de Chromolaena laevigata, bem como as de outras es-
pécies do gênero, são muito visitadas pelas abelhas à procura de
R
néctar e pólen.
Planta encontradiça, dispersa nos três Planaltos e nos Campos S
Nativos em pastagens nativas, de azevém, hemártrias, grama-mato-
-grosso, grama-missioneira e grama-sempre-verde; com alta intensi- T
dade de lotação de animais; em solos com fertilidade natural média a
baixa e em pastagens onde os herbicidas não são utilizados nas práti- U
cas de manejo das plantas daninhas. Esta espécie é muito competiti-
va na região dos Campos Nativos em pastagens formadas por grama- V
-missioneira, onde as práticas de manejo incluem somente roçadas
mecânicas. De rebrota rápida e vigorosa, é de grande importância na
redução da capacidade produtiva das pastagens na região dos Campos
Z

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Nativos, principalmente nas áreas com grama-missioneira, sob altas


lotações de animais e sem qualquer prática frequente de manejo.

Chromolaena maximilianii (Schrad. Ex DC.) R.M. King & H.


Rob.

SINÔNIMOS
Eupatorium conyzoides Vahl var. maximilianii Schrad., Eupatorium maximilianii Schrad.

NOMES COMUNS
Mata-pasto, eupatório, cambará

ORIGEM
Espécie nativa da América Tropical.

E
spécie arbustiva, perene, anemocórica. Sistema subterrâneo
composto por raízes e xilopódio globoso de até 5 cm de diâme-
tro; afunilando com a profundidade, forma uma raiz pivotante

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 92 27/06/2022 09:34:49


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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com várias ramificações. Possui caule único ou vários caules, partin-


do do xilopódio; eretos quando novos; curvos ou tombados quando A
adultos, pelo excesso de peso do grande número de ramificações
que produz, desproporcionalmente, na parte superior da planta. B
Os ramos partem sempre em ângulo reto em relação ao caule.
Caule piloso ou pubescente, anguloso nas partes novas e cilíndrico C
nas maduras, raramente atinge mais de 1,50 m de altura. Folhas
alternas, cruzadas, pecioladas, limbo deltoide mais de duas vezes D
mais longos do que largos; superfície pilosa, mais clara na face in-
ferior; margens denteadas, nervuras salientes; diminuem de tama- E
nho com a altura das plantas. Inflorescências corimbiformes, nas
extremidades dos caules e ramos. F
Capítulos alongados com invólucro formado por 5-6 séries de
filárias; camadas internas mais longas. As flores variam de 20-30 L
por capítulo; corola tubulosa branca, com bordos denteados que so-
bressaem do capítulo; estigmas brancos, longos e bifurcados. Aquê- M
nios de pouco mais de 3 mm de comprimento, cuneiformes, esbran-
quiçados e munidos de papilho que favorece a dispersão pelo vento.
N
É a sétima invasora mais encontradiça, presente em mais de
80% das propriedades do Paraná, dispersa nas regiões do Arenito
P
e dos três Planaltos. Sua presença independe da espécie de forra-
geira cultivada, da intensidade de lotação de animais, da fertilida-
R
de do solo e dos métodos de manejo das invasoras. O mata-pasto
forma pequenas moitas que sombreiam e dificultam o crescimento
S
das forrageiras, sendo mais competitivo na região do Arenito, em
pastagens de braquiárias e estrela-africana e em piquetes com alta
T
lotação de animais.
Causa prejuízos de grande importância em todo estado, mas
U
concentrados na região do Arenito, em pastagens de braquiárias,
com superlotação de animais, cujas invasoras não foram maneja-
V
das nos dois últimos anos.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 93 27/06/2022 09:34:49


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Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 94 27/06/2022 09:34:50


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Chromolaena squalida (DC.) R.M. King & H. Rob.


A
SINÔNIMOS
Eupatorium crenatum Gardn., Eupatorium venosum Mart., Osmia tomentosa Schultz-
Bip., Eupatorium squalidum DC.
B
NOMES COMUNS
Casadinha, erva-de-são-miguel, chicha, mata-pasto, cambará-roxo
C
ORIGEM
Espécie originária possivelmente dos Campos Nativos e cerrados do Brasil. D
E
P
lanta perene, subarbustiva, anemocórica. Sistema subterrâneo
formado por pequeno engrossamento em forma de xilopó-
dio que permite a renovação da parte aérea, anual ou depois
F
de queimadas, e de raízes bem desenvolvidas. Caule ereto, ramifica-
do, com cerca de 1,50 m de altura, com pêlos simples e ferrugíneos,
L
principalmente nas partes mais jovens da planta. Os ramos possuem
a tendência de desenvolvimento vertical. Folhas opostas, membra- M
náceas depois coriáceas, curto-pediceladas, oblongas a lanceoladas,
duas vezes mais compridas do que longas; no máximo atingem 6 cm N
de comprimento, sendo menores nas plantas adultas; ápices agudos,
base obtusa e margens serreadas na metade superior. Inflorescências
terminais e axilares em racemos curtos de poucos capítulos peduncu-
P
lados. Invólucro com 5 séries de filárias paleáceas, agudas e glabres-
centes. Flores completas, corola tubulosa, glabra, coloração purpúrea
R
muito clara. Estilete com ramos longos e brancos. Aquênios oblongos
com 4-5 estrias ou costelas, arqueados, afilados na base e em média S
com 3 mm de comprimento. Papilho branco-amarelado, unisseriado
com 4-5 mm de comprimento. T
Planta encontradiça, dispersa nas regiões do Arenito e dos três
Planaltos, em pastagens formadas por braquiárias, grama-mato-gros- U
so, grama-missioneira e grama-sempre-verde, cultivadas em solos com
fertilidade natural média a alta e em locais onde as plantas invasoras
não são manejadas periodicamente. A casadinha tem baixo potencial
V
de competição, pois raramente forma populações densas, por ser de
crescimento esguio e apresentar folhas relativamente pequenas.
Z

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96

Sua importância na redução da produtividade das forrageiras no


estado é considerada pequena, mas significativa nas regiões do Areni-
to e do Terceiro Planalto, em pastagens de braquiárias e grama-mato-
-grosso e em locais onde não houve manejo nos últimos anos.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 96 27/06/2022 09:34:51


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Chrysolaena cognata (Less.) Dematt.


A
SINÔNIMOS
Vernonia propinqua Hieron., Cacalia cognata (Less.) Kuntze., Vernonia cognata Less. B
NOMES COMUNS
Cambarazinho-roxo, cambarazinho, assa-peixe-roxo
C
ORIGEM
Espécie nativa do Paraguai, Uruguai, Norte da Argentina e Sul, Sudeste e Centro-Oeste
do Brasil. D
E
P
lanta herbácea, perene, anemocórica. A parte subterrânea é
formada por rizomas muito curtos, engrossados e carnosos, F
semelhantes ao rizoma do gengibre, muitas vezes confundido
com xilopódio. Desses rizomas partem raízes adventícias carnosas,
profundas, que raramente ramificam e caules que se renovam anual-
L
mente. Caule ereto sem ramificações; folhas alternas irregularmente
distribuídas do solo até as ramificações da inflorescência; levemente
M
estriado, cilíndrico, coloração avermelhada a amarronzada, sedoso-
-pubescente, atinge no máximo 1,50 m de altura. Parte aérea seca no N
final do outono, após a maturação dos aquênios. Folhas simples, sésseis,
curto-pecioladas, mudam de forma com a altura do caule; limbo obova- P
dos a lanceolado e até lineares, base atenuada e ápice agudo, atinge 18
cm de comprimento; lado superior quase glabro e inferior sempre in- R
tensamente piloso e esbranquiçado, com certa aspereza. Inflorescência
em panícula compacta na parte superior do caule. Capítulos sésseis ou S
curto-pedunculados, dispostos em intervalos regulares, em sequência
ao longo dos ramos da inflorescência, guarnecidos por pequenas brác- T
teas semelhantes às folhas, pilosas. Invólucro campanulado com 5 mm
de altura, formado por várias séries de filárias lanceoladas e agudas. U
Cada capítulo possui 9-20 flores com o papilho mais longo do que o in-
vólucro. Corola branca ou violácea, tubulosa, de ápice lobado, fica exposta
acima dos papilhos por pouco tempo, após a antese se retrai. Aquênios qua-
V
se cônicos de base e ápice truncados, 1 mm de comprimento, pubescentes;
papilho piloso, bisseriado, filamentos brancos, mais curtos na série externa.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 97 27/06/2022 09:34:51


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98

Esporádico no estado, encontradiço somente em pastagens de gra-


ma-missioneira, formando pequenas reboleiras ou algumas plantas iso-
ladas. Portanto, causa danos de pequena importância, principalmente na
região do Terceiro Planalto, em pastagens de braquiárias, em locais onde
o manejo das plantas daninhas é realizado em intervalos de vários anos.

Cirsium vulgare (Savi) Tenore

SINÔNIMOS
Cirsium lanceolatum (L.) Scop., Cirsium lanceolatum var. hypoleucum DC., Carduus
lanceolatus L., Carduus vulgaris Savi

NOMES COMUNS
Cardo-negro, cardo, cardo-de-costela

ORIGEM
Espécie originária da Eurásia, é encontrada em todas as regiões temperadas e subtro-
picais. No Brasil, pode ser encontrada com frequência nos estados do Sul e Sudeste.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 98 27/06/2022 09:34:52


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
99

P
lanta herbácea, anual e anemocórica. Planta anual ou bienal.
Apresenta duas etapas de desenvolvimento: na primeira, que A
pode estender-se de poucos meses até um ano, nas regiões
mais frias, desenvolve um grande número de folhas basais junto ao B
solo; na segunda, utilizando-se das reservas acumuladas nas raízes
e folhas basais, passa à fase reprodutiva. Da parte central da roseta
emite um caule ou haste floral com poucas ramificações na parte
C
inferior e muito ramificada na superior, no qual se localizam as in-
florescências. Raiz principal pivotante e carnosa e raízes laterais
D
fibrosas profundas. Caule resistente, fibroso, com alas decorrentes
a partir da base das folhas. Folhas da roseta alongadas, atingindo
E
30 cm ou mais; margens irregularmente lobadas; lobos terminados
em espinhos pontiagudos; margens e face dorsal também espines- F
cente; coloração verde, mais intensa na face ventral. Ao longo do
caule e dos ramos ocorrem folhas mais curtas, menores e mais lar- L
gas, sésseis, alternas, com as mesmas características morfológicas
das basais. Nervura mediana bem desenvolvida, carnosa e de colo- M
ração verde-amarelada. Inflorescências na extremidade dos ramos
e do caule, com um ou poucos capítulos. Flores reunidas em um N
capítulo globoso ou ovoide, de 3-4 cm de comprimento por 2,5-3,0
cm de diâmetro, protegidas por um invólucro de filárias que vão
aumentando de tamanho gradualmente das séries externas para
P
as internas, terminadas por um espinho eriçado. Flores hermafro-
ditas numerosas, inseridas em disco convexo. Cálice formado por
R
papilho filamentoso branco, incluso no invólucro. Corola tubular
branca até a altura do invólucro e depois mais dilatada, terminada S
em 5 segmentos de coloração rosa ou vermelho violáceo. Aquênios
alongados, comprimidos, pouco angulosos com 3-4 mm de compri- T
mento, 1,2-1,8 mm de largura e 0,7-1,2 mm de espessura. Papilho
unisseriado; pêlos plumosos, numerosos, aplanados, brilhantes, U
delicados de até 27 mm de comprimento. Normalmente o papi-
lho se desprende do aquênio quando amadurece. Assim, pequena V
quantidade de aquênios é disseminada pelo vento a pequenas dis-
tâncias. A maioria dos aquênios é liberada com a decomposição do
invólucro, disseminando-se por via zoocórica.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 99 27/06/2022 09:34:52


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100

Espécie encontradiça nas regiões do Terceiro Planalto e dos


Campos Nativos, em pastagens nativas, de azevém, hemártrias, gra-
ma-sempre-verde e grama-missioneira, em solos de alta fertilidade
aparente, submetidas frequentemente ao controle químico das in-
vasoras. O cardo-negro é altamente competitivo em pastagens de
grama-mato-grosso e submetidas à alta lotação de animais. Por ser
ineficiente na dispersão das sementes, a espécie não tem alcançado
maior importância. Causa danos de média intensidade no Terceiro
Planalto, em áreas com média intensidade de pastejo, em solos de
fertilidade aparente média e não submetidas ao manejo de invaso-
ras nos dois últimos anos.
Como aspecto positivo do cardo-negro, destaca-se a beleza do
conjunto de suas flores, sendo muito procuradas pelas abelhas.
Como aspecto negativo, além de reduzir o espaço para as forragei-
ras crescerem, tem espinhos agudíssimos.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 100 27/06/2022 09:34:54


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
101

Erigeron canadensis L.
A
SINÔNIMOS
Erigeron canadensis L., Leptilon canadense (L.) Britt. B
NOMES COMUNS
Buva, voadeira, buva-do-canadá
C
ORIGEM
Espécie originária do hemisfério norte, em regiões de clima temperado do Canadá e
dos Estados Unidos. Presente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. D
E

E
spécie herbácea, anual e anemocórica. Raiz principal pivotante,
com muitas ramificações laterais, que dão excelente sustenta-
ção para as plantas. Caule cilíndrico, piloso ou às vezes glabro,
F
coberto de folhas em toda sua extensão; flexível e carnoso quando jo-
vem, lignificado quando adulto. Ramificações só ocorrem na extremi-
L
dade superior na altura das inflorescências; em solos mais férteis atin-
gem mais de 2 m de altura. Folhas de disposição helicoidal, simples, M
sésseis, lineares lanceoladas de margem inteira ou serreada. Algumas
linhagens da espécie produzem substâncias oleosas que tornam as fo- N
lhas pegajosas. Inflorescência em panícula terminal, ereta, muito ra-
mificada; capítulos pedicelados. Flores reunidas em capítulos de 2-4 P
mm de diâmetro, guarnecidas por 2-3 séries de filárias que formam
o invólucro, deixando aparecer somente a parte terminal das flores.
Flores periféricas liguladas, femininas; internas hermafroditas; flores
R
com 9-25 pêlos sedosos, formando o papilho. Aquênios subcilíndricos
com 1,3 mm de comprimento por 0,3 mm de diâmetro, ápice truncado,
S
atenuado para a base; papilho sedoso de até três vezes o comprimento
dos aquênios, coloração amarelada. A grande produção de aquênios T
favorece a dispersão da espécie.
Planta anual de crescimento bastante rápido. A maioria das se- U
mentes germina no inverno e na primavera e as plantas florescem an-
tes do final do ano. As sementes, fotoblásticas positivas, só germinam
se estiverem na superfície do solo. Por isso, ocupam as clareiras deixa-
V
das nas pastagens. Plantas cortadas, em qualquer estádio de desenvol-
vimento, raramente rebrotam.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 101 27/06/2022 09:34:54


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102

Erigeron canadensis é a nona espécie mais encontrada dispersa


no estado, em pastagens nativas e formadas por qualquer espécie de
forrageira cultivada, independentemente do sistema de manejo das
pastagens e do controle das plantas invasoras, da fertilidade do solo e
dos níveis de lotação. Por ser planta que não forma grandes reboleiras
em áreas de pastagens, seu potencial de competição é relativamente
baixo. A presença da buva nas proximidades de áreas de reforma ou
implantação de pastagens é problemática, pois o vento reintroduz as
sementes. Causa danos de média importância na região do terceiro
planalto, em pastagens formadas com grama-sempre-verde, maneja-
das à altura média, em áreas de solo com fertilidade média, submeti-
das à lotação ideal e que não foram submetidas ao manejo de invaso-
ras nos dois últimos anos.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 102 27/06/2022 09:34:55


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
103

Erigeron bonariensis L.
A
NOME COMUM
Buva-de-buenos-aires B
C
A
presenta caule principal com crescimento interrompido na
base da inflorescência, suplantado em altura pelos ramos late-
rais que emitem inflorescências secundárias. D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 103 27/06/2022 09:34:57


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104

Erigeron primulifolius (Lam.) Greuter

NOME COMUM
Buva-do-chile

R
ecentemente introduzida no Brasil, encontra-se dispersa por
várias regiões. De menor porte e pequena área foliar se com-
parada às outras espécies do gênero, é menos competitiva. Ini-
cialmente, a planta forma uma roseta de folhas basais, depois ocorre
o alongamento vertical do caule, atingindo 1 m de altura no floresci-
mento. O caule apresenta poucas folhas lineares, paralelas ao mesmo. In-
florescência terminal com poucos capítulos de mais de 1 cm de diâmetro.

Dasyphyllum tomentosum (Spreng.) Cabrera

SINÔNIMO
Flotovia tomentosa Spreng.

NOMES COMUNS
Espinho-agulha, espinho-de-judeu, açucará, cambará-de-espinho, lavra-mão

ORIGEM
Espécie originária do Sul do Brasil.

P
lanta remanescente, arbustiva, perene, anemocórica, formada a
partir da rebrota do toco e das raízes superficiais da árvore cortada
para a formação da pastagem.
Raramente ocorrem plantas formadas pela germinação dos aqu-
ênios. Essas brotações são muito vigorosas e em poucos anos formam
grandes aglomerações de mais de 20 m de diâmetro, impenetráveis pela
abundância de ramos e longos espinhos. Essas brotações raramente ul-
trapassam os 3 m de altura, mas são muito ramificadas. Ramos velhos e
novos apresentam fascículos de espinhos ou espinhos isolados, rígidos,
retos, finos, glabros, amarelados, de até 5 cm de comprimento e ponta
agudíssima. Folhas subcoriáceas, alternas, pecioladas, elípticas a elíptico-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 104 27/06/2022 09:34:57


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
105

-lanceoladas, ápice agudo, base atenuada, trinervadas, glabras na face


ventral, pêlos crespos na face dorsal, 8-13 cm de comprimento por 2,5-6,0 A
cm de largura; pecíolo de 0,8-1,5 cm de comprimento. Raramente flores-
cem nas condições de pastagem. Inflorescência em panícula densa com B
numerosos capítulos. Pedicelos tomentosos de 6-12 mm de comprimen-
to. Invólucro cilíndrico, 1,4-1,6 cm de comprimento, filárias mucronadas
no ápice e veludosas no dorso. Cerca de 12 flores por capítulo herma-
C
froditas ou femininas por atrofiamento do androceu. Corola amarelada
pentassecta e pilosa no ápice, com um segmento diferente dos demais.
D
Aquênios com papilho veludoso.
Ocorre em áreas onde o preparo do solo para a implantação das pas-
E
tagens não recebeu as operações de destoca e aração. Encontradiça nas
regiões do Arenito e do Terceiro Planalto, em pastagens formadas por F
grama-mato-grosso, grama-sempre-verde, grama-missioneira, panicuns,
braquiárias e azevém, independente dos sistemas de manejo e da inten- L
sidade de pastejo, da lotação de animais e do controle das plantas inva-
soras. Prefere solos com fertilidade natural média e alta. Altamente com- M
petitiva nos locais onde ocorre, principalmente em pastagens de azevém,
braquiárias, estrela-africana, panicuns, hemártrias, grama-mato-grosso e N
grama-missioneira, em qualquer intensidade de lotação de animais, ferti-
lidade do solo e sistema de manejo das plantas daninhas. Causa danos de
grande importância na região do Terceiro Planalto, em pastagens forma-
P
das por grama-missioneira e onde não há manejo rotineiramente.
R
S
T
U
V
Z

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
107

Orthopappus angustifolius (Sw.) Gleason


A
SINÔNIMOS
Elephantosis angustifolia DC., Elephantopus nudiflorus Willd., Orthopappus angustifolius
(Sw.) Gleason
B
NOMES COMUNS
Língua-de-vaca-branca, suçaia-açu, fumo-bravo, erva-grossa
C
ORIGEM
Espécie originária do Caribe, América do Sul e Central. Observada em todas as regiões D
do Brasil.
E

P F
lanta herbácea, perene e anemocórica. Raiz principal pivotan-
te e robusta, laterais numerosas e finas. Perto da superfície
do solo ocorre um engrossamento pelo acúmulo de reservas
que permite à planta renovar a parte aérea anualmente. Caule ere-
L
to, cilíndrico, atinge 2 m de altura, incluindo a inflorescência e 2 cm
de diâmetro, revestido de pêlos prateados e curtos; raramente ra-
M
mifica; ramos paralelos ao caule principal; muito flexível ao vento.
A planta desenvolve primeiro uma roseta de folhas basais, prostra-
N
da, depois alonga o caule e emite a inflorescência. Apresenta dois
tipos de folhas, as basais e as caulinares. As basais são maiores, sés-
P
seis, limbos lanceolados a ovalados, às vezes apresentam pequeno
lobo basal; ápice obtuso a subagudo, até 30 cm de comprimento
R
por 6 cm de largura; nervura principal proeminente na face dorsal;
coloração verde intensa na face ventral e mais clara a esbranqui-
S
çada na dorsal, coberta de pêlos semi-rígidos, mais intensamente
na face dorsal. As folhas caulinares apresentam uma bainha que
T
diminui de tamanho de baixo para cima. Inflorescência na parte su-
perior do caule, formada de conjuntos espiciformes de glomérulos
U
com 4-7 capítulos sésseis. Invólucro formado por duas séries de
filárias lanceoladas, as externas de 4 mm de comprimento, ciliadas V
nas margens e seríceas no dorso e as internas com 7 mm de com-
primento. Capítulos com 3-4 flores completas, corola tubulosa, 5-6 Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 107 27/06/2022 09:34:59


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
108

mm de comprimento, glabras, brancacentas. Aquênios obovoides,


comprimidos transversalmente, elípticos, 2-3 mm de comprimento,
afunilado para a base, várias nervuras longitudinais proeminentes,
coloração castanha. Papilho paleáceo, hialino, branco, cerca de 30
páleas estreitas de 6-8 mm de comprimento.
Encontradiça nas regiões do Arenito, Primeiro e Segundo Pla-
nalto, em pastagens de capim-jaraguá, panicuns e grama-mato-
-grosso, submetidas à baixa lotação. De crescimento ereto, as folhas
basais secam quando a planta emite a haste floral. A língua-de-vaca-
-branca tem baixo potencial de competição, porque não forma aden-
samento de plantas. Em locais onde não é manejada causa redução
na produtividade das forrageiras.

Elephantopus mollis HBK.

SINÔNIMOS
Elephantopus tomentosus L., Elephantopus martii Grah., Elephantopus cernuus Vell.

NOMES COMUNS
Erva-grossa, língua-de-vaca, fumo-bravo, pé-de-elefante, sossoia

ORIGEM
Espécie originária do continente americano, ocorre do Sul dos Estados Unidos até o
Uruguai. Dispersa por todas as regiões do Brasil.

P
lanta herbácea, anual e zoocórica. Raiz principal pivotante
engrossada; raízes laterais pouco desenvolvidas. Caule rami-
ficado em quase todos os nós, verde e com pêlos acinzenta-
dos quando novo; com o envelhecimento torna-se lenhoso e de co-
loração marrom. Raramente atinge 1 m de altura; entrenós longos
e retos. Folhas com margens crenadas; limbo enrugado, coriáceo,
áspero, verde mais intenso na face ventral; as basais formam uma
roseta, são oblongo-lanceoladas, menos de duas vezes mais longas
do que largas, ápice agudo; as caulinares alternas, sésseis, base ate-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 108 27/06/2022 09:34:59


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
109

nuada com aurículas semiamplexicaules, reduzem o tamanho com


a altura da planta. Inflorescências terminais e axilares, pedúnculo A
dos pseudocapítulos de até 7 cm de comprimento; cada pseudoca-
pítulo apresenta vários capítulos protegidos por três brácteas cori- B
áceas triangulares de 1,0-1,5 cm de comprimento. Capítulos com 7
mm de comprimento, com 4 séries de filárias lanceoladas, agudas; C
em cada capítulo são encontradas 4-5 flores; o cálice é substituído
por um papilho formado por cerdas dilatadas, deltoides; corola tu- D
bulosa branca ou violácea com 5 lobos na extremidade, saindo do
invólucro. Aquênios com 2,5-2,7 mm de comprimento, 0,6-0,7 mm E
de largura; base afilada; papilho unisseriado com 5 cerdas deltoi-
des dilatadas na base. Esse papilho não é muito eficiente para que F
as sementes sejam dispersas pelo vento, mas auxilia na aderência
ao pêlo dos animais. L
As sementes germinam na primavera e o florescimento ocorre
durante o verão e o outono. No final do ciclo anual, as plantas ra- M
ramente morrem, enquanto a parte aérea seca, a parte subterrânea
brota ao nível do solo, emitindo 2-3 brotos no início da primavera.
N
As populações de erva-grossa encontram-se em fase de expansão
nas pastagens do Paraná. Desenvolve-se em qualquer ambiente,
P
mas prefere local levemente sombreado com bom teor de matéria
orgânica e com mais umidade no solo.
R
É a terceira espécie mais encontradiça no estado do Paraná,
presente em mais de 90% das propriedades, dispersa por todas as
S
regiões, independente da espécie forrageira cultivada, da intensi-
dade de pastejo, da fertilidade do solo, da intensidade de lotação de
T
animais e das práticas de manejo das invasoras. Por ser espécie de
pequena área foliar e raramente formar grandes populações, seu
U
potencial de competição não é elevado. Causa danos de média im-
portância em pastagens localizadas em solos de fertilidade média e
V
não submetidas ao manejo das plantas daninhas.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 109 27/06/2022 09:34:59


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Jungia floribunda Less.

NOMES COMUNS
Erva-de-mula, assa-peixe-fedido, lobera

ORIGEM
Espécie nativa da América do Sul. Ocorre nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste
do Brasil.

P
lanta arbustiva, perene, anemocórica. Sistema subterrâneo
formado por raiz pivotante vigorosa e raízes secundárias bem
desenvolvidas, encimadas por um engrossamento semelhante
a um xilopódio que permite à planta renovar anualmente sua parte
aérea. Caule de crescimento ereto, sem ramificações, atinge 2-3 m de
altura, arredondado, enfolhado até a inflorescência e densamente to-
mentoso-ferrugíneo. Folhas alternas, pecioladas, estipuladas, lobadas;
pecíolo tomentoso de até 18 cm de comprimento; limbo arredondado,
de até 20 cm ou mais de largura, cordado, dividido em 5 ou 7 lobos
amplos, obtusos a agudos, curto-apiculados, irregularmente lobula-
dos, quase crenados na margem; 5 ou 7 nervuras principais salientes
partem da inserção do pecíolo em direção ao ápice dos lobos, nervuras
menores reticuladas; superfície pilosa em ambas as faces, mais den-
samente na inferior. Inflorescências terminais em cimas paniculadas
e axilares nos ramos superiores. Capítulos numerosos, pedúnculos
de 2-8 cm de comprimento, pedicelados, pilosos, 3-9 mm de compri-
mento. Invólucro campanulado, 7 mm de comprimento por 6 mm de
diâmetro, 2 séries de filárias; receptáculo com páleas lanceoladas,
agudas, abraçando as flores, 6-7 mm de comprimento; menos de 20
flores por capítulo, brancas, semelhantes entre si, corola bilabiada de
5-6 mm de comprimento. Aquênios linear-fusiformes, rostrados, com
4 mm de comprimento, papilosos; papilho plumoso, amarelado.
Planta encontradiça, dispersa nas regiões dos três Planaltos em
pastagens de braquiárias, hemártrias, grama-missioneira e grama-
-sempre-verde, com superlotação de animais e sem manejo frequente

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 110 27/06/2022 09:34:59


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
111

das plantas invasoras. Aparece normalmente em áreas montanhosas,


recentemente transformadas em pastagens e em antigas áreas cultiva- A
das no sistema faxinal. Seu potencial de competição não é muito ele-
vado porque a espécie não ocorre em grandes aglomerados de plan- B
tas. Causa danos de pequena importância principalmente na região do
Terceiro Planalto, em pastagens de braquiárias e grama-sempre-ver- C
de, nas quais as práticas de manejo são utilizadas esporadicamente.
A erva-de-mula é facilmente reconhecida no campo pelas folhas D
de formato característico, recoberto por glândulas que dão aspecto
oleoso-pegajoso e pelo odor fétido que exalam quando maceradas. E
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Lessingianthus glabratus (Less.) H. Rob.

SINÔNIMOS
Vernonia ensifolia Mart., Vernonia microdonta Schultz-Bip., Vernonia glabrata Less.

NOMES COMUNS
Assa-peixe-roxo-menor, assa-peixe, cambarazinho

ORIGEM
Espécie nativa do Uruguai, Argentina e Sul do Brasil.

P
lanta subarbustiva, perene, anemocórica. Sistema subterrâneo
formado por um emaranhado de rizomas dos quais partem finas
raízes adventícias. Os caules são renovados anualmente a partir
dos rizomas. Caules eretos, atingem no máximo 1,20 m de altura, sem ra-
mificações, glabros ou levemente pilosos. Folhas coriáceas, ásperas, sés-
seis ou curto-pecioladas, lanceoladas ou oblanceoladas, com ápice agudo,
atenuadas na base, margem inteira ou denticulada, esparso pilosas na
face dorsal, de 8-20 cm de comprimento e 1,2-3,5 cm de largura. Inflo-
rescência terminal, paniculada, formada por numerosos capítulos sésseis
ou curto-pedunculados, dispostos em longos cincínios foliados. Brácteas
grandes foliáceas, dispostas alternadamente com os capítulos. Invólucro
amplamente campanulado, 8-12 mm de comprimento e 12 mm de diâ-
metro; 5-6 séries de filárias, as externas lanceoladas e acuminadas, as in-
ternas avermelhadas, linear a oblongas, obtusas e mucronadas. De 30-40
flores purpúreas ou roxas por capítulo. Aquênios estriados, glabros, 4-5
mm de comprimento, com papilho branco, filamentoso.
Planta esporádica no estado, encontradiça na região do Arenito. De
pequeno porte, raramente forma populações densas e frequentemen-
te tem desenvolvimento estiolado e pouco competitivo. Causa danos de
pequena importância sobre o desenvolvimento das forrageiras, princi-
palmente na região do Arenito, em pastagens formadas por braquiárias
e grama-mato-grosso, em pastagens sem manejo das plantas invasoras.
Espécie de introdução recente, com a melhoria da fertilidade do solo po-
derá transformar-se em planta invasora muito agressiva e competitiva.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
113

Mikania cordifolia (L.f.) Willd.


A
SINÔNIMOS
Cacalia cordifolia L.f., Mikania convolvulacea DC., Mikania mollis Kunth B
NOMES COMUNS
Falso-guaco, erva-de-cobra, erva-de-sapo, coração-de-jesus, cipó-cabeludo, cipó-
-catinga, guaco, cacália
C
ORIGEM
Espécie originária do Brasil e dispersa por toda a América Tropical e Subtropical. No D
Brasil, ocorre principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
E

P F
lanta com sistema radicular pivotante, prostrada ou trepa-
doura, perene, anemocórica, na planta nova, logo é substi-
tuído por raízes adventícias que surgem dos nós em contato
com o solo. Caule de desenvolvimento prostrado, na ausência de su-
L
portes. De secção hexagonal ou cilíndrica, normalmente com linhas
longitudinais proeminentes, atinge vários metros de comprimento;
M
caules, pecíolos e folhas novos são cobertos de pêlos brancos. Fo-
lhas opostas, simples, pecíolo fino e longo, tão comprido quanto à
N
folha; limbo pode variar de forma, mas normalmente apresenta-
-se ovalado com base cordada e ápice acuminado a agudo; margem
P
irregularmente denteada ou inteira; limbo quase duas vezes mais
longo do que largo; três nervuras principais partem da base do lim-
R
bo; coloração verde pálida em ambas as faces, devido à pilosidade
acinzentada que apresenta, mais intensa na dorsal. Inflorescências
S
axilares na parte terminal dos ramos, em corimbos sustentados por
pedúnculo liso e glabro, com cerca de 9 cm de comprimento. O flo-
T
rescimento é simultâneo e abundante. Invólucro formado por dois
pares de filárias agudas e acuminadas, verde, de 5-9 mm de com-
U
primento, as externas são pilosas e com glândulas na face dorsal e
as internas estriadas e glabras, às vezes com poucos pêlos no ápice. V
Normalmente, cada capítulo apresenta 4 flores de corola tubulosa,
branca, 2-3 mm de comprimento, com 5 lobos estreitos e com pa- Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 113 27/06/2022 09:35:00


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
114

pilho piloso. Aquênios obovoides, pentagonais, curvados, menos de


3 mm de comprimento, afunilados na base; papilho piloso, unisse-
riado, pêlos ciliados de 4-5 mm de comprimento, alvos ou rosados.
Tem preferência por áreas novas, em solo com altos teores de
matéria orgânica e alta porcentagem de umidade. Desenvolve-se
até mesmo como planta aquática, entupindo, com suas raízes, tu-
bulações mal vedadas. Por ser planta trepadoura e escandente, de-
senvolve-se sobre as plantas forrageiras, abafando-as com seu peso
e sombra. Encontradiça no estado, dispersa nas regiões dos Planal-
tos e dos Campos Nativos, em pastagens formadas por panicuns,
braquiárias, hemártrias, estrela-africana, capim-jaraguá, azevém,
grama-mato-grosso, grama-sempre-verde e grama-missioneira, in-
diferente à intensidade de pastejo, à fertilidade aparente do solo e
ao sistema de manejo das plantas invasoras. Altamente competitiva
em pastagens nativas e de azevém, na região dos Campos Nativos.
No estado, por sua ocorrência pontual, não alcança grandes exten-
sões de área. Causa prejuízos de pequena importância em todo o
estado, em pastagens de azevém, braquiárias, panicuns, estrela-
-africana e grama-mato-grosso, pastejadas intensamente pelo ex-
cesso de lotação, indiferente à fertilidade natural do solo e em lo-
cais onde as plantas daninhas não são manejadas com herbicidas.

Parthenium histerophorus L.

SINÔNIMOS
Parthenium lobatum Buckley, Argyrochaeta bipinnatifida Cav.

NOMES COMUNS
Losna-branca, coentro-do-mato, fazendeiro

ORIGEM
Espécie originária do México, alastrou-se por diversas regiões do mundo. No Brasil, sua
ocorrência está em expansão, sendo observada com maior frequência no Paraná, São
Paulo e Mato Grosso do Sul.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 114 27/06/2022 09:35:00


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
115

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante; se-
cundárias bem desenvolvidas. O caule se desenvolve após a A
formação de uma pequena roseta de folhas basilares, mui-
to ramificado em toda sua extensão quando livre de competição; B
sob competição, somente ramifica na parte superior. Caule estria-
do-sulcado e com pêlos brancos de até 5 mm de comprimento na C
parte inferior dos ramos, menores na parte superior. Folhas inten-
samente pinatissectas, quase simétricas; nervuras proeminentes; D
limbo de até 15 cm de comprimento, verde, com pêlos hialinos
curtos sobre as nervuras em ambos os lados. Inflorescências em E
racemos terminais, amplas, abertas e com capítulos longo-pedun-
culados. Capítulo de 5-8 mm de diâmetro; invólucro formado por 5 F
filárias lanceoladas de margens sobrepostas, verde-claras; na parte
interna de cada filaria ocorre uma flor feminina com corola ligula- L
da, branca ou amarela; na parte central do capítulo flores masculi-
nas com corola tubiforme branca ou amarela. Aquênios coniformes M
de até 2,1 mm de comprimento e 1,0-1,2 mm de largura; papilho
formado por 3-4 páleas membranosas, amareladas. As sementes da
N
losna-branca germinam em qualquer época do ano, principalmente
no início da primavera. Até os dois meses desenvolvem uma roseta
P
de folhas basais, para só depois emitir o caule e os ramos.
Os pêlos hialinos dos caules encerram uma substância chama-
R
da lactona, responsável por processos alérgicos. O pólen também
é responsável por alergias em pessoas sensíveis. A planta contém
S
ainda parthenina e histerina que têm uso medicinal, mas que de-
pendendo da dose podem ser venenosas. Portanto, é recomendável
T
evitar o uso medicinal dessa espécie.
Rara no estado do Paraná, mas encontradiça em pastagem de
U
capim-jaraguá. Pelo crescimento inicial relativamente lento e in-
trodução recente, sua importância nas pastagens ainda é pequena,
V
porém ocorre em pastagens do Terceiro Planalto, em áreas sem ma-
nejo das plantas invasoras.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 115 27/06/2022 09:35:00


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116

Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera

SINÔNIMOS
Pluchea quitoc DC., Pluchea suaveolens (Vell.) Kuntze, Conyza sagittalis Lam., Gnaphalium
suaveolens Vell.

NOMES COMUNS
Erva-lucera, quitoco, madrecravo, lucera, tabacarana

ORIGEM
Espécie nativa do Sul da América do Sul, da metade Sul da Argentina, do Uruguai e do
Rio Grande do Sul, encontra-se em expansão por todas as regiões do Brasil.

P
lantas herbáceas, anuais, anemocóricas, eretas, atingem até 1
m de altura. Raiz principal pivotante, bem desenvolvida. Caule
ereto, fibroso, pouco ramificado na base e muito ramificado na
parte superior; com alas membranáceas, prolongamento da base das
folhas, pouco a intensamente piloso-esbranquiçado. Folhas sésseis,
lanceoladas a lanceolado-elípticas, ápice agudo e base atenuada,
até 15 cm de comprimento por 4 cm de largura; margem denteada
e ondulada; nas plantas com pilosidade as folhas apresentam pêlos
glandulares em ambas as faces; limbo decorrente formando as alas
do caule até a folha inferior. Inflorescência terminal em corimbo de
capítulos grandes e vistosos, subglobosos, mais largos do que com-
pridos, atinge 12 mm de diâmetro e 2-3 mm de comprimento, bran-
cos na antese, passam gradualmente a marrom na maturação. As flo-
res são protegidas por 2-3 séries de filárias ovadas com 2-3 mm de
comprimento. Na parte externa do capítulo encontram-se as flores
femininas, formando várias séries concêntricas, corola filiforme de
5 mm de altura, brancacenta. Na parte central, flores hermafroditas
com gineceu estéril, corola tubulosa mais curta do que as femininas,
formando uma espécie de depressão. Na maturação, as corolas se-
cam e ficam com a coloração marrom, as da parte interna mais inten-
samente coloridas. Aquênios oblanceolados de cerca de 1 mm sem o
papilho, 4 ou mais costelas proeminentes; papilho piloso, com mais

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 116 27/06/2022 09:35:00


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
117

de 20 pêlos sedosos. O papilho é o responsável pela dispersão das


sementes a grandes distâncias. A
A erva-lucera forma pequenas reboleiras visíveis a certa distância
pelas características peculiares dos capítulos e da pilosidade de suas B
folhas e caules. As folhas, quando amassadas, exalam um odor bem
característico e agradável de plantas amassadas. C
As sementes germinam principalmente na primavera e o flores-
cimento ocorre durante o verão, produzindo grande quantidade de
sementes. Portanto, a erva-lucera só não é um problema grave por-
D
que o potencial de germinação das sementes e o estabelecimento das
plântulas são reduzidos.
E
Relativamente rara no estado, está presente em algumas regiões.
Por ser pouco competitiva não é combatida sistematicamente, dessa
F
forma pode-se prever grande aumento da sua população, tornando-se
invasora de grande importância. Causa danos de pequena monta nas L
regiões do Arenito Caiuá e no Terceiro Planalto, em pastagens de bra-
quiárias e grama-mato-grosso, pastejadas à média ou baixa altura, em M
fertilidade do solo média e baixa, em áreas com lotação ideal ou super-
lotação e em locais onde nos últimos dois anos não houve nenhuma N
prática de manejo das invasoras.
Pela beleza de seus capítulos, tem sido utilizada esporadicamente P
como ornamental. Também lhe é atribuída certa importância como
planta medicinal. R
Praxelis diffusa (Rich.) Pruski S
SINÔNIMOS T
Eupatorium urticaefolium (L.) Baker, Praxelis villosa Cass., Eupatorium urticifolium L.f.,
Ooclinum villosum (Cass.) DC., Eupatorium pauciflorum HBK.
U
NOMES COMUNS
Botão-azul, mata-pasto, mentrasto, eupatório, chirca, falso-cambará, mentrastão

ORIGEM
V
Espécie originária dos Campos Nativos e cerrados do Brasil.
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
118

P
lanta herbácea, anual, anemocórica. Raiz principal pivotante,
pouco desenvolvidas e laterais curtas. Caule ereto, menos de 1
cm de diâmetro, reto, ramificado, fibroso; atinge no máximo 80
cm de altura; coloração verde e pêlos curtos esbranquiçados. Folhas
simples, pecioladas, opostas; limbo ovalado-deltoide, base cuneada e
ápice agudo, comprimento igual ao dobro da largura; três nervuras
principais saindo da base, apenas visível; superfície glabra a pouco
pubescente, verde. Inflorescência terminal e nos ramos axilares su-
periores; poucos capítulos curto-pedicelados. Capítulos cilíndricos
de mais de 1 cm de comprimento por 3-5 mm de diâmetro; invólu-
cro de 2-3 séries de filárias; as externas mais curtas do que as inter-
nas, deixando aparecer somente a parte superior das flores; corola
tubulosa, 1 cm de comprimento, pentalobada, abre-se com a aparên-
cia de estrela, tubo esverdeado e corola azulada ou violácea; papilho
esbranquiçado do mesmo comprimento; estilete bífido, exposto, de
coloração violácea, vistosa; estames inclusos. Aquênios oblongos, 2,5
mm de comprimento e 0,5-0,7 mm de largura; pericarpo reticulado,
castanho escuro, quase preto, com poucos pêlos translúcidos; papilho
piloso com cerca de 4,5 mm de comprimento. A unidade de dispersão
é constituída pelos aquênios com os papilhos, que são levados pelo
vento a longas distâncias.
O botão-azul é identificado facilmente pelo colorido das flores e
pelo odor agridoce característico, constituído pelos óleos essenciais
aromáticos, exalado de suas folhas e flores. As sementes fotoblásticas
positivas germinam em qualquer época do ano, mais intensamente
nos meses mais quentes. Desenvolve-se a pleno sol, ocupando as cla-
reiras formadas em consequência de um manejo inadequado.

Praxelis clematidea (Hieron. ex Kuntze) R.M. King & H.Rob.

SINÔNIMOS
Eupatorium urticaefolium var. clematideum (Griseb.) Hieron.

NOME COMUM
Botão-azul-lustroso

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 118 27/06/2022 09:35:00


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
119

P
resente no mesmo ambiente de ocorrência da espécie P. diffusa.
Ambas se distinguem pelo número de séries de filárias nos A
capítulos. A primeira apresenta 2-3 e a segunda 4-5 e as folhas
brilhantes. As demais características são bastante semelhantes. B
As duas espécies são encontradiças na região do Arenito Caiuá,
em pastagens de braquiárias, estrela-africana, hemártrias, capins C
jaraguá, panicuns e grama-mato-grosso, em qualquer tipo de ma-
nejo das pastagens, em solo com fertilidade aparente baixa e média, D
em qualquer nível de lotação das pastagens e em áreas não subme-
tidas a controle químico. Por serem espécies anuais de pequeno
porte e ciclo curto, o potencial de competição é baixo. Nos casos
E
de maiores densidades, sua importância, embora pequena, se faz
sentir nas regiões do Arenito e do Terceiro Planalto, em pastagens
F
de braquiárias e grama-mato-grosso, em pastagens pastejadas com
média intensidade, em solo com nível de fertilidade médio, em áre-
L
as com sublotação ou lotação ideal e não submetidas ao manejo
anual das invasoras.
M
Produtores afirmaram que vacas que consomem a planta de
botão-azul produzem leite com odor desagradável. N
P
Pterocaulon angustifolium DC.
R
NOMES COMUNS
Branqueja-fina, branqueja, branqueja-do-campo, barbasco S
ORIGEM
Espécie originária dos Campos Nativos do Sul do Brasil. T
U
P
lanta perene, herbácea, anemocórica. Raiz principal pivotante e
profunda, forma um engrossamento na superfície do solo a par-
tir do qual renova a parte aérea anualmente. Caule herbáceo,
V
lanuginoso, alado em toda sua extensão, atinge 60-90 cm de altura,
ramificado na parte inferior. Folhas alternas, sésseis, inteiras, ápice
Z

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120

acuminado, de coloração verde-escura na face superior, brancacenta


lanuginosa na parte inferior. Inflorescências em espigas terminais la-
nuginosas de 9-20 cm de comprimento. Vinte ou mais capítulos reu-
nidos em glomérulo. Flores com longo papilho. Aquênios levemente
curvados, com longo papilho sedoso persistente, transportados a lon-
gas distâncias pelo vento. Nas pastagens são identificadas por serem
relativamente menores e mais esguias do que as outras branquejas;
ramifica somente na base do caule e inflorescência não ramificada. As
sementes germinam no final do inverno e início da primavera. Plantas
de crescimento inicial lento e florescimento no final do verão.
Encontradiça na região dos Campos Nativos, em pastagens na-
tivas e de grama-missioneira. Exerce maior potencial de competição
sobre a grama-missioneira. Causa prejuízos de média importância
na região dos Campos Nativos, em pastagens de grama-missioneira,
manejadas à altura média, em solo de fertilidade média, com lotação
aparentemente ideal e não submetidas a qualquer tipo de manejo nos
dois últimos anos.
Por ser espécie originária dos Campos Nativos, está em equilíbrio
com a flora local. Persiste como invasora quando estas áreas são in-
corporadas a lavouras ou pastagens cultivadas. Linhagens mais agres-
sivas foram observadas em outras regiões.

Pterocaulon lanatum Kuntze

NOMES COMUNS
Branqueja-lanuda, branqueja, barbasco

ORIGEM
Espécie oriunda do cerrado brasileiro, está se expandindo para o Sul do país.

E
spécie perene, subarbustiva, anemocórica. Sistema radicular
vigoroso, raiz principal pivotante na planta nova, logo desapa-
rece; na região da superfície do solo forma um engrossamento

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
121

discoide com grande número de raízes na parte inferior e na parte


superior renova anualmente a parte aérea. Caule herbáceo quando jo- A
vem, lignificado quando adulto, piloso, raramente ramifica na parte
inferior; muito ramificado na parte superior, junto da inflorescência; B
atinge 60-150 cm de altura. Folhas com disposição helicoidal; sésseis,
inteiras, lanceoladas a lanceolado-elípticas, ápice acuminado; apre- C
sentam pequena ala que se prolonga do ponto de inserção até o nó da
folha inferior; coloração verde-escura na face superior com a presença D
de pilosidade tênue, e brancacenta ou prateada na face inferior, pela
presença de longos pêlos que conferem aspecto lanuginoso; medem
9-20 cm de comprimento por 2-8 cm de largura; nervura principal
E
bem visível. Inflorescência terminal em espigas brancacentas pela in-
tensa pilosidade lanuginosa, com até 20 cm de comprimento; capítulos
F
reunidos em glomérulos de 2 ou mais, cada glomérulo com uma brác-
tea lanuginosa; capítulos com invólucro campanulado de até 8 mm de
L
comprimento, poucas flores masculinas e muitas femininas. Aquênios
lineares, de pouco mais de 1 mm, papilho persistente, branco sedoso, M
de 9 mm de comprimento, transportado pelo vento.
A branqueja-lanuda é facilmente identificada no campo pela gran- N
de quantidade de pilosidade lanuginosa, de aspecto mais robusto e
brancacento do que a branqueja (Pterocaulon virgatum). As sementes P
germinam no inverno e na primavera e o florescimento ocorre no final
do verão. A maturação dos aquênios ocorre em poucos dias e o vento R
se encarrega de dispersá-los a grandes distâncias. A quantidade é tão
grande que, nas depressões do terreno, há acúmulo de grandes mas- S
sas de aquênios com papilho.
Encontradiça nas regiões do Arenito e nos Planaltos, em pasta- T
gens formadas por braquiárias, panicuns, estrela-africana, capim-jara-
guá e grama-mato-grosso, em qualquer tipo de manejo das pastagens,
nos diferentes níveis de fertilidade do solo, nos sistemas de lotação e
U
nos sistemas de manejo das plantas invasoras. Pterocaulon lanatum
destaca-se como espécie altamente competitiva na região do Areni-
V
to, em pastagens de braquiárias e estrela-africana, em solos de baixa
fertilidade. Por ser encontradiça e de alto potencial de competição, é
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 121 27/06/2022 09:35:00


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122

espécie de grande importância, em especial para a região do Arenito,


em pastagens de braquiárias e estrela-africana, manejadas em altura
média ou baixa, em solos de fertilidade média ou baixa, submetidas à
lotação ideal ou superlotação, em áreas que não foram submetidas a
qualquer prática de manejo das plantas invasoras nos últimos anos.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 122 27/06/2022 09:35:01


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
123

Pterocaulon virgatum (L.) DC.


A
SINÔNIMOS
Pterocaulon alopecuroides (Lam.) DC., Pterocaulon pycnostachyum (Michx.) Ell.,
Pterocaulon undulatum (Walt.) C. Mohr, Gnaphalium virgatum L.
B
NOMES COMUNS
Branqueja, barbasco, verbasco, tingui, calção-de-velho
C
ORIGEM
Espécie nativa da América, ocorre em todas as regiões do Brasil. D
E

P
lanta perene, subarbustiva, anemocórica. Raiz principal pi-
votante, presente enquanto a planta é nova. Quando se torna F
adulta, há um engrossamento na base do colo, semelhante a
um xilopódio, do qual emite 9-20 raízes adventícias fibrosas e resis- L
tentes, com poucas ramificações e que permite a renovação anual
da parte aérea. Caule ereto, herbáceo quando novo, lignifica da base M
para o ápice; raramente ramificado na parte inferior, muito ramifi-
cado na parte superior junto da inflorescência; cilíndrico e pubes- N
cente. Folhas alternas, sésseis, membranáceas, lineares lanceoladas
até elípticas, com ala prolongando-se até o nó inferior, ásperas e P
corrugadas; de coloração verde intenso na face ventral e acinzen-
tada na dorsal, pela presença de uma tênue pilosidade. Inflorescên- R
cias terminais em forma de espigas, capítulos reunidos de 3-5 por
glomérulos. Invólucro campanulado, com 6 mm de comprimento,
igual a dois terços dos papilhos, formados por três séries de filárias.
S
Flores femininas numerosas, corola tubulosa com 2-3 dentes api-
cais; 1-3 flores masculinas, de corola tubular pentadentada, anteras
T
com base sagitada e apêndice apical. Aquênios lineares pouco ar-
queados, com 1,2-1,3 mm de comprimento sem o papilho e 0,4 mm
U
de diâmetro; ápice truncado e base atenuada com carpídio, papilho
piloso persistente, com 8,5 mm de comprimento e cerca de 40 pêlos
V
sedosos brancos. O papilho é essencial para o transporte dos aquê-
nios pelo vento a longas distâncias.
Z

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124

Facilmente identificada nas pastagens na fase de crescimento,


porque as folhas mais jovens do ponteiro apresentam coloração rósea
à arroxeada; folhas maduras apresentam coloração verde escuro no lado
ventral e pilosidade cinzenta no lado dorsal. A maturação dos aquênios
é muito rápida e ocorre quando da expansão dos papilhos resultando
em aspecto de pendão branco, daí o nome popular de branqueja.
A maioria das sementes germina no final do inverno. Plântula de
crescimento inicial bastante lento, após o qual atinge rapidamente de
1,5 a 2,0 m de altura. O florescimento ocorre no verão e outono. Plan-
tas roçadas ou quebradas pelo pisoteio antes do florescimento, bro-
tam e florescem no ano seguinte.
É a quarta espécie invasora mais encontradiça no estado, dispersa
por todas as regiões, em pastagens nativas, de azevém, braquiárias, es-
trela-africana, hemártrias, capim-jaraguá, panicuns, grama-mato-grosso,
grama-missioneira e grama-sempre-verde; em diferentes níveis de ferti-
lidade do solo; em qualquer tipo de manejo das pastagens, sistemas de
lotação e tipo de manejo das plantas invasoras. A branqueja é espécie de
média importância no estado, por ser de baixo potencial de competição.
Causa danos na região do Arenito e do Terceiro Planalto, em pastagens
de estrela-africana manejadas a baixa altura, em fertilidade do solo mé-
dia, em áreas com superlotação e que durante os dois últimos anos não
foram submetidas a qualquer atividade de manejo das plantas invasoras.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Senecio brasiliensis (Spreng.) Less.


A
SINÔNIMOS
Cineraria brasiliensis Spreng., Senecio cannabinaefolius Hook. & Corn. B
NOMES COMUNS
Maria-mole, flor-das-almas, berneira, vassoura-mole, flor-de-finados, catium C
ORIGEM
Espécie originária da zona subtropical da América do Sul, é muito comum no Paraguai,
Uruguai, Norte da Argentina, Sudeste e Sul do Brasil.
D
E

P
lanta anual, subarbustiva, anemocórica. Raiz principal pivotan-
te, vigorosa e profunda, raízes laterais longas e superficiais. O F
caule atinge mais de 2 m de altura; quando há espaço, a rami-
ficação é intensa, conferindo aspecto arredondado à planta. Ramos e L
caule novos têm pigmentação violácea, são glabros e luzidios. Em solos
mais férteis a parte inferior do caule atinge 4 cm de diâmetro, suberi- M
fica e lignifica. Folhas de plantas novas inteiras e bicolores, verdes no
lado superior e arroxeadas no inferior. Folhas com disposição helicoi- N
dal, pinatipartidas, até cinco pares de segmentos opostos e um termi-
nal; mais escuras na face inferior. Nervuras salientes no lado dorsal e P
deprimidas no ventral. Inflorescências terminais e laterais em corim-
bos de capítulos muito amplas. Flores de coloração amarela intensa R
conferem aspecto ornamental; agrupadas em capítulos com invólucro
campanulado, caliculado com 6-7 mm de comprimento por 5-6 mm
S
de diâmetro, formado por 16-20 filárias linear-oblongas, glabras. Cada
capítulo apresenta até 50 flores amarelas. As externas, femininas, com
T
lígulas, possuem até 20 mm; as internas, hermafroditas, possuem co-
rola tubular, alargada na parte superior, pentalobadas. Tanto as flores
U
femininas como as hermafroditas possuem corola caduca guarnecida
por papilhos. Aquênios cilíndricos, até 3 mm de comprimento sem o
V
papilho e menos de 1 mm de diâmetro, curvados ou retos, tegumento
com estrias ou costelas finas intercaladas de pequenos sulcos, base
Z

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126

afilada e papilho persistente, branco e sedoso no ápice. Esse papilho


favorece a dispersão das sementes pelo vento a grandes distâncias.
Espécie facilmente identificada no campo por ser de crescimento
bastante vigoroso. Caules, ramos novos e folhas bastante flexíveis e
moles. Folhas pinatipartidas com número ímpar de segmentos estrei-
tos e flores amarelo intenso, abundantes. Uma área de pastagem infes-
tada de maria-mole muda de coloração em poucas semanas. Passa do
verde-claro da folhagem ao amarelo das flores, ao branco dos papilhos
na maturação e dispersão dos aquênios e, finalmente, ao marrom es-
curo das plantas secas. Essas plantas permanecem por mais alguns
meses na pastagem até que as raízes e o colo se decompõem, quando
tombam e são pisoteadas pelo gado. Nessa fase são frequentes os ca-
sos de incêndios, pois elas queimam com grande facilidade e rapidez.
As sementes germinam principalmente no final do inverno e iní-
cio da primavera. As plantas florescem na primavera e no início do
verão. A maturação dos aquênios é rápida. As plantas germinadas no
final da primavera até o início do inverno, em locais sombreados ou
de baixa fertilidade, não são induzidas ao florescimento na primavera,
tornam-se bienais, florescendo somente no ano seguinte.
É a quinta espécie invasora encontradiça no estado, dispersa por
todas as regiões do estado, em pastagens formadas por qualquer espé-
cie forrageira, em qualquer tipo de manejo das pastagens, em diferen-
tes níveis de fertilidade aparente do solo, qualquer sistema de lotação
e de manejo das plantas invasoras.
Senecio brasiliensis é a décima espécie com maior potencial de com-
petição. Destaca-se como altamente competitiva nas regiões do Arenito,
nos três Planaltos, no Vale do Ribeira e Litoral, nas pastagens forma-
das com braquiárias, estrela-africana, panicuns, grama-mato-grosso e
grama-missioneira, em qualquer tipo de manejo das pastagens, nível de
fertilidade do solo, lotação e manejo das plantas invasoras.
Terceira espécie mais importante no estado, seus prejuízos são
inferiores somente aos do assa-peixe e da grama-mato-grosso. É de

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
127

grande importância nas regiões do Arenito, nos três Planaltos e no


Vale do Ribeira, em pastagens formadas por braquiárias, estrela-afri- A
cana, panicuns, grama-mato-grosso e grama-missioneira, em qual-
quer intensidade de pastejo, nível de fertilidade do solo e de lotação, B
nas áreas não submetidas a manejo químico das plantas daninhas.
Além do grande potencial de competição com as plantas forrageiras, a C
maria-mole é planta tóxica para o gado, causando efeitos hepatóxicos,
principalmente em bovinos. Os princípios tóxicos pertencem ao grupo D
das pirrolizidinas (integerrimina, senecionina, retrorsina). A maioria
dos casos de intoxicação ocorre no fim do inverno e início da primave- E
ra, quando as plantas de S. brasiliensis estão crescendo vigorosamen-
te e há menor disponibilidade de forragem. Também podem ocorrer F
intoxicações quando a planta é fenada ou ensilada juntamente com
as forrageiras. Muitos apicultores citam que o mel obtido da florada L
da maria-mole é de baixa qualidade. Em algumas regiões é conhecida
como ‘berneira’, por abrigar a mosca do berne (Dermatobia hominis). M
Também é citada por abrigar larvas e ninfas do carrapato estrela (Am-
blyomma cajennense). Como qualidade positiva é mencionada como
N
planta ornamental, cultivada em canteiros, para corte de flores utiliza-
das na confecção de ramalhetes de flores do campo.
P
R
S
T
U
V
Z

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128

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
129

Silybum marianum (L.) Gaertn.


A
SINÔNIMOS
Mariana mariana (L.) Hill., Carduus marianus L. B
NOMES COMUNS
Cardo-mariano, cardo-de-maria, cardo-santo, cardo-de-nossa-senhora, cardo-branco
C
ORIGEM
Espécie nativa da região Mediterrânea e do Sudeste da Europa, foi introduzida em
muitos países da América. No Brasil, pode ser encontrada nos estados da Região Sul. D
E
P
lanta herbácea, anemocórica, ereta, atinge 1,50 m de altura, mui-
to espinhenta e de flores vistosas. Raiz principal pivotante, gros- F
sa e carnosa e as laterais muito ramificadas. Apresenta dois tipos
de folhas: as basilares, formadas na fase jovem da planta e as caulinares,
formadas na fase reprodutiva, quando o caule se alonga a partir do cen-
L
tro da roseta e forma as inflorescências em sua extremidade superior. As
mais de 30 folhas basilares ou da roseta são grandes, com até 60 cm de
M
comprimento, pecioladas e de limbo fortemente lobado. As caulinares,
decrescem de tamanho, da porção basal até as inflorescências que estão
N
nas extremidades dos ramos superiores; sésseis, amplexicaules e menos
lobadas que as basilares. Todas as folhas apresentam espinhos nas mar- P
gens e extremidades dos lobos. Às vezes apresentam espinhos amarela-
dos, maiores que 1 cm de comprimento, ao longo das nervuras principais. R
Nervura mediana larga, carnosa e esbranquiçada. O limbo possui man-
chas brancas ou arroxeadas, irregulares ao longo de toda a sua extensão. S
Inflorescência de capítulos isolados no ápice dos ramos, globosos de 3-5
cm de diâmetro, muito vistosos. Capítulo protegido por invólucro for- T
mado por várias séries de filárias com margens espinescentes e com um
forte espinho apical, canaliculado; as flores são hermafroditas, de corola
tubular, pentalobada, de coloração vermelha violáceo. Na população, po-
U
dem aparecer algumas plantas com flores brancas. Aquênios elipsoides,
comprimidos, mais largos na parte superior e afilados na base, medem de
V
5-7 mm de comprimento sem o papilho, 2,5-3,5 mm de largura e 1,5-1,8
mm de espessura; papilho piloso, esbranquiçado, com muitos pêlos, unis-
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 129 27/06/2022 09:35:03


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
130

seriado de quase 2 cm de comprimento, reunidos em um anel no ápice


do aquênio. Na maioria dos aquênios o papilho se destaca na época da
maturação e poucas sementes são dispersas pelo vento.
O cardo-mariano é bienal no local de origem. No local onde foi ob-
servado apresenta ciclo anual e bienal. A fase de roseta pode ser a mais
demorada, prolongando-se por até um ano. O sombreamento causa-
do pelas folhas basilares elimina as plantas forrageiras. O gado recu-
sa as plantas forrageiras que estão próximas às do cardo, pois temem
ser feridos pelos espinhos. Na fase de roseta, a planta acumula grande
quantidade de reservas nas folhas e raízes principais, que serão utili-
zadas na fase reprodutiva, bastante curta. Em pouco tempo o caule se
alonga, surgem as inflorescências, flores e sementes, e a planta morre
em seguida. A germinação das sementes e a emergência das plântulas
ocorrem principalmente nos meses do inverno e primavera e o flores-
cimento é mais comum no verão e outono.
Raríssimo no Paraná, observado somente no município de Teixei-
ra Soares. Possivelmente tenha sido introduzido por meio de lotes de
sementes de forrageiras vindas do Sul. Por ser muito competitiva e es-
tar localizada em local restrito deveria ser incluída em um programa
de erradicação.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 130 27/06/2022 09:35:04


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
131

Solidago chilensis Meyen


A
SINÔNIMOS
Solidago microglossa DC., Solidago linearifolia DC., Solidago linearifolia var. brachypoda
Speg.
B
NOMES COMUNS
Erva-lanceta, lanceta, espiga-de-ouro, arnica-do-brasil, sapé-macho, arnica-silvestre,
C
rabo-de-rojão, arnica-do-campo

ORIGEM D
Espécie originária do Cone Sul da América do Sul. No Brasil pode ser encontrada em
todas as regiões, sendo mais frequente no Sul e Sudeste.
E
F
P
lanta herbácea, perene, anemocórica. Sistema subterrâneo for-
mado por raízes adventícias que partem de rizomas róseos ou
violáceos que formam um emaranhado; desses rizomas, na pri- L
mavera, emergem caules aéreos que renovam a parte aérea da planta.
A raiz pivotante, presente apenas na planta nova, definha após surgi- M
rem os rizomas. Os caules aéreos originam-se das gemas e extremi-
dades dos rizomas; apresenta crescimento ereto e sem ramificações, N
cilíndricos, violáceos quando recém emergidos, depois verdes; pilosi-
dade curta. Os caules secam após a maturação e dispersão dos aquê- P
nios. Folhas em toda a extensão do caule, sésseis, próximas umas das
outras, de inserção helicoidal, diminuem de tamanho nas partes mais R
altas do caule. Atingem mais de 9 cm de comprimento por cerca de
2 cm de largura. Limbo lanceolado, margem áspera e inteira ou com
alguns dentes agudos, ápice agudo e base atenuada; nervura princi-
S
pal saliente. Inflorescências na parte terminal do caule, onde surgem
vários ramos, dando o formato de uma panícula coniforme, capítulos
T
e flores de coloração amarelo intenso, vistosa.
Capítulos campanulados, 8 mm de comprimento; invólucro ver-
U
de-claro-amarelado, formado por duas séries de filárias; cerca de 15
flores, femininas, de corola ligulada, externas; muitas hermafroditas
V
de corola multilobada no ápice, internas; corola e lígulas de colora-
ção amarela intensa. Aquênios obcônicos a cilíndricos, pouco com-
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 131 27/06/2022 09:35:04


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132

primidos, normalmente retos, afilados na base, com menos de 2 mm


de comprimento; papilho unisseriado de 3-4 mm de comprimento e
cerca de 40 filamentos, de inserção basal.
Encontradiça no estado, dispersa na região dos três Planaltos
e dos Campos Nativos; indiferente à espécie de forrageira cultiva-
da, à intensidade de lotação de animais, à fertilidade do solo e aos
sistemas de manejo das plantas daninhas. De importância pequena,
pois sofre com a concorrência das plantas forrageiras, sem formar
grandes aglomerados de caules aéreos.
Causa danos de pequena importância na região dos planaltos,
em pastagens formadas por braquiárias, estrela-africana e grama-
-missioneira submetidas à alta intensidade de pastejo, em solos
com fertilidade natural média e baixa, sem práticas rotineiras de
manejo das invasoras.
As folhas e raízes são utilizadas como fitoterápicos. As flores
são muito procuradas pelas abelhas. O mel produzido apresenta
odor fétido, semelhante ao exalado pela maceração das folhas.

Soliva sessilis Ruiz et Pav.

SINÔNIMOS
Soliva daucifolia Nutt., Soliva pterosperma (Juss.) Less., Soliva alata (Spreng.) Juss.,
Gymnostyles pterosperma Juss., Gymnostyles alata Spreng.

NOMES COMUNS
Roseta, cuspe-de-tropeiro, espinho-de-cachorro, roseta-rasteira, cuspe-de-caipira

ORIGEM
Espécie originária dos Campos Nativos da América do Sul.

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Sistema radicular tipicamen-
te pivotante. Praticamente acaule. Caule principal curtíssimo,
resumindo-se em pequeno nó de onde partem várias folhas em
forma de roseta basilar. Esse curtíssimo caule está encimado por um

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 132 27/06/2022 09:35:04


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
133

capítulo solitário. Da axila das folhas basilares partem ramos que a


curtas distâncias forma nós com várias folhas verticiladas e se divi- A
dem em dois ou mais ramos. No centro dessa ramificação normalmen-
te pode formar mais um capítulo e assim sucessivamente. B
Esses ramos permanecem semiprostrados e alcançam no máximo
25 cm de comprimento. Folhas com pecíolo curtíssimo amplexicaule; C
nervura principal larga, se estreita em direção ao ápice. O limbo pode
ser mono ou bipinatipartido com segmentos de 5-9 mm de compri- D
mento, as basais atingem até 9 cm de comprimento. Coloração ver-
de intenso brilhante. Inflorescência em capítulos sésseis, globosos de E
5-12 mm de diâmetro. Capítulos protegidos por uma série de brácteas
folhosas, de forma diferente das folhas verdadeiras. As flores do disco F
são protegidas por uma série de filárias. Na parte externa 2-3 séries de
flores femininas. Ovário sem perianto, ovalado, com duas alas laterais L
bem desenvolvidas que apresentam duas projeções terminais, as quais
protegem o estilete; estas enrijecem na maturação, transformando-se M
em espinhos; as flores centrais são hermafroditas, mas a parte femini-
na é estéril; corola tubulosa com quatro lobos pontiagudos. Aquênios N
de coloração castanho-dourada, alas planas bilobadas e lobos apicais
maiores, atingindo a metade dos espinhos. Esses espinhos são funda- P
mentais na dispersão.
Encontradiça na região dos Campos Nativos e Primeiro e Segundo R
Planaltos, em pastagens nativas, de azevém, hemártrias, grama-mis-
sioneira e grama-sempre-verde, em solos de fertilidade média. Por ser S
de tamanho reduzido e desenvolver-se em pastagens degradadas, sua
importância no estado é pequena, mas é notada na região dos Campos T
Nativos, em pastagens nativas, em fertilidade natural do solo baixa e
média, em pastagens superlotadas e onde não são utilizadas práticas U
de manejo das plantas invasoras.
O espinho agudo dos aquênios fere a pele e as patas de ovinos V
e caprinos novos, podendo ser a causa inicial de infecções. Também
pode enovelar a lã, depreciando sua qualidade.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 133 27/06/2022 09:35:04


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134

Sphagneticola trilobata (L.) Pruski

SINÔNIMOS
Wedelia paludosa DC., Wedelia trilobata (L.) Hitchc., Acmella brasiliensis Spreng., Wedelia
brasiliensis Blake, Silphium trilobatum L.

NOMES COMUNS
Vedélia, malmequer-do-brejo, picão-da-praia, margaridão

ORIGEM
Espécie de origem brasileira, ocorre na Costa Atlântica. Cultivada como planta orna-
mental, é utilizada em forrações e na proteção de taludes.

P
lanta herbácea, perene, zoocórica. Raiz pivotante presente apenas
em plantas novas originadas de sementes; as raízes secundárias
são adventícias oriundas dos nós dos ramos em contato com o
solo. Caule de desenvolvimento inicial ereto, depois de atingir cerca de
20 cm de altura torna-se prostrado, atinge 2 m de comprimento, ramifi-
cado na parte basal, emite brotações a partir dos nós em contato com o
solo que enraízam; cilíndrico, liso, glabro ou com poucos pêlos nas par-
tes novas, verdes ou avermelhados e enfolhados na parte terminal. For-
ma grande emaranhado, cobrindo completamente a superfície do solo.
Folhas simples, quase sésseis, opostas, membranáceas, base atenuada
com dois grandes lobos e ápice agudo, margens irregularmente dente-
adas; cerca de duas vezes mais longas do que largas; superfície verde-
-brilhante na face ventral e mais clara na dorsal. Inflorescências em ca-
pítulos isolados na porção terminal dos ramos, pedúnculo fino, reto e
longo de cerca de 9 cm de comprimento, surgem praticamente durante
todo o ano, de forma sequencial. Capítulos globosos de 2-3 cm de diâ-
metro, com invólucro formado por duas séries de filárias lanceoladas da
metade do comprimento das flores, soldadas na base e com pêlos hia-
linos. Na periferia dos capítulos ocorrem cerca de 15 flores femininas
liguladas de até 8 mm de comprimento, espatiformes e com 2-3 dentes
no ápice, de coloração amarelo intenso. No centro do capítulo apresenta
um grande número de flores hermafroditas, com brácteas lanceoladas
de cor amarela claro e corola tubulosa com 5 lobos minúsculos ama-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 134 27/06/2022 09:35:04


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
135

relos e anteras exsertas de coloração castanha. Aquênios obovoides, às


vezes levemente cônicos, de coloração variável e sem papilho. A
Cultivada como planta ornamental e utilizada na proteção de bar-
rancos contra a erosão. Por ser rústica torna-se invasora em pastagens, B
áreas de preservação permanente e pomares, pois se adapta muito
bem à meia sombra. De crescimento rápido, forma densa cobertura C
do solo, dificultando o desenvolvimento de outras espécies. Observa-
da em pequenas áreas de pastagens no Norte Pioneiro e no Centro do D
estado, principalmente nas formadas por grama-mato-grosso.

Symphyotrichum subulatum var. squamatum (Spreng.)


E
S.D.Sundb.
F
SINÔNIMOS L
Aster sandwicensis (Gray) Hieron., Aster squamatus (Spreng.) Hieron., Aster divaricatus
var. sandwicensis Gray, Aster exilis var. australis Gray, Aster subulatus var. australis
(Gray) Shinners, Aster subulatus var. sandwicensis (Gray) A.G. Jones, Conyza squamata M
Spreng., Erigeron semiamplexicaules Meyen, Baccharis asteroides Colla, Aster moelleri
(Phil.) Reiche
N
NOMES COMUNS
Falso-mio-mio, erva-pelada

ORIGEM
P
Espécie originária da América do Sul, é encontrada frequentemente na Bolívia, Para-
guai e Brasil, nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e R
Minas Gerais.

P T
lanta anual ou perenizada, herbácea, de pequeno porte, rara-
mente atinge 1 m de altura, podendo haver lignificação na parte
inferior do caule, anemocórica. Raiz pivotante bem desenvolvi-
da. Caule ereto com dominância apical marcante, pouco ramificado U
na parte inferior e intensamente ramificado na parte superior. Folhas
simples, sésseis e amplexicaules; as inferiores lanceoladas, base ate- V
nuada e ápice agudo; nervura principal bem desenvolvida, esbranqui-
çada ou avermelhada na face ventral. Ao longo do caule, de baixo para Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 135 27/06/2022 09:35:04


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136

cima, as folhas diminuem de tamanho; na parte superior do caule, jun-


to das inflorescências, atingem o tamanho de 1 cm de comprimento
por 1 mm de largura, pouco perceptíveis. Inflorescências na forma de
capítulos na extremidade do caule e ramos laterais; na antese, os capí-
tulos são pequenos, mas na maturação aumentam de tamanho. Os ca-
pítulos possuem pequenas brácteas. Invólucro tubular formado por
3 séries de filárias lineares, de 5 mm de comprimento, verdes, lisas
e glabras. Flores periféricas femininas liguladas de 3 mm de compri-
mento, brancas ou lilases; flores centrais hermafroditas de corola
tubulosa amarela. Os aquênios, após a fecundação, se desenvolvem
muito, atingindo até 3 mm de comprimento por 0,4 mm de diâmetro,
com 5 costelas pouco proeminentes, castanhos amarelado a púrpu-
ra. Papilho piloso, com 40 ou mais pêlos denticulados, esbranqui-
çados, com 3-5 mm de comprimento. Por serem leves, os papilhos
proporcionam excelente sustentação no ar e são transportados pelo
vento a grandes distâncias.
Espécie facilmente identificada no campo. As plantas não se ra-
mificam antes dos 20 ou 30 cm de altura; rijas e eretas, as folhas apre-
sentam redução gradual de tamanho à medida que a planta cresce. A
raiz principal é bastante resistente e dificulta o arranquio manual. Em
muitas plantas as folhas se torcem de forma helicoidal, envolvendo o
caule. As sementes germinam em praticamente todos os meses do ano
e não existe época fixa de florescimento. Quando o ponteiro é cortado
por roçadeiras ou pelo pastejo, a planta rebrota e prolonga o ciclo.
Planta encontradiça em todas as regiões do estado, dispersa in-
diferentemente das espécies forrageiras cultivadas, em qualquer tipo
de manejo, em diferentes níveis de fertilidade do solo, sistemas de lo-
tação e independe do manejo das plantas invasoras. Invasora de bai-
xo potencial de competição, não causa grande redução da capacida-
de produtiva das forrageiras. Causa danos de pequena intensidade,
concentrados no Primeiro Planalto, em pastagens de estrela-africana,
pastejadas em altura média ou baixa, em nível médio de fertilidade
aparente do solo, em lotação ideal ou superlotação, em áreas não sub-
metidas ao manejo das invasoras nos dois últimos anos.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
137

Synedrella nodiflora (L.) Gaertn.


A
SINÔNIMOS
Verbesina nodiflora L., Blainvillea gayana Cass. B
NOMES COMUNS
Corredeira, botão-de-ouro, barbatana, vassourinha
C
ORIGEM
Espécie nativa do Brasil, mais comum nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul do país. D
E
P
lanta herbácea, perene, zoocórica. Raiz principal pivotante,
bem desenvolvida, raízes laterais de crescimento horizontal e
superficial. Caule cilíndrico, ramificado, com menos de 5 mm
F
de espessura, inicialmente de crescimento ereto até cerca de 20 cm
de altura, pelo excesso de peso torna-se prostrado, com extremidade
L
sempre voltada para cima; coloração verde ou avermelhada, glabro
ou com pêlos simples e translúcidos. Eventualmente os nós podem M
emitir raízes adventícias. Folhas simples, opostas, pecíolo curto; lim-
bo atenuado na base e truncado a agudo no ápice, ovalado, cerca de N
duas vezes mais longo do que largo, membranáceo, coloração verde
intenso, nervuras bem visíveis. Inflorescências constituídas por ca- P
pítulos isolados nas axilas da parte terminal dos ramos, pedúnculo
curtíssimo a 4 cm de comprimento, piloso. Invólucro formado por R
2-3 séries de filárias ovaladas, agudas no ápice, com pêlos brancos
no lado externo. De 5-8 flores femininas liguladas na parte externa S
do capítulo, trilobadas no ápice, amarelas e 8-20 flores hermafro-
ditas internamente, corolas tubulosas com 5 lobos, amarelas. Aqu- T
ênios dimorfos; os originados de flores femininas são ligeiramente
maiores que os de flores hermafroditas, providos de duas e, rara-
mente, três cerdas, curto-ciliadas e amareladas.
U
A corredeira tem preferência por locais sombreados e úmidos.
Em locais ensolarados seu desenvolvimento é menor.
V
Encontradiça no estado, dispersa nas regiões dos Planaltos e Cam-
pos Nativos, em pastagens de azevém, braquiárias, estrela-africana,
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 137 27/06/2022 09:35:04


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138

hemártrias, capim-jaraguá, grama-mato-grosso, grama-missioneira e


grama-sempre-verde, e indiferente aos sistemas de manejo das pas-
tagens, da intensidade de lotação dos pastos, da fertilidade natural do
solo e dos sistemas de manejo das invasoras.
Raramente forma populações homogêneas, e pelo pequeno porte
o potencial de competição é baixo. Causa prejuízos de média impor-
tância na região do Terceiro Planalto, em pastagens onde as plantas
daninhas não são manejadas periodicamente.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 138 27/06/2022 09:35:05


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
139

Synedrellopsis grisebachii Hieron. et Kuntze


A
NOMES COMUNS
Agriãozinho, agrião-do-pasto, poejinho, agriãozinho-das-pastagens B
ORIGEM
Espécie nativa do Paraguai, Bolívia, Centro da América do Sul e Norte da Argentina. In-
troduzida no Oeste do Brasil, ocorre no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
C
São Paulo e Paraná.
D

P E
lanta herbácea, perene, zoocórica. Raiz principal pivotante
com pequeno desenvolvimento e presente apenas em plan-
tas novas. De crescimento prostrado, a planta emite raízes F
adventícias fasciculadas a partir dos nós em contato com o solo.
Caule fino, 4 mm de espessura, prostrado, ramifica intensamente, L
crescimento contínuo, glabro e de coloração verde-claro.
Folhas simples, opostas, membranáceas, pecíolo curto, limbo M
ovalado com ápice agudo, em média 2 cm de comprimento por 1,5
cm de largura; margem regularmente denticulada, coloração ver- N
de, mais clara na face dorsal; trinervadas a partir da base e cober-
tas de minúsculos pêlos, principalmente na face dorsal. P
A inflorescência se resume em diminutos capítulos sésseis, so-
litários ou em pequenos grupos, na axila das folhas; invólucro per- R
sistente de 4-5 mm de comprimento, formado por apenas 2 filárias
ovalado-lanceoladas de ápice agudo, pubescentes que protegem as S
4 flores, 2 femininas e 2 hermafroditas, corolas tubulosas, amare-
las e 3-4 dentes apicais. T
Aquênios foscos, pretos e com papilas irregulares e esbran-
quiçadas, são de 3 tipos. Os aquênios originados das flores femi- U
ninas, maiores, convexos na face dorsal, côncavos na ventral, com
2 cerdas apicais, amareladas, e dois tipos provenientes das flores V
hermafroditas que diferem entre si na convexidade das faces, lar-
gura e forma das asas. Z

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140

Planta de crescimento vigoroso, em pouco tempo produz ex-


celente cobertura do solo. Todos os nós em contato com o solo
produzem raízes, por isso é de difícil controle, tanto mecânico
como químico. As sementes germinam em qualquer época do ano.
O crescimento é vigoroso na presença de luz direta; sob sombre-
amento a planta fica estiolada, ereta e não enraíza nos nós. Nas
pastagens, quando o banco de sementes dessa espécie é elevado e
há redução na cobertura do solo por excesso de pastejo, o agrião-
zinho domina, impede que as sementes das forrageiras germinem
ou que os estolões emitam raízes e se fixem ao solo. Dessa manei-
ra, em pouco tempo torna-se a espécie dominante.
Por outro lado, a presença do agriãozinho é benéfica em rela-
ção à proteção contra o processo erosivo do solo. A dominância do
agriãozinho em uma área de pastagem é reflexo dos erros de manejo
do gado, sem permitir um tempo para que as plantas forrageiras recu-
perem suas reservas, acabando por levá-las ao esgotamento.
Espécie encontradiça no estado, dispersa nas regiões do Are-
nito e do Terceiro Planalto, em pastagens formadas por panicuns,
braquiárias, capim-jaraguá, estrela-africana e grama-mato-grosso,
indiferente à intensidade de pastejo, intensidade de lotação de
animais, à fertilidade do solo e ao sistema de manejo das plantas
invasoras. Apresenta características de planta altamente competi-
tiva em pastagens formadas por panicuns, estrela-africana, capim-
-jaraguá e grama-mato-grosso, submetidas à média e alta inten-
sidade de pastejo e alta lotação de animais, em solos com nível
médio de fertilidade aparente e não submetidas ao manejo das
plantas invasoras com herbicidas. Dano de grande importância,
causado no desenvolvimento e produtividade das plantas forra-
geiras, foi observado principalmente nas regiões do Arenito e do
Terceiro Planalto, em pastagens de estrela-africana, cultivada em
solos de média ou baixa fertilidade, superlotadas de animais e sem
o manejo rotineiro das plantas invasoras.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 140 27/06/2022 09:35:05


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
141

A
B
C
D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
142

Tagetes minuta L.

SINÔNIMOS
Tagetes porophyllum Vell., Tagetes bonariensis Pers., Tagetes glandulifera Schrank,
Tagetes glandulosa Schrank ex Link

NOMES COMUNS
Cravo-de-defunto, rabo-de-foguete, rabo-de-rojão, caovi, cravo-do-mato, erva-fedo-
renta, chinchilho

ORIGEM
Espécie originária da América do Sul. No Brasil, é observada desde o Nordeste até o
Rio Grande do Sul.

P
lanta anual, herbácea, lignificada na parte inferior do caule,
zoocórica. Raiz principal pivotante e raízes laterais pouco
desenvolvidas. Caule ereto, cilíndrico, sulcado, verde-aver-
melhado, liso, apresenta dominância apical, ramifica somente na
parte superior; ramos eretos; atinge até 2,5 m de altura. Folhas
compostas, pinatipartidas com mais de 15 cm de comprimento;
opostas na parte inferior do caule, depois alternas; de 11-17 pares
de folíolos, linear-lanceolados com margens serreadas; coloração
verde intensa e glabra; junto à margem dos folíolos apresenta uma
fileira de glândulas que produzem óleos voláteis de odor desagra-
dável. Inflorescência na porção terminal dos ramos, corimbos de
5-6 capítulos pedunculados de coloração verde-amarelados. Flo-
res em capítulos longos, até 12 mm de comprimento; invólucro
formado por 5 filárias conatas, terminadas em lobo agudo; de 4-5
flores centrais, hermafroditas, corola amarela, tubulosa. As flores
medem entre 9-12 mm de comprimento. Aquênio linear lanceola-
do, comprimido, transversalmente elíptico, com 6-7 mm de com-
primento. Papilho formado por 5 páleas agudas, finamente cilia-
das de até 3 mm de comprimento.
As sementes germinam em quase todas as épocas, mas predo-
minantemente na primavera. As plantas produzem grande quanti-
dade de sementes e morrem no final do outono.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 142 27/06/2022 09:35:06


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
143

Espécie encontradiça, dispersa nas regiões do Arenito e nos três


Planaltos, em pastagens de braquiárias, azevém, estrela-africana, pa- A
nicuns, capim-jaraguá, grama-mato-grosso e grama-missioneira,
pastejadas a uma altura média e baixa, indiferente à fertilidade do B
solo, à intensidade de lotação de animais e em áreas onde as invaso-
ras não são manejadas com herbicidas. Pelas características da plan- C
ta, o cravo-de-defunto é pouco competitivo, portanto é de pequena
importância. Causa danos economicamente importantes nas regiões
do Arenito e Terceiro Planalto, em pastagens de braquiárias e grama-
D
-mato-grosso; em altura média e baixa de pastejo, em qualquer nível
de fertilidade do solo, em áreas com intensidade média a superlota-
E
das de animais e onde não foram praticadas medidas de manejo das
plantas invasoras nos últimos anos.
F
As folhas são utilizadas em fitoterapia. Os aquênios aderem e pene-
tram nos tecidos das vestes, causando grande incômodo e irritação da
L
pele dos operários durante as operações de roçada e do manejo do gado.
M
Vernonanthura oligactoides (Less.) H. Rob. N
SINÔNIMO
Vernonia oligactoides Less.
P
NOME COMUM
Cambarazinho-do-campo
R
ORIGEM
Espécie originária dos Campos Nativos do Paraná, São Paulo e Santa Catarina.
S
T

P
lanta subarbustiva, perene, anemocórica. Sistema subterrâneo
formado por grossos rizomas e por raízes muito fibrosas. Caules U
eretos, pouco ramificados, atinge pouco mais de 1 m de altura,
ocráceo-tomentoso e de entrenós curtos. Folhas alternas, as inferiores V
curto-pecioladas e as superiores sésseis, coriáceas, ásperas, obovadas,
arredondadas no ápice, atenuadas para a base; inteiras ou levemente
crenadas; glabras e lustrosas na face ventral e densamente ocráceo-
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
144

-tomentosa na face dorsal, nervuras proeminentes, de 2-3 vezes mais


longas do que largas. Inflorescência em panícula tirsoide de gloméru-
los de capítulos nas axilas das folhas superiores do caule; capítulos
sésseis, pedunculados, de 2-6 por glomérulo. Invólucro turbinado, de
9 mm de comprimento por 5 mm de diâmetro. Filárias coriáceas, agu-
das, distribuídas em 8-9 séries, as exteriores ovadas e as internas lan-
ceoladas, lanosas no dorso. 20-25 flores lilases ou roxas por capítulo.
Aquênios pubescentes com papilho branco.
Espécie encontradiça em pastagens cultivadas com azevém, re-
centemente incorporadas à agricultura. Forma pequenas reboleiras
isoladas e causa danos de pequena importância. A espécie é obser-
vada principalmente em pastagens nativas e de grama-mato-grosso,
submetidas à superlotação de animais, de baixa fertilidade natural do
solo e não submetidas ao manejo frequente das plantas daninhas.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 144 27/06/2022 09:35:08


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
145

Vernonanthura polyanthes (Spreng.) A.J.Vega & Dematt.


A
SINÔNIMOS
Eupatorium polyanthes Spreng., Vernonia patens Less., Vernonia psittacorum DC.,
Vernonia corcovadensis Gardn., Chrysocoma phosphorea Vell., Vernonia polyanthes Less.
B
NOMES COMUNS
Assa-peixe, assa-peixe-branco, cambará-guaçu, cambará-branco, cambará-açu, chi-
C
marrita, mata-campo, mata-pasto

ORIGEM D
Espécie originária dos Campos Nativos e cerrados do Brasil. Encontra-se dispersa nas
lavouras, pastagens e outras áreas alteradas do Sudoeste, Centro-Oeste e Sul do país.
E

P F
lanta perene, subarbustiva, anemocórica. Sistema subterrâneo
composto de rizomas longos e brancacentos que se desenvol-
vem a poucos centímetros de profundidade e de raízes adven- L
tícias que partem desses rizomas, aprofundando-se no solo. A raiz
adventícia mais próxima de um caule aéreo tem crescimento muito M
vigoroso, dando a falsa impressão de que se trata de uma raiz pivotan-
te. A raiz pivotante só se desenvolve quando a planta é originária de
semente, no primeiro ano de formação da reboleira. Esta, aumenta de
N
tamanho pela emissão de grande quantidade de rizomas para a reno-
vação anual da parte aérea.
P
Caule ereto, lignificado, ramifica-se somente na parte superior,
junto da inflorescência, atinge em média de 2-3 m de altura, secan-
R
do após a maturação dos aquênios; anguloso, com linhas proemi-
nentes que partem da inserção da folha, cobertos de intensa pilo-
S
sidade pardacenta. Folhas alternas, com pecíolo de comprimento
variável, intensamente cobertas de pêlos, ásperas e acinzentadas,
T
limbo lanceolado, atenuadas na base, ápice agudo, margens inteiras
ou levemente serrilhadas, muito variáveis no tamanho, em média
U
três vezes mais longas do que largas, rugosidades e pontuações na
face ventral e verde mais claro na face dorsal. Inflorescência ampla,
V
em forma de panícula, com capítulos sésseis ou pedunculados, flo-
res perfumadas e melíferas, atraem grande quantidade de abelhas.
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
146

Invólucro campanulado, formado por 5 séries de filárias agudas, co-


riáceas, quase glabras, com disposição imbricada, persistem até a
maturação dos frutos. Flores de 25-30 por capítulo, corola tubulosa
de 5-7 mm de comprimento, brancacentas e eventualmente arroxe-
adas. Aquênios oblongo-lanceolados, levemente arqueados, 2,0-2,5
mm de comprimento por menos de 1 mm de largura, com 9 nervu-
ras longitudinais. Papilho piloso, unisseriado, cerca de 35 filamen-
tos branco-amarelados com 5 mm de comprimento.
Planta de desenvolvimento vigoroso na primavera e verão, flores-
cendo de janeiro até o início do inverno. As plantas roçadas na prima-
vera rebrotam vigorosamente e tendem a aumentar o diâmetro das
reboleiras. Após a maturação dos aquênios, a parte aérea seca e con-
tribui para o alastramento de incêndios nas pastagens. Sua folha rela-
tivamente grande proporciona sombreamento intenso, que impede o
desenvolvimento das plantas forrageiras.
É a espécie invasora mais encontradiça nas pastagens do estado
do Paraná, dispersa em praticamente todas as propriedades, indiferen-
temente das espécies forrageiras cultivadas, dos sistemas de manejo
das pastagens e das invasoras, da intensidade de lotação de animais e
da fertilidade aparente do solo. É a terceira espécie mais competitiva
em todas as pastagens onde está presente, exceto sistemas de manejo
com uso de herbicidas. Segunda espécie em importância quanto aos
danos causados ao desenvolvimento e à produtividade das forragei-
ras. Tais danos apresentam grande importância em todas as regiões,
tanto em pastagens nativas como naquelas formadas por braquiárias,
panicuns, hemártrias, estrela-africana, grama-mato-grosso, grama-
-missioneira e grama-sempre-verde.
Ocorreram indiferentemente ao manejo das forrageiras, à ferti-
lidade do solo e à intensidade de lotação de animais e nas pastagens
onde a única prática de controle foi roçada mecânica. Causa danos de
média importância, em pastagens de capim-jaraguá, e de pequena im-
portância nas pastagens cultivadas de azevém e nos locais onde as in-
vasoras são manejadas com herbicidas.

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A
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Vernonanthura tweedieana (Baker) H. Rob.

SINÔNIMO
Vernonia tweedieana Baker

NOMES COMUNS
Assa-peixe-de-laguna, laguneira, mata-pasto, chimarrita, mata-campo, erva-de-mu-
la, orelha-de-mula

ORIGEM
Espécie nativa do Paraguai, Sul do Brasil e Norte da Argentina.

P
lanta perene, subarbustiva, anemocórica. Sistema subterrâneo
formado por rizomas muito vigorosos e profundos, que permi-
tem a renovação anual da parte aérea e por longas raízes adven-
tícias fibrosas. Os caules surgem na primavera e atingem mais de 3 m
de altura, estriados, ramificados somente na parte superior próximo
às inflorescências e cobertos de pilosidade acinzentada. Folhas alter-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 148 27/06/2022 09:35:09


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
149

nas, curto-pecioladas, lanceoladas, atenuadas na base e agudas no ápi-


ce, margens serreadas, glabras na parte ventral e com pêlos acinzen- A
tados na dorsal, muito variáveis no tamanho, cerca de 15 vezes mais
longas do que largas. Inflorescências com numerosos capítulos longo-
-pedicelados, reunidos em número de 2-3, formando cincínios curtos,
B
que agrupados formam uma densa panícula corimbiforme. Invólucro
campanulado de 5-6 mm de altura por 5 mm de diâmetro, formado por C
4-5 séries de filárias glabras; as filárias externas lineares e as internas
lanceoladas, agudas no ápice. Flores típicas do gênero, em número de D
15-20 por capítulo, em diversas tonalidades do branco ao roxo. Aquê-
nios leves, pubescentes, 2 mm de comprimento, papilho amarelado de
cerca de 5 mm de comprimento.
E
A espécie, por ser altamente eficiente na dispersão dos aquênios,
tornou-se invasora de pastagens na região de origem, de onde está
F
sendo dispersa para as regiões limítrofes.
Encontradiça nas regiões do Primeiro e Segundo Planalto, em pas- L
tagens formadas por grama-missioneira. De alto potencial de competi-
ção, causa prejuízos de média importância em pastagens de braquiá- M
rias, estrela-africana e grama-sempre-verde, em locais onde o manejo
das plantas daninhas não é realizado periodicamente.
N
Vernonanthura westiniana (Less.) H. Rob. P
SINÔNIMOS R
Vernonia hebeclada DC., Vernonia westiniana Less.

NOMES COMUNS S
Assa-peixe-roxo, assa-peixe, chimarrita, orelha-de-mula, orelha-de-vaca

ORIGEM
Espécie nativa do Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil.
T
U

P V
lanta perene, subarbustiva, anemocórica. Sistema subterrâneo
formado por uma raiz pivotante, principalmente nas plantas
novas, que tende a se atrofiar, sendo substituída pelas raízes
secundárias e adventícias profundas, que partem dos curtos rizomas Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 149 27/06/2022 09:35:10


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
150

laterais. A parte aérea, renovada anualmente a partir dos rizomas,


forma tufos ou touceiras de caules. Nos anos em que a produção de
sementes é pequena não há morte dos caules aéreos; no ano seguin-
te há rebrotação na parte superior. Os caules atingem 3-4 m de altu-
ra, engrossam mais próximos ao solo; ramificam somente na parte
superior próximos à inflorescência; sulcados, avermelhados quando
novos e de coloração castanha acinzentada quando adultos. Folhas
alternas, pecíolos de 0,5-2,0 cm de comprimento; limbo áspero, co-
riáceo, oblongo, muda de forma em direção ao ápice da planta, jun-
to à inflorescência é linear, em média 4-5 vezes mais longo do que
largo; 20 cm de comprimento; margem inteira e às vezes serreada
na região apical; superfície superior verde escura e áspera e inferior
verde acinzentada e pilosa. Inflorescência no ápice dos caules com
capítulos formando corimbos de cincínios, semi-escorpioides. Invó-
lucros formados por 4 séries de filárias lanceoladas e acuminadas, as
externas com cerca de 2 mm e as internas com 3 mm de comprimen-
to. Capítulo de 9-15 flores; corolas tubulosas com 6 mm de compri-
mento, lilases ou roxas; após a antese passam a brancas.
Planta encontradiça na região do Arenito, em pastagens forma-
das por grama-missioneira. Forma grandes concentrações de plan-
tas entouceiradas, sombreando o solo, tornando-se assim planta
altamente competitiva na região do Arenito, no Terceiro Planalto e
nos Campos Nativos, em pastagens de grama-mato-grosso e grama-
-missioneira, em áreas superlotadas de animais, indiferentemente
da fertilidade do solo e onde o manejo das plantas daninhas não é
realizado anualmente. O assa-peixe-roxo torna-se muito competitivo
a partir de 3-4 anos após sua infestação.
Por ser espécie originária dos Campos Nativos e cerrados bra-
sileiros, ainda está em fase de introdução na grande maioria das
propriedades pecuárias, portanto os prejuízos causados ainda são
considerados de média importância nas regiões do Arenito e dos
Campos Nativos, em pastagens formadas por estrela-africana e
grama-missioneira, sob alta intensidade de pastejo, em solos com
fertilidade natural média e baixa, e sem práticas de manejo das
invasoras frequentes.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 150 27/06/2022 09:35:10


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Z

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Xanthium strumarium L.

SINÔNIMOS
Xanthium natalense Widder, Xanthium pungens Wallr., Xanthium cavanillesii Schouw.,
Xanthium orientale L.

NOMES COMUNS
Carrapichão, carrapicho-grande, carrapicho-de-carneiro-grande, bardana-maior, car-
rapicho-de-cavalo

ORIGEM
Espécie polimorfa, nativa do continente americano ou europeu, apresenta grande di-
versidade de caracteres nesses dois possíveis centros de origem.

P
lanta anual, herbácea, zoocórica. Raiz pivotante muito vigorosa.
Caules com dominância apical, muito ramificado desde a base;
verdes, ásperos, com estrias ou pontos vermelho-violáceo. Folhas
simples; as inferiores opostas; intermediárias e superiores, alternas;

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
153

pecíolo longo, carnoso; limbo de forma irregular, lobado, triangular a


ovalado, base às vezes cordada, em média 15 cm de comprimento por A
12 cm de largura; nervuras proeminentes; superfície áspera e de colo-
ração verde. Inflorescências em glomérulos terminais e axilares; as flo- B
res masculinas e femininas estão separadas; a masculina posicionada
acima das femininas. As masculinas, em capítulos curto-pedunculados,
protegidas por uma série de filárias; capítulos de até 8 mm de diâme-
C
tro com cerca de 50 flores que murcham e caem logo após a matura-
ção e liberação do pólen. As flores femininas ocorrem aos pares e são D
envolvidas por filárias soldadas; esse invólucro resistente está provido
de projeções espinescentes uncinadas que contribuem para a dispersão E
dos aquênios internos. Os frutos, de até 2 cm de comprimento e cerca
de 1 cm de diâmetro, contêm dois aquênios que permanecem envolvi- F
dos nas estruturas involucrais que protegem as flores femininas. Desses
dois aquênios, um germina na primavera ou logo que entra em contato
com o solo e o segundo permanece dormente por até 3 anos.
L
Espécie esporádica no estado, encontradiça em pastagens cultivadas
de azevém. Seu maior potencial de competição ocorre em pastagens onde
M
as práticas mecânicas de controle das invasoras não são utilizadas, possi-
velmente porque as plantas roçadas não rebrotam. Por ser espécie espo- N
rádica, causa danos ainda de pequena importância, mas já se fazem notar
nas Regiões do Arenito e no Terceiro Planalto, em pastagens formadas P
por braquiárias e grama-mato-grosso, em solos com fertilidade média,
em áreas com lotação de animais de média a superlotadas e em pastagens
onde não se aplicam herbicidas no manejo das plantas invasoras.
R
O carrapichão é planta tóxica. Sementes, frutos, cotilédones das
plantas recém germinadas, plantas jovens e folhas contêm substâncias
S
hepatotóxicas: hidroquinonas e carboxiatractilosídeos. Bovinos, suínos,
ovinos e equinos são sensíveis a essas substâncias. T
U
Xanthium spinosum L.
V
NOME COMUM
Carrapicho-de-espinho
Z

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154

P
ode ser encontrada infestando áreas de lavouras e de pas-
tagens. É planta herbácea que atinge no máximo 50 cm de
altura, muito ramificada; folhas pequenas, simples ou loba-
das. Possui espinhos triplos, amarelados, longos, finos e rijos, que
partem do nó, junto da axila das folhas. O fruto é um antocarpo
oblongo com dois aquênios na parte externa, com dois espinhos
com a ponta transformada em gancho.
As duas espécies produzem frutos com espinhos na forma de
ganchos. Estes, além de ferir os animais, enovelam a lã dos ovinos e
a crina dos equinos.

Outras Asteraceae

A
s espécies mencionadas a seguir, todas asteráceas, natural-
mente não causam grandes prejuízos nas pastagens. Estão
presentes na maioria das pastagens, em clareiras que sur-
gem durante os diferentes estádios de degradação das mesmas.
Lentamente, forma-se um grande banco de sementes, a partir do
qual, por ocasião da reforma ou renovação das pastagens, as se-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 154 27/06/2022 09:35:12


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
155

mentes germinam, dando origem a uma comunidade de plantas


que competem com as forrageiras, dificultando a perfeita cober- A
tura do solo.
B
Ageratum conyzoides L. C
NOMES COMUNS
Mentrasto, erva-de-são-joão D
E

P
lanta herbácea, entre 50 e 90 cm de altura. As sementes germi-
nam em qualquer época do ano. Caule ereto, às vezes decumben- F
te, ramificado, cilíndrico, verde ou avermelhado; folhas simples,
pecioladas, as inferiores opostas e as superiores podem ser alternas; L
inflorescências terminais com 4-20 capítulos com flores arroxeadas.
M
Chaptalia integerrima (Vell.) Burk.
N
NOME COMUM
Paraquedas P
R
Chaptalia nutans (L.) Polack
S
NOME COMUM
Paraquedas-de-folhas-cortadas
T
ORIGEM
Espécies nativas da América, do México até a Argentina. Presentes em todas as regiões
do estado do Paraná. U
V
P
arte aérea anual e subterrânea perene. As plantas desenvolvem
uma roseta de folhas com diâmetro de 20 cm ou mais; folhas
membranáceas, flácidas, oblanceoladas a ovado-lanceoladas,
Z

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156

ápice obtuso e limbo atenuado ao longo do pecíolo; lado superior


verde, glabro ou quase glabro, no inferior branco-tomentoso. As duas
espécies distinguem-se facilmente. C. integerrima apresenta as mar-
gens das folhas inteiras, não lobadas e C. nutans as possui lobadas e
sinuosas. As hastes florais surgem sequencialmente uma após a ou-
tra completar o desenvolvimento do centro da roseta. Inflorescência
em capítulos que permanecem voltados para baixo até a maturação,
quando ficam eretos. Na maturação, o papilho se expande, formando
um conjunto bastante vistoso. Com o vento os aquênios desprendem-
-se um a um e se dispersam.

Chaptalia integerrima

Erechtites hieraciifolius (L.) Raf. ex DC.

NOME COMUM
Capiçoba

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
157

Erechtites valerianifolius (Link ex Spreng.) DC.


A
NOME COMUM
Caruru-amargoso B
C
E
spécies bastante semelhantes, comportam-se como espécies
pioneiras. Preferem solos menos compactados, ricos em maté- D
ria orgânica e bem drenados. De crescimento bastante rápido,
as sementes germinam em qualquer época. Caules simples, carnosos,
cilíndricos, sulcados. As plantas formam uma pequena roseta de fo-
E
lhas basais e caule com folhas sésseis, alternas, lanceoladas e de mar-
gem decorrente pelo pecíolo. A E. hieracifolia tem folhas lobadas ou F
denteadas, papilhos esbranquiçados e capítulos com mais de 1 cm de
diâmetro e a E. valerianifolius apresenta as folhas pinatissectas, papi- L
lhos paleáceo-avermelhados e capítulos com menos de 1 cm de diâ-
metro. Os aquênios, juntamente com os papilhos, são leves e facilmen- M
te dispersos pelo vento a grandes distâncias. Dessa espécie de plantas,
foram isoladas substâncias alcaloides do grupo das pirrolizidinas, tó-
xicas para o gado. Os criadores devem ficar atentos, caso a população
N
de Erechtites aumente muito nas pastagens.
P
R
S
T
U
V
Erechtites hieraciifolius Z

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158

Gamochaeta purpurea (L.) Cabrera

NOMES COMUNS
Macela-fina, escama-de-sapo, meloso

P
lanta herbácea de pequeno porte. As sementes germinam em
qualquer estação, contudo é predominante no inverno. No início
forma uma pequena roseta com as folhas bem estendidas junto
ao solo. Caule lanuginoso, raramente ultrapassa os 30 cm de altura.
Folhas sésseis, alternas no caule, lanuginosas, de coloração verde no
lado superior e brancacenta no inferior. Floresce abundantemente e
frutifica logo em seguida. Forma populações densas, cobrindo todo o
solo em clareiras das pastagens, dificultando, assim, o enraizamento
das espécies forrageiras estoloníferas.

Hypochaeris radicata L.

NOME COMUM
Almeirão-do-campo

ORIGEM
Originária do continente europeu. Ocorre na região Sul do Brasil, em altitudes supe-
riores a 700 m.

M
uito semelhante ao almeirão cultivado, possui folhas em
rosetas, sésseis, espatuladas, limbo fortemente lobado. As
folhas basilares ficam bem juntas ao solo. Do centro da ro-
seta emerge o caule, com poucas ramificações, que atinge 50 cm de
altura. Da extremidade do caule e ramos laterais, surgem capítulos
de flores liguladas de coloração amarelo intenso. Os aquênios cen-
trais possuem rostro longo e papilho insignificante, os laterais são
menores, com papilho maior e formado de pêlos plumosos. Causam
maiores danos nas pastagens cultivadas próximas da Região Metro-
politana de Curitiba.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 158 27/06/2022 09:35:13


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
159

Tridax procumbens L.
A
NOME COMUM
Erva-de-touro B
ORIGEM
Planta originária da América Central, em processo de expansão no estado do Paraná.
É esporadicamente encontrada em pastagens no Norte, de ciclo anual ou bienal,
C
quando o inverno é mais ameno.
D

E E
rva prostrada, forma reboleiras de mais de 1 m de diâmetro.
Caule cilíndrico, piloso ou não, ramificado e com emissão de
raízes adventícias nos nós em contato com o solo. Folhas sim-
ples opostas, curto-pecioladas, margem denteada, cerca de 6 cm de
F
comprimento por 3 cm de largura, de coloração verde na face superior
e acinzentada na inferior, pilosa. Flores em capítulo sustentado por
L
longo pedúnculo; as externas, de coloração amarelo-claro e com lígu-
la tridente; as internas de coloração amarelo intenso, de corola tubu-
M
lar com cinco dentes no ápice. Os aquênios medem cerca de 2 mm de
comprimento com papilho de cerca de 5 mm de comprimento. N
P
R
S
T
U
V
Z

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B erb eridaceae
Berberis laurina Thunb.

SINÔNIMOS
Berberis glaucescens Saint-Hil., Berberis coriacea Saint-Hil., Berberis coriacea Saint-Hil.
var. oblanceifolia Ahrendt, Berberis spinulosa Saint-Hil.

NOMES COMUNS
São-joão, espinho-amarelo

ORIGEM
Espécie nativa do Uruguai, Argentina e Brasil, onde pode ser encontrado de Minas
Gerais até o Rio Grande do Sul.

A
rbusto perene e zoocórico. Sistema radicular predominan-
temente pivotante, profundo. O caule atinge 2-3 m de altura,
2-3 cm de diâmetro; madeira amarela, casca levemente rugosa
marrom escura, ramificado; ramos novos glabros amarelados; espi-
nhos amarelos tripartidos, 1,0-3,5 cm de comprimento, lisos, sulca-
dos no lado dorsal, localizados na base do fascículo de folhas. Folhas
simples, pecioladas; limbo de 1,5-7,0 cm de comprimento, 0,5-3,5 cm
de largura, coriáceo, obovado-oblongo ou oblanceolado, brilhante na
face superior, opaco na inferior, margens inteiras ou denteadas, ápice
mucronado, base cuneada, nervuras salientes na face inferior; duas
estípulas denticulares ou lineares, diminutas, 1,0-1,5 mm de compri-
mento, nas bordas do pecíolo; escama de 1 mm protegendo a base das
folhas. Inflorescência racemosa, 11 cm de comprimento; pedúnculo
flexível, pendente; pedicelo 7-11 mm de comprimento; bráctea floral
linear-lanceolada na base da inflorescência e duas bractéolas oval-lan-
ceoladas. Sépalas externas oval-lanceoladas e internas ovadas; ápice
obtuso ou arredondado. Pétalas orbiculares, ovadas, nervura central
reta e ramificada na extremidade e duas laterais oblongas com glân-
dula na base. Estames carnosos, anteras com valvas laterais. Ovário
unilocular oblongo, 2-5 óvulos, estilete curto, estigma dilatado. Frutos

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
161

bagas negras, pruinosos, oblongos, 5-7 mm de comprimento por 3-5


mm de diâmetro. Sementes 1-3, oblongas castanho-escuras, tegumen- A
to cartáceo-membranoso.
Espécie encontradiça na região dos Campos Nativos, em pas- B
tagens nativas, de grama-missioneira e grama-sempre-verde. Al-
tamente competitiva em pastagens de grama-missioneira. Causa C
prejuízos de pequena importância nas regiões dos Campos Nativos
e do Arenito, em pastagens nativas, de grama-missioneira e pani- D
cuns, com superlotação de animais e onde as invasoras não são ma-
nejadas com herbicidas.
Berberis laurina forma pequenas reboleiras próxima a capões
E
e cursos d água, dificultando o desenvolvimento das forrageiras e o
acesso dos animais, devido aos agudíssimos espinhos que causam fe-
F
rimento em animais jovens e deprecia a lã em ovinos.
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

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B ignoniaceae
Adenocalymma marginatum (Cham.) DC.

SINÔNIMO
Bignonia marginata Cham.

NOME COMUM
Cipó-de-vaqueiro

ORIGEM
Espécie originária do Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil, ocorre da Bahia até o Rio
Grande do Sul.

P
lanta perene, trepadeira, anemocórica. Sistema radicular rami-
ficado, vigoroso, raramente emite raízes superficiais. Caules
longos sobem nos suportes com o auxílio de gavinhas; glabros,
não volúveis, brotam da base engrossada do tronco. Folhas trifoliola-
das, às vezes o folíolo terminal se transforma em gavinha simples. Fo-
líolos elípticos, elíptico-oblongos ou ovado-elípticos, acuminado ou
arredondado, ápice emarginado, levemente cordado na base, até 13
cm de comprimento por 2,5-8,0 cm de largura, coriáceos ou papirá-
ceos, margem cartilaginosa engrossada, escamas esparsas; pseudo-
-estípulas foliáceas, elípticas, cerca de 5 mm de comprimento, com
glândulas escuras. Inflorescência em tirso multifloral com ramos
densamente pubescentes, com indumento escamoso de pêlos fulvos;
brácteas elípticas ou lanceoladas de 5-6 mm de comprimento, com
glândulas escuras; bractéolas pequenas, com 1 mm de comprimento.
Flores com cálice campanulado, truncado, denticulado, indumento
fulvo e glândulas escuras; corola de coloração amarelo intenso, cam-
panulada, afunilada acima da base cilíndrica do tubo, 3,0-5,5 cm de
comprimento, escamosa pubescente no lado externo; limbo de 5 cm
de diâmetro; ovário oblongo, sulcado, escamoso, 3 mm de compri-
mento. Fruto cápsula achatada tetrágona, de 30 cm de comprimento
e 2,0-3,5 cm de largura, glabrescente; sementes aladas ou não.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 162 27/06/2022 09:35:13


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
163

Planta encontradiça no Terceiro Planalto, em pastagens de pani-


cuns e em áreas com sub-lotação de animais. Resistente ao manejo A
com herbicidas, seus ramos formam grandes emaranhados sobre as
forrageiras, dificultando o pastejo dos animais. Causa danos de peque- B
na importância, porque as plantas ocorrem espaçadamente nas pas-
tagens da região dos Planaltos, principalmente nas formadas por pa- C
nicuns, grama-mato-grosso e grama-sempre-verde, em propriedades
onde o manejo das invasoras não é frequente. D
E
F
L
M
N
P
R
Amphilophium paniculatum (L.) Kunth
S
SINÔNIMO
T
Bignonia paniculata L.

NOME COMUM U
Cipó-d’água

ORIGEM V
Espécie originária da América do Sul, ocorre no Paraguai, Bolívia e da Amazônia até
o Paraná.
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
164

P
lanta trepadeira, remanescente, perene, anemocórica. Siste-
ma radicular muito vigoroso, profundo, pouco ramificado;
raízes superficiais produzem brotações formando grandes
reboleiras ao redor da planta-mãe.
Brotam vários caules do toco remanescente da roçada para a for-
mação das pastagens. Caules e ramos novos hexágonos, verdes, gla-
bros, estrias bem visíveis; tornam-se suberificados e de coloração
marrom. De crescimento inicial ereto, depois se curvam e emitem no-
vas brotações, formando grandes emaranhados de ramos e folhas. Fo-
lhas bifolioladas, com ou sem gavinha trífida; pseudo-estípulas peque-
nas, foliáceas. Inflorescência em racemo ou panícula terminal. Cálice
campanulado ou em forma de taça.
Corola de coloração purpúrea ou amarelada de intensidade pá-
lida, aumentando a intensidade de pigmentos até a maturação dos
órgãos reprodutores; tubo curto e limbo bilabiado, lábio superior
grande, inteiro ou bidentado, o inferior com 3 lobos eretos, curtos,
assumindo a forma de um pião. A flor praticamente não abre, deixa
uma pequena abertura por onde penetram os polinizadores. Rara-
mente frutifica. Fruto cápsula lenhosa, achatada, biconvexa, valvas
paralelas ao septo. Sementes transversalmente oblongas, alas mem-
branáceas quase hialinas.
Planta encontradiça na região do Arenito, em pastagens forma-
das por panicuns. Formam grandes aglomerados, exclusivos ou sobre
plantas arbustivas, tão densos que impedem a penetração da luz, eli-
minando as plantas forrageiras.
Por essa razão é planta altamente competitiva na região de ocor-
rência, em pastagens de panicuns, braquiárias e grama-mato-grosso,
em qualquer intensidade de lotação e fertilidade do solo, em proprie-
dades onde somente as práticas mecânicas de manejo são utilizadas.
Causa prejuízos de grande importância, principalmente na região do
Arenito, em pastagens de braquiárias, nos locais onde as práticas de
manejo das plantas daninhas não são frequentes.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
165

A
B
C
D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
Anemopaegma sp.
U
NOME COMUM
Cipó-de-orelha
V
ORIGEM
Espécie originária das regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 165 27/06/2022 09:35:15


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
166

P
lanta trepadeira, remanescente, perene. Sistema radicular rami-
ficado, partindo da base do caule que foi cortado e queimado
no processo de formação da pastagem. Os caules e ramos par-
tem desse toco e sobem nas plantas próximas ou se estendem sobre
as forrageiras formando grandes emaranhados. Ramos novos glabros,
subcilíndricos ou angulosos, coloração verde. Folhas bifolioladas com
ou sem gavinhas terminais simples ou trífidas; raramente são obser-
vadas folhas trifolioladas. Pseudo-estípulas foliáceas, verdes, auricu-
ladas, bem evidentes. Inflorescência em racemo terminal, paucifloro.
Cálice campanulado, truncado; corola branca ou amarelo-pálida, cam-
panulado-afunilada, glabra ou glandular escamosa, mais ou menos
pubescente externamente. Fruto cápsula elipsoide, estipitada; valvas
paralelas ao septo, achatadas, lisas. Sementes subcirculares com alas
membranosas opacas ou hialinas.
Espécie encontradiça na região do Arenito, em pastagens de pani-
cuns. Muito competitiva em áreas de solo com baixa fertilidade natural
e baixa intensidade de lotação de animais. Causa danos de pequena
importância, porque as plantas ocorrem em reboleiras esparsas na
Região do Arenito, nas pastagens de panicuns, braquiárias e grama-
-mato-grosso, em solos com fertilidade natural baixa e de difícil erra-
dicação por meios mecânicos.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 166 27/06/2022 09:35:16


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Dolichandra unguis-cati (L.) L. . Lohmann


A
SINÔNIMOS
Bignonia exoleta Vell., Bignonia unguis-cati L., Doxantha unguis-cati (L.) Miers.
Macfadyena unguis-cati (L.) A.H. Gentry.
B
NOMES COMUNS
Unha-de-gato, unha-de-morcego, cipó-unha-de-gato, batata-de-teiú
C
ORIGEM
Espécie originária da América Latina, ocorre desde o México até a província de Buenos
D
Aires, na Argentina.
E

P
lanta perene, remanescente, trepadeira, anemocórica. Sistema F
radicular pivotante, profundo, pouco ramificado, casca escura;
a raiz principal, localizada a 15-25 cm de profundidade, forma L
uma tuberosidade semelhante a um xilopódio, fibroso na parte exter-
na e carnoso na parte interna. Nessa estrutura, a planta armazena água M
e substâncias nutritivas. Quando ocorrem secas intensas ou incêndios,
a parte aérea morre e a planta rebrota a partir dessa estrutura. Na N
presença de suportes, o caule, no início do seu desenvolvimento, fixa-
-se àqueles por meio de gavinhas trífidas, que depois são substituídas P
por raízes grampiformes. Atinge até 20 cm de diâmetro. Quando na
fase reprodutiva, as ramificações do caule pendem da copa das árvo- R
res em belíssimas cascatas de flores amarelas e de longos frutos. Na
ausência de suporte, a planta torna-se prostrada; seus longos e finos
S
ramos desenvolvem-se junto do solo e de espaço em espaço emitem
raízes a partir dos nós. Essas raízes podem tuberizar e dar origem a
T
novas plantas. Nas pastagens, esses ramos se desenvolvem sobre as
forrageiras, que acabam sendo rejeitadas pelos animais.
U
Ramos novos lenticelados, costados, glabros; entrenós de 5-9 cm
de comprimento. Folhas compostas, opostas, verde-claros. Folíolos
V
laterais elípticos a elíptico-lanceolados, acuminados ou cuspidados
no ápice, atenuados na base, com 5-9 cm de comprimento e 4 cm de
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 167 27/06/2022 09:35:16


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
168

largura, papiráceos quase coriáceos, glabros, verde-escuros; folíolo


terminal substituído por curta gavinha trífida ou ganchiforme. Inflo-
rescência em cimos paucifloros; pedicelos delgados com 1-2 cm de
comprimento; cálice globoso de 2 cm de diâmetro; corola tubulosa, de
cor amarelo intenso ou alaranjado, 4-6 cm de comprimento; limbo de
6 cm de diâmetro, glabro internamente; nervuras em tom mais escuro.
Fruto cápsula longa de até 70 cm de comprimento, menos de 4 cm de
largura, lenticelada e escamosa ou glabra. Sementes de até 1,2 cm de
comprimento por 3,5 cm de largura, brilhantes, castanho-creme, alas
quase hialinas. Raramente se multiplica por sementes.
Encontradiça nas regiões do Arenito e dos Planaltos, em pasta-
gens de panicuns, braquiárias, estrela-africana, capim-jaraguá, grama-
-mato-grosso, grama-sempre-verde e grama-missioneira, indepen-
dentemente da fertilidade do solo, intensidade de lotação e práticas
de manejo. Causa danos de média importância nas pastagens onde as
invasoras não são manejadas anualmente.

Mansoa difficilis (Cham.) Bureau & K. Schum.

SINÔNIMOS
Bignonia difficilis Cham., Mansoa laevis DC., Cydista praepensa Miers, Adenocalymma
splendens Bureau & K. Schum.

NOMES COMUNS
Cipó-de-corda, cipó-de-sino, cipó-alho, cipó-cambira

ORIGEM
Espécie originária do Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina.

P
lanta remanescente, trepadeira, anemocórica. Os ramos par-
tem do toco, do cipó cortado para a formação das pastagens e
também das raízes superficiais. Crescem aderidos aos suportes
com auxílio das gavinhas, até atingir a copa das árvores. Na ausência

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 168 27/06/2022 09:35:16


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
169

de suporte se desenvolvem prostrados ou sobre as forrageiras. Ramos


novos cilíndricos, estriados, glabros. Folíolos laterais oblongo-ovados, A
agudos até acuminados no ápice, arredondados ou cordados na base,
5-11 cm de comprimento, 3-6 cm de largura; pseudo-estípulas ovado- B
-subuladas, 2-3 mm de comprimento. Entre os dois folíolos ocorre ou
não uma gavinha trífida. Inflorescência terminal ou axilar, racemosa, C
pauciflora; brácteas e bractéolas pequenas, filiformes, caducas. Cálice
campanulado, truncado, pentanervado, denticulado, 2-3 vezes pro- D
fundamente lobado, 5-13 mm de comprimento, 4-7 mm de diâmetro,
ciliado, escamoso, ciliado ou glabro nos bordos; corola violácea, pur- E
púrea ou avermelhada, 6-9 cm de comprimento, limbo até 7 cm de
diâmetro, pubérulo. Fruto cápsula linear-oblonga, lenticelada, 18-25 F
cm de comprimento, 1,5-2,5 cm de largura, valvas lenhosas, convexas,
costela proeminente central e em cada lado uma costela menor, arre- L
dondada. Sementes 1,0-1,5 cm de comprimento, 3-5 cm de largura,
glabras, amarelo-marrom; alas membranáceas, hialinas. Raramente M
forma novas plantas a partir das sementes.
Planta encontradiça na região do Arenito, em área de pastagens
N
formadas por panicuns e braquiárias, de difícil controle, tanto por
práticas mecânicas como pelo uso de herbicidas. Altamente compe-
P
titiva em pastagens de panicuns, em áreas superlotadas de animais,
em solos de fertilidade natural média e alta, e as invasoras manejadas
R
mecanicamente. Causa danos de média importância na região do Are-
nito, em pastagens de panicuns e braquiárias, em solos de fertilidade
S
aparente média e alta, e submetida a práticas mecânicas de manejo.
O cipó-de-corda é planta ornamental muito vistosa e de cresci-
T
mento muito vigoroso, forma grandes emaranhados de ramos e folhas
em caramanchões e pergolados.
U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 169 27/06/2022 09:35:16


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
170

Pyrostegia venusta (Ker- a l.) Miers

SINÔNIMOS
Bignonia venusta Ker-Gawl., Bignonia ignea Vell., Pyrostegia ignea (Vell.) Presl.

NOMES COMUNS
Cipó-de-são-joão, flor-de-são-joão, cipó-de-fogo, cipó-de-lagarto, marquesa-de-belas

ORIGEM
Espécie nativa do Brasil, Bolívia, Paraguai e Nordeste da Argentina.

P
lanta remanescente, trepadoura, perene, anemocórica. Sistema
radicular pouco ramificado, mas profundo. As raízes possuem
um tecido de reserva muito desenvolvido que, mesmo depois de
vários anos inativo, permite brotação, formando novas plantas. Ramos
costados, delgados, glabros ou pilosos quando novos, glabrescentes
quando adultos. Folhas compostas por dois folíolos laterais e uma ga-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 170 27/06/2022 09:35:19


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
171

vinha terminal trífida, ganchiforme. Folíolos ovados, oblongo-ovados


ou oblongo-lanceolados, ápice acuminado, base arredondada ou trun- A
cada, 11 cm de comprimento, 5 cm de largura, papiráceos a coriáceos,
concolores, glabros ou pilosos. Inflorescência em corimbo multifloro; B
brácteas e bractéolas subulado-filiformes, diminutas; pedicelo e eixos
pilosos. Cálice campanulado, 5 ou 9 nervuras, denticulado, 5-7 mm de C
comprimento, 4-5 mm de diâmetro, glabro ou piloso; corola intensa-
mente alaranjada, tubular, 4-6 cm de comprimento, 3-5 mm de diâ- D
metro na metade inferior, curvada e dilatada para 8-9 mm na metade
superior, glabra; 5 lobos iguais, lineares agudos, 9-15 mm de compri- E
mento, ciliados nas pontas. Fruto cápsula de 20-30 cm de comprimen-
to, 1,3-1,6 cm de largura, achatado, valvas lisas, coriáceas; sementes F
com alas papiráceas, 1 cm de comprimento, 3,5 cm de largura.
Com o auxílio das gavinhas torna-se escandente na presença L
de suportes; na ausência se desenvolve prostrada sobre a vege-
tação das forrageiras ou sobre o solo. Pela beleza da florada que M
produz é tida como planta ornamental, muito utilizada em cara-
manchões, cercas e muros.
N
Espécie encontradiça nas regiões do Arenito e dos Planaltos, em
pastagens de panicuns, braquiárias, azevém, estrela-africana, grama-
P
-mato-grosso, grama-missioneira e grama-sempre-verde, indepen-
dentemente da intensidade de lotação de animais e dos métodos de
R
manejo da plantas invasoras. Prefere solos de fertilidade média a alta.
Embora pouco competitiva, causa danos de pequena importância nas
S
regiões onde ocorre com maior intensidade, em pastagens de braqui-
árias e grama-mato-grosso, nas propriedades onde as práticas de ma-
T
nejo das plantas daninhas não eram rotineiras.
U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 171 27/06/2022 09:35:20


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
172

Tecoma stans (L.) uss. ex Kunth

SINÔNIMOS
Bignonia stans L., Stenolobium stans (L.) Seem

NOMES COMUNS
Amarelinho, ipê-mirim, ipezinho, ipê-de-jardim, guarã-guarã, ipê-amarelo-de-jardim,
caroba-amarela, ipezinho-americano

ORIGEM
Espécie originária do México e dos Estados Unidos.

A
rbusto ou arvoreta, perene, anemocórica. Durante o primeiro
ano após a emergência, desenvolve uma raiz pivotante, vigoro-
sa e profunda. Somente a partir do segundo ano surgem as ra-
ízes secundárias laterais, superficiais; a epiderme muito desenvolvida
serve para armazenar água e substâncias de reserva. As raízes super-
ficiais, quando sofrem algum estímulo por corte, esmagamento, feri-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 172 27/06/2022 09:35:21


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
173

mento ou pela simples incidência da luz, emite brotações, formando


novas plantas. Assim reinfesta uma área após o arranquio mecânico. A
Caule ereto, rugoso, casca grossa, 8-12 m de altura; ramos novos sub-
cilíndricos, finamente estriados, lenticelados, glabros ou miudamente B
escamosos. Originalmente o caule principal é pouco ramificado; após
o corte emite 5-12 ou mais ramificações, entouceirando a planta. Fo- C
lhas compostas, imparipenadas, 1-13 pares de folíolos; folíolos lan-
ceolados a elíptico-lanceolados, ápice acuminado, base cuneada, 3-13 D
cm de comprimento, 1-4 cm de largura, serreados, papiráceos, glabros
ou pilosos na nervura dorsal e principalmente nas axilas das nervuras
laterais. Inflorescência terminal, paniculada, multiflora, glabra ou com
E
pêlos esparsos; brácteas e bractéolas pequenas, subuladas; cálice de
5-7 mm de comprimento, glabro ou com pêlos ciliados; corola de co-
F
loração amarela, campanulado-afunilada, 3,5-5,5 cm de comprimento,
limbo de até 3,5 cm de diâmetro; estames inclusos e anteras pilosas.
L
Fruto cápsula glabra, longa atenuada, ápice agudo, 9-22 cm de com-
primento, 7mm de largura; 71-83 sementes aladas por fruto, 7 mm de
M
comprimento, 30 mm de largura.
Florescimento e maturação ocorrem durante o ano todo, concen- N
trando-se no inverno e primavera. As sementes leves são levadas pelo
vento a distâncias de até 9 m ou mais. Logo após a maturação, o po- P
der germinativo das sementes do amarelinho se aproxima dos 90
e em laboratório permanece alto por vários meses. Na natureza, ele R
decresce rapidamente, em 30 dias são raras as sementes que ainda
têm condições de germinar. S
Introduzido no Paraná, possivelmente na década de 50, como
planta ornamental, foi cultivado, e ainda é, nas áreas públicas das ci- T
dades e vilas e em jardins particulares. As sementes foram natural-
mente dispersas pelo vento, pela água e também por veículos de carga, U
para outras áreas urbanas e rurais, margens de rodovias, áreas de pre-
servação permanente e reserva legal e ainda nas áreas de pastagens, V
especialmente nos locais mais montanhosos. Encontra-se dispersa no
estado, encontradiça principalmente na região do Terceiro Planalto,
em pastagens formadas por panicuns, braquiárias, estrela-africana,
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 173 27/06/2022 09:35:21


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174

capim-jaraguá e grama-mato-grosso independentemente da intensi-


dade da lotação de animais, sistemas de manejo das pastagens e das
plantas daninhas e da fertilidade do solo.
Das espécies que ocorrem no estado, é a quinta em potencial de
competição. Elimina toda a forma de vegetação sob sua copa, prin-
cipalmente pelo sombreamento. Altamente competitiva nas regiões
do Arenito e dos Planaltos, em pastagens formadas por braquiárias,
estrela-africana, hemártrias, capim-jaraguá, panicuns e grama-mato-
-grosso, nos solos de fertilidade média e alta, independendo da inten-
sidade de pastejo, da lotação e dos sistemas de manejo das invasoras.
Causa prejuízos de grande importância, estimados em cerca de
25.000 ha, onde a infestação máxima já ocorre e a produtividade das
pastagens foi aniquilada. Essas áreas estão dispersas na região do Ter-
ceiro Planalto em pastagens formadas por grama-mato-grosso, pani-
cuns e braquiárias, em solos de fertilidade média e alta, sob qualquer
intensidade de pastejo e lotação de animais e não submetidas a prá-
ticas de manejo contra as espécies invasoras. Causa danos de média
importância na região do Arenito, em pastagens de estrela-africana,
mesmo sob tentativas de controle do amarelinho com herbicidas.
Espécie exótica, apresenta grande potencial de infestação de no-
vas áreas, por multiplicar-se por sementes, pedaços de caule e raiz. De
difícil controle, qualquer que seja o método de manejo utilizado, deve
privilegiar a erradicação da planta já no início da invasão e a constante
vigilância para se evitar novas infestações.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 174 27/06/2022 09:35:23


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
175

A
B
C
D
E
F
L
M
Adenocalymma peregrinum (Miers) L. . Lohmann
N
SINÔNIMO
P
R
Memora peregrina (Miers) Sandwith

NOME
Ciganinha
S

E T
spécie remanescente da vegetação anterior, presente em algu-
mas regiões do Arenito. de difícil controle por ter a capacida-
de de emitir brotações a partir do sistema subterrâneo, onde
armazena grande quantidade de nutrientes e água. Planta facilmen-
U
te reconhecida pela grande quantidade de flores amarelas, vistosas,
pendentes, semelhantes às dos ipês; folha verde intenso, paripenada,
V
levemente acanaladas, nervuras bem evidentes; caules finos, eretos e
flexíveis, que atingem até 1 m de altura.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 175 27/06/2022 09:35:24


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176

B oraginaceae
Heliotropium transalpinum Vell.

SINÔNIMOS
Heliotropium monostachyum Cham., Heliotropium tiaridioides Cham., Heliotripium
monostachyum var. tiaridioides Chodat

NOMES COMUNS
Borragem-crista-de-galo, borragem-rabo-de-macaco, heliotrópio

ORIGEM
Espécie originária da América do Sul, dispersa no Uruguai, Paraguai, Bolívia, Norte da
Argentina e Centro do Brasil.

P
lanta subarbustiva, perene, zoocórica. Sistema radicular pivo-
tante muito vigoroso, profundo, raiz principal pouco ramificada.
Caule ereto, pouco ramificado, pubescente com pêlos malpighi-
áceos. Inserção das folhas muito variável, alternas, opostas ou semi-
-opostas. Folhas simples, atenuadas no ápice e na base, menos de 15
cm de comprimento e até 5 cm de largura; margens inteiras e às vezes
levemente onduladas; superfície com poucos pêlos, mais intensamen-
te coberta e com pêlos maiores na face inferior; pecíolo delgado de 4-9
cm de comprimento. Inflorescências em 2-3 cimas escorpioides, pseu-
do-terminais ou depois laterais pelo crescimento do caule; pubescen-
tes com pedúnculo glabro. Flores sésseis; somente as flores inferiores
desenvolvem um curto pedicelo no desenvolvimento do fruto. Cálice
de 2,5 mm de comprimento, lobos lineares, mais curtos do que o tubo
da corola branca; tubo da corola de 2,0-2,5 mm de comprimento por
1,5 mm de diâmetro, pubescente externamente, lobos eretos, largo-
-elípticos. Fruto carcerulídio, profundamente sulcado, dividido em 2
ou 4 partes iguais, conforme a variedade.
Plantas desta espécie sempre ocorrem de forma isolada ou em
pequenos grupos, tem desenvolvimento e florescimento ao longo de
todo ano, brotando vigorosamente quando roçadas.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 176 27/06/2022 09:35:24


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
177

Espécie encontradiça, dispersa nos Planaltos, em pastagens for-


madas por braquiárias, panicuns, hemártrias, estrela-africana, capim- A
-jaraguá, grama-missioneira e grama-mato-grosso, em solos com fer-
tilidade média e alta, indiferente à intensidade de pastejo, lotação de B
animais e práticas de manejo das invasoras. Causam prejuízos de pe-
quena importância para o desenvolvimento e produção de forrageiras C
em pastagens do Terceiro Planalto, formadas com braquiárias e es-
trela-africana, em solos com fertilidade média e alta, superlotadas de D
animais e sem práticas periódicas de controle das plantas invasoras.
E
F
L
M
N
Myriopus paniculatus (Cham.) Feuillet
P
R
SINÔNIMOS
Tournefortia maculata Jacq., Heliotropium scandens Vell., Tournefortia brachiata DC. S
NOMES COMUNS
Marmelinho, caruru-de-veado-trepador, caruru-de-veado, erva-de-bicho T
ORIGEM
Espécie originária do Brasil, Bolívia e Paraguai. U
V
E
spécie perene, subarbustiva ou escandente, zoocórica. Possui
poucas raízes secundárias, mais desenvolvidas que a pivotante,
superficiais, grossas e levemente tortuosas, possuem a capaci-
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 177 27/06/2022 09:35:26


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178

dade de emitir brotações. Caules longos com poucas ramificações,


curvos, escandentes, 1-3 m de comprimento; pilosidade densa, alva-
centa ou avermelhada nas partes mais novas da planta. Na extremi-
dade desses longos ramos surgem raminhos curtos que na extremi-
dade sustentam a inflorescência. Folhas alternas com pecíolo de 5-9
mm de comprimento; limbo elíptico, lanceolado ou ovalado, ápice
agudo ou acuminado, 2-3 vezes mais longo do que largo; base aguda
ou arredondada, margem inteira. Inflorescência paniculada, pirami-
dal, com eixo central mais comprido, flexuoso, de 4-22 cm de com-
primento; revestida de pêlos longos e caducos; cimas laterais de 1-4
cm de comprimento, paucifloras; pedúnculo da inflorescência vari-
ável, de 1-4 cm de comprimento. Cálice de 2 mm de comprimento,
densamente pubescente, lobos triangulares atenuados; corola verde
até branca, densamente estrigosa, tubulosa, dilatada na base, 5 mm
de comprimento, encimada por lobos ovados de menos de 1 mm de
comprimento; anteras lanceoladas, com 0,8 mm de comprimento, fi-
xas perto do ápice da corola. Frutos do tipo baga, globosos, com 4
lobos e 4 mm de diâmetro.
Planta encontradiça na região do Terceiro Planalto, em pasta-
gens formadas por braquiárias, panicuns, grama-mato-grosso e
grama-missioneira, em áreas com baixa intensidade de lotação de
animais. Tem baixo potencial de competição, porque não forma po-
pulações homogêneas e densas. Nas regiões do Arenito e do Terceiro
Planalto, tem causado danos de pequena importância no desenvolvi-
mento das pastagens formadas por braquiárias e grama-mato-gros-
so, em áreas de grande lotação de animais e que não são manejadas
para o controle das plantas invasoras.
Entre as boragináceas, também há ocorrência de espécies ar-
bustivas, oriundas de sementes ou rebrotas de tocos de árvores
retiradas para a formação das pastagens. As plantas dessas espé-
cies podem se transformar em árvores produtoras de madeira de
excelente qualidade ou para a produção de fitoterápicos, por apre-
sentarem propriedades medicinais. Não se recomenda a erradi-
cação dessas espécies, pois a sombra que proporcionam e o valor

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 178 27/06/2022 09:35:26


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
179

comercial que apresentam são compensatórios. Muito embora isso


resulte em um pequeno efeito competitivo no desenvolvimento e A
produtividade das plantas forrageiras.
B
C
D
E
F
L
M
N
As principais são P
Cordia americana (L.) ottschling & .S. Mill.
R
SINÔNIMO
Patagonula americana L. S
NOME COMUM
Guajuvira T
U
A
rbusto muito ramificado, pode transformar-se em árvore de até
30 m de altura; ramos novos verdes claro, lenticelados e glabros.
Folhas lanceoladas a oblanceoladas, cuneadas na base, agudas a V
arredondadas no ápice, com 3-6 cm de comprimento, 1,5-2,5 cm de
largura, inteiras ou escassamente serreadas na direção do ápice, sub- Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 179 27/06/2022 09:35:26


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
180

coriáceas, glabras ou às vezes pilosas. Inflorescências paniculadas, la-


xas, 3-6 cm de diâmetro; pedicelos delgados, 0,5-1,0 mm de compri-
mento; cálice 2 mm de comprimento na antese, os lobos atingem 23
mm de comprimento na maturação e 5 mm de largura; corola branca,
5-6 mm de comprimento, lobos elípticos, obtusos. Fruto subgloboso
com ápice agudo, formado pela base persistente do estilete, cerca de
5 mm de comprimento. Madeira de cerne muito durável, utilizada nas
construções rurais e cabos de ferramentas. Fornece excelente sombra
e tem grande potencial como planta ornamental. Muito encontradiça
nas pastagens do Terceiro Planalto.

Cordia ecalyculata Vell.

NOME COMUM
Porangaba

P
ossui caule ereto e ramificações normalmente verticiladas, ra-
mos dispostos horizontalmente ou levemente curvados para
baixo, glabros, lisos, verdes; folhas opostas, lanceoladas, agudas
ou acuminadas, de 8-12 cm de comprimento, 2-4 cm de largura, subco-
riáceas, inteiras, glabras ou quase, lustrosas a brilhantes na superfície

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 180 27/06/2022 09:35:27


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
181

superior; pecíolo delgado, 5-15 mm de comprimento. Flores pequenas,


brancas, perfumadas. Frutos globosos, vermelhos, semelhantes aos do A
café, com polpa gelatinosa e pegajosa. As folhas são muito procuradas
para a produção de produtos fitoterápicos. Facilmente encontrada na B
região do Planalto Paranaense.
C
D
E
F
L
M
N
Cordia trichotoma ( ell.) Arrab. ex Steud.
P
NOME COMUM
R
Louro-pardo
S

A T
rbusto de caule ereto com poucos ramos verticilados, ou qua-
se; ramos de desenvolvimento inclinados para cima cerca de
45 graus, pardacentos, rugosos. Folhas opostas a quase alter-
nas, caducas; pecíolo delgado, 1-4 cm de comprimento; limbo ovala-
U
do, elíptico a quase oblongo, inteiro, base aguda, ápice agudo, 9-14
cm de comprimento por 3-8 cm de largura na planta adulta, pois na
V
planta jovem as folhas são um pouco maiores; glabras e brilhantes
ou tomentosas na face superior, tricomas estrelados na face inferior.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 181 27/06/2022 09:35:27


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182

Inflorescência cimoso-paniculada, densamente estrelado-tomentosa;


pedicelos robustos de 1 mm de comprimento; cálice obcônico, sulca-
do, truncado, 5 dentes miúdos, 6-9 mm de comprimento; corola bran-
ca, perfumada, persistente até a maturação do fruto, secando passa
para marrom, infundibuliforme, tubo apenas maior do que o cálice.
Fruto subcilíndrico, unisseminado, seco, permanece no tubo do cálice
e corola. A árvore atinge até 25 m de altura, produzindo madeira de lei
muito valorizada. Ocorre frequentemente nas regiões dos Planaltos e
do Arenito, em quaisquer condições de manejo das pastagens.

Varronia polycephala Lam.

SINÔNIMOS
Cordia polycephala (Lam.) I.M. Johnston, Varronia corymbosa Desv., Cordia corymbosa
(Desv.) G. Don, Cordia monosperma (Jacq.) R. & S., Varronia monosperma Jacq.

NOMES COMUNS
Falsa-balieira, balieira, erva-balieira, maria-preta

ORIGEM
Espécie originária da América do Sul, está presente desde a Venezuela até o Uruguai e
Norte da Argentina. No Brasil, ocorre em todos os estados.

P
lanta subarbustiva, bienal, zoocórica. Raiz principal pivotan-
te bem desenvolvida, com algumas ramificações. Subarbusto
muito ramificado de até 2 m de altura; ramos novos, ásperos e
escariosos. Folhas alternas, lanceoladas, ovado-lanceoladas até elípti-
cas, base aguda, ápice agudo, mais de duas vezes mais longas do que
largas; margem lisa até o meio e serreada da metade para o ápice.
Inflorescência corimbosa, laxa até densa, com as flores reunidas se-
melhantemente a um glomérulo; até 7 cm de comprimento, estrigosa
a tomentosa; pedicelo delgado, 1-2 mm de comprimento. Flores com
cálice campanulado de 2-3 mm de comprimento, com lobos triangula-
res; corola campanulada de até 5 mm de comprimento, lobada, colora-
ção branca a amarelada. Fruto globoso, envolto pelo cálice.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 182 27/06/2022 09:35:28


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
183

As sementes da falsa-balieira germinam na primavera. O desen-


volvimento das plantas é inicialmente lento, depois bastante rápido. A
Sempre com outras plantas, normalmente remanescentes, forma ra-
magens que sombreiam as plantas forrageiras. Tendem a permanecer B
vegetando e produzindo sementes por 2-3 anos, mas inicia o floresci-
mento cerca de três meses após a emergência. C
Encontradiça no estado, dispersa nas regiões do Arenito e nos
três Planaltos, em pastagens de braquiárias, panicuns, estrela-africa- D
na, hemártrias, grama-mato-grosso, grama-sempre-verde e grama-
-missioneira; independe da intensidade de pastejo e da fertilidade do
solo. Facilmente eliminada por manejo químico das plantas invasoras.
E
Causa danos de pequena intensidade à produtividade das pastagens,
porque a espécie não forma grandes aglomerados de plantas, mas seus
F
efeitos são sentidos principalmente nas regiões do Arenito e dos três
Planaltos, em pastagens de braquiárias, estrela africana e grama-ma-
L
to-grosso, submetidas a qualquer intensidade de pastejo, em solos de
média e baixa fertilidade e não submetidas ao manejo das invasoras.
M
Não é palatável aos animais, porém é consumida em épocas de escas-
sez de forragem. Não há citações de casos de intoxicação de animais, N
mas é citada sua utilização fitoterápica.
P
R
S
T
U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 183 27/06/2022 09:35:29


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184

Cynoglossum amabile Stapf & Drummond

NOME COMUM
Língua-de-cachorro

P
lanta boraginácea, anual ou bienal, herbácea, zoocórica, atin-
ge no máximo 1 m de altura; ereta, pouco ramificada; toda a
planta pubescente; raiz pivotante bem desenvolvida. Folhas
da roseta oblongo-lanceoladas a elípticas, 6-12 cm de comprimen-
to por 2,5-3,5 cm de largura, atenuadas para um pecíolo alado de
4-12 cm de comprimento; as do caule são sésseis, com base arre-
dondada, linear-oblonga até lanceolada, menores que as basais. In-
florescências terminais e axilares, paniculadas; cimas escorpioides
de até 9 cm de comprimento, com 6-20 flores; pedúnculos de 4-8
cm de comprimento e pedicelos de até 6 mm de comprimento; cá-
lice com lobos longos; permanece até a maturação do fruto; corola
vistosa de um azul brilhante com até 15 mm de diâmetro, com lo-
bos suborbiculares. Fruto formado por núculas obliquamente liga-
das pela base, ovoides, de 3,5-4,0 mm de comprimento, cobertas de
pêlos gloquidiados.
As sementes germinam no outono e inverno; muitas plantas
florescem na primavera e outras somente no ano seguinte. Por ser
espécie ornamental que saiu de controle, ocorre normalmente pró-
xima de residências ou em locais anteriormente habitados.
As folhas basais são prostradas e competem com forrageiras
de pequeno porte. Espécie observada nos municípios de Pitanga e
Cândido de Abreu, no Centro do estado.
Espécies do gênero Cynoglossum são citadas como plantas tó-
xicas, pois contêm alcaloides pirrolizidínicos de efeitos hepatotó-
xicos em animais. Essas substâncias podem ser transmitidas pelo
leite e causar intoxicações em seres humanos.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 184 27/06/2022 09:35:29


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
185

A
B
C
D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 185 27/06/2022 09:35:30


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186

B romel iaceae
Ananas comosus (L.) Merril

SINÔNIMOS
Ananas microstachys Lindl., Ananas sativus Schult., Bromelia comosa L.

NOMES COMUNS
Abacaxi-silvestre, abacaxi, gravatá, abacaxi-do-mato, ananás, ananás-selvagem

ORIGEM
Espécie nativa da América do Sul. Linhagens silvestres do abacaxi são plantas invaso-
ras que ocorrem do Paraná até o Norte do Brasil.

P
lanta herbácea, perene, zoocórica. Sistema subterrâneo forma-
do por rizomas longos que de espaço em espaço emergem, for-
mando a parte aérea; raízes muito fibrosas, escuras. Rizomas
protegidos por catafilos, eventualmente podem se desenvolver sobre
o solo como estolões, originam-se na parte inferior da roseta de folhas,
mesmo antes que esta entre em frutificação, sendo que muitas nem
entram em frutificação. As rosetas de folhas atingem mais de 1 m de
altura. Folhas lineares, curvas, verdes, dispostas espiraladamente na
parte inferior do caule e na parte inferior da haste da inflorescência.
Lâmina acanalada, margens providas de fortes acúleos e ápice pontia-
gudo, lisas e glabras. Inflorescência na extremidade de haste floral de
até 80 cm de altura. Flores com sépalas e pétalas arroxeadas que caem,
deixando os ovários livres, os quais se soldam e dão origem à sorose,
fruto típico do gênero Ananas. A diferença das variedades silvestres
de Ananas comosus é que os frutos não se dilatam tanto como nas li-
nhagens cultivadas, são mais fibrosos, ácidos e de sabor desagradável.
Planta relativamente rara nas pastagens do Paraná, mas muito
competitiva na região do Arenito, em pastagens formadas por pani-
cuns e grama-mato-grosso, sob alta intensidade de lotação de animais
e onde as plantas invasoras não são manejadas com herbicidas.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 186 27/06/2022 09:35:30


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
187

Nessas condições causa danos de pequena importância, porque a


dispersão das plantas por sementes é muito pequena. A
Ananas comosus var. bracteatus (Lindl.) Coppens & F. Leal B
NOME COMUM
C
D
Ananás-selvagem

E E
spécie observada em várias propriedades, difere das linha-
gens silvestres do abacaxi por suas folhas serem de coloração
arroxeada ou verde arroxeada e por apresentarem as folhas F
centrais e brácteas da haste floral com coloração intensa, de diferen-
tes tonalidades de vermelho, e os ovários protegidos até o momento
da maturação, por longas brácteas triangulares, também averme-
L
lhadas. O fruto se dilata muito, atingindo a forma de um abacaxi.
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

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Bromelia antiacantha Bertol.

SINÔNIMOS
Bromelia fastuosa Lindl., Bromelia commeliniana De Vriese, Agallostachys antiacantha
(Bertol.) Beer, Bromelia sceptrum Fenzl ex Hugel.

NOMES COMUNS
Caraguatá, gravatá, ananás, banana-do-mato, bromélia

ORIGEM
Espécie nativa do Brasil, ocorre no Litoral, Serra do Mar e regiões limítrofes de cima da
Serra do Mar, do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul.

P
lanta herbácea, perene, zoocórica. Caule curtíssimo e grosso,
emite longos e grossos estolões de até 3 cm de diâmetro e 1 m
de comprimento. Esses estolões em contacto com o solo emitem
grande quantidade de raízes fibrosas, engrossam e curvam-se para
cima, emitindo verticalmente um tufo de 90 folhas ou mais. Os esto-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 188 27/06/2022 09:35:31


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
189

lões são protegidos por escamas foliares de margens espinescentes.


As folhas partem do caule e da parte inferior da haste floral e podem A
atingir mais de 2 m de comprimento. Não formam um pequeno tanque
na parte central. As folhas se alargam na base, formando uma bainha B
curta, triangular-ovada, coberta de pêlos na parte interna; lâmina ere-
ta, rígida, recurva no ápice, acanalada; margem coberta de espinhos, C
na base, dirigidos para baixo e a partir de certo ponto voltados para
cima; fortíssimos, curvados, castanhos ou amarelo esverdeados, ter- D
minando no ápice com um agudíssimo espinho; face ventral glabra,
verde; face dorsal coberta de escamas, brancacenta. As folhas e
brácteas que ocorrem do meio da haste floral até a inflorescência
E
tingem-se de várias tonalidades de vermelho, podendo variar do
arroxeado até o laranja ou salmão, do início do desenvolvimento
F
até o final do florescimento, quando entram em fase de senescên-
cia e caem antes da maturação dos frutos. Inflorescência em paní-
L
cula densa, revestida de escamas alvo-lanuginosas, raque grossa,
cilíndrico-compressa, ramos semelhantes, porém mais delgados,
M
brácteas primárias brancas mais tomentosas para o ápice; brácteas
secundárias pequenas, ovadas, agudas, membranáceas, estriadas, N
brancas, c ncavas; flores de crescimento variável, com cerca de 4
cm de comprimento e grande pedicelo cilíndrico de até 9 mm de P
comprimento, na base dos ramos; sépalas brancas, completamente
abertas na antese e patente-recurvas, livres até a base, 8-12 mm R
de comprimento, bem simétricas; pétalas purpúreo-violáceas, bem
abertas, cerca de 23 mm de comprimento por 8 mm de largura, S
margens involutas; estames menores do que as pétalas; anteras li-
neares de cerca de 7 mm de comprimento. Os frutos são bagas de T
5 cm ou mais de comprimento por 3 cm de diâmetro, amarelos,
ovoides. Os frutos podem ser consumidos ao natural ou utilizados U
no preparo de xaropes expectorantes.
De ocorrência relativamente rara no estado, causa danos de V
média importância nas regiões do Primeiro Planalto, ale do Ribei-
ra e litoral, em pastagens onde as plantas invasoras não são mane-
jadas periodicamente.
Z

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Bromelia balansae Mez

SINÔNIMOS
Bromelia laciniosa sensu Baker, Karatas guianensis Hort. ex Baker, Bromelia argentina
Baker

NOMES COMUNS
Caraguatá-de-cerca, banana-do-mato, gravatá, bromélia-de-cerca

ORIGEM
Espécie originária do Brasil, ocorre desde a Amazônia até o Norte do Rio Grande do Sul.

P
lanta herbácea, perene, estolonífera, zoocórica. Espécie muito
semelhante à Bromelia antiacantha, diferenciando-se princi-
palmente pelas folhas mais curtas, raramente com mais de 1 m
de comprimento, e pela disposição dos espinhos ao longo da margem
das folhas, que podem ser voltados para a base ou para a extremidade

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 190 27/06/2022 09:35:32


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
191

de maneira dispersa e não ordenadamente, como em B. antiacantha.


Diferencia-se também por características da inflorescência, os ramos A
de B. balansae são curtíssimos ou ausentes, sendo as flores dispostas
em fascículos ao redor da raque e não racemiforme como na outra. Os B
frutos são menores, amarelos, bagas ovoides de menos de 5 mm de
comprimento por 2 cm de diâmetro, carnosos e comestíveis. As se- C
mentes são triangular-orbiculares, achatadas, escuras, sem uma parte
mais longa e com diminutas pontuações. D
No início da criação de gado bovino no Sul do Brasil, as plantas do
caraguatá-de-cerca foram utilizadas como cerca viva, na retenção de
animais, devido aos seus agudíssimos espinhos. Seus frutos são tidos
E
como medicinais, consumidos naturalmente ou após cozimento e no
preparo de xaropes para tratamento de bronquites.
F
Em áreas de pastagens, formam grandes reboleiras impene-
tráveis pelo fogo, sob as quais as forrageiras não se desenvolvem.
L
Servem de abrigo para cobras e outros animais daninhos às pasta-
gens, como lebres e tatus.
M
Planta invasora, remanescente, encontradiça na região do Ter-
ceiro Planalto e no Arenito, especialmente em pastagens de pani- N
cuns e grama-mato-grosso, submetidas a qualquer intensidade de
pastejo, em solos de fertilidade alta e onde as práticas de mane- P
jo não são rotineiras. Sétima entre as espécies mais competitivas,
apresenta alto potencial de competição em todas as regiões do es- R
tado onde ocorre, em pastagens nativas, de braquiárias, panicuns,
estrela-africana, hemártrias, grama-mato-grosso e grama-missio- S
neira, indiferente à intensidade de pastejo, à lotação de animais e
à fertilidade do solo, e onde os herbicidas não são utilizados nas T
práticas de manejo das invasoras. Os prejuízos causados são de mé-
dia importância, porque o sistema de dispersão das sementes não é U
muito eficiente. Ocorre principalmente nas regiões do Arenito e do
Terceiro Planalto, em pastagens de braquiárias, grama-mato-gros- V
so e grama-missioneira, submetidas à alta intensidade de pastejo e
de lotação de animais, em solos de fertilidade média a baixa e não
submetidas rotineiramente às práticas de manejo das invasoras.
Z

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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C ampanu l aceae A
Lobelia exaltata Pohl B
SINÔNIMOS
Haynaldia exaltata Kanitz, Rapuntium exaltatum Presl. C
NOMES COMUNS
Lobélia, arrebenta-cavalo, canudeiro D
E
ORIGEM
Espécie originária dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Paraná,
ocupam áreas brejosas e úmidas.

E L
spécie herbácea, anual, zoocórica, anemocórica de pouca
eficiência. Sistema radicular vigoroso, raiz principal pivo-
tante, grossa e carnosa; raízes secundárias superficiais,
algumas bem desenvolvidas. Desenvolve uma roseta basal com
M
grande número de folhas que, com as raízes, armazenam grande
quantidade de reservas. As reservas são utilizadas no desenvol-
N
vimento do caule principal, ramificações, inflorescência e grande
quantidade de sementes.
P
Caule ereto, estriado, glabro, fistuloso, atinge até 3 cm de diâ-
metro e 3 m de altura. Folhas alternas, sésseis, membranosas, lan-
R
ceoladas a lineares, ápice agudo e base atenuada, margem serrea-
da, superfície glabra, até 50 cm de comprimento e 9 cm de largura.
S
Inflorescência racemiforme, multiflora, densa nas extremidades do
caule e dos poucos ramos situados na parte superior do caule, até
T
60 cm de comprimento, com raque pilosa. Flores branco-sujas, es-
verdeadas ou azuladas, abrem sequencialmente de baixo para cima.
U
Dessa forma, quando na base já existem frutos em maturação, a in-
florescência ainda continua em desenvolvimento. Corola zigomorfa
V
de 0,7-1,5 cm de comprimento. Fruto cápsula multisseminada, pe-
riforme de cerca de 1 cm de comprimento.
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
194

As sementes germinam no final do outono e do inverno. Pri-


meiramente, forma uma grande roseta de folhas basais que abafa
a vegetação mais próxima. Na primavera, desenvolve rapidamente o
caule e a inflorescência, produz grande quantidade de sementes, esgo-
ta todas as reservas e morre.
Encontradiça, dispersa na região dos Planaltos, em pastagens
de braquiárias, estrela-africana, hemártrias, azevém, grama-mis-
sioneira e grama-sempre-verde, pastejadas de altura baixa e média,
em fertilidade do solo baixa e média e em áreas que nunca foram
submetidas ao manejo químico das invasoras.
Formam-se grandes reboleiras em torno da planta que se de-
senvolveu no ano anterior. Isso ocorre devido à dispersão das se-
mentes por via zoocórica ser mais eficiente do que pela via anemo-
córica, pela qual as sementes só atingem pequenas distâncias, por
possuírem ala muito pequena.
Nas reboleiras, a pressão de competição sobre as plantas for-
rageiras é muito alta, principalmente na região do Terceiro Pla-
nalto, em pastagens de estrela-africana, pastejadas à baixa altu-
ra, em solos de fertilidade média, em áreas com alta lotação de
animais, possivelmente porque as plantas jovens não suportam o
pisoteio dos animais.
A lobélia causa prejuízos de média intensidade no desenvolvi-
mento das pastagens. Causa danos concentrados no Terceiro Pla-
nalto, em pastagens de estrela-africana e braquiárias, pastejadas
com alta e média intensidade, em solos de fertilidade média e onde
as plantas indesejáveis não são manejadas com frequência.
O gênero Lobelia é pantropical. Espécies exóticas do gênero
são citadas como tóxicas para bovinos e humanos, sendo necessá-
rios cuidados para evitar intoxicação. Não são palatáveis para os
animais e algumas espécies são medicinais e ornamentais.
As plantas da lobélia são lactescentes e o látex exudado possui
cheiro característico de ópio.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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A
B
C
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C annab aceae
Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg.

SINÔNIMOS
Celtis morifolia Planch., Celtis aculeata Sw., Rhamnus iguanaeus Jacq.

NOMES COMUNS
Esporão-de-galo, grão-de-galo, gurupiá, joá-mirim, jameri

ORIGEM
Espécie nativa do Brasil, ocorre desde o Nordeste até o Sul do país.

P
lanta arbustiva, arbórea ou escandente, remanescente, pe-
renifólia, zoocórica. Sistema radicular ramificado, sem pre-
dominância da raiz pivotante. Ramos em contato com o solo
emitem raízes adventícias e, com o tempo, se transformam em uma
nova planta. Os caules podem atingir 10-15 m de comprimento;
crescimento inicial ereto, depois tombam ou crescem, apoiando-se
em outras árvores. Quando crescem isoladas normalmente apresen-
tam vários caules, cada um em ângulo diferente em relação ao solo,
dando um formato disforme à copa. Ramos compridos, flexíveis; ra-
minhos disticamente dispostos, achatados, pubescentes, quase em
ângulo reto em relação ao ramo principal; espinhos estipulares, cur-
tos, agudos, recurvados para a base; casca rugosa, não descaman-
te. Folha alterna, simples, curto-peciolada; pecíolo pubérulo; limbo
ovalado ou ovalado-oblongo, ápice agudo ou curto-acuminado, base
arredondada ou cordiforme e às vezes assimétrica, subcoriáceo,
discolor, margem inteira na base e serreada do meio para o ápice,
4-13 cm de comprimento, 3-7 cm de largura, glabro ou quase glabro,
nervuras salientes no lado dorsal e, apenas visíveis no lado ventral.
Inflorescências em cimeiras curtas ou em fascículos axilares com
muitas flores amarelo-esverdeadas ou brancacentas; estigma linear,

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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bífido. Fruto drupa esférica ou ovoide, angulosa ou tetrágona, glabra,


superfície às vezes foveada, de coloração verde, passando a amarelo A
na maturação; polpa adocicada, carnosa, crocante.
Nas pastagens, normalmente ocorre na forma de arbusto espi- B
nhento, oriundo da brotação do toco. Devido à presença dos espinhos
e à demora em se decompor, os ramos causam problemas nas pasta- C
gens por muito tempo depois de cortados.
Espécie encontradiça na região do Terceiro Planalto, disper- D
sa em pastagens formadas por grama-sempre-verde, cultivadas em
solos de fertilidade alta. Altamente competitiva em pastagens for- E
madas por panicuns. Causa prejuízos de pequena importância nas
regiões do Arenito e dos três Planaltos, em pastagens formadas por F
braquiárias, panicuns, estrela-africana e grama-mato-grosso, paste-
jadas à altura média e baixa, mantidas em lotação ideal ou alta, culti- L
vadas em solos de qualquer fertilidade e não submetidas ao manejo
das plantas invasoras. M
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C el astraceae
Maytenus aquifolium Mart.

SINÔNIMO
Maytenus aesvifolius Walp.

NOMES COMUNS
Espinheira-santa-maior, cancorosa

ORIGEM
Espécie nativa do Sul e Sudeste do Brasil.

P
lanta arbustiva, perenifólia, zoocórica. Nas pastagens, originam-
-se de sementes ou de brotações do toco ou das raízes super-
ficiais, muito ramificadas, glabras. Ramos novos acinzenta-
dos, cilíndricos, levemente achatados nos nós. Folhas pecioladas
alternas; pecíolo robusto, 3-4 mm de comprimento; limbo 5,5-9,0
cm de comprimento, 2-3 cm de largura, oblongo-elíptico, margem
espinhoso-dentada, dentes eretos, coriáceo, brilhante, agudo a
acuminado no ápice, base obtusa, emarginado, reticulado, 9-14 pa-
res de nervuras secundárias delgadas. Inflorescência em gloméru-
los na axila das folhas; pedicelos com 6 mm de comprimento; cá-
lice persistente; sépalas pequenas, largo-ovadas, obtusas; pétalas
maiores que o cálice. Fruto cápsula globosa a ovoide, 6-8 mm de
diâmetro, deiscente, bivalva, valvas ovadas, naviculares. Sementes
oblongas, 2-4, envoltas em polpa carnosa.
Planta encontradiça em pastagens do Segundo Planalto, causa
danos de pequena importância. Trata-se de espécie medicinal de
grande procura e de belo efeito ornamental. Por ser pouco compe-
titiva, deve ser poupada nos programas de manejo das pastagens.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
199

C onv ol v u l aceae A
Dichondra microcalyx (Hallier f.) Fabris B
SINÔNIMO
Dichondra repens Forst et Forst var. microcalyx Hallier f.
C
NOMES COMUNS
Rodela-de-cavalo, casco-de-cavalo, corda-de-viola-rasteira, dinheiro-em-penca, corriola
D
ORIGEM
Espécie originária da América do Sul.
E
F

P
lanta herbácea, perene, zoocórica, prostrada. Raiz pivotante,
tem importância somente na planta nova; na planta adulta L
a raiz pivotante degenera e é substituída pelas raízes ad-
ventícias, emitidas a partir dos nós em contato com o solo. Caule M
prostrado, 2-3 mm de diâmetro, muito ramificado, tenro, carnoso,
glabro ou com pilosidade esbranquiçada; de crescimento vigoroso, N
pode crescer vários metros em um ano. Folhas simples, pecioladas,
tamanho do limbo e do pecíolo muito variável, dependendo da lu- P
minosidade e da competitividade no local. O pecíolo está sempre
em posição vertical, atinge 2-20 cm de comprimento. Limbo su- R
borbicular ou reniforme, cordado na base, sinus profundo e lobos
da base arredondados, margem inteira ou crenulada, 1-5 cm de S
diâmetro, superfície lisa, verde intenso no lado superior e mais
clara e com alguns pêlos no lado inferior. Inflorescência diminu- T
ta, partindo da axila das folhas dos caules prostrados; consta de
um curto pedúnculo com 1-3 flores protegidas por duas brácteas U
lanceoladas, carnosas de 2 mm de comprimento. Flores com cálice
campanulado ou rotáceo com 5 lobos; corola com 5 lobos de 1-2 V
mm de comprimento, branco-violácea ou amarelada. Fruto glabro,
2 mm de diâmetro, formado por 2 utrículos que se desprendem, Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
200

separando-se por deiscência irregular. Sementes subglobosas ou


ovoides, castanho-escuras, com menos de 2 mm de comprimento.
A espécie tem preferência por solos mais úmidos, com maior
teor de matéria orgânica, levemente sombreados; raramente ob-
servada a pleno sol.
Encontradiça dispersa nas pastagens dos Planaltos e na região
dos Campos Nativos, em pastagens nativas e formadas por braqui-
árias, hemártrias, azevém, capim-jaraguá, grama-mato-grosso,
grama-missioneira e grama-sempre-verde, independente da ferti-
lidade do solo, em áreas submetidas à superlotação de animais e
onde as plantas daninhas não são manejadas com herbicidas.
A rodela-de-cavalo domina e se alastra em pastagens que já
estão sob alto nível de degradação, sendo altamente competitiva
em pastagens formadas pelo capim-jaraguá, impedindo a germi-
nação das sementes do mesmo, impossibilitando a recolonização
da forrageira. Causa danos de pequena importância no desenvol-
vimento das forrageiras, em todo o estado, em pastagens nativas
e formadas com braquiárias, panicuns, estrela-africana, capim-ja-
raguá, grama-missioneira, grama-mato-grosso e grama-sempre-
-verde, intensamente pastejadas, superlotadas de animais e não
submetidas ao manejo com herbicidas.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
201

C u cu rb itaceae A
Momordica charantia L. B
SINÔNIMOS
Momordica muricata Willd., Momordica elegans Salisb., Momordica senegalensis Lam.
C
NOMES COMUNS
Melão-de-são-caetano, fruto-de-cobra, erva-de-são-caetano, erva-de-lavadeira, me-
D
lãozinho

ORIGEM E
Espécie originária da Ásia e trazida da África para o Brasil.
F

P L
lanta trepadoura, herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pi-
votante, bem desenvolvida; poucas raízes secundárias, 2-3 raí-
zes longas desenvolvem-se superficialmente. Caule ramificado, M
principalmente na parte inferior; ramos angulosos, longos, com pêlos
hialinos simples, atingem mais de 3 m de comprimento, sobem pe- N
los suportes com o auxílio de gavinhas simples que partem de cada
nó. Folhas simples, alternas, com pecíolo longo e canaliculado; limbo
membranáceo flácido, arredondado, palmatilobado, 5-7 lobos ovais ou
P
oblongos, margens sinuosas irregularmente denteadas; lobo central
sempre maior; coloração verde, mais claro na face dorsal; leve pilosi-
R
dade concentrada nas nervuras. Inflorescências unifloras, monoicas,
às vezes aos pares; pedúnculos muito longos. Flores masculinas às ve-
S
zes pareadas nos nós; pedúnculos do mesmo comprimento que o das
folhas; cálice com sépalas conatas na base, lacínias do mesmo compri-
T
mento que o das sépalas ou menores; corola com pétalas livres, 1,5 cm
de diâmetro, amarelas. Flores femininas longamente pedunculadas,
U
pedicelo com brácteas, ovário fusiforme e muricado. O fruto é um folí-
culo elipsoide, amarelo, de base e ápice atenuados, de 3-4 cm de com-
V
primento e 1,5-2,0 cm de diâmetro no meio; deiscentes na maturação,
deixando visível as sementes com polpa vermelha, um atrativo para os
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
202

pássaros. Sementes obovadas, comprimidas lateralmente, cerca de 1


cm de comprimento, 5-8 mm de largura e 2-3 mm de espessura.
As sementes germinam em qualquer época do ano, com maior
intensidade na primavera. Os ramos desta planta trepadeira crescem
sobre as forrageiras e outras invasoras, fixando-se por meio das gavi-
nhas e formando um verdadeiro emaranhado, debilitando as plantas
pelo sombreamento.
Espécie encontradiça na Região do Terceiro Planalto, em pasta-
gens de capim-jaraguá e grama-mato-grosso, em solos com alto nível
de fertilidade e com baixa lotação. Dentre as plantas forrageiras, as
braquiárias são as mais sensíveis ao sombreamento causado pelo me-
lão-de-são-caetano. Por não formar grandes populações, causa danos
de pequena importância, principalmente nos três Planaltos, em pas-
tagens de braquiárias e estrela-africana, pastejadas com média e alta
intensidade, em solos de fertilidade média a alta e em áreas em que o
manejo das invasoras é pouco frequente.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 202 27/06/2022 09:35:37


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
203

C yperaceae A
Cyperus odoratus L. B
SINÔNIMOS
Cyperus acicularis Schrad. ex Nees, Cyperus eggersii Boeckl., Cyperus engelmannii Steud.,
C
Cyperus ferax L.C. Rich, Cyperus ferruginescens Boeckl., Cyperus longispicatus Norton,
Cyperus macrocephalus Liebm., Cyperus odoratus var. acicularis (Schrad. ex Nees)
O’Neill, Cyperus speciosus Vahl
D
NOMES COMUNS
Tiriricão, tiririca, três-quinas, junquinho, junça, capim-de-cheiro
E
ORIGEM
Espécie nativa do continente americano.
F
L

P
lanta herbácea, perene, zoocórica. Sistema radicular fascicula-
do. Rizoma curto e grosso, do qual partem as folhas e a haste flo- M
ral. Entrenós curtíssimos. Folhas numerosas com bainha envol-
vente, formando um pseudocaule. Bainhas avermelhadas; lâminas de N
1,5 mm de largura e até 30 cm de comprimento, acanaladas pela linha
mediana, escabrosas nas margens e carena, lisas na porção basal, co-
loração verde intenso. Haste floral no centro do pseudocaule, trígona,
P
5-7 mm de espessura, acanalada, lisa, verde-brilhante, amarelada e en-
grossada na base. Até 16 folhas involucrais, semelhantes às basais, de
R
comprimentos diferentes, as externas mais compridas do que os raios
da inflorescência. Inflorescência formada por até 20 raios de compri- S
mento variados, os maiores de até 9 cm de comprimento, achatados,
verdes, uma ou mais espigas no ápice; espigas com pedicelo de 0,1-4,0 T
cm de comprimento; pequena bráctea foliar na base de cada pedicelo;
espigas cilíndricas, 4 cm de comprimento, 0,8 cm de diâmetro, forma- U
da por grande número de espiguetas aciculares, estendidas sobre o
eixo central, muito próximas umas das outras; espiguetas lineares, 5-7
mm de comprimento, glumas membranáceas, glabras, verdes, estrias
V
esbranquiçadas; 1-3 flores por espigueta. Fruto núcula trígona, oblon-
go-linear, 1,5-2,0 mm de comprimento e 0,5 mm de largura.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 203 27/06/2022 09:35:37


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
204

Planta encontradiça no estado, dispersa na região dos Planaltos e


dos Campos Nativos em pastagens nativas, de azevém, braquiárias, he-
mártrias, grama-mato-grosso, grama-missioneira e grama-sempre-verde,
indiferente às condições de manejo das pastagens e das plantas invaso-
ras, intensidade de lotação e fertilidade do solo. Forma aglomerações de
plantas onde o solo é mais compacto e úmido, desenvolve-se em mistura
com as plantas forrageiras, depreciando sua qualidade nutritiva. Causa
prejuízos de média importância principalmente na região dos Campos
Nativos, em pastagens de hemártrias, sem manejo rotineiro das plantas
invasoras. Trata-se de espécie em franca expansão e de difícil controle,
portanto medidas preventivas contra sua infestação são recomendadas.

Fimbristylis dichotoma (L.) Vahl

SINÔNIMOS
Fimbristylis diphylla (Retz.) Vahl, Fimbristylis laxa Vahl, Fimbristylis communis Kunth,
Scirpus diphyllus Retz.

NOMES COMUNS
Cricri, falso-alecrim-da-praia

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
205

E
spécie originária do Sudeste Asiático e dispersa por várias re-
giões da América. No Brasil, é mais frequente no Sul e Sudeste. A
Planta herbácea, perene, zoocórica. Raízes fasciculadas, pre-
tas, fibrosas, profundas. Rizomas curtíssimos, numerosos, renovam B
anualmente a parte aérea. Folhas numerosas; lâminas de 5-20 cm de
comprimento, 2-6 mm de largura, verde intenso ou azuladas, lisas,
brilhantes, nervuras imperceptíveis, planas ou levemente acanaladas,
C
ápice obtuso, curvadas ou torcidas; bainha membranácea, pardo aver-
melhada, menores nas folhas que partem do rizoma e mais longas nas
D
folhas que ficam junto da haste floral; lígulas ciliadas. Haste floral com
15-40 cm de comprimento, 2-3 mm de espessura, trigono-achatada,
E
surge em sequência a partir das gemas do lado de cima do rizoma e
próxima da porção apical. Na base da inflorescência ocorrem 2-5 fo- F
lhas involucrais de tamanho variado, de curtíssimas a quase do mes-
mo comprimento dos raios da inflorescência. Inflorescências simples L
ou compostas por raios de primeira e de segunda ordem, raramente
de terceira ordem; raios de comprimento muito variável, até 9 cm ou M
mais, dependendo da fertilidade do solo; até 5 espiguetas na extremi-
dade dos raios guarnecidas por um prófilo pardo-avermelhado. Espi- N
guetas sésseis ou pediceladas, multifloras, 3-9 mm de comprimento,
dispostas espiraladamente ao redor do eixo; glumas ovadas ou ovala-
das, 2,0-2,5 mm de comprimento, paleáceas. Flores com 1-3 estames;
P
estilete fimbriado, bífido. Fruto núcula ovalado-oblongo, lenticular-
-obovoide ou cordiforme, biconvexo, 1,0-1,2 mm de comprimento, 0,8-
R
1,0 mm de largura ou diâmetro; muitas vezes o estilete bífido perma-
nece ligado ao fruto, facilitando o processo de dispersão por zoocoria. S
As sementes do cricri germinam durante a primavera e o verão,
nos espaços deixados a descoberto pela degradação das pastagens. T
Desenvolve rizomas curtíssimos que se dividem continuamente, for-
mando pequenos tufos de folhas. Desenvolve-se entre as plantas da U
forrageira, de forma que antes de emitir a inflorescência as folhas do
cricri são consumidas pelo gado, junto com as da forrageira. No verão, V
emite a inflorescência, que não é palatável ao gado. Este a rejeita e
também a forrageira, resultando em prejuízo ao produtor, pelo menor
ganho de peso dos animais.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 205 27/06/2022 09:35:38


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
206

Planta encontradiça, dispersa nas regiões dos Campos Nativos


e dos Planaltos, independente da espécie de forrageira cultivada,
da intensidade de pastejo, da lotação de animais, do nível de fer-
tilidade do solo e dos sistemas de manejo das plantas invasoras.
Altamente competitiva na região dos Planaltos, em pastagens de
braquiárias, panicuns e grama-mato-grosso, indiferentemente da
intensidade de pastejo em solos com fertilidade média e baixa e
sem manejo das plantas invasoras.
Causa prejuízos de grande importância na região dos Planaltos,
no desenvolvimento e produtividade das braquiárias e grama-mato-
-grosso submetidas ao pastejo intenso, a altas lotações de animais,
em solos de fertilidade média e baixa e em áreas sem controle roti-
neiro das plantas invasoras.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 206 27/06/2022 09:35:41


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
207

A
B
C
D
E
F
L
M
Scleria gaertneri Raddi N
SINÔNIMOS
Scleria communis Kunth, Scleria pratensis Nees, Scleria ottonis Boeckl., Scleria pittieri Boeckl.,
P
Scleria pterota Presl. ex Clarke

NOMES COMUNS
R
Capim-navalha, capa-cachorro, navalha-de-mico, navalha-de-macaco

ORIGEM S
Espécie originária do continente americano, ocorre desde a América Central até o Sul
do Brasil, Paraguai e Argentina.
T
U
P
lanta perene, herbácea, zoocórica. Raízes fasciculadas, fibrosas.
Rizoma curto, rasteiro, prostrado, ramifica formando touceiras.
Folhas lineares de 30-50 cm de comprimento, 0,5-1,0 cm de lar-
V
gura, planas, glabras, plurinervadas, margem com espinhos antrorsos
rígidos; ápice triangular obtuso; bainha com alas pouco desenvolvidas
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 207 27/06/2022 09:35:41


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208

ou praticamente ausentes; lígula triangular sem apêndices, nervuras


conspícuas, margem setuloso-ciliada, 3-4 mm de comprimento. Haste
floral triangulada, estriada no ápice, 9-50 cm de comprimento, glabra,
emerge do centro da roseta de folhas basais; folhas com bainha; da
base para o ápice da haste floral, o limbo foliar diminui de tamanho,
até que no ápice não há folhas. Inflorescência em panícula terminal,
estreitas e rígidas; 2-3 inflorescências axilares, mais ou menos ramo-
sas, pedunculadas. Espiguetas solitárias ou geminadas; as masculinas
pediceladas, comprimidas lateralmente, com flores monandras e glu-
mas subdísticas, as inferiores rígidas, lanceoladas, acuminadas, com
carena lisa; as femininas, em maior número, curto-pediceladas, com
glumas ovais, acuminadas. Hipogínio trilobado, pardo, bordos intei-
ros, aderente ao fruto e à base membranosa, separam-se quando ma-
duro. Fruto aquênio branco, globoso, levemente deprimido nos pólos,
liso, brilhante, 2 mm de comprimento.
O capim-navalha prefere solos úmidos, de baixadas, próximos a
cursos d’água e levemente sombreados. Desenvolve-se com menos vi-
gor em locais bem drenados e expostos ao sol.
Causa danos no desenvolvimento e na produtividade das pasta-
gens, pela formação de densas reboleiras, e também graves ferimentos
nos animais e no homem, devido aos espinhos rígidos que se concen-
tram nas margens das folhas, daí a razão de seu nome comum.
Planta encontradiça nos Primeiro e Segundo Planaltos, altamen-
te competitiva nas pastagens de grama-missioneira e grama-sempre-
-verde, sob alta lotação de animais. Causa danos de média importância
nos ambientes onde ocorre. Espécie facilmente erradicada por práti-
cas mecânicas.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 208 27/06/2022 09:35:41


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
209

D ennstaedtiaceae A
Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon B
SINÔNIMOS
Pteris aquilina L., Pteridium aquilinum (L.) Kuhn
C
NOMES COMUNS
Samambaia, avencão, feio, feito, feto, feto-águia, pluma-grande, samambaia-açu,
D
samambaia-comum, samambaia-da-roça, samambaia-das-taperas, samambaia-do-
-campo, samambaia-dura, samambaia-verdadeira, samambaião, sambambaia E
ORIGEM
Ocorrem em todo o mundo, sendo impossível determinar sua região de origem.
F
.

L
P
lanta remanescente da vegetação nativa, primitiva, pteridófita,
perene, esporos dispersos pelo vento. Caule subterrâneo rizo-
matoso com vasos verdadeiros, ramificado, recoberto de in- M
tensa pilosidade marrom, desenvolve raízes filamentosas; de espaço
em espaço, emite sequencialmente frondes ou folhas que emergem N
do solo e alcançam até vários metros de altura, conforme as condi-
ções ambientais; no início, desenvolve um longo e forte pecíolo com P
a ponta enrolada, que aos poucos se desdobra em segmentos, em
forma de uma folha composta com ramos laterais alternos ou sub- R
-opostos. O comprimento do pecíolo varia conforme a intensidade
da luz; internamente possui vários feixes vasculares; lâmina áspera, S
coriácea, pinatissecta, pinatifida; pinas diminutas com nectários na
base; segmentos numerosos, ovados ou lineares, com bordos encur-
vados; soros marginais contínuos. Esporos marrons, ásperos, tetra-
T
édricos, globosos.
A samambaia não é verdadeiramente uma planta invasora de
U
áreas cultivadas. Já se encontrava presente nas áreas nativas quando
a vegetação foi retirada para formação das pastagens. Existem várias
V
crendices no meio agronômico a seu respeito, uma delas diz respei-
to à sua preferência por solos ácidos e pobres. Na realidade ela se
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 209 27/06/2022 09:35:41


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
210

desenvolve melhor em solos férteis e com pH próximo do neutro,


ambientes que raramente infesta, pois perde a competição para as
demais espécies. Nos solos pobres e ácidos, a samambaia também
se desenvolve muito bem, o que não ocorre com a maioria das ou-
tras espécies. Não encontrando concorrentes, torna-se dominante.
Ao contrário do que se acredita, a samambaia é favorecida pela cala-
gem. O que a erradica são as operações de aração e gradagem para
incorporação do calcário. Nessas operações, os rizomas são frag-
mentados e expostos ao sol. Por não possuírem estruturas adapta-
das à retenção d água, os rizomas rapidamente se desidratam. Em
áreas cultivadas sob o sistema convencional, mesmo sem calagem,
ela desaparece em pouco tempo. Conhecendo este comportamento,
muitos pequenos produtores eliminam a samambaia de suas terras
por meio de roçada frequente, eliminando os brotos, antes que com-
pletem o desenvolvimento, levando as plantas à morte por esgota-
mento das reservas.
Planta encontradiça, dispersa na região dos Planaltos e dos Cam-
pos Nativos, independente das espécies forrageiras cultivadas, da
intensidade de pastejo e de lotação, do nível de fertilidade do solo e
do sistema de manejo das plantas daninhas utilizado. Espécie com o
segundo maior potencial de competição observado, é altamente com-
petitiva em todas as regiões onde ocorre. A quarta espécie pelos pre-
juízos causados na formação e produtividade das pastagens, em todas
as situações e locais onde ocorre. Causa danos menores em áreas onde
as plantas daninhas são manejadas com herbicidas e nas pastagens
formadas por capim-jaraguá.
Por ser tóxica, é responsável por importantes perdas, seja por
morte ou redução de peso dos animais que aprendem a consumi-la.
Várias substâncias tóxicas que ocorrem na samambaia são de ação he-
morrágica, cancerígena e mutagênica e estão presentes no leite e na
carne dos animais viciados no seu consumo. Sua erradicação das pas-
tagens é de interesse da saúde pública.
Outras espécies de samambaias estão presentes na região dos
Planaltos e dos Campos Nativos, em todos os locais e situações onde

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 210 27/06/2022 09:35:41


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
211

ocorrem as pastagens. Por serem de pequeno porte e ocorrerem de


forma isolada, sem formar aglomerados, o potencial de competição é A
pequeno. Em alguns locais, causa danos de média importância. Não
há estudos sobre a toxicologia desse grande número de espécies de B
samambaia, mas existem indícios de que também contenham subs-
tâncias tóxicas, portanto o seu controle nas pastagens é recomendado. C
D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

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212

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 212 27/06/2022 09:35:44


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
213

E u phorb iaceae A
Acalypha gracilis Spreng. B
SINÔNIMOS
Acalypha divaricata Baillon, Acalypha gracilis Spreng. var. genuina Muell. Arg., Acalypha
C
gracilis Spreng. var. pubescens Muell. Arg.

NOME COMUM
D
Tapa-buraco

ORIGEM E
Espécie originária do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.
F

P L
lanta perene, arbustiva, zoocórica. Sistema radicular ramifi-
cado, sem predominância de uma raiz pivotante. Caule úni-
co, depois de cortado surgem vários ramos, formando uma
touceira. Ramifica do meio para cima, rugoso, marrom, levemente
M
estriado, atinge 3 m de altura. Ramos novos herbáceos, verdes, pu-
bescentes, às vezes glandulosos. Folhas pecioladas, delgadas, 1-7
N
cm de comprimento; limbo lanceolado ou acuminado, 3-5 nervuras
saindo da base, 5-15 cm de comprimento, membranáceas, pubes-
P
centes, inteiras ou com poucos dentes. Inflorescências em longos
racemos, delgados, bissexuais ou unissexuais; inflorescências ou R
partes masculinas laxas secam rapidamente após a antese; brác-
teas femininas unifloras, partidas profundamente em vezes 9-13; S
estiletes lacerados; ovário pubescente-glanduloso. Fruto cápsula
trilocular deiscente, com sementes foveadas. T
Planta nativa, que prefere solos não compactados de encostas e
baixadas, onde é mais úmido. Tolera sombra e desenvolve-se muito U
bem a pleno sol.
Encontradiça no Primeiro e Segundo Planalto, em pastagens de
grama-mato-grosso, forrageira sobre a qual exerce, de forma localiza-
V
da, competição altamente eficiente. Causa prejuízos de pequena im-
portância para o estado, pois raramente forma grandes aglomerações.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 213 27/06/2022 09:35:44


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
214

Observada nos dois Planaltos, em pastagens de grama-mato-grosso e


braquiárias pastejadas intensamente pelo excesso de animais, em so-
los de fertilidade média e baixa, com manejo de plantas daninhas sem
uso de herbicidas.

Cnidoscolus urens (L.) Arthur

SINÔNIMOS
Jatropha urens L., Jatropha adenphila Pax. & Hoffm., Cnidosculus adenophilus (Pax. &
Hoffm.) Pax. & Hoffm.

NOMES COMUNS
Cansanção, cansanção-de-leite, arre-diabo, pinha-queimadeira, urtiga-brava

ORIGEM
Espécie originária das regiões tropicais do continente americano. No Brasil é nativa
dos cerrados e caatingas.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
215

P
lanta perene, subarbustiva, zoocórica. Sistema radicular pi-
votante, com muitas ramificações laterais. Caule cilíndrico, A
com ramificações em ângulos bem abertos, ramos novos de
coloração verde-clara e com máculas alongadas e esbranquiçadas. B
Ramos, folhas, pecíolos, inflorescências e frutos possuem pêlos e
espinhos. Esses pêlos ou tricomas contém substâncias urticantes, C
entre elas a histamina, que em contato com a pele produz intenso
ardor e que, em pessoas mais sensíveis, causa dermatites. Toda
D
a planta exsuda um látex que contém substâncias tóxicas. Folhas
alternas, simples, com pecíolo geralmente tão longo quanto à lar-
E
gura do limbo. Limbo arredondado, membranáceo com 3-5 lobos,
margem irregularmente denteada; superfície verde, lisa, glabra,
F
com espinhos esparsos e tricomas urticantes. Inflorescências ter-
minais e laterais em cimeiras, flores sésseis e unissexuadas. As
L
masculinas com 5 tépalas soldadas pela base, formando um tubo M
de aproximadamente 1 cm de comprimento, a parte livre das tépa-
las é branca e tem cerca de 5 mm de comprimento; até 9 estames N
irregulares. As flores femininas com 5 tépalas livres, brancas, 3-5
mm de comprimento; ovário súpero, trilocular e estigma partido. P
Fruto esquizocarpo cocoide, subgloboso, cerca de 8 mm de com-
primento por 6 mm de diâmetro, tricarpelar, com uma semente R
por coca; de deiscência explosiva, arremessa as sementes a vários
metros de distância. O pericarpo possui longos pêlos e tricomas, S
maiores no ápice. Sementes alongadas, com uma face convexa e
duas planas, até 7 mm de comprimento e coloração pardacenta. T
Planta de introdução recente no estado. Além da competi-
ção direta com as forrageiras, seus pêlos urticantes molestam U
os animais e o homem. Observada em algumas propriedades do
Norte Pioneiro, seus prejuízos ainda são insignificantes. Entre- V
tanto, caso não seja erradicada, sua expansão certamente trará
muitos problemas.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 215 27/06/2022 09:35:45


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216

Croton allemii G.L. Webster

SINÔNIMO
Julocroton ramboi L.B. Smith & R.J. Downs

NOME COMUM
Velame-do-rambo

ORIGEM
Espécie originária dos estados do Sul do Brasil.

P
lanta arbustiva, perene, zoocórica, atinge até 3 m de altura.
Sistema radicular ramificado, predominantemente pivotante,
vigoroso e fibroso. Todas as partes novas da planta são reves-
tidas de indumento estrelado, ferrugíneo. Ramos novos levemente
triangulados, delgados. Folhas com estípulas lanceoladas, laceradas,
7-9 mm de comprimento, decíduas; pecíolo de 1-5 cm de compri-
mento; limbo largo-ovado, base cordada, ápice agudo, margem dis-
persamente denteada, lado superior menos pubescente e mais verde
que o inferior. Inflorescências em racemos fortes, densos, 3-5 cm de
comprimento; flores quase sésseis; flores femininas na parte inferior,
com brácteas pinatifidas, variáveis em tamanho, 5 sépalas, 3 anterio-
res pinatifidas, sendo a central oblonga, 6-7 mm de comprimento,
as duas posteriores reduzidas a pequenos filamentos; sépalas mas-

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
217

culinas de 3 mm de comprimento. Fruto cápsula trilocular, 4 mm de


comprimento, sementes oblongas, ásperas. A
Planta encontradiça no terço inferior da Bacia do Rio Tibagi, em
pastagens e margens de rodovias. As sementes, possivelmente tenham B
sido trazidas da cabeceira do rio, onde a espécie é nativa, e se insta-
lado nas várzeas, durante as enchentes. Muito agressiva, tem alto po- C
tencial de competição sobre as espécies forrageiras. Espécie de difícil
controle, brota rapidamente quando roçada; o controle por meio de D
herbicidas é dificultado pela densa pilosidade nas folhas e ramos no-
vos. As sementes possuem dormência. E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

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218

Croton calonervosus G.L. Webster

SINÔNIMOS
Cieca nervosa Kuntze, Julocroton nervosus Baillon

NOME COMUM
Velame-nervoso

ORIGEM
Espécie originária do Sul e Sudeste do Brasil.

P
lanta arbustiva, perene, zoocórica, atinge 2 m de altura. Siste-
ma radicular pivotante, profundo, fibroso, resistente, ramifi-
cado. Partes novas da planta totalmente revestidas de trico-
mas compridos, patentes, cinzentos, avermelhados ou pardacentos
nas extremidades. Caule marrom esbranquiçado, com muitas rami-
ficações simples ou triplas; quando tripla, possui um ramo pouco
acima da ramificação simples, sempre em distância padronizada;
ramos sempre em ângulos bem abertos. Ramos novos triangulados,
com maior quantidade de tricomas nos ângulos. Folhas com estí-
pulas linear-lanceoladas, decíduas, cerca de 7 mm de comprimen-
to. Pecíolo 2-5 mm de comprimento, cilíndrico. Limbo largo-ovado,
base cordada; nas folhas mais próximas das inflorescências, podem
ser mais estreitos que os da parte inferior da planta e de base agu-
da; 7-12 cm de comprimento, densamente tomentosos em ambas
as faces, margem miudamente crenadas; 5 nervuras evidentes par-
tem da base do limbo. Inflorescência em racemos densos de 2-4 cm
de comprimento; flores subsésseis; as femininas na metade infe-
rior, brácteas obovadas e pinatifidas; sépalas masculinas de 2 mm
de comprimento; sépalas das femininas de tamanhos diferentes, 3
sépalas de até 4 mm de comprimento e 2 bem reduzidas. Fruto cáp-
sula deiscente, trilocular. Sementes ásperas.
Espécie recentemente introduzida no Norte do estado, na re-
gião do Baixo Rio Tibagi. Adaptou-se muito bem e apresenta altos
índices de infestações de pastagens. Produz grandes quantidades

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 218 27/06/2022 09:35:49


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
219

de sementes, praticamente durante todo o ano, dispersas natural-


mente e pelos animais. Devido ao alto potencial de competição, à A
alta agressividade sobre as plantas forrageiras e às dificuldades do
controle mecânico e químico, torna-se necessário estabelecer um B
programa de alerta e de erradicação para conter sua invasão.
C
Croton glandulosus L.
D
NOMES COMUNS
Canela-de-perdiz, gervão, gervão-branco, velame, malva-vermelha
E
ORIGEM
Espécie nativa das regiões tropicais da América e do Norte e Nordeste do Brasil. Como F
planta invasora, populações dessa espécie estão se expandindo em direção ao Sul.
L

P M
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal fibrosa e pivo-
tante, raízes laterais bem desenvolvidas e longas. Caule cilíndri-
co, lenhoso na parte basal; ramificações verticiladas; coloração
verde acinzentado a avermelhado, coberto de pêlos finos, estrelados e
N
prateados. Folhas simples, curto-pecioladas; na parte inferior do caule,
alternas; na intermediária oposta e na superior, verticiladas; ovadas a
P
oblongas, 2-5 cm de comprimento ápice agudo; coloração verde, mais
pálido no lado superior; pubescentes, pêlos mais concentrados junto
R
das nervuras; margens crenuladas a serrilhadas; duas estípulas alon-
gadas. Plantas monoicas; inflorescências na parte terminal dos ramos
S
e nos vértices das ramificações. Flores masculinas e femininas no mes-
mo eixo; as masculinas na parte superior e as femininas em número de
T
1-4 na parte inferior. O cálice das masculinas é formado por 5 sépalas
de 2 mm de comprimento, verdes e pubérulas na parte externa; corola
U
com 5 pétalas pouco maiores do que as sépalas, brancacentas, de base
pubescente e ápice ciliado. As femininas são sésseis, com 5 sépalas
V
lanceoladas e brancacentas; corola ausente e ovário subgloboso. Fruto
esquizocarpo com 3 cocas, ovoide a oblongo, carenado no dorso das
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 219 27/06/2022 09:35:50


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
220

cocas; deiscência explosiva na maturação. Sementes elipsoide-cunei-


formes, com ápice mucronado e base arredondada.
As sementes germinam no final do inverno e início da prima-
vera, mas é possível encontrar poucas plantas jovens em qualquer
época do ano.
Planta encontradiça, dispersa nas regiões do Arenito e do Primei-
ro e Segundo Planalto, em pastagens formadas por panicuns, braquiá-
rias, grama-mato-grosso, estrela-africana e capim-jaraguá, indiferente
à intensidade de pastejo e à fertilidade do solo, em áreas não subme-
tidas ao manejo químico das plantas invasoras. A elevada produção
de sementes resulta em densas populações, o que a torna muito com-
petitiva, especialmente na região do Arenito, em pastagens de pani-
cuns, em solos de alta fertilidade e com alta lotação de animais. Causa
prejuízos de grande importância no desenvolvimento das pastagens,
especialmente na região do Arenito, nas pastagens formadas por pani-
cuns; em áreas de alta fertilidade do solo, submetidas à alta lotação de
animais e sem manejo periódico das plantas invasoras.
Por ser herbácea não palatável, não há relatos de intoxicação animal.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 220 27/06/2022 09:35:51


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
221

A
B
C
D
E
F
L
M
Croton urucurana Baillon N
NOMES COMUNS P
Urucurana, licurana, tapixingui

ORIGEM
Espécie originária da Bolívia, Paraguai, Argentina e Centro-Sul do Brasil.
R
S

P T
lanta polimorfa, comporta-se como herbácea, chega a florescer
e produzir sementes já no primeiro ano. Em pastagens, atin-
ge cerca de 1 m de altura, ao passo que na natureza apresenta
porte de árvores de até 9 m de altura. Planta de crescimento vigoroso U
na fase inicial; caule de 1 cm de diâmetro, raramente ramifica; caule,
ramos, pecíolos, parte inferior da folha e inflorescência cobertos de V
pêlos estrelados, deprimidos e brancos. Estípula alongada, de mais de
1 cm. Pecíolos tão longos quanto as folhas ou maiores. Folhas alternas, Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 221 27/06/2022 09:35:51


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222

ovadas, acuminadas, cerca de 20 cm de comprimento, cordadas na


base, com 2-6 glândulas sésseis próximas da inserção do pecíolo,
palminérveas, subglabras no lado superior e margem sub-inteira.
Inflorescências em racemos compridos, com flores de ambos os se-
xos; brácteas lanceoladas pequenas; pedicelos de 2,0-2,5 mm de
comprimento; flor masculina com 5 sépalas ovadas de cerca de 2
mm de comprimento; cinco pétalas estreito-obovadas, pilosas na
base e com glândulas pubescentes; flores femininas com sépalas
de até 2,5 mm de comprimento, ovário branco e tomentoso; esti-
letes bipartidos. Frut cápsula com cerca de 5 mm de diâmetro e
sementes verrugosas.
Por se tratar de uma espécie que normalmente se desenvolve
em forma de arbusto e arvoreta, é possível que a população invaso-
ra de áreas de pastagens tenha evoluído a partir de uma população
muito precoce, com plantas de forma subarbustiva, quase herbá-
cea, com grande potencial invasor.
Espécie esporádica, encontradiça nos três Planaltos, em pas-
tagens de grama-mato-grosso, formadas em áreas de solos de alta
fertilidade, em locais onde os herbicidas não são utilizados nas
práticas de manejo das plantas invasoras. A urucurana é planta al-
tamente competitiva com as forrageiras, principalmente na região
do Terceiro Planalto, em pastagens formadas de grama-mato-gros-
so e por panicuns, em solos com boa fertilidade e onde as práticas
de manejo não são frequentes.
Causa danos de grande monta na Região do Terceiro Planal-
to, em pastagens originalmente formadas com variedades de pa-
nicuns, em áreas montanhosas e com bom nível de fertilidade no
solo e sem a aplicação rotineira de práticas de manejo das invasoras.
Por ser uma espécie de alto potencial de infestação e de compe-
tição, está em expansão para além da área de ocorrência. Se não fo-
rem tomadas medidas concretas para seu controle, em poucos anos
será um problema para a pecuária nas regiões centrais do estado.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 222 27/06/2022 09:35:51


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
223

A
B
C
D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 223 27/06/2022 09:35:53


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224

Microstachys corniculata (Vahl) A.Juss. ex Griseb.

SINÔNIMOS
Tragia corniculata Vahl, Sebastiania corniculata (Vahl) Pax., Microstachys polymorpha
Muell. Arg., Sebastiania corniculata (Vahl) Muell. Arg.

NOMES COMUNS
Guanxuma-de-chifre, falsa-guanxuma, salgueirinho-da-praia

ORIGEM
Espécie originária da América Tropical, das Antilhas até a Argentina, especialmente no
Litoral Leste.

P
lanta herbácea, anual ou bienal, zoocórica. Caule ereto, mui-
to ramificado no terço superior, glabrescente, 1,00-1,50 m
de altura, lenhoso na base. Folha com pecíolo delgado, 1-2
cm de comprimento. Lamina foliar ovado-lanceolada, membraná-
cea, cordada na base, 1-4 cm de comprimento, margem serrilhada;

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 224 27/06/2022 09:35:53


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
225

dentes brancos, encurvados. Estípulas pequenas, triangulares. In-


florescência em racemos delgados, terminais ou axilares, em po- A
sição oposta a inserção do pecíolo; flores em disposição dística;
brácteas masculinas trilobadas, 3-5 flores; flores femininas poucas B
ou únicas, na base do racemo. Ovário subgloboso, tuberculoso, tri-
locular, com 6 cornos na parte distal. Fruto cápsula arredondada, C
achatada nos pólos, deiscente. Sementes dormentes.
Nativa do Litoral sul brasileiro, introduzida no interior do D
continente, mudou de hábito, tornando-se invasora. Observada
em pastagens de propriedades da região Norte do estado, formam E
grandes aglomerados homogêneos, tão densos que matam as plan-
tas forrageiras por competição. As sementes germinam em grande F
número por ocasião da reforma, exigindo controle para conseguir
boa formação da pastagem. L
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Ricinus communis L.

NOMES COMUNS
Mamona, mamoneira, carrapateira, palma-de-cristo, rícino

ORIGEM
Existem controvérsias sobre sua origem. Na antiguidade era cultivada na África e na
Ásia. Como ainda não foi encontrado nenhum ascendente selvagem, a dúvida persis-
te. É cultivada para produção de óleo vegetal, utilizado na indústria como lubrificante
e em produtos farmacêuticos.

R
aiz principal pivotante. Raízes secundárias muito desenvolvi-
das e profundas. Caule cilíndrico, engrossado, nós salientes,
oco quando novo e lignificado quando adulto; ramificado em
toda a extensão; glabro, liso, estriado, superfície cerosa, verde ou vio-
láceo. Folhas simples, alternas, pecíolo carnoso; limbo palmado, com
até 40 cm de diâmetro, com 5-9 lobos grandes de ápice agudo e de
margens serreadas; superfície lisa e glabra, de coloração variada
conforme a variedade. Inflorescência em cacho terminal ou nas
axilas das folhas superiores, atinge até 1 m de comprimento. Na
parte inferior encontram-se somente flores masculinas e na supe-
rior, as femininas. As masculinas reunidas em glomérulos de 3-5
flores, pediceladas, protegidas por 3 brácteas esverdeadas, glabras;
cálice com 5 sépalas de 12 mm de comprimento e corola ausente.
As femininas, reunidas em grupos de 3-4, pediceladas e com duas
brácteas esverdeadas, membranosas; cálice com 5 sépalas lanceo-
ladas de até 8 mm de comprimento, glabras e esverdeadas. Ovário
súpero, trilocular, com um óvulo por lóculo. Fruto esquizocarpo,
quase globoso, de superfície glabra e espinescente, com até 2 cm
de diâmetro. Os frutos possuem deiscência explosiva, liberando os
frutos e arremessando-os a vários metros de distância. Sementes
lisas e ovoides, de menos de 2 cm de comprimento.
As sementes germinam nas épocas mais quentes do ano. Muitas
possuem dormência natural e outras são induzidas à dormência quan-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 226 27/06/2022 09:35:54


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
227

do enterradas, durante o preparo do solo, o que leva pastagens, onde


aparentemente não existiam mamoneiras, a possuírem a espécie após A
o revolvimento do solo para renovação das pastagens.
Espécie encontradiça, dispersa nas regiões do Arenito e do Ter- B
ceiro Planalto, em pastagens de braquiárias, estrela-africana, hemár-
trias, capim-jaraguá e azevém, independente da intensidade de lota- C
ção dos pastos, em áreas com solo de fertilidade natural média e alta
e em áreas não submetidas ao manejo das invasoras com herbicidas. D
Os prejuízos causados pela espécie na produtividade das pastagens
são de média intensidade no estado e ocorrem principalmente nas re- E
giões do Terceiro Planalto, em áreas com alta intensidade de lotação
de animais, em solos de fertilidade média e em áreas não submetidas F
frequentemente ao manejo de plantas invasoras.
As sementes possuem ricina, uma substância tóxica que causa L
perturbações intestinais em diversas espécies de animas, inclusive no
homem. As folhas possuem ricinina, um alcaloide que causa perturba- M
ções nervosas em herbívoros que as consomem na falta de forragem.
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Sebastiania klotzschiana (Müll. Arg.) Müll. Arg.

SINÔNIMOS
Sebastiania klotzschiana Muell. Arg., Adenogyne discolor Kl., Adenogyne marginata Kl.,
Gymnanthes discolor Baillon, Stillingia commersoniana Baillon

NOMES COMUNS
Branquilho, branquinho, branquio

ORIGEM
Espécie originária do Uruguai, Argentina, Paraguai e Brasil, nos estados de Minas Ge-
rais e Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul.

P
lanta arbustiva ou arbórea, 2-15 m de altura, zoocórica. Sis-
tema radicular pivotante, ramificado. Plantas originadas de
sementes e brotações do toco. Caule extremamente ramifi-
cado; casca fendida, escura; ramos glabros, às vezes pubescentes
nas partes mais novas; muitos raminhos transformam-se em lon-
gos espinhos. Estípulas lineares, caem precocemente. Pecíolo del-
gado, glabro, 2-9 mm de comprimento. Limbo elíptico-lanceolado
ou oblanceolado, base e ápice obtusos, 1-6 cm de comprimento,
coriáceo, liso, brilhante, verde-intenso, disperso-serrilhado, algu-
mas glândulas na base, papilas na face inferior. Inflorescências em
racemos ou espigas terminais e pequenos ramos, 3-7 cm de com-
primento, eixo delgado; brácteas masculinas trifloras, 3 sépalas
desiguais, ovadas, agudas; sépalas femininas suborbiculares. Fruto
cápsula trilocular, subglobosa, 5 mm de comprimento, deiscente.
O branquilho tem preferência por áreas de baixadas e próximas
a cursos d’água, mas também são encontradas em locais bem drena-
dos. Formam uma copa bastante densa, de até 1,5 m de diâmetro, pelo
emaranhado de ramos, folhas e espinhos, no formato de um cone, im-
penetrável para a luz e para animais.
Espécie encontradiça, dispersa nas regiões dos Planaltos e do
Arenito, em pastagens nativas e formadas por braquiárias, hemártrias,
azevém, grama-mato-grosso, grama-missioneira e grama-sempre-ver-

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
229

de, em solos de fertilidade média e alta, sem manejo rotineiro das plan-
tas daninhas. O potencial de competição é maior nas pastagens forma- A
das por grama-mato-grosso. Causa prejuízos de média importância.
B
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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Fabaceae A
Fabaceae – Caesalpinioideae B
Biancaea decapetala (Roth) O.Deg.
C
SINÔNIMOS
Biancaea sepiaria Tod., Biancaea scandens Tod., Caesalpinia japonica Siebold & Zucc., D
Reichardia decapetala Roth., Caesalpinia sepiaria Roxb.

NOMES COMUNS E
Espinho-de-cerca, maricá-de-espinho, nhapindá, agarra-comadre, espinho-de-maricá

ORIGEM F
Espécie originária da Índia, introduzida no Paraná como planta ornamental e para for-
mação de cercas vivas intransponíveis. Saiu de controle, infestando pastagens e per-
manecendo na forma de renques em antigas propriedades que foram anexadas às L
propriedades maiores.

P N
lanta perene, arbustiva, escandente, zoocórica. Sistema radicu-
lar pivotante, profundo; raízes adventícias emitidas pelos ramos
decumbentes, nos locais em que entram em contato com o solo.
Caule lenhoso de desenvolvimento inicial ereto, até 2-3 cm de diâme-
P
tro; quando maiores curvam, tombam em contato com o solo, emitem
grande número de brotações, formando um emaranhado de ramos R
longos e folhosos. Ramos, pecíolos e raques com grande quantidade de
acúleos aguçados, formam uma barreira intransponível, cobrindo to- S
talmente o solo. Esse renque atinge 1,5-2,0 m de altura e 3-4 m de di-
âmetro. Folhas compostas, com pecíolo, raque primária e secundária, T
ostentando espinhos agudos; paripenadas, até 10 pares de pinas com
10-15 pares de folíolos. Folíolos com cerca de 10 mm de comprimento, U
levemente assimétricos na base e pubescentes na face dorsal. Inflo-
rescência terminal ou axilar na parte superior dos ramos, em racemos
multifloros. Flores cor amarelo-limão; de antese sequencial, da base
V
para o ápice, de maneira que, quando na parte inferior há frutos em
desenvolvimento, na superior há ainda botões florais. O fruto é um le-
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
232

gume achatado, apiculado de 10-12 cm de comprimento por 2-3 cm de


largura. Semente ovoide, lisa, brilhante, com 5-8 mm de comprimento.
Relativamente rara no estado, mas muito competitiva, está pre-
sente nas regiões do Arenito e dos três Planaltos, dispersa em pas-
tagens formadas por braquiárias e grama-mato-grosso, independen-
te da fertilidade do solo e da intensidade de lotação de animais, nas
propriedades onde as práticas de manejo não são rotineiras. Nessas
condições, o aumento das áreas infestadas é muito lento, sendo de pe-
quena importância no estado.

Pterogyne nitens Tull.

NOMES COMUNS
Amendoim, amendoim-bravo, pau-amendoim, bálsamo

ORIGEM
Espécie nativa do Brasil, ocorre do Nordeste até o estado de Santa Catarina.

E
spécie perene, arbórea, remanescente ou arbustiva, quando
originadas das brotações do toco ou raízes superficiais. Siste-
ma radicular pivotante; algumas raízes secundárias, localizadas
superficialmente, são induzidas a emitir brotações quando a árvore é

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 232 27/06/2022 09:35:59


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
233

cortada. Ramos novos lisos, lenticelados, avermelhados. Tronco com


casca descamante, deixando áreas de coloração clara entremeadas de A
áreas mais escuras. Folhas alternas, pecioladas, quase sempre impa-
ripenadas, 10-30 cm de comprimento, compostas de 8-11 folíolos al- B
ternos ou opostos, sésseis, glabros, subcoriáceos, ovalados a oblongos,
4-7 cm de comprimento, 2-3 cm de largura; nervura central saliente C
no lado dorsal, secundárias apenas visíveis. Inflorescência nas axilas
das folhas, na parte terminal dos ramos; panículas divididas, próximas D
da base, em 4-5 ramos de 5-6 cm de comprimento. Flores amarelas,
menores que 1 cm de diâmetro, tipicamente cesalpináceas. Fruto sâ-
mara. Semente oblonga, amarelada, lisa, 1,0-1,5 cm de comprimento,
E
0,7-1,0 cm de largura, 3-4 mm de espessura.
O amendoim é facilmente identificado nas pastagens por produ-
F
zir caules longos, com poucas ou sem ramificações, com folhas somen-
te na extremidade superior.
L
Espécie encontradiça na região do Arenito, dispersa nas pasta-
gens de grama-mato-grosso, braquiárias e panicuns, ocorre indife-
M
rentemente do manejo das pastagens, da fertilidade do solo, lotação
de animais e do sistema de manejo das plantas daninhas. Apresenta N
baixo potencial de competição, porque as plantas possuem pequena
área foliar. Causa danos de pequena importância na região do Arenito. P
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Senna hirsuta (L.) Irwin & Barneby

SINÔNIMOS
Cassia hirsuta L., Cassia tomentosa Wallich ex Arn., Ditremexa hirsuta (L.) Britt. & Rose ex
Britt. & Wilson

NOMES COMUNS
Fedegoso-peludo, feijão-bravo-amarelo, paramarioba

ORIGEM
Espécie nativa das regiões tropicais da América, ocorre em praticamente todos os es-
tados do Brasil.

P
lanta anual, herbácea, zoocórica. Sistema radicular muito vi-
goroso, com raiz principal pivotante e laterais ramificadas.
Caule ereto, ramificado, alvo-pubescente, cilíndrico, atinge
até 1,5 m de altura. Folhas alternas estipuladas, longo-pecioladas;
3-6 pares de folíolos ovado-lanceolados, alvo-pubescentes, acumi-
nados ou agudos, último par maior que os anteriores, com 6-7 cm
de comprimento; presença de glândula cilíndrica próxima da base
do pecíolo. Inflorescência terminal e axilar em racemo curto, pau-
ciflora, pilosa. Flores amarelas, desenvolvem-se sequencialmente
da base para o ápice, cálice hirsuto e corola de 5 pétalas amarelas,
glabras. Fruto legume linear, comprimido lateralmente, multisse-
minado, hirsuto-pubescente, 15-22 cm de comprimento. Sementes
escuras, lisas, achatadas, ovoides, de 2-3 mm de comprimento.
Apresenta comportamento vegetativo e reprodutivo seme-
lhante ao da Senna occidentalis. Suas sementes possuem longo pe-
ríodo de dormência.
Esporádica no estado, encontradiça em pastagens de capim-jara-
guá e grama-mato-grosso, em solos de fertilidade alta. Até o momento,
causa danos de pequena importância na região do Terceiro Planalto,
em pastagens sob alta intensidade de pastejo, em solos com fertilida-
de média e em áreas não submetidas ao manejo das invasoras nos dois
últimos anos. A espécie tem sido utilizada em preparados fitoterápicos.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 234 27/06/2022 09:36:00


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Senna hirsuta var. leptocarpa (Benth.) H.S. Irwin & Barneby L
SINÔNIMOS
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Cassia leptocarpa var. hirsuta Benth., Ditremexa leptocarpa (Benth.) Britt. & Rose., Cassia
leptocarpa Benth. N
NOMES COMUNS
Fedegoso-de-fruto-comprido, fedegoso, mata-pasto, taperibá P
ORIGEM
Espécie originária da América tropical e dispersa por todo o Brasil. Foi introduzida no
Paraná no final do século XX.
R
S

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Muito semelhante ao fedego-
so-preto (Senna occidentalis), caracteriza-se por ser arbustiva, T
atinge 2 m de altura; caule ereto, pouco ramificado; caules no-
vos sulcados e levemente comprimidos lateralmente; caules, ramos, U
pecíolos, glândulas, raques, margens foliares e frutos de cor vermelho-
-arroxeada intensa; folhas compostas com até 10 pares de folíolos; pe-
cíolo longo, de até 10 cm, que se estende até o primeiro par de folíolos;
V
glândulas nectaríferas subglobosas, junto ao pulvínulo, na base do pe-
cíolo. Inflorescência curto-racemosa na parte terminal do caule e dos
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 235 27/06/2022 09:36:02


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ramos; flores amarelas, vistosas; fruto do tipo legume subcilíndrico,


longo, de 20-30 cm de comprimento por 0,3-0,4 cm de espessura.
Planta esporádica, encontradiça, dispersa em pastagens for-
madas por capim-jaraguá. Causa danos de pequena importância,
na região do Terceiro Planalto, em pastagens de estrela-africana e
panicuns, em solos com fertilidade média e alta, em qualquer in-
tensidade de pastejo e em áreas onde as operações de manejo das
invasoras não são repetidas anualmente.

Senna obtusifolia (L.) Irwin & Barneby

SINÔNIMOS
Cassia obtusifolia L., Cassia tora var. humilis (Colladon) Colladon, Cassia tora var.
obtusifolia (L.) Haines, Senna toroides Roxb.

NOMES COMUNS
Fedegoso-branco, fedegoso-liso, mata-pasto-liso, mata-pasto

ORIGEM
Não há certeza sobre seu local de origem, pois está dispersa por todas as regiões tro-
picais e subtropicais do mundo, entretanto, há evidências de que seja das regiões tro-
picais da América.

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Sistema radicular muito vigo-
roso, com raiz principal pivotante. Caule ereto, cilíndrico, gla-
bro, estriado nas partes novas, muito ramificado, dando aspecto

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 236 27/06/2022 09:36:03


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
237

arredondado à planta quando esta se desenvolve sem concorrência.


Quando em populações densas, o caule praticamente não ramifica e A
raramente ultrapassa 1 m de altura. Folhas pecioladas, guarnecidas
por estípulas lineares, compostas por 2-3 pares de folíolos com peci- B
ólulos com pulvínulo; folíolos obovados, assimétricos, glabros, lisos,
verdes, com margens inteiras, ápice arredondado, mucronado; par de C
folíolos terminal sempre maior do que os anteriores; sempre se ob-
serva uma glândula amarronzada entre o primeiro par de folíolos. In- D
florescências nas axilas das folhas superiores. As flores abrem-se de
forma escalonada, de maneira que a planta possui botões, flores e fru- E
tos jovens e maduros, todos ao mesmo tempo. Flores com pedicelo de
1,5-3,0 cm de comprimento; cálice com 5 sépalas ovaladas, côncavo-
-convexas, 4-6 mm de comprimento, verde claras; corola com 5 péta-
F
las amarelas, desiguais, obovadas, a central com ápice bilobado; corola
com 2-3 cm de diâmetro. Fruto legume linear anguloso, quadrangular
L
quando maduro; 8-20 cm de comprimento por 3-6 mm de espessura;
ápice afilado, castanho esverdeado a castanho, glabro ou piloso; cur-
M
vos, deiscentes e multisseminados.
As sementes germinam praticamente em qualquer época do ano,
N
mas o crescimento das plantas que emergem na primavera é maior. As
plântulas são muito vigorosas, pois conseguem se desenvolver mesmo P
que a grama esteja bem formada. No primeiro ano da infestação, sur-
gem plantas isoladas, oriundas das sementes introduzidas principal- R
mente por meio de animais, sementes de forrageiras ou veículos. No
ano seguinte, surge ao redor da planta um adensamento de plantas, S
a partir das sementes e novos focos isolados. As plantas morrem por
esgotamento das reservas, drenadas para a produção de sementes, no T
início do inverno.
Planta encontradiça, dispersa na Região do Arenito e do Terceiro
Planalto, em pastagens de panicuns, braquiárias, grama-mato-grosso,
U
estrela-africana e capim-jaraguá, sua presença é indiferente em rela-
ção à intensidade de pastejo pelos animais, à fertilidade do solo e à fre-
V
quência de manejo das plantas invasoras. O potencial de competição
não é muito elevado. Causa prejuízos de média importância na região
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 237 27/06/2022 09:36:03


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
238

do Arenito, em pastagens de braquiárias superlotadas de animais, em


solo com fertilidade média e sem manejo das plantas invasoras.
As raízes e sementes têm sido utilizadas em fitoterapia. As folhas
e sementes possuem substâncias tóxicas semelhantes às de Senna
occidentalis. Normalmente, as plantas não são consumidas pelo gado
bovino. As sementes podem ser consumidas pelos animais quando
presentes em rações produzidas com grãos contaminados.

Senna occidentalis (L.) Link

SINÔNIMOS
Cassia occidentalis L., Cassia planisiliqua L., Cassia caroliniana Walter, Cassia
foetida Pers.

NOMES COMUNS
Fedegoso-preto, fedegoso, mata-pasto, mamangá, fedegoso-verdadeiro

ORIGEM
Espécie originária das regiões tropicais do continente americano, ocorre dos Estados
Unidos até a Argentina. No Brasil, pode ser encontrado em quase todo o território na-
cional.

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Sistema radicular vigoroso; a
raiz pivotante aprofunda-se muito no solo. Caule cilíndrico, le-
nhoso, até 2 m de altura, ramificado desde a base, glabro, verde

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 238 27/06/2022 09:36:04


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
239

a vermelho violáceo nas partes novas. Folhas compostas, paripenadas,


alternas, 15 cm de comprimento; 4-6 pares de folíolos ovado-lanceo- A
lados, de ápice acuminado ou agudo, de 2,5-7,0 cm de comprimento,
sendo o da extremidade sempre maior. Raque cilíndrica, canaliculada B
no lado superior, coloração vermelho-violácea. Na parte basal da ra-
que, próximo à axila aparece uma glândula nectarífera de 1-2 mm de C
diâmetro. Inflorescência em racemos corimbosos, terminais ou axila-
res, as flores se abrem da base para o ápice. Flores com pedicelo de 1-2 D
cm de comprimento; cálice com 5 sépalas verdes, ovadas e ápice agu-
do; cálice amarelo vistoso, 5 pétalas ovadas, ápice arredondado, dobro E
do comprimento das sépalas; flor aberta de 1,5-3,0 cm de diâmetro.
Os frutos são legumes lineares comprimidos lateralmente, retos ou ar- F
queados, de até 20 cm de comprimento e 3-8 mm de largura; deiscen-
tes, com 20-60 sementes; sempre voltados inclinadamente para cima L
em relação ao pedúnculo.
No final do outono as plantas normalmente morrem esgotadas M
pela grande produção de sementes, que é contínua. A emergência das
plântulas ocorre principalmente no final do inverno e início da pri-
N
mavera e prolonga-se até o outono. Nas pastagens, o fedegoso-preto
forma grandes e densas reboleiras, que matam as forrageiras por som-
P
breamento. As plantas isoladas são oriundas de sementes transporta-
das por máquinas ou animais, aderidas ao casco. Essas plantas isola-
R
das produzem grande quantidade de sementes, que dão origem a uma
reboleira no ano seguinte. Plantas de Senna occidentalis são tóxicas
S
para o gado. Nas pastagens raramente é consumida pelos animais.
consumida involuntariamente quando fenada e ensilada, juntamente
T
com milho ou sorgo. As sementes são consumidas junto com a ração,
quando preparada com grãos que as contém como contaminante. Os
U
vários princípios tóxicos, principalmente os das sementes, são bem
conhecidos: alcaloides, albuminas, quinonas e outros. Os principais
V
efeitos dessas substâncias são degeneração e necrose muscular, que
podem levar bovinos, equinos, caprinos, ovinos, suínos, aves e coelhos
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 239 27/06/2022 09:36:04


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à morte. Raízes, folhas e sementes são utilizadas na medicina popular.


Já a semente pode ser torrada, como substituto do café.
Planta encontradiça, dispersa nas regiões do Arenito e do
Terceiro Planalto, em pastagens de panicuns, braquiárias, estrela-
-africana, hemártrias, grama-mato-grosso e grama-sempre-verde,
indiferentemente da intensidade de pastejo, da fertilidade do solo
e do manejo das plantas invasoras. A Senna occidentalis é altamente
competitiva nas pastagens onde a fertilidade do solo é baixa. Causa
prejuízos de média importância na região do Arenito, em pastagens
de panicuns e braquiárias, pastejadas com média e alta intensidade,
em solos com fertilidade natural média e baixa e onde as plantas
invasoras não são manejadas com frequência.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 240 27/06/2022 09:36:05


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
241

A
B
C
D
E
F
Fabaceae – Cercideae

Bauhinia forficata Link


L
SINÔNIMOS
M
Bauhinia aculeata Vell., Bauhinia brasiliensis Vog.

NOMES COMUNS
N
P
Pata-de-vaca, pata-de-boi, casco-de-boi, unha-de-vaca, unha-de-boi, mororó

ORIGEM
Espécie nativa da América do Sul, ocorre ao Leste da Cordilheira dos Andes e ao Sul da
Amazônia. R
S
P
lanta perene, arbusto ou arvoreta remanescente, 5-8 m de al-
tura, originada de sementes, brotações do toco ou de raízes T
superficiais. Sistema radicular pivotante nas plantas origi-
nadas de sementes. Raízes ramificadas; casca escura, quase preta.
Caule curto, tortuoso; casca cinzenta, fissurada. Estípulas sésseis ou
U
transformadas em acúleos fixos ou facilmente destacáveis, rígidos,
escuros, 1-2 cm de comprimento, retos ou curvos. Folhas pecioladas,
V
alternas; pecíolo de 3-5 cm de comprimento com pulvínulo nas ex-
tremidades; lâmina composta de dois folíolos soldados até ao meio,
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 241 27/06/2022 09:36:06


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
242

divergentes, simulando uma folha simples, 8-10 cm de comprimen-


to; folíolos ovalados ou lanceolados, glabros nas duas faces ou pu-
bescentes na dorsal; membranáceos, quase coriáceos; nervuras di-
vergentes partem da base, do pulvínulo. As folhas caem no inverno.
Inflorescências em racemos terminais; 2 flores por nó; pedicelos gê-
meos, divergentes, sobre pedúnculo curtíssimo. Flores de tamanho
variável; cálice tubular, 1-3 cm de comprimento; sépalas de 3-5 cm
de comprimento, branco esverdeado, abrem-se por uma fenda lon-
gitudinal; pétalas brancas, 7-9 cm de comprimento, largo-lineares
a oblongas; 10 filamentos brancos, longos, glabros ou com peque-
nos pêlos concentrados na base; filamentos concrescidos na base e
curvos no terço superior; anteras amarelas; ovário glabro; estigma
esverdeado. Fruto legume ou vagem, aplanado, com 8-12 sementes,
15-25 cm de comprimento, 2-3 cm de largura. Sementes glabras, li-
sas, lenticulares, 1,5-2,0 cm de diâmetro. Os frutos possuem deiscên-
cia elástica, abrem no final da tarde, quando a temperatura cai, com
grande propulsão, lançando as sementes à distância.
As folhas de pata-de-vaca são muito procuradas para a elabora-
ção de produtos fitoterápicos. ariedades sem acúleos são utilizadas
para arborização urbana.
Espécie encontradiça, dispersa na região dos três Planaltos, em
pastagens de braquiárias, estrela-africana, hemártrias, capim-jara-
guá, grama-mato-grosso, grama-missioneira, grama-sempre-verde
e panicuns, em qualquer altura de pastejo, lotação de animais, fer-
tilidade do solo e manejo das plantas daninhas. Apresenta alto po-
tencial de competição em áreas submetidas ao controle mecânico,
porque o corte das plantas estimula a brotação dos tocos e das raízes
superficiais. Os prejuízos causados no desenvolvimento e na produ-
tividade das forrageiras são de média importância, observados nas
regiões dos três Planaltos, em pastagens de estrela-africana, em so-
los com fertilidade média, superlotada com animais e não manejadas
com herbicidas.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 242 27/06/2022 09:36:06


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
243

Fabaceae – Faboideae
A
Aeschynomene americana L.
B
SINÔNIMOS
Aeschynomene americana var. depilla Mill., Aeschynomene glandulosa Poir.,
Aeschynomene mexicana Biroli ex Colla
C
NOMES COMUNS
Angiquinho, paquinha, pinheirinho, maricazinho, esquinomene D
ORIGEM
Espécie originária da América Central e do Caribe, no Brasil está dispersa pelo Sudeste, E
Centro, Norte e Nordeste. Introduzida recentemente no estado com sementes de for-
rageiras contaminadas.
F
L
P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante. Cau-
le e ramos de crescimento inicial ereto; tombam na ausência
de suporte; atinge 2 m de comprimento e menos de 0,5 cm de M
diâmetro; subglabro a híspido, podendo apresentar alguns acúleos.
Estípulas peltadas, glabras ou pilosas, de 5-25 mm de comprimento, N
ciliadas, com apêndice basal eroso-truncado. Folhas de 2-7 cm de
comprimento, alternas, pecioladas, compostas, 20-60 folíolos fal- P
cado-lineares, agudos, de 4-15 mm por 1-2 mm, nervura principal
submarginal e 1-3 vênulas divergentes, partindo da base. Inflores-
R
cência de tamanho igual ou maior do que a folha, pilosa; brácteas
flabeladas, cordadas a lanceoladas, glabras, ciliadas; bractéolas li-
S
neares, agudas ou acuminadas; caliça 3-6 mm de comprimento, cá-
lice 3-6 mm de comprimento, glabro ou piloso; estandarte de 5-10
T
mm de comprimento, ciliado no ápice. Fruto de margens espessa-
das por uma vênula proeminente, com 3-9 artículos, glabros ou pu-
U
berulentos, com pêlos glandulares, verrucosos quando maduros, de
3-6 por 2,5-5,0 mm de comprimento.
V
Esporádica, mas encontradiça em pastagens de capim-jaraguá. In-
vasora altamente competitiva em pastagens de braquiárias, em solos
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 243 27/06/2022 09:36:06


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
244

com fertilidade natural alta. Causa prejuízos de média importância em


pastagens localizadas no Terceiro Planalto, formadas por braquiárias,
em solo com fertilidade alta e onde não são realizadas práticas de ma-
nejo das plantas daninhas.
Apesar de ser uma leguminosa e fixar nitrogênio da atmosfera,
deve ser erradicada por não ser palatável e, em pouco tempo, provocar
danos intensos.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 244 27/06/2022 09:36:08


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
245

Alysicarpus vaginalis (L.) DC.


A
SINÔNIMOS
Alysicarpus latifolius (L.) DC., Alysicarpus vaginalis var. diversifolius Chun, Hedysarum B
vaginale L.

NOME COMUM
Amendoinzinho
C
ORIGEM
Espécie originária da Índia, recentemente introduzida no estado do Paraná.
D
E

P F
lanta herbácea, anual, zoocórica. Sistema radicular pivotan-
te e vigoroso, permite a renovação anual da parte área. Cau-
le e ramos glabros, de crescimento vertical, muito flexíveis,
prostram-se na ausência de suporte, podendo enraizar nos nós,
L
mas sempre com a parte mais jovem voltada para cima. Estípulas
simples brancacentas. Folhas simples, alternas, oblongas, glabras,
M
manchadas de branco na parte central, junto à nervura principal,
base cordada, margem inteira; pecíolo curtíssimo. Inflorescência
N
em racemo terminal, no caule principal e nos ramos; as gemas
abaixo da inflorescência desenvolvem ramos que irão formar no-
P
vas inflorescências e assim sucessivamente. Flores papilionáceas
típicas, pétalas de coloração amarelo-clara, com a parte interna
R
manchada de vermelho amarronzado. Fruto lomento piloso, que
se fragmenta em artículos pilosos.
S
Espécie raríssima nas pastagens do estado do Paraná. Causa
danos na região do Arenito, em pastagens de estrela-africana, in-
T
tensamente pastejadas, em solos de fertilidade baixa e em áreas
não submetidas ao manejo frequente das invasoras.
U
As sementes possuem dormência e são de difícil controle em V
plantações de soja, no sistema de integração lavoura-pecuária.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 245 27/06/2022 09:36:08


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246

Crotalaria lanceolata E. Meyer

SINÔNIMO
Crotalaria mossambicensis Kl.

NOMES COMUNS
Crotalária-de-folha-estreita, crotalária, xique-xique, chocalho

ORIGEM
Espécie originária da costa leste da África, no Brasil está dispersa pelo Nordeste, Cen-
tro-Oeste, Sudeste e no estado do Paraná.

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante, vi-
gorosa; raízes laterais pouco desenvolvidas. Caule cilíndrico,
ereto, ramificado na parte inferior, glabro, raramente ultra-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 246 27/06/2022 09:36:10


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
247

passa 50 cm de altura. Folhas pecioladas, trifolioladas; folíolos quase


sésseis, lineares lanceolados, em média 8 vezes mais compridos do A
que largos, margens inteiras e superfície glabra. Inflorescência em
racemos terminais, de 20 cm ou mais de comprimento, florescimen-
to contínuo. Flores isoladas ou pareadas, pedicelo curto; cálice com
B
5 projeções agudas; corola amarela, com cerca de 1 cm. Fruto legume
bivalvar, subcilíndrico, inflado, 4-6 cm de comprimento, por 3,5-4,0
C
mm de largura, ápice apiculado e recurvado para a sutura ventral;
pericarpo liso, seríceo-piloso ou glabro, coloração preta quando ma- D
duro; em posição reflexa na haste.
As plantas florescem e as sementes produzidas germinam em E
praticamente todas as épocas do ano. O poder germinativo das
sementes e o estabelecimento das plântulas no solo são muitos
baixos, por isso essa espécie nunca forma populações densas.
F
Além dessas características, e devido à pequena área foliar, não é
muito competitiva. Não há citações de casos de intoxicações por
L
Crotalaria lanceolata.
Espécie encontradiça nas regiões do Arenito e dos três Planal- M
tos, mas não notada nos Campos Nativos. Predomina em pastagens
formadas por braquiárias, estrela-africana, panicuns, grama-mato- N
-grosso e capim-jaraguá, em áreas sob pastejo intenso e indiferente
às condições de fertilidade do solo; muito sensível ao manejo com
herbicidas. Causa danos de pequena importância nas regiões do Are-
P
nito e do Terceiro Planalto, em pastagens formadas por braquiárias,
panicuns, grama-mato-grosso e estrela-africana, submetidas a altas
R
lotações de animais, em solos com fertilidade natural média e baixa
e não submetidos ao manejo com herbicidas. S
T
U
V
Z

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248

Crotalaria pallida W.T. Ait.

SINÔNIMOS
Crotalaria mucronata Desv., Crotalaria striata DC.

NOMES COMUNS
Crotalária-pálida, guizo-de-cascavel, xique-xique, mata-pasto-branco, maracá, cas-
caveleira

ORIGEM
Espécie originária da África, ocorre em todo o Brasil.

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante, vigo-
rosa; raízes laterais pouco desenvolvidas, esparsas. Caule ereto,
muito ramificado na base, lenhoso nas partes mais grossas; pê-
los finos, curtos e densos. Folhas longo-pecioladas, trifolioladas, sem
estípulas; folíolos quase sésseis, obovados até elípticos, três vezes
mais longos do que largos, o central sempre maior do que os laterais,

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 248 27/06/2022 09:36:11


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
249

com 3,5-7,0 cm de comprimento, margens inteiras, face dorsal pilosa.


Inflorescência em racemos terminais de até 30 cm de comprimento, de A
ápice flexível, de desenvolvimento contínuo, com frutos em maturação
na mesma inflorescência, flores e botões. Flores isoladas ou aos pares, B
curto-pediceladas; cálice campanulado, com ápice de cinco dentes;
corola amarela, vistosa, 10-13 mm de comprimento; estandarte com C
estrias arroxeadas e asas com enrugamento transversal. Fruto legume
inflado, subcilíndrico de 2,5-4,0 cm de comprimento, ápice agudo e
curvado para a sutura ventral, multisseminado, pericarpo amarelo-
D
-amarronzado e pubescente.
As sementes germinam em praticamente todas as épocas do
E
ano. O florescimento concentra-se do verão até o início do inverno.
Facilmente identificada pela coloração verde-clara dos trifólios quase
F
sésseis, pelos frutos mais finos e alongados do que os das espécies
aparentadas e pela ramificação intensa na parte inferior da planta, for- L
mando uma densa folhagem, de modo que as plantas mais vigorosas
podem matar por sombreamento as forrageiras que estão sob a copa. M
Planta encontradiça, dispersa nas regiões do Arenito e dos três
Planaltos, raramente observada na região dos Campos Nativos; pre- N
domina em áreas de pastagens formadas por braquiárias, panicuns,
estrela-africana, grama-mato-grosso e capim-jaraguá, indiferente à P
intensidade de pastejo, à fertilidade no solo e à intensidade de lotação
de animais. Muito frequente em áreas onde as invasoras não são ma- R
nejadas com herbicidas. Observou-se que o potencial de competição é
maior em pastagens de braquiárias. Causa danos de grande importân- S
cia, concentrados na região do Arenito, em pastagens de braquiárias,
onde as invasoras não são manejadas mecanicamente. T
A crotalaria não é voluntariamente consumida pelos animais.
Quando as forrageiras escasseiam no período do outono e inverno, al- U
guns animais passam a consumi-la, ocorrendo, então, casos de intoxi-
cação. Não se conhecem as substâncias responsáveis pela intoxicação
dos animais.
V
Outras crotalárias herbáceas, anuais e zoocóricas podem ser ob-
servadas em pastagens. Entre elas:
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 249 27/06/2022 09:36:11


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250

Crotalaria incana L.

NOME COMUM
Crotalária-pilosa

N
ativa da América do Sul, ocorre em praticamente todo o Brasil e é
muitas vezes confundida com a crotalária-guirá, diferenciando-se
desta por apresentar a folha trifoliolada com o pecíolo muito lon-
go - normalmente muito mais longo que o folíolo central e a raque - e pe-
ciólulos curtíssimos; flores com cerca de 10 mm de comprimento; frutos
mais curtos e grossos; toda a planta, mas especialmente os frutos, são in-
tensamente cobertos de pêlos. Eventualmente consumida pelos animais,
a crotalária-pilosa não é citada na literatura especializada como tóxica,
mas como muitas espécies do gênero o são, é preciso tomar cuidado.

Crotalaria micans Link

NOME COMUM
Crotalária-guirá

ORIGEM
Nativa da América do Sul e, embora mais rara, pode ser encontrada em todo o Brasil.
Tem certa predileção pelas margens de rodovias.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 250 27/06/2022 09:36:13


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
251

F
olhas trifolioladas de coloração verde intenso; folíolos elíp-
ticos na base e agudos no ápice, até 10 cm de comprimento. A
Inflorescência terminal de desenvolvimento contínuo, flores
agrupadas na extremidade, amplas, amarelas; botões guarnecidos B
por brácteas; racemos sedosos, pubescentes, com 5-10 cm de com-
primento. A planta, normalmente, produz poucos frutos, por falta C
de agente polinizador. Esta espécie é mais comum do centro para
o Leste do estado. citada na literatura como tóxica para o gado D
bovino, com efeitos hepatotóxicos. Os casos de intoxicação não são
frequentes, pois não é palatável. E
F
Indigofera hirsuta L.
L
NOMES COMUNS
Anileira-rasteira, anileira, anileira-do-pasto, anileira-verdadeira
M
ORIGEM
Espécie nativa da Região Central e Norte do Brasil. De introdução recente no estado,
sua ocorrência tem aumentando nas pastagens já formadas, por suas sementes serem N
introduzidas como contaminante de lotes de sementes forrageiras.

P R
lanta herbácea, anual, zoocórica. Sistema radicular pivotante,
vigoroso e profundo. Caule lenhoso, fibroso, resistente, estria-
do, com pêlos ferrugíneos, decumbente, ramificado, ramos no-
vos de crescimento ascendente. Folhas alternas pecioladas, compostas
S
imparipenadas, 2-3 pares de folíolos; folíolos semelhantes entre si; fo-
líolo com limbo ovalado, ápice arredondado a agudo, margem intei-
T
ra, pilosidade concentrada nas margens, 2-3 cm de comprimento por
7-10 mm de largura; estípulas lineares; estípulas, pecíolo, raque, peci-
U
ólulos cobertos de pelos ferrugíneos. Inflorescência em racemos axila-
res na parte superior dos ramos; flores somente na parte superior dos V
racemos, sésseis; racemo de crescimento contínuo, atinge até 20 cm,
e de florescimento sequencial. Flores com cálice densamente piloso, Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 251 27/06/2022 09:36:13


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
252

com cinco lobos lineares e corola rósea avermelhada; as flores caem


logo após a fecundação. Frutos legumes cilíndricos, retos, 1,5-2,0 cm
de comprimento e 2-3 mm de espessura, deiscentes, multisseminados.
A germinação das sementes ocorre na primavera; plantas de cres-
cimento inicial vigoroso, em poucas semanas sufocam as gramíneas de
crescimento prostrado, principalmente quando existe superlotação. O
gado pasta a forragem rente ao solo e a anileira-rasteira, não palatável,
a domina e a aniquila por sombreamento.
De ocorrência esporádica no estado, mas encontradiça em pastos
de capim-jaraguá. Altamente competitiva nas regiões do Arenito e do
Terceiro Planalto, em pastagens de capim-jaraguá, estrela-africana e
braquiárias, em áreas com lotação de animais média e alta, em solo
com fertilidade natural média e baixa e em áreas onde as plantas in-
vasoras são manejadas mecanicamente. Causa danos de média im-
portância na região do Arenito, em pastagens de braquiárias, onde as
plantas invasoras não são manejadas com práticas mecânicas.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
253

Indigofera suffruticosa Mill.


A
SINÔNIMOS
Indigofera anil L., Indigofera uncinata G. Don., Indigofera tinctoria Mill. B
C
NOMES COMUNS
Anileira-de-vagem-torta, anileira, índigo, anil, anileira-verdadeira, timbó-mirim

ORIGEM
Espécie originária do Centro e Norte do Brasil. É considerada invasora nas regiões Su-
deste, Centro-Oeste e Sul.
D
E

P F
lanta bienal, subarbustiva, zoocórica. Sistema radicular tipi-
camente pivotante. Caule ereto, pouco ramificado no primeiro
terço, ramifica intensamente do meio para cima, atinge 2 m
de altura; estriado, castanho-claro, seríceo-piloso, principalmente L
nas partes mais novas. Folhas alternas, compostas, imparipenadas,
de 8-10 cm de comprimento; 11-15 pares de folíolos opostos, curto- M
-peciolulados; folíolos de 2 cm de comprimento por 1 cm de largura,
ovado-lanceolados, ápice e base obtusos; lado inferior mais claro e N
com pilosidade. Inflorescências em racemos, nas axilas das folhas
superiores. Flores pequenas com cálice piloso, verde-claro e com P
5 dentes agudos; corola típica papilionácea, rosada, cai logo após a
polinização, deixando à mostra o tubo estaminal brancacento. O fru- R
to é um legume falcado ou curvado, de 1,5-2,0 cm de comprimento,
apiculado, seríceo-piloso, castanho-escuro na maturação. Semente S
cilíndrica, truncada.
Espécie encontradiça, dispersa nas pastagens das regiões do
Arenito e dos três Planaltos, formadas por braquiárias, panicuns,
T
estrela-africana, capim-jaraguá e grama-mato-grosso, mais fre-
quente em solos com fertilidade média e baixa e em qualquer inten-
U
sidade de lotação de animais, em locais onde as plantas invasoras
não são manejadas com herbicidas. Considerada de baixo potencial
V
de competição, por apresentar baixo poder de germinação e de es-
tabelecimento das plântulas; produz grande quantidade de semen-
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 253 27/06/2022 09:36:15


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
254

tes, mas não forma população densa e homogênea. Causa danos de


média importância, na região do Arenito, em pastagens formadas
por panicuns e grama-mato-grosso, sob alta intensidade de lotação
de animais, em solos com fertilidade média a baixa e onde as plantas
invasoras não são manejadas rotineiramente.

Indigofera truxillensis HBK.

SINÔNIMOS
Indigofera anil var. oligophylla DC., Indigofera tinctoria var. brachycarpa DC., Anila
tinctoria var. brachycarpa DC.

NOMES COMUNS
Anileira-de-vagem-reta, anileira, anil, índigo

ORIGEM
Espécie originária das Regiões Centro e Norte do Brasil. Ocorre como planta invasora
de pastagens nas Regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 254 27/06/2022 09:36:16


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
255

P
lanta bienal ou perene, arbustiva, zoocórica. Sistema radicular
pivotante e profundo. Caule ereto, 1,5-2,0 m de altura, ramifi- A
cado do meio para cima, castanho-escuro quando maduro e
verde-esbranquiçado quando jovem, estriado, seríceo-piloso. Folhas B
pecioladas, alternas, imparipenadas, compostas por 9-13 folíolos
oblongo-lanceolados, base e ápice agudos, verde escuro e seríceo-pi- C
loso na face ventral e mais claro e maior pilosidade na dorsal, cerca de
1 cm de comprimento. Inflorescência racemiforme, na axila das folhas D
superiores, 7-10 cm de comprimento. Flores papilionáceas, pedicela-
das, isoladas ou aos pares, cálice com 5 lobos agudos, verde-claros e
com pelos curtos; corola rosada, de 2 cm de comprimento; 10 estames
E
com uma glândula no ápice das anteras. Fruto legume multissemina-
do, reto, cilíndrico, glabro, apiculado, marrom-claro e com 2,0-2,3 cm
F
de comprimento. Semente cilíndrica e truncada até subglobosa, de
1,7-2,4 mm de comprimento e 1,7-1,7 mm de espessura, lisa, colora-
L
ção amarela ou amarelo-esverdeada ou castanha.
As plantas da anileira-de-vagem-reta iniciam o florescimento
M
na primavera e permanecem florescendo e frutificando até o início
do inverno seguinte. N
Esporadicamente observada na região do Arenito e no Terceiro
Planalto, onde apresenta alto potencial de competição, forma aden- P
samentos homogêneos, causando prejuízos de grande importância.
necessário evitar a entrada da espécie nas pastagens, pois como R
as sementes possuem dormência, uma vez introduzida é de difícil
eliminação. S
T
U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 255 27/06/2022 09:36:17


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
256

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 256 27/06/2022 09:36:18


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
257

Muellera campestris (Mart. ex Benth.) M.J. Silva & A.M.G.


Azevedo A
SINÔNIMOS B
Lonchocarpus mollis Benth., Lonchocarpus albiflorus Hassl., Lonchocarpus microphyllus
Glaziou
C
NOMES COMUNS
Rabo-de-bugio, rabo-de-macaco, sapuva, maracanã, embira-de-sapo

ORIGEM
D
Espécie nativa do Brasil, Paraguai e Argentina.
E
F
P
lanta remanescente, arbórea, perenifólia. Os arbustos encontra-
dos nas pastagens são oriundos de sementes ou de brotações
dos tocos. As árvores podem atingir 8-20 m de altura. Caule L
ereto, longo, ramificado; casca rugosa, descama em pequenas placas,
que deixam manchas mais claras entremeadas de manchas mais es- M
curas. Folhas alternas, compostas, imparipenadas; pecíolo 2-3 cm de
comprimento; raque acanalada, 3-5 cm de comprimento; 7-9 pares de N
folíolos opostos, subcoriáceos, curto-peciolulados, 3-5 cm de compri-
mento, 1,0-1,5 cm de largura, lado superior pubérulo a glabrescente, P
lado inferior glauco-pubescente, nervuras salientes e amareladas. In-
florescência em racemos axilares, 4-10 cm de comprimento. Flores R
brancas, papilionáceas, pequenas. Fruto legume achatado, 3-7 cm de
comprimento, amarelado estriado, pubescente, com 1-3 sementes. Se- S
mentes achatadas, reniformes, amareladas, de 1 cm de comprimento.
Espécie encontradiça, dispersa nas regiões do Arenito e dos três
Planaltos, em pastagens formadas por braquiárias, estrela-africana,
T
hemártrias, capim-jaraguá, grama-mato-grosso, grama-sempre-ver-
de, grama-missioneira e panicuns, sob qualquer intensidade de pas-
U
tejo, fertilidade do solo, lotação de animais e sistema de manejo. Não
é planta muito competitiva, porque quando a pastagem escasseia é
V
consumida pelos animais. Em consequência disso, forma pequenas
moitas pelas repetidas brotações. As moitas reduzem a área destinada
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 257 27/06/2022 09:36:18


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
258

ao crescimento das forrageiras, causando prejuízos de pequena im-


portância na produtividade das pastagens, especialmente na região do
Arenito e do Terceiro Planalto, em pastagens de braquiárias, panicuns,
estrela-africana e grama-mato-grosso, em solos de fertilidade média e
alta, em áreas onde as plantas daninhas não são manejadas.

Dahlstedtia muehlbergiana (Hassl.) M.J. Silva & A.M.G. Azevedo

NOMES COMUNS
Feijão-cru, embira-de-sapo, timbó, rabo-de-bugio, farinha-seca

ORIGEM
Espécie nativa do Paraguai, Argentina e Brasil, onde ocorre de Minas Gerais e Mato
Grosso até o Rio Grande do Sul.

P
lanta perene, remanescente, caducifólia, árvore de 15-25 m de al-
tura. Sistema radicular pivotante, ramificado; raízes secundárias
superficiais. Quando o caule principal da planta é cortado, as ra-
ízes secundárias e superficiais emitem brotações de espaço em espa-
ço, formando uma reboleira de arbustos. Essa formação de reboleiras
é muito comum nas pastagens e capoeiras, dando a falsa impressão de
que a espécie é pioneira. Caule ereto, cilíndrico, atinge mais de 60 cm
de diâmetro; copa relativamente pequena e pouco densa; casca rugosa,
pardo-acinzentada. Folhas alternas, compostas, imparipenadas, 3-6 pa-
res de folíolos; folíolos elípticos a oblongos, 6-12 cm de comprimento,
3-5 cm de largura, glabros e brilhantes no lado ventral, pubescentes e
mais claros no dorsal; nervuras bem visíveis, salientes no lado dorsal;
pecíolo glabro, 0,5-1,0 cm de comprimento. Inflorescência em panícu-
las axilares na parte terminal dos ramos, até 30 cm de comprimento.
Flores tipicamente papilionáceas; cálice piloso externamente; corolas
azul-violáceas e raramente brancas, hermafroditas, atingem até 2 cm
de comprimento. Fruto legume elíptico, achatado, pubescente, afunila-
do para as extremidades, marrom avermelhado, 14 cm de comprimento

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 258 27/06/2022 09:36:18


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
259

por 4 cm de largura. Uma semente, ou raramente duas, por fruto, de for-


mato reniforme, 2,5-3,0 cm de largura por 1,0-1,5 cm de comprimento. A
As árvores de feijão-cru florescem abundantemente no final da
primavera e início do verão. Apresentam excelentes características B
para serem utilizadas na arborização urbana. Suas flores são muito
visitadas pelas abelhas. A madeira não é de boa qualidade. C
Espécie encontradiça, dispersa nas regiões do Arenito e dos três
Planaltos, em pastagens formadas por braquiárias, capim-jaraguá, D
estrela-africana, panicuns e grama-mato-grosso, em área onde as
plantas daninhas não são manejadas e em qualquer fertilidade de
solo, lotação de animais e intensidade de pastejo. Tem alto potencial
E
de competição sobre as braquiárias e panicuns, submetidas à lotação
média e alta, cultivadas em solo de fertilidade alta. Causa danos de
F
grande importância, em pastagens de braquiárias, onde as plantas da-
ninhas não são manejadas.
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Machaerium aculeatum Raddi

SINÔNIMOS
Drepanocarpus polyphyllus Benth., Machaerium sericiflorum Vog., Machaerium armatum
Vog., Nissolia aculeata DC.

NOMES COMUNS
Espinho-bico-de-pato, jacarandá-bico-de-pato, jacarandá-de-espinho

ORIGEM
Espécie nativa do Brasil, ocorre do estado de Pernambuco até o Paraná.

P
lanta remanescente, perene, arbórea, atinge 6-12 m de altura.
Sistema radicular pivotante. Caule retilíneo de 30-40 cm de diâ-
metro, apresenta várias canelas longitudinais. Casca levemente
rugosa, com estrias longitudinais escuras, parte elevada mais clara.
Nas pastagens, os tocos brotam intensamente, formando touceiras de
mais de 2 m de diâmetro, formadas de ramos intensamente ramifi-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 260 27/06/2022 09:36:19


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
261

cados. Ess a touceira é impenetrável pela grande quantidade de es-


pinhos longos, rígidos, robustos, pontiagudos, achatados, de 5 cm de A
comprimento. Folha alterna, imparipenada, com pecíolo curtíssimo,
composta por 31-51 folíolos; folíolos quase opostos, muito próximos B
uns dos outros, estreitos, oblongos, pilosos na face inferior, ápice ar-
redondado, base assimétrica, nervuras imperceptíveis. Inflorescência C
em panículas densas nas axilas das folhas da extremidade dos ramos.
Flores papilionáceas, pequenas, de coloração púrpura ou rosada e de D
antese sequencial. Fruto sâmara, rugoso, 5-6 cm de comprimento. Se-
mentes rugosas, falciformes, 1,2-1,6 cm de comprimento.
Espécie encontradiça na região dos três Planaltos, dispersa em
E
pastagens de braquiárias, hemártrias, capim-jaraguá, grama-mato-
-grosso e grama-missioneira, em áreas submetidas a lotação média e
F
alta, indiferentemente dos sistemas de manejo das plantas daninhas.
Planta altamente competitiva nas regiões onde ocorre, nas pastagens
L
formadas por braquiárias, panicuns, estrela-africana e grama-mato-
-grosso, em qualquer fertilidade do solo, submetida à lotação média e
M
alta. Não é competitiva quando submetida a roçadas frequentes. Causa
prejuízos de média importância na região dos três Planaltos, em pas- N
tagens formadas por braquiárias, estrela-africana e grama-mato-gros-
so, mantidas com lotação média e alta, em solos com fertilidade média P
e baixa, sem manejo das plantas daninhas. Os ramos das brotações do
espinho-bico-de-pato são de decomposição muito lenta e continuam R
prejudicando as pastagens por muitos meses, mesmo depois de roça-
dos ou mortos pela aplicação de herbicidas. S
T
U
V
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
262

Machaerium dolongifolium ogel

NOMES COMUNS
Cateretê, jacarandá-branco, pau-de-pomba

ORIGEM
Espécie nativa do Brasil, ocorre de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul.

Á
rvore remanescente, atinge cerca de 10 m de altura. Sis-
tema radicular pivotante; raízes secundárias superficiais,
emitem brotações quando o caule principal é cortado. Caule
ereto, irregularmente canelado, de até 40 cm de diâmetro; casca
lisa, amarronzada, descama em placas finas e irregulares. Folhas
pecioladas, alternas, imparipenadas, compostas por 7-15 folíolos
glabros, alternos, elípticos, com cerca de 6 cm de comprimento, 3
cm de largura, apiculados no ápice; peciólulo de 0,5 cm de compri-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 262 27/06/2022 09:36:20


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
263

mento. Inflorescência em racemos axilares na porção terminal dos


ramos. Flores papilionáceas, pequenas, branco-esverdeadas. Fruto A
sâmara, 6 cm de comprimento.
Espécie encontradiça, dispersa nas regiões do Arenito e dos B
três Planaltos, em áreas de pastagens formadas por braquiárias,
estrela-africana, hemártrias, panicuns, capim-jaraguá, grama-ma- C
to-grosso e grama-sempre-verde, em qualquer lotação de animais,
fertilidade do solo e sistema de manejo das plantas daninhas. Não D
é competitiva porque é palatável aos animais. Os brotos novos são
consumidos pelos animais, o que estimula a emissão de novos bro- E
tos. Dessa forma, onde havia uma árvore de cateretê, forma-se uma
reboleira de tocos que, embora não exerçam competição com as F
forrageiras, dificultam qualquer operação de manejo das pasta-
gens com máquinas e equipamentos. Causa prejuízos de pequena L
importância nas regiões de ocorrência, em pastagens de braquiá-
rias, estrela-africana e panicuns, pastejadas à altura média e baixa, M
submetidas à lotação média e alta, em qualquer fertilidade do solo,
em áreas onde a espécie não foi manejada.
N
P
Machaerium scleroxylon Tull.
R
NOMES COMUNS
Caviúna-vermelha, caviúna, pau-ferro, jacarandá-caviúna, violeta S
ORIGEM
Espécie originária do Sudeste e Centro do Brasil, pode ser encontrada nos estados de
Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.
T
U

P
lanta arbórea, 15-25 m de altura, perenifólia. Nas pastagens
do Paraná são encontrados arbustos e árvores originados de V
brotações do toco e de raízes superficiais. Tronco canelado
de até 90 cm de diâmetro; descama em placas irregulares, deixando Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 263 27/06/2022 09:36:20


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
264

áreas de coloração brancacenta, que escurecem lentamente, produ-


zindo belo efeito decorativo. Ramos novos, raque foliar e inflores-
cência pubescente-ferrugíneo. Estípulas lineares, caducas, às vezes
permanentes, quando se transformam em acúleos rígidos e retos,
de 1 cm de comprimento. Folhas alternas, pecioladas, compostas,
imparipenadas, com 11-23 folíolos alternos ou opostos, glabros na
face superior, ferrugíneo-pubescentes na inferior, oblongos, arre-
dondados ou obovados, ápice arredondado ou emarginado, nervu-
ra central proeminente, 1,0-2,5 cm de comprimento, 7-10 mm de
largura. Inflorescências axilares ou terminais, paniculadas, densas,
multifloras. Flores papilionáceas, sésseis; cálice ferrugíneo-pubes-
cente no lado externo, com dentes triangulares semelhantes; corola
arroxeada, mais escura no lado externo, mais clara no interno. Fru-
to sâmara com cerca de 3 cm de comprimento e 12 mm de largura
na asa. Sementes escuras, achatadas, reniformes, cerca de 1 cm de
comprimento, 5-6 mm de largura.
Espécie encontradiça nas regiões do Arenito e dos três Planal-
tos, dispersa nas pastagens formadas por braquiárias, estrela-afri-
cana, capim-jaraguá, panicuns e grama-mato-grosso, submetidas a
qualquer intensidade de pastejo e lotação de animais. Prefere solos
com fertilidade média a alta e somente é controlada com a aplica-
ção de herbicidas. Não é planta competitiva, porque o gado conso-
me os brotos novos, forçando nova brotação, dando origem a caules
grossos e baixos, com inúmeras ramificações curtas, dificultando a
passagem de máquinas e equipamentos de limpeza e manutenção
das pastagens. Causa danos de pequena importância no desenvol-
vimento e produtividade das forrageiras, nas regiões e condições
onde a espécie ocorre.
A caviúna-vermelha produz madeira nobre, muito valorizada
comercialmente, portanto é recomendável não erradicá-la das pas-
tagens, pois além de produzir madeira, fornece sombra para o gado.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
265

Machaerium stipitatum ogel


A
SINÔNIMOS
Nissolia stipitata DC., Machaerium minutiflora Tull., Machaerium paniculatum Allen. B
C
NOMES COMUNS
Sapuva, sapuvinha, sapuvuçu, pau-de-malho, jacarandá-roxo

ORIGEM
Espécie nativa da América do Sul, no Brasil ocorre dos estados do Rio de Janeiro, Minas
Gerais e Mato Grosso até o Rio Grande do Sul.
D
E

Á F
rvore perenifólia, remanescente. Tronco canelado, casca es-
cura, escama em placas longitudinais, 40-50 cm de diâmetro.
Caule ereto, com dominância apical quando a planta é nova; ra-
mificado e com copa pouco densa, quando a planta é mais velha. Folhas L
opostas, pecioladas, compostas por 9-15 folíolos alternos, membraná-
ceos, glabros, oblongos, margem inteira. Inflorescências terminais e M
axilares, panículas curtas; ramos da panícula partem da base e são do
mesmo tamanho do eixo principal. Flores papilionáceas, corola roxa N
ou brancacenta. Fruto sâmara. Sementes escuras, falciformes, enruga-
das, polimorfas, 1,0-1,5 cm de comprimento, 0,3-0,4 cm de largura. P
Nas pastagens, a sapuva se origina de brotações do toco e das raí-
zes superficiais quando o caule principal é cortado. R
Espécie encontradiça, dispersa na região do Arenito e dos três
Planaltos, em pastagens formadas por qualquer espécie forrageira, S
submetida a qualquer intensidade de pastejo, lotação de animais,
fertilidade do solo e sistema de manejo das plantas daninhas. Não T
é planta competitiva por ter copa muito rala e por ser consumida
pelo gado. Nessas condições, a planta não cresce em altura, mas U
forma pequenas touceiras de ramos curtos, que dificultam a pas-
sagem de equipamentos para a manutenção das pastagens. Causa
prejuízos de média importância na região do Arenito, em pastagens
V
de braquiárias cultivadas em solos de fertilidade média e em pro-
priedades onde não há controle.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 265 27/06/2022 09:36:20


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266

A sapuva pode ser utilizada como ornamental. Suas flores são


muito procuradas pelas abelhas. Produz madeira de boa qualidade
para a confecção de cabo de ferramentas.

Myrocarpus frondosus Fr. All.

SINÔNIMO
Leptolobium punctatum Benth.

NOMES COMUNS
Cabreúva, óleo-pardo, cabreúva-parda, cabreúva-amarela, bálsamo, pau-bálsamo, ca-
briúna

ORIGEM
Espécie originária do Paraguai, Argentina e Brasil, onde ocorre da Bahia até o Rio Gran-
de do Sul.

P
lanta perene, arbórea, remanescente, caducifólia. Nas pasta-
gens, ocorrem arbustos originados de brotações do toco e de
raízes superficiais. As raízes superficiais são induzidas a emi-
tir brotações quando o caule principal é cortado. Tronco retilíneo,
pouco ramificado; casca rugosa, cinza-pardacenta, 2 cm de espessu-
ra, resinosa, balsâmica, não escamante. Madeira aromática. Ramos
novos verdes, lisos, glabros; após a formação de lenticelas, os ramos
escurecem. Folhas pecioladas, alternas, compostas, imparipenadas;
7-9 folíolos glabros, lado superior brilhante, 4-7 cm de comprimento,
3-4 cm de largura, ovalado-acuminados. Plantas adultas apresentam
glândulas oleíferas nos folíolos. Inflorescências em racemos densos,
terminais ou axilares, na extremidade dos ramos do ano anterior. Flo-
res papilionáceas, brancas ou esverdeadas, de 1 cm de comprimento.
Fruto sâmara, elíptico ou oblongo, 10 cm de comprimento, 2 cm de lar-
gura, amarelo claro. Semente rugosa, longa, 3-4 cm de comprimento,
3-5 mm de largura.
Espécie encontradiça na região do Terceiro Planalto, dispersa em
pastagens formadas por estrela-africana, hemártrias, grama-missio-

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
267

neira e grama-sempre-verde, mantidas sob pastejo intenso. Prefere


solos de fertilidade média e alta. Pouco competitiva por ter copa A
rala e ser caducifólia. Além disso, na falta de forragem, os animais
consomem os brotos novos. Formam pequenas e fortes moitas in- B
tensamente ramificadas que dificultam os tratos culturais nas pasta-
gens. Causa danos de pequena importância, concentrados na região C
do Terceiro Planalto, em pastagens formadas por estrela-africana,
submetidas a lotação média e alta e sem práticas de manejo das D
plantas invasoras.
A cabreúva produz madeira de excelente qualidade e óleos es- E
senciais. As flores são muito procuradas pelas abelhas. Por essas ra-
zões e por ser pouco competitiva com as forrageiras, é recomendável
que plantas dessa espécie não sejam erradicadas das pastagens.
F
L
Fabaceae – Mimosoideae
M
Senegalia bonariensis (Gillies ex Hook. & Arn.) Seigler & Ebinger
N
SINÔNIMO
Acacia bonariensis Gillies ex Hook. & Arn. P
R
NOMES COMUNS
Arranha-gato, vem-cá-meu-bem, nhapindá

ORIGEM
Espécie nativa do Uruguai, Argentina e Sul do Brasil. S
T
E
spécie arbustiva perene. Sistema radicular pivotante, ramifi-
cado; raízes adventícias surgem dos ramos em contato com o
solo. Não apresenta um caule dominante. Diversos ramos par-
U
tem da base da planta e se desenvolvem prostrados ou sobre outras
plantas. Formam um emaranhado de caules, impenetrável. Ramos no-
V
vos verde-claros, estriados, com muitos acúleos ganchosos, retrorsos,
dispersos, agudíssimos. Folhas compostas bipinadas, 8-15 pares de
Z

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268

pinas, com 5-7 cm de comprimento, 1,0-1,5 cm de largura, formadas


por mais de 30 pares de folíolos opostos; folíolos lineares de 5-8 mm
de comprimento, 0,5-1,5 mm de largura, verdes, pilosos. Inflorescên-
cias em panículas terminais, raramente ramificadas. Flores reunidas
em glomérulos densos, alongados, de 2-3 cm de comprimento; pe-
dúnculos retos, pilosos. Flores numerosas, brancas, antese sequencial
da base para o ápice da raque; cálice e corola diminutos e estiletes e
estigma longos, plumosos. Fruto legume, 5-10 cm de comprimento,
1,0-1,5 cm de largura, esbranquiçado, paleáceo, deiscente, com 10-30
sementes achatadas, ovaladas, com 5-8 mm de comprimento e 3-5
mm de largura.
A Senegalia bonariensis é semelhante à espécie A. plumosa, apre-
sentada mais adiante. Enquanto a primeira tem folhas menores, nú-
mero menor de pinas, folíolos maiores e ramos flexíveis, finos, curva-
dos e de coloração clara, a segunda apresenta os ramos mais robustos,
eretos, avermelhados e às vezes angulosos.
Infesta a pastagem a partir de sementes e de brotações dos tocos
e dos ramos enraizados.
Encontradiça na região dos três Planaltos, em pastagens cultiva-
das de braquiárias, azevém, estrela-africana, hemártrias, grama-ma-
to-grosso, grama-missioneira e grama-sempre-verde, em qualquer
manejo das plantas forrageiras, lotação de animais e sistema de ma-
nejo das plantas daninhas. Prefere solos de fertilidade natural média
e alta. Oitava espécie de mais alto potencial de competição no estado
do Paraná. Espécie mais competitiva nas regiões do Arenito e dos três
Planaltos, em pastagens cultivadas de braquiárias, estrela-africana,
hemártrias, capim-jaraguá, panicuns, grama-mato-grosso e grama-
-missioneira, em qualquer lotação de animais e fertilidade do solo.
De difícil controle por métodos mecânicos. Causa prejuízos de grande
importância, principalmente na região do Arenito e do Terceiro Pla-
nalto, onde formam reboleiras globosas, em pastagens formadas por
grama-mato-grosso, em solos de fertilidade média, superlotadas de
animais e sem manejo de plantas daninhas.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
269

A
B
C
D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
270

Vachellia farnesiana (L.) Wight & Arn.

SINÔNIMOS
Mimosa farnesiana L., Mimosa scorpioides Forsk., Acacia leptophylla DC.

NOMES COMUNS
Esponjinha, esponja, espinheiro, aromita, corona-cristi

ORIGEM
Espécie originária dos terrenos calcários e pedregosos do Pantanal mato-grossense,
Bolívia e Paraguai.

P
lanta perene, arbustiva ou arbórea, zoocórica, atinge 5-8 m de
altura. Sistema radicular pivotante e muito ramificado. Caule
curto, tortuoso, casca lisa com lenticelas, 15-35 cm de diâmetro.
Ramos muito divididos, formando uma copa larga e densa. Próximo de
cada axila foliar ocorre um espinho rígido e pontiagudo. Folhas com-

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
271

postas bipinadas, pecíolo e raque pubescentes de 2-8 cm de com-


primento, presença de uma glândula no pecíolo; 2-8 pares de pinas A
de 2,5-3,5 cm de comprimento e 10-25 pares de folíolos de 5-7 mm
de comprimento. Inflorescência em glomérulos axilares multiflo- B
ros; pedúnculo menor do que os espinhos e flores sésseis, amarelas
ou alaranjadas, bem perfumadas. Os inúmeros estames com filetes C
de 0,5-0,8 cm formam um glomérulo com aspecto de esponja. Fru-
tos legumes indeiscentes, quase cilíndricos, arqueados, lisos, polpa D
carnosa, esponjosa e adocicada. Sementes duras. Frutos imaturos
verdes, na maturação adquirem coloração castanha escura, quase
preta. Sementes amarronzadas, arredondadas, lisas, duras, 4-6 mm
E
de espessura.
A Vachellia farnesiana é cultivada como planta ornamental, pela
F
beleza da copa e das flores, e ainda pelo perfume que delas exala.
Facilmente sai de controle e se instala como planta invasora em pas-
L
tagens. Sua presença ainda é rara, mas já observada nos municípios
de Astorga, Douradina e Jardim Alegre. Muito competitiva, pela den-
M
sa e impenetrável população que forma. Entretanto, causa danos de
pequena importância, por sua ocorrência ainda ser muito localizada. N
Seus espinhos agudos ferem os animais, que evitam pastar junto de-
las. Observada em pastagens de estrela-africana e braquiárias, em P
solos férteis e sem práticas rotineiras de manejo das plantas daninhas.
R
S
T
U
V
Z

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Senegalia lowei (L. Rico) Seigler & Ebinger

SINÔNIMOS
Acacia scandens Benth., Mimosa fluminensis Vell.

NOMES COMUNS
Arranha-gato-avermelhado, unha-de-gato, acácia-de-espinho, nhapindá, vamos-
-juntos

ORIGEM
Espécie nativa da América do Sul, ocorre na Argentina, Paraguai, Uruguai e no Centro-
-Sul do Brasil.

P
lanta arbustiva, perene. Sistema radicular pivotante ramificado.
Caule lenhoso, ramificado, cilíndrico, com estrias longitudinais
proeminentes, 3-5 m de altura; partes novas pubescentes; ramos
e caules formam um emaranhado impenetrável devido à grande quanti-
dade de acúleos curvados para a base. O toco da planta, depois de roça-
do, produz brotações vigorosas, dificultando o controle mecânico. Folhas
pecioladas, compostas, bipinadas; 12-23 pares de pinas opostas; pecíolo
curto, glanduloso; raque com glândulas interjugais; pinas de 5-8 cm de
comprimento, 1 cm ou mais de largura; 25-50 pares de folíolos opostos

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 272 27/06/2022 09:36:24


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
273

por pinas; pulvínulo na base do pecíolo e das pinas; folíolos lineares, 2-5
mm de comprimento, 0,7-1,5 mm de largura, imbricados, coloração ver- A
de intenso; folhas e ramos novos apresentam pilosidade avermelhada.
Inflorescência em panículas terminais e axilares na parte superior dos B
ramos; panículas de tamanho variável. Flores reunidas em glomérulos
na extremidade de pedúnculos pubescentes, 5-6 por nó. Glomérulos C
ovais antes da antese, e após arredondados. Flores brancas na antese e
após, adquirem coloração amarelada. Cálice e corola diminutos. Estames D
numerosos, longos, plumosos, 0,8-1,0 cm de comprimento. Fruto oblon-
go, reto, achatado, castanho, marginado, cartáceo, bivalvo, 9-15 cm de
comprimento, 2,5-2,8 cm de largura, com apículo de 1,0-1,5 cm de com-
E
primento. Sementes 10-12, 8-10 mm de comprimento, 5-6 mm de largu-
ra, 2 mm de espessura, escuras, ovais, convexas, lisas, glabras.
F
Espécie encontradiça nas regiões do Arenito e do Terceiro Planalto,
dispersa em pastagens de grama-mato-grosso, estrela-africana, panicuns
L
e braquiárias, submetidas a qualquer lotação de animais. Prefere solo de
fertilidade média a alta e é facilmente controlada com herbicidas. Quan-
M
do não é manejada, forma reboleiras e torna-se altamente competitiva,
como observado na região do Arenito e dos três Planaltos, em pastagens N
de braquiárias, panicuns, grama-mato-grosso, grama-missioneira e gra-
ma-sempre-verde, em qualquer lotação de animais e fertilidade do solo. P
Causa prejuízos de média importância no desenvolvimento e na produ-
tividade das forrageiras, com maior frequência no Terceiro Planalto, em R
pastagens de braquiárias e panicuns cultivadas em solos com fertilidade
média e alta e em qualquer lotação de animais. S
T
U
V
Z

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Mimosa debilis Humb. & Bonpl. ex Willd.

NOMES COMUNS
Dormideira-folha-larga, dormideira, sensitiva-de-leite

ORIGEM
Espécie nativa do Centro e Norte do Brasil.

P
lanta anual ou bienal, com a parte nova herbácea e as partes
mais velhas lenhosas. Raiz pivotante, profunda e muito vigo-
rosa. Caule ramificado na parte basal, ramos longos, decum-
bentes, extremidade voltada para cima, atinge 3 m de comprimento
e 1 cm de espessura, com acúleos irregularmente dispostos. Folhas
opostas, pecioladas, 8-12 cm de comprimento, compostas por um
par de pinas reduzidas, com um ou dois pares de folíolos, muitas
vezes assimétricos. Às vezes podem ocorrer plantas com folhas de
3 folíolos e plantas em que as folhas são ainda mais reduzidas, po-
dendo os folíolos estarem unidos; folíolos glabros, sensitivos e mais

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 274 27/06/2022 09:36:26


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
275

claros na parte inferior. Pinas e folíolos sésseis ou quase sésseis.


Inflorescências terminais ou axilares, muito vistosas, formadas por A
1-8 glomérulos de flores; glomérulos globosos, compactos, 1-2 cm
de diâmetro, coloração rósea. Flores com cálice e corola de tamanho B
muito reduzido, estames com até 10 mm de comprimento, muito
vistosos, rosados. Frutos craspédios sésseis, apiculados, comprimi- C
dos, segmentados em artículos monospérmicos, deiscentes. Semen-
tes escuras, lisas, brilhantes.
De introdução recente no estado, raramente encontrada nas
D
pastagens da região do Arenito e dos três Planaltos, formadas por
grama-mato-grosso, em locais com fertilidade baixa e intensidade
E
baixa de lotação de animais, onde as invasoras não são manejadas.
Causa prejuízos de média importância na região do Terceiro Pla-
F
nalto, em pastagens de estrela-africana cultivadas em solos com
fertilidade baixa, intensamente pastejadas e sem manejo das plan- L
tas daninhas.
M
Mimosa invisa Mart. ex Colla N
SINÔNIMOS
Mimosa rhodostachya (Benth.) Benth., Schrankia brachycarpa Benth.
P
NOMES COMUNS
Dormideira, malícia-de-mulher, sensitiva, dorme-maria, juquiri, juquiri-rasteiro, malícia
R
ORIGEM
Espécie nativa do Centro e Norte do Brasil, está dispersa em muitas regiões no mundo
S
como planta invasora.
T

P U
lanta subarbustiva, semiprostrada, zoocórica, perene. Sistema
radicular pivotante e vigoroso. Caule muito ramificado na par-
te basal, ramos prostrados de até 2 m de comprimento e, em
média, 5 mm de espessura, levemente angulosos, muitos acúleos dis-
V
postos sobre as linhas elevadas das angulações; leve pilosidade. Na
presença de suporte, os ramos possuem desenvolvimento escanden-
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 275 27/06/2022 09:36:26


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
276

te. Folhas pecioladas, opostas, 12-20 cm de comprimento, compostas,


bipinadas, 3-9 pares de pinas de 5-7 cm de comprimento e cada uma
com 10-20 pares de folíolos; folíolos sésseis, opostos, assimétricos na
base, oblongo-lineares, ápice agudo, 3-4 mm de comprimento por 1
mm de largura. Raque com espinhos no lado dorsal. As folhas são sen-
sitivas, fechando os folíolos e pinas por um simples toque na planta.
Inflorescência em glomérulos, isolados ou aos pares, nas axilas folia-
res da parte terminal das plantas. Glomérulos de 5 mm de diâmetro,
muito vistosos pela coloração rósea intensa dos filamentos dos esta-
mes. Cálice e corola diminutos. Estames com filetes longos e anteras
brancas. Frutos craspédios apiculados, comprimidos, aculeados, sés-
seis, 3-5 mm de largura por 2-3 cm de comprimento e 2-8 artículos
quadrangulados, monospérmicos, deiscentes. Pedúnculos na matura-
ção com 2-3 cm de comprimento. Sementes obovoides, comprimidas,
transversalmente elípticas, 2,5-3,0 mm de comprimento, 2,0-2,5 mm
de largura, 0,8-1,0 mm de espessura, faces convexas, lisas, amarelo-
-esverdeado a castanhas.
Por ser introduzida por lotes de sementes de forrageiras que
contêm sementes de dormideira como contaminante, ainda é relati-
vamente rara no estado. Muito competitiva nas regiões do Arenito e
do Terceiro Planalto, em pastagens de grama-mato-grosso e estrela-
-africana, com alta lotação de animais, em solos férteis e sem práticas
rotineiras de manejo das invasoras. Causa danos de média importân-
cia na região do Terceiro Planalto, em pastagens de estrela-africana.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 276 27/06/2022 09:36:27


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
277

A
B
C
D
E
F
L
M
Mimosa pigra L. N
NOMES COMUNS P
Dormideira-maior, juquiri-grande, unha-de-gato

ORIGEM
Espécie originária das regiões tropicais da América, tem se tornado um problema gra-
R
ve nos diversos países onde foi introduzida.
S

P
lanta perene arbustiva, zoocórica. Raiz pivotante muito desen- T
volvida e ramificada. Caule muito ramificado desde a parte basal,
atinge até 3 m de altura em um ano, lenhoso e resistente nas par- U
tes mais velhas; as partes mais novas são densamente cobertas de pêlos
curtos e finos, dando certa aspereza ao tato. Acúleos rígidos, resisten-
tes, curvos e pontiagudos, de mais de 1 cm de comprimento, ocorrem
V
esparsamente no caule, ramos e raque das folhas. Folhas grandes, com
até 30 cm de comprimento por 15 cm de largura, curto-pecioladas, bi-
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 277 27/06/2022 09:36:28


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
278

pinadas; pinas de até 15 pares, 10 cm de comprimento e até 50 pares


de folíolos; acúleos retos, finos e longos na base das pinas; folíolos li-
neares, muito próximos uns dos outros. Estípulas triangulares, pubes-
centes, de até 3 mm de comprimento. As folhas são sensitivas, mas de
movimento mais lento do que nas outras espécies de mimosas sensiti-
vas. Inflorescências axilares ou terminais, 1-5 glomérulos por nó; glo-
mérulos globosos, compactos, com cerca de 15 mm de diâmetro. Flores
sésseis, róseas ou brancas, com cálice cerdoso de 1-2 mm de altura;
corola de 3-4 mm de altura; 8 estames por flor, com filetes de 6-8 mm
de comprimento, róseos ou brancos, muito vistosos. Frutos craspédios
oblongo-lineares, apiculados, sésseis, comprimidos lateralmente, bor-
dos espessados, de até 12 cm de comprimento por 1,0-1,5 cm de largu-
ra. Na maturação os frutos se dividem em 15-20 artículos retangulares,
monospérmicos, deiscentes, castanho ou marrom quase preto. Semen-
tes elípticas a oblongas, comprimidas lateralmente, de quase 6 mm de
comprimento, tegumento esverdeado a castanho.
Recentemente introduzida no estado do Paraná, tem altíssimo
potencial de competição, forma populações densas e homogêneas,
praticamente impenetráveis pelo homem e pelo gado, matando as
plantas forrageiras pelo intenso sombreamento que causam. Obser-
vada somente em uma propriedade, no município de Jundiaí do Sul.
Considerando seu alto potencial invasor e a dominância que exerce
sobre as outras espécies onde ocorre, é recomendável que seja erra-
dicada das pastagens.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 278 27/06/2022 09:36:30


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
279

Mimosa pudica L.
A
SINÔNIMOS
Mimosa tetrandra Humb. & Bonpl. ex Willd., Mimosa unijuga Duchas. & Walp., Mimosa B
hispidula Kunth

NOMES COMUNS
Dormideira-sensitiva, malícia-de-mulher, sensitiva, vergonha, dorme-dorme
C
ORIGEM
Espécie nativa da América tropical e do México até o Brasil Central. Levada para diver-
D
E
sos países como planta ornamental, e pela curiosa sensitividade de suas folhas, saiu de
controle e hoje é planta invasora em muitas regiões.

F
P
lanta anual, herbácea, zoocórica. Raiz principal pivotante e raí-
zes laterais pouco desenvolvidas. Caules ramificados, lenhosos
na parte basal e herbáceos na parte nova, atingem 2 m de com-
L
primento, formam grandes reboleiras sobre as plantas forrageiras nas
pastagens, na presença de suporte podem ser escandentes; ásperos, pela
M
presença de pêlos curtos e rígidos, apresentam 1-2 acúleos nos entrenós;
quando há somente um, o acúleo é equidistante dos nós. Folhas alternas, N
longo-pecioladas, compostas, 1-3 pares de pinas, normalmente 2; raque
pilosa no lado dorsal; pinas com 20-30 pares de folíolos lineares, 10-13 P
mm de comprimento por 1,5 mm de largura; na base da raque, raquilhas,
folíolos e pecíolo existe pulvínulos que comandam os movimentos das R
folhas. Inflorescência axilar ou terminal, em glomérulos longo-peduncu-
lados; glomérulos globosos, cerca de 1,0-1,5 cm de diâmetro; flores sés- S
seis, de coloração rósea ou lilás, muito vistosas. Flores com cálice e corola
diminutos; 4 estames com longos filamentos, afilados para o ápice, de co- T
loração rosa ou lilás, alguns brancos; um estilete branco, mais longo que
os outros. Fruto craspédios aglomerados, linear-oblongos, comprimidos U
lateralmente, apiculados, sésseis, com bordos espessados e com espinhos
setáceos, de 1,5-2,0 cm de comprimento; na maturação liberam os artí-
culos castanho-claros de 3,5-4,0 mm de comprimento por 1,3-1,5 mm de
V
largura, monospérmicos, indeiscentes. Na liberação dos artículos, per-
manece o replum com as setas laterais, lembrando uma malha. Sementes
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 279 27/06/2022 09:36:30


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
280

lenticulares, suborbiculares, 2,5-3,0 mm de comprimento e largura por


1,0-1,2 mm de espessura, amarelo-esverdeadas ou castanhas, lisas, foscas.
Raramente observada nas pastagens do estado do Paraná, mui-
to competitiva na região dos Primeiro e Segundo Planalto, em pasta-
gens de braquiárias e grama-mato-grosso. Causa danos de pequena
importância, principalmente nas regiões do Arenito e dos Primeiro e
Segundo Planalto, em pastagens de grama-mato-grosso, braquiárias e
estrela-africana, em solos com fertilidade natural média e baixa, com
superlotação de animais e não submetidas ao manejo mecânico das
plantas daninhas.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 280 27/06/2022 09:36:32


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
281

Mimosa setosa Benth.


A
SINÔNIMO
Mimosa paludosa Benth. B
C
NOMES COMUNS
Maricá, dormideira, malícia, arranha-gato, dorme-dorme, espinheiro, arranhadeira

ORIGEM
Espécie nativa das regiões tropicais do Brasil. D
E
P
lanta semi-arbustiva, prostrada, anual ou bienal, zoocórica.
Sistema radicular pivotante, bem desenvolvido. Caule de de-
senvolvimento inicial ereto; ramifica muito, perdendo a do-
F
minância vertical, dificultando a identificação do caule principal.
Ramos com superfície glandulosa, pubescente, brilhante, até 3 m
L
de altura, poucos a muitos acúleos dispersos nos entrenós, forma
maciços homogêneos e impenetráveis. Folhas alternas, pecioladas,
M
sensitivas, compostas por 6-11 pares de pinas; pecíolo e raque com
acúleos, principalmente no lado dorsal; grande número de pares de
N
folíolos sésseis, lineares; pulvínulo na base da raque, das raquíolas
e dos folíolos. Inflorescências geralmente em pares de glomérulos
P
na axila das folhas da parte terminal dos ramos; glomérulos longo-
-pedunculados; flores sésseis, ou quase; cálice e corola diminutos;
R
estames com longos filamentos rosa-claros muito vistosos e antera
amarelada. Fruto craspédio articulado. Sementes lenticulares com
S
tegumento liso.
De introdução recente no estado do Paraná, é encontradiça em
T
pastagens de hemártrias. Altamente competitiva nas regiões onde
ocorre, em pastagens nativas e formadas por braquiárias, panicuns
U
e estrela-africana, sob alta lotação de animais e em solos com ferti-
lidade natural baixa e não manejados com herbicidas. Nessas con-
V
dições, causa danos de média importância. Caso não seja erradica-
da das pastagens, poderá causar grandes danos futuramente.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 281 27/06/2022 09:36:32


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282

Mimosa ramosissima Benth.

NOME COMUM
Juqueri

ORIGEM
Presente em margens de rodovias e em algumas áreas de pastagem.

R
ecentemente introduzida, caracteriza-se por apresentar altís-
simo número de ramificações e florescer abundantemente, for-
mando um verdadeiro emaranhado de ramos, folhas e flores,
dominando toda a vegetação. Os ramos tornam-se escandentes na
presença de suportes. Caso seja introduzida nas pastagens, suas plan-
tas serão muito competitivas, devendo ser erradicadas logo no início.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 282 27/06/2022 09:36:33


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
283

A
B
C
D
E
F
L
M
N
Mimosa orthacantha P
NOME COMUM
Mimosa-do-guartelá
R
ORIGEM
Originária do Sul e Sudoeste do Brasil (Paraná e São Paulo) em áreas de pastagens
S
nativas, capoeiras e margens de rodovias.
T

P
lanta arbustiva, perene, zoocórica, atinge 2-3 m de altura. Planta U
arbustiva, cujo caule tem crescimento com dominância apical e
grande número de ramos laterais, com desenvolvimento quase
horizontal. Caules, ramos, folhas e frutos apresentam intensa pilosida-
V
de e são revestidos de espinhos de diferentes tamanhos. Folhas com-
postas, bipinadas, folíolos numerosos e diminutos. Inflorescências
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 283 27/06/2022 09:36:34


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
284

em glomérulos terminais e axilares. Flores rosadas, vistosas, tipi-


camente mimosáceas. Fruto craspédio, libera os segmentos unis-
seminados e permanecem as molduras com espinhos, aderidas aos
ramos da planta. Sementes lenticulares, pequenas, escuras, 2,5-3,5
mm de comprimento.
Forma populações homogêneas nas pastagens nativas, pratica-
mente impenetráveis pela grande quantidade de espinhos. planta
de difícil controle e de alto potencial de competição. Recomenda-se
que sejam erradicadas das pastagens, para se evitar infestação de
outras áreas.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 284 27/06/2022 09:36:37


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
285

A
B
C
D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 285 27/06/2022 09:36:37


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286

L amiaceae
Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke

NOMES COMUNS
Tamanqueiro, pau-de-tamanco, minura, papagaio

ORIGEM
Espécie nativa da Guiana Francesa, Equador, Bolívia, Paraguai e Brasil, onde está pre-
sente em todas as regiões.

P
lanta arbustiva até arbórea, perenifólia, remanescente, dioica,
zoocórica, atinge até 15 m de altura. Sistema radicular pivotante,
profundo, poucas ramificações. Caule ereto, pouco ramificado;
casca grossa, sulcada. Folhas simples, opostas, pecioladas a quase sés-
seis; pecíolo de 0,5-2,0 cm de comprimento; limbo oblongo-ovalado
a oblongo-elíptico, cartáceo, lado ventral glabro a pubescente, lado
dorsal tomentoso, ápice agudo a acuminado, base atenuada, margem
inteira ou com dentes esparsos e sub-revoluta; limbo das plantas fe-
mininas de 7,5-22,0 cm de comprimento, 4-10 cm de largura; limbo
das plantas masculinas com 4,5-30,0 cm de comprimento, 2-13 cm de
largura. Inflorescência axilar, cimeiras de 1,5-5,0 cm de comprimento,
oposto-decussadas, 10-40 flores. Duas bractéolas persistentes, linea-
res, tomentosas. Flor pedicelada; pedicelo de 1,5-3,0 mm de compri-
mento na flor feminina e de 2-4 mm na flor masculina; cálice cam-
panulado, externamente tomentoso e internamente glabro, lacínias 4,
mucronado a denticulado, maior nas flores femininas, corola branca,
infundibuliforme, glabra, com 4 lobos, tubo de 3-4 mm de comprimen-
to, lobos mais longos nas flores masculinas; estames 4, inseridos no
tubo da corola; estigma ramificado; ovário globoso, 1 mm de diâme-
tro; cálice persistente e aumentado no fruto. Fruto drupa elíptica, ver-
melha a alaranjada, 8-10 mm de comprimento por 4 mm de diâmetro
na parte mediana.
Nas pastagens, ocorre na forma de 1-4 brotos vigorosos que surgem
do toco da planta. Quando não são cortados, um deles domina os demais

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 286 27/06/2022 09:36:37


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
287

e se transforma em um arbusto ou arvoreta. Nas brotações, as folhas são


maiores do que nos arbustos e nas árvores. Produz madeira leve e resis- A
tente, muito utilizada em artesanato e na indústria de tamancos.
Espécie encontradiça na região do Terceiro Planalto, dispersa
em pastagem de grama-mato-grosso, grama-sempre-verde, azevém
B
e superlotadas de animais. Planta altamente competitiva na região de
ocorrência, em pastagens de grama-mato-grosso, cultivada em solos de
C
fertilidade alta e superlotada de animais. Causa prejuízos de média im-
portância na região do Terceiro Planalto, em pastagens de grama-mato- D
-grosso, pastejadas à baixa altura, em áreas superlotadas de animais, em
solos de fertilidade alta e sem manejo rotineiro das plantas daninhas. E
F
Cantinoa americana (Aubl.) Harley & J.F.B. Pastore
L
NOMES COMUNS
Cheirosa-de-espiga, catirina, hortelã, cheirosa
M
ORIGEM
Espécie nativa dos cerrados do Centro-Oeste do Brasil, está dispersa por quase todo o
território nacional. N
P
P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante; raí-
zes laterais pouco desenvolvidas. Caule quadrangular, com sul- R
cos profundos entre os ângulos, pêlos hirsutos curtos, coloração
verde, às vezes com pigmentação purpúrea, atinge até 2 m de altura;
ramos ascendentes. Folhas simples, opostas, pares cruzados, pecíolos
S
angulados, pouco menores que o limbo; limbo de forma variável, nor-
malmente ovalado a lanceolado, atenuado na base, ápice agudo, mar-
T
gem crenada. Inflorescência em espigas terminais, às vezes axilares,
menores; longo pedunculadas, quase cilíndricas, compactas e com U
flores sésseis. Flores com cálice tubuloso, formado por cinco pétalas
soldadas, de coloração verde; a nervura principal se prolonga em pro- V
jeções filiformes; nervuras principais proeminentes e laterais menos
pronunciadas formam um retículo com nervuras e projeções purpú-
reas; corola com cinco lobos, mais longa do que o cálice, de coloração
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 287 27/06/2022 09:36:37


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
288

violácea ou brancacenta, cedo caduca. O fruto é um artrocarpo com


quatro carcerulídios unisseminados.
As plântulas emergem na primavera e verão e o florescimento
ocorre no outono.
Esporádica no estado, mas encontradiça em pastagens nativas e
de grama-sempre-verde. O potencial de competição não é muito ele-
vado, porque raramente forma populações homogêneas e é, dentre as
espécies do gênero, a de menor área foliar. Causa danos de pequena
importância na região do Terceiro Planalto, em pastagens formadas
em solos de fertilidade aparente baixa e não submetidas ao manejo
frequente das plantas invasoras.

Mesosphaerum suaveolens (L.) Kuntze

SINÔNIMOS
Ballota suaveolens L., Bistropogon suaveolens (L.) L’Hér.

NOMES COMUNS
Cheirosa, betônica, mentrasto-de-frade, catirina, hortelã-brava, bamburral

ORIGEM
Espécie nativa das Américas, ocorre desde o México até o Sul do Brasil.

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante e raí-
zes laterais bem desenvolvidas e ramificadas. Caule ereto, qua-
drangular, estriado, sulcado longitudinalmente, piloso, ramifica-
do na parte superior; ramos ascendentes. Atinge 2 m de altura; caule,
ramos e folhas possuem glândulas que produzem óleo essencial, com
odor característico. Folhas opostas, de disposição cruzada, as infe-
riores com pecíolo mais longo que as superiores; limbo com margem
denteada, coloração verde e pilosidade em ambas as faces; nervuras
salientes. Inflorescências axilares, com poucas flores, pedicelo guarne-
cido por uma bráctea. Flores com cálice tubular, com cinco dentes de
dois tamanhos, piloso externamente, persistente até a maturação dos
frutos, quando atinge 3 mm de comprimento; corola tubular pentalo-
bada e de coloração azulada. Fruto artrocarpo com dois carcerulídios.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 288 27/06/2022 09:36:37


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
289

As sementes estão inclusas nos carcerulídios; tegumento membraná-


ceo; endosperma carnoso. A
As sementes germinam na primavera, o florescimento e a matu-
ração dos frutos ocorre no verão e outono. As plantas fenecem por es- B
gotamento das reservas utilizadas na produção de grande quantidade
de sementes. Quando, por algum fator, a formação de sementes não
chega a esgotar todas as reservas, as plantas não morrem e rebrotam
C
da parte inferior do caule ou ao nível do solo.
Econtradiça dispersa por todas as regiões do estado, em pastagens D
de azevém, braquiárias, estrela-africana, hemártrias, capim-jaraguá,
panicuns, grama-mato-grosso, grama-sempre-verde e grama-missio- E
neira, independentemente da intensidade de pastejo, da fertilidade do
solo e das práticas de manejo das invasoras. Nas pastagens bem esta- F
belecidas, raramente forma populações densas, portanto seu potencial
de competição não é dos mais elevados, sendo mais problemática na
reforma e nas renovações das pastagens. Causa danos de média impor-
L
tância em áreas bem manejadas, em solos de fertilidade média, e não
submetidas anualmente a qualquer prática de manejo das invasoras.
M
N
Leonotis nepetifolia (L.) R.Br.
P
SINÔNIMOS
Phlomis nepetifolia L., Leonotis kweensis N.E. Br.
R
NOMES COMUNS
Cordão-de-frade, cordão-de-são-francisco, rubim-de-bola, cordão-de-frade-verda-
deiro, corindiba S
ORIGEM
Espécie originária da África Tropical, encontra-se dispersa por quase todas regiões do Brasil. T
U
P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante; ra-
ízes laterais fasciculadas, muito ramificadas. Caule reto, com V
dominância apical, atinge mais de 1,5 m de altura, com pou-
cas ramificações curtas, quadrangular, ângulos obtusos, com sul-
co profundo nas laterais, coloração verde-claro. Folhas opostas e
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 289 27/06/2022 09:36:37


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
290

longo-pecioladas na parte inferior da planta; o tamanho do pecíolo


diminui da parte inferior para a parte superior da planta; limbo ovala-
do ou deltoide, base atenuada e ápice agudo ou obtuso; margens cre-
nadas, glabras, verde-claras na parte dorsal; nervuras proeminentes.
Inflorescência na parte terminal do caule. Flores agrupadas em pseu-
doverticilos globosos, dispostos em sequência nas axilas das folhas, o
que deu origem ao nome popular da planta cordão-de-frade . Cálice
com base unida junto aos nós; entre os nós há brácteas espinescentes
da mesma cor do cálice; corola tipicamente labiada, alongada, amare-
la, laranja, avermelhada, raramente violácea, vistosa. Fruto artrocarpo
com quatro carcerulídios unisseminados.
As sementes germinam na primavera e verão. O desenvolvimento
das plantas é rápido e o florescimento se inicia em poucas semanas.
Planta esporádica no estado, encontradiça em pastagens de ca-
pim-jaraguá. Seu potencial de competição é baixo, pois não forma
grandes adensamentos de plantas e ramifica muito pouco. Causa da-
nos de pequena importância, observados nas regiões do Arenito e do
Terceiro Planalto, em pastagens de braquiárias, pastejadas intensa-
mente e sem manejo frequente das plantas indesejáveis.
Possui alguma utilidade como planta ornamental e medicinal.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 290 27/06/2022 09:36:38


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
291

Leonurus sibiricus L.
A
SINÔNIMOS
Leonurus manshuricus Yabe, Leonurus sibiricus var. grandiflora Benth. B
C
NOMES COMUNS
Rubim, erva-macaé, chá-de-frade, erva-do-santo-filho, lavandeira, lavantina, erva-
-das-lavadeiras

ORIGEM
Espécie originária da China, ensontra-se dispersa pelo mundo. No Brasil está ampla-
D
E
mente distribuída e é mais frequente na Região Sul.

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante; raízes F
laterais superficiais, ramificam intensamente. Caule anguloso
e sulcado longitudinalmente, glabro ou com tênue pilosidade, L
verde; ramificações curtas, ascendentes. Crescimento ereto e de domi-
nância apical, atinge até 2 m de altura. Folhas heteromorfas, com lobos M
arredondados nas plantas jovens e profundamente lobadas, nas mais
velhas; com lobos lanceolados, de ápice agudo nas plantas maiores. N
Na parte inferior das plantas são longo pecioladas, até 15 cm de com-
primento e na superior curto pecioladas, com redução gradativa no
tamanho dos pecíolos. O número de lobos varia de planta para planta
P
e de acordo com o ambiente. Limbo flexível, na face dorsal as nervuras
são salientes e de coloração verde intenso, em ambas as faces cober-
R
tas de pêlos alvos-translúcidos. Inflorescências axilares na parte su-
perior da planta. lomérulos de 8-25 flores. As flores abrem de forma
S
sequencial, de maneira que cada glomérulo sempre apresenta alguma
flor aberta. Flores zigomorfas, cálice turbinado, de 6-8 mm de com-
T
primento e 5 nervuras que terminam em lobos espinescentes, sendo
dois mais desenvolvidos, verdes, com pêlos simples. Corolas de 12-15
U
mm de comprimento, coloração rósea, avermelhada ou lilás; base tu-
bular, com anel oblíquo de pêlos a 2 mm da base; lábio superior oblon- V
go, inteiro e c ncavo; lábio inferior trífido; lábios laterais ovalados e
o central mais desenvolvido. As flores exalam odor que lembra o de Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 291 27/06/2022 09:36:38


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
292

bacalhau. Fruto artrocarpo bicarpelar, geralmente com quatro carce-


rulídios unisseminados.
A maioria das sementes germina no outono e inverno e as plantas
florescem no final do inverno e na primavera. Em qualquer época do
ano são encontradas plantas jovens e adultas floridas. Nas pastagens,
raramente são observadas populações densas. Os maiores problemas
ocorrem nas reformas ou renovações de pastagem.
Espécie encontradiça, dispersa nos três Planaltos, em pastagens
formadas por braquiárias, azevém, hemártrias, estrela-africana, pa-
nicuns, capim-jaraguá, grama-mato-grosso e grama-sempre-verde.
Sua presença independe da altura de pastejo, da fertilidade do solo
e do manejo das plantas invasoras. O rubim não exerce alta pressão
de competição, porém causa danos de média importância nas regiões
do Terceiro Planalto, em pastagens de estrela-africana, em solos com
fertilidade natural alta e em áreas submetidas a práticas mecânicas de
manejo das invasoras.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 292 27/06/2022 09:36:39


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
293

Ocimum campechianum Mill.


A
SINÔNIMO
Ocimum micrantum Willd. B
NOMES COMUNS

Alfavaca-do-mato, alfavaca
C
ORIGEM
Espécie originária do continente americano, presente desde a América Central até o
D
Sul do Brasil e Argentina.
E

E F
spécie anual ou bienal, herbácea, zoocórica. Sistema radicular
pivotante, fibroso, profundo e pouco ramificado. Caule quadran-
gular, esparsamente piloso, às vezes com protuberância, herbá-
ceo na planta jovem, lenhoso na base quando adulta, ereto, muito ra-
L
mificado, coloração verde ou arroxeada quando exposto ao sol. Folhas
simples, pecioladas, verde-intenso, pecíolo canaliculado. Limbo mui-
M
tas vezes assimétrico, levemente apiculado, atenuado na base, mais
claro no lado inferior, margem irregularmente denteada; nervuras vi- N
síveis no lado ventral e salientes no lado dorsal. Inflorescência racemi-
forme na parte terminal dos ramos, curto-pedunculada, com abertura P
sequencial das flores; agrupadas em 2 a 2 ou mais unidades, partindo
do mesmo nó, curto-pedicelada, com cálice curvo, campanulado, ar-
roxeado externamente e com 5 lobos pontiagudos. Corola bilabiada
R
típica, bem aberta, sobressaindo do cálice, coloração lilás à arroxeada.
Frutos cápsulas com 2-4 sementes.
S
Desenvolvem-se a sol pleno, mas preferem locais levemente som-
breados, com bom teor de matéria orgânica no solo e boa disponibilida- T
de de água. Caules e raízes suportam bem o pisoteio, pois são frequen-
tes sob a copa das árvores, onde os animais se abrigam do sol intenso. U
Espécie encontradiça, dispersa na região dos três Planaltos, Cam-
pos Nativos, ale do Ribeira e Litoral, infestando pastagens formadas V
por qualquer espécie forrageira, indiferente à intensidade de pastejo,
da lotação de animais e dos sistemas de manejo das invasoras. Apre-
senta potencial de competição altíssimo nas pastagens de grama-sem-
Z

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pre-verde. Causa prejuízos de média importância, principalmente na


região do Terceiro Planalto, em pastagens formadas por grama-sem-
pre-verde, onde o manejo das plantas invasoras não é rotineiro.

Ocimum gratissimum L.

SINÔNIMOS
Ocimum viride Willd., Ocimum guineense Schum. & Thonn.

NOMES COMUNS
Alfavacão, alfavaca, alfavaca-cravo, alfavaca-de-moita

ORIGEM
Espécie originária da Ásia e cultivada em vários países, devido à sua utilização medicinal.

P
lanta subarbustiva, perene, zoocórica. Sistema radicular pivo-
tante na planta jovem. Quando adulta, fica entouceirada e emi-
te grande número de raízes a partir da base dos ramos. Caule
e ramos eretos, pouco ramificados, quadrangulares e pubescentes

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
295

quando novos, atingem 1,0-1,50 m de altura. A planta adulta emi-


te anualmente ramos novos a partir da base do caule principal, ao A
mesmo tempo em que os ramos velhos emitem pequenos brotos na
parte superior. Folhas opostas, pecioladas; limbo pubescente em B
ambos os lados, ovado-lanceolado, de base atenuada e ápice agudo,
de margens denteadas, membranáceo, glanduloso. Inflorescências
terminais em racemos paniculados, eretos, de cerca de 10 cm de
C
comprimento. Flores agrupadas, normalmente em número de três,
ao longo dos ramos, pequenas, tipicamente bilabiadas; a corola va- D
ria de arroxeada à amarelo-esverdeada. Fruto tipo carcerulídio, per-
manece envolto no cálice e apresenta 4 sementes arredondadas. E
Planta cultivada como medicinal nas propriedades rurais, sai de
controle e torna-se invasora de pastagens. No estado do Paraná ainda F
é de ocorrência rara e aparece nas pastagens originadas da aglutina-
ção de pequenas propriedades rurais. São plantas muito competiti-
vas, pois formam grandes reboleiras na região dos três Planaltos, em
L
pastagens de braquiárias, panicuns e estrela-africana, intensamente
pastejadas e não submetidas ao manejo com herbicidas. Nessa re-
M
gião, quando não manejadas, causa prejuízos de média importância.
N
P
R
S
T
U
V
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L il iaceae
Lilium longiflorum Thunb.

NOMES COMUNS
Lírio-branco, lírio, lírio-trombeta, lírio-japonês, lírio-de-finados, copo-de-leite

ORIGEM
Espécie originária da Ásia, China e Japão.

P
lanta herbácea, perene, anemocórica, ornamental. Parte subter-
rânea constituída de raízes fasciculadas, que partem de um bulbo
grande e escamoso. Escamas branco-amareladas, agudo-lanceo-
ladas, separam-se com facilidade. No centro do bulbo se desenvolve
anualmente a parte aérea. As escamas separadas têm a capacidade de
emitir raízes, desenvolver a parte aérea e formar um novo bulbo. Caule
ereto, atinge até 2 m de altura, cilíndrico, com algumas estrias. Folhas
numerosas, próximas umas das outras, linear-lanceoladas, glabras,
sésseis, semi-alternas, ápice agudo, levemente carnosas e curvadas
para baixo. Inflorescência na parte terminal do caule. Flores em núme-
ro variável, de uma até mais de uma dezena, dependendo do vigor da
planta, partem de um único ponto. Flores longo pediceladas, muito aro-
máticas; sépalas e pétalas brancas confundem-se, pois são do mesmo
tamanho e cor, atingem até 20 cm de comprimento; o tubo do cálice e
corola é campanulado, em forma de trombeta ou funil, de até 15 cm
de comprimento, horizontal na antese e depois pendular. Estames com
filetes esverdeados e anteras grandes e amarelas.
Linhagens do lírio foram introduzidas no Brasil há muitos anos e
cultivadas como espécie de planta ornamental nos jardins e quintais.
As mais agressivas, com as sementes levadas pelo vento, saíram de
controle e hoje são observadas em margens de rodovias, pastagens e
lavouras de muitos municípios do estado. Causa pequenos danos na re-
gião do Terceiro Planalto, em propriedades onde as invasoras não são
manejadas com regularidade. importante controlar sua expansão,
por ser altamente competitiva poderá causar problemas futuramente.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
297

L ythraceae A
Heimia myrtifolia Cham. et Schlecht. B
NOMES COMUNS
Erva-da-vida, vassourinha
C
ORIGEM
Espécie nativa do Uruguai, Sul e Sudeste do Brasil, e Missiones, na Argentina.
D
E

P
lanta perene, subarbustiva, zoocórica. Sistema radicular pivo-
tante na planta jovem. A planta com vários anos de idade, ou F
após ser roçada por várias vezes, forma touceiras e emite raízes
adventícias a partir dos ramos que partem da base do caule original. L
Caule principal e ramos oriundos da sua base atingem no máximo 1
m de altura, lenhosos, cilíndricos, ramificados, levemente alados nas
partes novas. Folhas sésseis ou quase, opostas, elípticas a lanceola-
M
das, 15-55 mm de comprimento por 5-8 mm de largura, ápice agudo,
margem inteira e levemente curvadas para o lado dorsal. Inflorescên-
N
cias com flores isoladas ou em pequeno número nas axilas das folhas
superiores. Pedúnculos curtíssimos, bractéolas lineares ou elíptico- P
-espatuladas, maiores do que o cálice, ápice agudo; cálice turbinado
de 3-4 mm de comprimento, 5 lobos agudos com apêndices subulado R
entre as sépalas; pétalas obovadas a arredondadas, amareladas. Fruto
tipo cápsula, multilocular, multisseminado, glabro e envolto pelo cáli-
ce permanente.
S
Encontradiça no estado, dispersa na região dos Campos Nativos
e dos Primeiro e Segundo Planaltos, em pastagens nativas, de braqui- T
árias, hemártrias, capim-jaraguá, grama-mato-grosso, grama-missio-
neira, grama-sempre-verde e nas pastagens cultivadas de azevém, U
onde o solo não foi muito revolvido, em locais com solos de fertilidade
natural média e baixa, em média ou alta lotação de animais e onde V
as plantas invasoras não são manejadas mecanicamente. Apresenta
alto potencial de competição em pastagens de grama-mato-grosso e
capim-jaraguá. Causa danos de média importância, na região do Pri-
Z

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298

meiro e Segundo Planaltos e dos Campos Nativos, em pastagens de es-


trela-africana, grama-mato-grosso e grama-sempre-verde, nas quais
as plantas invasoras raramente são manejadas.

Heimia salicifolia (HBK.) Link

NOME COMUM
Erva-da-vida-maior

ORIGEM
Muito rara, porém presente na região do Norte Pioneiro.

D
e hábitos semelhantes aos da H. myrtifolia, difere por ser maior,
atinge até 3 m de altura, e apresentar o cálice campanulado no
fruto, com lobos abertos, bractéolas menores que o cálice e péta-
las grandes, amarelas e vistosas. A H. myrtifolia tem o cálice subgloboso
no fruto, com lobos coniventes, encobrindo a cápsula, bractéolas maio-
res ou iguais ao cálice e pétalas pequenas, de coloração amarelo-pálidas.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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A
B
C
D
E
F
L
M
N
P
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S
T
U
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300

M al pighiaceae
Byrsonima intermedia Juss.

NOMES COMUNS
Cangiqueira, baga-de-tucano, murici-do-campo, murici

ORIGEM
Espécie nativa dos cerrados do Centro-Oeste do Brasil

P
lanta remanescente, perenifólia, arbustiva, zoocórica. Sistema
subterrâneo formado por raiz pivotante, raízes secundárias su-
perficiais e rizomas. Caules ramificados, numerosos, originados
de brotações do toco, rizomas e raízes superficiais, atinge 2 m de altu-
ra. Folhas opostas, curto-pecioladas ou sésseis; limbo elíptico, obova-
lado ou lanceolado, 15 cm de comprimento, 7 cm de largura, coriáceo,
glabro ou pubescente, verde-claro. Inflorescência em racemo terminal
e raramente axilar, 15 cm de comprimento. Flores com pedicelo longo,
mais de 1 cm de comprimento; sépalas 5, pequenas, persistentes no
fruto; pétalas 5, intercaladas com as sépalas, livres, unguiculadas, co-
loração amarela e vistosa; uma pétala difere das demais na forma do
limbo. Fruto drupa trilocular com uma semente por lóculo; semente
amarelada e rugosa.
Espécie rara no estado, presente nas regiões do Arenito e do Ter-
ceiro Planalto. Ocorre na forma de grandes reboleiras homogêneas
de até 20 m de diâmetro, cobrindo densamente o solo com seus ra-
mos e folhas. Altamente competitiva nas pastagens de braquiárias,
panicuns e estrela-africana, em áreas com lotação de animais média
e alta, em solos de fertilidade média e baixa. Dificilmente controla-
da por métodos mecânicos. Na região de ocorrência, causa prejuízos
de pequena importância, porque a espécie raramente é encontrada.
Entretanto, causa prejuízos de grande importância nas propriedades
onde ocorre.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 300 27/06/2022 09:36:43


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
301

Há várias espécies de malpighiáceas nas pastagens do estado,


são lianas ou cipós pertencentes aos gêneros Mascagnia, Tetrapterys, A
Banisteria e outros. Muitas dessas espécies contêm princípios tóxicos
para bovinos. São caracterizadas pelas folhas simples, opostas, nor- B
malmente elípticas; flores de cores vivas e vistosas, amarelas ou rosa-
das, dispostas em panículas axilares ou terminais; frutos normalmen- C
te alados e raras vezes em cápsulas monospérmicas, globosas e com
pêlos setáceos. São de difícil controle, pois crescem sobre outras plan- D
tas invasoras ou sobre as forrageiras, prostradas ou formando moitas
de ramos entrelaçados.
Encontradiça nas regiões do Arenito e dos três Planaltos, dispersa
E
em pastagens formadas por braquiárias, estrela-africana, hemártrias,
capim-jaraguá, panicuns e grama-mato-grosso, em qualquer sistema
F
de manejo das forrageiras e das plantas invasoras e lotação de ani-
mais. Frequentes em solo com fertilidade média e alta. Pouco com-
L
petitivas, porque ocorrem isoladamente nas pastagens, causam danos
de pequena importância no desenvolvimento e na produtividade das
M
forrageiras, nas regiões e condições de ocorrência.
N
P
R
S
T
U
V
Z

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302

M al v aceae
Malvastrum coromandelianum (L.) Garcke

SINÔNIMOS
Malva coromandeliana L., Malva tricuspidata R. Brown ex W.T. Ait., Malvastrum
carpinifolium (L.f.) Gray, Malvastrum tricuspidatum (R. Brown ex W.T. Ait.) Gray

NOMES COMUNS
Malvastro, guanxuma, falsa-guanxuma

ORIGEM
Espécie de origem desconhecida, ocorre em todas as regiões do Brasil.

P
lanta herbácea, anual, zoocórica, pantropical. Malvácea bastan-
te semelhante às guanxumas, possui raiz principal pivotante e
muitas ramificações laterais, muito fibrosas. Atinge 1 m de al-
tura nos solos mais férteis. Caule ereto, raramente ramifica nas áreas
de pastagens. Quando cresce livre de competição, em lavouras ou à
margem de rodovias, o caule é mais vigoroso e ramifica intensamen-
te próximo à base da planta, fibroso, cilíndrico, verde quando novo
e amarronzado quando maduro; caule e ramos com pêlos esbranqui-
çados. Folhas simples, pecioladas, dispostas em espiral ao longo do
caule e ramos; limbo ovalado a lanceolado, até 5 cm de comprimento,
diminui de tamanho conforme a planta vai se desenvolvendo em altu-
ra; nervuras marcantemente profundas; base cuneada e ápice agudo;
pêlos esbranquiçados esparsos e estípulas lanceoladas ou falcadas. In-
florescências axilares, na parte terminal do caule e dos ramos laterais,
com flores isoladas ou em glomérulos de até 6 por axila, curto-pedi-
celadas e guarnecidas por 3 bractéolas. Flores com desenvolvimento
sequencial na mesma inflorescência. Cálice com 5 sépalas romboides,
conatas na metade inferior, com lobos longo acuminados cobertos de
pêlos, bordos ciliados e persistentes na maturação. Corola com 5 péta-
las amarelo-alaranjadas, membranáceas, ovaladas e ápice assimétrico.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
303

Fruto esquizocarpo discoide com 3,0-3,5 mm de comprimento e 6-7


mm de diâmetro, contendo 12-14 carpídios. Carpídio unisseminado, A
discoide, reniforme, levemente comprimido e triaristado, com pêlos
cedo caducos. Os mericarpos são as unidades de dispersão. B
Nas pastagens, o malvastro sofre muito com a competição das
forrageiras. Suas plantas são menores, raramente chegam aos 50 cm C
de altura, apresentam pouca ou nenhuma ramificação, mas produzem
muitas sementes. Ocorre em mais de 60 das pastagens do estado,
dispersa por todas as regiões. Possui potencial de competição relativa-
D
mente baixo e causa danos de pequena importância, sendo os maiores
por ocasião da renovação ou reforma das pastagens, pois seu banco de
E
sementes é grande.
F
Sida acuta Burm. f. L
SINÔNIMOS
M
Sida acuta var. carpinifolia (L.f.) K. Schum., Sida carpinifolia L.f.

NOMES COMUNS
N
Guanxuma-paulista, guanxuma-preta, vassourinha-curraleira

ORIGEM
P
Espécie nativa do Brasil.
R

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Sistema radicular pivotante S
muito fibroso, raízes laterais muito ramificadas. Caule cilíndri-
co, às vezes angulado quando novo, ramificado em toda sua ex- T
tensão quando livre de competição; em populações densas somente
ramifica na parte superior. Ramos e folhas dísticos. Caule e ramos nun-
ca se desenvolvem na vertical, sempre apresentam inclinação ou cur-
U
vatura para um dos lados, permitindo melhor exposição à luz. Caule
e ramos fibrosos e ásperos, de coloração verde quando novos. Folhas
V
simples, alternas, face superior voltada para o lado de maior ilumi-
nação; estípulas dimorfas; limbo elíptico a ovalado-acuminado, base
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 303 27/06/2022 09:36:43


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
304

arredondada, de lados normalmente desiguais, ápice agudo; margem


denteada com pêlo prateado na extremidade de cada dente; coloração
verde intensa na face ventral, dependendo da luz, idade e estado nutri-
cional; a coloração pode variar a tons de amarelo claro ou arroxeado.
Flores axilares isoladas ou em glomérulos, curto-pedunculadas. Cálice
campanulado, pentalobado, com pêlo prateado curto na extremida-
de de cada lobo. Corola com 5 pétalas obovadas, atenuadas na base,
amareladas. Fruto esquizocarpo, de 2 mm de comprimento, coberto
de diminutos pêlos estrelados cedo caducos, contendo 10 mericarpos
indeiscentes, trigono-elípticos, até 3 mm de comprimento, com duas
aristas. Os mericarpos são as unidades de dispersão.
Comportamento semelhante ao das outras espécies de guanxumas,
nome genérico das espécies pertencentes ao gênero Sida. A principal di-
ferença é a preferência por locais com menor número de horas de sol di-
reto, desenvolvendo-se também em locais de sombra durante todo o dia.
Sua característica marcante é a posição dística dos ramos e folhas, vol-
tados para o lado de maior luminosidade, e as estípulas rijas e dimorfas.
Encontradiça no estado, especialmente nas regiões do Primeiro e
Segundo Planaltos e ale do Ribeira, em pastagens formadas por bra-
quiárias, capim-jaraguá, grama-mato-grosso, grama-sempre-verde e
grama-missioneira, em solos com fertilidade média e em áreas cujas
invasoras nunca são manejadas com herbicidas. Nos locais onde esta
espécie de guanxuma aparece com maior intensidade, comporta-se
como altamente competitiva nas pastagens de braquiárias, hemár-
trias, estrela-africana e grama-sempre-verde, pastejadas sob média
intensidade, em solo com fertilidade média, em áreas onde somente
são praticadas atividades mecânicas de manejo das invasoras. Cau-
sa danos de grande importância no desenvolvimento das pastagens,
nas regiões do Primeiro e Segundo Planaltos, em pastagens de bra-
quiárias, em áreas superlotadas e onde as invasoras são manejadas
somente por métodos mecânicos.
A Sida acuta tem sido citada na farmacopeia popular pelo uso me-
dicinal de suas folhas. Também é citada como causadora de intoxica-
ções em caprinos.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 304 27/06/2022 09:36:43


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
305

Sida cordifolia L.
A
SINÔNIMOS
Sida rotundifolia Lam., Sida herbacea Diss., Sida tomentosa Vell., Sida velutina Willd. ex B
Spreng.

NOMES COMUNS
C
Guanxuma-coração, malva-branca, guanxuma-branca, malva-veludo

ORIGEM
D
Espécie originária das regiões tropicais da América, está dispersa até as regiões subtro-
picais do continente. No Brasil encontra-se dispersa da Amazônia até o Paraná. E
F
P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Sistema radicular vigoroso, ra-
mificado, profundo, fibroso. Caule ereto, muito ramificado, atin-
ge até 2 m de altura, cilíndrico e inteiramente piloso nas par-
L
tes jovens. Folhas alternas, simples, pecíolos carnosos de até 4 cm de
comprimento, pilosos; limbo largamente ovalado, com base cordifor-
M
me, ápice agudo a obtuso e margem dentado-crenada; superfície den-
samente coberta por pêlos simples e estrelados. Inflorescência axilar, N
quase corimbosa, flores curto-pediceladas com brácteas filiformes de
até 3 mm. Flores com cálice campanuliforme, 5 lobos ovais e agudos P
no ápice, 5-7 mm de comprimento. Corola de 5 pétalas assimétricas,
8-10 mm de comprimento, amarelas ou alaranjadas com parte central R
mais escura; tubo estaminal pubescente, estilete glabro e estigma ca-
pitado. Fruto esquizocarpo subgloboso, de 7,5 mm de diâmetro. 8-12 S
carpídios ou mericarpos, trigono-ovalados de 3,0-3,5 mm de compri-
mento sem as aristas, cobertos de longos pêlos simples alvo-translú- T
cidos e retrorsos; aristas divergentes de 2,5-2,8 mm de comprimento.
Sida cordifolia difere das outras espécies do gênero pelas folhas U
largas cordiformes, nervuras proeminentes nas duas faces, veludosas;
pilosidade veludosa em todas as partes da planta e aristas divergentes V
nos mericarpos que sobressaem do cálice.
Plântulas da espécie são observadas em qualquer época do ano.
Somente no verão, quando os dias começam a encurtar, é que o flores-
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 305 27/06/2022 09:36:43


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306

cimento ocorre com maior intensidade. Plantas com mais de um ano


paralisam o crescimento em altura e florescem continuamente, mas a
produção de sementes diminui.
Encontradiça na região do Arenito, continuando sua ocorrência
pelo ale do Rio Paranapanema, Norte Pioneiro até atingir o ale do
Ribeira. Presente principalmente em pastagens de braquiárias, pa-
nicuns, estrela-africana, grama-mato-grosso e capim-jaraguá, indife-
rente à intensidade de pastejo, à fertilidade do solo e ao manejo das
plantas invasoras. O potencial de competição não é muito elevado,
porque raramente forma grandes adensamentos de plantas. O poder
germinativo das sementes em condições naturais é muito baixo. Os
prejuízos causados ao desenvolvimento das plantas forrageiras são de
média importância na Região do Arenito, em pastagens de panicuns
e estrela-africana, pastejadas com média e alta intensidade, em solos
com fertilidade baixa, em áreas não submetidas a manejo frequente
das plantas invasoras.
Planta produtora de fibras longas de excelente qualidade, com
grande possibilidade de aproveitamento industrial.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 306 27/06/2022 09:36:44


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
307

Sida rhombifolia L.
A
SINÔNIMOS
Sida alba Cav., non L., Sida retusa L., Malva rhombifolia (L.) Krause, Sida adusta Marais B
NOMES COMUNS
Guanxuma, vassourinha, relógio, guaxima, malva, guaxuma, malva-preta
C
ORIGEM
Espécie nativa do continente americano, ocorre em todos os países. Uma das espécies
D
mais dispersas pelo Brasil, especialmente nos estados sulinos.
E

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante, pode F
atingir mais de 1 m de profundidade; laterais muito ramificadas.
As raízes das guanxumas, especialmente da Sida rhombifolia,
são muito finas, fibrosas e resistentes. Conseguem penetrar no solo
L
compactado através de pequeníssimas fraturas e se desenvolverem,
contribuindo para a descompactação. Caule ereto e ramificado ao lon-
M
go de toda sua extensão; quando se desenvolve com pouca concorrên-
cia, atinge mais de 1 m de altura; cilíndrico; casca fibrosa; coloração
N
verde, passando a marrom com o tempo; pêlos curtos estrelados dão
a sensação de aspereza. Folhas simples, alternas, curto-pecioladas, P
apresentam junto da base duas estípulas filiformes de até 8 mm de
comprimento. Limbo inteiro na metade inferior e serreado na supe- R
rior, pouco piloso; coloração verde intenso quando jovens, amareladas
ou arroxeadas nas folhas mais velhas; limbo de forma romboide na S
parte inferior e obovado na superior, mudando de forma e diminuindo
de tamanho com a idade da planta, especialmente nos ramos florífe- T
ros. Inflorescências unifloras e axilares na parte terminal dos ramos;
pedúnculo filiforme, geniculado na região mediana e duas a três vezes
mais longos do que o pecíolo da folha correspondente. Flores amare-
U
las, que se abrem nas horas mais quentes do dia. Cálice persistente,
cinco sépalas unidas até a metade, cuneadas; corola com cinco péta-
V
las obovadas, assimétricas, com ou sem mancha escura na parte basal.
Androceu com tubo estaminal e filetes separados na parte superior. Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
308

ineceu com estiletes filiformes e estigma dividido em tantas pontas


quanto o número de carpelos, podendo variar entre 10 e 14. Fruto es-
quizocarpo globoso de 3-4 mm de comprimento por 5-6 mm de diâ-
metro, formado por 10-14 carpídios. Carpídios ou mericarpos trian-
gular-ovados, com aproximadamente 2,5 mm de comprimento por 2
mm nas laterais e 1,5 mm no lado dorsal, unisseminados; possuem
duas aristas de 1 mm de comprimento. Os carpídios e esquizocarpos
são as unidades de dispersão da guanxuma.
As guanxumas, após atingirem a idade adulta, 3-4 meses após a
emergência, continuam a produzir flores e frutos continuadamente
por um, dois ou mais anos. A emergência, florescimento e frutificação
independem da estação do ano, sendo menos intensa no inverno.
Todas as espécies de guanxumas (gênero Sida) são semelhantes
entre si pelos caracteres vegetativos. Entretanto, há características
morfológicas específicas em cada espécie que permite distingui-las.
A Sida rhombifolia é muito variável em seus caracteres. Sua identifi-
cação é possível pelos limbos foliares, de forma romboide, observa-
dos nas plantas mais jovens; estípulas filiformes rijas; pedúnculos
florais geniculados 2-3 vezes maiores que o pecíolo da folha corres-
pondente; carpelos pretos com duas aristas curtas e pilosidade acin-
zentada uniforme.
S. rhombifolia é mais frequente em locais compactados, de maior
concentração do rebanho, como saleiros, porteiras e mangueiras. A
preferência ocorre por apresentar adaptações que permitem se de-
senvolver nesses locais de intenso pisoteio. Plantas quebradas, pasta-
das ou roçadas, rebrotam intensamente e formam uma pequena copa
arredondada. Por ter sistema radicular e aéreo bastante fibrosos, é de
difícil controle mecânico ou por arranquio manual.
a segunda espécie mais encontradiça no estado, dispersa por
todas as regiões, sua infestação se comporta independentemente da
espécie de forrageira cultivada, de como é manejada, da fertilidade do
solo e do controle ou não das plantas invasoras. A guanxuma se des-
taca como altamente competitiva nas regiões dos Campos Nativos, em
pastagens de azevém, panicuns e estrela-africana, em solos com ferti-
lidade alta. Causa danos de grande importância na região do Arenito,
em pastagens de panicuns, em solos com fertilidade baixa, em locais

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 308 27/06/2022 09:36:44


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
309

superlotados e não submetidos ao controle das plantas invasoras nos


dois últimos anos. Nas demais condições causa danos menores. A
Esta espécie de guanxuma também apresenta algumas utilidades.
Caules e ramos produzem fibras longas de excelente qualidade. A par- B
te aérea é utilizada na confecção de vassouras e a raiz tem sido utiliza-
da em preparados fitoterápicos. Além de invasora agressiva também
é citada como hospedeira da ‘virose das malváceas’, doença que pode
C
ser transmitida a algumas culturas, como a soja.
D
E
F
L
M
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P
R
S
T
U
V
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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Sida santaremensis H. Monteiro

NOMES COMUNS
Guanxuma-de-santarém, guanxuma, guanxumona, guaxima, vassourinha

ORIGEM
Espécie originária da Amazônia, encontra-se dispersa por quase todos os estados do
Brasil, até o Norte do Paraná.

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante; ra-
ízes laterais muito ramificadas, fibrosas. Caule bem desenvol-
vido, pouco ramificado e com tendência a se desenvolver incli-
nado para um dos lados, em torno de 30 graus em relação a vertical,
para melhor aproveitamento da luz; cilíndrico, levemente achatado na
parte terminal, coloração verde quando novo, podendo passar para
arroxeado. Folhas simples, alternas, com pecíolos de cerca de 1,5 cm
de comprimento; estípulas lineares acuminadas, quase tão compridas
quanto os pecíolos; limbo largo-ovado; margem serreada, exceto na
base, quase glabra na face ventral e com pêlos estrelados na dorsal;
coloração verde, mas nas plantas mais velhas pode aparecer pigmen-
tação arroxeada na face superior. Fruto esquizocarpo, globoso, 8 mm
de comprimento por 6 mm de diâmetro, divide-se em 10 mericarpos
unisseminados. Os mericarpos têm deiscência apical, onde possuem
duas aristas de coloração mais clara, com pêlos alvos translúcidos, fa-
cilmente caducos; semente trigono-globosa.
Comportamento muito semelhante ao da Sida rhombifolia. Quan-
do cortada ou pastada não rebrota como ela, formando uma pequena
copa globosa. As características que a diferencia das demais guanxu-
mas são a margem do limbo serreada, o pecíolo curtíssimo e o fruto
com 10 mericarpos. As unidades de dispersão são os esquizocarpos e
os mericarpos ou as sementes, após a deiscência.
Encontradiça, dispersa especialmente pela região do Arenito, em
pastagens de braquiárias, panicuns, grama-mato-grosso e capim-jara-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 310 27/06/2022 09:36:45


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
311

guá, pastejadas com alta intensidade, em solos com fertilidade média


a baixa e independente das práticas de manejo utilizadas. O potencial A
competitivo é maior em pastagens de panicuns. Os prejuízos causados
no desenvolvimento das forrageiras são de grande importância na re- B
gião do Arenito, em pastagens de braquiárias e panicuns, em solos com
fertilidade baixa e sem nenhum manejo das invasoras nos últimos anos. C
Há várias espécies do gênero Sida, herbáceas, anuais, zoocóricas,
nas pastagens do Paraná, entre elas merecem destaque as que são D
apresentadas a seguir
E
Guanxuma-do-cerrado (Sida cerradoensis Krap.), facilmente encon-
trada em lavouras e pastagens. Nativa dos cerrados brasileiros, está em F
fase de dispersão; surgem linhagens mais agressivas, devido à incor-
poração de novas áreas de cultivo. Planta pouco ramificada, de cresci- L
mento ereto, atinge 30-150 cm de altura; folhas oblongas com nervu-
ras proeminentes, pilosas, dobradas nas nervuras, dando o aspecto de M
enrugadas, coloração arroxeada; flores grandes para o gênero, com o
centro mais escuro.
N
Guanxuma-branca (Sida glaziovii K. Schum.), planta frequentemente
P
encontrada nas margens de rodovias e nas pastagens. Muito ramificada e
de crescimento semiprostrado, todas as partes da planta são cobertas de
R
pilosidade esbranquiçada. Folhas com pecíolo curto; limbo com margem
serreada, nervuras bem visíveis na face ventral e proeminentes na dorsal;
S
entre o pecíolo e o limbo existe um pulvínulo bastante ativo; estípulas ve-
ludosas, persistentes, lineares, de cerca de 1 cm de comprimento.
T
uanxuma-fina (Sida linifolia Cav.), planta raramente encontrada, é
U
a espécie de guanxuma mais fácil de ser identificada. Folhas lineares ou
linear-lanceoladas, mais de 5 cm de comprimento; inflorescências em
V
corimbos terminais; flores grandes, brancas e vistosas. Tem pequeno
potencial de competição.
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
312

Guanxuma-preta (Sida lonchites Saint-Hil.), observada em algu-


mas propriedades nos Campos erais. Tem características morfológi-
cas bastante semelhantes à Sida rhombifolia, pouco ramificada, tem a
tendência de concentrar a frutificação na parte superior; plantas mais
velhas acumulam muita pigmentação, conferindo-lhe uma coloração
bastante escura, daí o seu nome comum.

Guanxuma-rosa (Sida potentilloides Saint-Hil.), é raramente en-


contrada na Região Centro-Sul do estado. Caule pouco ramificado; flo-
res concentradas na extremidade superior da planta; folhas lineares
lanceoladas, serreadas de 2-3 cm de comprimento por 1 cm de largu-
ra; flores rosadas de tamanho médio; pouco competitiva.

Guanxuma-espinhosa (Sida spinosa L.), é de introdução recente


na Região Norte do estado, mais encontradiça em lavouras do que
em pastagens. De crescimento ereto, até 1,5 m de altura, pouco rami-
ficada, às vezes apresenta nos ramos e caule a coloração arroxeada.
A característica típica que permite sua identificação é um engrossa-
mento na base do pecíolo com a presença de um espinho retrorso,
pouco rígido.

Guanxuma-rasteira (Sida urens L.), tem crescimento prostrado ou


escandente na presença de suportes. Plantas isoladas são frequen-
temente encontradas, nunca formando populações densas, o que
demonstra que a produção de sementes viáveis por planta é mui-
to pequena, por isso é pouco competitiva. Facilmente identificável,
produz ramos flexíveis logo nos primeiros nós, que se desenvol-
vem prostrados ou apoiados; folhas cordiformes, ápice acuminado,
margem crenado-denteada; toda a planta coberta por pêlos longos
patentes e brilhantes, sob iluminação direta. Uma percentagem
muito alta das plantas é infectada por uma virose que deixa as fo-
lhas amarelas ou variegadas de amarelo.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 312 27/06/2022 09:36:45


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
313

Guanxuma-dos-caminhos (Sida viarum Saint-Hil.), típica do Se-


gundo Planalto, de pequeno porte e pouco competitiva. Originária A
dos Campos Nativos, está em fase de adaptação às condições de
manejo nas lavouras de plantio direto e nas pastagens cultivadas. B
Raramente atinge 40-50 cm de altura, ramifica intensamente, for-
mando pequena aglomeração de ramos de crescimento semipros- C
trado em áreas cultivadas. Ramifica menos nas pastagens e no cam-
po nativo. Folhas oblongas, lineares a lanceoladas, de 2-3 cm de D
comprimento, bordos serrilhados da metade do limbo para o ápice,
cada dente possui um pêlo longo; na base da folha, na junção do E
pecíolo com o limbo, há uma região engrossada e esbranquiçada de
onde partem a nervura principal e duas laterais. F
Guanxuma-clara (Sida sp. 1), espécie ainda não identificada, en- L
contrada na Região do Arenito, no vale do Rio Paraná. Os caracteres
das plantas são intermediários entre as espécies S. rhombifolia e S. M
santaremensis; atinge cerca de 1 m de altura; ramificação dística; cres-
cimento do caule principal inclinado e folhas de coloração verde-claro.
N
Baixo potencial de competição.
P
uanxuma-gigante (Sida sp. 2), espécie ainda não identificada,
nativa, observada na Região Sul do estado, em altitudes acima de
R
700 m. Possui alto vigor de crescimento, atinge frequentemente 3
m de altura; o diâmetro do caule pode chegar a 3 cm; ramificações
S
somente a partir de um terço da altura; folhas de coloração verde
claro, oblongas com ápice acuminado, nas plantas jovens atingem
T
mais de 5 cm na parte mais larga do limbo, nervuras proeminentes;
florescimento no final do verão; muito competitiva. Não causa mui-
U
tos problemas nas pastagens, porque é consumida pelo gado.
V
Z

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314

Guanxuma-branca Guanxuma-branca

Guanxuma-branca Guanxuma-rasteira

Guanxuma-dos-caminhos Guanxuma-dos-caminhos

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
315

A
B
C
D
E
F
L
M
Sidastrum micranthum (Saint-Hil.) Fryxell N
SINÔNIMO P
Sida micrantha Saint-Hil

NOMES COMUNS R
Falsa-guanxuma, malvona, malva-preta, guanxuma

ORIGEM S
Espécie originária da América Central e Caribe, pode ser encontrada em todas as regi-
ões do Brasil.
T
U
P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante, pro-
funda e fibrosa. Caule ereto, pouco ramificado, fibroso, resisten-
te, atinge mais de 2 m de altura, áspero e com pêlos estrelados;
V
entrenós curtos. Folhas alternas, simples, curto-pecioladas; limbo cor-
diforme, base cordada, ápice agudo, margem crenado-denteada, até
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 315 27/06/2022 09:36:50


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
316

duas vezes mais compridas do que largas, coloração verde acinzenta-


da e com pêlos estrelados. Inflorescências axilares e com flores agru-
padas por terem um pedúnculo muito curto. Flores pequenas, quase
sésseis; cálice campanulado, pentalobado, lobos com ápice agudo; cá-
lice com 5 pétalas amarelas. Fruto esquizocarpo globoso de 2,2-2,5
mm de comprimento por 2,5-3,0 mm de diâmetro, formado por até
5-6 mericarpos unisseminados, deiscência apical, com dois cornículos
apicais de menos de 0,5 mm de comprimento.
As sementes da falsa-guanxuma germinam na primavera e as
plantas florescem no verão e outono. Raramente observada em gran-
des populações, ocorre mais em pastagens novas, recém formadas.
Frequentemente apresentam sintomas de mosaico amarelo.
Esporádica no estado, mas encontradiça em pastagens de capim-
-jaraguá. O potencial de competição é mais elevado na região do Are-
nito, em pastagens de braquiárias e de panicuns, em áreas submeti-
das à baixa intensidade de pastejo. Por ser originária de regiões mais
quentes que as condições do Paraná, causa danos de pequena impor-
tância nas regiões do Arenito e do Terceiro Planalto, em pastagens de
braquiárias, panicuns e grama-mato-grosso, indiferente à intensidade
de pastejo, em solos com fertilidade média a alta e onde o manejo das
plantas invasoras não é frequente.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
317

Sidastrum paniculatum (L.) Fryxell


A
SINÔNIMOS
Sida paniculata L., Sida capillaris Cav., Sida floribunda Kunth B
NOMES COMUNS
Malva-roxa, guanxuma, vassourinha
C
ORIGEM
Espécie nativa da América Tropical, ocorre em praticamente todos os estados brasileiros.
D
E

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante, rami-
ficada e fibrosa. Caule fibroso e lenhoso nas partes mais velhas, F
pouco ramificado na base, piloso, atinge mais de 2 m de altura.
Folhas pecioladas, simples, alternas, pubescentes; pecíolo de cerca de L
um terço do comprimento do limbo; limbo ovalado a lanceolado, cer-
ca de duas vezes mais comprido do que longo, base truncada e ápice M
agudo, margem denteada; duas estípulas de 6-7 mm de comprimento.
Inflorescência na parte superior da planta, panícula aberta com ramos N
muito finos, laxa. Flores com pedúnculo longo e flexível; cálice penta-
lobado, lobos triangulares, alongados, 2-3 mm de comprimento; coro- P
la com 5 pétalas de 3 mm de comprimento, de coloração sanguínea a
púrpura, pubescente, entre 10-20 estames com anteras amareladas.
Fruto esquizocarpo globoso, de 2,2-2,8 mm de comprimento por 3,5
R
mm de diâmetro. Cinco mericarpos, subglobosos, deiscência apical,
unisseminados e com dois cornículos ou aristas apicais.
S
As sementes germinam na primavera e as plantas florescem no
verão. Raramente forma populações densas, possivelmente porque as
T
sementes possuem pequena viabilidade nas condições locais.
Facilmente identificada, pois possui os pedúnculos das flores e
U
dos frutos e os ramos da inflorescência bastante longos e finos, e o
fruto divide-se em 5 mericarpos providos de dois cornículos apicais. V
Espécie encontradiça, dispersa em pastagens formadas por pa-
nicuns, principalmente devido à possibilidade de ser introduzida por Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
318

meio de sementes contaminadas. O potencial de competição tende a


ser mais elevado em áreas com baixa lotação de animais e submetidas
ao manejo mecânico das invasoras. Causa danos de pequena impor-
tância nas regiões do arenito e dos três Planaltos, em pastagens de
panicuns e grama-mato-grosso, pastejadas com alta intensidade, e em
solos com fertilidade média e alta, em locais onde os herbicidas não
são utilizados nas práticas de manejo das invasoras.

Triumfetta rhomboidea Jacq.

SINÔNIMOS
Triumfetta bartramia L., Triumfetta excisa Urban

NOMES COMUNS
Carrapicho-redondo, carrapichão, carrapicheiro, carrapicho-miúdo, juta-nacional

ORIGEM
Espécie de origem não definida. Nas Américas, ocorre desde o México até a Argentina,
sendo frequente no Sudeste e Centro-oeste do Brasil.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
319

P
lanta anual ou bienal, subarbustiva, zoocórica, pantropical. Raiz
principal pivotante e vigorosa, várias laterais desenvolvidas. Cau- A
le cilíndrico, ereto, fibroso, resistente, pouco ramificado; ramos
reflexos, resistentes, inclinados, tomentosos, com pêlos simples ou es- B
trelados. Folhas simples e alternas, na parte superior são curto-pecio-
ladas; limbo ovalado, ápice agudo e margem irregularmente denteada; C
na parte inferior as folhas são longo-pecioladas; limbos grandes de até
20 cm de comprimento, largos, às vezes trilobados, com lobos laterais D
iguais e o central maior. A partir da base das folhas partem nervuras
para o ápice de cada lobo. Superfície das folhas cobertas com pêlos es-
trelados. Inflorescências em glomérulos, partindo do lado oposto ao da
E
inserção da folha, pedúnculo de 2-3 mm de comprimento, de onde par-
tem os 2-3 pedicelos de maneira que as flores ficam muito próximas.
F
Os entrenós diminuem de comprimento para a extremidade dos ramos.
As flores abrem sequencialmente; cálice formado por 5 sépalas mais
L
longas do que as pétalas, de coloração avermelhada e ápice esverdea-
do, pubescentes no lado externo. Após a antese, as sépalas se retraem e
M
expõem a corola com 5 pétalas amarelas de 3-6 mm de comprimento.
Fruto drupoide policárpico, subgloboso, trilocular e epicarpo curto pu- N
bescente com cerdas ou pêlos retrorsos de 2-3 mm de comprimento.
A emergência das sementes ocorre principalmente na primavera, P
entretanto são observadas plantas jovens em qualquer época do ano.
O florescimento e a maturação dos frutos ocorre no verão, outono e R
até no inverno.
O carrapicho-redondo é encontradiço no estado, disperso nas regi- S
ões do Arenito e dos três Planaltos, em pastagens de braquiárias, estrela
africana, capim-jaraguá e panicuns e grama-mato-grosso e grama-mis- T
sioneira; independe da intensidade de pastejo, da fertilidade do solo e
da forma de manejo das plantas invasoras. A espécie é de alto potencial U
de competição com as forrageiras, que é maior nas regiões do Arenito e
dos Primeiro e Segundo Planaltos, em pastagens de grama-mato-grosso V
e estrela-africana, pastejadas intensamente, em solos com fertilidade
média e sem manejo das plantas invasoras. Causa danos de grande im-
portância à pecuária paranaense nas regiões do Arenito e do Primeiro e
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
320

Segundo Planaltos, em pastagens de braquiárias e estrela-africana, não


submetidas ao manejo frequente das plantas daninhas, em áreas super-
lotadas de animais, formadas em solo com fertilidade média.
Também são encontradas nas pastagens do Paraná populações de
juta-nacional (Triumfetta semitriloba Jacq.), que difere da T. rhomboidea
por ter folhas ásperas, com poucos pêlos ou quase glabras, inflorescências
mais densas, sépalas com o mesmo comprimento ou mais curtas do que
as pétalas e frutos triloculares, com duas sementes por lóculo, pericarpo
castanho com poucos pêlos estrelados ou quase glabro.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 320 27/06/2022 09:36:55


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
321

A
B
C
D
E
F
L
M
Waltheria indica L. N
SINÔNIMO
P
Waltheria indica L.

NOMES COMUNS
R
Malva-branca, guanxuma-branca, falsa-guanxuma

ORIGEM
S
T
Existem controvérsias quanto à origem desta espécie, que é encontrada na Índia, na
África e na América. No Brasil é observada em quase todos os estados.

U
P
lanta anual ou bienal, zoocórica, subarbustiva de crescimento ere-
to, ramificada desde a base. Sistema radicular pivotante, muito vi- V
goroso. Caule fibroso, resistente, coberto de pêlos sedosos simples
ou estrelados, atinge cerca de 1 m de altura. Folhas simples, pecioladas,
limbo ovalado, oblongo ou lanceolado, com base arredondada e ápice su-
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 321 27/06/2022 09:36:55


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
322

bagudo, margem denteada, cerca de duas vezes mais longo do que largo,
nervura deprimida na face ventral e proeminente na dorsal. Inflorescên-
cias em glomérulos axilares na parte superior do caule e ramos, protegi-
dos por 2-3 brácteas unidas na parte inferior, lanceoladas ou lineares. Flo-
res sésseis, guarnecidas por 3-4 bractéolas; cálice tubuloso com 5 lobos,
acuminado, piloso, semelhante às brácteas e as bractéolas; corola de 5
pétalas espatuladas, pouco maiores do que o cálice, amarela, com o tem-
po torna-se alaranjada. Fruto cápsula loculicida obovoide, estilete perma-
nente, unilocular e unisseminada, 2,0-2,5 mm de comprimento. Semente
periforme ou ovoide, afilada para a base aguda e ápice arredondado.
A emergência das sementes ocorre na primavera e as plantas entram
em estádio reprodutivo no verão, prolongando-se por mais de um ano.
Espécie encontradiça, especialmente na região do Arenito, em pas-
tagens formadas por braquiárias, estrela-africana, panicuns, grama-ma-
to-grosso, capim-jaraguá e nos pastos nativos, em solos com fertilidade
média a baixa e indiferentes à intensidade de pastejo e aos sistemas de
manejo das plantas invasoras. Raramente formam aglomerados de plan-
tas e o sombreamento não é muito denso, por isso causa danos de peque-
na importância na região do Arenito e dos Planaltos, em pastagens de pa-
nicuns, braquiárias e estrela-africana pastejadas intensamente, sob alta
lotação de animais, em solos com fertilidade média a baixa e em locais
não submetidos ao manejo das invasoras com herbicidas.

Wissadula hernandioides (L’Hér.) Garcke

SINÔNIMO
Abutilon amplissimum (L.) Kuntze var. subpeltata Kuntze

NOMES COMUNS
Malva-estrela, malva-taquari, malva-de-bico, paco-paco

ORIGEM
Espécie nativa da Região Sudeste do Brasil, pode ser encontrada até a região Central
do Paraná.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 322 27/06/2022 09:36:55


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
323

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante e fi-
brosa; raízes laterais pouco desenvolvidas. Caule ereto, rara- A
mente ramifica, fibroso, pubescente, com mais de 2 m de altura.
Folhas alternas, longo pecioladas; limbo pubescente-lanuginoso em B
ambas as faces, cordiforme, base cordada e ápice agudo ou acumina-
do, quase tão longo quanto comprido, margem inteira, nervura dorsal C
bem visível. Inflorescência terminal paniculada, de desenvolvimento
contínuo, ampla, ramificações e pedúnculos bastante finos. Flores iso- D
ladas, longo pediceladas, cálice pentalobado, lobos cuneados, agudos,
pilosos; corola de 1 cm de diâmetro, 5 pétalas amarelas, obovadas.
Fruto esquizocarpo, obovoide a obc nico, com 6-8 mm de compri-
E
mento por 6,0-6,5 mm de diâmetro, formado por 5 carpídios. Mericar-
pos obovoides a obcônicos, estreitados em direção à base; biloculares,
F
com 2-3 sementes.
W. subpeltata é facilmente confundida com Sidastrum paniculatum.
L
Entretanto, a primeira possui flores amarelas e folhas com margem
inteira, enquanto a segunda tem flores com pétalas sanguíneas ou M
púrpuras e folhas com margem denteada.
As sementes germinam no final do inverno e durante a primavera; N
de desenvolvimento muito vigoroso, permanecem florescendo duran-
te o verão e o outono. O poder germinativo das sementes é relativa- P
mente baixo, apesar da grande quantidade produzida, raramente for-
ma populações densas, portanto seu potencial de competição é baixo. R
Espécie encontradiça, dispersa nas regiões do Arenito e dos três
Planaltos, em pastagens de braquiárias, panicuns, grama-mato-gros- S
so, capim-jaraguá e pastagens cultivadas de azevém. Indiferente à in-
tensidade de pastejo, prefere solos com fertilidade alta e áreas onde T
os herbicidas não são utilizados nas práticas de manejo das invasoras.
Os prejuízos causados no desenvolvimento das pastagens são de pe-
quena importância no estado do Paraná, destacando-se nas regiões do
U
Arenito e dos três Planaltos, em pastagens formadas com panicuns,
grama-mato-grosso e estrela-africana, pastejadas com média ou alta
V
intensidade, em solos com fertilidade média e baixa, em locais onde as
plantas invasoras não foram manejadas nos dois últimos anos.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 323 27/06/2022 09:36:55


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324

M oraceae
Maclura tinctoria (L.) D. Don ex G. Don

SINÔNIMO
Chlorophora tinctoria (L.) Gaudich.

NOMES COMUNS
Amoreira-de-espinho, amora-branca, amarelinho, moreira, pau-amarelo, pau-de-
-fogo, tajuva

ORIGEM
Espécie nativa da América Central e América do Sul, ocorre em praticamente todos os
estados do Brasil.

E
spécie remanescente, arbustiva, perenifólia, dioica, zoocóri-
ca, atinge até 30 m de altura. Nas pastagens aparece em forma
de arbustos, normalmente entouceirados e isolados, origina-
dos da brotação dos tocos e raramente de sementes.
Sistema radicular pivotante, ramificado, profundo; com raízes
tubulares. Caule curto, tortuoso, ramificado, até 1 m de diâmetro,
copa ampla, sombra intensa; casca não descamante, quase lisa, cin-
zento-amarelada, lenticelada, exsuda látex amarelo quando ferida.
Ramos, às vezes, com espinhos longos, rígidos e pontiagudos. Folhas
pecioladas, alternas, simples; pecíolo curto, acanalado; limbo elípti-
co a lanceolado, margem serreada, lado inferior mais claro que o su-
perior; base atenuada a cordiforme, ápice agudo a apiculado, 8-15
cm de comprimento, 3-5 cm de largura. Inflorescência das plantas
masculinas em amentilho longo, axilar, 8-12 cm de comprimento,
flores pequenas, nuas. Inflorescência das plantas femininas com flo-
res nuas agrupadas em glomérulos, semelhante ao fruto da amorei-
ra (Morus alba L.) cultivada para a alimentação do bicho-da-seda.
Fruto composto, sincárpico.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 324 27/06/2022 09:36:55


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
325

Espécie encontradiça, dispersa na região dos três Planaltos, em


pastagens formadas por braquiárias, panicuns, estrela-africana, ca- A
pim-jaraguá e grama-mato-grosso, com qualquer lotação de animais,
fertilidade do solo e altura de pastejo, em áreas não manejadas com B
herbicidas. Apresenta baixo potencial de competição, porque as plan-
tas ocorrem isoladamente. Causa danos de média importância na Re- C
gião do Terceiro Planalto, em pastagens onde as plantas daninhas não
são manejadas. D
Produz madeira de excelente qualidade, frutos apreciados pelos
pássaros e sombra para o gado, portanto não é recomendável sua er-
radicação das pastagens.
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 325 27/06/2022 09:36:57


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
326

M yrtaceae
Psidium guajava L.

SINÔNIMOS
Psidium pyriferum L., Psidium guayava Raddi

NOMES COMUNS
Goiabeira, goiaba, goiaba-branca, goiaba-pera, goiaba-vermelha, goiabeira-branca,
guaiaba, guaiabeira, guaiava, araçá, araçá-guaçu, araçá-guaiaba, araçá-uaçu, araçazei-
ro-laranja

ORIGEM
Espécie originária das regiões tropicais da América, é cultivada em todas as regiões
tropicais e subtropicais do mundo.

E
spécie frutífera, cultivada, perenifólia, arbustiva ou arbórea,
zoocórica, atinge até 6 m de altura. Sistema radicular pivotante,
vigoroso; raízes secundárias bem desenvolvidas. Caule tortuo-
so; casca lisa, descamante por placas irregulares; ramos novos, rela-
tivamente grossos, tetrágonos. Folhas simples, opostas; pecíolo curto,
menos de 1 cm de comprimento; limbo ovalado a oblongo, 8-12 cm
de comprimento, 3-6 cm de largura, base obtusa, ápice obtuso; ner-
vuras numerosas, próximas umas das outras, 12-18 pares, fortemen-
te salientes no lado inferior, impressas no lado superior; numerosas
nervurinhas reticuladas entre as nervuras laterais. Inflorescências
axilares, unifloras, raramente 2-3 flores; pedúnculo pubescente; brac-
téolas subuladas de 2-3 mm, caducas; cálice se rompe na antese em
2-5 lobos irregulares; estiletes 10-12 mm de comprimento; estigma
peltado. Ovário pentalocular com placenta bilamelar, saliente. Fruto
baga carnosa, comestível, apreciado pelos animais. Sementes numero-
sas, reniformes.
As sementes são dispersas pelo homem, pássaros e principal-
mente pelos animais. Quando passam pelo aparelho digestivo dos
ruminantes são escarificadas, facilitando a germinação. Basta existir

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 326 27/06/2022 09:36:57


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
327

uma planta adulta em meio a uma área de pastagem que em poucos


anos a área está infestada por goiabeiras. São plantas vigorosas, de A
difícil controle e contribuem para a redução da capacidade produtiva
das forrageiras. B
Encontradiça nas regiões do Arenito e dos três Planaltos, em pas-
tagens formadas principalmente por panicuns, braquiárias, estrela- C
-africana, capim-jaraguá, grama-mato-grosso, grama-missioneira e
grama-sempre-verde em qualquer intensidade de pastejo, lotação, D
fertilidade do solo e sistema de manejo. controlada somente com a
aplicação de herbicidas. De alto potencial de competição na região dos E
três Planaltos, em pastagens formadas por panicuns, braquiárias, estrela-
-africana e grama-mato-grosso, em áreas com lotação de animais baixa e F
média, em solo de fertilidade média e alta, não manejadas com herbicidas.
a décima espécie em danos nas pastagens do Paraná. Causa prejuízos de L
grande importância na região dos três Planaltos, em pastagens de braqui-
árias, estrela-africana e grama-mato-grosso, pastejadas à altura média e
baixa, submetidas à alta lotação de animais, em solos de fertilidade média
M
e sem manejo das plantas daninhas.
Uma das formas mais comuns de introdução de goiabeiras em
N
pastagens é o fornecimento de frutas e verduras procedentes de feiras
livres e centrais de distribuição, aos animais. Outra maneira, também
P
comum no estado, é a incorporação de pequenas propriedades, nas
quais existiam pomares domésticos com goiabeiras, às fazendas de
R
criação de gado. Os pássaros não são eficientes na dispersão das se-
mentes de goiaba.
S
Entre as mirtáceas, existem mais duas espécies arbóreas rema-
nescentes, frutíferas nativas, frequentemente encontradas nas pasta-
T
gens do Paraná. O sete-capotes (Campomanesia guazumifolia (Camb.)
Berg.) é caracterizado pelas flores brancas, com mais de 2 cm de di-
U
âmetro; frutos pilosos, verdes, mesmo quando maduros; folhas sim-
ples, oblongo-lanceoladas, intensamente enrugadas; casca sedosa e V
descamante em placas laminares.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 327 27/06/2022 09:36:57


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
328

A outra espécie é a guabirobeira (Campomanesia xanthocarpa


Berg.), com flores brancas, pequenas, abundantes; frutos verdes,
lisos, amarelos quando maduros; folhas simples, ovalado-oblongas,
onduladas, exalam odor característico quando amassadas; casca
macia, descamante em tiras longitudinais.
Essas duas espécies são encontradiças em todas as regiões do es-
tado, dispersas em pastagens formadas por qualquer espécie forra-
geira, com qualquer altura de pastejo, lotação de animais e sistema de
manejo das plantas daninhas. Preferem solos de fertilidade média e
alta, com bons teores de matéria orgânica e de umidade no solo. Nas
pastagens, ocorrem na forma de moitas ou arbustos originados da
brotação de tocos e de raízes superficiais; raramente ocorrem plantas
originadas de sementes. A distribuição das plantas é de forma isola-
da, portanto o potencial de competição é baixo. Os prejuízos são de
pequena importância nas regiões do Arenito e dos três Planaltos, em
pastagens formadas por braquiárias, panicuns, estrela-africana e grama-
-mato-grosso, com altura de pastejo média e baixa e em solos com qual-
quer fertilidade, nas áreas onde as plantas daninhas não são manejadas.
Por serem frutíferas, nativas, ornamentais, de pequeno porte, de
flores muito procuradas pelas abelhas, frutos apreciados pelos pássa-
ros e com baixo potencial de competição, são mais úteis nas pastagens
do que erradicadas.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 328 27/06/2022 09:36:57


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
329

A
B
C
D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

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330

N yctaginaceae
Bougainvillea glabra Choisy

SINÔNIMO
Bougainvillea spectabilis Willd. var. glabra (Choisy) Hook.

NOMES COMUNS
Primavera, três-marias, bougainvilea, juvu, primavera-arbórea, ceboleiro-do-mato

ORIGEM
Espécie nativa do Brasil, ocorre na região localizada entre os estados da Bahia, Mato
Grosso e Santa Catarina.

E
spécie arbórea, remanescente, perenifólia, ornamental, pionei-
ra, atinge até 20 m de altura. Sistema radicular pivotante, ra-
mificado. Tronco muito ramificado, canelado, às vezes tortuoso.
Casca castanho-escura, corticosa, finamente fissurada, descamante.
Ramos longos, tortuosos, glabros, com espinhos aduncos nos nós. Fo-
lhas pecioladas, simples; pecíolo pubescente, limbo membranáceo,
lanceolado, ovalado ou elíptico, verde-claro, pubescente nas nervuras,
6 cm de comprimento, 3 cm de largura. Inflorescência em panícula
terminal; flores reunidas em glomérulos de três cada; cada flor está
protegida por uma bráctea foliar com aderência ao pedúnculo, de co-
loração róseo-lilás, de 4 cm de comprimento e 3 cm de largura. Flores
pequenas, tubulosas, amareladas, pentâmeras, glabras. Fruto aquênio
obovoide ou elíptico; a bráctea permanece unida ao fruto como uma
asa, útil para a dispersão anemocórica a curtas distâncias. Nas pas-
tagens, as plantas de primavera ocorrem na forma de arbustos ou de
moitas, originados da brotação de tocos ou sementes.
Encontradiça em pastagens formadas por capim-jaraguá. É de di-
fícil controle por métodos mecânicos, pois apresenta brotação rápida
e vigorosa quando roçada. Depois de roçada, seus ramos permanecem
sobre as forrageiras por muitos meses. É mais competitiva em pasta-
gens formadas por estrela-africana. Causa prejuízos de pequena im-

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
331

portância na região dos três Planaltos, em pastagens de braquiárias,


panicuns e estrela-africana, submetidas à lotação média e alta, culti- A
vadas em solos de fertilidade média e alta.
B
Pisonia aculeata L. C
SINÔNIMOS
Pisonia villosa Poir., Pisonia loranthoides HBK., Pisonia tomentosa Vahl ex Heimerl
D
NOMES COMUNS
Espora-de-galo, tapaciriba, esporão-de-galo, cipó-mole E
ORIGEM
Espécie nativa da América Tropical e Subtropical, no Brasil ocorre de Minas Gerais até F
o Rio Grande do Sul.

E M
spécie remanescente, perenifólia, arbusto escandente, atinge 15
m de comprimento ou mais. Sistema radicular pivotante, rami-
ficado, profundo. Caule cilíndrico, longo, com espinhos axilares
fortes, curvos, patentes, polidos, rígidos; os racemos partem do cau-
N
le principal em ângulo reto, semelhante a braços abertos, curtos,
opostos, normalmente terminam em espinho reto, pouco pubes-
P
cente, cedo glabrescente, com fortes espinhos estipulares, curvos.
Folhas opostas, simples, longo-pecioladas; limbo oblongo-ovalado, R
crenulado, coriáceo, base cuneada, glabro ou com pêlos nas nervu-
ras no lado inferior, nervuras salientes, 3-8 cm de comprimento, S
2-5 cm de largura. Inflorescência axilar em forma de cimeira corim-
biforme, pedunculada, menor do que as folhas, ramos secundários T
da inflorescência mais curtos, divergentes, pubescentes, angula-
dos; duas bractéolas setáceas, persistentes na base da flor. Flores U
dioicas, pequenas, esverdeadas; flores masculinas com perianto
infundibuliforme, limbo pentalobado, 5-8 estames exsertos; flores V
femininas com perianto tubuloso-campanulado. Fruto antocarpo
endurecido, clavado, anguloso, estriado, 5 mm de comprimento,
ângulos com acúleos curtos, fortes e glandulosos.
Z

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332

Cada fruto contém uma cariopse oblonga, comprimida, estriada,


preta e polida.
A espora-de-galo ocorre na forma de arbustos multicaules, devi-
do às novas brotações que emite da base do toco, anualmente. Com o
tempo, transformam-se em moitas impenetráveis.
Encontradiça em todas as regiões do estado, dispersa nas pasta-
gens nativas, de panicuns, capim-jaraguá, hemártrias, grama-mato-
-grosso, grama-missioneira, grama-sempre-verde e azevém, em solos
de fertilidade alta. Apresenta alto potencial de competição na região
do Arenito, em pastagens de grama-mato-grosso e estrela-africana,
em áreas superlotadas de animais e sem manejo das plantas daninhas.
Causa danos de pequena importância nas regiões do Arenito, Terceiro
Planalto e Campos Nativos, porque as plantas ocorrem isoladamente,
em pastagens formadas por panicuns, braquiárias, estrela-africana,
grama-mato-grosso e grama-missioneira, em qualquer condição de
pastejo, lotação de animais e fertilidade do solo. As práticas mecânicas
de controle são pouco eficazes.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
333

P hytol accaceae A
Seguieria langsdorffii Moq. B
SINÔNIMO
Albertokuntzea langsdorffii Kuntze
C
NOMES COMUNS
Limãozinho, agulheiro, árvore-de-alho, espinho-de-juvu, limão-bravo, limão-do-ma-
D
to, limão-de-espinho, pau-d’alho-falso

ORIGEM E
Espécie nativa do Brasil, ocorre entre os estados de Santa Catarina, Minas Gerais e o
Sul da Bahia.
F
L
R
emanescente, arbustiva ou arbórea ou escandente, anemocó-
rica, atinge 15 m de altura ou mais. Sistema radicular pivotan-
te, profundo, ramificado, vigoroso. O diâmetro do tronco pode
M
atingir 50 cm; casca fissurada não descamante. Caule com muitas ra-
mificações, ramos cilíndricos, com listras longitudinais amareladas, N
glabros; espinhos estipulares duplos, divergentes, amarelados, agu-
díssimos, retos. Folhas simples, opostas, pediceladas, coloração ver- P
de-intenso; pecíolo curto, anguloso, sulcado; limbo lanceolado, coriá-
ceo, glabro, extremidades agudas ou arredondadas no ápice, margem R
inteira, nervuras salientes na face inferior, 8-10 cm de comprimento,
4-5 cm de largura. Inflorescência em panícula axilar em ramos ma- S
duros, do mesmo tamanho das folhas. Flores com 5 tépalas branca-
centas; ovário ovoide, monocarpelar. Fruto sâmara trialada, uma ala T
maior e duas alas laterais pequenas.
O limãozinho tem padrão de desenvolvimento variável. No inte- U
rior das matas, cresce na forma de liana escandente e pouco ramifi-
cada. Nas pastagens, as plantas se originam de sementes e brotações
dos tocos. Anualmente, emite ramos ladrões, longos e vigorosos que
V
se curvam com o peso e emitem, na parte superior, grande número de
ramos curtos, com entrenós muito próximos. No caso de superlotação
Z

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334

de animais, o gado consome os brotos novos e tenros das extremida-


des; as plantas, brotando sucessivamente, tomam a forma de peque-
nas moitas arredondadas multicaules. Quando o gado não consome
os brotos novos das plantas, elas se tornam arbustos ou árvores de
copas disformes.
Espécie encontradiça, dispersa nas regiões do Arenito e dos três
Planaltos, em pastagens formadas por braquiárias, panicuns, estre-
la-africana, capim-jaraguá, grama-mato-grosso e grama-sempre-
-verde sob qualquer altura de pastejo, lotação de animais e sistemas
de manejo das plantas daninhas. Prefere solos de fertilidade natural
média e alta. O limãozinho apresenta-se com alto potencial de com-
petição em pastagens de grama-mato-grosso. Causam prejuízos de
média importância no desenvolvimento e produtividade das plantas
forrageiras, nas pastagens da região do Arenito, implantadas em so-
los de fertilidade média e em locais onde as plantas daninhas não
são manejadas.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 334 27/06/2022 09:37:01


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
335

P iperaceae A
Piper aduncum L. B
SINÔNIMOS
Artanthe bahiensis Presl., Artanthe elongata Miq., Piper bahiense C. DC., Piper kuntzei C. DC.
C
NOMES COMUNS
Pimenta-de-macaco, aperta-ruão, jaborandi, jaborandi-do-mato, pimenta-de-fruto-
D
-ganchoso

ORIGEM E
Espécie originária do continente americano, ocorre da América Central e Antilhas até o
Norte da Argentina. No Brasil é observada até o estado do Paraná.
F
L
A
rbustiva, perene, zoocórica, atinge 3 m de altura. Sistema sub-
terrâneo formado por raízes ramificadas, fibrosas, fasciculadas
e rizomas curtos e grossos dos quais partem diversos caules,
M
muito próximos uns dos outros, formando uma moita. Caules e ramos
retos, rugosos, articulados e engrossados nos nós; os ramos crescem N
horizontalmente ou inclinados para baixo. Folhas pecioladas, alternas;
pecíolo acanalado, menos de 1 cm de comprimento; limbo oblongo, P
ápice agudo a apiculado, base arredondada a assimétrica, glanduloso-
-pontuado, áspero no lado superior e pubescente no inferior. Inflo- R
rescência em amentilho ou espiga longa e curva, 2-3 mm de grossura,
8-15 cm de comprimento; brácteas arredondadas ou triangulares, ci- S
liadas; flores diminutas, nuas, com 4 estames. Fruto drupa pequena,
obovoide, angulosa, glabra, picante. T
Encontradiça nos três Planaltos, dispersa em pastagens formadas
por braquiárias, panicuns, estrela-africana e grama-sempre-verde,
submetidas à baixa lotação de animais e cultivadas em solos de ferti-
U
lidade média. De difícil controle mecânico e químico, quando roçada,
brota intensa e vigorosamente, formando plantas multicaules. Os cau-
V
les, ramos e rizomas possuem reservas de água e nutrientes, o que tor-
na a planta muito resistente aos herbicidas. Altamente competitiva em
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 335 27/06/2022 09:37:01


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
336

solos com boa fertilidade, causa prejuízos de pequena importância na


região do Terceiro Planalto, em pastagens formadas por braquiárias,
panicuns, estrela-africana e grama-mato-grosso, pastejadas a altura
média e alta, cultivadas em solos com fertilidade alta, com qualquer
lotação de animais e sem manejo das plantas daninhas.
utilizada como planta ornamental e medicinal.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
337

P oaceae A
Andropogon bicornis L. B
SINÔNIMOS
Anatherum bicorne (L.) P. Beauv., Sorghum bicorne (L.) Kunth, Saccharum bicorne (L.)
C
Griseb.

NOMES COMUNS
D
Capim-rabo-de-burro, rabo-de-burro, capim-peba, capim-vassoura, capim-de-be-
zerro, macega E
ORIGEM
Espécie originária da América tropical e subtropical.
F
L
E
spécie herbácea, perene, cespitosa, anemocórica, atinge 1,80
m de altura. Raízes fasciculadas. Rizomas curtíssimos, aglo-
merados, dão origem a uma touceira compacta e ereta. Colmo
M
cilíndrico, ereto, algumas ramificações na parte basal, compacto, re-
sistente, flexível, lignificado, verde quando novo, amarelo-escuro ou
N
avermelhado quando maduro. Entrenós longos, cobertos pela bai-
nha, engrossados nos nós. Folhas com bainha glabra de 15-30 cm
P
de comprimento; lígula curta e truncada; lâmina linear-lanceolada,
20-60 cm de comprimento, glabra, rija, ereta, margem áspera, es-
R
verdeada ou arroxeada, e castanha quando madura. Inflorescência
em panícula terminal, muito ramificada, densa; dos ramos partem
S
vários racemos plumosos de 3-7 cm de comprimento; no ápice dos
ramos ocorrem três espiguetas uma hermafrodita, séssil, 3,0-3,5
T
mm de comprimento, primeira gluma com pêlos claros; uma estéril,
pedicelada, menor que a anterior, primeira gluma com pêlos na me-
U
tade inferior; e uma terceira masculina com 3 estames, pedicelada,
maior que as outras duas, artículo e pedicelo com longa pilosidade.
V
Cariopse linear-lanceolada, de 2,0-2,5 mm de comprimento, 0,4 mm
de largura, lisa, castanho-escura.
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
338

Nas clareiras causadas pelo excesso de pastejo, as primeiras plan-


tas surgem a partir de cariopses trazidas pelo vento. Essas plantas,
nos anos subsequentes, produzem grande quantidade de frutos que
são dispersos pelo vento. Assim, surgem as reboleiras ou manchas
que, lentamente, invadem as pastagens. Apesar de pouco palatável, a
brotação nova é consumida pelos animais; quando os colmos se alon-
gam, tornam-se muito fibrosos. Após a maturação, a parte aérea seca,
o que favorece as queimadas.
Os colmos são utilizados em artesanatos e em coberturas rústicas.
Espécie encontradiça em todas as regiões do estado, ocorre em
pastagens formadas por qualquer espécie forrageira, intensidade de
pastejo, lotação de animais e sistema de manejo das plantas daninhas.
altamente competitiva na região dos Planaltos em pastagens forma-
das por braquiárias, estrela-africana, panicuns, grama-mato-grosso,
grama-missioneira e azevém, sob qualquer altura de pastejo, em solo
de fertilidade média e baixa, lotação de animais média e alta, e em áre-
as sem manejo das plantas daninhas. O arranquio mecânico somente é
viável no início da infestação.
Nona espécie em prejuízos causados no desenvolvimento e pro-
dutividade das plantas forrageiras. Causa danos de grande impor-
tância na região dos Planaltos, em pastagens de braquiárias, estrela-
-africana e grama-mato-grosso, mantidas sob pastejo à altura média e
baixa, cultivadas em solos com fertilidade média e baixa, em lotações
médias e altas, em áreas sem manejo das plantas invasoras.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 338 27/06/2022 09:37:02


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
339

A
B
C
D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
340

Andropogon leucostachyus HBK.

SINÔNIMOS
Andropogon lanuginosus HBK., Andropogon domingensis Steud., Andropogon
leucostachyus var. subvillosus Hack, Anatherum virginicum Nees

NOMES COMUNS
Capim-membeca, capim-rabo-de-raposa, falsa-barba-de-bode, capim-cauda-de-zor-
ro, capim-colchão

ORIGEM
Espécie nativa do continente americano, ocorre do México e Antilhas até a Argentina.
No Brasil ocorre em todos os estados.

P
lanta perene, herbácea, cespitosa, anemocórica, atinge 1 m de
altura. Raízes fasciculadas e fibrosas. Colmo ereto, ramificado
ou não, 3-5 entrenós, coloração verde-amarelado passando ao
castanho quando maduro, resistente, flexível, engrossado nos nós.
Folha com bainha cobrindo quase todo o entrenó, 7-17 cm de compri-
mento, glabra, clara; lígula curta, truncada; lâmina linear-lanceolada,
aguda ou acuminada no ápice, 35-60 cm de comprimento, 3-10 mm
de largura, estriada, verde-clara, áspera, margens escabrosas. As fo-
lhas mais longas, curvadas no terço superior, partem do curto rizoma
ou da base do colmo. Inflorescência em panícula terminal, dividida
em 2-5 ramos espiciformes com 2-4 cm de comprimento, espiguetas
brancacentas e pêlos sedosos na maturação; ramos, artículos e pedi-
celos cobertos de pêlos brancos, sedosos e macios com 8-12 mm de
comprimento; duas espiguetas pareadas, uma séssil e hermafrodita
e a outra pedicelada, reduzida e estéril. Cariopse oblonga, ápice ros-
trado, coloração castanha.
Por ser muito agressiva, depois de infestar uma área de pasta-
gem não há manejo que consiga controlá-la, sendo necessária a re-
forma da pastagem.
Encontradiça nas regiões do Arenito e dos Planaltos, dispersa
em pastagens nativas e formadas por capim-jaraguá, grama-sempre-
-verde, estrela-africana e azevém, cultivadas em solos de fertilidade

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 340 27/06/2022 09:37:02


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
341

baixa e em áreas sem manejo das plantas invasoras. A quarta espécie


de maior potencial de competição, é competitiva em todas regiões e A
condições de ocorrência. A quinta espécie em danos no desenvolvi-
mento e na produtividade das pastagens. Causa prejuízos de gran- B
de importância, principalmente na região do Arenito e dos Primeiro e
Segundo Planaltos, em pastagens de grama-mato-grosso e braquiárias, C
pastejadas à altura média e baixa, cultivadas em solos de fertilidade mé-
dia e baixa, sob lotação média e alta, e em áreas sem manejo das plantas D
invasoras. Causa prejuízos de média importância na região do Terceiro
Planalto, em pastagens de estrela-africana e nas áreas onde as invasoras E
são manejadas somente com práticas mecânicas.
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 341 27/06/2022 09:37:04


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Aristida pallens Cav.

SINÔNIMOS
Aristida pallens (Cav.) Nutt., Aristida curtiseta Buckley, Chaeteria pallens (Cav.) Nees.,
Aristida longiseta Steud.

NOMES COMUNS
Capim-barba-de-bode, barba-de-bode

ORIGEM
Espécie originária dos Campos Nativos da Região Sul do Brasil, do Uruguai, do Para-
guai e da Argentina.

E
spécie herbácea, perene, cespitosa, anemocórica, atinge 40-70
cm de altura nas fases de florescimento e maturação. Raízes
fasciculadas, fibrosas e numerosas. Rizomas curtíssimos, dos
quais surgem vários colmos, formando uma touceira globosa. Colmos
cilíndricos, finos, resistentes, fibrosos, glabros, estriados, coloração
verde-clara e avermelhado próximo dos nós. Folha com bainha apres-
sa, glabra, margem levemente serrilhada; lígula reduzida a uma linha
de pêlos translúcidos; lâmina linear quase filiforme, rígida, escabrosa
na face ventral, verde-amarelada ou purpurescente. Inflorescência em
panícula semi-ereta, 20-30 cm de comprimento, ramificada; espigueta
solitária com pedicelo longo e cerdoso, uniflora, linear, com 20-30 cm
de comprimento; glumas subiguais, lineares, com arista de 5 mm de
comprimento; gluma inferior com 15-24 mm de comprimento, arista-
da, com 5 nervuras; gluma superior com 28-36 mm de comprimento,
aristada, uninervada; lema com 0,7 mm de espessura, levemente com-
primida lateralmente, dente apical papiráceo, lisa e com 3 longas aris-
tas de até 25 cm de comprimento, filiformes, escabrosas, distendidas
para direções diferentes; pálea truncada com menos de 1 mm de com-
primento. A desarticulação ocorre acima das glumas. Cariopse linear
de 7-9 mm de comprimento, 0,5 mm de espessura, lisa, amarelada. As
cariopses com as aristas são transportadas pelo vento e ficam deposi-
tadas junto de barrancos e depressões do terreno, formando massas

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 342 27/06/2022 09:37:04


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
343

volumosas. Nos períodos de seca, e na maturação, a parte aérea seca e


juntamente com as aristas favorecem a ocorrência de incêndios. A
Por ser espécie nativa, o capim-barba-de-bode está em equilíbrio
em sua região de ocorrência. Como é pouco palatável ao gado, ocor- B
re pressão seletiva sobre as outras espécies, tornando-a dominante.
eliminada pela mecanização, para a implantação de novas forrageiras C
ou culturas anuais.
Espécie encontradiça na região dos Campos Nativos, dispersa em D
pastagens nativas e de hemártrias, grama-missioneira e azevém. Apre-
senta alto potencial de competição nas pastagens nativas e de grama- E
-missioneira, sob qualquer intensidade de pastejo e lotação de animais,
em solos de fertilidade média e baixa, em áreas onde não são realizadas F
práticas de manejo das plantas invasoras. Causa prejuízos de grande im-
portância nas regiões de ocorrência, em pastagens de grama-missionei- L
ra, pastejadas intensamente pela superlotação de animais, em solos de
fertilidade baixa e sem práticas de manejo das plantas daninhas. M
Cinagrostis viridiflavescens (Poir.) P.M. Peterson, Soreng,
N
Romasch. & Barbera
P
SINÔNIMOS
Arundo viridiflavescens Poir., Deyeuxia viridiflavescens (Poir.) Kunth, Calamagrostis R
montevidensis Nees

NOMES COMUNS
Capim-campos-novos, capim-penacho, capim-rabo-de-galo, palha-de-prata
S
ORIGEM
Espécie originária dos Campos Nativos e cerrados do Brasil, ocorre em toda a Amé-
T
U
rica do Sul.

V
P
lanta perene, herbácea, cespitosa, anemocórica, atinge até 1 m
de altura. Raízes fasciculadas. Rizomas curtíssimos, relativa-
mente grossos, acumulam reservas para renovar anualmente a Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 343 27/06/2022 09:37:04


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
344

parte aérea. Colmo simples, ereto, às vezes com folhas próximas à base.
Folhas geralmente basais com bainhas glabras ou subglabras; lígula
membranosa, ciliada, obtusa, levemente pubescente no lado dorsal,
1,0-1,3 mm de comprimento; lâmina foliar plana, linear lanceolada,
10-30 cm de comprimento, 5-10 mm de largura, escabrosa em ambas
as faces. Inflorescência panícula, estreita, subdensa, curva, mais ou
menos lateral, 15-35 cm de comprimento, coloração verde-amarelada.
Espigueta de 4,0-4,5 mm de comprimento; glumas linear-lanceoladas,
agudas, uninervadas, subiguais; lema com arista de 0,5-3,5 mm de
comprimento. Cariopse fusiforme, 2,5 mm de comprimento.
Espécie encontradiça, dispersa nas regiões dos Campos Na-
tivos e dos Planaltos em pastagens nativas e de braquiárias, he-
mártrias, estrela-africana, capim-jaraguá, grama-mato-grosso,
grama-missioneira e grama-sempre-verde, sob qualquer altura de
pastejo, em solos de fertilidade média e alta, superlotadas de ani-
mais e submetidas a qualquer sistema de manejo das invasoras.
Não é competitiva, pois possui touceiras pequenas, folhas e colmos
eretos e não forma populações homogêneas. Pouco palatável ao
gado, é forrageira de qualidade nutritiva baixa, causa prejuízos de
pequena importância na região do Terceiro Planalto, em pastagens
mal manejadas e sob pastejo contínuo.

Cenchrus echinatus L.

SINÔNIMOS
Cenchrus pungens HBK., Cenchrus brevisetus Fourn.

NOMES COMUNS
Capim-carrapicho, carrapicho, capim-roseta, capim-timbete, capim-amoroso, espinho-
-de-roseta, bosta-de-baiano, arroz-do-diabo, retirante, carrapicho-da-praia, benzinho

ORIGEM
Espécie originária da América tropical e subtropical.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 344 27/06/2022 09:37:04


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
345

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raízes fasciculadas. Colmos
de até 1 m de comprimento; prostrados e ramificados na base, A
onde os entrenós são mais curtos e os nós enraízam, curvados
para cima nas extremidades; cilíndricos, às vezes achatados na parte B
prostrada, verdes ou avermelhados, mais escuros nos nós. Folhas com
bainhas lisas ou com alguns pêlos marginais; lígula de 1,5 mm de com- C
primento, pilosa na margem; lâmina plana ou levemente acanalada,
10-35 cm de comprimento, 0,5-1,3 cm de largura, acuminadas, gla- D
bras ou com alguns pêlos na porção basal, lisa no lado dorsal, leve-
mente escabrosa na face ventral, espinhos minúsculos nas margens, E
voltados para o ápice. Inflorescência em racemo espiciforme, 3-15
cm de comprimento; ao longo da raque ocorrem estruturas muito F
modificadas, que formam um invólucro com várias projeções espi-
nescentes e ganchosas que protegem as espiguetas. Cada invólucro L
contém 1-6 espiguetas bifloras. As espiguetas e as cariopses perma-
necem no interior do invólucro pós a maturação. Até 6 cariopses por M
invólucro; cariópses de 2,0-3,5 mm de comprimento, 0,7-1,0 mm de
espessura. Os invólucros prendem-se aos tecidos e ao pêlo dos ani- N
mais, favorecendo a dispersão.
O capim-carrapicho é consumido como planta forrageira pelos P
animais até o início da frutificação. Desse período em diante as proje-
ções espinescentes dos invólucros causam ferimentos, principalmente
R
nas mucosas bucais, e as plantas são rejeitadas.
Espécie encontradiça, dispersa na região do Arenito, em pasta-
S
gens formadas por braquiárias, estrela-africana, panicuns, capim-
-jaraguá e grama-mato-grosso, em qualquer condição de pastejo,
T
lotação, fertilidade do solo e manejo das plantas invasoras. Não é
espécie competitiva, porque antes da fase reprodutiva é consumida
U
pelos animais como planta forrageira. Na região e nas condições
de ocorrência, causa prejuízos de média importância em pastagens
V
formadas por braquiárias, em áreas onde anteriormente eram cul-
tivadas lavouras anuais ou de café.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 345 27/06/2022 09:37:04


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
346

Digitaria insularis (L.) Mez ex E man

SINÔNIMOS
Andropogon insularis L., Trichacne insularis (L.) Nees, Panicum lanatum Rottb.,
Tricholaena insularis Griseb., Panicum saccharoides A. Rich.

NOMES COMUNS
Capim-amargoso, capim-açu, capim-flexa, milhete-gigante, capim-pororó

ORIGEM
Espécie originária das regiões tropicais e subtropicais da América.

E
spécie perene, cespitosa, anemocórica, zoocórica, atinge até
2 m de altura. Raízes fasciculadas, fibrosas, longas. Rizomas
curtos, ramificados, aglomerados, até 1 cm de diâmetro, forma
uma touceira compacta com numerosos colmos. Colmo compacto,
cilíndrico, fibroso, glabro, liso, engrossado nos nós castanhos; en-
trenós longos, com estrias longitudinais, coloração amarelo palha.
Anualmente são emitidos novos colmos e os antigos continuam ve-
getando e emitindo ramificações nas gemas. Folha com bainha longa,

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 346 27/06/2022 09:37:04


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
347

aberta, com pêlos esparsos, às vezes glabra, cobrindo quase todo o


entrenó; lígula membranosa, brancacenta, 2-4 mm de comprimen- A
to; lâmina linear, acuminada, verde, escabrosa em ambos os lados.
Inflorescência em panícula longa, 15-35 cm de comprimento, 15-45 B
racemos de 10-15 cm de comprimento, cobertos de pilosidade sedo-
sa, de coloração amarelo-prateada ou brancacenta. Espiguetas pare- C
adas, uma pedicelada e outra subséssil, destacam-se na maturação.
Espigueta lanceolada a estreito-ovalada, ápice acuminado a cauda- D
do, com longos pêlos sedosos, 3,5-5,0 mm de comprimento sem os
pêlos; gluma inferior subtriangular, de ápice obtuso; gluma superior
lanceolada, membranosa, menor que o antécio fértil; lema estéril,
E
estreito-ovalada. Cariopse elíptica a oblonga, plano-convexa, 1,3-2,1
mm de comprimento, 0,6-0,9 mm de largura, 0,3 mm de espessura,
F
lado ventral plano, lado dorsal convexo, pericarpo glabro, esbranqui-
çado a amarelo-fosco.
L
Nas pastagens, quando há falta de forragem, o gado consome as
folhas e ponteiros dos colmos do capim-amargoso, formando moitas
M
compactas e eretas, de colmos maduros que brotam juntamente com
os rizomas da base, dando um aspecto de vassoura-de-bruxa . N
Por ser planta nativa do continente americano, foi obser-
vada grande variabilidade morfológica, principalmente nas fo- P
lhas e colmos.
Espécie encontradiça, dispersa nas regiões do Arenito e dos R
Planaltos, em pastagens formadas por braquiárias, estrela-africana,
capim-jaraguá, panicuns e grama-mato-grosso, em qualquer sistema S
de manejo das plantas forrageiras e invasoras, lotação de animais e
fertilidade do solo. O capim-amargoso apresenta alto potencial de T
competição na região do Arenito e do Terceiro Planalto, em pasta-
gens formadas por braquiárias, estrela-africana, panicuns, grama- U
-mato-grosso e grama-missioneira com qualquer altura de pastejo
das forrageiras cultivadas, em solos de fertilidade média e alta, e sob V
lotações médias e altas. Sexta espécie mais importante no estado,
devido aos grandes prejuízos causados nas regiões do Arenito e do
Terceiro Planalto, nas pastagens formadas por braquiárias, estrela-
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 347 27/06/2022 09:37:04


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
348

-africana, grama-mato-grosso e grama-missioneira, pastejadas à al-


tura média e baixa, superlotadas de animais e sem manejo das plan-
tas invasoras.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 348 27/06/2022 09:37:05


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
349

Eleusine indica (L.) Gaertn.


A
SINÔNIMOS
Cynosurus indicus L., Eleusine gracilis Salisb., Cynodon indicus Rasp., Eleusine scabra B
Fourn. ex Hemsl., Chloris repens Steud.

NOMES COMUNS C
Capim-pé-de-galinha, pé-de-galinha, grama-de-coradouro, capim-de-pomar, ca-
pim-da-cidade, grama-sapo, capim-criador, pé-de-papagaio

ORIGEM
D
Espécie originária da Ásia, ocorre em todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo.
E

P F
lanta herbácea, anual ou bienal, zoocórica. Raízes fasciculadas,
fibrosas, pouco profundas, resistentes. Colmos eretos, pouco ra-
mificados nas populações densas. Nas plantas isoladas, colmos L
prostrados e muito ramificados na parte basal, de crescimento ereto
nas extremidades. Colmo achatado, enraizado nos nós da parte pros- M
trada, coloração verde, avermelhado nos nós; glabros ou com pêlos
longos esparsos. Bainha reduzida nas folhas basais, com até 10 cm
de comprimento nas superiores; lígula membranácea, estreita, trun-
N
cada, margem serreada e às vezes curto-ciliada, 0,5-1,0 mm de com-
primento; lâmina plana, margens paralelas, ápice atenuado, 5-20 cm
P
de comprimento, 5-9 mm de largura, lisa ou pouco escabrosa, nervu-
ra mediana saliente, glabra, coloração verde escuro e às vezes com
R
tonalidades azuladas. Inflorescência formada por 2-12 espigas retas,
dispostas de forma agrupada e digitada no topo do colmo, sempre
S
com uma espiga isolada poucos centímetros abaixo; espigas de 4-12
cm de comprimento. Espigueta ovalado-lanceolada ou lanceolada,
T
5,0-7,5 mm de comprimento com 3-8 flores; glumas membranáce-
as, ásperas, ápice em quilha a primeira com 3 mm de comprimento,
U
uninervada e a segunda com 3-4 mm de comprimento e 1-5 nervu-
ras; lema igual à segunda gluma, comprimida lateralmente, 3-7 ner-
V
vuras; pálea semelhante, mas menor que a lema. A desarticulação é
acima das glumas. O fruto é um aquênio e não uma cariopse, ovalado,
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 349 27/06/2022 09:37:05


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
350

trígono, com 2 lados achatados e o terceiro mais estreito e com uma linha
central deprimida, 1,2-1,6 mm de comprimento, 0,8-1,0 mm de largura.
Nas pastagens, o capim-pé-de-galinha está presente nos locais
de solo mais compactado, próximo a porteiras, corredores, saleiros e
aguadas. Depois que forma populações homogêneas, outras espécies
forrageiras não ocupam mais o local. Por ter colmos e folhas muito
fibrosos, são rejeitados pelos animais.
Encontradiça nas regiões do Arenito, do Primeiro e Segundo pla-
naltos e dos Campos Nativos, dispersa nas pastagens nativas e for-
madas por braquiárias, hemártrias, panicuns e grama-sempre-ver-
de, em solos de fertilidade baixa, em qualquer lotação de animais e
sistema de manejo das plantas invasoras. Não possui alto potencial
de competição nas pastagens, porque ocorre com mais frequência
em locais muito compactados e as plantas novas são consumidas pe-
los animais. Causa prejuízos de pequena importância nas regiões e
condições de ocorrência.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 350 27/06/2022 09:37:06


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
351

Eragrostis plana Nees


A
NOMES COMUNS
Capim-annoni, capim-annoni-dois, capim-chorão, capim-teff B
C
ORIGEM
Espécie originária da África, foi introduzida no estado do Rio Grande do Sul em mistura
com sementes de outras forrageiras. Inicialmente, foi selecionado como planta forra-
geira por sua rusticidade, para cultivo em áreas com solos muito pobres e compac-
tados. Saiu de controle e é observada como planta invasora em praticamente todo o D
território brasileiro. Ocorre ao longo das rodovias, estradas e carreadores de fazendas
ou pequenas propriedades rurais.
E
F
P
lanta herbácea, cespitosa, perene, zoocórica, atinge até 80 cm
de altura. Raízes fibrosas, finas, abundantes, profundas, apre-
sentam grande capacidade de penetração em solos pobres e L
compactos. Rizomas ramificados, numerosos e curtíssimos, formam
touceira densa. Colmo ereto, levemente comprimido, mais achatado M
na parte basal, nós levemente engrossados, glabro, verde-acinzentado,
fibroso. Resistente à tração é utilizado, na frica, para a fabricação ar- N
tesanal de cordas. Folhas com bainhas achatadas, bordos encaixando
uns nos outros, formando um conjunto plano com o colmo ao centro. P
Bainha de até 12 cm de comprimento, 5 mm de largura; entre a bai-
nha e a lâmina ocorre uma linha transversal de coloração mais clara; R
lígula diminuta; lâmina dobrada e achatada na parte inferior, 1-3 mm
de largura e, nos solos mais férteis, de até 8 mm de largura, por até 40 S
cm de comprimento, filiforme na parte terminal, lisa, glabra, de colo-
ração verde-clara. O teor de fibras nas folhas maduras é tão alto que o T
gado não consegue cortá-las ao pastar. Inflorescência em panícula de
até 50 cm de comprimento, piramidal; ramos distanciados, solitários U
e alternos ou, às vezes, fasciculados; espigueta multiflora, 8-9 flores
hermafroditas; raque desarticulada acima das glumas e entre os anté-
cios férteis que são estreito-lanceolados, acuminados, 2,5-3,2 mm de
V
comprimento, membranáceos, coloração esverdeada; às vezes ocor-
rem estames glandulosos, amarelados e foscos. Cariopse estreito-
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 351 27/06/2022 09:37:06


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
352

-ovalada, comprimida lateralmente, 1,2-1,6 mm de comprimento,


0,3-0,4 mm de largura, 0,5-0,8 mm de espessura; lado dorsal com
carena aguda, ápice arredondado, base obtusa, apêndice esbran-
quiçado em ambas as extremidades, coloração vermelho-alaranja-
da a castanho-avermelhada. Floresce e frutifica quase o ano todo.
Encontradiça nos Primeiro e Segundo Planaltos e nos Cam-
pos Nativos, em pastagens nativas e de hemártrias e azevém. Fa-
cilmente observado ao longo de rodovias, estradas, carreadores
de fazendas e em áreas urbanas. As sementes são dispersas com
grande facilidade, por serem diminutas. O capim-annoni é planta
invasora de alto potencial de competição na região dos Planaltos
e dos Campos Nativos, em pastagens nativas e de braquiárias, he-
mártrias e azevém, em lotações médias e altas, em qualquer fer-
tilidade de solo, manejo das pastagens e plantas invasoras. Nas
regiões onde ocorre, causa prejuízos de grande importância em
pastagens nativas e de braquiárias, nas diferentes condições em
que ocorrem as infestações. Nos Primeiro e Segundo Planaltos,
causa danos de média importância, em pastagens cultivadas com
hemártrias e azevém, superlotadas de animais e sem práticas de
manejo das invasoras.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 352 27/06/2022 09:37:07


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
353

A
B
C
D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
354

Imperata brasiliensis Trin.

SINÔNIMOS
Saccharum sape Saint-Hil., Imperata sape Anderson, Imperata brasiliensis Trin. var.
mexicana Rupr., Imperata arundinacea var. americana Anderson

NOMES COMUNS
Capim-sapé, sapé, sapé-macho, capim-massapê, capim-estrepe, jucupé, capim-agres-
te, capim-de-bezerro

ORIGEM
Espécie originária do continente americano, ocorre desde o México até a Argentina.
No Brasil pode ser encontrado em todas as regiões.

P
lanta herbácea, perene, anemocórica, atinge mais de 1 m de al-
tura. Raízes fasciculadas partem dos nós dos rizomas e da parte
subterrânea dos colmos. Rizomas com entrenós lisos, protegi-
dos por catáfilos pontiagudos, formam um emaranhado entre 10-20
cm de profundidade. Os colmos brotam das gemas ou do meristema
apical dos rizomas. Colmo ereto com entrenós curtos na base, que é
muito ramificada. Folha com bainha lisa, verde-clara, às vezes com cí-
lios nas margens e na parte superior; lígula membranácea, com cílios
longos, brancos; lâmina tão larga na base quanto a bainha, lanceolada,
aguda, 15-70 cm de comprimento, 5-15 mm de largura, margem com
pêlos rígidos e diminutos, cortante, nervura principal bem desenvolvi-
da, oca, com diâmetro maior que a espessura da lâmina foliar; lâmina
de coloração verde, castanha quando seca. A emissão da haste floral
ocorre eventualmente na natureza. induzida pelo fogo, que consome
a parte aérea; depois de uma queimada, o florescimento é intenso. In-
florescência em panícula racemiforme, cilíndrica, compacta, pilosidade
esbranquiçada, 5-25 cm de comprimento, 2-3 cm de espessura. Cada ra-
cemo possui uma espigueta solitária na parte superior e duas espigue-
tas pareadas na parte inferior, uma séssil e a outra pedicelada, envoltas
em um cone de pêlos longos e sedosos que partem da base engrossada
que as suporta; espiguetas unifloras, lineares, comprimidas, 4-5 mm de
comprimento; flores hermafroditas, com um estame. Cariopse ovalado-
-oblonga, 1,2-1,5 mm de comprimento, castanho-escura, fosca.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 354 27/06/2022 09:37:08


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
355

O capim-sapé raramente se multiplica por semente nas pasta-


gens. As reboleiras que já existiam aumentam de tamanho e de vigor. A
Controlado facilmente por meio da mecanização do solo e não sim-
plesmente pela correção da acidez, com calagem. Forrageira de baixa B
qualidade e pouco palatável, é consumida pelo gado na escassez de
forragem e quando a brotação é nova.
Espécie encontradiça nos Primeiro e Segundo Planaltos, infestan-
C
do pastagens de braquiárias, grama-missioneira, capim-jaraguá e aze-
vém, submetidas a lotações baixas e sem práticas de manejo das plan- D
tas invasoras. Planta de alto potencial de competição na região dos
Planaltos, em pastagens de braquiárias, panicuns, grama-mato-gros- E
so, grama-sempre-verde, estrela-africana e azevém, sob qualquer al-
tura de pastejo, lotação de animais, fertilidade do solo e em áreas sem F
manejo das plantas daninhas ou somente com manejo por meio de
práticas superficiais e primitivas de roçadas e queimadas. Causa pre-
juízos de grande importância na produtividade e desenvolvimento das
L
plantas forrageiras nas regiões do Primeiro e Segundo Planaltos, em
pastagens formadas por braquiárias pastejadas à baixa altura pela su-
M
perlotação de animais e em áreas sem manejo das plantas invasoras.
Danos de média importância ocorrem no Terceiro Planalto, em pasta- N
gens de panicuns e de grama-mato-grosso, em qualquer fertilidade do
solo e lotação de animais. P
R
S
T
U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 355 27/06/2022 09:37:09


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
356

Melinis repens ( illd.) iz a

SINÔNIMOS
Saccharum repens Willd., Melinis rosea Hack, Tricholaena rosea Nees, Tricholaena
repens (Willd.) Hitchc., Rhynchelytrum roseum (Nees) Hitchc., Panicum roseum Sendtn.,
Rhynchelytrum repens (Willd.) C.E. Hubb.

NOMES COMUNS
Capim-favorito, favorito, capim-molambo, capim-bancarrota, capim-de-lebre, capim-
-gafanhoto, capim-natal, capim-mimoso, adeus-brasil, capim-de-tenerife, capim-ban-
deira, capim-rosado

ORIGEM
Espécie originária da África do Sul, pode atingir 1 m de altura na maturação.

E
spécie anual ou bienal, herbácea, cespitosa, anemocórica. Raí-
zes fasciculadas, finas, resistentes, intensamente ramificadas.
Colmo cilíndrico, fino, ramificado a partir da base da planta,
prostrado, com enraizamento dos nós da parte inferior, ascendente;
entrenó glabro, pálido, às vezes arroxeado; nó pubescente. Folha com
bainha verde-clara ou violácea, glabra ou com pilosidade brancacen-
ta, mais curta que os entrenós; lígula arqueada, formada por cílios de
1,0-1,5 mm de comprimento; lâmina lanceolada, glabra ou levemente
pilosa, verde-clara, às vezes com pigmentação violácea, 6-20 cm de
comprimento, 3-10 mm de largura. Inflorescência panícula plumo-
sa, delicada, 10-15 cm de comprimento, coloração rósea, passando a
branco-prateada na maturação; ramos finos; pedicelos com pêlos fi-
nos, sedosos e compridos. Espigueta ovalada, 2,5-3,0 mm de compri-
mento; gluma inferior obtusa, 0,8-1,0 mm de comprimento, gluma su-
perior navicular, 5 nervuras, gibosa, ciliada, 5-6 mm de comprimento,
ápice apiculado, base tuberculosa; lema da flor masculina semelhante
à gluma superior, apiculada, 3 mm de comprimento; lema da flor her-
mafrodita mútica, semi-aberta, 2,3-3,0 mm de comprimento. Cariopse
alongada, amarelo-clara, 1-2 mm de comprimento.
O capim-favorito é extremamente rústico, desenvolve-se em áreas
degradadas onde poucas espécies conseguem se desenvolver. uma

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 356 27/06/2022 09:37:09


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
357

das primeiras espécies a infestar áreas erodidas, aterros e barrancos.


Nas pastagens, ocupa as clareiras deixadas pela morte das forrageiras A
enfraquecidas pelo excesso de pastejo. Produz pouca massa, apresen-
ta baixa qualidade e não é palatável. B
Espécie encontradiça nas regiões do Arenito e do Terceiro Planal-
to, dispersa nas pastagens formadas por braquiárias, panicuns, estre- C
la-africana, capim-jaraguá, grama-mato-grosso e grama-missioneira,
em estádios avançados de degradação, sob qualquer altura de pastejo, D
lotação de animais e fertilidade do solo. De alto potencial de competi-
ção, impede que as plantas forrageiras voltem a colonizar as clareiras.
Causa danos de média importância na região do Arenito, em pastagens
E
de braquiárias e panicuns, em áreas superpastejadas pela alta lotação
de animais, em solos com fertilidade média e baixa e sem práticas de
F
manejo das plantas daninhas.
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 357 27/06/2022 09:37:09


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Panicum repens L.

SINÔNIMOS
Panicum arenarium Brot., Panicum gouinii Fourn.

NOMES COMUNS
Capim-torpedo, grama-castela, grama-de-ponta, grama-portuguesa, grama-da-praia

ORIGEM
Espécie originária da Europa, ocorre em todas regiões do Brasil.

P
lanta herbácea, perene, zoocórica, atinge até 80 cm de altura.
Raízes fasciculadas, fibrosas. Rizomas vigorosos, penetram no
solo até mais de 20 cm de profundidade, brancacentos ou aver-
melhados, grossos, crescem mais de 2 m por ano. A planta também
produz estolões na superfície do solo, flutuantes ou submersos em
córregos e lagoas. Os colmos podem se originar dos rizomas ou dos
estolões. Colmo ereto, simples, glabro, delgado, com base engrossada,
flexível. Folha com bainha lisa, glabra, membranácea; bainha dos nós
inferiores normalmente sem lâmina foliar, tão longa quanto os entre-
nós; lígula membranácea, ciliada, 0,5-5,0 mm de comprimento; lâmina
linear, acuminada, arredondada na base, 10-25 cm de comprimento,
menos de 1 cm de largura, plana ou dobrada, carenada, ereta, mar-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 358 27/06/2022 09:37:10


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
359

gem involuta, nervura mediana, saliente, lisa e glabra na face dorsal,


escabrosa e com alguns pêlos longos na face ventral, coloração verde. A
Inflorescência em panícula laxa, 5-20 cm de comprimento, poucas ra-
mificações; ramos retos, angulosos, escabrosos, ascendentes, 2-3 por B
nó; racemos filiformes; raque ondulada para acomodar as espigue-
tas; espiguetas longo-pediceladas, isoladas, dispostas verticalmente C
ao longo da raque, oblongas e de ápice agudo ou acuminado, 2,2-2,6
mm de comprimento, com 2 flores, a inferior masculina e a superior D
hermafrodita. Cariopse lanceolada-arredondada, coloração amarelo-
-palha. A produção de sementes é muito reduzida.
introduzida nas pastagens em mistura com mudas de outras es-
E
pécies forrageiras, ou propriamente como forrageira alternativa para
solos pobres ou áreas alagadiças. Seu valor nutritivo é baixo; pouco
F
palatável por ser muito fibrosa. De difícil erradicação, em pouco tem-
po inutiliza aguadas e provoca o assoreamento de córregos e lagoas.
L
No estado do Paraná, o capim-torpedo foi observado na Região
Norte e do Arenito ao longo de rodovias, de onde invade as pastagens,
M
e ao longo de cursos d água e lagoas, onde os prejuízos ainda são pe-
quenos. Causa maiores danos na região dos Campos Nativos, em pas- N
tagens de azevém, nas quais, possivelmente, foi introduzida em mistu-
ra com mudas de outras espécies forrageiras. P
R
Paspalum conjugatum Berg.
S
SINÔNIMOS
Paspalum tenue Gaertn., Paspalum ciliatum Lam., Paspalum africanum Poir., Paspalum
renggeri Steud., Paspalum longissimum Hoechst. ex Steud.
T
NOMES COMUNS
Capim-marreca, grama-comum, grama-azeda, capim-gordo, capim-forquilha, grama-
U
-ligeira, grama-forquilha, capim-tê

ORIGEM V
Espécie nativa do continente americano, ocorre em todas as regiões tropicais e sub-
tropicais.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 359 27/06/2022 09:37:10


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
360

E
spécie herbácea, perene, estolonífera, zoocórica. Raízes fascicu-
ladas, finas, fibrosas. Estolões longos, finos; entrenós com-
primidos lateralmente; nós violáceos, enraizados. Colmos
de até 40 cm de altura, glabros, surgem das gemas dos estolões;
nós violáceos; entrenós curtos e concentrados na parte inferior.
Folha com bainha fechada na base, comprimida, carenada, es-
triada, alguns pêlos na região do colar, as inferiores de coloração
arroxeada; lígula membranácea, ciliada, 1,0-1,5 mm de compri-
mento; lâmina lanceolada, acuminada, plana, nervura mediana
distinta, margem ciliada e um tufo de pêlos na base, 5-22 cm de
comprimento, 5-15 mm de largura. Inflorescência terminal, di-
vidida em dois racemos conjugados, opostos, patentes, 4-15 cm
de comprimento; raque estreitamente alada, 0,8 mm de largura,
suavemente ondulada; septo sinuoso entre as espiguetas, verde-
-claro. Espiguetas solitárias, curto-pediceladas, dispostas disti-
camente, 1,4-1,8 mm de comprimento, 1,0-1,2 mm de largura,
amarelo-pálidas; gluma única, ovalada, subaguda até apiculada,
1,8 mm de comprimento, ciliada nas nervuras ou glabra; lema
estéril ovalada, subaguda até apiculada, delicada, nervuras ci-
liadas ou glabras; lema fértil ovalada, aguda, glabra, 1,8 mm de
comprimento. Cariopse elipsoide, 1,0-1,5 mm de comprimento,
0,8 mm de largura, coloração amarelo-pálida a castanho-clara.
Nas pastagens, ocorre normalmente em mistura com outras
forrageiras, em locais com lençol freático quase superficial, pois há
linhagens adaptadas a solos bem drenados. Forrageira pouco pala-
tável e de baixa qualidade.
Encontradiça na região do Terceiro Planalto, em solos férteis,
é altamente competitiva com a estrela-africana, panicuns e grama-
-sempre-verde, em áreas sob lotação média e alta, em solos com
fertilidade baixa e sem manejo das plantas daninhas. Nas regiões
onde ocorre, causa prejuízos de média importância, em pastagens
formadas por estrela-africana, sob pastejo à baixa altura e sem prá-
ticas de manejo das plantas invasoras.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 360 27/06/2022 09:37:10


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
361

Paspalum notatum Fl gge


A
SINÔNIMOS
Paspalum distachyon Willd. ex Doell, Paspalum notatum var. latiflorum Doell, Paspalum B
saltense Arech., Paspalum notatum var. saurae Parodi, Paspalum saurae (Parodi) Parodi

NOMES COMUNS
Grama-mato-grosso, mato-grosso, grama-batatais, grama-cuiabana, grama-do-rio-
C
-grande, grama-forquilha, grama-de-são-sebastião, grama-bahia, grama-pensacola,
capim-pasto, grama-comum, capim-batatais, grama-do-campo, batatais, grama-ferro, D
grama-tiririca

ORIGEM
Espécie originária dos Campos Nativos e cerrados da América do Sul.
E
F

E L
spécie herbácea, perene, prostrada, estolonífera, zoocórica.
Raízes fasciculadas, fibrosas, abundantes, profundas, resis-
tentes. Estolões com entrenós curtíssimos, 3-6 mm de diâ-
metro, desenvolvem-se horizontalmente e bem junto à superfície M
do solo, formando um forte entrelaçamento. Esse emaranhado de
estolões e raízes torna os gramados formados pela grama-mato- N
-grosso altamente resistente ao pisoteio e à erosão, além de pro-
teger os meristemas apicais. Colmo ereto, brota de gemas próxi- P
mas do meristema apical, 10-30 cm de altura ou mais; entrenós
achatados e mais curtos, próximos da base. Folhas concentradas R
principalmente nos estolões; bainha estriada, glabra; lígula curta,
arqueada; arco de pêlos hialinos de cerca de 1 mm de altura, entre a S
lígula e a base da lâmina foliar; lâmina lanceolada, acuminada, 10-
15 cm de comprimento, podendo em algumas condições atingir 30
cm de comprimento ou mais; superfície da lâmina lisa, coloração
T
verde-intensa, glabra, às vezes alguns clones apresentam pêlos hia-
linos densos e longos; sempre ocorrem alguns pêlos nas margens
U
das folhas. Inflorescência na extremidade dos colmos, dividida em
2-3 racemos espiciformes, densos, variando de 3-12 cm de compri-
V
mento; raque de 1 mm de largura, glabra, geralmente flexionada
para cima. Espiguetas solitárias, ovaladas ou obovaladas, 2,5-4,0
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 361 27/06/2022 09:37:10


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
362

mm de comprimento, 2-3 mm de largura, concolores; gluma única,


ovalada, obtusa, 2,5-3,0 mm de comprimento, firme, dura, lustro-
sa; lema fértil elíptico, obtuso, 2,0-2,5 mm de comprimento, gla-
bro. Cariopse ovoide, 2,0-3,5 mm de comprimento, 1,5-2,5 mm de
largura, comprimida nos dois lados, coloração branco-amarelada,
superfície reluzente.
A grama-mato-grosso é a gramínea mais rústica entre as espé-
cies que se originaram no continente americano, e também a mais
frequentemente cultivada dentre as perenes. Cultivada como espé-
cie forrageira em algumas regiões e muito utilizada na formação
de gramados em canteiros, parques, jardins e praças desportivas.
Produz grande quantidade de sementes durante o verão e o outono.
Como forrageira, apresenta qualidade e produtividade limita-
das. Não produz massa semelhante a de outras espécies perenes
cultivadas dos gêneros Panicum, Hemarthria, Cynodon e Brachiaria.
O mau manejo das outras forrageiras leva à degradação das pasta-
gens, à redução da produtividade e ao aparecimento de clareiras
pela morte das plantas. Nesses espaços é que a grama-mato-grosso
se instala. Uma vez estabelecida na área, torna-se dominante.
mais rústica que as outras espécies forrageiras, de tal forma que,
sob alta pressão de pastejo, o gado consome todas essas outras for-
rageiras, eliminando-as da pastagem. A grama-mato-grosso, no en-
tanto, persiste. Mantida a pressão de pastejo, o gado pode morrer
de fome, sem que a grama-mato-grosso seja eliminada do pasto.
Nas pastagens da região do Arenito, no Noroeste do estado, a
erosão do solo somente não é maior porque este é protegido por
duas espécies invasoras, a grama-mato-grosso e o agriãozinho. O
emaranhado de estolões e de raízes dessas espécies protegem o
solo do pisoteio e das enxurradas.
Espécie encontradiça nas regiões do Arenito e dos Planaltos,
infestando pastagens de braquiárias, estrela-africana, panicuns, ca-
pim-jaraguá, hemártrias, grama-missioneira e grama-sempre-verde,
mantidas sob qualquer altura de pastejo, lotação de animais, ferti-
lidade do solo e manejo das plantas daninhas. Em muitos casos, a

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 362 27/06/2022 09:37:10


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
363

grama-mato-grosso é a espécie forrageira, ou porque dominou a es-


pécie inicialmente implantada como forrageira, ou porque já ocorria A
naturalmente, como nos campos nativos. Em todas as regiões do es-
tado e sob qualquer condição de ocorrência possui alto potencial de B
competição. a espécie que causa mais prejuízos na produtividade
das pastagens paranaenses. Causa danos de grande importância nas C
regiões do Arenito e do Terceiro Planalto, em pastagens de panicuns,
braquiárias e estrela-africana, independente da altura de pastejo, D
lotação e fertilidade do solo, em áreas sem manejo das plantas da-
ninhas, ou em que estas são manejadas somente com práticas me-
cânicas. Nas regiões dos Campos Nativos e dos Primeiro e Segundo
E
Planaltos, causa danos de média importância, em pastagens nativas,
de hemártrias, capim-jaraguá, grama-missioneira.
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

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Paspalum paniculatum L.

SINÔNIMOS
Paspalum hemisphaericum Poir., Paspalum strictum Pers., Paspalum compressicaule
Raddi, Paspalum polystachyum Salzm., Paspalum multispica Steud., Paspalum
atropurpureum Steud., Panicum paniculatum (L.) Kuntze

NOMES COMUNS
Grama-touceira, gramão, capim-vassoura, capim-de-burro, capim-de-guiné, capim-
-milhã, capim-amargoso

ORIGEM
Espécie nativa do continente americano, ocorre desde o México e Antilhas até a Argentina.

P
lanta herbácea, cespitosa, perene, zoocórica. Raízes fascicu-
ladas, profundas, fibrosas. Rizomas curtos e curvos surgem
na base da planta, aprofundam-se verticalmente no solo e em
seguida horizontalmente, emergindo do solo a cerca de 10-15 cm de
distância da planta mãe. Ramificam próximos à superfície, dando ori-
gem a uma nova touceira. Os colmos brotam da base da planta ou dos
rizomas. Colmo ereto, atinge mais de 1 m de altura; entrenós levemen-
te achatados, 10-20 cm de comprimento, glabros, verde-amarelados
até arroxeados; nós escuros e densamente pilosos. Folha com bainha
carenada, estriada, verde-clara, pilosa, ciliada na base e nas margens;
lígula membranácea, 2-3 mm de altura, protegida por uma cortina de
cílios; lâmina estreito-lanceolada, acuminada, 10-40 cm de compri-
mento, 1,0-2,5 cm de largura, verde-escura, glabra no lado dorsal, com
pêlos hialinos no lado ventral, margens ásperas. Inflorescência paní-
cula aberta, 5-30 cm de comprimento, piramidal; racemos de 7-60, ar-
queados, patentes, alternos ou fasciculados, 4-12 cm de comprimento,
ciliados na base; raque delgada e com pêlos na base; espiguetas parea-
das. Espigueta orbicular a obovada, 1,0-1,4 mm de comprimento 1 mm
de largura, pubescente; gluma membranácea, 1-3 nervuras, mancha
arroxeada, pubescente; lema inferior estéril, semelhante à gluma, ape-
nas mais curta; lema superior fértil, unifloro, ovalado a obtuso, glabro,

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 364 27/06/2022 09:37:13


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
365

brilhante, 1,4 mm de comprimento. Cariopse ovalado-arredondada,


amarelada, lisa, reluzente, 1,0-1,3 mm de comprimento. A
Nas pastagens, a grama-touceira se desenvolve formando toucei-
ras entremeadas com outras plantas forrageiras. Quando nova, forne- B
ce forragem de baixa qualidade e, à medida que amadurece, torna-se
fibrosa e de sabor amargo, sendo rejeitada pelos animais. Nessa fase, o C
gado consome somente as panículas, já com as cariopses maduras. Es-
tas são então disseminadas por meio do esterco para hortas, pomares, D
gramados, jardins e vasos de plantas ornamentais.
Espécie encontradiça nas regiões dos Campos Nativos e dos Pla- E
naltos, dispersa nas pastagens formadas por qualquer espécie forra-
geira, em qualquer fertilidade do solo, lotação e sistema de manejo das F
plantas forrageiras e daninhas. Apresenta alto potencial de competi-
ção na região dos Planaltos, nas pastagens formadas por braquiárias, L
panicuns, capim-jaraguá, grama-missioneira, grama-sempre-verde e
azevém, cultivadas em solos de fertilidade média e em qualquer lota- M
ção de animais, pastejadas sob altura média e alta e sem práticas de
manejo das plantas invasoras. Causa prejuízos de grande importân- N
cia nas regiões de ocorrência, em pastagens de braquiárias, grama-
-sempre-verde e azevém, em áreas sob pastejo intenso, superlotadas P
de animais e sem práticas de controle das plantas daninhas.
R
S
T
U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 365 27/06/2022 09:37:14


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
366

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Paspalum urvillei Steud.


A
SINÔNIMOS
Paspalum griseum Hack, Paspalum velutinum Trin. ex Nees, Paspalum larranagae B
Arech., Paspalum virgatum var. parviflorum Doell, Paspalum dilatatum var. parviflorum
Doell, Paspalum ovatum var. parviflorum Nees

NOMES COMUNS
C
Capim-das-estradas, capim-da-roça, capim-de-mula, milhã-grande, paspalão, capim-
-das-colônias, capim-colônia D
ORIGEM
Espécie originária dos Campos Nativos do Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina. Ocorre
como planta infestante em praticamente todos os países do continente Americano.
E
F

P
lanta herbácea, perene, cespitosa, zoocórica, atinge de 1,0-2,5
m de altura. Raízes fasciculadas fibrosas. Rizomas grossos, L
curtíssimos, esbranquiçados e ramificados dão formação a
touceiras compactas. Colmo ereto, longo, ramificado e levemente M
comprimido na base, glabro, 5 mm de diâmetro, verde-amarelado;
nós engrossados, mais escuros do que os entrenós. Folha com bai- N
nha fechada na base, aquilhada, longa, até 30 cm de comprimento,
cobre vários entrenós, púrpura na parte inferior, pilosa, às vezes
glabra, margem ciliada; lígula membranácea, hialina, pontiaguda,
P
3-8 mm de comprimento; colar estreito e com tufo de pêlos; lâmina
ascendente, plana, estreito-lanceolada, ápice agudo, 20-80 cm de
R
comprimento, 1-2 cm de largura, canaliculada na face ventral, mar-
gem crenulada, glabra ou com alguns pêlos no lado dorsal, colo-
S
ração verde-clara, às vezes com manchas púrpuras. Inflorescência
paniculada, terminal, ereta, longa, até 50 cm de comprimento; 6-30
T
racemos alternos, às vezes verticilados, curvados ou pendentes,
até 14 cm de comprimento, inferiores mais longos, tufo de pêlos U
na base; raque estreitamente alada, 1 mm de largura. Espiguetas
curto-pediceladas, dispostas em 4 linhas. Espigueta ovalada, ápice V
acuminado, 2,0-2,7 mm de comprimento, 1,2-1,5 mm de largura,
com pêlos sedosos de 1 mm de comprimento; gluma única, ovalada, Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 367 27/06/2022 09:37:15


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
368

apiculada, pilosa, 3 nervuras; lema inferior estéril, semelhante à


gluma; lema superior fértil, ovalado, obtuso, glabro, 2 mm de com-
primento; pálea glabra; anteras amarelas. Cariopse elíptica, pálida,
reluzente, quase lisa, plano-convexa, 1,8-2,0 mm de comprimento.
Observada com frequência em pastagens ao longo das estradas
e das trilhas, e em baixadas onde o teor de umidade e matéria or-
gânica do solo é maior. De baixa qualidade e pouco palatável, rara-
mente é consumida pelos animais.
Espécie encontradiça nos Campos Nativos e Planaltos, disper-
sa nas pastagens nativas formadas por braquiárias, hemártrias,
estrela-africana, capim-jaraguá, grama-mato-grosso, grama-sem-
pre-verde, grama-missioneira e azevém, sob qualquer sistema de
manejo das plantas daninhas e forrageiras, qualquer fertilidade do
solo e lotação de animais. Apresenta baixo potencial de competi-
ção, porque as touceiras são eretas e estreitas. Raramente forma
populações homogêneas. Causa danos de média importância na re-
gião dos Campos Nativos, em áreas sem manejo das plantas invaso-
ras em pastagens nativas mantidas sob alta intensidade de pastejo
e superlotação de animais.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 368 27/06/2022 09:37:16


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
369

Setaria parviflora (Poir.) Kerguélen


A
SINÔNIMOS
Panicum geniculatum Lam., Panicum imberbe Poir., Panicum gracilis HBK., Setaria flava B
(Nees) Kunth, Setaria imberbis (Poir.) Roem. & Schult., Setaria geniculata (Lam.) P. Beauv.

NOMES COMUNS
Capim-rabo-de-raposa, capim-rabo-de-gato, capim-rabo-de-cachorro, capim-rabo-
C
-de-quati

ORIGEM
D
E
Espécie originária do continente americano, ocorre desde os Estados Unidos até o Chi-
le e Argentina. No Brasil é encontrado em praticamente todos os estados.

F
E
spécie herbácea, perene, cespitosa, zoocórica, atinge 60 cm de al-
tura. Raízes fasciculadas. Rizomas curtos, nodosos, 3-5 cm de com-
primento, permite a renovação anual da parte aérea. Colmo cilín- L
drico, às vezes achatado na parte basal, 1,0-1,5 mm de espessura; entrenó
glabro, áspero antes da inflorescência; nós engrossados, coloração mais M
escura, os inferiores podem emitir ramificações. Folha com bainha ver-
de-clara, glabra, áspera, pilosa, margens hialinas sobrepostas; colar com N
pilosidade nas margens; lígula formada por uma linha de pêlos branca-
centos, menos de 1 mm de comprimento; lâmina verde-clara, plana, linear P
ou linear-lanceolada, acuminada, áspera na face ventral, pêlos isolados na
parte basal, 5-30 cm de comprimento, 2-12 mm de largura. Inflorescên- R
cia em racemo espiciforme cilíndrico, 3-10 cm de comprimento, 1,0-1,4
cm de diâmetro, compacto, com grande número de cerdas de coloração S
amarelo-esverdeada ou arroxeada; após a queda das espiguetas as cerdas
permanecem. Espigueta protegida por invólucro de 5-8 cerdas, ovoide ou
plano-convexa, 1,5-2,8 mm de comprimento; gluma inferior obtusa, mede
T
um terço do tamanho da espigueta, com 3 nervuras; gluma superior com a
metade do tamanho da espigueta, 5 nervuras; lema estéril igual ou maior
U
do que o fértil, envolve a pálea do mesmo tamanho; lema fértil transversal-
mente rugoso; pálea pontuada-estriada. Cariopse ovalada a elíptica, 1,3-
V
1,8 mm de comprimento, 0,8-1,0 mm de largura, 0,4-0,6 mm de espessura,
plano-convexa, coloração verde-oliva a acinzentada, levemente brilhante.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 369 27/06/2022 09:37:16


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
370

Nas pastagens, as folhas novas servem como forragem de baixa


qualidade. No início do florescimento, as folhas tornam-se fibrosas e
perdem a palatabilidade. Espécie relativamente rara nas pastagens,
apresenta alto potencial de competição em áreas sob pastejo inten-
so. Causa danos de pequena importância na região do Terceiro Pla-
nalto, na produtividade das pastagens de estrela-africana mantidas
sob alta lotação de animais, pastejadas a baixa altura, em solos fér-
teis e sem manejo das plantas invasoras.
Nas pastagens do estado do Paraná também ocorre o capim-pal-
meirinha (Setaria sulcata Raddi), conhecido também como capim-
-canoão. Facilmente identificado pelo aspecto ornamental da folha
elíptico-navicular, no formato de uma canoa, e a superfície da lâmina
plissada longitudinalmente. Inflorescência em panícula espiciforme,
30-60 cm de comprimento, 5-10 cm de diâmetro, na extremidade de
longos colmos de mais de 1 m de altura.
Encontradiça em locais onde ainda não ocorreram grandes re-
volvimentos do solo, em pastagens formadas por grama-sempre-
-verde, hemártrias e azevém, cultivadas em solos férteis. Exerce alto
potencial de competição sobre pastagens formadas por braquiárias.
Causa prejuízos de pequena importância na região dos Planaltos, em
áreas formadas com braquiárias pastejadas em alturas médias e bai-
xas, cultivadas em solos com fertilidade média, mantidas sob média
ou alta lotação e sem manejo das plantas invasoras.

Sporobolus indicus (L.) R. Brown

SINÔNIMO
Agrostis indica L.

NOMES COMUNS
Capim-capeta, capim-moirão, capim-mourão, capim-cortesia, capim-lucas, capim-
-touceirinha, tiririca-de-casa, capim-de-burro, capim-carrapato

ORIGEM
Espécie originária das regiões tropicais e subtropicais do continente americano. No
Brasil ocorre em quase todas as regiões.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 370 27/06/2022 09:37:16


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
371

P
lanta herbácea, perene, cespitosa, zoocórica. Raízes fasciculadas,
finas, fibrosas e resistentes permitem que se desenvolva em lo- A
cais de solos compactos. Colmos e folhas muito fibrosos resistem
ao pisoteio intenso. Pode atingir mais de 1 m de altura. A brotação nova B
é consumida pelos animais como forragem de baixa qualidade. Rizo-
mas curtíssimos, muito ramificados, formam uma touceira densa de C
até 20 cm de diâmetro na base. Colmo fino, ereto, não ramificado, 2-4
nós glabros, engrossados levemente. Folhas do rizoma com bainhas D
curtas, as da base do colmo com bainhas maiores, 4-18 cm de com-
primento, estriadas, glabras, verde-claras; lígula curtíssima, ciliada;
lâmina linear-lanceolada, longo-acuminada, plana até convoluta, reta,
E
glabra, verde-amarelada, às vezes arroxeada, 10-50 cm de comprimen-
to, 4-15 mm de largura, às vezes com o terço superior curvado. Inflo-
F
rescência em panícula terminal espiciforme, longa, exposta acima das
folhas, corresponde à metade da altura da planta; ramos abertos, me-
L
dindo entre 30-60 graus em relação ao eixo principal; racemos com 2-5
cm de comprimento, compactos, com grande número de espiguetas.
M
Espiguetas curto-pediceladas, numerosas, aglomeradas, desarticulam
acima da gluma, oblongo-lanceoladas, com uma flor completa, 1,5-2,0 N
mm de comprimento; glumas desiguais, menores do que o lema, a su-
perior aguda ou quase, da metade do comprimento da espigueta; lema P
agudo, maior do que a pálea; 3 estames. Espiguetas de coloração verde-
-clara, muitas vezes enegrecidas pela presença de fumagina. O fruto é R
um aquênio, uma excessão na família; ovalado, 1 mm de comprimento,
revestido por uma membrana que se torna gelatinosa-pegajosa quan- S
do molhada pela chuva ou orvalho, favorecendo a dispersão.
Nas pastagens do estado do Paraná é mais encontrada a varieda- T
de Sporobolus indicus (L.) R. Brown var. exilis (Trin.) Ko ama, conhe-
cida popularmente como capim-moirão. Facilmente identificada pelas U
folhas mais curtas e estreitas; touceiras menores, não ultrapassando 5
cm de diâmetro e inflorescência com até 30 cm de comprimento, com V
os ramos apressos junto à raque. As duas variedades apresentam o
mesmo hábito, sendo comum observá-las em locais onde as camadas
superficiais do solo estão compactadas.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 371 27/06/2022 09:37:16


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
372

Espécie encontradiça em todas as regiões do estado, dispersa nas


pastagens formadas por qualquer espécie forrageira, com qualquer
altura de pastejo, lotação de animais, fertilidade do solo e sistema de
manejo das plantas daninhas. O potencial de competição é maior na
região do Arenito, do Terceiro Planalto e dos Campos Nativos, nas pas-
tagens de braquiárias, estrela-africana, grama-missioneira e azevém,
pastejadas à altura média e baixa, cultivadas em solos de fertilidade
média e baixa e sem práticas de manejo das plantas invasoras. Pelos
danos causados no desenvolvimento e na produtividade das pasta-
gens, foi considerada a sétima espécie mais importante no estado.
Causa danos causados de maior intensidade em pastagens forma-
das por braquiárias, estrela-africana e grama-missioneira, cultivadas
nas regiões de ocorrência, mantidas sob qualquer altura de pastejo
e lotação de animais, em solos de fertilidade média e alta e qualquer
prática de manejo das invasoras.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 372 27/06/2022 09:37:18


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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A
B
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D
E
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L
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Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 373 27/06/2022 09:37:18


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
374

P ol ygonaceae
Persicaria maculosa ra

SINÔNIMOS
Polygonum maculatum Raf., Persicaria maculata (Raf.) A. Love

NOMES COMUNS
Erva-de-bicho, persicária-de-pé-vermelho, cataia

ORIGEM
Espécie originária da Europa, disseminada por várias regiões temperadas do mundo.
Introduzida no Brasil há muito tempo, ocorre nos estados do Sul e Sudeste.

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante, pou-
co desenvolvida. De crescimento inicial vertical, o caule logo se
inclina, torna-se prostrado e enraiza nos nós em contato com o
solo. Caule prostrado, parte inferior pouco ramificada e extremidade
ascendente; nós bem desenvolvidos; glabro, liso e de coloração rosa-
da a vermelho-purpúreo, conforme a intensidade de luz que a planta
recebe. crea cilíndrica nos nós, de até 2 cm de comprimento, cilia-
da. Folhas alternas, simples, pecíolo curtíssimo, conato com a ócrea;
limbo-elíptico alongado, quase linear, ápice acuminado, até 16 cm de
comprimento por 4 cm de largura; coloração verde e frequentemente
com manchas arredondadas ou triangulares, avermelhadas ou amar-
ronzadas na parte central. Inflorescências terminais, espiciformes,
compactas, com até 5 cm de comprimento, flores sempre voltadas
para um único lado. Flores de 2-3 mm de comprimento, 5 tépalas ro-
sadas ou brancas, ovaladas, unidas na base; as tépalas não se abrem
completamente. Fruto núcula lenticular ou trígona, indeiscente.
A germinação das sementes e o florescimento ocorrem em qual-
quer época do ano. Adapta-se melhor a solos com alto teor de maté-
ria orgânica e de umidade, ocorrendo próxima de cocheiras, saleiros,
mangueiras e nas depressões do terreno.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 374 27/06/2022 09:37:18


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
375

Encontradiça nos Planaltos e nos Campos Nativos, dispersa em


pastagens nativas, de azevém, braquiárias, estrela-africana, hemár- A
trias, grama-sempre-verde e grama-missioneira, pastejadas com
média ou alta intensidade, em solos com fertilidade natural média a B
baixa, não submetidas ao controle químico das plantas daninhas. O
potencial competitivo é maior em pastagens de grama-sempre-verde, C
submetida ao controle mecânico das daninhas. Causa danos de média
importância nas Regiões do Primeiro e Segundo Planaltos em pasta- D
gens de grama-sempre-verde, pastejadas intensamente, em solos com
fertilidade baixa e com daninhas manejadas mecanicamente. E
O gênero Polygonum engloba grande número de espécies de plan-
tas herbáceas que contêm substâncias tóxicas de efeitos fotossensibi- F
lizantes e nefrotóxicas. Casos de intoxicação são raros, por não serem
palatáveis. A Persicaria maculosa contém substâncias que irritam as L
mucosas e tem sido utilizada em preparados fitoterápicos.
M
Rumex crispus L.
N
SINÔNIMOS
Rumex megallanicus Campd., Rumex patientia Gay.
P
NOMES COMUNS
Língua-de-vaca-crespa, língua-de-vaca, azeda-crespa, labaça-crespa, labaça-selva- R
gem, paciência

ORIGEM S
Espécie de origem europeia. Do gênero, é a mais dispersa pelo mundo, exceto no Bra-
sil, onde a Rumex obtusifolius, ainda é a mais frequente nas regiões Sul e Sudeste.
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lanta herbácea, perene, zoocórica. Raiz pivotante, tuberosa,
muito semelhante à da cenoura, muitas raízes laterais frágeis e
pouco desenvolvidas. A raiz principal, quando cortada, tem a ca- V
pacidade de emitir brotações e infestar novamente a área. Caule cur-
tíssimo, com base engrossada, onde está inserida a roseta de folhas. Z

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Somente no final do primeiro ano, ou no segundo ano, é que a planta


emite a haste floral. As folhas basais que formam a roseta são pecio-
ladas, atingem mais de 30 cm de comprimento por 10 cm ou mais de
largura; lanceoladas a oblongo-lanceoladas, com a base estreita ou
atenuada, mas nunca cordadas; nervura mediana proeminente e car-
nosa,; laterais evidentes, glabras; margens onduladas ou crespas. As
folhas da haste floral são semelhantes às da roseta, porém diminuem
de tamanho da base da haste até o início dos ramos da inflorescência.
Inflorescência em panículas estreitas ou em longos racemos ascenden-
tes, com flores agrupadas nos nós, sésseis e sem brácteas foliares. Flor
com pedicelo curto; tépalas em duas séries, as externas bem menores,
quase cordiformes e de margens crenadas, são persistentes e protegem
o fruto, tornam-se vermelho-amarronzadas na maturação. Fruto núcula
unisseminada e indeiscente, cerca de 2,0-2,5 mm de comprimento por 1,5
mm de espessura, com três faces planas e ângulos obtusos.
Na Região Sul, é encontradiça em pastagens cultivadas com aze-
vém. Muito competitiva, mas sua dispersão no estado ainda é pequena,
razão pela qual os danos causados nas pastagens localizadas no Pri-
meiro e Segundo Planaltos são considerados de pequena importância,
em áreas pastejadas intensamente devido à superlotação de animais.

Rumex obtusifolius L.

SINÔNIMOS
Rumex obtusifolius subsp. agrestis (R.E. Fries) Danser, Rumex obtusifolius var. agrestis
R.E. Fries

NOMES COMUNS
Língua-de-vaca, labaça

ORIGEM
Espécie originária da Europa, encontra-se dispersa por todos os continentes. No Brasil,
é a espécie do gênero mais frequente, ocorrendo principalmente nos estados do Sul
e Sudeste.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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lanta perene, herbácea, zoocórica. Raiz principal pivotante, car-
nosa e grossa, armazena nutrientes; quando cortada tem a ca- A
pacidade de emitir brotações. Muitas raízes secundárias, finas,
algumas mais desenvolvidas. Caule curto, com base engrossada, onde B
se desenvolve a roseta de folhas. Plantas de primeiro ano desenvolvem
caule único; de segundo ano ou mais e originadas de brotações de raiz, C
desenvolvem uma espécie de coroa, de onde partem vários caules,
cada um formando sua própria roseta de folhas, de cujo centro emerge D
uma haste floral única. Essa haste floral apresenta a inflorescência na
extremidade superior; ao longo de sua extensão possui folhas seme- E
lhantes às da roseta, mas que diminuem gradativamente de tamanho
até a inflorescência. Folhas da roseta pecioladas, comprimento do pe- F
cíolo muito variável e com base invaginante; limbo aproximadamente
três vezes mais longo do que largo, atinge até 30 cm de comprimento. L
Limbo ovalado ou lanceolado, de base cordada até truncada, ápice ar-
redondado até agudo, margem irregularmente serrilhada ou inteira,
plano ou levemente ondulado, verde escuro e às vezes com manchas
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purpúreas, em maior número nas folhas mais velhas. Inflorescência
paniculada, com as flores agrupadas em verticilos espaçados ao lon-
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go dos ramos. Algumas folhas ou brácteas sésseis podem ocorrer na
base dos ramos ou de alguns verticilos inferiores. Flores hermafrodi-
P
tas com pedicelo de até 9 mm de comprimento; cálice com 3 tépalas
diminutas, corola com 3 tépalas de 3-4 mm de comprimento, lacinia-
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das na base, com pelo menos uma tuberculada na base. As tépalas são
persistentes até a maturação dos frutos, verdes, secam na maturação
S
e assumem coloração vermelho-amarronzada. Fruto núcula de con-
tornos ovalados e coniforme para um dos ápices. Podem permanecer
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dormentes no solo por longos períodos.
Encontradiça nos Primeiro e Segundo Planaltos, em pastagens
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nativas, cultivadas de azevém e em pastagens formadas por grama-
-missioneira. Altamente competitiva, causa danos de média importân- V
cia na região dos Campos Nativos, em pastagens cultivadas de inver-
no, independente do sistema de pastejo e da intensidade de lotação, Z

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378

altamente competitiva nos solos com fertilidade alta e onde não são
realizadas práticas de manejo de plantas daninhas.
As espécies do gênero Rumex são plantas de difícil manejo pela
grande longevidade das sementes no solo e pela grande quantidade de
reservas que armazenam em sua raiz tuberosa, a qual possui a capaci-
dade de emitir brotações quando cortada. muito mais fácil prevenir
sua entrada na propriedade do que erradicá-la.

Ruprechtia laxiflora Meissn.

SINÔNIMOS
Ruprechtia polystachya Griseb., Enneatypus nordenskjoeldii Herzog

NOMES COMUNS
Marmeleiro, viraro, farinha-seca, marmeleiro-bravo, marmeleiro-do-mato

ORIGEM
Espécie originária da Bolívia, Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil, onde ocorre do Nor-
deste até o Rio Grande do Sul.

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spécie arbórea, dioica, perenifólia ou caducifólia, anemocórica,
atinge mais de 20 m de altura. Tronco ereto, cilíndrico, canela-
do, de até 1 m de diâmetro; casca fina, cinza-escura, fissurada
longitudinalmente, descama em pequenas placas. Copa ampla, dis-
forme, densa. Folhas simples, pecioladas, alternas; limbo lanceolado
a elíptico, glabro, brilhante na face superior, mais claro e opaco na
face inferior, 4-8 cm de comprimento, 1,5-3,0 cm de largura; pecíolo
de 3-6 mm de comprimento. Inflorescência em racemos axilares ou
terminais, 3-8 cm de comprimento. Flores femininas pequenas, tríme-
ras, cor-de-rosa ou amareladas. Flores masculinas brancas ou verdes,
pequenas, trímeras. Fruto aquênio triangular, 5 mm de comprimento,
de coloração creme até vermelha, com as 3 sépalas e o estigma persis-
tentes, alargam-se da antese até a maturação, quando atingem até 2,5
cm de comprimento.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Espécie encontradiça nas regiões do Arenito e do Terceiro Pla-


nalto, dispersa nas pastagens formadas por braquiárias, panicuns, A
estrela-africana e grama-mato-grosso, em quaisquer intensidade de
pastejo, lotação de animais e sistema de manejo das plantas daninhas. B
Ocorre com maior frequência em solos de fertilidade média e alta.
Apresenta-se com baixo potencial de competição porque as plantas
que se originam de sementes ou de brotações dos tocos das árvores
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tem o hábito de crescerem verticalmente nos primeiros anos. Causa
danos de pequena importância nas regiões e condições de ocorrência,
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mesmo quando manejada.
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R osaceae
Prunus myrtifolia (L.) Urban

SINÔNIMOS
Celastrus myrtifolia L., Laurocerasus myrtifolia N.L. Britt., Prunus sphaerocarpa Sw.,
Prunus samyroides Griseb.

NOMES COMUNS
Pessegueiro-bravo, pessegueiro-do-mato, pessegueiro-brabo, marmeleiro-do-mato,
coração-de-bugre, alma-da-serra

ORIGEM
Espécie originária da América tropical e subtropical.

P
lanta perene, arbórea, perenifólia, zoocórica, atinge 15 m de al-
tura. Sistema radicular pivotante e ramificado. Tronco reto, ci-
líndrico, de até 20 cm de diâmetro; casca cinzenta, áspera, não
descamante; ramos finos e lenticelados; toda a planta glabra. Folhas
simples, alternas; pecíolo glanduloso, de 6-11 mm de comprimento;
limbo brilhante no lado superior, opaco no lado inferior, coriáceo, 5-10
cm de comprimento, 2-3 cm de largura, oval ou oval-lanceolado ou,
ainda, lanceolado ou obovalado, base atenuada a obtusa, ápice agudo
até atenuado-obtuso, de margem inteira e ondulada, nervuras proemi-
nentes no lado inferior, às vezes com duas glândulas próximas da base.
Estípulas cedo caducas. Inflorescência em racemo axilar, multiflora,
glabra, menor do que as folhas; brácteas diminutas; cálice fimbriado
com 5 lacínias patentes; corola com 5 pétalas orbicular-reflexas, 2-3
mm de diâmetro. Fruto drupa roxo-escuro, globoso, carnoso, glabro,
5-10 mm de diâmetro.
Entre as espécies do gênero Prunus, que ocorrem nas pastagens
do estado, P. myrtifolia é a mais frequente. As plantas de pessegueiro-
-bravo são pouco competitivas e contêm substâncias tóxicas para o
gado. As folhas são ricas em glicosídeo cianogênico amigdalina, res-
ponsável pela morte de muitos animais. Os casos de morte de animais

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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acontecem quando estes consomem as folhas de árvores derrubadas


ou de galhos caídos pela ação do vento. O princípio tóxico permanece A
nas folhas mesmo depois de secas.
Espécie encontradiça nas pastagens formadas de grama-sempre- B
-verde. Isto ocorre porque esta forrageira se adapta aos locais leve-
mente sombreados e com solos mais úmidos, onde ocorrem remanes- C
centes da vegetação natural com plantas de pessegueiro-bravo. Em
pastagens nas quais os tocos das árvores não são retirados, as plan- D
tas também ocorrem na forma de brotações. Por ter copa densa, as
plantas são muito competitivas pela luz. Causa prejuízos de pequena
importância na região do Terceiro Planalto, em pastagens de grama-
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-sempre-verde, submetidas a pastejo intenso, em áreas onde ocorrem
remanescentes de árvores adultas.
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Rubus brasiliensis Mart.

SINÔNIMOS
Rubus occidentalis Vell., Rubus organensis Gardn., Rubus brasiliensis var. organensis
(Gardn.) Hook., Rubus bogotensis HBK. var. brasiliensis (Mart.) Kuntze

NOMES COMUNS
Amoreira-branca, amora-branca, amoreira-verde, amoreira-do-brasil, amoreira-do-
-mato, silva-branca

ORIGEM
Espécie originária do Brasil extra-amazônico, ocorre em quase todos os estados do país.

P
lanta arbustiva, remanescente, perenifólia, zoocórica. Sistema
subterrâneo formado por raiz pivotante; várias raízes adven-
tícias emitidas da base do caule e dos curtos rizomas. Caule
vigoroso, coberto de pêlos escabrosos de 2-3 mm de comprimento,
lenhoso, ereto, 1-2 cm de diâmetro; ramos secundários apoiantes,
densamente velutino-tomentosos, pêlos glandulosos, acúleos retos ou
ligeiramente curvos ou retrorsos de 2 mm de comprimento. Estípulas
de 3-9 mm de comprimento, 1-2 mm de largura, com pêlos glandulo-
sos. Folhas alternas, trifolioladas; pecíolo de 6-7 mm de comprimento,
com pêlos glandulosos e acúleos pouco curvos; peciólulos velutino-
-tomentosos, aculeados; folíolos subcoriáceos, 6,5-10,0 cm de com-
primento, 4,5-8,0 cm de largura, base cordada, ápice agudo, margem
subcrenada-dentada, face superior tomentosa, face inferior tomen-
tosa-velutina, nervuras salientes e aculeadas. Inflorescência tirsoide,
8-20 cm de comprimento, pauciflora, curto-ramificada; bráctea foliar
de 4-9 cm de comprimento, 2-4 cm de largura; bractéolas de 3-5 mm
de comprimento. Flores curto-pediceladas; sépalas ovalado-oblongas,
agudas, seríceo-velutinas, reflexas; pétalas brancas, 3-4 mm de com-
primento, 2-3 mm de largura, arredondadas, unguiculadas; estames
com filetes e anteras diminutos; ovário diminuto; estilete e estigma
persistentes no fruto. Fruto drupa, composto de numerosas drupéolas
translúcidas, verde-amareladas, suculentas, adocicadas, ovoides; en-
docarpo de superfície foveada.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Espécie encontradiça na região dos três Planaltos, dispersa em


pastagens formadas por braquiárias, panicuns, hemártrias, capim-ja- A
raguá, grama-mato-grosso, grama-missioneira, grama-sempre-verde
e azevém, em qualquer altura de pastejo, lotação de animais e ferti- B
lidade do solo. Controlada somente com a aplicação de herbicidas ou
com a mecanização do solo na reforma das pastagens. Não é muito C
competitiva, pois suas moitas sempre ocorrem isoladas nas pastagens.
Causa danos de pequena importância na região dos três Planaltos, em D
pastagens de braquiárias, grama-mato-grosso e grama-missioneira,
mantidas sob superlotação de animais, em solos de fertilidade média e
baixa, e em áreas onde as plantas daninhas não são manejadas. Possui
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características ornamentais e produz frutos comestíveis.
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Rubus rosifolius .E. Smith

SINÔNIMOS
Rubus pinnatus Willd., Rubus floribundus HBK., Rubus jamaicensis Blanco, Rubus
paniculatus Clarke

NOMES COMUNS
Framboesa-silvestre, framboeseira-silvestre, framboeseira-brasileira, framboesa,
amoreira-vermelha

ORIGEM
Espécie de origem controversa e distribuição cosmopolita, ocorre nos estados do Su-
deste e Sul do Brasil.

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lanta arbustiva, perenifólia, zoocórica. Sistema subterrâneo for-
mado por raízes fibrosas, finas, escuras e por rizomas robustos.
Caules múltiplos formam moitas de até 2 m de altura. Ramos
secundários longos, apoiantes ou prostrados, com pêlos glandulosos
e acúleos pontiagudos. Estípulas aderidas à base do pecíolo, estreitas.
Folhas alternas, imparipenadas, com 3-7 folíolos; folíolos de 3-9 cm
de comprimento, 2-4 cm de largura, sendo maior o terminal, oblon-

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
385

gos, ovalados, oblongo-lanceolados, agudos ou acuminados, de colo-


ração verde-intenso em ambas as faces, com pêlos glandulosos, ner- A
vura principal, às vezes, com acúleos. Inflorescências simples axilares
e panículas terminais paucifloras. Flores pentâmeras com pedicelo de B
1-2 cm de comprimento; sépalas com 15-25 mm de comprimento, 4-5
mm de largura, foliáceas, caudado-acuminadas, reflexas, persistentes C
no fruto; pétalas brancas unguiculadas, suborbiculares ou obovaladas;
estames de 5-7 mm de comprimento. Fruto drupa composto de dru- D
péolas subglobosas, vermelho, ovoide ou subgloboso, 1,0-1,5 cm de
diâmetro, comestível, insípido, receptáculo frutífero oco; endocarpo
subgloboso, castanho escuro.
E
Normalmente, as plantas ocorrem em reboleiras, próximas ou no
interior de matas, e sob a copa de árvores presentes no meio das pas-
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tagens, pois as sementes são dispersas pelos pássaros.
Espécie relativamente rara no Paraná, encontradiça no Terceiro
L
Planalto, em pastagens de grama-sempre-verde e panicuns. Altamen-
te competitiva em pastagens superlotadas de animais, cultivadas em
M
solos de fertilidade média e onde as plantas daninhas não são mane-
jadas. Causa danos de pequena importância no desenvolvimento e na N
produtividade das plantas forrageiras, nos locais e condições de ocor-
rência da espécie. P
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Rubus urticifolius Poir.

SINÔNIMOS
Rubus trichomallus Schlecht., Rubus hasslerii Chodat, Rubus urticifolius var. hasslerii
(Chodat) Focke

NOMES COMUNS
Amoreira-preta, amora-preta, amoreira-da-silva, amoreira-silvestre

ORIGEM
Espécie nativa da América Latina.

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lanta arbustiva, perenifólia, zoocórica, atinge 2,5 m de altura. Siste-
ma subterrâneo formado por uma raiz pivotante, raízes finas e lon-
gas e rizomas curtos. Caules eretos; ramos e raminhos cilíndricos,
estriados, angulosos, densamente cobertos de longas cerdas avermelha-
das; acúleos esparsos, pungentes, retrorsos, aplanados lateralmente; cas-
ca vermelha, de cor mais acentuada nos ramos floríferos; ramos secun-
dários e raminhos apoiantes ou pendentes. Folhas de tamanho e forma
variáveis, as inferiores com 5 folíolos e as superiores trifolioladas; pecí-
olo de 12-15 cm de comprimento, canaliculado, viloso, aculeado; folíolos
membranáceos, base assimétrica arredondada, às vezes cordada, ápice
agudo ou acuminado, 9-15 cm de comprimento, 4-7 cm de largura, mar-
gem denteada-serrilhada, apiculados, glabros na face superior, embaixo
tomentosos ou vilosos e com nervuras salientes. Estípulas pequenas lan-
ceoladas. Inflorescência tirsoide, terminal, multiflora, 10-40 cm de com-
primento; ramos eretos, patentes; brácteas lanceoladas, côncavas, vilosas.
Flores 6-10 mm de diâmetro; sépalas ovalado-lanceoladas, 10-13 mm de
comprimento, 3-5 mm de largura, lado externo tomentoso, lado interno
seríceo-cerdoso; pétalas brancas ou rosadas, 3-5 mm de comprimento,
2,5-4,0 mm de largura, ovaladas, unguiculadas; estames persistentes no
fruto; ovário piloso. Fruto composto, comestível; drupa negra, globosa a
ovoide; composto de drupéolas suculentas, 2-3 mm de comprimento, 1-2
mm de diâmetro; receptáculo compacto; endocarpo subgloboso, casta-
nho-escuro, superfície foveada.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Nas pastagens, a amoreira-preta forma moitas impenetráveis, pela


quantidade de ramos e acúleos pungentes. Produz grande quantidade de A
frutos saborosos, de maturação sequencial.
Espécie encontradiça especialmente no Primeiro Planalto, dispersa B
em pastagens de hemártrias, grama-missioneira, grama-sempre-verde
e azevém. Por ser rizomatosa e também brotar do toco, é de difícil con- C
trole mecânico. Apresenta alto potencial de competição em pastagens
formadas por grama-mato-grosso. Causa prejuízos de pequena impor- D
tância na região dos três Planaltos, em pastagens de braquiárias, es-
trela-africana e grama-mato-grosso, pastejadas à altura média e baixa,
cultivadas em solos de fertilidade média e baixa e não submetidas ao
E
manejo das plantas daninhas.
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R u b iaceae
Spermacoce latifolia Aubl.

SINÔNIMOS
Spermacoce longifolia Aubl., Borreria scabrida DC., Borreria platyphylla DC., Borreria
tetraptera Miq., Borreria latifolia (Aubl.) K. Schum.

NOMES COMUNS
Erva-quente, erva-de-lagarto, poaia-do-campo, poaia-do-arador, perpétua-do-mato

ORIGEM
Espécie originária dos Campos Nativos e cerrados do Brasil, encontra-se dispersa pelas
lavouras e pastagens do Sudeste, Centro-Oeste e Sul do país.

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lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante, bem
desenvolvida; raízes laterais poucas e finas. Caule prostrado, ra-
mificado na parte basal, quadrangular, deprimido lateralmente,
glabro ou piloso, verde, às vezes purpúreo. Sob competição, o caule
não ramifica e tem crescimento ereto. Dependendo da fertilidade do
solo, pode atingir 50 cm de altura ou mais. Folhas opostas, cruzadas,
sésseis ou quase; limbo elíptico a ovalado, de base atenuada e ápice
agudo ou quase, de tamanho muito variável, até 7 cm de comprimen-
to por até 4 cm de largura; margens inteiras, nervuras deprimidas no
lado superior, salientes no inferior; glabras ou com pilosidade diminu-
ta. Inflorescência em glomérulos axilares, protegidas por 2-4 brácteas
involucrais. Flores pequenas, tetrâmeras; sépalas persistentes no fru-
to, pubescentes e triangulares; corola branca com as pétalas unidas em
tubo, somente a extremidade superior livre, pontiaguda. Fruto cápsu-
la, septicida, globoso, de 3,0-3,5 mm de comprimento por 2,0-3,2 mm
de largura, castanho, glabro ou com poucos pêlos simples esparsos.
Semente plano-convexa, obovoide-elíptica, de 2,0-2,5 mm de compri-
mento, por 1,0-1,5 mm de largura e cerca de 1 mm de espessura.
As sementes germinam na primavera e o ciclo da planta termina
no final do outono. Os principais danos causados são verificados por

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 388 27/06/2022 09:37:22


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
389

ocasião da reforma ou renovação das pastagens e quando estas são


pastejadas muito rentes ao solo, durante o período de inverno. Nessas A
condições, as forrageiras estão com poucas reservas para a rebrota e a
erva-quente germina e se desenvolve rapidamente, sufocando-as. B
Espécie rara no estado, encontradiça em pastagens de grama-
-sempre-verde. Causa danos de pequena importância no desenvol- C
vimento das plantas forrageiras na região do Terceiro Planalto, em
pastagens submetidas a pastejo intenso e em locais normalmente não D
submetidos a práticas de manejo das plantas daninhas.
A espécie de planta invasora mata-pasto-do-cerrado (Diodella E
teres ( alt.) Small) é outra rubiácea herbácea, anual, zoocórica, recen-
temente introduzida nas pastagens do estado pelo uso de sementes F
de forrageiras procedentes de regiões infestadas. Originária do conti-
nente americano, encontra-se dispersa pelas regiões Central, Norte e L
Sudeste do Brasil.
Caule muito ramificado, entrenós curtos, cilíndricos ou levemen- M
te angulosos, de coloração frequentemente avermelhada; crescimen-
to ereto ou semiprostrado e às vezes inteiramente prostrado. Folhas
N
opostas, sésseis, com estípulas de bordos unidos, de aspecto seme-
lhante a uma ócrea; limbo membranáceo, base aguda e ápice acumi-
P
nado, nervuras proeminentes em ambas as faces. Inflorescências em
glomérulos axilares de até 6 flores. Flores com ovário ínfero; cálice
R
com quatro sépalas lanceoladas, persistentes, de ápice agudo, com pi-
losidade curta; corola tubulosa com cerca de 5 mm de comprimento, 4
S
lobos, pilosa no lado externo e de coloração lilás. Fruto esquizocarpo
cocoide ovalado, com duas cocas unisseminadas. Com hábitos seme-
T
lhantes à erva-quente, tem as mesmas estratégias de desenvolvimento.
De porte pequeno, não ultrapassa 1 m de comprimento. Sistema
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radicular muito ramificado e pouco profundo, explora as camadas
mais superficiais do solo, sendo portanto uma espécie oportunista.
V
Causa muitos prejuízos na primavera, quando as forrageiras estão de-
bilitadas pelo pastejo intenso no período do inverno.
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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
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Palicourea marcgravii Saint-Hil.

SINÔNIMOS
Palicourea crocea (Sw.) Roem. & Schult., Palicourea noxia Mart.

NOMES COMUNS
Cafezinho, erva-de-rato, erva-de-rato-verdadeira, café-bravo

ORIGEM
Espécie nativa do Brasil tropical, não é encontrada nos estados do Nordeste. No Sul,
tem seu limite de ocorrência no Vale do Ribeira e no Centro do Paraná.

P
lanta arbustiva, perenifólia, zoocórica, atinge até 2 m de altura.
Sistema radicular pivotante com 1-3 ramificações; raízes late-
rais tortuosas, bem desenvolvidas, superficiais. Ramos em con-
tato com o solo emitem raízes adventícias. Caule cilíndrico, flexível,
poucas ramificações, nós engrossados; ramos novos quadrangulares,

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 390 27/06/2022 09:37:23


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
391

purpurescentes, glabros ou com pilosidade esparsa. Folhas simples,


opostas, cruzadas, pecioladas; limbo lanceolado a oblongo-lanceo- A
lado, base cuneada, ápice acuminado, margem inteira e engrossada,
esparsamente pubérula nas nervuras salientes no lado dorsal, car- B
táceo, 10-20 cm de comprimento, 4-8 cm de largura; quando novo,
pode apresentar coloração violácea no lado dorsal. As folhas, quando C
amassadas, exalam forte cheiro balsâmico de silicilato de metila. Estí-
pulas bipartidas, 2-4 mm de comprimento, 3-8 mm de largura. Inflo- D
rescência terminal paniculada; pedúnculos, pedicelos e botões florais
alaranjados ou avermelhados; pedúnculo longo, glabro, 10-18 cm de
comprimento; inflorescência curta e compacta, 4-10 cm de compri-
E
mento; ramos opostos e cruzados, se igualam em altura. Flores com
cálice curto, lobos cuneados, pubescentes; corola tubulosa, gibosa
F
na base, 1,5-2,0 cm de comprimento, 3-4 mm de diâmetro, coloração
amarela na base, sulferina no meio e rosada a púrpura no ápice, pu-
L
bescente externamente e com um anel de pêlos na parte interna; es-
tames com anteras brancas; ovário ínfero, estigma arroxeado. Fruto
M
drupa subglobosa com 2 pirênios monospérmicos, plano-convexos no
lado ventral, com profundo sulco mediano, 3,5-5,0 mm de diâmetro; N
quando imaturo possui coloração amarelada ou esverdeada, na ma-
turação é roxo escuro ou preto. Sementes plano-convexas, 3 mm de P
comprimento, 2 mm de largura.
O cafezinho se desenvolve à sombra ou à meia sombra de matas e R
capoeiras. Nas pastagens, a pleno sol, tende a definhar e desaparecer
em poucos anos. Está entre as espécies mais tóxicas para os animais S
e é uma das mais importantes no Brasil. O princípio ativo é o ácido
monofluoroacético que interfere no ciclo de Krebs. Pequenas quanti- T
dades de folhas, inflorescências e frutos são capazes de matar uma rês
em poucas horas. U
Raramente encontrado nas pastagens do estado. Por ser muito
palatável, é uma das primeiras plantas que os animais consomem V
quando invadem áreas de matas, reservas, matas ciliares, quando
rompem as cercas de retenção ou quando novas áreas são transfor-
madas em pastagens.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 391 27/06/2022 09:37:23


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
392

Psychotria fractistipula L.B.Sm., R.M.Klein & Delprete

NOMES COMUNS
Cafezinho-de-flor-branca, erva-de-rato-branca, café-bravo

ORIGEM
Espécie nativa da América do Sul, ocorre em praticamente todos os estados do Brasil.

P
lanta remanescente, arbustiva, perenifólia, zoocórica, atinge
2 m de altura. Sistema radicular vigoroso, pivotante, ramifica-
do. Folhas e ramos novos glabros. Folhas pecioladas, opostas;
limbo membranáceo, elíptico ou oblongo-lanceolado, 15 cm de com-
primento, 7 cm de largura, base atenuada, decorrente pelo pecíolo,
ápice agudo ou acuminado, nervuras salientes no lado inferior e ape-
nas visíveis no lado superior; 9-11 pares de nervuras secundárias.
Estípulas agudas. Inflorescências terminais ou pseudoterminais em
cimeiras compactas, multifloras; pedúnculo reto, do tamanho da inflo-
rescência; brácteas oval-lanceoladas. Flores brancas; cálice de 2 mm
de comprimento, lobos iguais e margens ciliadas; corola branca, hipo-
crateriforme, 6 mm de comprimento, glabra no lado externo, no lado
interno possui um anel piloso na linha de inserção dos estames. Fruto
baga elíptica, com várias costelas longitudinais, verde escura, quando
imatura, quando amadurecem passam à coloração violácea e depois
amarelada ou alaranjada, globosa, 6 mm de diâmetro e sem costelas
ou linhas deprimidas, polpa aquosa, com 2 sementes. Na base do fru-
to ocorrem 2 cicatrizes circulares. Sementes hemisféricas, 3-4 mm de
comprimento, face ventral plana e rugosa, face dorsal convexa, com
costelas longitudinais, coloração amarelada.
Nas pastagens, as plantas são provenientes da brotação dos tocos
e ocorrem na forma de arbustos multicaules ou moitas densas e arre-
dondadas, pelo superbrotamento quando o gado consome os pontei-
ros. Não existem estudos que comprovem sua toxicidade aos animais,
mas pelo parentesco com a Palicourea marcgravii, a probabilidade de
também conter princípios tóxicos não deve ser desprezada.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 392 27/06/2022 09:37:23


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
393

Espécie encontradiça na região dos três Planaltos, dispersa em


pastagens de panicuns, estrela-africana, capim-jaraguá, grama-mato- A
-grosso e grama-missioneira, sublotadas de animais, cultivadas em
solos com fertilidade média e alta, sem manejo das plantas daninhas. B
Apresenta alto potencial de competição em pastagens de panicuns.
Causa prejuízos de média importância na região do Terceiro Planalto, C
em pastagens formadas por panicuns, cultivadas em solos de fertilida-
de média e não submetidas ao manejo das plantas daninhas. D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
394

Randia nitida (Kunth) DC.

SINÔNIMO
Basanacantha spinosa K. Schum. var. longipedunculata Kuntze

NOMES COMUNS
Espinho-de-cruz, roseta, espinho-de-cacho, limoeiro-do-mato, limão-do-mato,
limão-bravo

ORIGEM
Espécie nativa da América do Sul, ocorre em praticamente todas as regiões do Brasil.

P
lanta perene, arbustiva, remanescente, zoocórica, atinge 3-4 m
de altura. Caule muito ramificado; casca acinzentada ou esver-
deada, não descamante; armado de espinhos lenhosos, rígidos,
agudos, no ápice dos ramos; muitas vezes esses espinhos são dividi-
dos em 3-4 pontas, em forma de uma roseta; ramos novos cilíndricos,
com pêlos estrelados. Folhas pecioladas, aglomeradas na ponta dos
ramos, parecendo verticiladas; limbo ovalado, romboide ou oblongo,
base e ápice agudos, 3-5 cm de comprimento, verde-escuro. Estípulas
de 2-8 mm de comprimento. Flores reunidas em fascículos terminais,
paucifloros; flores curto-pediceladas; corola branca, hipocraterifor-
me, tubo de 2,5 cm de comprimento, lobos de 1 cm de comprimento.
Fruto baga globosa, verde, 1,5-2,0 cm de diâmetro, polispérmico, ama-
relo quando maduro.
Nas pastagens, os arbustos são originados de sementes e princi-
palmente da brotação dos tocos. Esses arbustos espinhentos ramifi-
cam muito e formam moitas impenetráveis, que prejudicam as pasta-
gens e os animais, mesmo depois de cortadas.
Espécie encontradiça nas regiões do Arenito e dos três Planal-
tos, dispersa em pastagens de braquiárias, panicuns, estrela-africana,
capim-jaraguá, grama-mato-grosso e azevém, em qualquer lotação de
animais, fertilidade do solo e manejo das plantas daninhas. pouco
competitiva, pois as plantas da espécie ocorrem isoladamente, não
formando populações homogêneas. Causa danos de média importân-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 394 27/06/2022 09:37:24


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
395

cia na região do Arenito, em pastagens de panicuns, submetidas à su-


perlotação de animais, cultivadas em solos de fertilidade média e não A
submetidas ao manejo anual das plantas daninhas.
B
C
D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
396

R u taceae
Citrus x limon (L.) Osbeck

NOMES COMUNS
Limão-cravo, limoeiro, limão-rugoso

ORIGEM
Espécie originária do Sudeste asiático. Cultivado em todas as regiões tropicais e sub-
tropicais do mundo.

P
lanta cultivada, frutífera, arbustiva, perenifólia, zoocórica, atin-
ge 3-4 m de altura. Sistema radicular pivotante, ramificado; ra-
ízes secundárias superficiais. Caule intensamente ramificado,
dotado de espinhos agudos de 2-3 cm de comprimento; casca cinza-
-escura, quase lisa; copa densa. Folhas pecioladas, simples, alternas;
pecíolo curto, 1-2 cm de comprimento; limbo ovalado ou oblongo,
nervuras salientes no lado dorsal, superfície lisa e brilhante, margem
inteira, ápice arredondado ou acuminado, glândulas de óleo essencial
presentes. Flores solitárias ou aos pares nas axilas dos ramos, brancas,
perfumadas, pentâmeras, 2 cm de diâmetro. Fruto baga globosa, sucu-
lenta, ácida, multisseminadas, casca rugosa, de coloração alaranjada
ou amarelada.
Nas pastagens, há plantas de limão-cravo que estão na área des-
de a implantação das mesmas e há plantas que se originaram dessas
preexistentes, a partir de sementes disseminadas pelo gado, que con-
sumiu seus frutos. Quando as reservas de forragem diminuem, os ani-
mais consomem os ponteiros, o que força as plantas a brotarem por
repetidas vezes. Assim, formam-se moitas de até 1 m de diâmetro.
Espécie encontradiça nas regiões do Arenito e dos três Planaltos,
dispersa em pastagens formadas por braquiárias, panicuns, estrela-
-africana, hemártrias, capim-jaraguá, grama-mato-grosso, grama-
-missioneira e grama-sempre-verde, em qualquer altura de pastejo,
lotação de animais, fertilidade do solo e sistema de manejo das plan-
tas daninhas. Apresenta alto potencial de competição na região do

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 396 27/06/2022 09:37:27


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
397

Terceiro Planalto, em pastagens formadas por braquiárias, panicuns e


grama-sempre-verde, em solos de fertilidade alta, submetidas à sublo- A
tação de animais e sem manejo das plantas daninhas. Causa prejuízos
de média importância na região do Terceiro Planalto, em pastagens B
formadas por braquiárias, panicuns, grama-mato-grosso, estrela-afri-
cana e grama-sempre-verde, em qualsquer lotação de animais e ferti-
lidade do solo, em áreas onde as daninhas não são manejadas.
C
D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

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398

Citrus trifoliata L.

SINÔNIMOS
Aegle sepiaria DC., Poncirus trifoliatus (L.) Raf.
NOMES COMUNS
Poncirus, limão-trifoliata, limão-bravo, limão-de-cerca-viva
ORIGEM
Espécie originária da China.

P
lanta arbustiva ou arvoreta, caducifólia, zoocórica, atinge 3-5
m de altura. Sistema radicular pivotante, vigoroso, ramificado.
Caule curto, muito ramificado, canelado; casca fina, quase lisa,
de coloração cinzenta; ramos curtos, tortuosos, com longos espinhos
de até 6 cm de comprimento e extremidade amarelada; copa globosa,
densa, impenetrável. Folha composta, trifoliolada, peciolada; folíolos
verde-intenso, coriáceos, glabros, com glândulas oleíferas translúci-
das, ovalados a oblongos, 1,3-3,0 cm de comprimento. Flores solitárias
ou aos pares, axilares, pentâmeras, brancas, perfumadas, 3 cm de diâ-
metro. Fruto baga globosa, suculenta, amarga e ácida, casca pubescen-
te e amarelada. Sementes claras e numerosas. Espécie utilizada como
porta-enxerto em citricultura e também na formação de cercas-viva. A
forma de infestação das pastagens, hábito e danos são semelhantes aos
do limão-cravo. No estado do Paraná, a ocorrência é esporádica e, por
ser de difícil controle, sua introdução deve ser evitada.

Zanthoxylum fagara (L.) Sarg.

SINÔNIMOS
Schinus fagara L., Zanthoxylum hyemale Saint-Hil.
NOMES COMUNS
Mamica-de-porca, mamica-de-cadela, juvevê, coentrinho, pau-fedorento, arruda-
-amarela, arruda-brava
ORIGEM
Espécie originária do Sul e Sudeste do Brasil.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 398 27/06/2022 09:37:28


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
399

P
lanta remanescente, perenifólia, zoocórica, de até 18 m de altu-
ra. Sistema radicular pivotante, profundo e ramificado. Tronco A
retilíneo com casca cinzenta e com acúleos retos, coniformes de
base larga e, extremidade pungente, 1-2 cm de comprimento. Folhas B
pecioladas, imparipenadas, pubescentes a glabrescentes, inermes,
exalam odor fétido ao menor toque; pecíolo de 1-4 cm de comprimen- C
to; raque estreito-alada; 7-15 folíolos de 1,5-5,0 cm de comprimento,
0,4-1,5 cm de largura, cartáceos, elípticos a oblanceolados, ápice ob- D
tuso a agudo, base aguda, margem crenada a crenulada, sésseis, em
ambas as faces ocorrem glândulas visíveis. Inflorescências axilares E
ou extra-axilares, em espigas ou racemos. Flores tetrâmeras, creme-
-esverdeadas, subsésseis; sépalas ovais, ciliadas; pétalas oblongas, 2 F
mm de comprimento, glabras; flor masculina com 4 estames exsertos,
anteras oblongas; flor feminina com estaminódios ausentes, ovário L
ovoide e estigma globoso. Fruto folicular, 1-2 folículos subglobosos, 4
mm de diâmetro, com glândulas esparsas. Semente globosa, 3 mm de M
diâmetro, hilo oblongo.
Nas pastagens, as plantas de mamica-de-porca são originadas de N
brotações do toco, raramente de sementes. São facilmente reconheci-
das pelo forte odor característico que exalam das folhas e pela presen- P
ça de fortes acúleos no tronco. Além dessa espécie, ocorrem outras do
mesmo gênero botânico, todas com características semelhantes, mas R
em menor frequência.
Planta encontradiça em todas as regiões do estado, dispersa em S
pastagens formadas por qualquer espécie forrageira, altura de paste-
jo, fertilidade do solo, lotação de animais e manejo das plantas dani-
nhas. De baixo potencial de competição, porque as moitas geralmente
T
crescem verticalmente e ocorrem isoladamente. Os prejuízos causa-
dos pela espécie são de pequena importância nas regiões do Arenito
U
e dos três Planaltos, em pastagens de braquiárias, panicuns, estrela-
-africana e grama-mato-grosso, em qualquer lotação de animais, ferti-
V
lidade do solo e altura de pastejo.
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
400

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 400 27/06/2022 09:37:29


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
401

S al icaceae A
Casearia sylvestris Sw. B
SINÔNIMOS
Casearia punctata Spreng., Casearia parviflora Willd., Casearia subsessiliflora Lund,
C
Casearia serrulata Sw., Casearia lingua Camb., Casearia carpinifolia Benth.

NOMES COMUNS
D
Guaçatonga, guaçatunga, chá-de-bugre, cafeeiro-do-mato, pau-de-lagarto, erva-de-
-pontada, varre-forno, cambroé, carvalhinho E
ORIGEM
Espécie nativa da América Tropical e Subtropical, desde o México até a Argentina e
Uruguai. No Brasil ocorre em todas as regiões.
F
L

P
lanta arbustiva ou arbórea, remanescente, perenifólia, atinge
10 m de altura. Sistema radicular pivotante, ramificado. Tron- M
co curto, ereto, até 40 cm de diâmetro; casca cinza-escura até
pardo-avermelhada, fissurada, escamas pequenas; copa arredonda- N
da, muito ramificada; raminhos delgados, glabros ou pubescentes nas
partes mais novas, lenticelados nas partes mais velhas. Folhas opos- P
tas, muito variáveis no tamanho, forma e textura; curvadas para o lado
dorsal, alinhadas com o lado ventral e voltadas para cima e para fora; R
limbo geralmente ovalado-oblongo a elíptico, com muitas glândulas
visíveis por transparência, margem serreada, ápice longo-acuminado S
a subcaudado, base e ápice geralmente assimétricos, membranáceo a
coriáceo, verde escuro, brilhante no lado ventral quando novo, 6-14
cm de comprimento, 3-7 cm de largura, nervuras laterais curvadas, re-
T
ticuladas; pecíolo delgado, menos de 1 cm de comprimento; estípulas
subovaladas, 1,0-1,5 mm de comprimento, caducas. Inflorescências
U
axilares, sésseis, fasciculadas, variáveis na intensidade da pilosidade
e no número de flores por fascículo; brácteas pequenas, formando um
V
tufo; pedicelo delgado, articulado próximo ou abaixo da metade, 2-5
mm de comprimento. Flores com odor intenso e desagradável. Sépalas
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 401 27/06/2022 09:37:29


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
402

5, unidas pela base, ovais amareladas a esbranquiçadas, obtusas, ere-


tas na antese, ciliadas, 1,5-2,5 mm de comprimento, persistentes no
fruto. Estames 10, desiguais. Fruto cápsula glabra, trivalva, amarela,
púrpura ou vermelha na maturação, 3-4 cm de comprimento. Semen-
tes 2-6, achatadas, elipsoides, 1,5-2 mm de comprimento, reticulado-
-foveadas.
Nas pastagens ocorre na forma de arbustos multicaules origina-
dos da brotação do toco. Plantas monocaules, originadas de sementes,
são raras. A madeira produzida é de baixa qualidade. As folhas são
muito procuradas para a elaboração de produtos fitoterápicos.
Espécie encontradiça no estado, dispersa nas regiões do Arenito
e dos três Planaltos, formadas por qualquer espécie forrageira, inde-
pendente da intensidade de pastejo, da lotação de animais, da fertili-
dade do solo e do sistema de manejo das plantas daninhas. Não é com-
petitiva, pois não rebrota das raízes e as plantas ocorrem espaçadas
umas das outras. Causa danos de pequena importância nas regiões de
ocorrência, em pastagens de braquiárias, grama-mato-grosso, estrela-
-africana, hemártrias e panicuns cultivadas em solo com qualquer fer-
tilidade, superlotadas de animais e não submetidas ao manejo com a
aplicação de herbicidas.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 402 27/06/2022 09:37:30


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
403

Xylosma ciliatifolia (Clos) Eichler


A
SINÔNIMOS
Hisingera ciliatifolia Clos, Myroxylon ciliatifolium (Clos) Kuntze B
C
NOMES COMUNS
Espinho-de-judeu, açucará, sucará, agulheiro, espinho-de-agulha

ORIGEM
Espécie originária do Brasil, ocorre desde o estado de Pernambuco até o Rio Grande
do Sul. Nas pastagens apresenta forma de arbusto, originado de brotações de tocos e
D
E
de raízes mais grossas.

A
rbusto ou pequena árvore de até 8 m de altura, perenifólia, re- F
manescente. Sistema radicular pivotante, ramificado, algumas
raízes secundárias são superficiais e possuem a capacidade de L
emitir brotações quando a planta principal é cortada. Tronco ramifi-
cado e dotado de longos e vigorosos espinhos ramificados, pungen- M
tes, extremidade amarelada, ferruginoso-pubescente, 10 cm de com-
primento ou maiores. Ramos novos ferrugíneo-veludosos nas pontas,
com espinhos axilares simples, pubescentes, até 5 cm de comprimen-
N
to. Folhas de tamanho e pilosidade variáveis; limbo elíptico, oblongo
ou ovalado-elíptico, ápice acuminado, subagudo ou obtuso, base cune-
P
ada até longamente atenuada, às vezes com 1-2 glândulas na base, car-
táceo a coriáceo, densamente ferruginoso-piloso em ambas as faces,
R
lentamente glabrescente com a idade, margens ciliadas, subserreadas,
6-10 cm de comprimento, 3-5 cm de largura, nervuras reticuladas, sa- S
lientes na face dorsal; pecíolo piloso, 6-8 mm de comprimento. Inflo-
rescência em fascículos axilares, multifloros; pedicelo delgado, articu- T
lado, ferruginoso-pubescente, 3-4 mm de comprimento na antese, até
6 mm no fruto em maturação. Brácteas ovaladas, sub-glabras. Sépalas U
4-5, ovaladas, subagudas, amarelo-esverdeadas, glândula apical, pu-
bescentes, ciliadas nas margens, 1,5-2 mm de comprimento. Pétalas V
ausentes. Flores masculinas com 15-25 estames, filamentos longos.
Flores femininas com ovário globoso, estilete curto, 2-3 estigmas di-
vergentes. Fruto cápsula subglobosa, 5-6 mm de diâmetro, glabro.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 403 27/06/2022 09:37:30


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
404

Sementes 3-4, trígono-obovoides, 4 mm de comprimento. Espécie


encontradiça, dispersa nas regiões do Arenito e dos três Planaltos, em
pastagens nativas formadas por braquiárias, hemártrias, grama-mis-
sioneira, grama-sempre-verde e azevém em áreas submetidas à altura
de pastejo média e baixa, em qualquer fertilidade do solo e sistema de
manejo das plantas daninhas. Altamente competitiva na região do Are-
nito, em pastagens de panicuns, submetidas a alta lotação de animais.
Além dos ferimentos causados pelos seus espinhos longos e pontiagu-
dos, causam prejuízos de pequena importância no desenvolvimento
e na produtividade das plantas forrageiras, em pastagens formadas
por braquiárias, estrela-africana, hemártrias, panicuns e grama-mato-
-grosso, pastejadas à altura média e alta, em solos com qualquer ferti-
lidade e não submetidas ao manejo com herbicidas.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 404 27/06/2022 09:37:31


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
405

S apindaceae A
Cardiospermum halicacabum L. B
SINÔNIMOS
Cardiospermum corindum L., Cardiospermum microcarpum Kunth, Cardiospermum
C
halicacabum var. microcarpum (Kunth) Blume

NOMES COMUNS
D
Balãozinho, balão, saco-de-padre, paratudo, batuquinha, chumbinho, baga-de-
-chumbo, jitirana, cheque-cheque, paúna E
ORIGEM
Espécie de origem não bem definida. Há controvérsias se é das regiões tropicais da
Índia, da África ou da América. No Brasil, ocorre em praticamente todos os estados do
F
Centro, Norte, Nordeste e Sudeste. Introduzida há poucos anos no estado do Paraná,
em lavouras de soja, pelo uso dos resíduos do beneficiamento da soja na alimentação
animal, foi disseminada para as pastagens.
L
M

P
lanta herbácea, trepadoura, anual, zoocórica. Sistema radicu-
lar pivotante e pouco ramificado. As raízes, ao serem expostas, N
exalam um odor desagradável. Caules cilíndricos, fibrosos, lisos,
com ramificações primárias e secundárias próximas da base. Cerca de P
2-3 mm de diâmetro, atinge até 6 m de comprimento; coloração verde,
avermelhada onde a iluminação é mais intensa; escandente com o au- R
xílio de gavinhas que se formam a partir da modificação de pedúncu-
los florais. Internódios com 5-10 cm de comprimento. Folhas alternas; S
pecíolo de até 5 cm de comprimento; compostas com limbo arredon-
dado de até 12 cm de diâmetro; o limbo é formado por três conjuntos T
de folíolos trilobados, os lobos são divididos até a nervura, o termi-
nal é sempre maior, de forma deltoide a ovalada. Inflorescência axilar U
formada por uma longa haste que na parte terminal apresenta duas
brácteas, duas gavinhas e um corimbo com pequenas flores brancas.
Flores masculinas, femininas e completas podem ocorrer na mesma
V
planta ou em plantas separadas. Pedúnculo pequeno, com cerca de 4
mm de comprimento; sépalas 4, 2 externas menores e esverdeadas,
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
406

2 internas brancacentas, semelhantes às pétalas; pétalas 4, brancas,


em posição alterna às sépalas, brancas, com uma escama junto à base.
Fruto cápsula inflada, subglobosa de 3-4 cm de comprimento por 2,0-
2,5 de diâmetro, trilocular, uma semente por lóculo; algumas semen-
tes podem não se formar, por abortamento. Sementes globosas de até
4 mm de diâmetro, pretas, às vezes com mancha branca, muito duras,
lisas e glabras.
As sementes germinam e as plântulas emergem durante as es-
tações quentes do ano. As plantas possuem desenvolvimento rápido,
crescendo sobre as plantas forrageiras ou outras daninhas. O floresci-
mento inicia no verão e prolonga-se até o início do inverno.
O balãozinho raro no estado, mas encontradiço em pastagens de
capim-jaraguá. Causa danos de pequena importância na região dos
três Planaltos, em pastagens de braquiárias, sob média e alta intensi-
dade de pastejo, cultivadas em solos com fertilidade média e baixa e
sem manejo frequente das plantas daninhas.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 406 27/06/2022 09:37:31


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
407

Serjania sp.
A
NOME COMUM
Cipó-cruz B
C
N
as pastagens, frequentemente ocorrem diversas espécies re-
manescentes de lianas ou cipós das sapindáceas, do gênero
Serjania. Facilmente identificadas pelas folhas alternas, pecío-
D
lo longo, compostas por 3 ou mais conjuntos de folíolos biternados. No
conjunto terminal, os folíolos não se individualizam, formam um con- E
junto trilobado. Caules fortemente angulados, tetrágonos e as inflores-
cências com flores brancas e terminadas por 1-2 gavinhas. As lianas F
sapindáceas são brotações remanescentes dos tocos. Formam moitas
exclusivas ou sobre arbustos e árvores, trepadouras com o auxílio das L
gavinhas foliares. De alto potencial de competição, estão localizadas
em áreas onde nunca foi realizada qualquer operação mecanizada de M
preparo do solo.
Essas lianas são encontradiças nas regiões do Arenito e dos três N
Planaltos, em pastagens formadas por qualquer espécie forrageira,
mantidas em qualquer altura de pastejo, manejo das plantas dani- P
nhas e cultivadas em solo de fertilidade média e alta. Causa prejuízos
de pequena importância nas regiões de ocorrência, em pastagens de R
braquiárias, panicuns, estrela-africana e grama-mato-grosso, em lo-
tação média e alta. S
T
U
V
Z

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408

S crophu l ariaceae
Buddleja stachyoides Cham. et Schlecht.

SINÔNIMOS
Buddleja alata Larañaga, Buddleja albotomentosa R.E. Fries, Buddleja australis Vell.,
Buddleja connata Mart., Buddleia brasiliensis Jacq. ex Spreng.

NOMES COMUNS
Calção-de-velho, barbasco, tingui-da-praia, cezarina, verbasco-do-brasil, calça-
-de-velha

ORIGEM
Espécie originária da América do Sul, ocorre das Guianas até a Argentina.

P
lanta subarbustiva, bienal ou perene, zoocórica. Sistema radi-
cular constituído de uma raiz pivotante vigorosa e profunda e
de várias raízes secundárias superficiais, bem desenvolvidas
e longas. Caule alado, aparentemente quadrangular, verde-claro e
tomentoso-aveludado. Na parte mais velha, torna-se lenhoso, sube-
rificado, marron-acastanhado, ramificado principalmente do meio
para cima, atinge 2-3 m de altura e 3 cm de diâmetro na base. Folhas
opostas de disposição cruzada, sésseis, com limbo estreitado na parte
inferior, alargando-se novamente em estípulas que formam um anel
amplexicaule. Limbo ovalado a lanceolado, ápice agudo ou acumina-
do, margens irregularmente serreadas a crenadas, mais de duas vezes
mais longo do que largo, membranáceo, flácido, nervuras proeminen-
tes na face dorsal; superfície coberta de pêlos densos e longos, com
aspecto aveludado. Inflorescência em forma de glomérulos sésseis
nas axilas foliares, nos ramos superiores. Flores sésseis ou com um
pequeno pedicelo, actinomorfas, tetrâmeras, hermafroditas; guar-
necidas por uma bráctea lanceolada e veludosa. Cálice tubular com
lobos lanceolados, verdes e com o lado externo veludoso, 7 mm de
comprimento; corola bem maior, tubulosa, amarela, com lobos subor-
biculares e pilosidade acinzentada. Fruto cápsula ovoide, septifraga,

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 408 27/06/2022 09:37:31


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
409

4-7 mm de comprimento, pilosa e deiscência por 4 valvas, multisse-


minado. Sementes diminutas, cilíndricas ou fusiformes, cerca de 0,5 A
mm de comprimento.
Planta encontradiça, dispersa em todas as regiões do estado, com B
menor frequência no Arenito. Sua presença independe da espécie de
forrageira cultivada, do manejo das pastagens, da intensidade de lo- C
tação, da fertilidade do solo e das práticas de manejo das invasoras.
Apesar de ser observada com alta frequência, seu potencial de com- D
petição é baixo, pois apresenta crescimento ereto e ramifica somente
na parte superior da planta, raramente formando populações homo-
gêneas. Sua interferência na redução da produtividade das forragei-
E
ras é de pequena importância no estado, mas notada principalmente
na região dos planaltos, em pastagens formadas por braquiárias, es-
F
trela-africana, grama-mato-grosso e grama-sempre-verde superpas-
tejadas, em solos de baixa fertilidade e não submetidas ao manejo
L
com herbicidas.
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
410

S mil acaceae
Smilax campestris Griseb.

SINÔNIMOS
Smilax montana Griseb., Smilax scalaris Griseb., Smilax rubiginosa Griseb., Smilax
marginulata Mart. ex Griseb

NOMES COMUNS
Japecanga, salsaparrilha-do-campo, japicanga, japucanga

ORIGEM
Espécie originária da América do Sul, ocorre ao Leste da Cordilheira dos Andes e do Sul
da Amazônia até o Norte da Patagônia.

P
lanta escandente, remanescente, perenifólia, dioica, zoocórica.
Sistema subterrâneo formado por raízes longas e grossas, uma
base semelhante a um xilopódio e curtos rizomas. A base loca-
liza-se a cerca de 30 cm de profundidade, de onde partem os brotos
que de tempo em tempo renovam ou aumentam a parte aérea. Cau-
le longo, cilíndrico ou angulado, sublenhoso, ramificado na parte su-
perior, 0,5-2,0 cm de diâmetro, cerca de 5 m de altura na presença
de suporte para se apoiar, aculeado ou não; acúleos irregularmente
dispostos, 2-20 mm de comprimento, extremidade aguda e colora-
ção escura. Ramos secundários curtos, apoiados sobre outras plantas.
Folhas alternas, pecioladas, lisas, glabras, com 2 gavinhas na base do
pecíolo; pecíolo de 2-8 mm de comprimento, canaliculado; limbo co-
riáceo, 2,5-10,0 cm de comprimento, 0,6-5,0 cm de largura, formato
variável, normalmente oblongo ou ovalado-oblongo, base arredonda-
da ou cordada, ápice arredondado, agudo ou apiculado, três nervuras
longitudinais principais, às vezes ocorrem acúleos nas margens e na
nervura principal na face dorsal. Inflorescência axilar em cimeira um-
beliforme, até 2 cm de diâmetro. Flores suportadas por um pedúnculo
curto, de onde partem 18-30 pedicelos também curtos. Flores mascu-
linas com 6 tépalas lanceoladas, agudas, 1,5-3,0 mm de comprimento,

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 410 27/06/2022 09:37:31


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
411

branco-esverdeadas; 6 estames; filetes livres; anteras lineares. Flores


femininas com 6 tépalas branco-esverdeadas, lanceoladas ou agudas, A
1,5 mm de comprimento; ovário séssil, súpero, globoso, 1,8 mm de
diâmetro, trilocular, com 3 estigmas com estilete carnoso; estaminó- B
dios rudimentares em volta do ovário. Fruto baga globosa, 4-8 mm de
diâmetro, preta quando madura, pedicelos 1-2 mm de comprimento; C
1-2 sementes por fruto.
Nas pastagens, a japecanga forma moitas impenetráveis de ramos
espinhentos ou os caules e ramos longos se desenvolvem sobre as
D
forrageiras. Nesse caso, os acúleos podem causar ferimentos. Ocor-
rem também outras espécies do gênero, todas com morfologia e há-
E
bito semelhantes.
Espécie encontradiça em todas as regiões do estado, dispersa em
F
pastagens formadas por qualquer forrageira, em qualquer altura de
pastejo, lotação de animais, fertilidade do solo e sistema de manejo L
das plantas daninhas. Por ser espécie remanescente, não se multiplica
por sementes nas pastagens, as plantas ocorrerem de forma isolada, M
com baixo potencial de competição. Causa danos de pequena impor-
tância nas regiões do Arenito e dos três Planaltos, em pastagens for- N
madas por braquiárias, panicuns, estrela-africana e grama-mato-gros-
so, pastejadas à altura média e baixa, com superlotação de animais, P
cultivadas em solos com qualquer fertilidade.
R
S
T
U
V
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
412

S ol anaceae
Cestrum laevigatum Schlecht.

SINÔNIMOS
Cestrum axillare Vell., Cestrum foetidissimum Dunal, Cestrum multiflorum Schott

NOMES COMUNS
Coerana-branca, coerana, coerana-café-bravo, dama-da-noita, dominguinha, erva-
-de-gado, esperto, pimenteira

ORIGEM
Espécie nativa do Brasil, ocorre do Nordeste até o estado do Paraná.

P
lanta arbustiva, perenifólia, zoocórica, cultivada como orna-
mental, atinge 4 m de altura. Sistema radicular pivotante, ra-
mificado. Caule ramificado, ramos quebradiços, longos, glabros
ou esparsamente pubescentes. Folhas alternas, eventualmente opos-
tas ou quase verticiladas; pecíolo angulado, 1-2 cm de comprimento;
limbo membranáceo, oblongo-lanceolado, base e ápice agudos, 6-15
cm de comprimento, 2,5-5,0 cm de largura, margem inteira, colora-
ção verde pálida. Ramos pilosos quando novos; glabros e lustrosos,
quando maduros; quando novas, as folhas podem apresentar colora-
ção arroxeada. Inflorescência axilar e pseudoterminal, brácteas pe-
quenas, pedúnculo curto, 3-14 flores aglomeradas na extremidade do
racemo. Flores sésseis ou curto-pediceladas, amarelo-esbranquiçadas
ou esverdeadas; cálice tubuloso, piloso internamente, com 5 dentes
truncados; corola tubulosa, 1,5-2,5 cm de comprimento, com 5 lobos
oblongos ou lanceolados, pilosa internamente; 5 estames desiguais e
inseridos no tubo da corola; ovário bilocular, glabro; estigma capitado.
As flores exalam intenso perfume à noite. Fruto solanídio ovoide, 1,0-
1,2 cm de diâmetro, bilocular, multisseminado, glabro, liso, brilhante,
de coloração escura, quase preta quando maduro.
A coerana-branca é uma das principais plantas tóxicas para o

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 412 27/06/2022 09:37:32


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
413

gado no Brasil. Suas folhas e ramos contêm várias substâncias hepato-


tóxicas para bovinos. Espécie encontradiça na Região do Arenito, dis- A
persa nas pastagens cultivadas com qualquer forrageira e em todas as
condições de ocorrência. mais competitiva nas pastagens formadas B
por estrela-africana. Causa danos de média importância no desenvol-
vimento e na produtividade das forrageiras, na região do Arenito, em C
pastagens de estrela-africana, pastejadas intensamente e cultivadas
em solos de fertilidade média e sem manejo das plantas daninhas. D
E
Cestrum corymbosum Schlecht.
F
SINÔNIMOS
Cestrum euanthes Schlecht., Cestrum sellowianum Sendtn.
L
NOME COMUM
Coerana-amarela
M
ORIGEM
Espécie originária do Brasil, ocorre desde Minas Gerais até o Rio Grande do Sul.
N

P
lanta arbustiva, perenifólia, zoocórica, atinge 1-2 m de altura. P
Sistema radicular pivotante, bem desenvolvido; raízes secundá-
rias poucas e amarelas. Na superfície do solo forma um engros- R
samento semelhante a um xilopódio. Caule pouco ramificado na parte
inferior; ramos novos pubescentes. Folhas simples, alternas, curto-
-pecioladas; limbo oblongo-lanceolado a elíptico-lanceolado, ápice
S
agudo ou curto acuminado, 3-10 cm de comprimento, glabro, margem
inteira. Estípulas estreitas, 3-9 mm de comprimento. Inflorescência
T
em corimbo terminal, multiflora, vistosa; brácteas lanceoladas, 3-7
mm de comprimento. Flores sésseis ou curto-pediceladas; cálice sub-
U
campanulado, 2-3 mm de comprimento, lobos subiguais e triangula-
res, 1 mm de comprimento; corola laranja a verde-amarelada, tubo
V
obc nico, 18-22 mm de comprimento; lobos triangulares acuminados,
2-5 mm de comprimento; estames desiguais. Fruto solanídio elipsoi-
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 413 27/06/2022 09:37:32


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
414

de, 5-8 mm de diâmetro, bilocular, multisseminado. Semente oblonga,


com hilo centralizado no lado ventral.
Espécie importante, porque seus ramos e folhas contêm substância
hepatotóxica para o gado bovino. Rara no estado do Paraná, observa-
da na região do Primeiro Planalto.

Cestrum intermedium Sendtn.

SINÔNIMOS
Cestrum intermedium Sendtn. var. virgatum Witasek, Cestrum megalophyllum Witasek

NOMES COMUNS
Coerana, mata-boi, peloteira-preta

ORIGEM
Espécie nativa do Paraguai, Nordeste da Argentina e Brasil, onde ocorre de Minas Ge-
rais até Santa Catarina.

P
lanta arbustiva ou arbórea, perenifólia, remanescente, zoocóri-
ca, atinge até 7 m de altura. Sistema radicular pivotante com 2-3
raízes laterais bem desenvolvidas; casca amarelada ou bran-
cacenta. Caule reto, com poucas ramificações; ramos longos, retos,
glabros; entrenós curtos. Folhas alternas, simples, curto-pecioladas,
glabras; pecíolo de 1 cm de comprimento; limbo estreito-lanceolado,
atenuado na base, ápice acuminado, lustroso no lado superior, colo-
ração verde-intensa, 7-15 cm de comprimento, 1-2 cm de largura. Es-
típulas estreitas, falciformes, variáveis no tamanho, de 2-10 mm de
comprimento. Inflorescência terminal ou axilar, corimbo multifloro,
eixo delgado. Brácteas linear-lanceoladas, 10-15 mm de comprimen-
to. Flores sésseis ou curto-pediceladas; cálice cilíndrico-ovoide, pilo-
so, 3-5 mm de comprimento, com lobos desiguais, triangulares; corola
tubulosa, delgada, até 2 cm de comprimento, amarelo-esverdeada, gla-
bra no lado externo, com lobos ovalados; estames iguais, filamentos
pilosos. Fruto solanídio elipsoide, bilocular, multisseminado, 10-12

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 414 27/06/2022 09:37:32


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
415

mm de comprimento, coloração preta na maturação. Semente amare-


lada, glabra, levemente brilhante. A
Nas pastagens, a coerana ocorre como brotação dos tocos. Plantas
originadas de sementes são observadas distantes da planta mãe, sob a B
copa de árvores, nas quais pousam pássaros e morcegos que consumi-
ram os frutos da coerana. Planta de grande importância nas pastagens, C
por ser tóxica para o gado. Folhas e ramos novos contêm substâncias
hepatotóxicas e substâncias redutoras dos movimentos peristálticos D
dos intestinos. Esta espécie é apontada como responsável por grandes
perdas no rebanho bovino nacional. E
Espécie encontradiça nas regiões do Arenito e dos Planaltos, dis-
persa nas pastagens formadas por braquiárias, hemártrias, estrela- F
-africana, panicuns, capim-jaraguá, grama-mato-grosso e grama-mis-
sioneira, em qualquer altura de pastejo, lotação de animais, fertilidade L
do solo e sistema de manejo das plantas daninhas. Apresenta baixo
potencial de competição, porque as plantas da coerana ocorrem de M
forma isolada e as moitas são de crescimento vertical. Causa prejuízos
de média importância na região do Terceiro Planalto, em pastagens de N
estrela-africana, cultivadas em solos de fertilidade média, submetidas
à superlotação de animais e sem manejo das plantas daninhas. P
R
S
T
U
V
Z

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Cestrum strigilatum Ruiz et Pav.

SINÔNIMOS
Cestrum unibracteatum Dunal, Cestrum longiflorum Ruiz et Pav., Cestrum lundianum
Dunal, Sessea rugosa Rusby

NOMES COMUNS
Coerana-da-flor-verde, coerana, coerana-branca, dama-da-noite, jasmim-da-mata,
maria-branca, sempre-cheirosa

ORIGEM
Espécie nativa da América do Sul, no Brasil ocorre nas Regiões Sul e Sudeste.

E
spécie arbustiva, perenifólia, zoocórica, atinge 2-3 m de altura.
Sistema radicular pivotante, com várias raízes secundárias bem
desenvolvidas. Caule muito ramificado; ramos eretos, cilíndri-
cos ou achatados, estrelado-tomentosos. Ramos arroxeados. Folhas
simples, curto-pecioladas, alternas, margens arroxeadas; limbo ova-
lado ou ovalado-lanceolado, ápice agudo ou acuminado, base arre-
dondada ou cordada, submembranáceo, cedo glabro no lado superior,
estrelado-tomentoso no lado inferior, 7-14 cm de comprimento, 3-7
cm de largura. Estípulas ausentes. Inflorescências axilares, simples ou

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 416 27/06/2022 09:37:35


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
417

racemosas, 2-9 cm de comprimento; brácteas lineares, mais curtas do


que o cálice. Flores sésseis; cálice tubuloso-cupuliforme, 1,0-1,5 cm A
de comprimento, com lobos ovalado-triangulares de 1-2 mm de com-
primento; corola verde-amarelada ou branco-esverdeada, 2,5-3,5 cm B
de comprimento, tubo cilíndrico, delgado, piloso; lobos da corola laci-
niados, agudos, 9-12 mm de comprimento; estames desiguais. Fruto C
solanídio elipsoide ou oblongo, 1 cm de comprimento, bilocular, mul-
tisseminado, glabro, brilhante, liso, negro. D
Planta ornamental e tóxica para o gado, pois suas folhas e ramos
novos contêm substâncias hepatotóxicas.
Espécie rara no Paraná, presente no Primeiro e Segundo Planal-
E
tos, possui alto potencial de competição com as forrageiras, em todos
locais e condições de ocorrência. Causa prejuízos de média importân-
F
cia nas regiões e condições de ocorrência, especialmente nas áreas
onde as plantas daninhas não são manejadas constantemente.
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 417 27/06/2022 09:37:35


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418

Cestrum strigilatum var. calycinum (Kunth) Kuntze.

SINÔNIMOS
Cestrum viridiflorum Hook., Cestrum calycinum Willd., Cestrum impressum Rusby

NOME COMUM
Coerana-pilosa

ORIGEM
Espécie nativa do continente americano, ocorre desde a Costa Rica até a Argentina.

E
spécie arbustiva, perenifólia, zoocórica. Sistema radicular pi-
votante; poucas raízes secundárias. Caule ereto, 2-3 cm de di-
âmetro, cilíndrico, liso, 3-4 m de altura; ramos laterais desen-
volvem-se horizontalmente ou pendentes, estrelado-pubescentes.
Folhas simples, curto-pecioladas, alternas; limbo ovalado-elíptico ou
oblongo-elíptico, base arredondada a aguda, ápice agudo ou acumina-
do, 5-15 cm de comprimento, 2-7 cm de largura, cedo glabro no lado
superior, intensamente estrelado-pubescente no lado inferior; estípu-
las ausentes. Inflorescências axilares, racemos simples, menos de 4 cm
de comprimento, 4-7 flores agrupadas no ápice; bractéolas estreitas, 3
mm de comprimento, podem faltar. Flores sésseis; cálice campanula-
do ou tubuloso, com 5 ângulos, 8-10 mm de comprimento, tomentoso,
lobos iguais, de 2 mm de comprimento; corola verde-amarelada, tubo
cilíndrico de 12-18 mm de comprimento, com 5 lobos lanceolados de
5 mm de comprimento; estames iguais. Fruto solanídio, elipsoide, 12
mm de comprimento, quase preto na maturação.
Brota intensamente do toco, quando cortada. tóxica para o gado,
por conter substâncias hepatotóxicas nas folhas.
Espécie encontradiça nos Planaltos, dispersa em pastagens for-
madas por braquiárias, capim-jaraguá, estrela-africana, panicuns,
grama-mato-grosso, grama-missioneira e grama-sempre-verde, sob
qualquer altura de pastejo e lotação de animais, cultivadas em solos de
fertilidade média e alta, em áreas onde não são utilizados herbicidas
no manejo. Apresenta baixo potencial de competição, pois as plantas

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 418 27/06/2022 09:37:35


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
419

possuem baixo índice de área foliar, possuem crescimento ereto e são


pouco ramificadas. Causa danos de pequena importância na região A
dos três Planaltos, em pastagens de braquiárias, panicuns, estrela-
-africana e grama-mato-grosso, pastejadas à altura média e baixa, cul- B
tivadas em solos de fertilidade média e alta, superlotadas de animais e
sem manejo das plantas daninhas. C
D
E
F
L
M
N
P
R
Solanum asperolanatum Ruiz et Pav. S
SINÔNIMOS T
Solanum asperum Pers., Solanum lanatum Dunal

NOMES COMUNS
Jurubeba-grande, jurubeba, jupeba
U
ORIGEM
Espécie originária da América tropical, dispersa por várias regiões do Brasil em função
V
do uso medicinal de seus frutos.
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
420

P
lanta anual ou bienal, arbustiva, zoocórica. Sistema radicular
pivotante, com raízes laterais superficiais bem desenvolvidas.
Eventualmente, essas raízes, estimuladas por algum agente,
emitem brotações. Caules eretos, muito ramificados, 1 m de altura,
lenhosos nas partes velhas e herbáceos nas novas. Ramos de desen-
volvimento horizontal, curvados ou flexionados para baixo. Ramo
coberto de pubescência curta e ferrugínea, com espinhos esparsos,
semelhantes a acúleos. Folhas alternas com longo pecíolo carnoso.
que se prolonga ao longo do limbo na nervura principal. Limbo ova-
lado, com cerca de 25 cm de comprimento por 20 cm de largura;
margem muito variável, inteira ou com pequenos lobos a intensa-
mente e irregularmente lobadas; superfície coberta por pilosida-
de marrom, áspera em ambas as faces; verde mais intenso no lado
superior. Inflorescências axilares em cimos corimbiformes, densos,
multifloros; as flores se abrem sequencialmente. Cálice persistente,
com 5 lobos pontiagudos; corola com 5 lobos acuminados, branca,
2,5-3,0 cm de diâmetro; anteras amarelas, eretas. Fruto solanídio
típico, globoso, cerca de 1,5 cm de diâmetro, verde passando a ama-
relo-cinza na maturação, liso e brilhante. Pedúnculo de 1,5-2,0 cm
de comprimento.
A dispersão das sementes ocorre pela ação do homem, que cul-
tiva a jurubeba-grande pelos frutos medicinais, pelos morcegos,
pássaros e o gado, que se alimentam dos frutos.
Encontradiça na região do Terceiro Planalto, dispersa em pas-
tagens formadas por panicuns, estrela-africana e capim-jaraguá, em
solos com fertilidade alta e em áreas com baixos níveis de lotação.
Espécie de baixo potencial de competição, pois encontra-se em fase
inicial de expansão nas pastagens e porque as plantas raramente
formam populações densas. Causa danos de pequena importância
na região dos três Planaltos e do Arenito, em pastagens de braquiá-
rias, grama-mato-grosso e estrela-africana, indiferentemente à fer-
tilidade do solo e intensidade de lotação de animais. Está mais pre-
sente em locais onde o manejo das plantas invasoras não é rotineiro.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 420 27/06/2022 09:37:36


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
421

A
B
C
D
E
F
L
M
N
P
R
S
Solanum atropurpureum Schrank
T
NOME COMUM
U
Joá-de-espinho-preto

ORIGEM
V
Espécie nativa do Norte da Argentina, Paraguai, Uruguai e Sul do Brasil

.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 421 27/06/2022 09:37:38


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
422

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Raiz principal pivotante,
bem desenvolvida, profunda, com raízes laterais, algumas
mais grossas que as demais. Caule ereto, cilíndrico, ramifi-
cado na parte superior, púrpuro escuro, quase preto, com muitos
espinhos longos e pontiagudos, também púrpuro escuros. Folhas
alternas, pecioladas, mais largas do que longas, margens profunda-
mente lobadas, com longos espinhos ao longo das principais nervu-
ras; coloração verde a atropurpúrea; folhas jovens com pêlos glan-
dulares; folhas velhas glabras. Inflorescências extra-axilares, em
cimos racemiformes, com no máximo 8 flores. Cálice campanulado,
com 5 lobos curtos, às vezes com espinhos. Corola de cerca de 3 cm
de diâmetro com 5 lobos lanceolados, amarelados, esverdeados ou
brancos, glabros ou com poucos pêlos. Fruto solanídio globoso, de
menos de 2 cm de diâmetro, bilocular, multisseminado, liso, glabro,
amarelo acastanhado ou avermelhado na maturação. Semente dis-
coide, alada, cerca de 3 mm de diâmetro.
As sementes germinam em qualquer época do ano, mas predo-
minantemente na primavera. De crescimento vigoroso, atinge mais
de 2 m de altura. Raramente forma populações densas. Ocorre com
maior frequência em áreas novas ou após qualquer revolvimento
do solo. Tolera certo grau de sombreamento.
Planta encontradiça, dispersa na região dos Planaltos, em pas-
tagens formadas por braquiárias, estrela-africana, hemártrias, pa-
nicuns, capim-jaraguá, grama-mato-grosso, grama-sempre-verde e
grama-missioneira, indiferente à altura de pastejo, à intensidade
de lotação de animais e ao sistema de manejo das plantas invaso-
ras; prefere solos com fertilidade média a alta. Causa prejuízos de
pequena importância no desenvolvimento das pastagens, mais no-
tados no Terceiro Planalto, em pastagens formadas por braquiárias
e estrela-africana, pastejadas com média e alta intensidade, em so-
los com fertilidade média e em locais não submetidos ao manejo
das plantas invasoras com herbicidas.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 422 27/06/2022 09:37:38


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
423

A
B
C
D
E
Solanum guaraniticum Saint-Hil. F
SINÔNIMO L
Solanum fastigiatum Willd.

NOMES COMUNS M
Jurubeba-do-sul, jurubeba, jurubeba-velame, velame

ORIGEM
Espécie nativa no Sul do Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina.
N
P

P R
lanta perene, semi-arbustiva, zoocórica. Sistema radicular pi-
votante e profundo; raízes laterais bem desenvolvidas e de de-
senvolvimento superficial emitem brotações semelhantemente
aos rizomas. Forma grandes reboleiras, uma das características da es- S
pécie. Caules eretos, ramificam somente na parte superior, raramente
ultrapassam 1 cm de diâmetro, verdes quando novos, acinzentados ou T
amarronzados quando velhos; raramente atingem mais de 1 m de al-
tura; coberto de pêlos estrelados, ferrugíneos, variam de inermes a in- U
tensamente cobertos de espinhosos, conforme a procedência. Folhas
simples, alternas, pecioladas, forma do limbo e revestimento variáveis. V
Limbo com até 20 cm de comprimento e 10 cm de largura, lobado ou
inteiro, elíptico, ovalado e até lanceolado. Revestimento áspero, com
escamas ou diferentes tipos de pêlos em ambas as faces, ou glabro.
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 423 27/06/2022 09:37:39


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
424

Inflorescências em cimas ou corimbos, com pedúnculos de 2-5 cm de


comprimento, terminais ou extra-axilares na parte superior das plan-
tas, normalmente bem expostas. Cálice persistente, de até 1 cm de di-
âmetro, com 5 lobos lanceolados, acuminados; corola membranácea,
branca ou azulada, com 5 lobos ovalados, de até 3 cm de diâmetro. Fru-
to solanídio globoso, 1 cm de diâmetro, bilocular, multisseminado, verde
quando imaturo e alaranjado na maturação, glabro, liso, pouco brilhante.
Sementes comprimidas lateralmente, ovaladas, elípticas ou deltoides.
A espécie ocorre na forma de planta remanescente ou como inva-
sora, dispersa na região dos três Planaltos. Infesta pastagens cultiva-
das de azevém, braquiárias, hemártrias, estrela-africana, grama-mis-
sioneira e grama-sempre-verde. Sua presença independe do sistema
de manejo das pastagens e das plantas invasoras, e da intensidade de
lotação. Prefere solos com fertilidade natural média e alta. Altamente
competitiva nas pastagens formadas por grama-mato-grosso, em so-
los férteis. Causa prejuízos de média importância no Terceiro Planalto,
em pastagens formadas por grama-mato-grosso e grama-sempre-ver-
de, superlotadas de animais e em solos com fertilidade média a alta,
sem programas de manejo das invasoras.
As plantas, além de prejudicarem o crescimento e produção das
pastagens, possuem princípios tóxicos que causam perturbações neu-
rológicas nos bovinos, causando a morte destes. Entretanto, seus prin-
cípios tóxicos ainda não foram isolados.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
425

Solanum palinacanthum Dunal


A
SINÔNIMO
Solanum platanifolium sensu Sendtn. B
C
NOMES COMUNS
Joá-bagudo, joá-arrebenta-cavalo, arrebenta-boi, joá, juá

ORIGEM
Espécie originária dos Campos Nativos e cerrados do Brasil. D
E
P
lanta perene, herbácea, zoocórica. Sistema subterrâneo com-
posto por raiz principal pivotante nas plantas originadas de
semente, raízes secundárias e adventícias, e rizomas. As plan-
F
tas originadas de rizoma não possuem raiz pivotante, apresentam
raízes secundárias bem desenvolvidas. Os rizomas são bem finos e
L
longos, semelhantes às raízes, dos quais brotam novas plantas a in-
tervalos de 30-100 cm. Algumas raízes superficiais eventualmente
M
dão origem a brotações. Toda a planta, com exceção das pétalas e
frutos, possui espinhos de tamanho variável. O caule aéreo se reno- N
va anualmente a partir dos rizomas ou da base do caule do ano an-
terior, que permanece vivo de um ano para outro. Raramente atinge P
1 m de altura, a espessura na base é de 1,0-1,5 cm; pouco ramifi-
cado, cresce inclinado para um dos lados, de maneira que as folhas R
fiquem mais expostas ao sol. Folhas pecioladas, com longos espi-
nhos no pecíolo e nervuras; limbo de base cordada, curvado para o S
lado dorsal, margem sinuosa, lobada e ciliada; verde intenso, mais
claro no lado dorsal, com vários tipos de pêlos na superfície. Inflo- T
rescência em racemo escorpioide, com poucas flores férteis. Flores
com longo pedicelo; cálice persistente, com 5 lobos ovalados; co-
rola com 5 pétalas lineares, roxas; anteras retas, quase tão longas
U
quanto as pétalas. Fruto solanídio globoso de até 5 cm de diâmetro,
bilocular, multisseminado, amarelado na maturação e verde com
V
estrias brancacentas quando imaturo, permanece na planta até sua
completa decomposição e liberação das sementes.
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
426

Além de interferir no desenvolvimento e crescimento das forra-


geiras, fere os animais com seus espinhos agudíssimos. Os frutos são
tóxicos para bovinos e equinos.
Espécie encontradiça, dispersa em todas as regiões do estado,
especialmente nas pastagens nativas formadas por braquiárias, es-
trela-africana, capim-jaraguá, panicuns, grama-mato-grosso e grama-
-missioneira, independente dos sistemas de manejo das pastagens e
das invasoras, da fertilidade do solo e da intensidade de lotação. Causa
danos de média intensidade nas pastagens das regiões do Arenito e
do Terceiro Planalto, em pastagens de grama-mato-grosso e estrela-
-africana, superlotadas de animais e sem manejo frequente das plan-
tas invasoras.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 426 27/06/2022 09:37:40


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
427

A
B
C
D
E
Solanum paniculatum L.
F
SINÔNIMOS
Solanum jubeba Vell., Solanum manoelli Moricand
L
NOMES COMUNS
Jurubeba, jurubeba-branca, jurubeba-verdadeira, jurubebinha, jopeba, joá-manso
M
ORIGEM
Espécie nativa do Norte e Nordeste do Brasil. Por ser muito utilizada industrialmente e N
como planta medicinal, encontra-se dispersa por todas as regiões do país.
P

P
lanta subarbustiva, perene, zoocórica. Raiz principal pivotante R
bem desenvolvida, somente nas plantas originadas de semen-
te; muitas raízes secundárias e adventícias surgem nos longos S
rizomas. Caule cilíndrico, muito ramificado na parte superior, ramos
quebradiços; atinge até 2 m de altura, partes jovens com intensa pi- T
losidade. Folhas simples, alternas, pecioladas, limbo muito variável.
Folhas inferiores irregularmente lobadas; lobos largos. As folhas da
copa variam conforme o clone, às vezes são elípticas, com base e ápice
U
agudos e margens inteiras, outras vezes são amplas e bem largas, com
lobos bem desenvolvidos nas margens. O limbo atinge cerca de 20 cm
V
de comprimento por 10 cm de largura; nervuras proeminentes, super-
fície aveludada, verde intenso na parte ventral, acinzentada na dorsal,
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 427 27/06/2022 09:37:42


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
428

onde a pilosidade é mais intensa. Inflorescências em panículas termi-


nais, com pedúnculos longos de até 15 cm; divididas dicotomicamen-
te até próximo às flores curto-pediceladas. O florescimento ocorre de
forma contínua. Flores com cálice em forma de taça, 5-6 mm de altura,
5 lobos triangulares; corola com até 3 cm de diâmetro, 5 lobos de base
larga, ápice agudo, violácea, com pequeno triângulo esbranquiçado na
parte mediana de cada lobo; antera amarela intensa, 4 mm de compri-
mento. Fruto solanídio globoso com pouco mais de 1 cm de diâmetro,
bilocular, multisseminado, glabro, amarelo, cálice persistente. Semen-
tes comprimidas lateralmente, de formatos irregulares, elípticas, ova-
ladas até deltoides, com menos de 4 mm de comprimento.
Cultivada pelos seus frutos comestíveis e medicinais, saiu de con-
trole e infesta áreas de pastagens, formadas por braquiárias e capim-
-jaraguá, nas regiões do Arenito e no Norte Pioneiro, onde se mostra
altamente competitiva, causando prejuízos de pequena importância.
Caso as populações não sejam erradicadas, a tendência é promover
grandes problemas futuramente. Causa maiores danos em áreas su-
perlotadas de animais e com fertilidade natural do solo baixa a média.

Solanum ramulosum Sendtn.

NOME COMUM
Rapa-guela

ORIGEM
Espécie nativa do Norte e Nordeste do Brasil. Por ser muito utilizada industrialmente e
como planta medicinal, encontra-se dispersa por todas as regiões do país.

P
lanta perene, subarbustiva, zoocórica. Sistema radicular pivo-
tante pouco desenvolvido, algumas raízes laterais mais desen-
volvidas e superficiais. Caule coberto de pêlos estrelados, sés-
seis e estipitados, ramificações somente na parte superior da planta,
inclinadas e muito flexuosas, raramente atingem mais de 2 m de altura.
Folhas opostas, curto-pecioladas, verde-escuras, ovado-lanceoladas a

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
429

elíptico-lanceoladas, atenuadas na base e no ápice, 3-9 cm de compri-


mento, quase glabras no lado superior e pálidas no inferior; muitos pê- A
los estrelados sésseis; nervuras principais depressas no lado superior
e salientes no inferior. Inflorescências laxas, terminais ou parecendo B
laterais, pelo desenvolvimento de um ramo lateral. Flores com pedún-
culo curto e fino, pedicelos finos, 8-10 mm de comprimento, pouco es-
pessados no ápice. Cálice quase c nico, 2-4 mm de altura, fendido pela
C
metade, lobos ovalados a obtusos. Corola menos de 2 cm de diâmetro,
branca, lobos grandes, elípticos, ápice agudo. Fruto solanídio globoso,
D
7 mm de diâmetro, piloso, verde e roxo-escuro na maturação.
Encontradiça em pastagens de grama-missioneira, grama-sem- E
pre-verde e azevém. Raramente forma grandes populações homogêne-
as; ocorre preferencialmente em locais levemente sombreados e com F
altos teores de matéria orgânica no solo. O potencial de competição é
baixo e os danos causados no desenvolvimento das pastagens são de L
pequena importância, concentrados nas regiões do Terceiro Planalto
e dos Campos Nativos, em pastagens de grama-missioneira e estrela- M
-africana, em áreas superlotadas de animais e sem práticas rotineiras
de manejo das plantas invasoras. N
Solanum robustum Wendl.
P
SINÔNIMO
R
S
Solanum alatum (Seem) Schmidt.

NOME COMUM
Falsa-jurubeba

ORIGEM
T
Espécie nativa do Sul do Brasil.
U

P V
lanta perene, subarbustiva, zoocórica. Sistema radicular vigo-
roso, com raízes laterais bem desenvolvidas, dando grande re-
sistência e estabilidade à planta. Caule muito ramificado, piloso
e com espinhos aculeiformes. Folhas com pecíolo alado, tomentoso e
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 429 27/06/2022 09:37:42


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
430

com espinhos; as alas do pecíolo se prolongam pelo caule; limbo de até


30 cm de comprimento, ovalado a ovalado-elíptico; margem sinuoso-
-lobada; superfície verde, tomentosa-aveludada. Intensa pilosidade
marrom nos ramos, folhas jovens e inflorescências. Apresenta alguns
espinhos ao longo das nervuras. Inflorescência racemiforme axilar,
cálice pentalobado, piloso. Corola branca pentalobada, lobos agudos
a lanceolados, de 2,5 cm de diâmetro. Fruto solanídio globoso, pilo-
so, pequeno e alaranjado. As sementes germinam na primavera e as
plantas, com aspecto arredondado, iniciam o florescimento no verão,
permanecendo em estádio reprodutivo por mais de um ano.
rara no estado, mas encontradiça nas regiões onde predominam
as pastagens formadas com capim-jaraguá. Planta altamente compe-
titiva em pastagens formadas com panicuns e em qualquer fertilidade
do solo. Por ser de distribuição muito localizada e não formar gran-
des aglomerados de plantas, causa danos de pequena importância no
estado todo, mais pronunciados no Norte Pioneiro, em pastagens de
panicuns, formadas em solos com fertilidade média, em pastagens su-
perlotadas de animais e onde as plantas invasoras não são manejadas
com herbicidas.

Solanum sisymbriifolium Lam.

SINÔNIMOS
Solanum balbisii Dunal, Solanum consisum Dunal

NOMES COMUNS
Joá-vermelho, joá, joá-bravo, joá-das-queimadas, arrebenta-cavalo, mata-cavalo, juá

ORIGEM
Espécie originária da América Tropical e América do Sul, é muito comum na região
subtropical do Brasil.

P
lanta subarbustiva, perene, zoocórica. Raiz principal pivotante
bem desenvolvida e poucas raízes laterais, mas bem desenvolvi-
das, compridas, superficiais. Eventualmente, as laterais podem

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
431

emitir brotações. Planta totalmente espinescente, só não ocorrem es-


pinhos nas pétalas e frutos. Caule sublenhoso, atinge até 2 m de altu- A
ra, cilíndrico, com estrias que se iniciam na base do pecíolo. Espinhos
rígidos e pontiagudos ao longo do caule e ramos, de superfície cober- B
ta com pêlos até quase glabros. Folhas irregularmente alternas, longo
pecioladas; limbo membranáceo, profundamente bipinatissecto, lobos C
irregulares, margem denteada. A forma dos recortes é muito variável.
Ambas as faces apresentam espinhos pontiagudos, rijos, amarelos, ao D
longo das nervuras, tanto maiores quanto maior for a nervura. Inflo-
rescência racemiforme, extra-axilar; pedúnculos carnosos de até 12
cm de comprimento; flores com pedicelo com cerca de 1 cm de com-
E
primento e de abertura escalonada. Flores com cálice membranáceo,
com 5 sépalas unidas na parte inferior, com espinhos no lado externo,
F
permanecendo sobre o fruto durante o crescimento, tornando-se re-
flexos na maturação. Corola membranácea plissada, com 5 lobos trian-
L
gulares, de 2-4 cm de diâmetro, brancas ou azuladas. Fruto solanídio
globoso, de 10-12 mm de diâmetro, vermelho, alaranjado a amarelo,
M
glabro, liso, brilhante, com 20-30 sementes.
As sementes germinam na primavera, ou sempre que o solo é re- N
volvido ou a pastagem queimada. Após a roçada, alguns tocos rebro-
tam. As raízes superficiais feridas pelo pisoteio do gado ou sob a ação P
de outros fatores podem emitir brotações.
Encontradiça, dispersa na região do Terceiro Planalto, em pasta- R
gens formadas por grama-mato-grosso, estrela-africana, hemártrias,
braquiárias e azevém, submetidas à pastejo de média e baixa intensi- S
dade, em solos com fertilidade média a alta e em áreas onde as plantas
invasoras não são manejadas com herbicidas. O joá-bravo é altamente T
competitivo em áreas com baixa intensidade de pastejo, em solos com
fertilidade alta e lotação de animais baixa. Causa prejuízos de média U
importância para o estado, notadamente no Terceiro Planalto, em pas-
tagens de panicuns e estrela-africana e em locais não submetidos ao V
manejo das plantas invasoras nos dois últimos anos.
Além dos ferimentos causados pelos espinhos dispersos por toda
a planta, ocorrem muitos casos de intoxicação de animais, pelo consu-
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 431 27/06/2022 09:37:42


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432

mo de seus frutos que, assim como as sementes, contêm um glucosídio


tóxico, cuja ação provoca hemólise dos glóbulos vermelhos do sangue.

Solanum viarum Dunal

NOMES COMUNS
Joá, joá-bravo, arrebenta-cavalo, mata-cavalo, juá, juá-bravo

ORIGEM
Espécie nativa do Sul do Brasil.

P
lanta anual, herbácea, zoocórica. Sistema radicular com raiz
principal pivotante bem desenvolvida e algumas raízes late-
rais mais grossas, longas e superficiais. Caule muito ramificado
e ramos com desenvolvimento quase horizontal, dando um aspecto
globoso-achatado à planta. Atinge no máximo 80 cm de altura e de
diâmetro da copa. Caules, ramos, folhas, pedúnculos e sépalas apre-
sentam espinhos pontiagudos, longos e rígidos, e intensa pilosidade.
Folhas simples, alternas, pecioladas; limbo lobado, com base semicor-
dada e ápice agudo ou acuminado, levemente mais longo do que largo.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 432 27/06/2022 09:37:42


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
433

Inflorescência caulinar em cimeiras, com até três flores pediceladas.


Flores com cálice verde, pentalobado, piloso e persistente; corola com A
5 lobos estreitos, brancos esverdeados. Fruto solanídio globoso ou
subgloboso, de até 2 cm de diâmetro, variegado antes da maturação, B
passa de amarelo a alaranjado intenso quando maduro, liso, brilhan-
te, com até 200 sementes. Semente discoide, comprimida, menos de 3
mm de diâmetro.
C
As sementes germinam em todos os meses mais quentes do ano,
em 30-50 dias após a emergência inicia o ciclo reprodutivo, sendo
D
possível encontrar plantas nos diferentes estádios de desenvolvimen-
to em qualquer época do ano. Exigente em fertilidade do solo, princi-
E
palmente em relação à matéria orgânica e à umidade do solo, tolera
certa intensidade de sombra e desenvolve-se muito bem a pleno sol. F
a oitava espécie invasora mais encontradiça como infestante de
pastagens no estado, dispersa por todas as regiões, em pastagens for- L
madas por qualquer espécie forrageira, indiferentemente da intensi-
dade de pastejo, da fertilidade do solo e do manejo das invasoras. de M
média importância para a pecuária paranaense, pois raramente forma
populações densas. Causa danos principalmente no Terceiro Planal- N
to, em pastagens formadas por grama-missioneira, pastejadas inten-
samente e em fertilidade média do solo, principalmente em áreas de
exploração leiteira e não submetidas ao manejo das invasoras com a
P
utilização de herbicidas.
Os espinhos são agudíssimos e causam ferimentos muito inc mo-
R
dos, tanto nos animais quanto no homem, que facilmente infeccionam.
S
T
U
V
Z

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Vassobia breviflora (Sendtn.) Hunz.

SINÔNIMOS
Acnistus breviflorus Sendtn., Acnistus parviflorus Griseb., Acnistus spinescens Dammer,
Dunalia breviflora Sleumer

NOMES COMUNS
Espinho-de-porco, esporão-de-galo, falsa-coerana, baga-de-jacu, fruta-de-sabiá

ORIGEM
Espécie originária do Paraguai, Bolívia, Argentina e Brasil, onde ocorre desde os esta-
dos do Mato Grosso e São Paulo até o Rio Grande do Sul.

E
spécie arbustiva ou arbórea, perenifólia, zoocórica, atinge 6 m
de altura. Sistema radicular pivotante, ramificado, vigoroso.
Caule ereto, ramificado; casca fissurada, levemente corticosa,
cinza-escura. Ramos pendentes, com espinhos retos, de 2-3 cm de
comprimento, cinzentos ou avermelhados. Folhas simples, alternas,
curto-pecioladas; limbo lanceolado, ápice agudo ou obtuso, base ate-
nuada, decorrente pelo pecíolo, 4-12 cm de comprimento, membraná-
ceo, nervuras salientes no lado inferior e apenas visíveis no superior.
Inflorescência axilar; flores fasciculadas, pediceladas, perfumadas; pe-

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
435

dicelo 2-3 cm de comprimento; cálice longo-campanulado, 3 mm de


comprimento, bordo crenado; corola longo-campanulada, 12 mm de A
comprimento, arroxeada, com 5 lobos ovalados e agudos; estames
inclusos. Fruto solanídio globoso, bilocular, multisseminado, apre- B
ciado pelos pássaros.
Nas pastagens, normalmente ocorrem na forma de moitas de ar- C
bustos multicaules, originados da brotação do toco e eventualmente
de sementes. Os longos espinhos caulinares causam ferimentos muito D
doloridos, que infeccionam facilmente.
Espécie encontradiça na região dos três Planaltos, dispersa
nas pastagens formadas por braquiárias, estrela-africana, hemár-
E
trias, grama-mato-grosso, grama-missioneira, grama-sempre-verde
e azevém, cultivadas em solos de fertilidade média, submetidas à
F
lotação média e superlotadas de animais, em qualquer sistema de
manejo das plantas daninhas. Muito agressiva quando os ramos
L
crescem livremente sombreando pastagens com alta lotação. Causa
prejuízos de pequena importância na região dos três Planaltos, em
M
pastagens de braquiárias, estrela-africana, panicuns e grama-mato-
-grosso, pastejadas à altura média e baixa, cultivadas em solos de N
fertilidade média e baixa, submetidas a qualquer lotação de animais
e não manejadas com herbicidas. P
R
S
T
U
V
Z

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T rigoniaceae
Trigonia nivea Camb.

NOMES COMUNS
Cipó-prata, falso-cipó-prata, cipó-de-paina

ORIGEM
Espécie nativa do Sudeste e do Sul do Brasil.

P
lanta trepadoura, perenifólia, remanescente, anemocórica. Siste-
ma radicular pivotante, vigoroso, profundo. No interior da mata, é
planta de caule único. Quando cortado na superfície do solo, para
a formação de pastagem, forma uma estrutura em forma de prato in-
vertido, que funciona como se fosse um xilopódio. Essa estrutura emite
vários brotos, formando uma moita. Caule cilíndrico, subangulado, com-
primido na parte superior dos entrenós, lanuginoso. Folhas simples,
opostas, curto-pecioladas; pecíolo de 5-6 mm de comprimento; limbo
lanceolado ou subelíptico, raramente subovalado, base aguda, ápice
agudo ou apiculado, brancacento e piloso na face interior, floco-lanugi-
noso ou quase glabro na face superior, 5-8 cm de comprimento, 1,5-3,0
cm de largura. Inflorescência em racemos axilares e terminais; brácteas
e cálice tomentosos; brácteas lineares acuminadas; pedúnculo curtíssi-
mo; pedicelo 0,5-1,5 mm de comprimento. Flores com alabastro de 4-5
mm de comprimento; sépalas alongado-ovaladas ou elíptico-oblongas,
agudas, 5 mm de comprimento; pétalas brancas ou verde-amaraladas;
6-8 estames férteis, glabros; ovário ovoide, hirsuto; estigma capitado-
-trígono. Fruto cápsula, 6-7 cm de comprimento, cimbiforme, carenada
no dorso, coberta externamente de pêlos rufos e internamente de pêlos
subseríceos mais compridos, valvas de 1,5 cm de largura. Sementes co-
bertas de pêlos seríceos, rufescentes, compridos.
Nas pastagens, forma moitas de mais de 1 m de diâmetro, arredon-
dadas e densas, impenetráveis à luz e aos animais. Na presença de su-

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
437

portes, desenvolve-se como planta trepadoura. Anualmente emite no-


vos brotos na base. A
Espécie encontradiça, dispersa em pastagens de braquiárias e pa-
nicuns, submetidas a qualquer lotação de animais, na região do Areni- B
to. De difícil controle por métodos mecânicos ou químicos, é altamente
competitiva em áreas intensamente pastejadas. Causa prejuízos de mé- C
dia importância em pastagens formadas por braquiárias, não maneja-
das frequentemente, localizadas na região do Arenito. D
E
F
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

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438

T yphaceae
Typha domingensis Pers.

SINÔNIMOS
Typha angustifolia L., Typha foveolata Pobed., Typha pontica Kolk.F. & A. Krasnova

NOMES COMUNS
Taboa, tabua, partosana, espadana, capim-de-esteira, paina-de-flexa, paineira-do-
-brejo, landim, pau-de-lagoa

ORIGEM
Espécie originária da América do Sul e do Caribe, ocorre em todas as regiões brasileiras.

P
lanta herbácea, perene, anemocórica. A parte subterrânea é
constituída de rizomas muito vigorosos, 2-4 cm de diâmetro,
brancos, esponjosos. A extremidade do rizoma, e não o caule,
emite a haste floral. A haste floral se lignifica na base, junto do rizoma.
Os rizomas são viáveis por dois anos e têm desenvolvimento contínuo.
O ápice do rizoma, após emitir uma haste floral, bifurca e emite mais
duas hastes e assim por diante. Da parte de baixo do rizoma, partem
as longas raízes que penetram no lodo, fixando a planta. Folhas com
bainha invaginante, sem uma separação nítida da lâmina foliar; lâmi-
na foliar linear, espadiforme, 1-2 m de comprimento por 2-3 cm de
largura, acuminada, coriácea, sem nervuras aparentes, eretas, todas
do mesmo comprimento, possuem estrutura interna que as mantêm
sempre eretas, não ocorrendo acamamento. Hastes florais retas, cilín-
dricas, de 2,5 m de altura, 1,0-1,5 cm de diâmetro e textura interna
esponjosa. As inflorescências espiciformes, cilíndricas, compactas,
surgem na extremidade das hastes. As flores femininas são agrupa-
das na parte inferior e as masculinas na superior. Após a liberação do
pólem, as flores masculinas caem, deixando exposto o eixo da haste
floral. O cilindro formado pelas flores femininas desenvolve-se muito
em diâmetro. As flores não possuem cálice nem corola, as masculinas

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 438 27/06/2022 09:37:47


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
439

são formadas por 3 estames sobre uma base comum e as femininas


resumem-se em um ginóforo, tendo na base um curto pedicelo, com A
pêlos, o ovário alongado e o estigma engrossado na parte superior. Na
maturação, o ovário se transforma em um aquênio fusiforme, o qual se B
separa da haste juntamente com a base e os pêlos, favorecendo a sua
dispersão, semelhantemente ao papilho das asteráceas. C
Encontradiça em todas as regiões do estado, está presente em lo-
cais com alta intensidade de umidade e luz, como brejos, banhados, D
pequenos córregos, açudes e aguadas. Como seu desenvolvimento é
muito vigoroso e contínuo, chega a invadir totalmente e inviabilizar
açudes e aguadas, minas d’água e canais de irrigação, necessitando de
E
muito esforço na limpeza.
Toda a parte aérea tem ampla utilização em artesanato popular e
F
os rizomas novos são consumidos pelos peixes vegetarianos.
L
M
N
P
R
S
T
U
V
Z

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 439 27/06/2022 09:37:47


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
440

U rticaceae
Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd.

SINÔNIMOS
Urtica baccifera L., Urtica armigera Presl., Urera armigera Miq., Urera denticulata Miq.

NOMES COMUNS
Urtigão, urtiga-vermelha, urtiga-brava, cansanção, urtiga-fogo, urtiga-grande

ORIGEM
Espécie nativa da América tropical ou subtropical. No Brasil, ocorre da Amazônia até
o Rio Grande do Sul.

P
lanta arbustiva ou arbórea, perenifólia ou caducifólia, rema-
nescente, zoocórica, atinge 3-4 m de altura. Sistema radicular
formado por poucas raízes grossas e superficiais. Caule pouco
ramificado; caules e ramos novos grossos, suculentos, fibrosos, arma-
dos de acúleos c nicos e robustos. Folhas alternas, simples; pecíolo
longo; pecíolo e lado dorsal da folha com limbo e nervuras cobertos
de pêlos urticantes de diferentes tamanhos e formatos; limbo largo-
-ovalado, obovalado ou oblongo-ovalado, aproximadamente 45 cm de
comprimento, 25 cm de largura, irregularmente sinuoso, dentado, tri-
nervado, membranáceo, glabro e áspero no lado ventral. Inflorescên-
cia axilar em cimeiras menores do que os pecíolos. Flores brancas ou
rosadas; cálice com 4-5 dentes. Fruto aquênio brancacento ou rosado,
envolto em cálice suculento, baciforme, envolvente.
Nas pastagens, normalmente ocorre em áreas pedregosas, úmi-
das ou declivosas, em forma de moitas, com vários caules que brotam
da base ampla e achatada. Produz uma sombra intensa que faz defi-
nhar as forrageiras sob a copa. Raramente multiplica-se por sementes.
Folhas e raízes são de uso medicinal.
Espécie encontradiça, dispersa na região dos três Planaltos, em
pastagens formadas por braquiárias, estrela-africana, hemártrias,
capim-jaraguá, panicuns, grama-mato-grosso, grama-sempre-verde e

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
441

grama-missioneira, em qualquer altura de pastejo, lotação de animais,


sistema de manejo das plantas invasoras e em solo de fertilidade mé- A
dia e alta. Apresenta alto potencial de competição na região do Areni-
to. Causa danos de pequena importância nas regiões do Arenito e dos B
três Planaltos, em pastagens de braquiárias, panicuns, estrela-africa-
na e grama-mato-grosso, em qualquer altura de pastejo e sistema de C
manejo das plantas daninhas, cultivadas em solos de fertilidade média
e alta, e sob lotação ideal ou superlotadas. D
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V erb enaceae
Aloysia virgata (Ruiz et Pav.) Juss.

SINÔNIMOS
Verbena virgata Ruiz et Pav., Aloysia urticoides Cham., Lippia urticoides Steud., Lippia
virgata Steud.

NOMES COMUNS
Lixeira, lixa, cidró, camará, café-do-mato

ORIGEM
Espécie nativa da Região Sul do Brasil, ocorre nos três estados que a compõem.

E
spécie arbustiva a arbórea, remanescente, caducifólia, anemo-
córica, atinge 4-6 m de altura e 25 cm de diâmetro no tronco.
Raiz pivotante, ramificada. Caule ereto, canelado, ramificado;
casca fina, cinza escura, fissurada, desprende-se por escamas longitu-
dinais. Folhas curto-pecioladas, simples, opostas; limbo ovalado, base
atenuada, ápice agudo, margem serreada, superfície glabra e áspera,
8-15 cm de comprimento, 3-8 cm de largura; nervuras salientes na
face dorsal e visíveis no lado ventral. Folhas e flores intensamente per-
fumadas pela presença de óleos essenciais. Inflorescência em racemos
terminais e axilares, 5-10 cm de comprimento. Flores tipicamente ver-
benáceas, brancas, zigomorfas; cálice tubuloso, com 4 lobos, persiste
até a maturação do fruto. As flores são muito procuradas pelas abe-
lhas. Fruto carcerulídio com 2 mericarpos uniloculares que se sepa-
ram na maturação, até 2 vezes mais longos do que largos, dotados de
pêlos longos e sedosos, 2-3 mm de comprimento.
Nas pastagens, ocorre como arbustos originados da brotação dos
tocos e de sementes. Prefere locais declivosos de encostas de morros
e locais pedregosos.
Espécie encontradiça, dispersa na região dos três Planaltos, em
pastagens de braquiárias, panicuns, estrela-africana, capim-jaraguá e
grama-mato-grosso, em qualquer altura de pastejo e lotação de ani-

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
443

mais, sistema de manejo das plantas daninhas e em solos de fertili-


dade média e alta. O potencial de competição não é alto, porque as A
plantas da lixeira apresentam baixo índice de área foliar, crescimento
ereto e raramente formam populações densas. Causa prejuízos de mé- B
dia importância na região do Terceiro Planalto, em pastagens de bra-
quiárias, sob pastejo intenso, em solos com fertilidade aparente alta e C
sem manejo rotineiro das plantas daninhas.
D
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Citharexylum myrianthum Cham. T
NOMES COMUNS U
Tucaneira, baga-de-tucano, tarumã-branco, pau-de-viola, pau-de-tamanco, jacareúba

ORIGEM V
Espécie nativa do Paraguai, Argentina e Brasil, onde ocorre desde a Bahia até o Rio
Grande do Sul.
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
444

P
lanta arbórea, remanescente, caducifólia, zoocórica, atin-
ge até 20 m de altura. Sistema radicular pivotante; raízes se-
cundárias superficiais longas, possuem a capacidade de emitir
brotações. Tronco curto, reto, canelado; copa rala, com muitos ramos
pendentes; casca amarronzada, descama em placas irregulares, sol-
tando-se de baixo para cima. Folhas opostas, simples; pecíolo canali-
culado, 1-2 cm de comprimento, 0-2 glândulas no ápice; limbo elíptico
lanceolado, elíptico ou ovalado, 10-20 cm de comprimento, 3-7 cm de
largura, base atenuada ou aguda, ápice obtuso, agudo ou acuminado,
margem inteira, coriáceo ou cartáceo, verde brilhante no lado de cima
e pálido embaixo, nervura principal canaliculada, nervuras visíveis no
lado superior e salientes no inferior. Inflorescência em espigas de até
20 cm de comprimento, axilares e terminais, do tamanho das folhas
ou maiores. Flores subsésseis ou pediceladas, alternas, esparsas, sub-
secundas; cálice urseolado, obc nico, membranáceo; corola hipocra-
teriforme, tubulosa com 5 lobos; 5 estames de tamanhos diferentes;
ovário súpero, mais curto que o cálice. Fruto drupa esférica ou elíptica,
1 cm de diâmetro, vermelha quando madura.
Nas pastagens, ocorrem árvores isoladas ou moitas originadas da
brotação do toco. Na região central do estado, na parte alta da bacia
do Rio Piquiri, ocorre uma linhagem que, quando a árvore é cortada,
as raízes secundárias superficiais emitem grande número de brota-
ções. Formam uma reboleira densa, de mais de 20 m de diâmetro, em
que os brotos atingem vários metros de altura e, sombreando o solo,
eliminam todas as forrageiras em seu interior. Prefere local de encosta
e de baixada, onde o solo é raso, pela presença de rochas e do lençol
freático superficial.
Populações da espécie são esporadicamente encontradas no es-
tado do Paraná. Apresenta alto potencial de competição com as forra-
geiras nos locais de ocorrência do Terceiro Planalto, em pastagens de
braquiárias e estrela-africana, em áreas sem manejo das brotações. Os
prejuízos causados pela espécie na produtividade das pastagens são
de importância média, nos locais e condições e ocorrência.

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Lantana camara L.

SINÔNIMOS
Lantana glutinosa Poepp., Lantana montevidensis (Spreng.) Griq., Lantana aculeata L.,
Lantana tiliaefolia Cham.

NOMES COMUNS
Cambará, camará, lantana, chumbinho, cambará-de-espinho, cambará-verdadeiro,
cambará-de-duas-cores, cambará-vermelho

ORIGEM
Espécie originária da América tropical, foi levada com planta ornamental para
diversas regiões do mundo. No Brasil ocorre em todos os estados.

E
spécie arbustiva, perenifólia, zoocórica, atinge 3 m de altura. Sis-
tema radicular pivotante, vigoroso, ramificado. Caule lenhoso, ra-
mificado, quadrangular, sulcado; acúleos de diversos tamanhos,
dispersos nos ramos novos; ramos novos de coloração verde com man-
chas avermelhadas. Folhas simples, pecioladas, opostas, cruzadas; pecí-
olo canaliculado, 1-2 cm de comprimento; limbo oblongo a lanceolado,
ápice arredondado até apiculado, rugoso, áspero, glabro, às vezes piloso,
base obtusa, 3-8 cm de comprimento, nervuras salientes na face dorsal
e visíveis na face ventral. Inflorescência axilar, 20-40 flores aglomeradas
em forma de um capítulo, na extremidade de um pedúnculo de 3-5 cm
de comprimento. Flor protegida por uma bráctea pilosa, maior do que o
cálice e menor do que a corola. Cálice tubuloso, formado pela fusão das 5
sépalas. Corola formada por um fino tubo cilíndrico, alargado para o ápi-
ce, expandido e aplanado no ápice, dividido em 4 lobos, sendo os dois la-
terais iguais e o inferior maior e diferente do superior. A coloração dos lo-
bos muda depois da antese; no primeiro dia é amarela e depois passa por
várias tonalidades, alcançando a cor vermelha, contudo pode apresentar
outras colorações. Algumas linhagens foram selecionadas e cultivadas
como ornamentais. Corola de mais ou menos 1 cm de comprimento. Es-
tames e ovário inclusos no tubo da corola. Fruto drupoide indeiscente,
bilocular, uma semente por lóculo, globoso, roxo escuro quando maduro,
3-5 mm de comprimento. A semente normalmente permanece inclusa no

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
447

pirênio e apresenta maturação incompleta do embrião, demorando mui-


to tempo para germinar. A
Nas pastagens, o cambará ocorre de forma isolada, em reboleira e
em associação com outras espécies de invasoras ou remanescentes. Apre- B
senta plantas muito ramificadas quando roçadas ou consumidas pelos
animais, emitindo novas brotações. Planta tóxica para os bovinos, ovinos, C
caprinos, bubalinos e coelhos. Os princípios tóxicos são triterpenos (lan-
tadeno A e lantadeno B) e estão localizados principalmente nas folhas; D
causam fotossensibilização hepatógena nos animais.
Espécie encontradiça, dispersa nas pastagens das regiões do Arenito
e dos três Planaltos, formadas por qualquer espécie forrageira, manejo
E
das plantas daninhas, fertilidade do solo, altura de pastejo e lotação de
animais. Os prejuízos causados pela toxicidade da planta são de grande
F
importância. O potencial de competição é baixo, porque não forma gran-
des populações homogêneas. Causa prejuízos de pequena importância na
L
redução da produtividade das pastagens de braquiárias, panicuns, estre-
la-africana e grama-mato-grosso, em qualquer altura de pastejo, fertilida-
M
de do solo, lotação de animais e em áreas onde as plantas daninhas não
são manejadas com herbicidas. N
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Lantana canescens Kunth

NOMES COMUNS
Cambará-branco, cambarazinho, cidreirinha

ORIGEM
Espécie originária da América do Sul, especialmente do Brasil Central e dos países
limítrofes. Ocorre nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul e Paraná.

P
lanta herbácea, perene, zoocórica. Possui sistema radicular pivo-
tante, com muitas ramificações. Caule ereto, decumbente, poço
ramificado, áspero, quadrangular, atinge até 1,20 m de compri-
mento. Folhas opostas, pecioladas, oblongas, base obtusa e ápice agu-
do, margens serrilhadas; nervuras bem marcadas, depressa na face
ventral e saliente na dorsal; coloração verde-claro, mais intenso na
dorsal. Inflorescências em espigas axilares, pedúnculo longo e linear,

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 448 27/06/2022 09:37:53


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
449

ascendente. Espigas cilíndricas, compactas, 3-4 cm de comprimento.


Cada flor está protegida por uma bráctea floral lanceolada e persisten- A
te; na base da espiga ocorrem 2-3 brácteas foliosas, 2-3 vezes maiores
do que as brácteas florais. Flores sésseis, cálice pequeno e corola tu- B
bulosa, com 4 lobos terminais de 2-3 mm de comprimento e coloração
branca. Fruto carnoso e suculento na maturação, monospérmico. C
Planta rara e de baixo potencial competitivo, pois são de pequeno
porte e não formam grandes reboleiras. Na região do Arenito tem pe-
quena importância na redução da produtividade das pastagens, mas a
D
maior preocupação é que o cambará-branco pertence ao gênero Lan-
tana, de plantas comprovadamente tóxicas para os animais.
E
F
Lantana fucata Lindl.
L
SINÔNIMOS
Lantana czermakii Briq., Lantana salvisefolia Jacq., Lantana lilacina Desf. M
NOMES COMUNS
Cambará-roxo, cambará-róseo, cambará, erva-de-grilo N
ORIGEM
Espécie originária dos Campos Nativos e cerrados brasileiros, ocorre nos estados do
Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
P
R

P
lanta perene, subarbustiva, zoocórica. Sistema radicular pivotante
somente em plantas novas. Com a emissão de raízes adventícias S
dos ramos prostrados, a pivotante degenera. Caule quadrangular,
ereto na planta nova, decumbente na ausência de suporte na planta adul- T
ta, muito ramificado, ramos novos áspero-pilosos. Caules e ramos em con-
tato com o solo emitem raízes nos nós e entrenós, que com o tempo se
separam da planta mãe, formando uma reboleira de até 2 m de diâmetro.
U
Plantas desenvolvidas em áreas a pleno sol são mais compactas e com ra-
mos mais curtos. Folhas ovaladas, opostas, margens denteadas, base ate-
V
nuada pelo curto pecíolo, ápice acuminado; coloração verde-claro no lado
superior e acinzentado no dorsal; nervuras depressas no lado ventral e
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
450

proeminentes no dorsal. Inflorescência na parte superior dos ramos, em


espigas cilíndricas, de 1,5-2,0 cm de comprimento, axilares. Na base da
espiga, ocorrem várias brácteas e, na base de cada flor, uma bráctea floral
pouco maior que o ovário. Flores com cálice diminuto e corola tubular
longa, de 0,5-1,0 cm de comprimento, lobos planos bem abertos, de co-
loração rosa ou arroxeada, muito vistosas. O florescimento é intenso, por
isso em algumas propriedades o cambará-roxo é utilizado como planta
ornamental. As plantas permanecem floridas por longo período. Fruto
nuculâneo drupoide, com mesocarpo carnoso, unisseminado.
Encontradiça no estado, dispersa principalmente nas regiões dos
Primeiro e Segundo Planaltos e nos Campos Nativos, em pastagens nati-
vas formadas por azevém, braquiárias, hemártrias, grama-missioneira e
grama-sempre-verde, superlotadas de animais e em solos com fertilida-
de natural baixa. Causa prejuízos de pequena importância nas pastagens,
mas é importante devido à toxicidade para o gado. Causa maiores danos
nas regiões dos Planaltos e Campos Nativos, em pastagens formadas por
estrela-africana e grama-mato-grosso, superlotadas de animais, indepen-
dentemente da fertilidade do solo, em áreas onde o manejo das plantas
invasoras não é frequente.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 450 27/06/2022 09:37:54


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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Lantana trifolia L.
A
SINÔNIMOS
Lantana maxima Hayek, Lantana trifolia L. var. rigidiuscula Briq. B
C
NOMES COMUNS
Cambará-de-três-folhas, erva-de-grilo, falsa-cidreira, milho-de-grilo, cambará,
camará, uvinha-do-campo

ORIGEM
Espécie originária do Brasil, ocorre nas regiões Sudeste e Sul.
D
E
P
lanta arbustiva, ornamental, perene, zoocórica, atinge até 2 m
de altura. Sistema radicular pivotante, com poucas raízes secun- F
dárias. Caule ereto, com poucas ramificações, lenhoso, áspero,
anguloso-estriado. Folhas simples, pecioladas, verticiladas, em núme- L
ro de 3, raramente 2, por nó; pecíolo curto, glabro, canaliculado, 1-2
cm de comprimento; limbo elíptico-lanceolado, base cuneada, ápice M
agudo, margem crenulado-denteada, lado superior verde-intenso,
lado inferior verde-acinzentado, superfície áspera e rugosa, nervuras N
proeminentes no lado dorsal e deprimidas no lado ventral. Inflores-
cência axilar; pedúnculo linear, 1-2 mm de diâmetro, pubescente; em P
espiga compacta, cujo eixo vai se alongando à medida que as flores,
aglomeradas no ápice, abrem-se. Dessa maneira, é possível observar R
ao mesmo tempo frutos maduros, frutos imaturos, flores e botões flo-
rais na mesma inflorescência. Flores sésseis, protegidas por uma brác-
tea oblonga de até 1 cm de comprimento; cálice pequeno, com 2 lobos
S
pontiagudos; corola tubular, terminada por 4 lobos, com 2-3 mm de
comprimento, coloração lilás; estames 4; ovário súpero, glabro, com
T
estilete simples. Fruto nuculâneo drupoide carnoso, suculento, verde-
-arroxeado, róseo ou lilás na maturação; quando desidratado, globoso,
U
fibroso, 2,5-4,0 mm de comprimento, 2,0-2,5 mm de espessura. Se-
mente inclusa no pirênio.
V
Nas pastagens, ocorre na forma de plantas isoladas monocaules
ou em moitas, com vários caules originados da brotação do toco.
Z

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
452

Espécie encontradiça, dispersa em pastagens de braquiárias, es-


trela-africana, panicuns, capim-jaraguá e grama-mato-grosso, em áre-
as submetidas à lotação de animais média e alta, cultivadas em solos
com qualquer fertilidade, em áreas não manejadas com a aplicação
de herbicidas. Causa prejuízos de pequena importância na região dos
três Planaltos, em pastagens de braquiárias e grama-mato-grosso,
pastejadas à altura média e baixa, cultivadas em solos de fertilidade
média e baixa, em áreas superlotadas de animais e não manejadas
com herbicidas.

Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton & P. Wilson

SINÔNIMOS
Lantana alba Mill., Lippia geminata Kunth, Lantana geminata (Kunth) Spreng., Lippia
geminata var. microphylla Griseb.

NOMES COMUNS
Erva-cidreira-brasileira, alecrim-selvagem, cidreira-brava, falsa-melissa, erva-
cidreira, salva-limão, alecrim-do-campo, erva-cidreira-do-campo

ORIGEM
Espécie nativa da América tropical e subtropical. Ocorre em praticamente todos os
estados do Brasil.

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
453

P
lanta perene, subarbustiva, medicinal, zoocórica, atinge mais de
2 m de comprimento. Sistema radicular fasciculado, ramificado A
e fibroso. Caules numerosos, longos, quadrangulares, esbran-
quiçados, pubescentes, quebradiços, brotam da base da planta; caules B
eretos quando novos, depois curvam-se até a extremidade entrar em
contato com o solo, enraizar e originar uma nova planta. Folhas opos- C
tas, simples, pecioladas, cruzadas; pecíolo aplanado no lado ventral,
0,5-1,5 mm de comprimento; limbo ovalado a oblongo, margem serre- D
ada, ápice agudo, base cuneada e decorrente, 3-10 cm de comprimen-
to, 2-5 cm de largura, escamoso e áspero no lado ventral, pubescente e E
brancacento no lado dorsal, nervuras salientes no lado dorsal e depri-
midas no ventral. Inflorescências axilares, flores reunidas em racemos F
curtíssimos que se alongam com a antese das flores; brácteas florais
ovaladas, branco-pilosas, imbricadas. Flores sésseis; cálice curtíssimo, L
piloso; corola violácea ou azul-arroxeada, lábio inferior maior que o
superior. Fruto drupa globosa, róseo-arroxeada; semente arredonda- M
da, com cerca de 1 mm de diâmetro.
Nas pastagens, ocorre na forma de moitas densas, nos locais onde
N
havia a sede de propriedades reunidas para a formação de uma fazen-
da maior. Nessas antigas propriedades, era cultivada como planta me-
P
dicinal. Nas condições do estado do Paraná, raramente propaga-se por
sementes. Novas infestações se originam de pedaços de caules, que
R
enraízam facilmente em contato com o solo.
Espécie encontradiça na região do Terceiro planalto, em pasta-
S
gens formadas por braquiárias e hemártrias, pastejadas à baixa altura,
sob alta lotação de animais. Nessas condições é altamente competiti-
T
va. Nos locais de ocorrência, quando não manejada, causa prejuízos de
pequena importância.
U
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Stachytarpheta cayennensis (L.C. Rich.) ahl

SINÔNIMOS
Verbena cayennensis L.C. Rich., Verbena jamaicensis (L.) Vahl, Verbena jamaicensis
Vell., Stachytarpheta australis Mold., Stachytarpheta dichotoma (Ruiz et Pav.) Vahl,
Stachytarpheta polyura Schauer

NOMES COMUNS
Gervão-azul, gervão, gervão-de-folha-verônica

ORIGEM
Espécie originária da América Latina, ocorre do México até a Argentina. Está presente
em todas as regiões do Brasil.

P
lanta herbácea, anual, zoocórica. Sistema radicular pivotante,
poucas raízes laterais. Caule muito ramificado desde a base, fi-
broso, anguloso, de coloração verde intenso, nunca ultrapassa
1 m de altura. Folhas opostas, ovaladas até elípticas, base atenuada
até o início do pecíolo, margem crenada até serreada, ápice agudo ou

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
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subagudo, pouco enrugadas e de coloração verde, medem até 5 cm


de comprimento por 5 cm de largura. Inflorescências em espigas li- A
neares, terminais e axilares, de desenvolvimento contínuo chegam
a 40 cm de comprimento, tendo botões e frutos maduros na mesma B
inflorescência. Flores sésseis de cálice tubuloso; cálice comprimido e
piloso no lado superior; corola com 5 pétalas soldadas na base, até C
8 mm de comprimento, azuladas ou lilás. Fruto artrocarpo, com dois
carcerulídios unisseminados. D
Planta encontradiça, dispersa nas regiões do Arenito e dos Pri-
meiro e Segundo Planaltos, em pastagens formadas por braquiárias,
panicuns, capim-jaraguá, estrela-africana, grama-mato-grosso e gra-
E
ma-missioneira, indiferente à intensidade de lotação e à fertilidade do
solo, onde não se utilizam herbicidas nas práticas de manejo das plan-
F
tas invasoras. Por apresentar baixo índice de área foliar, plantas de
pequeno porte e raramente formar agrupamento de plantas, provoca
L
pequenos prejuízos nas pastagens do estado, mais notados no Tercei-
ro Planalto, em pastagens com alta lotação de animais e onde não são
M
realizadas práticas de manejo das plantas daninhas.
N
P
R
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T
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Verbena litoralis Kunth

SINÔNIMOS
Verbena brasiliensis Vell., Verbena bonariensis var. conglomerata Briq.

NOMES COMUNS
Erva-de-pai-caetano, fel-da-terra, vassourinha

ORIGEM
Espécie originária das regiões tropicais da América, encontra-se dispersa por muitos
países. É mais frequente na Região Sul do Brasil.

P
lanta perene, herbácea, zoocórica. Raiz principal pivotante, ra-
mifica várias vezes, fibrosa, profunda, fina, de difícil arranquio
manual. Caule ereto, pouco ramificado na parte inferior e muito
na superior, junto da inflorescência; áspero, quadrangular, glabro ou
com poucos pêlos, ramos mais velhos tornam-se arredondados e le-
nhosos; entrenós junto ao solo, curtíssimos, aumentam de tamanho
da base para as partes mais altas da planta, raramente atingem 80 cm.

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 456 27/06/2022 09:37:59


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
457

Folhas opostas, cruzadas, sésseis ou curto-pecioladas, limbo oblongo-


-lanceolado, margens serreadas, ápice agudo, base atenuada, até 10 A
cm de comprimento por 2 cm de largura. As folhas da base da planta
são mais curtas e arredondadas e as da parte superior são lineares; B
nervuras bem visíveis. Inflorescências em finas espigas de 8-10 cm de
comprimento na parte terminal dos ramos, antese escalonada. Flores C
sésseis, protegidas por brácteas lanceoladas e ciliadas, do mesmo ta-
manho do cálice, que possui lobos agudos e margens ciliadas. Corola D
tubulosa, sobressaindo um pouco do cálice, 4-8 cm de comprimento,
pilosa no lado externo, coloração variável: branca, lilás, rosada ou púr-
pura. Fruto carcerulídio unisseminado.
E
Encontradiça em todas as regiões do estado, dispersa em pasta-
gens, indiferentemente das espécies forrageiras cultivadas, fertilidade
F
do solo, intensidade de lotação de animais, altura de pastejo e práticas
de manejo das invasoras. Produz banco de sementes abundante. Por
L
produzir ramos e inflorescências muito finos, o gado não seleciona e
as consome juntamente com as forrageiras, dispersando a espécie com
M
o esterco. Quando é utilizado o esterco proveniente de pastagens in-
festadas em hortas ou jardins, surgem grandes quantidades de plantas N
da erva-de-pai-caetano nos canteiros, dificultando os tratos culturais.
Nas pastagens, é planta pouco competitiva e causa danos de pequena P
importância na região do Terceiro Planalto, em pastagens de braqui-
árias e estrela-africana, em áreas com altas lotações de animais e sem R
manejo das plantas invasoras.
S
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V iol aceae
Pombalia communis (A.St.-Hil.) Paula-Souza

SINÔNIMO
Ionidium commune Saint-Hil.

NOME COMUM
Bandeira-branca

ORIGEM
Espécie originária do Brasil e países limítrofes, ocorre em praticamente todos os
estados do país.

P
lanta subarbustiva, perene, zoocórica. Sistema radicular pivo-
tante e profundo. Caule ereto, atinge até 1,50 m de altura;
ramos cilíndricos, pubescentes, com tricomas simples; entre-
nós muito variáveis em tamanho. Folhas alternas, pecioladas, lance-
oladas a elípticas, às vezes elípticas, ápice agudo a acuminado, base
atenuada, margem serreada e com poucos pêlos em ambas as faces,
nervuras bem visíveis. Inflorescências com flores solitárias ou em
racemos terminais ou axilares, paucifloros. Pedicelo pubescente e
recurvado, 4-8 mm de comprimento; bractéolas diminutas; sépalas
lineares a lanceoladas, pubescentes e ápice acuminado. Pétala com
um grande lobo branco ou arroxeado, 8-21 mm de comprimento,
com uma unha recurvada, lâmina com 9-16 mm de largura, orbi-
cular, quase arredondada, apiculada; pétalas laterais de 5-6 mm de
comprimento por 2 mm de largura, curvas e com ápice agudo; péta-
las superiores de 3,5-4,0 mm de comprimento por 1 mm de largura,
menos encurvadas e de ápice arredondado. Fruto cápsula elipsoide
de 5-6 mm na parte mais larga e 4-6 mm de espessura.
Espécie encontradiça, dispersa nas regiões do Arenito e do
Terceiro Planalto, em pastagens de braquiárias, estrela-africana,
panicuns, capim-jaraguá e grama-mato-grosso, indiferentemen-
te à intensidade de lotação de animais e aos sistemas de manejo

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 458 27/06/2022 09:37:59


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
459

das plantas daninhas, em solos com fertilidade média e alta. Possui


baixo potencial competitivo, porque raramente forma populações A
densas e homogêneas. Causa danos de pequena importância na re-
gião do Terceiro Planalto, em pastagens de braquiárias sem manejo B
rotineiro das plantas invasoras.
C
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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
460

Z ingib eraceae
Hedychium coronarium J. Koenig

SINÔNIMOS
Hedychium spicatum Lodd., Hedychium flavum Roscoe, Hedychium flavescens Carly,
Hedychium sulphureum Wallich

NOMES COMUNS
Lírio-do-brejo, jasmim-do-brejo, jasmim, cardamomo-do-mato, lágrima-de-moça,
lágrima-de-vênus

ORIGEM
Há dúvidas quanto à sua origem, se do Himalaia ou de Madagascar. Como planta
ornamental foi levada para muitos países do mundo.

P
lanta herbácea, perene, zoocórica. Sistema subterrâneo for-
mado por robustos rizomas, com muitas gemas e abundantes
raízes adventícias. Caules simples, sem ramificações, vigoro-
so, ereto, cilíndrico, avermelhado na base e coberto pelas bainhas
das folhas. Folhas simples, alternas, dísticas; bainhas longas, maio-
res que os entrenós e estriadas. Lígula membranácea, 2-3 cm de
comprimento. Lâminas variando de 30-60 cm de comprimento por
10-15 cm de largura, lanceoladas, ápice agudo, margens inteiras,
unem-se à bainha sem estrangulamento e sem aurículas, nervura
mediana aparente no lado ventral e proeminente no dorsal, lisas,
glabras, brilhantes e de coloração verde intenso. Inflorescência ter-
minal, estrobiliforme, formada por brácteas sobrepostas, ovaladas,
ápice agudo, 2-5 cm de comprimento. Da base de cada bráctea, sur-
gem 2-3 flores de antese sequencial. Cálice tubiforme, membraná-
ceo, de 4 cm de comprimento, liso, glabro, permanece protegido no
interior da bráctea; corola membranácea, branca, tubiforme estrei-
to na parte inferior e três lobos na parte superior. As membranas
brancas que parecem ser as pétalas são na realidade estaminódios
modificados, dois livres elíptico-lanceolados e dois soldados, for-

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 460 27/06/2022 09:37:59


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
461

mando um labelo bilobado. As flores são muito perfumadas, exalam


uma fragrância semelhante ao jasmim, daí o nome comum de lírio- A
-do-brejo.
Rara nas pastagens do estado, mas muito competitiva. A gran- B
de rede de rizomas produz muitos caules que com suas grandes fo-
lhas sombreiam intensamente o solo, eliminando qualquer espécie C
herbácea e subarbustos do local, não permitindo a regeneração de
nenhuma espécie vegetal. Altamente competitiva, também em áre- D
as de florestas e preservação permanente. Pela sua agressividade
e competitividade, rapidamente sai de controle e invade preferen-
cialmente áreas úmidas como baixadas, banhados, pântanos, mar-
E
gens de córregos, represas e açudes. Desenvolvem-se muito bem a
pleno sol e em ambientes sombreados, como no interior da Mata
F
Atlântica. Causa danos de média importância na região dos Primei-
ro e Segundo Planaltos, em pastagens formadas por braquiárias,
L
panicuns, estrela-africana, hemártrias e grama-mato-grosso, pas-
tejadas intensamente pelo excesso de lotação. O controle mecânico
M
é inviável porque a brotação é rápida e vigorosa.
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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
462

Í ndice de N omes
Científicos
A
Abutilon amplissimum (L.) Kuntze var. subpeltata Kuntze ................. 322
Acacia bonariensis Gillies ex Hook. & Arn.................................................. 267
Acacia leptophylla DC. ........................................................................................ 270
Acacia scandens Benth. ...................................................................................... 272
Acalypha divaricata Baillon ............................................................................. 213
Acalypha gracilis Spreng. .................................................................................. 213
Acalypha gracilis Spreng. var. genuina Muell. Arg.................................. 213
Acalypha gracilis Spreng. var. pubescens Muell. Arg.............................. 213
Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze...................................................61
Acanthospermum brasilium Schrank ..............................................................61
Acmella brasiliensis Spreng.............................................................................. 134
cnistus breviflorus Sendtn.............................................................................. 434
cnistus parviflorus Griseb............................................................................... 434
Acnistus spinescens Dammer ........................................................................... 434
Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart....................................................57
Acrocomia eriocantha Barb. Rodr.....................................................................57
Acrocomia sclerocarpa Mart...............................................................................57
Adenocalymma marginatum (Cham.) DC................................................... 162
Adenocalymma peregrinum (Miers) L.G. Lohmann ............................... 175
Adenocalymma splendens Bureau & K. Schum......................................... 168
Adenogyne discolor Kl......................................................................................... 228
Adenogyne marginata Kl. .................................................................................. 228
Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke ...................................................... 286
Aegle sepiaria DC.................................................................................................. 398
Aeschynomene americana L. ............................................................................ 243
Aeschynomene americana var. depilla Mill................................................. 243

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
463

Aeschynomene glandulosa Poir. ...................................................................... 243


Aeschynomene mexicana Biroli ex Colla ..................................................... 243
Agallostachys antiacantha (Bertol.) Beer .................................................. 188
Agave altissima Zumag..........................................................................................59
Agave americana L..................................................................................................59
Agave expansa Jacobi.............................................................................................59
Agave ramosa Moench. .........................................................................................59
Ageratum conyzoides L....................................................................................... 155
Agrostis indica L.................................................................................................... 371
lberto unt ea langsdorffii Kuntze .............................................................. 333
Aloysia urticoides Cham..................................................................................... 426
Aloysia virgata (Ruiz et Pav.) Juss.................................................................. 426
Alysicarpus latifolius (L.) DC............................................................................ 245
Alysicarpus vaginalis (L.) DC............................................................................ 245
Alysicarpus vaginalis var. diversifolius Chun ............................................. 245
Amaranthus caracasanus HBK...........................................................................35
Amaranthus diacanthus Raf................................................................................35
Amaranthus spinosus L. ........................................................................................35
Ambrina ambrosioides Spach. ............................................................................36
Ambrina antihelmintica Spach...........................................................................36
Ambrosia maritima Vell. .......................................................................................62
Ambrosia polystachya DC.....................................................................................62
Ammi majus L............................................................................................................44
Amphilophium paniculatum (L.) Kunth....................................................... 163
Amphirephis intermedia Link .............................................................................87
Ananas comosus var. bracteatus (Lindl.) Coppens & F. Leal. .............. 187
Ananas comosus (L.) Merril.............................................................................. 186
Ananas microstachys Lindl. .............................................................................. 186
Ananas sativus Schult. ........................................................................................ 186
Anatherum bicorne (L.) P. Beauv. ................................................................... 337
Anatherum virginicum Nees ............................................................................ 340
Andropogon bicornis L........................................................................................ 337
Andropogon domingensis Steud. .................................................................... 340

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Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
464

Andropogon insularis L. ..................................................................................... 346


Andropogon lanuginosus HBK......................................................................... 340
Andropogon leucostachyus HBK..................................................................... 340
Andropogon leucostachyus var. subvillosus Hack .................................... 340
Anemopaegma sp. ................................................................................................ 165
Anila tinctoria var. brachycarpa DC.............................................................. 254
Annona silvatica Saint-Hil....................................................................................42
Annona sylvestris Vell.............................................................................................42
Arctium minus (Hill.) Berhn................................................................................64
Arctium pubens Bab................................................................................................64
rgyrochaeta bipinnatifida Cav. ..................................................................... 114
Aristida curtiseta Buckley................................................................................. 342
Aristida longiseta Steud..................................................................................... 342
Aristida pallens (Cav.) Nutt............................................................................... 342
Aristida pallens Cav.............................................................................................. 342
Artanthe bahiensis Presl.................................................................................... 335
Artanthe elongata Miq. ...................................................................................... 335
rundo viridiflavescens Poir. ............................................................................ 343
Asclepias bicolor Moench. ....................................................................................51
Asclepias curassavica L. ........................................................................................51
Asclepias nivea L. var. curassavica Kuntze ....................................................51
Aster divaricatus var. sandwicensis Gray..................................................... 135
Aster exilis var. australis Gray.......................................................................... 135
Aster moelleri (Phil.) Reiche ............................................................................ 135
Aster sandwicensis (Gray) Hieron.................................................................. 135
Aster squamatus (Spreng.) Hieron................................................................ 135
Aster subulatus var. australis (Gray) Shinners ......................................... 135
Aster subulatus var. sandwicensis (Gray) A.G. Jones............................... 135
Atriplex ambrosoides Crautz. ..............................................................................36
Austroeupatorium inuliifolium (Kunth) R.M. King & H. Rob. ................66
xonopus affinis ......................................................................................................... 13
Axonopus compressus ............................................................................................... 13

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 464 27/06/2022 09:38:00


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
465

B
Baccharis anomala A. P. DC. ................................................................................68
Baccharis articulata (Lam.) Pers. .....................................................................70
Baccharis asteroides Colla ................................................................................ 135
Baccharis bracteata Hook. & Arn. ....................................................................74
Baccharis coridifolia A. P. DC. .............................................................................72
Baccharis dracunculifolia DC..............................................................................74
Baccharis dracunculifolia forma spectabilis Heering. ..............................74
Baccharis genistelloides var. trimera (Less.) Baker...................................81
Baccharis jordaniana Theodoro........................................................................77
Baccharis leptospermoides DC. ..........................................................................74
Baccharis leucocephala Dusen...........................................................................76
Baccharis medullosa A. P. DC. .............................................................................80
Baccharis oxyodonta DC. ......................................................................................77
Baccharis paucidentata Schultz-Bip................................................................74
Baccharis prenanthoides Baker.........................................................................80
Baccharis serrulata Pers.......................................................................................80
Baccharis trimera (Less.) DC..............................................................................81
Baccharis trinervia DC. .........................................................................................77
Ballota suaveolens L. ........................................................................................... 288
Basanacantha spinosa K. Schum. var. longipedunculata Kuntze ...... 394
Bauhinia aculeata Vell........................................................................................ 241
Bauhinia brasiliensis Vog................................................................................... 241
Bauhinia forficata Link ...................................................................................... 241
Berberis coriacea Saint-Hil............................................................................... 160
Berberis coriacea Saint-Hil. var. oblanceifolia Ahrendt ........................ 160
Berberis glaucescens Saint-Hil. ....................................................................... 160
Berberis laurina Thunb...................................................................................... 160
Berberis spinulosa Saint-Hil. ............................................................................ 160
Biancaea decapetala (Roth) O.Deg. .............................................................. 231
Biancaea scandens Tod. ..................................................................................... 231
Biancaea sepiaria Tod. ....................................................................................... 231
Bignonia difficilis Cham. .................................................................................... 168

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 465 27/06/2022 09:38:00


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
466

Bignonia exoleta Vell........................................................................................... 167


Bignonia ignea Vell. ............................................................................................. 170
Bignonia marginata Cham................................................................................ 162
Bignonia paniculata L......................................................................................... 163
Bignonia stans L.................................................................................................... 172
Bignonia unguis-cati L........................................................................................ 167
Bignonia venusta Ker-Gawl.............................................................................. 170
Bistropogon suaveolens (L.) L’Hér.................................................................. 288
Blainvillea gayana Cass. .................................................................................... 137
Borreria platyphylla DC. .................................................................................... 388
Borreria scabrida DC........................................................................................... 388
Borreria tetraptera Miq..................................................................................... 388
Bougainvillea glabra Choisy ............................................................................ 330
Bougainvillea spectabilis Willd. var. glabra (Choisy) Hook. ............... 330
Brachiaria brizantha ................................................................................................ 13
Brachiaria decumbens.............................................................................................. 13
Brachiaria dyctioneura............................................................................................ 13
Brachiaria humidicola.............................................................................................. 13
Brachiaria ruziziensis............................................................................................... 13
Bromelia antiacantha Bertol. .......................................................................... 188
Bromelia argentina Baker................................................................................. 190
Bromelia balansae Mez...................................................................................... 190
Bromelia commeliniana De Vriese ................................................................ 188
Bromelia comosa L............................................................................................... 186
Bromelia fastuosa Lindl. .................................................................................... 188
Bromelia laciniosa sensu Baker ..................................................................... 190
Bromelia sceptrum Fenzl ex Hügel................................................................ 188
Buddleia brasiliensis Jacq. ex Spreng............................................................ 408
Buddleja alata Larañaga.................................................................................... 408
Buddleja albotomentosa R.E. Fries................................................................ 408
Buddleja australis Vell. ....................................................................................... 408
Buddleja connata Mart....................................................................................... 408
Buddleja stachyoides Cham. et Schlecht...................................................... 408
Byrsonima intermedia Juss............................................................................... 300

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Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
467

C
Cacalia cognata (Less.) Kuntze .........................................................................97
Cacalia cordifolia L. f........................................................................................... 113
Caesalpinia japonica Siebold & Zucc............................................................ 231
Caesalpinia sepiaria Roxb. ................................................................................ 231
Calamagrostis montevidensis Nees ............................................................... 343
Campomanesia guazumifolia (Camb.) Berg. ............................................. 327
Campomanesia xanthocarpa (Mart.) Berg................................................. 328
Cantinoa americana (Aubl.) Harley & J.F.B. Pastore .............................. 287
Cardiospermum corindum L............................................................................. 405
Cardiospermum halicacabum L. ..................................................................... 405
Cardiospermum halicacabum var. microcarpum (Kunth) Blume ..... 405
Cardiospermum microcarpum Kunth........................................................... 405
Carduus acanthoides L...........................................................................................83
Carduus lanceolatus L............................................................................................98
Carduus marianus L............................................................................................. 129
Carduus pycnocephalus L. ....................................................................................85
Carduus vulgaris Savi.............................................................................................98
Casearia carpinifolia Benth.............................................................................. 401
Casearia lingua Camb......................................................................................... 401
Casearia parviflora Willd. ................................................................................. 401
Casearia punctata Spreng................................................................................. 401
Casearia serrulata Sw. ........................................................................................ 401
Casearia subsessiliflora Lund........................................................................... 401
Casearia sylvestris Sw. ........................................................................................ 401
Cassia caroliniana Walter ................................................................................. 238
Cassia foetida Pers. .............................................................................................. 238
Cassia hirsuta L. .................................................................................................... 234
Cassia leptocarpa Benth. ................................................................................... 235
Cassia leptocarpa var. hirsuta Benth. ........................................................... 235
Cassia obtusifolia L. ............................................................................................. 236
Cassia occidentalis L............................................................................................ 238
Cassia planisiliqua L. ........................................................................................... 238

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 467 27/06/2022 09:38:00


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
468

Cassia tomentosa Wallich ex Arn. .................................................................. 234


Cassia tora var. humilis (Colladon) Colladon ............................................ 236
Cassia tora var. obtusifolia (L.) Haines ........................................................ 236
Celastrus myrtifolia L.......................................................................................... 380
Celtis aculeata Sw. ................................................................................................ 196
Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg.............................................................................. 196
Celtis morifolia Planch........................................................................................ 196
Cenchrus brevisetus Fourn................................................................................ 344
Cenchrus echinatus L........................................................................................... 344
Cenchrus pungens HBK. ..................................................................................... 344
Centaurea solstitialis L. .........................................................................................86
Centratherum intermedium Less. .....................................................................87
Centratherum punctatum Cass. .........................................................................87
Cestrum laevigatum Schlecht. ......................................................................... 412
Cestrum calycinum Willd................................................................................... 418
Cestrum corymbosum Schlecht....................................................................... 413
Cestrum euanthes Schlecht............................................................................... 413
Cestrum foetidissimum Dunal.......................................................................... 412
Cestrum impressum Rusby................................................................................ 418
Cestrum intermedium Sendtn.......................................................................... 414
Cestrum intermedium Sendtn. var. virgatum Witasek........................... 414
Cestrum laevigatum Schlecht. ......................................................................... 412
Cestrum longiflorum Ruiz et Pav. ................................................................... 416
Cestrum lundianum Dunal ................................................................................ 416
Cestrum megalophyllum Witasek .................................................................. 414
Cestrum multiflorum Schott............................................................................. 412
Cestrum sellowianum Sendtn. ......................................................................... 413
Cestrum strigilatum Ruiz et Pav. .................................................................... 416
Cestrum strigilatum var. calycinum (Kunth) Kuntze.............................. 418
Cestrum unibracteatum Dunal........................................................................ 416
Cestrum viridiflorum Hook. .............................................................................. 418
Chaeteria pallens (Cav.) Nees .......................................................................... 342
Chaptalia integerrima (Vell.) Burk................................................................ 155
Chaptalia nutans (L.) Polack............................................................................ 155

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 468 27/06/2022 09:38:01


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
469

Dysphania ambrosioides (L.) Mosyakin & Clemants.................................36


Chenopodium anthelminticum L. ......................................................................36
Chenopodium obovatum Miq. .............................................................................36
Chenopodium retusum Juss. ex Moq. ...............................................................36
Chevreulia acuminata Less..................................................................................90
Chevreulia sarmentosa (Pers.) Blake...............................................................88
Chloris repens Steud............................................................................................ 349
Chlorophora tinctoria (L.) Gaudich............................................................... 324
Chromolaena laevigata (Lam.) R.M. King & H. Rob...................................90
Chromolaena maximilianii (Schrad. Ex DC.) R.M. King & H. Rob. .......92
Chromolaena squalida (DC.) R.M. King & H. Rob. ......................................95
Chrysocoma phosphorea Vell. .......................................................................... 145
Chrysolaena cognata (Less.) Dematt. .............................................................97
Cieca nervosa Kuntze.......................................................................................... 218
Cinagrostis viridiflavescens (Poir.) P.M. Peterson, Soreng,
Romasch. & Barbera ........................................................................................... 343
Cineraria brasiliensis Spreng........................................................................... 125
Cirsium lanceolatum (L.) Scop. ..........................................................................98
Cirsium lanceolatum var. hypoleucum DC......................................................98
Cirsium vulgare (Savi) Tenore............................................................................98
Citharexylum myrianthum Cham. .................................................................. 427
Citrus trifoliata L. ................................................................................................. 398
Citrus x limon (L.) Osbeck................................................................................. 396
Cnidosculus adenophilus (Pax. & Hoffm.) Pax. & Hoffm. ...................... 214
Cnidoscolus urens (L.) Arthur.......................................................................... 214
Conium maculatum L. ............................................................................................45
Conyza articulata Lam. .........................................................................................70
Conyza linearifolia Spreng...................................................................................74
Conyza sagittalis Lam. ........................................................................................ 116
Conyza squamata Spreng.................................................................................. 135
Cordia americana (L.) Gottschling & J.S. Mill............................................ 179
Cordia corymbosa (Desv.) G. Don................................................................... 182
Cordia ecalyculata Vell. ...................................................................................... 180
Cordia monosperma (Jacq.) R. & S................................................................. 182

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 469 27/06/2022 09:38:01


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
470

Cordia polycephala (Lam.) I.M. Johnston.................................................... 182


Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. ................................................. 181
Crotalaria incana L. ............................................................................................. 250
Crotalaria lanceolata E. Meyer ....................................................................... 246
Crotalaria micans Link....................................................................................... 250
Crotalaria mossambicensis Kl.......................................................................... 246
Crotalaria mucronata Desv. ............................................................................. 248
Crotalaria pallida W.T. Ait................................................................................. 248
Crotalaria striata DC........................................................................................... 248
Croton allemii G.L. Webster.............................................................................. 216
Croton calonervosus G.L. Webster ................................................................. 218
Croton glandulosus L........................................................................................... 219
Croton urucurana Baillon ................................................................................. 221
Cyanus arvensis Moench.......................................................................................87
Cydista praepensa Miers.................................................................................... 168
Cynodon dactylon ....................................................................................................... 13
Cynodon indicus Rasp. ........................................................................................ 349
Cynodon nlemfuensis................................................................................................. 13
Cynodon plectostachyus........................................................................................... 13
Cynoglossum amabile Stapf & Drummond ................................................ 184
Cynosurus indicus L.............................................................................................. 349
Cyperus acicularis Schrad. ex Nees ............................................................... 203
Cyperus eggersii Boeckl. .................................................................................... 203
Cyperus engelmannii Steud. ............................................................................. 203
Cyperus ferax L.C. Rich ....................................................................................... 203
Cyperus ferruginescens Boeckl........................................................................ 203
Cyperus longispicatus Norton.......................................................................... 203
Cyperus macrocephalus Liebm. ...................................................................... 203
Cyperus odoratus L. ............................................................................................. 203
Cyperus odoratus var. acicularis (Schrad. ex Nees) O’Neill................. 203
Cyperus speciosus Vahl ....................................................................................... 203

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 470 27/06/2022 09:38:01


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
471

D
Dahlstedtia muehlbergiana (Hassl.) M.J. Silva & A.M.G. Azevedo..... 258
Dasyphyllum tomentosum (Spreng.) Cabrera........................................... 104
eyeuxia viridiflavescens (Poir.) Kunth ....................................................... 343
Dichondra microcalyx (Hallier f.) Fabris..................................................... 199
Dichondra repens Forst et Forst var. microcalyx Hallier f.................... 199
Digitaria insularis Mez ex Ekman.................................................................. 346
Diodella teres (Walt.) Small.............................................................................. 389
Ditremexa hirsuta (L.) Britt. & Rose ex Britt. & Wilson ....................... 234
Ditremexa leptocarpa (Benth.) Britt. & Rose............................................ 235
Dolichandra unguis-cati (L.) L.G. Lohmann............................................... 167
Doxantha unguis-cati (L.) Miers..................................................................... 167
Drepanocarpus polyphyllus Benth................................................................. 260
unalia breviflora Sleumer .............................................................................. 434

E
Elephantopus cernuus Vell................................................................................ 108
Elephantopus martii Grah................................................................................. 108
Elephantopus mollis HBK. ................................................................................. 108
lephantopus nudiflorus Willd........................................................................ 107
Elephantopus tomentosus L.............................................................................. 108
Elephantosis angustifolia DC. .......................................................................... 107
Eleusine gracilis Salisb. ...................................................................................... 349
Eleusine indica (L.) Gaertn. .............................................................................. 349
Eleusine scabra Fourn. ex Hemsl. .................................................................. 349
Enneatypus nordenskjoeldii Herzog ............................................................. 378
Eragrostis plana Nees......................................................................................... 351
Eranthemum sanguinolentum Hort. van Houtte ........................................33
Erechtites hieraciifolius (L.) Raf. ex DC........................................................ 156
Erechtites valerianifolius (Link ex Spreng.) DC........................................ 157
Erigeron bonariensis L........................................................................................ 103

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 471 27/06/2022 09:38:01


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
472

Erigeron canadensis L......................................................................................... 101


Erigeron primulifolius (Lam.) Greuter......................................................... 104
Erigeron semiamplexicaules Meyen.............................................................. 135
Eryngium balansae Wolff .....................................................................................46
Eryngium horridum Malme.................................................................................46
Eryngium pandanifolium Cham. et Schlecht................................................49
Eryngium panniculatum Urban.........................................................................46
Eryngium schwackeanum Urban ......................................................................46
Eupatorium australe Thunb................................................................................90
Eupatorium conyzoides Vahl var. maximilianii Schrad.............................92
Eupatorium crenatum Gardn..............................................................................95
Eupatorium entreriense Hieron.........................................................................66
Eupatorium inulaefolium HBK...........................................................................66
Eupatorium laevigatum Lam..............................................................................90
Eupatorium maximilianii Schrad. .....................................................................92
Eupatorium montevidense Spreng....................................................................72
Eupatorium pallescens DC. ..................................................................................66
Eupatorium pallidum Hook. et Arn..................................................................66
Eupatorium paranaense Hook. et Arn. ...........................................................66
upatorium pauciflorum HBK......................................................................... 117
Eupatorium polyanthes Spreng. ..................................................................... 145
Eupatorium psidiaefolium DC.............................................................................90
Eupatorium squalidum DC. ........................................................................95
Eupatorium suaveolens HBK...............................................................................66
Eupatorium urticaefolium (L.) Baker........................................................... 117
Eupatorium urticaefolium var. clematideum (Griseb.) Hieron. ......... 118
Eupatorium urticifolium L.f.............................................................................. 117
Eupatorium venosum Mart..................................................................................95

F
Fimbristylis communis Kunth.......................................................................... 204
Fimbristylis dichotoma (L.) Vahl .................................................................... 204
Fimbristylis diphylla (Retz.) Vahl ................................................................... 204

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 472 27/06/2022 09:38:01


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
473

Fimbristylis laxa Vahl.......................................................................................... 204


Flotovia tomentosa Spreng............................................................................... 104

G
Gamochaeta purpurea (L.) Cabrera.............................................................. 158
Gnaphalium calycinum Poir.................................................................................88
Gnaphalium suaveolens Vell............................................................................. 116
Gnaphalium virgatum L. .................................................................................... 123
Gomphrena paniculata (Mart.) Moq................................................................38
Gymnanthes discolor Baillon............................................................................ 228
Gymnostyles alata Spreng................................................................................. 132
Gymnostyles pterosperma Juss........................................................................ 132

H
Haynaldia exaltata Kanitz ................................................................................ 193
Hebanthe erianthos (Poir.) Pedersen ..............................................................38
Hebanthe paniculata Mart...................................................................................38
Hedychium coronarium J. Koenig................................................................... 443
edychium flavescens Carly.............................................................................. 444
edychium flavum Roscoe................................................................................ 444
Hedychium spicatum Lodd. .............................................................................. 444
Hedychium sulphureum Wallich..................................................................... 444
Hedysarum vaginale L. ....................................................................................... 245
Heimia myrtifolia Cham. et Schlecht. ........................................................... 297
Heimia salicifolia (HBK.) Link......................................................................... 298
Heliotripium monostachyum var. tiaridioides Chodat ........................... 176
Heliotropium monostachyum Cham.............................................................. 176
Heliotropium scandens Vell. ............................................................................. 177
Heliotropium tiaridioides Cham. .................................................................... 176
Heliotropium transalpinum Vell. .................................................................... 176
Hemarthria altissima................................................................................................ 13
Hisingera ciliatifolia Clos .................................................................................. 403

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 473 27/06/2022 09:38:01


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
474

Hyparrhenia rufa........................................................................................................ 13
Hypochoeris radicata L. ..................................................................................... 158
Hipoestes phyllostachya Baker...........................................................................33

I
Imperata arundinacea var. americana Anderson ................................... 354
Imperata brasiliensis Trin................................................................................. 354
Imperata brasiliensis Trin. var. mexicana Rupr. ....................................... 354
Imperata sape Anderson................................................................................... 354
Indigofera anil L.................................................................................................... 253
Indigofera anil var. oligophylla DC. ............................................................... 254
Indigofera hirsuta L............................................................................................. 251
Indigofera suffruticosa Mill. ............................................................................. 253
Indigofera tinctoria Mill..................................................................................... 253
Indigofera tinctoria var. brachycarpa DC. .................................................. 254
Indigofera truxillensis HBK............................................................................... 254
Indigofera uncinata G. Don............................................................................... 253
Ionidium commune Saint-Hil. .......................................................................... 442

J
Jatropha adenphila Pax. & Hoffm. ................................................................. 214
Jatropha urens L.................................................................................................... 214
Julocroton nervosus Baillon.............................................................................. 218
Julocroton ramboi L.B. Smith & R.J. Downs ............................................... 216
Jungia floribunda Less........................................................................................ 110

K
Karatas guianensis Hort. ex Baker ................................................................ 190

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 474 27/06/2022 09:38:01


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
475

L
Lantana aculeata L. ............................................................................................. 430
Lantana alba Mill. ................................................................................................ 436
Lantana camara L. ............................................................................................... 430
Lantana canescens Kunth ................................................................................. 432
Lantana czermakii Briq. .................................................................................... 433
Lantana fucata Lindl........................................................................................... 433
Lantana geminata (Kunth) Spreng............................................................... 436
Lantana glutinosa Poepp. ................................................................................. 430
Lantana lilacina Desf.......................................................................................... 433
Lantana maxima Hayek..................................................................................... 435
Lantana montevidensis (Spreng.) Griq........................................................ 430
Lantana salvisefolia Jacq. .................................................................................. 433
Lantana tiliaefolia Cham................................................................................... 430
Lantana trifolia L.................................................................................................. 435
Lantana trifolia L. var. rigidiuscula Briq..................................................... 435
Lappa minor Hill......................................................................................................64
Laurocerasus myrtifolia N.L. Britt. ................................................................ 380
Leonotis kweensis N.E. Br. ................................................................................. 289
Leonotis nepetifolia (L.) R.Br............................................................................ 289
Leonurus manshuricus Yabe............................................................................. 291
Leonurus sibiricus L............................................................................................. 291
Leonurus sibiricus var. grandiflora Benth. ................................................. 291
Leptilon canadense (L.) Britt. .......................................................................... 101
Leptolobium punctatum Benth. ...................................................................... 266
Lessingianthus glabratus (Less.) H. Rob..................................................... 112
Lilium longiflorum Thunb................................................................................. 296
Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton & P. Wilson .................................... 436
Lippia geminata Kunth ...................................................................................... 436
Lippia geminata var. microphylla Griseb. ................................................... 436
Lippia urticoides Steud....................................................................................... 426
Lippia virgata Steud............................................................................................ 426
Lobelia exaltata Pohl........................................................................................... 193

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 475 27/06/2022 09:38:01


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
476

Lolium multiflorum.................................................................................................... 13
Lonchocarpus albiflorus Hassl. ....................................................................... 257
Lonchocarpus microphyllus Glaziou ............................................................. 257
Lonchocarpus mollis Benth. ............................................................................. 257

M
Macfadyena unguis-cati (L.) A.H. Gentry. ................................................... 167
Machaerium aculeatum Raddi........................................................................ 260
Machaerium armatum Vog............................................................................... 260
Machaerium minutiflora Tull. ......................................................................... 265
Machaerium paniculatum Allen. .................................................................... 265
Machaerium dolongifolium Vogel .................................................................. 262
Machaerium scleroxylon Tull........................................................................... 263
Machaerium sericiflorum Vog.......................................................................... 260
Machaerium stipitatum Vogel ......................................................................... 265
Maclura tinctoria (L.) D. Don ex G. Don ...................................................... 324
Malva coromandeliana L. .................................................................................. 302
Malva rhombifolia (L.) Krause ........................................................................ 307
Malva tricuspidata R. Brown ex W.T. Ait..................................................... 302
Malvastrum carpinifolium (L.f.) Gray........................................................... 302
Malvastrum coromandelianum (L.) Garcke ............................................... 302
Malvastrum tricuspidatum (R. Brown ex W.T. Ait.) Gray ..................... 302
Mansoa difficilis (Cham.) Bureau & K. Schum. ......................................... 168
Mansoa laevis DC.................................................................................................. 168
Mariana mariana (L.) Hill................................................................................. 129
Maytenus aesvifolius Walp................................................................................ 198
Maytenus aquifolium Mart................................................................................ 198
Melampodium australe Loefl..............................................................................61
Melinis repens (Willd.) Zizka ........................................................................... 356
Melinis rosea Hack ............................................................................................... 356
Memora peregrina (Miers) Sandwith .......................................................... 175
Mesosphaerum suaveolens (L.) Kuntze........................................................ 288
Microstachys corniculata (Vahl) A.Juss. ex Griseb. ................................. 224

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 476 27/06/2022 09:38:01


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
477

Microstachys polymorpha Muell. Arg. .......................................................... 224


Mikania convolvulacea DC. ............................................................................... 113
Mikania cordifolia (L.f.) Willd. ........................................................................ 113
Mikania mollis Kunth.......................................................................................... 113
Mimosa debilis Humb. & Bonpl. ex Willd.................................................... 274
Mimosa farnesiana L. .......................................................................................... 270
Mimosa fluminensis Vell..................................................................................... 272
Mimosa hispidula Kunth .................................................................................... 279
Mimosa invisa Mart. ex Colla ........................................................................... 275
Mimosa orthacantha Benth.............................................................................. 283
Mimosa paludosa Benth..................................................................................... 281
Mimosa pigra L...................................................................................................... 277
Mimosa pudica L. .................................................................................................. 279
Mimosa ramosissima Benth. ............................................................................ 282
Mimosa rhodostachya (Benth.) Benth. ........................................................ 275
Mimosa scorpioides Forsk................................................................................. 270
Mimosa setosa Benth. ......................................................................................... 281
Mimosa tetrandra Humb. & Bonpl. ex Willd. ............................................ 279
Mimosa unijuga Duchas. & Walp. .................................................................. 279
Molina articulata (Lam.) Less............................................................................70
Molina trimera Less. ..............................................................................................81
Momordica charantia L...................................................................................... 201
Momordica elegans Salisb................................................................................. 201
Momordica muricata Willd. ............................................................................. 201
Momordica senegalensis Lam.......................................................................... 201
Muellera campestris (Mart. ex Benth.) M.J. Silva & A.M.G. Azevedo... 257
Myriopus paniculatus (Cham.) Feuillet ....................................................... 177
Myrocarpus frondosus Fr. All............................................................................ 266
Myroxylon ciliatifolium (Clos) Kuntze ......................................................... 403

N
Nissolia aculeata DC............................................................................................ 260
Nissolia stipitata DC. ........................................................................................... 265

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 477 27/06/2022 09:38:01


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
478

O
Ocimum campechianum Mill............................................................................ 293
Ocimum gratissimum L. ..................................................................................... 294
Ocimum guineense Schum. & Thonn. ........................................................... 294
Ocimum micrantum Willd................................................................................. 293
Ocimum viride Willd............................................................................................ 294
Ooclinum villosum (Cass.) DC.......................................................................... 117
Orthopappus angustifolius (Sw.) Gleason................................................... 107
Osmia laevigata (Lam.) Schultz-Bip. ...............................................................90
Osmia tomentosa Schultz-Bip.............................................................................95

P
Palicourea crocea (Sw.) Roem. & Schult. .................................................... 390
Palicourea marcgravii Saint-Hil. .................................................................... 390
Palicourea noxia Mart. ....................................................................................... 390
Panicum arenarium Brot................................................................................... 358
Panicum geniculatum Lam. .............................................................................. 369
Panicum gouinii Fourn. ...................................................................................... 358
Panicum gracilis HBK. ........................................................................................ 369
Panicum imberbe Poir......................................................................................... 369
Panicum lanatum Rottb..................................................................................... 346
Panicum maximum .................................................................................................... 13
Panicum paniculatum (L.) Kuntze................................................................. 364
Panicum repens L.................................................................................................. 358
Panicum roseum Sendtn. ................................................................................... 356
Panicum saccharoides A. Rich. ........................................................................ 346
Parthenium histerophorus L............................................................................. 114
Parthenium lobatum Buckley.......................................................................... 114
Paspalum africanum Poir. ................................................................................. 359
Paspalum atropurpureum Steud.................................................................... 364
Paspalum ciliatum Lam...................................................................................... 359
Paspalum compressicaule Raddi .................................................................... 364

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 478 27/06/2022 09:38:01


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
479

Paspalum conjugatum Berg. ............................................................................ 359


Paspalum dilatatum var. parviflorum Doell............................................... 367
Paspalum distachyon Willd. ex Doell............................................................ 361
Paspalum griseum Hack..................................................................................... 367
Paspalum hemisphaericum Poir. .................................................................... 364
Paspalum larranagae Arech. ........................................................................... 367
Paspalum longissimum Hoechst. ex Steud. ................................................ 359
Paspalum multispica Steud. ............................................................................. 364
Paspalum notatum Flügge ................................................................................ 361
Paspalum notatum var. latiflorum Doell ..................................................... 361
Paspalum notatum var. saurae Parodi ......................................................... 361
Paspalum ovatum var. parviflorum Nees.................................................... 367
Paspalum paniculatum L................................................................................... 364
Paspalum polystachyum Salzm. ...................................................................... 364
Paspalum renggeri Steud. ................................................................................. 359
Paspalum saltense Arech................................................................................... 361
Paspalum saurae (Parodi) Parodi.................................................................. 361
Paspalum strictum Pers. .................................................................................... 364
Paspalum tenue Gaertn...................................................................................... 359
Paspalum urvillei Steud. .................................................................................... 367
Paspalum velutinum Trin. ex Nees ................................................................ 367
Paspalum virgatum var. parviflorum Doell................................................ 367
Patagonula americana L. .................................................................................. 179
Persicaria maculata (Raf.) A. Love................................................................ 374
Persicaria maculosa Gray.................................................................................. 374
Peschiera fuchsiaefolia (DC.) Miers..................................................................54
Phlomis nepetifolia L........................................................................................... 289
Piper aduncum L................................................................................................... 335
Piper bahiense C. DC............................................................................................ 335
Piper kuntzei C. DC............................................................................................... 335
Pisonia aculeata L. ............................................................................................... 331
Pisonia loranthoides HBK.................................................................................. 331
Pisonia tomentosa Vahl ex Heimerl .............................................................. 331
Pisonia villosa Poir. .............................................................................................. 331

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 479 27/06/2022 09:38:01


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
480

Pluchea quitoc DC................................................................................................. 116


Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera ................................................................. 116
Pluchea suaveolens (Vell.) Kuntze ................................................................. 116
Polygonum maculatum Raf............................................................................... 374
Pombalia communis (A.St.-Hil.) Paula-Souza............................................ 442
Poncirus trifoliatus (L.) Raf. ............................................................................. 398
Praxelis clematidea (Hieron. ex Kuntze) R.M.King & H.Rob............... 118
Praxelis diffusa (Rich.) Pruski ......................................................................... 117
Praxelis villosa Cass............................................................................................. 117
Prunus myrtifolia (L.) Urban............................................................................ 380
Prunus samyroides Griseb................................................................................. 380
Prunus sphaerocarpa Sw. .................................................................................. 380
Psidium guajava L. ............................................................................................... 326
Psidium guayava Raddi...................................................................................... 326
Psidium pyriferum L. ........................................................................................... 326
Psychotria fractistipula L.B.Sm., R.M.Klein & Delprete......................... 392
Pteridium aquilinum (L.) Kuhn....................................................................... 209
Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon................................................... 209
Pteris aquilina L. ................................................................................................... 209
Pterocaulon alopecuroides (Lam.) DC.......................................................... 123
Pterocaulon angustifolium DC......................................................................... 119
Pterocaulon lanatum Kuntze........................................................................... 120
Pterocaulon pycnostachyum (Michx.) Ell.................................................... 123
Pterocaulon undulatum (Walt.) C. Mohr..................................................... 123
Pterocaulon virgatum (L.) DC.......................................................................... 123
Pterogyne nitens Tull. ......................................................................................... 232
Pyrostegia ignea (Vell.) Presl........................................................................... 232
Pyrostegia venusta (Ker-Gawl.) Miers ......................................................... 170

R
Randia nitida (Kunth) DC. ................................................................................ 394
Rapuntium exaltatum Presl.............................................................................. 193
Reichardia decapetala Roth ............................................................................. 231

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 480 27/06/2022 09:38:01


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
481

Rhamnus iguanaeus Jacq................................................................................... 196


Rhynchelytrum repens (Willd.) C.E. Hubb. ................................................. 356
Rhynchelytrum roseum (Nees) Hitchc. ........................................................ 356
Ricinus communis L. ............................................................................................ 226
Rollinia silvatica (Saint-Hil.) Mart....................................................................42
Rubus bogotensis HBK. var. brasiliensis (Mart.) Kuntze ....................... 382
Rubus brasiliensis Mart. ..................................................................................... 382
Rubus brasiliensis var. organensis (Gardn.) Hook. .................................. 382
Rubus floribundus HBK. ..................................................................................... 384
Rubus hasslerii Chodat ....................................................................................... 386
Rubus jamaicensis Blanco ................................................................................. 384
Rubus occidentalis Vell. ...................................................................................... 382
Rubus organensis Gardn. ................................................................................... 382
Rubus paniculatus Clarke.................................................................................. 384
Rubus pinnatus Willd.......................................................................................... 384
Rubus rosifolius J.E. Smith................................................................................. 384
Rubus trichomallus Schlecht............................................................................ 386
Rubus urticifolius Poir......................................................................................... 386
Rubus urticifolius var. hasslerii (Chodat) Focke....................................... 386
Rumex crispus L..................................................................................................... 375
Rumex megallanicus Campd. ........................................................................... 375
Rumex obtusifolius L............................................................................................ 376
Rumex obtusifolius subsp. agrestis (R.E. Fries) Danser........................ 376
Rumex obtusifolius var. agrestis R.E. Fries.................................................. 376
Rumex patientia Gay............................................................................................ 375
Ruprechtia laxiflora Meissn. ............................................................................ 378
Ruprechtia polystachya Griseb........................................................................ 378

S
Saccharum bicorne (L.) Griseb........................................................................ 337
Saccharum repens Willd. ................................................................................... 356
Saccharum sape Saint-Hil. ................................................................................ 354
Schinus aroeira Vell. ...............................................................................................40

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 481 27/06/2022 09:38:01


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
482

Schinus fagara L.................................................................................................... 398


Schinus mucronulata Mart...................................................................................40
Schinus rhoifolius Mart..........................................................................................40
Schinus terebinthifolius Raddi............................................................................40
Schinus terebinthifolius Raddi var. aroeira (Vell.) March........................40
Schrankia brachycarpa Benth......................................................................... 275
Scirpus diphyllus Retz. ........................................................................................ 204
Scleria communis Kunth .................................................................................... 207
Scleria gaertneri Raddi ...................................................................................... 207
Scleria ottonis Boeckl.......................................................................................... 207
Scleria pittieri Boeckl. ........................................................................................ 207
Scleria pratensis Nees......................................................................................... 207
Scleria pterota Presl. ex Clarke...................................................................................207
Sebastiania klotzschiana (Müll. Arg.) Müll. Arg....................................... 228
Sebastiania corniculata (Vahl) Muell. Arg. ................................................ 224
Sebastiania corniculata (Vahl) Pax. .............................................................. 224
Sebastiania klotzschiana Muell. Arg............................................................. 228
Seguieria langsdorffii Moq................................................................................ 333
Senecio brasiliensis (Spreng.) Less................................................................ 125
Senecio cannabinaefolius Hook. & Corn...................................................... 125
Senegalia bonariensis (Gillies ex Hook. & Arn.) Seigler & Ebinger..... 267
Senegalia lowei (L. Rico) Seigler & Ebinger .............................................. 272
Senna hirsuta (L.) Irwin & Barneby.............................................................. 234
Senna hirsuta var. leptocarpa (Benth.) H.S. Irwin & Barneby............ 235
Senna obtusifolia (L.) Irwin & Barneby....................................................... 236
Senna occidentalis (L.) Link ............................................................................. 238
Senna toroides Roxb. ........................................................................................... 236
Serjania sp............................................................................................................... 407
Sessea rugosa Rusby............................................................................................ 416
Setaria flava (Nees) Kunth ............................................................................... 369
Setaria geniculata (Lam.) P. Beauv................................................................ 369
Setaria imberbis (Poir.) Roem. & Schult...................................................... 369
Setaria parviflora (Poir.) Kerguélen ............................................................. 369
Setaria sulcata Raddi.......................................................................................... 370

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 482 27/06/2022 09:38:01


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
483

Sida acuta Burm. f................................................................................................ 303


Sida acuta var. carpinifolia (L.f.) K. Schum. ............................................... 303
Sida adusta Marais............................................................................................... 307
Sida alba Cav........................................................................................................... 307
Sida capillaris Cav................................................................................................. 317
Sida carpinifolia L.f.............................................................................................. 303
Sida cerradoensis Krap....................................................................................... 311
Sida cordifolia L..................................................................................................... 305
Sida floribunda Kunth......................................................................................... 317
Sida glaziovii K. Schum. ..................................................................................... 311
Sida herbacea Diss. .............................................................................................. 305
Sida linifolia Cav.................................................................................................... 311
Sida lonchites Saint-Hil. ..................................................................................... 312
Sida micrantha Saint-Hil. .................................................................................. 315
Sida paniculata L. ................................................................................................. 317
Sida potentilloides Saint-Hil............................................................................. 312
Sida retusa L. .......................................................................................................... 307
Sida rhombifolia L. ............................................................................................... 307
Sida rotundifolia Lam. ........................................................................................ 305
Sida santaremensis H. Monteiro..................................................................... 310
Sida sp. 1 .................................................................................................................. 313
Sida sp. 2 .................................................................................................................. 313
Sida spinosa L......................................................................................................... 312
Sida tomentosa Vell.............................................................................................. 305
Sida urens L............................................................................................................. 312
Sida velutina Willd. ex Spreng......................................................................... 305
Sida viarum Saint-Hil.......................................................................................... 313
Sidastrum micranthum (Saint-Hil.) Fryxell ............................................... 315
Sidastrum paniculatum (L.) Fryxell .............................................................. 317
Silphium trilobatum L......................................................................................... 134
Silybum marianum (L.) Gaertn. ...................................................................... 129
Smilax campestris Griseb. ................................................................................. 410
Smilax marginulata Mart. ex Griseb............................................................. 410
Smilax montana Griseb...................................................................................... 410

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 483 27/06/2022 09:38:01


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
484

Smilax rubiginosa Griseb. ................................................................................. 410


Smilax scalaris Griseb......................................................................................... 410
Solanum alatum (Seem) Schmidt.................................................................. 429
Solanum asperolanatum Ruiz et Pav. ........................................................... 419
Solanum asperum Pers....................................................................................... 419
Solanum atropurpureum Schrank ................................................................. 421
Solanum balbisii Dunal ...................................................................................... 430
Solanum consisum Dunal................................................................................... 430
Solanum fastigiatum Willd............................................................................... 423
Solanum guaraniticum Saint-Hil.................................................................... 423
Solanum jubeba Vell. ........................................................................................... 427
Solanum lanatum Dunal.................................................................................... 419
Solanum manoelli Moricand ............................................................................ 427
Solanum palinacanthum Dunal ...................................................................... 425
Solanum paniculatum L. .................................................................................... 427
Solanum platanifolium sensu Sendtn. ......................................................... 425
Solanum ramulosum Sendtn............................................................................ 428
Solanum robustum Wendl................................................................................. 429
Solanum sisymbriifolium Lam. ........................................................................ 430
Solanum viarum Dunal....................................................................................... 432
Solidago chilensis Meyen................................................................................... 131
Solidago linearifolia DC. .................................................................................... 131
Solidago linearifolia var. brachypoda Speg. ............................................... 131
Solidago microglossa DC.................................................................................... 131
Soliva alata (Spreng.) Juss................................................................................ 132
Soliva daucifolia Nutt.......................................................................................... 132
Soliva pterosperma (Juss.) Less...................................................................... 132
Soliva sessilis Ruiz et Pav. .................................................................................. 132
Sorghum bicorne (L.) Kunth............................................................................. 337
Spermacoce latifolia Aubl. ................................................................................ 388
Spermacoce longifolia Aubl.............................................................................. 388
Sphagneticola trilobata (L.) Pruski............................................................... 134
Sporobolus indicus (L.) R. Brown................................................................... 371
Sporobolus indicus (L.) R. Brown var. exilis (Trin.) Koyama............... 372

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 484 27/06/2022 09:38:02


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
485

Stachytarpheta australis Mold........................................................................ 438


Stachytarpheta cayennensis (L.C. Rich.) Vahl............................................ 438
Stachytarpheta dichotoma (Ruiz et Pav.) Vahl ......................................... 438
Stachytarpheta polyura Schauer.................................................................... 438
Stenolobium stans (L.) Seem............................................................................ 172
Stillingia commersoniana Baillon.................................................................. 228
Symphyotrichum subulatum var. squamatum (Spreng.) S.D.Sundb...135
Synedrella nodiflora (L.) Gaertn..................................................................... 137
Synedrellopsis grisebachii Hieron. et Kuntze ............................................ 139

T
Tabernaemontana catharinensis A. DC. .........................................................54
Tagetes bonariensis Pers. .................................................................................. 142
Tagetes glandulifera Schrank .......................................................................... 142
Tagetes glandulosa Schrank ex Link............................................................. 142
Tagetes minuta L................................................................................................... 142
Tagetes porophyllum Vell. ................................................................................. 142
Tecoma stans (L.) Juss. ex Kunth.................................................................... 172
Tournefortia brachiata DC................................................................................ 177
Tournefortia maculata Jacq.............................................................................. 177
Tragia corniculata Vahl ..................................................................................... 224
Trichacne insularis (L.) Nees ........................................................................... 346
Tricholaena insularis Griseb. ........................................................................... 346
Tricholaena repens (Willd.) Hitchc. .............................................................. 356
Tricholaena rosea Nees...................................................................................... 356
Tridax procumbens L........................................................................................... 159
Trigonia nivea Camb. .......................................................................................... 420
Triumfetta bartramia L...................................................................................... 318
Triumfetta excisa Urban .................................................................................... 318
Triumfetta rhomboidea Jacq. ........................................................................... 318
Triumfetta semitriloba Jacq. ............................................................................ 320
Triunfetta rhomboidea.......................................................................................... 320
Tussilago sarmentosa Pers. .................................................................................88

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 485 27/06/2022 09:38:02


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
486

Typha angustifolia L............................................................................................... 422


Typha domingensis Pers. ................................................................................... 422
Typha foveolata Pobed....................................................................................... 422
Typha pontica Kolk. F. & A. Krasnova........................................................... 422

U
Urera armigera Miq............................................................................................. 424
Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd........................................................ 424
Urera denticulata Miq. ....................................................................................... 424
Urtica armigera Presl. ........................................................................................ 424
Urtica baccifera L. ................................................................................................ 424

V
Vachellia farnesiana (L.) Wight & Arn............................................... 270, 271
Varronia corymbosa Desv.................................................................................. 182
Varronia monosperma Jacq. ............................................................................. 182
Varronia polycephala Lam................................................................................ 182
Vassobia breviflora (Sendtn.) Hunz. ............................................................. 434
Verbena bonariensis var. conglomerata Briq............................................. 440
Verbena brasiliensis Vell. ................................................................................... 440
Verbena cayennensis L.C. Rich......................................................................... 438
Verbena jamaicensis (L.) Vahl.......................................................................... 438
Verbena jamaicensis Vell.................................................................................... 438
Verbena litoralis Kunth ...................................................................................... 440
Verbena virgata Ruiz et Pav.............................................................................. 426
Verbesina nodiflora L. ......................................................................................... 137
Vernonanthura oligactoides (Less.) H. Rob. .............................................. 143
Vernonanthura polyanthes (Spreng.) Vega & Dematt. .......................... 145
Vernonanthura tweedieana (Baker) H. Rob. ............................................. 148
Vernonanthura westiniana (Less.) H. Rob.................................................. 149
Vernonia cognata Less. .........................................................................................97
Vernonia corcovadensis Gardn. ....................................................................... 145

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 486 27/06/2022 09:38:02


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
487

Vernonia ensifolia Mart...................................................................................... 112


Vernonia glabrata Less. ..................................................................................... 112
Vernonia hebeclada DC....................................................................................... 149
Vernonia microdonta Schultz-Bip.................................................................. 112
Vernonia oligactoides Less................................................................................ 143
Vernonia patens Less. ......................................................................................... 145
Vernonia polyanthes Less.................................................................................. 145
Vernonia propinqua Hieron.................................................................................97
Vernonia psittacorum DC. ................................................................................. 145
Vernonia tweedieana Baker ............................................................................. 148

W
Waltheria indica L................................................................................................ 321
Wedelia brasiliensis Blake................................................................................. 134
Wedelia paludosa DC........................................................................................... 134
Wedelia trilobata (L.) Hitchc. .......................................................................... 134
Wissadula hernandioides (L’Hér.) Garcke................................................... 322

X
Xanthium cavanillesii Schouw. ........................................................................ 152
Xanthium natalense Widder ............................................................................ 152
Xanthium orientale L........................................................................................... 152
Xanthium pungens Wallr.................................................................................... 152
Xanthium spinosum L.......................................................................................... 153
Xanthium strumarium L..................................................................................... 152
Xylosma ciliatifolia (Clos) Eichler.................................................................. 403

Z
Zanthoxylum fagara (L.) Sarg.......................................................................... 398
Zanthoxylum hyemale Saint-Hil...................................................................... 398

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 487 27/06/2022 09:38:02


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
488

Í ndice de N omes
C omu ns
A
Abacaxi ............................................................... 186, 187
Abacaxi-do-mato ............................................ 186
Abacaxi-silvestre ............................................ 30, 186
Abecedária ........................................................ 59
Acácia-de-espinho ......................................... 272
Açucará............................................................... 104, 403
Adeus-brasil ..................................................... 356
Agarra-comadre.............................................. 231
Agave ................................................................... 25, 59
Agrião-do-pasto.............................................. 139
Agriãozinho ...................................................... 18, 19, 139, 140, 362
Agriãozinho-das-pastagens....................... 139
Agulheiro ........................................................... 333, 403
Alecrim ............................................................... 72
Alecrim-de-vassoura .................................... 74
Alecrim-do-campo......................................... 16, 20, 74, 436
Alecrim-selvagem .......................................... 436
Alfavaca .............................................................. 293, 294
Alfavaca-cravo ................................................. 294
Alfavaca-de-moita.......................................... 294
Alfavaca-do-mato ........................................... 293
Alfavacão............................................................ 23, 294
Alma-da-serra.................................................. 380
Almeirão-do-campo ...................................... 29, 158
Amarelinho ....................................................... 16, 19, 172, 173, 174, 324
Ambrósia ........................................................... 27, 36, 62

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 488 27/06/2022 09:38:02


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
489

Amendoim......................................................... 24, 232, 233


Amendoim-bravo ........................................... 232
Amendoinzinho .............................................. 27, 245
Amio-maior ...................................................... 29, 44, 45
Amora-branca.................................................. 324, 382
Amora-preta..................................................... 386
Amoreira-branca............................................ 26, 382
Amoreira-da-silva .......................................... 386
Amoreira-de-espinho................................... 23, 324
Amoreira-do-brasil........................................ 382
Amoreira-do-mato......................................... 382
Amoreira-preta ............................................... 25, 386, 387
Amoreira-silvestre......................................... 386
Amoreira-verde .............................................. 382
Amoreira-vermelha....................................... 384
Ananás ................................................................ 186, 187, 188
Ananás-selvagem ........................................... 25, 186, 187
Angiquinho ....................................................... 21, 243
Anil ....................................................................... 253, 254
Anileira ............................................................... 251, 253, 254
Anileira-de-vagem-reta ............................... 17, 19, 254, 255
Anileira-de-vagem-torta ............................. 22, 253
Anileira-do-pasto ........................................... 251
Anileira-rasteira ............................................. 21, 251, 252
Anileira-verdadeira....................................... 251, 253
Aperta-ruão ...................................................... 335
Araçá.................................................................... 326
Araçá-guaçu...................................................... 326
Araçá-guaiaba.................................................. 326
Araçá-uaçu ........................................................ 326
Araçazeiro-laranja ......................................... 326
Arranhadeira.................................................... 281
Araticum ............................................................ 22, 42
Araticum-do-mato ......................................... 42

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 489 27/06/2022 09:38:02


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
490

Araticum-do-morro....................................... 42
Araticum-grande ............................................ 42
Arnica-do-brasil.............................................. 131
Arnica-do-campo ........................................... 131
Arnica-silvestre............................................... 131
Aroeira-de-sabiá............................................. 40
Aroeira-do-brejo............................................. 40
Aroeira-do-campo.......................................... 40
Aroeira-preta ................................................... 40
Aroeira-vermelha........................................... 40, 41
Aroeirinha ......................................................... 40
Aromita............................................................... 270
Arranha-gato.................................................... 16, 19, 267, 272, 281
Arranha-gato-avermelhado....................... 22, 272
Arrebenta-boi .................................................. 425
Arrebenta-cavalo............................................ 193, 425, 430, 432
Arrebentão........................................................ 16, 19, 77, 78
Arre-diabo......................................................... 241
Arroz-do-diabo................................................ 244
Arruda-amarela .............................................. 398
Arruda-brava ................................................... 398
Artemísia-brava.............................................. 62
Árvore-de-alho................................................ 333
Assa-peixe ......................................................... 18, 19, 112, 126, 145, 149
Assa-peixe-branco ......................................... 77, 145
Assa-peixe-de-laguna................................... 21, 148
Assa-peixe-fedido .......................................... 110
Assa-peixe-fino ............................................... 77
Assa-peixe-roxo .............................................. 20, 97, 112, 149, 150
Assa-peixe-roxo-menor............................... 26, 112
Avencão .............................................................. 209
Azeda-crespa.................................................... 375

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 490 27/06/2022 09:38:02


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
491

B
Babosa-brava ................................................... 59
Baga-de-chumbo ............................................ 405
Baga-de-jacu..................................................... 435
Baga-de-tucano............................................... 300, 427
Balão.................................................................... 405
Balãozinho ........................................................ 27, 405, 406
Balieira ............................................................... 182, 183
Bálsamo.............................................................. 232, 266
Bamburral ......................................................... 288
Banana-do-mato............................................. 188, 190
Bandeira-branca............................................. 442
Barba-de-bode ................................................ 340, 342, 343
Barbasco ............................................................ 119, 120, 123, 408
Barbatana.......................................................... 137
Bardana .............................................................. 152
Bardana-maior ................................................ 152
Batata-de-teiú.................................................. 167
Batatais............................................................... 361
Batuquinha ....................................................... 405
Benzinho............................................................ 344
Berneira ............................................................. 125, 127
Betônica ............................................................. 288
Bisnaguinha-do-campo ............................... 44
Borragem-crista-de-galo............................. 26, 176
Borragem-rabo-de-macaco........................ 176
Bosta-de-baiano ............................................. 344
Botão-azul ......................................................... 24, 177, 118, 119
Botão-azul-lustroso....................................... 28, 118
Botão-de-ouro ................................................. 137
Bougainvilea..................................................... 330
Branqueja..................................................................15, 22, 119, 120, 121, 123, 124
Branqueja-do-campo.................................... 119

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 491 27/06/2022 09:38:02


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
492

Branqueja-fina................................................. 15, 23, 119


Branqueja-lanuda .......................................... 15, 20, 120, 121
Branquilho ........................................................ 23, 228
Branquinho....................................................... 228
Branquio ............................................................ 228
Bredo-de-espinho .......................................... 35
Bromélia............................................................. 21, 23, 186, 188, 190
Bromélia-de-cerca ......................................... 190
Buva ..................................................................... 23, 101, 102, 103, 104
Buva-de-buenos-aires.................................. 28, 103
Buva-do-canadá.............................................. 101
Buva-do-chile................................................... 28, 104

C
Cabreúva ............................................................ 26, 266, 267
Cabreúva-amarela.......................................... 266
Cabreúva-parda .............................................. 266
Cabriúna............................................................. 266
Cacaia .................................................................. 81
Cacalia................................................................. 97, 113
Café-bravo ......................................................... 390, 392, 412
Café-do-mato ................................................... 426
Cafeeiro-do-mato ........................................... 401
Cafezinho ........................................................... 16, 20, 390, 391, 392
Cafezinho-de-flor-branca ........................... 22, 392
Calção-de-velho .............................................. 24, 123, 408
Calça-de-velha ................................................. 408
Camará................................................................ 426, 430, 435
Cambará.................................................................25, 33, 68, 77, 90, 91, 92, 95,
104, 117, 145, 430, 431, 432, 433, 434, 435
Cambará-açu .................................................... 145
Cambará-branco............................................. 28, 145, 432, 433
Cambará-de-cipó............................................ 68

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 492 27/06/2022 09:38:02


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
493

Cambará-de-duas-cores.............................. 430
Cambará-de-espinho .................................... 104, 430
Cambará-de-três-folhas .............................. 26, 435
Cambará-falso.................................................. 18, 20, 90
Cambará-guaçu ............................................... 145
Cambará-róseo................................................ 433
Cambará-roxo .................................................. 25, 95, 433, 434
Cambará-verdadeiro..................................... 430
Cambará-vermelho........................................ 430
Cambarazinho ................................................. 90, 97, 112, 143, 432
Cambarazinho-do-campo........................... 30, 143
Cambarazinho-roxo....................................... 28, 97
Cambroé............................................................. 401
Cancorosa.......................................................... 198
Candelabro........................................................ 59
Canela-de-perdiz............................................ 15, 20, 219
Cangiqueira....................................................... 25, 300
Cansanção ......................................................... 28, 214, 424
Cansanção-de-leite........................................ 214
Canudeiro .......................................................... 193
Caovi .................................................................... 142
Capa-cachorro ................................................. 207
Capiçoba............................................................. 28, 156
Capim-açu ......................................................... 346
Capim-agreste ................................................. 354
Capim-amargoso ............................................ 18, 19, 346, 347, 364
Capim-amoroso .............................................. 344
Capim-annoni .................................................. 18, 19, 351, 352
Capim-annoni-dois........................................ 351
Capim-bancarrota.......................................... 356
Capim-bandeira .............................................. 356
Capim-barba-de-bode.................................. 18, 20, 342, 343
Capim-batatais ................................................ 361
Capim-campos-novos................................... 27, 343

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 493 27/06/2022 09:38:02


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
494

Capim-capeta................................................... 18, 19, 371


Capim-carrapato............................................. 371
Capim-carrapicho .......................................... 21, 344, 345
Capim-cauda-de-zorro................................. 340
Capim-chorão .................................................. 351
Capim-colchão................................................. 340
Capim-colônia.................................................. 367
Capim-cortesia ................................................ 371
Capim-criador ................................................. 349
Capim-da-cidade ............................................ 349
Capim-da-roça................................................. 367
Capim-das-colônias....................................... 367
Capim-das-estradas ...................................... 23, 367
Capim-de-bezerro.......................................... 337, 354
Capim-de-burro .............................................. 364, 371
Capim-de-cheiro............................................. 203
Capim-de-esteira............................................ 422
Capim-de-guiné .............................................. 364
Capim-de-lebre ............................................... 356
Capim-de-mula................................................ 367
Capim-de-pomar ............................................ 349
Capim-de-tenerife.......................................... 356
Capim-estrepe ................................................. 354
Capim-favorito ................................................ 22, 356
Capim-flexa....................................................... 346
Capim-forquilha.............................................. 359
Capim-gafanhoto............................................ 356
Capim-gordo .................................................... 359
Capim-lucas ...................................................... 371
Capim-marreca ............................................... 23, 359
Capim-massapê............................................... 354
Capim-membeca............................................. 17, 19, 340
Capim-milhã..................................................... 364
Capim-mimoso................................................ 356

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 494 27/06/2022 09:38:02


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
495

Capim-moirão.................................................. 371, 372


Capim-molambo............................................. 356
Capim-mourão ................................................ 30, 371
Capim-natal ...................................................... 356
Capim-navalha................................................. 21, 207, 208
Capim-palmeirinha ....................................... 26, 370
Capim-pasto ..................................................... 361
Capim-peba....................................................... 337
Capim-pé-de-galinha .................................... 28, 349, 350
Capim-penacho ............................................... 343
Capim-pororó .................................................. 346
Capim-rabo-de-burro................................... 17, 19, 337
Capim-rabo-de-cachorro ............................ 369
Capim-rabo-de-galo ...................................... 343
Capim-rabo-de-gato...................................... 369
Capim-rabo-de-quati .................................... 369
Capim-rabo-de-raposa................................. 24, 369
Capim-rosado .................................................. 356
Capim-roseta.................................................... 344
Capim-sapé ....................................................... 18, 20, 354, 355
Capim-tê............................................................. 359
Capim-teff.......................................................... 351
Capim-timbete................................................. 344
Capim-torpedo ................................................ 27, 358, 359
Capim-touceirinha......................................... 371
Capim-vassoura .............................................. 337, 364
Caraguatá........................................................... 23, 46, 47, 49, 188, 190, 191
Caraguatá-branco........................................... 49
Caraguatá-de-cerca ....................................... 21, 190, 191
Caraguatá-do-banhado................................ 18,20, 49
Caraguatá-folha-de-pândano .................... 49
Caraguatá-hórrido......................................... 18, 19, 46, 47
Cara-sardenta .................................................. 24, 33
Cardamomo-do-mato................................... 444

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 495 27/06/2022 09:38:02


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
496

Cardo ................................................................... 28, 64,83, 84, 85, 86, 98, 100,


129, 130
Cardo-amarelo................................................. 29, 86
Cardo-branco ................................................... 129
Cardo-chileno .................................................. 28, 83, 84
Cardo-de-costela ............................................ 98
Cardo-de-maria............................................... 129
Cardo-de-nossa-senhora............................. 129
Cardo-manso.................................................... 64
Cardo-mariano ................................................ 29, 129, 130
Cardo-negro...................................................... 23, 83, 98, 100
Cardo-platense................................................ 83
Cardo-santo ...................................................... 129
Caroba-amarela .............................................. 172
Carque................................................................. 81
Carqueija............................................................ 81
Carqueja ............................................................. 16, 19, 70, 81, 82
Carqueja-amarga............................................ 81
Carqueja-amargosa ....................................... 81
Carqueja-do-mato.......................................... 81
Carqueja-do-morro ....................................... 70
Carqueja-miúda .............................................. 70
Carqueja-verdadeira..................................... 81
Carquejinha ...................................................... 21, 70, 81
Carrapateira ..................................................... 226
Carrapichão ...................................................... 26, 64, 152, 153, 318
Carrapicheiro................................................... 318
Carrapichinho.................................................. 61
Carrapicho......................................................... 61, 64, 152, 153, 318,
319, 344, 345
Carrapicho-da-praia...................................... 344
Carrapicho-de-carneiro............................... 61, 152
Carrapicho-de-carneiro-grande............... 152
Carrapicho-de-cavalo ................................... 152

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 496 27/06/2022 09:38:02


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
497

Carrapicho-de-espinho................................ 30, 153


Carrapicho-do-campo .................................. 61
Carrapicho-grande ........................................ 64, 152
Carrapicho-miúdo.......................................... 318
Carrapicho-rasteiro....................................... 24, 61
Carrapicho-redondo ..................................... 15, 20, 318, 319
Caruru-amargoso........................................... 28, 157
Caruru-bravo.................................................... 35
Caruru-de-espinho ........................................ 35
Caruru-de-porco............................................. 35
Caruru-de-veado ............................................ 177
Caruru-de-veado-trepador ........................ 177
Carvalhinho ...................................................... 401
Casadinha .......................................................... 23, 95
Cascaveleira...................................................... 248
Casco-de-boi..................................................... 241
Casco-de-cavalo .............................................. 199
Cataia................................................................... 374
Cateretê .............................................................. 25, 262, 263
Catirina............................................................... 287, 288
Catium................................................................. 125
Caviúna............................................................... 263, 264
Caviúna-vermelha.......................................... 25, 263, 264
Ceboleiro-do-mato ........................................ 330
Cega-olho........................................................... 51
Cezarina ............................................................. 408
Chá-de-bugre ................................................... 401
Chá-de-frade..................................................... 291
Cheirosa ............................................................. 23, 287, 288, 416
Cheirosa-de-espiga........................................ 27, 287
Cheque-cheque ............................................... 405
Chevreulia ......................................................... 25, 30, 88, 89, 90
Chicha.................................................................. 95
Chifre-de-carneiro ......................................... 61

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 497 27/06/2022 09:38:02


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
498

Chifre-de-veado .............................................. 61
Chimarrita......................................................... 145, 148, 149
Chinchilho ......................................................... 142
Chirca .................................................................. 117
Chocalho ............................................................ 246
Chumbinho ....................................................... 405, 430
Cicuta-negra ..................................................... 44
Cidreira-brava.................................................. 436
Cidreirinha........................................................ 432
Cidró .................................................................... 426
Ciganinha........................................................... 30, 175
Cipó-alho............................................................ 168
Cipó-cabeludo.................................................. 113
Cipó-cambira.................................................... 16, 168
Cipó-catinga...................................................... 113
Cipó-cruz ........................................................... 24, 407
Cipó-d’água....................................................... 16, 20, 163
Cipó-de-corda .................................................. 16, 21, 168, 169
Cipó-de-fogo..................................................... 170
Cipó-de-lagarto ............................................... 170
Cipó-de-orelha................................................. 24, 165
Cipó-de-paina .................................................. 420
Cipó-de-são-joão ............................................ 25, 170
Cipó-de-sino ..................................................... 168
Cipó-de-vaqueiro ........................................... 30, 162
Cipó-mole .......................................................... 331
Cipó-prata ......................................................... 22, 420
Cipó-unha-de-gato......................................... 167
Coco-de-espinho............................................. 57
Coentrinho ........................................................ 398
Coentro-do-mato............................................ 114
Coerana .............................................................. 22, 412, 414, 415, 416
Coerana-amarela............................................ 30, 413
Coerana-branca............................................... 22, 412, 413, 416

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 498 27/06/2022 09:38:02


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
499

Coerana-café-bravo....................................... 412
Coerana-da-flor-verde ................................. 22, 416
Coerana-pilosa ................................................ 26, 418
Confete................................................................ 33
Copo-de-leite.................................................... 296
Coração-de-bugre .......................................... 40, 380
Coração-de-jesus............................................ 113
Corango-açu ..................................................... 26, 38
Corda-de-viola-rasteira ............................... 199
Cordão-de-frade ............................................. 27, 289, 290
Cordão-de-frade-verdadeiro ..................... 289
Cordão-de-são-francisco............................. 289
Corindiba........................................................... 289
Corona-cristi .................................................... 270
Corredeira ......................................................... 23, 137
Corriola............................................................... 199
Cravo-da-roça .................................................. 62
Cravo-de-defunto ........................................... 27, 142, 143
Cravo-do-mato ................................................ 62, 142
Cravorana .......................................................... 27, 62, 63
Cricri.................................................................... 17, 19, 204, 205
Crotalária........................................................... 15, 20, 24, 29, 246, 249
Crotalária-de-folha-estreita....................... 24, 246
Crotalária-guirá .............................................. 29, 250
Crotalária-pálida ............................................ 29, 248
Crotalária-pilosa............................................. 15, 20, 250
Cuspe-de-caipira ............................................ 132
Cuspe-de-tropeiro ......................................... 132

D
Dama-da-noita ................................................ 412
Dama-da-noite................................................. 416
Diabinho............................................................. 86

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 499 27/06/2022 09:38:02


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
500

Dinheiro-em-penca ....................................... 199


Dominguinha ................................................... 412
Dorme-dorme.................................................. 279, 281
Dorme-maria ................................................... 275
Dormideira........................................................ 22, 274, 275, 276, 281
Dormideira-folha-larga ............................... 22, 274
Dormideira-maior.......................................... 17, 20, 277
Dormideira-sensitiva.................................... 25, 279

E
Embira ................................................................ 42
Embira-de-araticum ..................................... 42
Embira-de-sapo .............................................. 257, 258
Eríngio ................................................................ 46
Erva-balieira..................................................... 182
Erva-cidreira .................................................... 436
Erva-cidreira-brasileira............................... 27, 436
Erva-das-lavadeiras ...................................... 291
Erva-da-vida..................................................... 21, 297
Erva-da-vida-maior....................................... 30, 298
Erva-de-bicho .................................................. 21, 177, 374
Erva-de-cobra.................................................. 113
Erva-de-gado.................................................... 412
Erva-de-grilo.................................................... 433, 435
Erva-de-lagarto............................................... 388
Erva-de-lavadeira........................................... 201
Erva-de-mula ................................................... 27, 110, 111, 148
Erva-de-pai-caetano ..................................... 27, 440, 441
Erva-de-pontada............................................. 401
Erva-de-rato ..................................................... 53, 390
Erva-de-rato-branca ..................................... 392
Erva-de-rato-verdadeira............................. 390
Erva-de-santa-maria..................................... 27, 36

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 500 27/06/2022 09:38:02


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
501

Erva-de-são-caetano..................................... 201
Erva-de-são-joão ............................................ 155
Erva-de-são-miguel....................................... 95
Erva-de-sapo.................................................... 113
Erva-de-touro .................................................. 29, 159
Erva-do-santo-filho....................................... 291
Erva-fedorenta ................................................ 142
Erva-formigueira............................................ 90
Erva-grossa....................................................... 23, 107, 108, 109
Erva-lanceta ..................................................... 26, 131
Erva-leiteira...................................................... 51
Erva-lucera........................................................ 26, 116, 117
Erva-macaé....................................................... 291
Erva-mata-pulga............................................. 36
Erva-pelada ...................................................... 135
Erva-quente...................................................... 27, 388, 389
Escama-de-sapo.............................................. 158
Espadana ........................................................... 422
Esperto ............................................................... 412
Espiga-de-ouro................................................ 131
Espinheira-santa-maior .............................. 26, 198
Espinheiro......................................................... 270, 281
Espinho-agulha ............................................... 16, 19, 104
Espinho-amarelo............................................ 160
Espinho-bico-de-pato................................... 21, 260, 261
Espinho-de-agulha ........................................ 403
Espinho-de-cacho .......................................... 394, 132
Espinho-de-cachorro.................................... 132
Espinho-de-cerca ........................................... 25, 231
Espinho-de-cruz ............................................. 22, 394
Espinho-de-judeu .......................................... 24, 403, 104
Espinho-de-juvu ............................................. 333
Espinho-de-maricá........................................ 231
Espinho-de-porco .......................................... 24,434

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 501 27/06/2022 09:38:02


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
502

Espinho-de-roseta ......................................... 344


Esponja............................................................... 270, 271
Esponjinha ........................................................ 27, 270
Espora-de-galo ................................................ 24, 331, 332
Esporão-de-galo ............................................. 25, 196, 331, 434
Esquinomene ................................................... 243
Eupatório........................................................... 90, 92, 117
Eupatório-branco........................................... 66
Eupatório-maior............................................. 18, 19, 66

F
Face-sardenta .................................................. 33
Falsa-balieira.................................................... 25, 29,182, 183
Falsa-barba-de-bode..................................... 340
Falsa-cidreira ................................................... 435
Falsa-coerana................................................... 434
Falsa-erva-de-rato ......................................... 25, 51, 53
Falsa-guanxuma.............................................. 24, 224, 302, 315, 316, 321,
Falsa-jurubeba ................................................ 27, 429
Falsa-melissa.................................................... 436
Falso-alecrim-da-praia ................................ 204
Falso-cambará ................................................. 91, 117
Falso-cardo-negro.......................................... 83
Falso-cipó-prata.............................................. 420
Falso-guaco....................................................... 23, 113
Falso-mio-mio ................................................. 27, 135
Farinha-seca..................................................... 258, 378
Favorito .............................................................. 356
Fazendeiro ........................................................ 114
Fedegoso............................................................ 234, 235, 236, 238, 239
Fedegoso-branco............................................ 21, 236
Fedegoso-de-fruto-comprido ................... 25, 235
Fedegoso-liso................................................... 236

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 502 27/06/2022 09:38:02


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
503

Fedegoso-peludo............................................ 27, 234


Fedegoso-preto ............................................... 21, 235, 238, 239
Fedegoso-verdadeiro.................................... 238
Feijão-bravo-amarelo................................... 234
Feijão-cru........................................................... 16, 20, 258, 259
Feio....................................................................... 209
Feito ..................................................................... 209
Fel-da-terra....................................................... 440
Feto....................................................................... 209
Feto-águia.......................................................... 209
Flor-das-almas ................................................ 125
Flor-de-finados ............................................... 125
Flor-de-são-joão ............................................. 170
Framboesa......................................................... 384
Framboesa-silvestre ..................................... 384
Framboeseira-silvestre................................ 24, 384
Framboeseira-brasileira ............................. 384
Fruta-de-sabiá ................................................. 434, 40
Fruto-de-cobra ................................................ 201
Fumo-bravo ...................................................... 107, 108
Funcho-selvagem ........................................... 29, 45

G
Gervão................................................................. 219, 438
Gervão-azul....................................................... 27, 438
Gervão-branco................................................. 219
Gervão-de-folha-verônica........................... 438
Goiaba ................................................................. 326, 327
Goiaba-branca ................................................. 326
Goiaba-pera ...................................................... 326
Goiaba-vermelha............................................ 326
Goiabeira............................................................ 17, 19, 326
Goiabeira-branca............................................ 326

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 503 27/06/2022 09:38:02


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
504

Grama-azeda .................................................... 359


Grama-bahia..................................................... 361
Grama-batatais................................................ 361
Grama-castela.................................................. 358
Grama-comum................................................. 359, 361
Grama-cuiabana ............................................. 361
Grama-da-praia............................................... 358
Grama-de-coradouro.................................... 349
Grama-de-ponta ............................................. 358
Grama-de-são-sebastião ............................. 361
Grama-do-campo ........................................... 361
Grama-do-rio-grande ................................... 361
Grama-ferro...................................................... 361
Grama-forquilha ............................................. 359, 361
Grama-ligeira ................................................... 359
Grama-mato-grosso ...................................... 13, 17, 19, 34, 37, 38, 39, 41,
42, 43, 47, 52, 55, 57, 58, 60, 67, 78, 89, 91, 95, 96, 100, 105, 108, 112,
114, 117, 119, 121, 124, 126, 127, 135, 138, 140, 143, 144, 146, 150,
153, 163, 164, 166, 168, 171, 174, 177, 178, 183, 186, 191, 197, 200,
202, 204, 206, 213, 214, 220, 222, 228, 229, 232, 233, 234, 237, 240,
242, 247, 249, 253, 254, 257, 258, 259, 261, 263, 264, 268, 273, 275,
276, 280, 287, 289, 292, 297, 298, 301, 304, 306, 311, 316, 318, 319,
322, 323, 325 , 327, 328, 332, 334, 336, 338, 341, 344, 345, 347, 348,
355, 357, 361, 362, 363, 368, 379, 383, 387, 393, 394, 396, 397, 399,
402, 404, 407, 409, 411, 415, 418, 419, 420, 422, 424, 425, 426, 431,
434, 436, 439, 442, 444
Gramão .............................................................. 364
Grama-pensacola ........................................... 361
Grama-portuguesa......................................... 358
Grama-sapo ...................................................... 349
Grama-tiririca.................................................. 361
Grama-touceira ............................................... 18, 19, 364, 365
Grão-de-galo..................................................... 196
Gravatá................................................................ 46, 49, 186, 188, 190

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 504 27/06/2022 09:38:02


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
505

Gravatá-branco................................................ 49
Gravatá-do-campo ......................................... 49
Guabirobeira .................................................... 23, 328
Guaçatonga ....................................................... 24, 401
Guaçatunga ....................................................... 401
Guaco................................................................... 113
Guaiaba............................................................... 326
Guaiabeira ......................................................... 326
Guaiava ............................................................... 326
Guajuvira ........................................................... 25, 179
Guanxuma ......................................................... 15, 20, 224,302, 303, 304, 305,
307, 308, 309, 310, 311, 312, 313, 314, 315, 316, 317, 321
Guanxuma-branca ......................................... 305, 311, 314, 321
Guanxuma-clara.............................................. 29, 313
Guanxuma-coração........................................ 22, 305
Guanxuma-de-chifre ..................................... 29, 224
Guanxuma-de-santarém ............................. 20, 310
Guanxuma-do-cerrado................................. 29, 311
Guanxuma-dos-caminhos........................... 30, 313, 314
Guanxuma-espinhosa................................... 30, 312
uanxuma-fina................................................ 29, 311
Guanxuma-gigante......................................... 29, 313
Guanxuma-paulista ....................................... 20, 303
Guanxuma-preta............................................. 29, 312, 303
Guanxuma-rasteira........................................ 30, 312, 314
Guanxuma-rosa............................................... 29, 312
Guanxumona .................................................... 310
Guarã-guarã...................................................... 172
Guaxima ............................................................. 307, 310
Guaxuma ............................................................ 307
Guizo-de-cascavel .......................................... 248
Gurupiá............................................................... 196

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 505 27/06/2022 09:38:02


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
506

H
Heliotrópio........................................................ 176
Hortelã................................................................ 287, 288
Hortelã-brava................................................... 288

I
Índigo .................................................................. 251, 253, 254
Ipê-amarelo-de-jardim ................................ 172
Ipê-de-jardim................................................... 172
Ipê-mirim .......................................................... 172
Ipezinho ............................................................. 172
Ipezinho-americano...................................... 172

J
Jaborandi ........................................................... 335
Jaborandi-do-mato ........................................ 335
Jacarandá-bico-de-pato............................... 260
Jacarandá-branco........................................... 262
Jacarandá-caviúna ......................................... 263
Jacarandá-de-espinho .................................. 260
Jacarandá-roxo ................................................ 265
Jacareúba ........................................................... 427
Jameri.................................................................. 196
Japecanga........................................................... 24, 410, 411
Japicanga............................................................ 410
Japucanga .......................................................... 410
Jasmim ................................................................ 416, 443, 444
Jasmim-da-mata ............................................. 416
Jasmim-do-brejo............................................. 444
Jitirana ................................................................ 405
Joá ......................................................................... 22, 155, 160, 170, 196, 421,
425, 427, 430, 431, 432

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 506 27/06/2022 09:38:03


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
507

Joá-arrebenta-cavalo .................................... 425


Joá-bagudo........................................................ 21, 425
Joá-bravo............................................................ 430, 431, 432
Joá-das-queimadas........................................ 430
Joá-de-espinho-preto ................................... 26, 421
Joá-manso.......................................................... 427
Joá-mirim........................................................... 196
Joá-vermelho.................................................... 22, 430
Jopeba ................................................................. 427
Juá......................................................................... 425, 430, 432
Juá-bravo............................................................ 432
Jucupé ................................................................. 354
Junça .................................................................... 203
Junquinho.......................................................... 203
Jupeba ................................................................. 419
Juqueri ................................................................ 30, 282
Juquiri ................................................................. 275, 277
Juquiri-grande ................................................. 277
Juquiri-rasteiro ............................................... 275
Jurubeba............................................................. 25, 419, 420, 423, 427, 429
Jurubeba-branca............................................. 427
Jurubeba-do-sul.............................................. 21, 423
Jurubeba-grande ............................................ 30, 419, 420
Jurubeba-velame ............................................ 423
Jurubeba-verdadeira .................................... 427
Jurubebinha...................................................... 427
Juta-nacional .................................................... 30, 318, 320
Juvevê.................................................................. 398
Juvu ...................................................................... 330, 333

L
Labaça................................................................. 375, 376, 64
Labaça-crespa.................................................. 375
Labaça-selvagem ............................................ 375

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 507 27/06/2022 09:38:03


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
508

Lageana .............................................................. 74
Lágrima-de-moça........................................... 444
Lágrima-de-vênus.......................................... 444
Laguneira........................................................... 148
Lanceta ............................................................... 131
Landim................................................................ 422
Lantana................................................................................25, 26, 28, 430, 432, 433, 435, 436
Lavandeira ........................................................ 291
Lavantina ........................................................... 291
Lavra-mão ......................................................... 104
Leiteira................................................................ 433, 51, 54
Leiteiro ............................................................... 17, 19, 54
Licurana ............................................................. 221
Limão-bravo ..................................................... 333, 394, 398
Limão-cravo...................................................... 17, 21, 396, 398
Limão-de-cerca-viva ..................................... 398
Limão-de-espinho.......................................... 333
Limão-do-mato ............................................... 333, 394
Limão-rugoso................................................... 396
Limão-trifoliata............................................... 398
Limãozinho....................................................... 23, 333, 334
Limoeiro............................................................. 394, 396
Limoeiro-do-mato ......................................... 394
Língua-de-cachorro....................................... 29, 184
Língua-de-vaca................................................ 20, 375, 376, 107, 108
Língua-de-vaca-branca................................ 28, 107
Língua-de-vaca-crespa ................................ 28, 375
Lírio...................................................................... 296, 443, 444
Lírio-branco...................................................... 28, 296
Lírio-de-finados.............................................. 296
Lírio-do-brejo .................................................. 22, 444
Lírio-japonês.................................................... 296
Lírio-trombeta................................................. 296
Lixa....................................................................... 426

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 508 27/06/2022 09:38:03


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
509

Lixeira ................................................................. 21, 426, 427


Lobélia ................................................................ 21, 193, 194
Lobera................................................................. 110
Losna-branca ................................................... 27, 114, 115
Losna-brava...................................................... 62
Losna-do-mato................................................ 62
Louro-pardo ..................................................... 25, 181
Lucera ................................................................. 116, 117

M
Macaíba .............................................................. 57
Macajuba............................................................ 57
Macaúba............................................................. 24, 57
Macega................................................................ 337
Macela-fina ....................................................... 29, 158
Macelinha-rasteira......................................... 25, 88, 90
Macelinha-rasteira-verde ........................... 30, 90
Macuva................................................................ 57
Madrecravo....................................................... 116
Malícia................................................................. 275, 279, 281
Malícia-de-mulher ........................................ 275, 279
Malmequer-do-brejo .................................... 134
Malva ................................................................... 302, 305, 307, 315, 317, 321,
322, 219
Malva-branca ................................................... 26, 305, 321
Malva-de-bico .................................................. 322
Malva-estrela ................................................... 26, 322
Malva-preta....................................................... 307, 315
Malva-roxa ........................................................ 24, 317
Malvastro........................................................... 302, 303
Malva-taquari .................................................. 322
Malva-veludo.................................................... 305
Malva-vermelha.............................................. 219

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 509 27/06/2022 09:38:03


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
510

Malvona.............................................................. 315
Mamangá ........................................................... 238
Mamica-de-cadela.......................................... 398
Mamica-de-porca ........................................... 24, 398, 399
Mamona ............................................................. 23, 226
Mamoneira........................................................ 226, 227
Maracá ................................................................ 248, 257
Maracanã ........................................................... 257
Margaridão ....................................................... 134
Maria-branca.................................................... 416
Maria-mole ....................................................... 15, 19, 125, 126, 127
Maria-preta....................................................... 182
Maricá ................................................................. 21, 231, 243, 281
Maricá-de-espinho ........................................ 231
Maricazinho...................................................... 243
Marmeleiro ....................................................... 25, 378, 380
Marmeleiro-bravo.......................................... 378
Marmeleiro-do-mato.................................... 378, 380
Marmelinho ...................................................... 177
Marquesa-de-belas........................................ 170
Mastruço............................................................ 36
Mata-boi............................................................. 414
Mata-campo...................................................... 145, 148
Mata-cavalo ...................................................... 430, 432
Mata-pasto ........................................................ 18, 20, 389, 61, 90, 92, 93, 95,
117, 145, 148, 235, 236, 238, 248
Mata-pasto-branco ........................................ 248
Mata-pasto-do-cerrado ............................... 29, 389
Mata-pasto-liso ............................................... 236
Mato-grosso...................................................... 34, 37, 38, 39, 41, 42, 43, 47,
52, 55, 57, 58, 60, 67, 78, 89, 91, 95, 96, 100, 105, 108, 112, 114, 117,
119, 121, 124, 126, 127, 135, 138, 140, 143, 144, 146, 150, 153, 163,
164, 166, 168, 171, 174, 177, 178, 183, 186, 191, 197, 200, 202, 204,
206, 213, 214, 220, 222, 228, 229, 232, 233, 234, 237, 240, 242, 247,

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 510 27/06/2022 09:38:03


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
511

249, 253, 254, 257, 258, 259, 261, 263, 264, 268, 273, 275, 276, 280,
287, 289, 292, 297, 298, 301, 304, 306, 311, 316, 318, 319, 322, 323,
325 , 327, 328, 332, 334, 336, 338, 341, 344, 345, 347, 348, 355, 357,
361, 362, 363, 368, 379, 383, 387, 393, 394, 396, 397, 399, 402, 404,
407, 409, 411, 415, 418, 419, 420, 422, 424, 425, 426, 431, 434, 436,
439, 442, 444
Melão-de-são-caetano.................................. 25, 201, 202
Melãozinho ....................................................... 201
Meloso................................................................. 158
Mentrastão........................................................ 117
Mentrasto .......................................................... 28, 117, 155, 288
Mentrasto-de-frade....................................... 288
Milhã-grande.................................................... 367
Milhete-gigante............................................... 346
Milho-de-grilo.................................................. 435
Mimosa-do-guartelá ..................................... 20, 283
Minura ................................................................ 286
Mio-mio.............................................................. 28, 72, 73, 135
Moreira............................................................... 324, 382, 384, 386, 387
Mororó................................................................ 241
Murici.................................................................. 300
Murici-do-campo............................................ 300

N
Navalha-de-macaco....................................... 207
Navalha-de-mico ............................................ 207
Nhapindá ........................................................... 231, 267, 272

O
Oficial-de-sala.................................................. 51
Óleo-pardo ........................................................ 266
Orelha-de-gigante .......................................... 64

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 511 27/06/2022 09:38:03


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
512

Orelha-de-mula............................................... 148, 149


Orelha-de-vaca ................................................ 149

P
Paciência............................................................ 375
Paco-paco .......................................................... 322
Paina-de-flexa.................................................. 422
Paina-de-sapo.................................................. 51
Paineira-do-brejo........................................... 422
Paininha ............................................................. 51
Palha-de-prata................................................. 343
Palma-de-cristo............................................... 226
Papagaio............................................................. 349, 286
Paquinha............................................................ 243
Paramarioba..................................................... 234
Paraquedas ....................................................... 28, 155
Paraquedas-de-folhas-cortadas............... 28, 155
Paratudo............................................................. 405
Parreirinha........................................................ 22, 68, 69
Partosana........................................................... 422
Paspalão............................................................. 367
Pata-de-boi........................................................ 241
Pata-de-vaca..................................................... 21, 241, 242
Pau-amarelo ..................................................... 324
Pau-amendoim................................................ 232
Pau-bálsamo..................................................... 266
Pau-d’alho-falso.............................................. 333
Pau-de-fogo ...................................................... 324
Pau-de-lagarto................................................. 401
Pau-de-lagoa .................................................... 422
Pau-de-malho .................................................. 265

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 512 27/06/2022 09:38:03


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
513

Pau-de-pomba ................................................. 262


Pau-de-tamanco.............................................. 427, 286
Pau-de-viola ..................................................... 427
Pau-fedorento.................................................. 398
Pau-ferro............................................................ 263
Paúna................................................................... 405
Pé-de-elefante.................................................. 108
Pé-de-galinha................................................... 349, 350
Pé-de-papagaio ............................................... 349
Peloteira-preta ................................................ 414
Pergamasso....................................................... 64
Perpétua............................................................. 388, 87
Perpétua-do-mato ......................................... 21, 388, 87
Perpétua-roxa.................................................. 87
Perpétua-roxa-do-mato............................... 87
Persicária-de-pé-vermelho........................ 374
Pessegueiro-brabo......................................... 380
Pessegueiro-bravo ......................................... 27, 380, 381
Pessegueiro-do-mato .................................. 380,
Picão-da-praia ................................................. 134
Pimenta-de-fruto-ganchoso ...................... 335
Pimenta-de-macaco ...................................... 24, 335
Pimenteira......................................................... 412
Pinha-queimadeira........................................ 214
Pinheirinho....................................................... 243
Pluma-grande .................................................. 209
Poaia-do-arador.............................................. 388
Poaia-do-campo.............................................. 388
Poejinho ............................................................. 139
Poncirus ............................................................. 30, 398
Porangaba ......................................................... 26, 180
Primavera.......................................................... 26, 330
Primavera-arbórea ....................................... 330

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 513 27/06/2022 09:38:03


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
514

Q
Quenopódio...................................................... 36
Quitoco ............................................................... 116

R
Rabo-de-bugio................................................. 25, 257, 258
Rabo-de-burro................................................. 337
Rabo-de-foguete ............................................. 142
Rabo-de-macaco............................................. 176, 257
Rabo-de-rojão.................................................. 131, 142
Rapa-guela ........................................................ 26, 428
Relógio................................................................ 307
Retirante ............................................................ 344
Rícino .................................................................. 226
Rodela-de-cavalo............................................ 30, 199, 200
Roseta.................................................................. 27, 44, 46, 47, 59, 64, 83, 84,
85, 86, 99, 104, 107, 108, 115, 129, 130, 132, 155, 156, 157, 158, 184,
186, 193, 194, 208, 344, 375, 376, 377, 394
Roseta-rasteira................................................ 132
Rubim.................................................................. 23, 289, 291, 292
Rubim-de-bola................................................. 289

S
Saco-de-padre.................................................. 405
Salgueirinho-da-praia .................................. 224
Salsaparrilha-do-campo.............................. 410
Salva-limão ....................................................... 436
Samambaia ....................................................... 17, 19, 209, 210, 211
Samambaia-açu............................................... 209
Samambaia-comum ...................................... 209

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 514 27/06/2022 09:38:03


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
515

Samambaia-da-roça ...................................... 209


Samambaia-das-taperas.............................. 209
Samambaia-do-campo ................................. 209
Samambaia-dura ............................................ 209
Samambaião..................................................... 209
Samambaia-verdadeira ............................... 209
Santaneira ......................................................... 77
São-joão.............................................................. 26, 155, 160, 170
Sapé...................................................................... 354, 355, 131
Sapé-macho ..................................................... 354, 131
Sapuva................................................................. 16, 21, 257, 265, 266
Sapuvinha.......................................................... 265
Sapuvuçu ........................................................... 265
Sempre-cheirosa ............................................ 416
Sensitiva............................................................. 274, 275, 276, 278, 279, 281
Sensitiva-de-leite............................................ 274
Sete-capotes ..................................................... 26, 327
Silva-branca...................................................... 382
Sossoia................................................................ 108
Suçaia-açu ......................................................... 107
Sucará.................................................................. 403

T
Tabacarana........................................................ 116
Taboa................................................................... 22, 422
Tabua................................................................... 422
Tajuva.................................................................. 324
Tamanqueiro.................................................... 23, 286
Tapa-buraco...................................................... 29, 213
Tapaciriba.......................................................... 331
Taperibá ............................................................. 235
Tapixingui.......................................................... 221
Tarumã-branco ............................................... 427

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 515 27/06/2022 09:38:03


Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER
516

Timbó.................................................................. 253, 258


Timbó-mirim.................................................... 253
Tingui .................................................................. 123, 308, 408
Tingui-da-praia ............................................... 408
Tiririca................................................................ 22, 203, 361, 371
Tiririca-de-casa............................................... 371
Tiriricão ............................................................. 22, 203
Três-marias ...................................................... 330
Três-quinas....................................................... 203
Tucaneira........................................................... 23, 427

U
Unha-de-boi...................................................... 23, 241
Unha-de-gato ................................................... 167, 272, 277
Unha-de-morcego .......................................... 167
Unha-de-vaca................................................... 241
Urtiga-brava ..................................................... 214, 424
Urtiga-fogo........................................................ 424
Urtiga-grande .................................................. 424
Urtigão................................................................ 24, 424
Urtiga-vermelha ............................................. 424
Urucurana ......................................................... 15, 20, 221, 222
Uvinha-do-campo .......................................... 435

V
Vamos-juntos ................................................... 272
Varre-forno ....................................................... 401
Vassoura............................................................. 70, 74, 76, 77, 80, 81, 125, 364
Vassoura-branca............................................. 28, 76, 77
Vassoura-medulosa....................................... 22, 80
Vassoura-mole................................................. 125
Vassourinha...................................................... 70, 72, 74, 81, 137, 297, 303,
307, 310, 317, 440

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 516 27/06/2022 09:38:03


Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
517

Vassourinha-curraleira................................ 303
Vedélia ................................................................ 28, 134
Velame ................................................................ 216, 218, 219, 423
Velame-do-rambo .......................................... 30, 216
Velame-nervoso .............................................. 30, 218
Vem-cá-meu-bem........................................... 267
Verbasco............................................................. 123, 408
Verbasco-do-brasil ........................................ 408
Vergonha............................................................ 279
Violeta................................................................. 263
Viraro .................................................................. 378
Voadeira ............................................................. 101

X
Xique-xique....................................................... 246, 248

Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 517 27/06/2022 09:38:03


Livro 1 - Plantas Daninhas.indb 518 27/06/2022 09:38:03
Plantas Daninhas em Pastagens do Paraná
P
ara se obter a recompensa da colheita, o maior esforço é
despendido no combate às plantas daninhas. Para tanto,
há que se conhecer a biologia das espécies, o hábitat e a
distribuição das mesmas, bem como meios eficazes de convi-
vência e controle ambientalmente sustentáveis. Esta publicação
sobre as espécies de plantas daninhas que ocorrem nas pasta-
gens do Paraná apresenta a descrição botânica, o comportamen-
to e a importância das mesmas, e ilustra o texto com centenas
de fotos e dezenas de mapas de distribuição de algumas espé-
cies no Estado. Para realizar este levantamento, o autor dividiu
o Estado em quatro regiões homogêneas e visitou, no período
de um ano, 167 propriedades representativas das áreas ocupa-
das com pastagens nessas quatro regiões. Identificou, descreveu,
agrupou as espécies, conforme os estudos mais recentes de filo-
genia e as listou em ordem de importância relativa, por região
de ocorrência. Esta publicação oferece ao público científico e Plantas Daninhas em
Pastagens do Paraná
universitário, a profissionais da extensão e a pecuaristas um ri-
quíssimo material para identificação de espécies e conhecimen-
to de sua distribuição e importância nas pastagens do Paraná.

Walter Miguel Kranz

Walter Miguel Kranz


9 786599 627606

ISBN 659962760-9

Capa Plantas Daninhas - Livro 1.indd 1 27/06/2022 09:25:17

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