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Revista Canavieiros - Julho de 2007
Revista Canavieiros - Julho de 2007
Editorial

Do Brasil para o
mundo

A

Revista Canavieiros deste mês
traz como reportagem de capa
um panorama geral sobre a produção e
mercados interno e externo de cachaça.
Visitamos engenhos de cooperados da
região para descobrir quais as tendências deste mercado e como os produtores
estão investindo e se preparando para
atender a uma demanda que não pára de
crescer.

em Sertãozinho entre os dias 4 e 6 de
julho, no pavilhão da Fenasucro. Neste
ano, pela primeira vez, a Revista
Canavieiros estará presente com um
estande no Simtec - Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia da
Agroindústria Sucroalcooleira - em
Piracicaba - SP. A feira contará com 150
expositores e um público estimado de
mais de 22 mil pessoas.

Existem hoje no país cerca de 30 mil
produtores de cachaça que, juntos,
totalizam mais de 5 mil marcas e faturam
aproximadamente US$ 600 milhões ao
ano. O setor emprega 450 mil pessoas
diretamente e se for considerado toda a
cadeia produtiva esse número passa a
ser 1,3 milhões de empregos. Na tentativa de criar um padrão de qualidade internacional, em 2005, o governo federal
adotou medidas para regulamentar a
produção de cachaça no país e garantir
a qualidade da cachaça vendida dentro
e fora do país.

Nas páginas da Copercana, você confere o balanço geral do Agronegócios
Copercana. A feira contou com a presença de 3 mil cooperados e um faturamento
42% maior do que o do ano anterior, atingindo a soma de R$ 85 milhões. Em
Uberaba foi realizada a inauguração da
filial da cooperativa e no dia 30 de junho
foi realizado o Dia de Campo pela
Copercana em parceria com a Star Máquinas Agrícolas e a Destilaria Santa Inês.
Na editoria da Canaoeste, o cooperado
pode conhecer dois projetos oferecidos
pelo Netto Campelo Hospital e Maternidade: um curso gratuito para instruir gestantes sobre as principais dúvidas das
mães "de primeira viagem" e o convênio
odontológico exclusivo para associados.
Na série de reportagens que apresenta
as agências da Cocred, o leitor conhece a
agência da cidade de Viradouro.

Na entrevista, o pesquisador do IEA,
José Sidnei Gonçalves, prevê um grande
avanço nos canaviais do país, apesar de
o preço da cana estar mais baixo do que
na safra anterior. "Alguns espaços de
grãos, em especial soja e algodão, serão
ocupados com cana. Mas aí o problema
não é da cana, mas da guerra fiscal que
estimula o plantio nos cerrados do Brasil
central e do câmbio sobre-valorizado, que
impacta para baixo os preços internos",
diz. Ele ainda defende a redefinição do
papel da Petrobras no mercado dos
biocombustiveis e comenta sobre a crise
no setor de grãos.
O destaque desta edição fica com as
feiras e simpósios que aconteceram e
que vão acontecer durante este mês.
Apresentamos o balanço do I ForInd Feira de Fornecedores Industriais do
Estado de São Paulo - que aconteceu

O artigo jurídico deste mês, continua
a tratar sobre a queima da palha de canade-açúcar e no "Culturas de Rotação", o
encarregado técnico de projetos, Edgarg
Matrangolo Junior fala sobre a Produção Integrada de Amendoim (PIA). Além
dos prognósticos climáticos, esta edição
traz, também, a avaliação da safra
canavieira de outono, feita pelo Centro
de Cana do IAC e pela ESALQ/USP. E
ainda: dicas de português, indicação de
livros, agenda de eventos do setor, repercutiu e os classificados.
Boa Leitura!
Conselho Editorial
Revista Canavieiros -- Julho de 2007
Revista Canavieiros Julho de 2007

03
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo

A força da
cachaça nacional

Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri

Bebida conquista os mais
exigentes paladares

Oscar Bisson
Pag.
Pag.

20

OUTRAS

DESTA
DESTA QUES

CONSECANA

Entrevista

Pag.

15

José Sidnei Gonçalves
Engenheiro agrônomo,
doutor em ciências
econômicas e pesquisador
científico do IEA
Pag.

05

DESTAQUE
Pag.

24

Pag.

28

INFORMAÇÕES
SETORIAIS

Pag.

Notícias

Notícias

Pag.

12
Canaoeste
Manoel Ortolan participa da posse do
presidente da UNICA
Netto Campello oferece curso para gestantes
Notícias

Cocred
Cocred inova em viradouro

INFORMAÇÕES
TÉCNICAS
34

Revista Canavieiros - Julho de 2007

DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Carla Rodrigues, Carla Rossini, Daniel
Pelanda, Giselle Mariano, Letícia Pignata,
Marcelo Massensini, Rafael Mermejo,
Roberta Faria da Silva, Talita Carilli.

Pag.

36

IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora

CULTURA
REPERCUTIU
Pag.

TIRAGEM:
7.500 exemplares

37

A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,

CLASSIFICADOS
38

Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.
A reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532

Antes da Porteira

04

revistacanavieiros@copercana.com.br

AGENDE-SE
35

16

Cavalgando rumo ao Pan

COLABORAÇÃO:
Acampamento Vista Alegre

(16) 3946-3311

3 2 TÉCNOLOGIAS

Pag.

Pag.
Pag.

FOTOS:
Carla Rossini
Marcelo Massensini

COMERCIAL E PUBLICIDADE:

30

NOVAS
Pag.

Pag.

Pag.

DIAGRAMAÇÃO:
Rafael Mermejo

LEGISLAÇÃO

08

09
Copercana
Copercana inaugura filial em Uberaba - MG
III Agronegócios Copercana fatura R$
85 milhões

PROJETO GRÁFICO E

Carla Rodrigues

Pag.

O processo de valorização
cambial acelerado dos últimos
meses tem gerado um estado de
extrema preocupação no setor
agroexportador brasileiro.

Carla Rossini – MTb 39.788
Cristiane Barão – MTb 31.814

Marcelo Massensini

Ponto de vista
André Diz

EQUIPE DE JORNALISMO:

26

Pag.
Pag.

Sertãozinho – SP CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311
Entrevista

José Sidnei Gonçalves
Engenheiro agrônomo, doutor em ciências econômicas e
pesquisador científico do IEA

Perfil:
José Sidnei Gonçalves é
engenheiro agrônomo, doutor
em ciências econômicas e pesquisador científico do IEA. Foi
coordenador da APTA, agência que engloba os seis institutos de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.

Cana pode ocupar um terço
da área Agropecuária paulista
Cristiane Barão

C

ultivada em 4,2 milhões de
hectares sem São Paulo, a
cana deverá chegar a 6 milhões de
hectares nos próximos anos, o que
representa um terço da área ocupada
pela atividade agropecuária em São
Paulo. Essa é a estimativa do pesquisador científico José Sidnei Gonçalves, do IEA (Instituto de Economia
Agrícola), órgão vinculado à APTA
(Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado
de São Paulo.

Segundo ele, apesar de o preço
da cana estar mais baixo do que na
safra anterior, o avanço dos canaviais deve continuar, o que “não é nenhum absurdo”. “Alguns espaços de
grãos, em especial soja e algodão,
serão ocupados com cana. Mas aí o
problema não é da cana, mas da guerra fiscal que estimula o plantio nos
cerrados do Brasil central e do câmbio sobre-valorizado, que impacta
para baixo os preços internos”, diz.
Gonçalves defende a redefinição

do papel da Petrobras no mercado dos
biocombustíveis, acha que o modelo
de produção de biodiesel terá uma
reformulação nos próximos anos, caminhando para estratégias regionalizadas, e que a crise no setor de
grãos está em pleno apogeu. Segundo ele, os aumentos de preços do milho e da soja no mercado internacional deram algum alento. “Mas por algum tempo. Até lá há que se fazer alguma coisa”, alerta. Leia, a seguir, a
entrevista que ele concedeu à
Canavieiros.
Revista Canavieiros - Julho de 2007

05
Entrevista
Revista Canavieiros: Há um limite para o crescimento da área
com cana em São Paulo?
José Sidnei Gonçalves: A fronteira agropecuária paulista está esgotada desde a metade dos anos 70,
ocupando algo em torno de 18 milhões de hectares num total de 22
milhões de hectares que representa
a área total dos imóveis rurais. Em
grandes números, temos cerca de 3,4
milhões de hectares de vegetação
nativa, 600 mil hectares de estradas
e construções rurais; 10 milhões de
hectares de pastagens, 1 milhão de
hectares de lavouras florestais
(pinnus e eucaliptus) e 7 milhões de
hectares das demais lavouras.
Nos 8 milhões de hectares de lavouras, temos 3,3 milhões de hectares da área colhida com cana e mais
900 mil hectares das áreas novas de
cana, perfazendo uma área plantada
de 4,2 milhões de hectares. As novas
destilarias de álcool em implantação
já determinam a ocupação com cana
de mais 1,2 milhão de hectares, atingindo, portanto, 5,4 milhões de hectares que deverão ser ocupados com
cana nos próximos anos.
Há um limite para isso? Mantida a
convergência de fatores favoráveis
dos últimos anos com preços do petróleo dobrando, associado à questão
ambiental em função da necessidade
de reduzir combustíveis fósseis, há

pouco a ser feito. Proibir não adianta.
Isso nos ensina uma leitura da própria
história e lógica do capitalismo.
Revista Canavieiros: O preço da
cana nesta safra deverá ficar abaixo da passada, em torno de 20%.
Você acredita que isso irá frear o
avanço da cana, que foi muito forte
nos últimos anos?
Gonçalves: Realmente esse representa o limite mais consistente numa
economia de mercado. A euforia se
deu com preços da cana acima de R$
35 por tonelada, e atualmente tem regiões em que o preço já baixou dos
R$ 25 por tonelada. Se a trajetória de
preços se mantiver, não apenas isso
será um freio no avanço como pode
mesmo suscitar em alguns espaços a
marcha ré. Ainda que para o petróleo
a mais de US$ 60/barril e câmbio a R$
2,00/US$ seja interessante produzir

“Essa questão de que
vai faltar alimentos é
bobagem. Na época do
Proalcool, nos anos 70,
disseram o mesmo e
muitos deles se
reconverteram e hoje são
entusiastas do álcool”.
álcool em função do aumento da frota de carros flexíveis, que atingirá
seu patamar mais alto em 5 a 7
anos, há enormes obstáculos a
superar como a equalização da
tributação do ICMS entre as unidades da federação. Verifique que
os preços do açúcar no mercado
internacional recuaram e também
podem fazer com que o avanço
canavieiro se dê em menor ritmo.
Mas ele (avanço da cana) continuará por alguns anos ainda.
Revista Canavieiros: A cana
é o principal produto agrícola
do Estado. Há setores que vêem
com ressalvas o avanço da cana,
que ela irá tirar área de grãos,
que o Estado terá uma
monocultura. Como você analisa essa questão?

06

Revista Canavieiros - Julho de 2007

Gonçalves: Temos atualmente
uma área de 4,2 milhões de hectares
com cana e devemos ocupar com
essa gramínea algo em torno de 5,0
milhões de hectares em alguns anos,
podendo chegar a 6,0 milhões de hectares. Isso representa um terço da
área agropecuária paulista de 18,0 milhões de hectares o que ainda não
representa nenhum absurdo. Temos
10 milhões de hectares de pastagens
e extensas áreas mais ao sul não propícias para a cana. Com certeza, alguns espaços de grãos, em especial
soja e algodão, serão ocupados com
cana. Mas aí o problema não é da
cana, mas da guerra fiscal que estimula o plantio nos cerrados do Brasil central e do câmbio sobre-valorizado, que impacta para baixo os preços internos. Se a cana continuar a
remunerar melhor e com menor risco,
não há o que fazer. Essa questão de
que vai faltar alimentos é bobagem.
Esses neo-malthusianos incorrigíveis vez por outra vêm com esse velho e centenário argumento. Na época do Proalcool, nos anos 70, disseram o mesmo, prognosticaram catástrofes e muitos deles se
reconverteram e hoje são entusiastas do álcool. E não têm vergonha de
dizer “esqueçam o que escrevi”.
Revista Canavieiros: O biodiesel
ainda “não pegou” na região de Ribeirão Preto, pelo menos. Você acha
que o biodiesel vai deslanchar em
São Paulo?
Gonçalves: Não pegou porque
todo o desenho do programa brasileiro está impregnado da idéia de que
vão fazer isso com base na “agricultura familiar”. Os subsídios envolvidos são elevados e não são
multiplicáveis para todo espaço produtivo da agropecuária. Os próximos
cinco anos irão redefinir esse processo, que deve caminhar para estratégias de produção regionalizada de
biodiesel a partir de matérias-primas
diversas. Daí, acho que chega a vez
de São Paulo e de Ribeirão, com base
em oleaginosas como soja e amendoim. Mas ainda é cedo para avaliar
essa tendência.
Entrevista
Revista Canavieiros: Hoje discu- construída a solução desejada.
tão, implicarão na redução da área
te-se muito a necessidade de pesquidisponível para plantio e criações.
sa sobre o etanol celulósico. Você
Revista Canavieiros: Você é auacha que haverá alguma mudança tor de um estudo que aponta prejuRevista Canavieiros: Que análina direção das pesquisas como, por ízos para a produção agropecuária se você faz do Plano de Safra divulexemplo, buscar variedades com paulista se o decreto da reserva le- gado pelo governo federal?
maior teor de celulose ao invés de gal for aplicado. A discussão foi
Gonçalves: Segue a mesma toada
se priorizar apenas o teor de suspensa, aparentemente. Dá para dos anteriores, com a novidade de
sacarose?
imaginar qual será o desfecho des- que reduziram a taxa de juros para os
Gonçalves: Acredito que a nação sa questão?
recursos oficiais de crédito de 8,75
que dominar esse processo vai ser
Gonçalves: A lei está aí e o decre- a.a. para 6,75 a.a e o volume de recurhegemônica. Mas nesse campo ain- to também. Espero que o desfecho sos foi aumentado. Os preços interda há pouco prognóstico a ser feito. seja a revisão do absurdo do Código nacionais da soja e do milho em funNo momento, questões mais urgen- Florestal, que obriga o retrocesso da ção da pressão dos biocombustíveis
tes estão postas como a definição do atual dimensão da área plantada. E o estimulam aumentos dos plantios.
papel da Petrobras no mercado de decreto deveria ser simplesmente re- Noutras palavras, para commodities
biocombustíveis. Esse modelo das vogado. Não faz sentido governos que tiverem preços, as condições são
refinarias está comprometendo o estaduais se alvorarem na regula- boas.
avanço desse segmento. Não faz sen- mentação de leis federais. E regulatido as usinas de Ribeirão Preto não mentando contra os interesses
Revista Canavieiros: Você acha
poderem abrir postos de distribuição paulistas. Por isso é preciso estar que a crise dos agronegócios está
de álcool no seu entorno e venderem atento, pois o problema ainda não foi chegando ao fim?
direto ao consumidor. Em muitos pa- resolvido. Apenas deixou de ser menGonçalves: Primeiro, para mim
íses você vai à loja de conveniência cionado em público.
nunca existiu crise dos agronegócios.
e pede para abastecer seu carro
Acabei de falar que o agronegócio
com a bomba colocada na calça“É preciso estar atento, pois o da cana nos últimos anos foi muida. Há que se discutir o equívoco
to bem. Logo é preciso qualificar
problema (discussão sobre a
estrutural desse modelo de moque a crise atingiu principalmente
nopólio da energia. A Petrobras reserva legal em São Paulo) ainda os agronegócios dos grãos e fitem o monopólio do petróleo, que
bras, em grande medida soja, alé obtido em bacias sedimentares não foi resolvido. Apenas deixou godão e arroz e localizada em esdefinidas e aí faz algum sentido. de ser mencionado em público”
pecial no Brasil central. Segundo,
Mas para bicombustíveis (álcool
que, mais que câmbio, o problema
e biodiesel), cuja produção se dá com
é petróleo. Antes, na euforia dos
especificidades regionais, não faz o
Revista Canavieiros: Os peque- grãos, o barril de petróleo custava US$
menor sentido esse “passeio de pro- nos e médios produtores serão os 30 que com um câmbio de R$ 3,00/US$
duto”, levando até a refinaria e de- mais prejudicados se a medida (re- produzia um preço interno desse pevolvendo às vezes para consumo na serva legal) entrar em vigor?
tróleo de R$ 90/barril. Com o petróleo
mesma região. Isso implica em cusGonçalves: Sim, porque são aque- atual a US$ 60/barril e câmbio a R$
tos inaceitáveis. Há que se definir les que têm menor disponibilidade fi- 2,00/US$, o preço interno do barril de
também como será gerenciado o nanceira para utilizarem o mecanis- petróleo atinge R$ 120/barril. E isso é
alcooduto para exportação. Ou seja, mo da compensação em outras pro- custo mais elevado da mecanização
no campo estrutural há que ser de- priedades e regiões. Para eles se apli- das culturas, dos insumos
mocratizado o debate para que seja cados o Decreto e a Lei, tal como es- petroquímicos como adubos e
agrotóxicos e do transporte rodoviário até o porto. E essa questão ainda
está posta mesmo com o biodiesel, o
que compromete produções mais distantes dos portos de exportação. Ademais, há uma dívida ainda de R$ 140
bilhões acumulada, o que obriga os
lavradores a plantarem para não quebrarem. Noutras palavras, a crise está
em seu pleno apogeu. Apenas que os
aumentos de preços do milho e da soja
no mercado internacional deram algum
alento. Mas por algum tempo. Até lá
há que se fazer alguma coisa.
Revista Canavieiros - Julho de 2007

07
Ponto de vista

Câmbio dilapida renda do
Câmbio dilapida renda do
produtor rural
produtor rural
* André Diz

O

processo de valorização cambial acelerado dos últimos meses tem gerado um estado de extrema
preocupação no setor agroexportador
brasileiro, com valorização de 10,97%
desde início 2007.
Comparando-se as variações de
preço no mercado internacional de algumas commodities desde 2000 e a variação cambial para o mesmo período
chegamos num cenário mais realista,
conforme mostra o gráfico abaixo.

Mais do que uma análise ano a ano,
essa análise evidencia os altos e baixos corriqueiros pelos quais passa o
setor agroexportador e os impactos que
essas alterações de conjuntura podem
exercer sobre a margem de rentabilidade dos produtores rurais, lembrando
que seus efeitos são cumulativos, tanto em manutenção da solvência do negócio, quanto no endividamento pelo

08

Revista Canavieiros - Julho de 2007

qual passa o setor.
Analisando os índices IPP (índice
de preços pago pelo produtor) e IRP
(índice de preços recebidos pelo produtor), no período de 2000-2006, chegamos ao seguinte quadro. O item custo, se refere ao custo agregado, assim
como o item receita. O primeiro sofreu
uma elevação, no período analisado,
de 103,92% enquanto o segundo, uma
elevação de 72,95%. Como muitos
insumos utilizados na agricultura tem
sua formação de preço no mercado internacional (em dólar), era de esperar
que a valorização
cambial fosse capaz
de reduzir alguns custos para o setor, como
combustíveis fertilizantes e agrotóxicos.
Mas isso não ocorreu. Tendo como base
de comparação os
câmbios médios, de
2002 a 2006 o real passou por uma valorização de 27,7 %, enquanto os combustíveis tiveram elevação de 191,25%, os
agrotóxicos de 67,26%, os fertilizantes
de 77,99% e as sementes, elevação de
115,98%, ficando evidente o
descolamento dos preços da moeda
frente aos insumos, ambos cotados em
dólar.
Buscando verificar as alterações
dos preços relativos entre os insumos

e a produção agrícola, mais uma vez,
salvo algumas exceções, os movimentos são desfavoráveis ao setor
agropecuário, conforme podemos ver
no gráfico abaixo.
Os dados do gráfico a baixo foram
calculados com os valores médios e
mostram o quanto de produto seria necessário para adquirir um tonelada de
fertilizante, ou no caso dos maquinários,
a quantidade de produto necessária
para adquirir uma unidade de equipamento. Mesmo com um intenso processo de valorização no período (2000-2005)
as relações de troca, ou melhor, os preços relativos, se deterioraram.
Com toda dinâmica de preços relativos (cambial, insumos e preços internacionais), não causa estranheza o crescente endividamento agrícola (estimada entre R$ 80 e R$ 100 bilhões) e a
necessidade constante de prorrogação
dos pagamentos desse endividamento.
Somando se a esse quadro geral às
dificuldades de escoamento da safra
agrícola, ancorados numa infra-estrutura logística precária, um seguro agrícola pouco adequado e condições de
endividamento penosas (juros no mercado interno), o cenário que se configura se torna dramático.
* economista do Núcleo Econômico SRB (Sociedade Rural Brasileira) - www.srb.org.br
Notícias
Copercana

Copercana inaugura
filial em Uberaba - MG
Carla Rossini

É a 7ª loja de ferragens da cooperativa

A

Copercana inaugurou no dia
14 de junho, na cidade de
Uberaba, estado de Minas Gerais, sua
7º loja de ferragens. Já funcionavam
lojas da cooperativa nas cidades de
Sertãozinho, Cravinhos, Serrana,
Pontal, Pitangueiras e Severínia e a loja
de Uberaba é a primeira fora do estado
de São Paulo.
Mais de 120 pessoas participaram
da cerimônia de inauguração que contou com a presença do presidente da
Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, do presidente da
Canaoeste, Manoel Ortolan e dos diretores da Copercana, Pedro Esrael
Bighetti e Francisco César Urenha.
Também participou da cerimônia o secretário municipal de Agricultura de
Uberaba, José Umberto Guimarães,
além de cooperados, parceiros e representantes de usinas daquela região.
Em seu discurso, Antonio Eduardo Tonielo lembrou que com a inauguração da ampla e moderna filial, os cooperados e clientes da cidade e dos
arredores, poderão desfrutar dos bons
preços e condições de pagamento que
a Copercana oferece. "São oportunidades e condições de compra só vistas nos grandes centros urbanos", afir-

mou e completou:
"nesta data tão significativa, queremos
compartilhar com os
amigos aqui presentes esse momento de
alegria por alcançarmos mais um objetivo. O nosso sucesso,
sem dúvida, se deve
ao apoio e a confiança que nossos cooperados tem depositado
nesta instituição, aliado ao esforço e a dedicação de nossa
equipe de trabalho".

Fachada da loja de ferragens da Copercana em Uberaba

A nova loja possui
682 metros quadrados
de construção e terá
um agrônomo a disposição dos cooperados
para orientação de
produtos e serviços
Antonio Eduardo Tonielo (presidente da Copercana e Cocred), Pedro Esrael
nas lavouras. "A
Bighetti (diretor da Copercana), Francisco César Urenha (diretor da
Copercana acreditou Copercana, Canaoeste e Cocred), João Ângelo Guidi (cooperado), Manoel
no potencial dessa re- Ortolan (presidente da Canaoeste e diretor da Copercana e Cocred) e José
Humberto Guimarães (secretário municipal de Agricultura de Uberaba)
gião que está crescendurante o descerramento da fita inaugural.
do junto com o setor
sucroalcooleiro e eu estarei aqui para
Após a bênção no local e o
atender as necessidades dos coopera- descerramento da fita inaugural, os
dos", afirmou o engenheiro agrônomo, convidados participaram de um coqueFlávio Guidi.
tel oferecido pela Copercana.

Ricardo Meloni (gerente do departamento de compras),
Frederico Dalmaso (gerente de comercialização), Flávio Guidi
(engenheiro agrônomo de Uberaba) e Manoel Sérgio Sicchieri
(assessor das diretorias da Copercana, Canaoeste e Cocred).

O secretário da
Agricultura, José
Humberto, agradeceu
aos diretores da
Copercana por acreditarem na cidade.
"Essa inauguração é
uma demonstração de
confiança na nossa
cidade e estamos muito lisonjeados com
este ato", disse o secretário.

Os convidados visitaram o interior da loja após a cerimônia de
inauguração
Revista Canavieiros - Julho de 2007

09
Notícias
Copercana

III Agronegócios
Copercana fatura R$ 85
milhões
Carla Rossini

Feira apresentou um aumento de 42% nas vendas em relação ao ano passado

A

s boas condições de compra e
de pagamento oferecidas aos
cooperados durante o III Agronegócios
Copercana favoreceram o ótimo resultado da feira. Neste ano, o faturamento
teve um aumento de 42% em relação
ao ano passado, totalizando um volume de negócios na ordem de R$ 85 milhões. Em 2006, a feira faturou R$ 60
milhões.
A feira foi realizada no Clube de
Campo Vale do Sol, em Sertãozinho,
durante os dias 20, 21 e 22 de junho.
Segundo o gerente de comercialização
da Copercana, Frederico José Dalmaso,
"a feira superou expectativas e conseguiu um excelente volume de negócios", afirmou. Ainda segundo Frederico,
o bom resultado se deve a participação dos cooperados e as parcerias firmadas com os expositores. "A participação dos cooperados alavancaram os
negócios e isso é bom para a Copercana
e também para os próprios cooperados", explicou Frederico.
Mais de três mil cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred
estiveram visitando a feira que contou
com cerca de 50 expositores e um sistema facilitado de compra de insumos
com oferta de créditos e condições vantajosas de pagamento. O evento encerrou com chave de ouro o primeiro semestre de 2007, período tradicional de
negócios dentro do setor canavieiro,
principalmente na área de agroquímicos.
No total foram comercializados 2 milhões de quilos/litros de defensivos
agrícolas e 59 mil toneladas de adubo.
Também foram comercializados calcário,
implementos e equipamentos para agricultura de cana-de-açúcar, soja, amendoim e milho.
10

Revista Canavieiros - Julho de 2007

O presidente da
Copercana, Cocred e
do III Agronegócios
Copercana, Antonio
Eduardo Tonielo, disse que o resultado da
feira ficou dentro do
esperado. "Nós conseguimos atingir nossa meta e acredito que
todos os cooperados
tenham conseguido realizar bons negócios",
finalizou Tonielo.

Mais de três mil cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred
estiveram visitando a feira

Dentre as novidades apresentadas
nesta 3ª edição do Agronegócios, merece destaque o evento paralelo sobre pecuária. As palestras foram realizadas num
ambiente preparado e com curta duração, em torno de 30 a 40 minutos. Assim,
quem participou pode adquirir informações sem ter que dedicar muito tempo.
Para o ano que vem, o evento paralelo
sobre pecuária deve ser repetido.

O presidente e diretores da Copercana receberam a visita do presidente (Edivaldo Del Grande)
e representantes da OCESP
Notícias
Copercana

Cooperado ganha um
Tourinho PO durante a feira

Parte externa da feira

A empresa Logística Ouro Fino
Ltda sorteou durante o III
Agronegócios Copercana, um
tourinho de Pura Origem da Genética
Ouro Fino. Concorreram ao sorteio,
todos os cooperados que compraram
mais de R$ 30 de qualquer produto
veterinário Ouro Fino durante a campanha da febre aftosa de 2007. O cooperado de Cravinhos, Paulo Eduardo
F. de Soveral foi contemplado.

Antônio Eduardo Tonielo (presidente da Copercana e Cocred)
e Leopoldo Pinto Uchôa (presidente da Coopercitrus)

Frederico Dalmaso, Osny Garcia Junior, Antônio Eduardo Tonielo, Rogério
Biasatto, Marcelo Gregorio, Flávio Cotrin e Leandro Amaral

Frederico Dalmaso, Franco e Pedro Esrael Bighetti

Rogério J. A. Prado (Carol), Nehemias Alves de Lima (Coopercitrus), Pedro
Esrael Bighetti (diretor da Copercana), Manoel Sérgio Sicchieri (Copercana),
Nivaldo José Furlan (Cooperfértil) e José Antônio M. da Silva (Cooperfértil)

Antônio Wilson Lovato, Irineu (Cooperfértil) e
Antônio Eduardo Tonielo
Revista Canavieiros - Julho de 2007

11
Notícias
Copercana

Copercana e Star realizam
“Dia de Campo”
Carla Rossini

O evento foi realizado na Destilaria Santa Inês, em Sertãozinho,
e reuniu mais de 200 produtores canavieiros

A

Copercana e a Star Máquinas
Agrícolas realizaram, no dia 30
de junho, um "Dia de Campo" para apresentação da Colhedora de Cana CC701.
O evento foi realizado na Destilaria Santa Inês, em Sertãozinho, e contou com
a participação de mais de 200 cooperados do Sistema Copercana, Canaoeste
e Cocred.
O dia começou no auditório da destilaria onde os produtores assistiram um
vídeo e uma apresentação da máquina
que é totalmente fabricada no Brasil e
obedece aos mais rígidos controles de
qualidade. Com capacidade de produção de 40 a 45 toneladas por hora, a
nova máquina é fácil de operar e manobrar, diminui a compactação do solo
protegendo as soqueiras de cana por
ser mais leve, além disso, apresenta
excelente qualidade de limpeza, proporcionando economia de custo de transporte no canavial. A máquina ainda
conta com um picador de cana, acionado hidraulicamente, composto por dois
rolos sincronizados mecanicamente,
cada um com três facas substituíveis
facilmente e rolos alimentadores de
acionamento hidráulico e reversível que
permite a ejeção de qualquer objeto estranho que tenha sido recolhido pela
máquina. Ela também possui um
acoplamento para o plantio de mudas.
Segundo Yung S. Bae, principal in-

vestidor da Star, a máquina apresenta uma solução
para pequenos produtores, já que o custo dela é
em torno de 50% menor
que as máquinas que já
estão no mercado. "Essa
máquina começou a ser
desenvolvida há quatro
anos e estamos procurando um nicho de mercado
diferente com uma máquina mais leve e mais barata
para que o pequeno produtor possa investir e
conseguir comprar", disse Yung.

Célio Song, Pedro Esrael Bighetti e Yung S. Bae

Para Célio Song, diretor administrativo da Star, o mercado de colhedora
deve ganhar um novo rumo com a proibição das queimadas. "Resolvemos investir nesse equipamento porque vemos um importante mercado surgindo
para ele. Criamos um equipamento mais
leve que não danifica a planta já que a
nossa maior preocupação é atender as
necessidades dos produtores
canavieiros", afirmou Célio.
Após a apresentação no auditório,
os participantes foram para o campo,
ver na prática, a CC701 trabalhando. Os
cooperados saíram satisfeitos.
"Essa realiza-

12Mais de 200Canavieiros - participaram do Dia de Campo
Revista cooperados Julho de 2007

ção e demonstração do equipamento
na prática é muito válida para nós que
trabalhamos no campo. É uma ótima
oportunidade de vermos a máquina e
tirarmos dúvidas e assim, fazer uma boa
escolha na hora da compra", afirmou
Roberto Luiz dos Santos, gerente da
Pitangueiras Açúcar e Álcool.
O evento foi organizado pelo diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti,
que convidou os cooperados para participarem, já que acredita ser muito importante essa demonstração no campo. "Esse tipo de evento é muito proNa demonstração prática,
os cooperados se entusiasmaram com a colhedora
CC701
Notícias
Copercana
veitoso porque permite ao cooperado
fazer uma avaliação do produto demonstrado e também trocar informações", disse e completou "agradeço a
todos que nos prestigiaram com a presença no dia de campo e espero em breve, repetirmos esse tipo de evento, finalizou Bighetti. O evento terminou com
um almoço oferecido aos participantes
no Cred Clube Copercana.

A Star

A Star Máquinas Agrícolas foi
fundada em 2003 e é uma empresa com
alta capacidade de inovação aliada à
qualidade nacional de engenharia
para desenvolvimento de máquinas
colhedoras de cana-de-açúcar.

conta com uma equipe de engenheiros,
projetistas e mecânicos especializados
em máquinas pesadas. A Star Máquinas investe em pesquisa de engenharia para levar produtividade ao parque
de produção de cana-de-açúcar a custos mais reduzidos.

É uma empresa
100% nacional que

Durante duas horas, a máquina
ficou trabalhando na demonstração
de campo

Célio Song (diretor administrativo da Star); José Pedro Tonielo
(diretor do grupo Toniello); Pedro Esrael Bighetti (diretor da
Copercana) e Yung S. Bae (principal investidor da Star).

Revista Canavieiros - Julho de 2007

13
Notícias
Canaoeste

Associados da Canaoeste
têm convênio odontológico
exclusivo
Marcelo Massensini

A

Canaoeste mantém, há mais
de 40 anos, um serviço de
atendimento odontológico voltado, exclusivamente, a seus associados e funcionários. O programa Canaoeste
Odontologia disponibiliza profissionais renomados, com instalações e materiais de qualidade, atendimento diferenciado e todos os recursos possíveis para garantir o bem-estar de seus
usuários.
O atendimento começou a ser oferecido no Netto Campello Hospital e Maternidade e depois foi transferido para a
sede da Canaoeste, em Sertãozinho. Em
2002, o serviço passou por uma série de
mudanças para ampliação e modernização de suas instalações e equipamentos
e hoje está disponível em nove cidades
de abrangência da Canaoeste. Nestes
cinco anos já foram realizados mais de
31.760 procedimentos, uma média superior a 7 mil atendimentos anuais.
A associada Ana Maria Meloni utiliza o Canaoeste Odontologia há quase
20 anos e diz que não troca o convênio
por nenhum outro. Ela, o marido e os 3
filhos sempre utilizaram o serviço du-

Ana Maria Meloni

14

Revista Canavieiros - Julho de 2007

rante todos esses anos. "Logo que meu
primeiro filho - hoje com 19 anos - começou a ter dentes, eu procurei um dentista da Canaoeste e, até hoje, o mesmo
dentista atende os meus 3 filhos", conta. "Uma vez levei meu filho em outro
dentista e ele falou que não tinha nada.
Quando trouxe no consultório da
Canaoeste, a dentista descobriu que ele
precisava fazer um canal. Depois disso
eu fiquei fiel e estou muito satisfeita",
completa a associada.
Segundo a dentista Marlei Seccani,
uma das profissionais que atendem no
consultório da Canaoeste, construir um
laço de fidelidade com os pacientes é
o primordial para manter um cliente
satisfeito. "As recepcionistas costumam ligar para cada paciente, perguntando como estão, chamando para consultar. Tem dado muito certo. Se analisarmos as agendas de consultas, vamos ver que os nomes se repetem sempre", comemora. "Da mesma forma que
a Canaoeste tem investido na área médica, ela tem cuidado muito da parte
odontológica", completa.
Além de seus familiares,
o Canaoeste Odontologia
pode ser estendido aos funcionários de seus associados. "O cortador de cana tem
o mesmo atendimento do associado. Quando o fornecedor vai contratar um funcionário ele oferece o convênio
gratuito como um benefício
a mais", explica André Luis
Rosa, coordenador do Programa Odontológico da
Canaoeste. Ele ressalta ainda que a Canaoeste investe
sempre na melhoria das instalações e na compra de novos equipamentos e materi-

Canaoeste Odontologia:
mais de 7 mil atendimentos
por ano

ais odontológicos. "Nós vemos que é
um serviço bom que tem atendido bem
os associados. Se não, não teria tanta
procura. E outro benefício diz respeito
à tabela de preços, que é bastante diluída. O associado só paga 40% dos custos", finaliza André.
Entre os serviços oferecidos pelo
Programa Odontológico da Canaoeste
estão: exames clínicos e planos de tratamento; profilaxia, limpeza e aplicação
de flúor, aplicação de selante; restaurações; endodontia (canal); radiografias e extrações.

Relação do Dentistas Conveniados
Claudia Valeria Serica Alves
Eduardo Anzanel Carrascoza
Gabriela Burjaili Barcelos
Giselle Del’arco Bortolan
Heraldo Nogueira Júnior
Joelson Dos Santos
Julio Cesar Pasti
Marcelo R. Pontes Camara
Marcilene Meirelles Pereira
Marcos Stein
Maria Da Glória C. Rodrigues
Maria Do Carmo Lopes
Marilia Campos Pinto
Marlei Seccani
Patricia S Selegato Tasso
Renata C Mazer Magro
Valéria Crisina Domenici

Pitangueiras
Cravinhos
Bebedouro
Severínia
Cajobi
Terra Roxa
Cravinhos
Sertãozinho
Morro Agudo
Cravinhos
Sertãozinho
Sertãozinho
Serverínia
Sertãozinho
Serrana
Sertãozinho
Sertãozinho

(16) 3952-4381
(16) 3951-9400
(17) 3342-1039
(17) 3817-3100
(17) 3563-1391
(16) 3395-1205
(16) 3951-9400
(16) 3947-7679
(16) 3851-2399
(16) 3951-9400
(16) 3947-7679
(16) 3947-7679
(17) 3817-1391
(16) 3947-7679
(16) 3987-9300
(16) 3947-7679
(16) 3947-7679
Notícias
Canaoeste

Ortolan participa de posse na Unica
Cristiane Barão

Marcos Sawaya Jank substituiu Eduardo Pereira de Carvalho

O

presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de
Cana do Oeste do Estado de São Paulo),
Manoel Ortolan, participou da solenidade de posse do novo presidente da Unica
(União da Indústria de Cana-de-Açúcar),
Marcos Sawaya Jank, no dia 26 de junho, na sede da entidade, em São Paulo.
Também participaram da cerimônia o presidente da Orplana, Ismael Perina Júnior,
o vice, José Coral, o secretário de Agricultura de São Paulo, João Sampaio, o
prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab,
conselheiros, consultores e representantes das usinas associadas.
Jank substituiu Eduardo Pereira de
Carvalho, que permaneceu à frente da
entidade por sete anos. Engenheiro
agrônomo, é doutor em Economia pela
USP e mestre em políticas agrícolas
pela Faculdade de Montpellier, da França. Foi consultor da Divisão de
Integração, Comércio e Assuntos
Hemisféricos do BID entre 2001 e 2002
e assessor especial do Ministério do
Desenvolvimento, em 1999. É um dos
principais especialistas brasileiros em
comércio internacional.
Suas prioridades à frente da entida-

de serão buscar a abertura de novos mercados e
derrubar barreiras comerciais, principalmente para
o etanol. De acordo com
Jank, a Unica deverá montar escritórios em Washington (Estados Unidos), Bruxelas (Bélgica) e
na Ásia, provavelmente
Manoel Ortolan (presidente da Canaoeste); José Coral (viceno Japão, para trabalhar a
presidente da Orplana); Marcos Jank (presidente da Unica); Ismael
abertura de mercado nos Perina Júnior (presidente da Orplana) e Arnaldo Bortoletto (associapaíses mais protecionisção dos fornecedores de Cana de Piracicaba)
tas. Ele afirmou também
que irá trabalhar pela equalização da lá fora."
alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias de Serviços)
O presidente da Canaoeste também
no mercado interno. Atualmente, há sete ressaltou a importância do trabalho dealíquotas diferentes desse imposto no senvolvido por Eduardo Carvalho, que
Brasil, variando entre 12%, no caso de marcou a profissionalização do setor,
São Paulo, e 30% no caso do Pará.
e lembrou fatos importantes que tiveram a participação da Unica nos últiDe acordo com Ortolan, todos os mos sete anos: a decisão da OMC faelos da cadeia estão confiantes no tra- vorável ao açúcar brasileiro, o início
balho a ser desenvolvido pelo novo da comercialização de contratos futupresidente, que é, segundo ele, "jovem, ros de etanol na BM&F, em São Paulo,
cheio de entusiasmo e que conhece o e na Bolsa de Valores de Nova York, o
setor". "A posse de Jank dá início a advento dos carros flexíveis e a realium novo momento na entidade, mar- zação do Ethanol Summit, no início do
cado pelo fortalecimento do mercado mês e que foi o mais importante eveninterno e foco na abertura de mercado to do setor realizado no Brasil.

Consecana
Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

CIRCULAR Nº. 05/07
DATA: 29 de junho de 2007

A

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue
durante o mês de JUNHO de 2007.
O preço médio acumulado do kg de ATR para o mês de JUNHO é de R$ 0,2687. O preço de faturamento do açúcar no
mercado interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL
a JUNHO e acumulados até JUNHO, são apresentados a seguir:
Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado
destinado à industria (AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do
açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos
meses de ABRIL a JUNHO e acumulados até JUNHO, calculados com base nas
informações contidas na Circular 01/07, são os seguintes:
Revista Canavieiros - Julho de 2007

15
Notícias
Canaoeste

Netto Campello oferece
Curso para Gestantes
Marcelo Massensini

Mais de 90 pessoas já participaram do curso oferecido, gratuitamente, pelo
Netto Campello Hospital e Maternidade

O

Netto Campello Hospital e
Maternidade, mantido pela
Canaoeste e que há mais de 50 anos
é referência em toda a região, criou
em maio de 2007 um curso para instruir as gestantes "de primeira viagem" sobre as principais dúvidas da
maternidade. O curso é um sucesso
e em apenas duas edições mais de
90 pessoas já participaram das duas
edições do projeto.
Ministrado pela enfermeira obstétrica, Paula Miranda da Silva Parducci
e dois médicos - um pediatra e um ginecologista - que podem variar a cada
edição, o curso foi idealizado logo após
a reforma das dependências da Maternidade, no final do ano passado. Segundo Paula, o curso foi uma maneira
de mostrar às gestantes todos os benefícios que a Maternidade do Netto
Campello oferece, além de dar instruções que ajudem a futura mãe a cuidar
de seu bebê.
Paula Miranda S. Parducci
ministra o curso para 30
pessoas

O curso é dividido em dois
módulos de 2 horas cada: no primeiro,
são dadas instruções sobre cuidados
com o bebê e amamentação (acompanhamento de um pediatra). No segundo módulo, as gestantes aprendem
sobre trabalho de parto, parto e cuida16

Revista Canavieiros - Julho de 2007

dos no pós-parto (puerpério), com
a presença de um ginecologista.
"Os pais têm muitas dúvidas. É um
tema que ainda possui muitos tabus, principalmente o pós-parto e
amamentação", explica a enfermeira. "Eles têm muito medo de cuidar
do bebê e têm dúvidas sobre como
tratar do umbigo, amamentar, dar
banho, tipos de parto, etc. e nós
abordamos todos esses assuntos",
completa Paula.
Ainda segundo Paula, o grande
mérito do curso é dar mais segurança e
confiança às mães, tirando as principais dúvidas sobre os períodos pré e
pós-parto. "É claro que nós sabemos
que a teoria não é como a prática, mas
o curso diminui um pouco do medo e
da ansiedade", diz. De acordo com a
dentista, Janaína Bononi Rossin, uma
das participantes da segunda edição,
a aula foi muito útil e tirou diversas
dúvidas que ainda existiam. "Algumas
coisas eu já havia lido na internet ou
em livros, mas nada melhor do que ter
um reforço de uma equipe que está
acostumada a lidar com isso na prática", explica.

Dr. Iris Ricardo Rossin
aprendeu a dar banho
no bebê

de ser pai é muito grande e nós temos
que estar preparados para todos os
momentos", explica Rossin. A esposa
aprovou a atitude do marido e disse
que a participação dos pais é essencial para uma gravidez tranqüila. "Como
mulher e como mãe, é muito bom ter a
companhia dele e saber que ele está
sempre presente nessa caminhada da
gestação", conclui.
A coordenadora de enfermagem do
Hospital, Izilda Bachega da Silva, comemora a repercussão do curso: "O
curso está sendo um sucesso! O anfiteatro do Hospital lotou e ficamos muito felizes e as mães têm gostado. Nós
sorteamos presentes para os bebês e
os pais ainda ganham certificado". Os
interessados devem procurar a enfermeira Paula, de segunda a sexta-feira,
das 8h às 16h, pelo telefone (16) 39464577. O curso gratuito é exclusivo para
gestantes que possuem algum dos
convênios parceiros do Netto
Campello.

Paula ressalta que o curso acontece aos sábados para que o pai do bebê
possa acompanhar a gestante em todas as etapas da gravidez. "A presença do pai é muito importante. Nós sabemos que durante o pós-parto a mãe
precisa de muito apoio", diz. Segundo
ela, a presença dos pais nas duas edições foi maciça e eles aproPais e Mães durante o curso de gestantes
varam o curso. Um deles é o
médico Iris Ricardo Rossin,
que acompanhou a esposa
Janaína, grávida de 6 meses.
"É importante participar deste momento com a esposa
porque a responsabilidade
Balancete

Notícias
Cocred

Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana
de Sertãozinho BALANCETE MENSAL - MAIO/2007
Valores em Reais

Revista Canavieiros - Julho de 2007

17
Notícias
Cocred

Cocred inova em
Viradouro
Marcelo Massensini

N

a segunda reportagem da série que apresenta todas as
agências da Cocred, você vai conhecer as vantagens e as novidades que
a agência de Viradouro tem para oferecer aos seus cooperados.

Fachada da Agência de Viradouro:
280 cooperados em 9 meses

Inaugurada em novembro de 2006,
a agência possui aproximadamente
280 cooperados. Clientes que, segundo o gerente Gustavo José Marques,
estão muito satisfeitos com o atendimento diferenciado oferecido pela
Cocred. "Os cooperados elogiam o
fato de termos uma sala reservada
para a gerência, onde o cliente pode
se sentir a vontade com o gerente",
explica Gustavo. "Temos um atendimento bem diferenciado mesmo. O
agricultor chega, se sente confortável, não enfrenta filas, etc. Todos têm
elogiado", completa.
Um destes cooperados satisfeitos
é o produtor rural João Manoel Guerreiro que abriu sua conta na Cocred
logo no primeiro mês de funcionamento na cidade. João conta que não
tem o costume de ir a bancos, mas
que quando vai à Cocred é sempre
bem atendido e resolve todas as pendências na hora. "Eu tenho uma aplicação aqui na cooperativa e fiz seguJoão Manoel Guerreiro abriu sua
conta na Cocred logo no primeiro mês de funcionamento da
agência

ro residencial e de máquinas agrícolas. O atendimento é excelente, o custo e as taxas são ótimos", comemora
Guerreiro.
O produtor rural e promotor de justiça, Wagner Cotrim Volpe Silva, coo-

perado há 4 meses, diz que futuramente pretende cancelar suas movimentações em outros bancos e manter somente as da Cocred. "O que eu
achei interessante foi a eficiência da
cooperativa e a falta de burocracia.
Fiz um financiamento e o dinheiro saiu
rápido, sem problemas. No outro banco demorou vários meses para o dinheiro ser liberado", explica Cotrim.
Para ele, o atendimento diferenciado
que é dispensado aos cooperados faz
a Cocred se destacar entre as outras
instituições. "Sou sempre recebido
pelo gerente, que resolve tudo na
hora. Em relação a atendimento, para
mim, aqui é a melhor agência", completa.
Além dessas e de todas as outras
vantagens que somente os cooperados da Cocred possuem, a agência de
Viradouro tem um diferencial a mais:
ela é a primeira agência da Cocred a

18

Revista Canavieiros - Julho de 2007
Notícias
Cocred

facilitar o fluxo de pessoas, evitando filas e atrasos. Até
dezembro, os terminais serão implantados em todas as
agências.

A COCRED
A Cocred - Cooperativa de Crédito dos Plantadores
de Cana de Sertãozinho - é a primeira cooperativa de
crédito rural do Brasil a possuir o certificado de qualidade ISO 9001. O certificado é o reconhecimento da
qualidade e segurança dos produtos e serviços oferecidos pela Cocred. Graças a essa segurança e
confiabilidade, o número de cooperados cresce a cada
ano: apenas em 2006 foram mais de 1.300 novas adesões. Criada em 1969, a Cocred possui hoje, aproximadamente, 5800 cooperados.

O cooperado Wagner Cotrim Volpe Silva e o gerente
Gustavo José Marques

possuir terminais de auto-atendimento. Neles o cooperado pode fazer saques, consultar saldos, extratos e efetuar pagamento de boletos com código de barras. Os terminais vão agilizar as visitas dos cooperados a agência e

A cooperativa disponibiliza empréstimos e financiamentos com juros baixos e isenção de taxas, aplicações
financeiras exclusivas para produtores rurais, cartões
de crédito, poupança, seguros e todos os serviços oferecidos pelos outros bancos. Além disso, investindo
na Cocred, você ajuda no desenvolvimento de sua cidade e região, já que o dinheiro investido é transformado em crédito para produtores rurais e o cooperado
ainda participa da divisão das sobras anuais.

Revista Canavieiros - Julho de 2007
Reportagem de Capa

A FORÇA DA CAC

Bebida conquista os mai

Carla Rossini
Marcelo Massensini

U

ma bebida tipicamente brasileira que conquistou admiradores do mundo inteiro: assim é
a cachaça, que cada vez mais ganha
espaço em bares e restaurantes sofisticados. Aquela velha história de
só servir cachaça em botecos, ficou
para traz. Agora, a tradicional bebida brasileira quer se expandir e os
produtores trabalham para conquistar o mercado externo.
No Brasil é produzido anualmente 1,3 bilhão de litros de cachaça,
segundo dados do PBDAC - Programa Brasileiro de Desenvolvimento
da Aguardente e Cachaça. Isso significa que, para cada brasileiro, são
fabricado aproximadamente 7,5 litros de cachaça por ano. Desse total, 11,3 milhões de litros (dados de
2006), vão para o exterior.
Existem no país cerca de 30 mil
produtores de cachaça, entre eles
microempresas e pequenos produtores. Juntos, eles totalizam mais de
5 mil marcas e faturam aproximadamente US$ 600 milhões ao ano. O
setor emprega 450 mil pessoas diretamente e se for considerado toda a
cadeia produtiva esse número passa a ser 1,3 milhões de empregos.
Mas, para conquistar o mercado
internacional é preciso muito esforço e dedicação dos produtores. Lá,
a concorrência com as tradicionais
bebidas como o uísque, a vodca e o
rum, é forte.
Na tentativa de criar um padrão
de qualidade internacional, em 2005,
o governo federal adotou medidas
para regulamentar a produção de cachaça no país. O órgão responsável
é o Inmetro - Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.
No Estado de São Paulo existem
aproximadamente 10 mil engenhos,
20

Revista Canavieiros - Julho de 2007

mas apenas um é certificado pelo
Inmetro: o Engenho Tamanduá de
Olímpia. O cooperado Roberto Aparecido Rocha e seu sócio Paulo
Duarte Ferreira são os proprietários. Eles contam que para conseguir
a certificação, passaram por um rigoroso processo de seleção. "Foram
feitas pesquisas e uma garimpagem
nos engenhos para que fossem escolhidos apenas aqueles que atendessem as normas exigidas pelo
Inmetro. Nós conseguimos nos certificar e o Engenho Tamanduá se tornou o primeiro e único engenho do

Estado de São Paulo com essa
certificação", conta Paulo.
O Engenho Tamanduá foi constituído juridicamente em 1.998. De lá
para cá os proprietários se preocupam em produzir cachaça de qualidade, com sabor suave para agradar
também os paladares femininos.
"Procuramos um mercado diferenciado que atenda também as exigências das consumidoras", brinca
Roberto.
Eles produzem cachaça tradicio-
Reportagem de Capa

CHAÇA NACIONAL

mais exigentes paladares
nal nas versões ouro e prata e
Tarulas (licores estilo Amarula) nos
sabores tradicional, café e milho verde. Outros produtos de destaque
são as cachaças compostas nos sabores coco queimado, canela, banana e limão. Quem visitar o engenho,
que faz parte do roteiro turístico de
Olímpia, vai encontrar uma loja de
conveniência com ótimas opções,
pois além das cachaças, eles também comercializam farinha de milho
temperada, rapadura, queijos e mel.
O Tamanduá tem capacidade de
produção de 130 mil litros/ano. O sítio Santo Antonio, onde o engenho
fica instalado, tem 7 alqueires plantados com cana-de-açúcar, dos
quais 3 alqueires são exclusivamente para a fabricação de cachaça. "O
restante da produção de cana entrego em usinas da região", explica
Rocha.
As evidências do sucesso da cachaça de Olímpia são muitas. Recentemente, o Engenho Tamanduá par-

Roberto Aparecido Rocha, Célio Recco (Cocred - Severínia) e Paulo Duarte Ferreira

ticipou da IV Feira Internacional da
Cachaça - Brasil Cachaça que aconteceu no Pavilhão Bienal do
Ibirapuera em São Paulo. "Este evento é um dos mais importantes do

segmento e é muito importante para
divulgação dos nossos produtos e
também para desmistificar um conceito pejorativo sobre a cachaça",
afirmou Paulo.
Os produtores reclamam que a
cachaça ainda carece de políticas
públicas de incentivo à produção,
venda e distribuição. "A reclamação
é principalmente dos produtores da
bebida produzida em alambiques
que representam 35% da produção
nacional", conta Paulo.

O Engenho Tamanduá produz Tarulas nos sabores Tradicional, Milho Verde e Café e
também produz cachaças compostas de Cocô Queimado, Canela, Banana e Limão

Mas as perspectivas são excelentes. "Estamos nos firmando no mercado externo e pretendemos formar
um mercado de comercialização mais
efetivo", conta Rocha. O Engenho
Tamanduá está participando de um
projeto do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas) para exportação de cachaça
à Alemanha. "Estamos em fase de 'namoro' e em breve, com certeza, estaremos exportando a Cachaça
Tamanduá mundo afora'", finaliza o
cooperado.
Revista Canavieiros - Julho de 2007

21
Reportagem de Capa

CACHAÇA PRODUZIDA COM O "CORAÇÃO"
"Eu queria poder ter duas horas
com todo mundo para falar sobre cachaça. Mostrar a produção, falar dos
benefícios e fazer as pessoas verem
que a cachaça pode ser tão saborosa
quanto um bom vinho. Mas eu não tenho oito vidas", brinca Celso Paro, no
caminho de volta de sua Fazenda
Cachoeirinha, em Barretos.
Após dois anos de testes, pesquisas e investimento, o cooperado, engenheiro civil e químico, começou a
produzir e comercializar a cachaça
Piraporanga: uma cachaça artesanal e
refinada, para quem realmente entende do assunto. "Sem dúvida ela é uma
das melhores cachaças produzidas no
Brasil. Nós tomamos todas as medidas
possíveis para fazê-la a melhor", explica Paro. Ele conta que a produção começou com uma brincadeira entre ele e
um dos filhos. "Meu filho chegou de
viagem e falou que alguns amigos, que
sabiam que nós plantávamos cana,
perguntaram por que ele não fazia cachaça. Amadurecemos a idéia e hoje
estamos aí", conta o empresário que
hoje já faz investimentos para exportar
a bebida.
Na viagem em direção à fazenda,
com um olho na estrada e o outro sempre atento a qualquer movimentação
em sua fazenda, o cooperado falava
sobre a história de sua família - vinda
da Itália há cinco gerações - e a tradição na fabricação de cachaça. Paro
contou que entre 1950 e 1959 sua família fazia uma cachaça chamada "3Xis",
na cidade de Jaborandi, que fazia sucesso entre todos que bebiam. "Eu lembro que quando eu ia pra São Paulo,
naquela época, o porta-malas do
"fusquinha" ia lotado de cachaça.
Quando chegava lá, não durava nem
um dia. Todo mundo queria"', conta
orgulhoso o agricultor.
Graças ao sucesso na década de
1950, Paro resolveu relembrar a receita
de família para fazer uma cachaça tão
boa quanto à de sua infância. Para fabricar a cachaça, o cooperado usa antigos "segredos" de família. "Esses 'se22

Revista Canavieiros - Julho de 2007

gredos' são na
verdade 'detalhes'
que fazem à diferença", explica.
Porém, o empresário garante que
não usa nenhum
tipo de produto
químico, nem mesmo para acelerar o
processo de fermentação. Segundo ele, esse processo é feito criando o melhor ambiente possível para
o desenvolvimento das leveduras - bactérias que causam a fermentação - com controle de
temperatura, acidez, etc.
A Fazenda Cachoeirinha, que no
ano passado recebeu o prêmio Bunge
por melhor produtividade e qualidade
de canavial, tem 73 alqueires de cana,
sendo que 10% da produção é destinada ao engenho que funciona da seguinte maneira: a cana passa pela
moenda onde é separada a garapa e o
bagaço; a garapa é filtrada e decantada; depois de livre de impurezas, ela é
levada para a fermentação em uma sala
climatizada e isolada (livre de insetos
e contato de pessoas não autorizadas),
onde as bactérias agem e fazem a transformação do álcool em açúcar; depois,
ela é conduzida por canos para uma

Processo para o
lacre
da garrafa da
Cachaça
Piraporanga

caldeira de cobre onde é destilada em
3 horas em fogo à lenha (no lugar da
lenha, Paro utiliza o próprio bagaço da
cana).
Na destilação, os funcionários descartam o que eles chamam de "cabeça
e cauda" e utilizam apenas o "coração":
a parte mais pura da cachaça. "Para
fazer uma boa cachaça é preciso ter
coragem de descartar essas partes. As
bebidas feitas com elas causam a ressaca e o mau-cheiro que todos estão
acostumados", explica o cooperado.
"Por não usar esses dois estágios, a
Piraporanga se torna uma cachaça mais
suave, com aroma agradável e quem
bebe fica livre da ressaca no dia seguinte", completa. Ele ressaltou que
com a "cabeça e a cauda" cada tonela-

Antônio Celso Paro: “Uma boa cachaça pode ser tão saborosa quanto um bom vinho”
Reportagem de Capa
da de cana rende 150 litros de uma cachaça normal; para boas cachaças mineiras, a proporção é de 80 litros por
tonelada de cana. No engenho de Celso Paro, com cada tonelada de cana se
faz 25 litros de cachaça, ou seja, a bebida é feita com o "miolo da picanha",
como o próprio empresário define.
Depois de toda essa seleção, a cachaça é envelhecida por um ano em
tonéis de madeira. A madeira escolhida determina a cor, aroma e sabor característico de cada uma. Envelhecendo em tonéis de Jequitibá, conseguese a cachaça branca; no tonel de Bálsamo, a amarela de sabor leve; com
tonéis de Carvalho, a bebida apresenta coloração amarela suave e gosto
leve/picante; e usando, ainda, o tonel
de carvalho, mas com fermentação mais
quente, produz-se uma cachaça com
sabor, cor e aroma mais encorpados.
Esses 4 tipos de envelhecimento originaram as variedades da cachaça
Piraporanga: Turmalina, Água-marinha, Topázio e Ametista.

Tonéis de madeira Jequitibá, Carvalho e Bálsamo ajudam a dar sabores
diferenciados a cachaça

Depois de mais de dois anos de
espera, há pouco mais de um mês a
cachaça Piraporanga começou a ser
comercializada. Alguns supermercados
e lojas especializadas da região já estão vendendo o produto. "Nós levamos a cachaça para mostrar aos consumidores. As demonstradoras fazem

caipirinha de frutas para os clientes.
Todos têm elogiado bastante", comemora Paro. Apesar de estar feliz com as
primeiras vendas, o cooperado pensa
mais além e começou a investir na exportação da Piraporanga. Segundo ele
já existe interesse nos EUA e na Europa.

Revista Canavieiros - Julho de 2007

23
Destaque

5º Simtec discute inovações
tecnológicas para o setor
Marcelo Massensini

Pela primeira vez, a Revista Canavieiros estará presente com um estande

A

contece entre os dias 17 e 20 de
julho, no Engenho Central em
Piracicaba, a quinta edição do Simpósio
Internacional e Mostra de Tecnologia da
Agroindústria Sucroalcooleira (Simtec
2007). O intuito da feira é fomentar novas tecnologias, difundir as novidades
do mercado e debater as perspectivas
da cadeia sucroalcooleira em nível nacional e internacional. A edição deste ano
contará com 150 expositores espalhados
pelos mais de 30 mil metros quadrados
de feira. Estima-se que mais de 22 mil
pessoas visitem a feira.
Neste ano, a Revista Canavieiros
também estará presente com um estande
no Simtec, onde o visitante poderá conhecer melhor o sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred e se informar sobre
os assuntos mais pertinentes relacionados ao setor sucroalcooleiro.
Entre as novidades do Simtec 2007,
estão os simpósios de incentivo à
tecnologia, as rodadas de negócios e
palestras com especialistas vindo do
exterior, além do pavilhão do Sebrae, que
possibilita a participação de micro e pequenas empresas. José de Jesus Vaz,
coordenador da feira, explica que em um
momento em que todo o mundo se volta
ao desenvolvimento de energias
renováveis, o Simtec já atingiu um status
de evento importante do setor. "Chegamos à quinta edição com a responsabilidade de organizarmos um evento sério,
com propostas objetivas e que prioriza a
cadeia sucroalcooleira em seu todo, ou
seja, envolvendo prestadores de serviços, indústrias, entidades de classe, institutos de pesquisa, centros de
tecnologia entre outros", conta.
De acordo com a organização do evento, o Simtec propõe-se a ser um dos
divulgadores dos avanços tecnológicos
do setor e, para isso, conta com expositores que apresentarão ao público as novi24

Revista Canavieiros - Julho de 2007

dades em termos de equipamentos e serviços, além de simpósios e palestras que
contribuem para o desenvolvimento profissional de seus participantes. "Procuramos manter nosso foco na organização
de um evento que atenda ao setor
sucroalcooleiro, desde o pequeno produtor rural até o alto executivo de grandes
grupos empresariais", explica Vaz.
A edição deste ano conta com uma
série de palestras que visam o
aprofundamento das abordagens técnicas e a divulgação de novas tecnologias
do setor. Uma delas é a terceira edição
do Simbio - Simpósio sobre
Biotecnologia na Cana-de-açúcar - que
visa divulgar pesquisas relacionadas ao
aproveitamento da biomassa no
processamento de biocombustíveis
como fontes de energia limpa, renovável
e sustentável. Pela primeira vez, ocorrerão o Simcoger - Simpósio sobre Co-geração de Energia - e o Simantec Simpósio sobre Manutenção e
Tecnologias Industriais. (A programação
completa da palestras está disponível no
site www.simtec.com.br).
A grande novidade de 2007 será a
presença de uma empresa especializada
no controle da emissão de carbono durante os preparativos e desenvolvimento no evento. A organização explica que
o objetivo é contabilizar a emissão de
gáses durante e feira para reverter em
ações de preservação do meio ambiente
(plantio de mudas na bacia do rio
Piracicaba). José de Jesus Vaz, coordenador do Simtec, conta que "o público
terá a oportunidade de medir o grau particular de emissão de gás, numa simulação que indicará quantas mudas de árvores cada pessoa deve plantar para
equilibrar a poluição causada ao ambiente", explica e completa. "Queremos
que os visitantes se familiarizem com
ações práticas de preservação ambiental,
como o simulador de emissor de CO2".

Simtec 2006

Como nas outras edições do
Simpósio, os micro, pequenos e médios
empresários de Piracicaba e região novamente terão a oportunidade de participar do evento através do pavilhão do
Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas de São Paulo). Graças a esta parceria com o Sebrae, que
divide os custos da aquisição dos
estandes, esses empresários têm, novamente, a oportunidade de aumentar suas
vendas e conseguir um reconhecimento
maior na região. "Além de subsidiar parte dos custos dos estantes, também oferecemos apoio antes, durante e após o
evento", explica o gerente regional do
Sebrae, Antonio Carlos Aguiar Ribeiro.
O Simtec é realizado pelo Simespi (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico,
Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba,
Saltinho e Rio das Pedras), a Coplacana
(Cooperativa dos Plantadores de Cana do
Estado de São Paulo), a Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba),
o Ciesp/Regional Piracicaba - Centro das
Indústrias do Estado de São Paulo e Prefeitura Municipal de Piracicaba.
Destaque

FORIND 2007: Feira
supera expectativas
Carla Rodrigues

O

Pavilhão da Fenasucro em
Sertãozinho serviu de espaço para a realização da I Feira de Fornecedores Industriais do Estado de
São Paulo, trazendo novidades e também grandes negócios. Para isso, o
evento contou com 155 expositores de
várias cidades do estado e outros já
presentes no interior paulista.
O objetivo da Feira foi proporcionar oportunidades de excelentes negócios tanto para as grandes, quanto
para as médias indústrias da região,
que são marcadas pela presença de
pólos industriais e agrícolas.
Com o intuito de vender, a feira
apostou em um formato inovador, realizando seus negócios de maneira di-

reta para suprir as necessidades de
seus compradores através do Encontro de Negócios ForInd. Foram mais
de seis mil visitantes e 12 milhões vendidos. A partir daí, a feira deve atingir
os 40 milhões durante os próximos
meses, superando a expectativa inicial
de gerar 20 milhões.
Durante estes encontros foram realizadas mais de 970 reuniões de negócios entre as 53 empresas compradoras. Cada vendedor apresentava o seu
produto em reuniões de 15 minutos e
se desempenhadas com sucesso, a
efetivação da compra era feita de imediato. Segundo a organização do evento, também foi proporcionado aos compradores acordos de representações,
marketing e alianças estratégicas.

A ForInd trouxe entre seus expositores, empresas fabricantes de equipamentos, produtos e prestadores de serviços para diversos segmentos industriais. A Feira também destacou segmentos de bebidas, citricultura, alimentício,
eletro-eletrônico, metal-mecânico, construção, papel e celulose, siderurgia,
construção civil e aeronáutico, fundição, indústria química, entre outros.

Revista Canavieiros - Julho de 2007

25
Antes da Porteira

Cavalgando rumo
ao Pan
Marcelo Massensini

D

ois filhos de um cooperado
do sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred vão participar da
Equipe Brasileira de Hipismo nos Jogos Pan-Americanos do Rio, entre os
dias 13 e 29 de julho. André Paro – filho do cooperado Antônio Celso Paro,
de Colina – ficou concentrado na Vila
Hípica em Ribeirão Preto até o dia 07,
quando viajou para o Rio de Janeiro, já
seu irmão Carlos Eduardo Paro, que
mora na Inglaterra, foi direto para o Rio.
Os dois irmãos vão competir na
modalidade CCE (Concurso Completo
de Equitação), que é constituída por 3
provas. No primeiro dia é a prova adestramento: um teste que demonstra a habilidade e a submissão do cavalo. “É
como se fosse um balé a cavalo. Tem
uma série de movimentos pré-determinados que temos que fazer e os juízes
dão nota para esses movimentos”, explica André Paro. No segundo dia
acontece a prova de cross que, segundo ele, é a prova mais difícil da modalidade. É uma prova a campo aberto, com
obstáculos fixos de 1,25m de altura. “O
cavalo salta para dentro d’água, salta
morros e obstáculos fixos”, explica e
completa. “A prova dura 10 minutos e
André Paro e seu cavalo Land
Heir, já participaram de
Olimpíadas e de vários outros
campeonatos por todo o mundo

26

Revista Canavieiros - Julho de 2007

é realizada a 570 metros por minuto,
isso é bem rápido”. No terceiro dia
acontece a prova de saltos do hipismo
clássico. Ela é realizada em uma pista
com obstáculos de, também, 1,25m. A
soma dessas 3 provas é a nota final da
equipe. Ganha o conjunto que tiver a
menor pontuação.
O cavaleiro conta que começou no
esporte, por volta de 1986, graças à tradição que sua cidade – Colina – tem
com cavalos. “Colina, ainda hoje, é
considerada a capital nacional do Cavalo. Então eu acho que por causa de
toda essa tradição, eu me envolvi e
gostei”, explica Paro. “Logo depois,
um ou dois anos mais tarde, o Cacá
(Carlos Eduardo Paro) veio atrás e começamos juntos”, termina.
Durante os jogos do Pan, a Equipe
Brasileira vai competir com as delegações dos EUA, Canadá, Argentina e
Chile e nas provas individuais, além
destes países, com cavaleiros das Antilhas Holandesas, Jamaica, Uruguai e
México. Porém, os brasileiros estão
confiantes na vitória. “Nós estamos
com uma equipe bem forte, cavalos e
cavaleiros bem experientes e vamos

buscar uma medalha”,
explica André, que reconhece o favoritismo dos atuais vicecampeões mundiais, os EUA. “Eles são
bons e vêm com a equipe principal, mas
nós estamos em casa e queremos ganhar deles”, finaliza otimista.
Apesar de toda a competência e experiência com o hipismo, André Paro não
se considera um cavaleiro profissional.
“É um hobby. Mas um hobby levado
muito a sério”, conta. Tão sério que
André já foi 3 vezes campeão brasileiro,
medalhista no Sul-Americano de Hipismo e participante de vários outros campeonatos em diversos países. Quando
não está cavalgando, ele se dedica à produção de sua fazenda. Estudante do último ano de agronomia, Paro conta que
ajuda o pai a cuidar da fazenda
cachoeirinha em Barretos. “Nós discutimos bastante, entramos em acordo. Às
vezes ele precisa de uma opinião mais
técnica e pergunta pra mim”, completa.
O irmão mais novo de André, Carlos Paro
(Cacá), é cavaleiro profissional e há 4
anos mora na Inglaterra, onde se mantém exclusivamente do esporte.
Fazem parte da Equipe Brasileira
que vai disputar o Pan do Rio: André
Paro (Colina/SP) – com o cavalo Land
Heir, Carlos Paro (Colina/SP) – com
Political Mandate, Fabrício Reis (Belo
Horizonte/MG) – com Butterfly e
Renan Guerreiro (São Roque de Minas/
MG) – com Rodízio, além dos reservas: Fernando Perracini (São Paulo/SP)
– com seu cavalo Gaia, Guto Faria
(Uberlândia/MG), – com Whollan,
Jésper Martendal (Rio Claro/SP) – com
Land Kimmy e Remo Tellini (Franca/
SP), – com Milano. Saulo Tristão
(Matão/SP) – com o cavalo Totsie e
Serguei Fofanoff, o Guega (Ribeirão
Preto/SP) – com Ekus, vão competir
nas provas individuais. O técnico da
equipe é Ademir Oliveira.
Antes da Porteira

Fabricio Reis Salgado, André Paro, Serguei Fofanoff, Jesper Martendal, Saulo Tristão,
Renan Guerreiro, Guto Faria, Ademir Oliveira, Fernando Perracini, Remo Telline
Fabricio Reis Salgado

ATLETAS DE QUATRO PATAS
Um dos pontos que diferem o hipismo de outros esportes é que neste, o
atleta é o cavalo, que tem tratamento
digno de estrela. Eles têm alimentação
totalmente balanceada, com suplementos, vitamina C, queratina entre outros.
E assim como em outros esportes, o atleta (neste caso o cavalo) não pode usar
nenhum tipo de anabolizante. “O
antidoping deles é muito sério”, esclarece André Paro. Ele diz que é preciso
ter bastante paciência porque “como ele
é o atleta, ele tem dores de atleta. A diferença é que ele não fala. Então é preciso
ter cuidado”, termina.
Renan Guerreiro

Jesper Martendal

Ainda segundo Paro, o treinamento
é a fase mais importante. O cavalo precisa ter talento natural, porém o cavaleiro deve saber explorar isso adequadamente. O treinamento é muito importante, principalmente para a prova de cross.
“Na maioria das vezes, ele dá um salto e não sabe o que vai encontrar do outro
lado. Tem que ter uma confiança total no cavaleiro e nesse ponto eles são
iguais a gente, perdem a confiança uma vez só, para retomar depois é muito
difícil”, diz. André treina e compete há 11 anos com o mesmo cavalo: Land Heir
que já disputou diversos torneios, inclusive as Olimpíadas de Atenas.
Paro o Concurso Completo, a raça que se destaca mais é o Puro-Sangue
Inglês. O que não quer dizer que para competir no CCE o cavalo precise ser,
obrigatoriamente, um Puro-Sangue. “Ele pode ser uma cruza de puro-sangue
com cavalo de salto, alguma coisa assim. O meu cavalo é cruzado. Ele é três
quartos de puro-sangue inglês e um quarto de Holsteiner, que é uma raça de
salto” explica Paro. Com essa cruza, André consegue uma mistura da velocidade necessária para o cross e a técnica imprescindível para o salto. Entre os
cavalos integrantes da Equipe Brasileira existem: Puro-Sangues, Anglo-Árabes, o cruzado de André e um Puro-Sangue Irlandês de Carlos Paro, que é um
Puro-Sangue Inglês nascido na Irlanda.
Revista Canavieiros - Julho de 2007

27
Informações setoriais

CHUVAS DE JUNHO
e Prognósticos Climáticos

N

o quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram na região de abrangência da CANAOESTE
durante o mês de junho de 2007.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste

As somas das chuvas que ocorreram nos dias 1 e 2 (em alguns casos) deste mês, em todos os locais observados
"ficaram" muito abaixo das respectivas médias históricas, deixando bem evidente os baixos índices de Disponibilidade de
Água no Solo desde meados deste mês de junho (vide Mapa 1) para a região da ABAG RP (onde está inserida a região de
abrangência da CANAOESTE) e todo Centro e Oeste paulista.
Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 18 a 20 de
junho de 2007,

Na área canavieira do Estado de São Paulo, o índice
de Água Disponível no Solo mostrava-se médio a bom
(vide Mapa 1 ao lado) nas regiões de São João da Boa
Vista, Pirassununga, Limeira, Campinas, Piracicaba e
próximo de Ourinhos. Nas demais regiões, o índice de
Água Disponível já se mostrava crítico e foi-se pronunciando em todo o Estado até o final do mês de junho
(vide Mapa 3).

28

Revista Canavieiros - Julho de 2007
Informações setoriais
Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de junho de 2006.

Como subsídio a planejamentos de
atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais para
os meses de julho a setembro.
- Na faixa equatorial do Oceano
Pacífico, próximo à costa do Equador e Peru, as condições térmicas atmosféricas e (negativas)do mar indicam formação do fenômeno La Niña,
que poderá ser mais pronunciado
durante os meses de primavera (entre setembro a dezembro).
- A temperatura média poderá “ficar” acima das normais climáticas na
faixa canavieira do Estado do Paraná e
nas Regiões Centro Oeste e Sudeste;

Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de junho de 2007.

- Quanto às chuvas previstas
para os meses de julho a setembro,
estas poderão “ficar” abaixo das respectivas médias históricas nos Estados das Regiões Sudeste e Centro
Oeste, com exceção de todo o estado do Mato Grosso do Sul e das faixas à oeste dos Estados de Goiás,
Mato Grosso e São Paulo que, com
os demais estados da Região Sul,
prevêm-se chuvas próximas das normais climáticas.
- Exemplificando para Ribeirão
Preto e municípios vizinhos, as médias históricas pelo Centro Apta IAC, são de 20mm em julho ou agosto e 55mm em setembro.

Comparando-se os mapas 2 e 3, observa-se que os índices de Água Disponível no Solo, em junho deste ano e do anterior, já se apresentavam como
bem críticos em toda região canavieira do Estado de São Paulo, com exceção
(em 2006) do extremo sudoeste e em alguns pontos isolados.

Face às previsões efetuadas pela
Somar Meteorologia, a CANAOESTE
recomenda muita atenção às Umidades Relativas do Ar durante estes próximos meses. Do mesmo modo, pela
baixíssima umidade do solo, devem ser
evitados os tratos culturais mecânicos.

Revista Canavieiros - Julho de 2007

29
Legislação

Proibição de queima
de cana

À

exemplo do já anunciado na
edição passada da Revista
Canavieiros, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, aumentando o rigor de sua fiscalização, fez
publicar no Diário Oficial do Estado de
03 de julho de 2007 a Resolução SMA.
nº 34, de 02 de Julho de 2007, dispondo "sobre procedimentos relativos à
suspensão da queima da palha de
cana-de-açúcar ditados pela Lei Estadual nº 11.241/2003 e Decreto Estadual
nº 47.700/2003".
Referida resolução proíbe o uso do
fogo como método despalhador da
cana-de-açúcar em todo Estado, entre
os dias 6 de julho a 15 de outubro, somente no período diurno, que vai das
6:00 horas às 20:00 horas, em virtude
da baixa umidade relativa do ar prevista pela Secretaria neste período e horários.

30

Revista Canavieiros - Julho de 2007

De igual forma, a sobredita resolução também determina, como nos anos
anteriores, a proibição da queima da
palha da cana em qualquer horário do
dia, quando a umidade relativa do ar
for inferior a 20%. Esta proibição será
regional, após medição da umidade relativa do ar feita pelos equipamentos
da Secretaria do Meio Ambiente, que
se dará no período das 12:00 horas às
17:00 horas.
Após a citada data limite de 15 de
Outubro de 2007, volta a prevalecer as
regras vigentes na safra passada, já
enunciadas na edição anterior desta
Revista Canavieiros, qual seja: poderá
ocorrer a suspensão da queima quando a umidade relativa do ar ficar abaixo de 30% (trinta por cento) e acima de
20% (vinte por cento), durante três dias
consecutivos. Neste caso, ficará
suspenso o uso do fogo como método

despalhador da
cana-de-açúcar no
período compreendido das 6:00 horas
às 20:00 horas do
dia posterior à declaração de suspensão, efetuada
Juliano Bortoloti - Advogado
pela Secretaria do
Departamento Jurídico Canaoeste
Meio Ambiente,
sempre às 16:00 horas do terceiro dia consecutivo que perdurar a umidade acima
descrita; e, ainda, será suspensa a queima durante qualquer hora do dia, quando a umidade relativa do ar for inferior a
20% (vinte por cento). Tal suspensão
será declarada pela Secretaria do Meio
Ambiente às 16:00 horas do dia que se
observar tal umidade e será aplicada a
partir das 6:00 horas do dia posterior a
referida declaração. Nas duas hipóteses, a medição da umidade relativa do ar
se dará das 12:00 horas às 17:00 horas.
Culturas de Rotação

Produção Integrada de
Amendoim (PIA)
“Uma exigência em breve na
cultura do amendoim”

A

Produção Integrada (PI) surgiu há 30 anos na Europa, com
o objetivo de minimizar o uso de
agrotóxicos, visando obter produtos de
qualidade com o mínimo de agressões
ao ambiente. Atualmente existe uma
busca por parte dos consumidores por
produtos sadios e ausentes de resíduos, as cadeias de distribuidores e supermercados têm exigido dos fornecedores que levem em consideração: o
nível de resíduos de agrotóxicos nos
alimentos, respeito ao meio ambiente e
as condições de trabalho, higiene e
saúde. A garantia de qualidade e aquisição de um alimento seguro é um direito do consumidor. A Produção Integrada pode ser definida como um sistema de produção baseado na
sustentabilidade, aplicação de recursos
naturais e regulação de mecanismos
para substituição de insumos
poluentes, utilizando instrumentos adequados de monitoramento dos procedimentos e a rastreabilidade de todo o
processo, tornando-o economicamente viável, ambientalmente correto e socialmente justo.
No Brasil a Produção Integrada surgiu como parte do Programa de Desenvolvimento da Fruticultura (PROFRUTA),
gerenciado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA),
atendendo as exigências dos mercados
importadores com relação a definição de
PI citado acima. A partir daí criou-se o
Marco Legal da Produção Integrada de
Frutas (PIF) composto de uma Comissão
Técnica que estabeleceu normas e documentos de acompanhamento, os quais
instituem um sistema de livre adesão por
parte dos produtores que assegura a
identificação de origem do produto e a
rastreabilidade dos processos ao longo
da cadeia produtiva. Com base no Marco Legal da PIF são elaboradas para cada
produto (cultura) normas técnicas espe-

cíficas, grade de agroquímicos, cadernos
de campo e pós colheita, visando-se a
obtenção de Certificação. O modelo preconizado e consolidado na PIF foi utilizado pelo MAPA para instituir o Sistema
Agropecuário de Produção Integrada –
SAPI.
Como o amendoim está incluído
no mesmo grupo de Produção Integrada de Frutas, são exigidas as mesmas normas e técnicas de produção.
Por isso em agosto de 2006 criou-se
um Comitê Gestor que elaborou as
normas técnicas para a cultura, as
quais estão sendo testadas, validadas e aplicadas em propriedades
selecionadas através de Projetos Pilotos. Portanto, torna-se necessário
que os produtores de amendoim se
conscientizem da necessidade de se
adequarem as exigências dos mercados externos e até mesmo internos,
para não correrem o risco de em curto
espaço de tempo não conseguirem
comercializar suas produções.
Em um mercado altamente competitivo e com grande variação de preços,
a preocupação por parte do produtor
de amendoim pela diminuição dos custos da produção é fundamental para o
sucesso financeiro de sua lavoura. Portanto a Produção Integrada de Amendoim além das preocupações sociais e
com o uso correto do meio ambiente
visará: uma diminuição da aplicação de
agrotóxicos, uma racionalização do uso
de fertilizantes, adoções de práticas de
conservação do solo que visem aumentar a infiltração da água no solo e diminuição dos processos erosivos, um incremento da diversidade e população
de inimigos naturais de pragas e doenças; fatores estes que associados além
de uma diminuição de custos, nos dará
um produto de melhor qualidade e mais
seguro.

Segundo Edgard Matrangolo
Júnior (encarregado técnico responsável pelo Projeto de Produção Integrada de Amendoim na Copercana), a cooperativa através da Unidade de Grãos
(UNAME) deverá implantar 03 áreas de
Projeto Piloto de Produção Integrada
de Amendoim na safra 07/08
objetivando levantar dados para que
as normas técnicas estabelecidas possam ser avaliadas, revistas e
atualizadas contribuindo assim para o
sucesso da PIA, suprindo também nossos técnicos de informações que possam se levadas aos nossos cooperados produtores de amendoim.
* Edgard Matrangolo Júnior encarregado técnico de projetos

Revista Canavieiros - Julho de 2007

31
Novas Tecnologias

IAC treina técnicos em
classificação de solo
Marcelo Massensini

O

AMBICANA (qualificação
dos ambientes de produção de cana-de-açúcar) é um projeto pioneiro do IAC que tem o intuito de treinar técnicos para classificação de solos. O projeto conta com
o acompanhamento de dois pesquisadores do IAC: Dr. Hélio do Prado
(área de solos) e Dr. Marcos Guimarães Andrade Landell (na área de
manejo varietal).
O principal objetivo do projeto,
criado em 2002, é caracterizar e qualificar os tipos de solos, a fim de
identificar as variedades mais adequadas para determinados ambientes, além de promover treinamento
intensivo para técnicos das usinas
e destilarias, possibilitando o
enquadramento dos ambientes de
produção de cana-de-açúcar. Este
treinamento permite uma economia
em análises físicas de solos e possibilita que o agricultor identifique,
previamente, problemas em solos,
decidindo se é economicamente viável, ou não, investir em determinadas áreas.
Até agora, mais de 35 empresas
dos Estados de São Paulo, Goiás,
Minas Gerais, Bahia, Tocantins,
Mato Grosso do Sul contrataram
esse projeto. "A magnitude do impacto econômico gerado pelo
AMBICANA depende do esforço da
empresa em absorver os conhecimentos e incorporá-lo como uma
rotina. Em outras palavras, toda a
transferência de tecnologia socializa plenamente os conhecimentos
para os técnicos e é raro ocorrer o
contrário", explica o pesquisador
Hélio do Prado.
Os benefícios para quem participa do projeto AMBICANA vão desde a orientação na alocação das variedades de cana-de-açúcar 32

Revista Canavieiros - Julho de 2007

viabilizando ganhos
que podem chegar
a 25% - até a redução de custos e aumento da longevidade da planta.
Além de possibilitar
que o agricultor escolha, seguramente,
novas áreas para arrendamento e compra, desde que feito
esses estudo antes
da negociação.

Dr. Hélio do Prado,
pesquisador do IAC

No ano de 2005,
o AMBICANA foi
tema da tese de doutorado da pesquisadora Mirian Hasegawa na
UNICAMP, constatando o impacto
econômico desse projeto sobre a
produtividade das empresas que
contrataram o projeto. Em 2006, foi
realizado o I Seminário AMBICANA
com palestras dos técnicos das usinas conveniadas sobre os solos e
as respectivas produtividades de
cana-de-açúcar. O evento contou
com a participação de mais de 150
pessoas.

COMO FUNCIONA O
AMBICANA:
Para um melhor treinamento, a
empresa deve, primeiramente, escolher uma área de trabalho geograficamente não contínua, com grande
variação de argila, coloração e, principalmente, de produtividade. Hélio
do Prado esclarece que "nessas áreas descontínuas acompanhamos os
técnicos da empresa na identificação dos solos que depois repetem
os mesmos procedimentos em outras áreas da usina sem nossa participação", explica e completa. "Mesmo assim retornamos, periodicamente, nesses mesmos locais por eles
percorridos para eliminar dúvidas,

até que dominem o assunto".
A amostragem de solo é feita a
cada 10 ou 20 hectares com coleta
de amostras de solo nas profundidades de 0 a 20, 20 a 40 e 80 a 100
centímetros, quando o solo for profundo, ou na camada arável se forem mais rasos. As amostras de solo
são enviadas a um laboratório para
análises químicas (matéria orgânica,
pH, cálcio, magnésio, potássio,
sódio, alumínio e hidrogênio) e
granulométricas (argila, silte, areia
fina e areia grossa). Prado explica
ainda que "a estimativa do teor de
argila pela sensação ao tato do solo
molhado, faz com que o produtor
economize com gastos desnecessários com laboratório".
Segundo a legenda do IAC, os
solos são classificados quanto ao
teor de argila, em cinco Latossolos,
sete Argissolos (Solos Podzólicos),
dois Nitossolos (Terras Roxas
Estruturadas), quatro Cambissolos
e um Neossolo Quartzarênico (Areia
Quartzosa). "Essa legenda, por ser
simples e funcional, facilita muito a
aprendizagem dos técnicos e até
mesmo dos empresários do setor
sucroalcooleiro porque apresenta
Novas Tecnologias
opções de enquadramento não
muito extensas", completa Prado.
Outro aspecto importante do
AMBICANA refere-se à comparação de produtividade de um
mesmo solo em locais com significativas diferenças de índice
de chuva. Depois de analisadas,
essas amostras são incorporadas à tabela IAC de ambientes
de produção que considera, em
ordem decrescente de importância, a disponibilidade de água, a
textura, a profundidade e adicionalmente a fertilidade natural
abaixo da camada arável.
Nessas comparações regionais, por exemplo, foi destacado
porque os Nitossolos Vermelhos
eutroférricos (Terras Roxas
Estruturadas eutróficas), ou
seja, solos com elevada fertilidade natural, produzem mais de
100t/ha (sem aplicação de

vinhaça e sem irrigação) quando
ocorrem na região mais chuvosa,
como a de Assis (SP) e apenas 8488t/ha quando esse mesmo solo
ocorre na região bem mais seca,
como Goianésia (GO).
Hélio do Prado esclarece que a
fertilidade natural do solo é importante mas não pode ser considerada
sem a influência do clima. "Um exemplo que reforça nossa tese é a ocorrência do solo mais fértil do Brasil
com reduzida produtividade mesmo
quando irrigado. Apesar da
elevadíssima fertilidade natural são
muito pouco produtivos porque são
também salinos", termina.
Para mais informações sobre solos e cana-de-açúcar, o pesquisador
Hélio do Prado indica um livro escrito por ele: "Pedologia Fácil - Aplicações na Agricultura". A obra,
publicada recentemente, pode ser
acessada nos sites www.fundag.br
e www.pedologiafacil.com.br

Revista Canavieiros - Julho de 2007
Informações Técnicas

Avaliação da safra
canavieira de outono
Resultados e parâmetros de estimativa para 2007
Maximiliano S. Scarpari*, Murilo A. Sandroni** e Glauber C. Pavan**
* Centro de Cana IAC, ** ESALQ/USP.

A

Figura 1. Ajuste e representação gráfica dos
ram acima da média
dados obtidos da Tabela 1.
histórica, com alta
nebulosidade e baixa
insolação. Esses fatores associados reduziram o ritmo de
crescimento da canade-açúcar. Condições climáticas ideais
esperadas para o
crescimento seriam:
radiação solar intenFazendo uma previsão de safra em sa e precipitação bem
escala menor para cada usina ou for- distribuída ao longo
necedor que possua bom banco de do período. Outro
dados e com os ambientes de produ- agravante está no déficit hídrico drás- 08 em 3,5 % em produtividade (Tabela
ção já classificados, o novo projeto tico que ocorreu entre os meses de 1), sendo a maior queda de 8,4 % já no
PREVCLIMACANA IAC estima a abril a setembro de 2006 que afetou a início da safra. Esta redução foi conprodutividade da safra toda já no seu brotação das socas, atrasando e pre- firmada pelos dados enviados por 9
início. Estas estimativas de produti- judicando o desenvolvimento da plan- usinas na região de Ribeirão Preto.
Outros locais do Estado de São Pauvidade e maturação, já no início, ta.
lo, como a região de Catanduva e Oesnorteiam muitas decisões de
gerenciadores principalmente quanto
Com este cenário climático bem te Paulista, apresentaram a mesma
à época ideal de corte das áreas.
definido, comparou-se a produtivida- tendência. Para melhor entendimento
de realizada da safra 2006/2007 com o da Tabela 1, expressou-se estes daFoi observado que, na região de realizado na safra em curso 2007/2008, dos pela Figura 1.
Ribeirão Preto, entre os meses de ou- usando modelos na estimativa da proObviamente, a previsão de produtubro de 2006 a meados de janeiro de dutividade. Os resultados mostram a
2007 os índices pluviométricos fica- previsibilidade de queda da safra 2007/ tividade feita logo no inicio do mês
de janeiro para o final da safra gera
Tabela 1. Comparativo entre safras 2006/2007 e 2007/2008 na região de
certo grau de incerteza. Entretanto,
Ribeirão Preto.
esta estimativa pode ser utilizada com
grande acerto para o início da safra
PRODUTIVIDADE MEDIDA SAFRA 2006
como se confirmou com dados apresentados na Tabela 1. Uma re-estimaSafra
Corte anterior
Corte atual
TCH medido
tiva pode ser realizada para minimizar
Outono
mai/05
mai/06
100,4
eventuais erros da previsão feita para
Inverno
ago/05
ago/06
100,5
o fim de safra. A previsão de produtiPrimavera
nov/05
nov/06
69,2
vidade efetuada para cada unidade ou
média
90,0
fornecedor e sob seu sigilo, guia todo
o seu planejamento evitando surprePRODUTIVIDADE ESTIMADA SAFRA 2007
sas indesejáveis ao longo da safra.
Com a adesão de novos parceiros ao
Safra
Corte anterior Corte atual TCH estimado % em relação safra 06
projeto, conseguiremos abranger uma
Outono
mai/06
mai/07
92,6
-8,4
maior área no Estado de São Paulo, e
Inverno
ago/06
ago/07
93,8
-7,1
essa representatividade melhora a
Primavera
nov/06
nov/07
72,9
5,1
calibração e a validação do modelo de
média
86,4
-3,5
estimativas.
competitividade atual do
agronegócio canavieiro remete-nos ao uso de modernas ferramentas de gerenciamento, as quais
permitem planejar de forma correta e
precisa todas as operações envolvidas no canavial, desde as operações
de plantio até a entrega da cana na
indústria. Para isso, a criação de estimativas confiáveis de produtividade
ao longo de toda a safra é essencial.

34

Revista Canavieiros - Julho de 2007
Agende-se
Julho e Agosto

de 2007

REUNIÕES TÉCNICAS DA CANAOESTE
Começa a partir do dia 16 de julho, com o apoio da Bayer
CropScience e parceria de usinas da região, o ciclo de Reuniões Técnicas da Canaoeste. Os encontros contarão com
palestras ministradas pela Equipe Técnica da Canaoeste,
funcionários das usinas parceiras e profissionais da Bayer
CropScience, sobre os seguintes temas: Situação e Perspectivas da Safra 2007/2008; Protocolo Agroambiental;
Avisos Climatológicos; Tratos Culturais; e BAYER: Inovações Tecnológicas.
VEJAA PROGRAMAÇÃO:
16/07 - Barretos
17/07 - Viradouro
18/07 - Colina
19/07 - Severínia
23/07 - Pitangueiras
25/07 - Morro Agudo
26/07 - Bebedouro
30/07 - Sertãozinho
01/08 - Pontal
02/08 - Cravinhos
Para informações sobre os locais das reuniões entrar
em contato com o respectivo escritório regional.
VAGRIFAM - FEIRAESTADUALDAAGRICULTURA
FAMILIAR E DO TRABALHO RURAL
Data: 02 e 05 de agosto de 2007
Local: ITETRESP - Instituto Técnico e Educacional para
Trabalhadores Rurais – Agudos – SP
Temática: Feira Estadual com freqüência anual, que visa
contribuir na melhoria das condições do trabalho rural (agricultor familiar e assalariado rural)e aprimorar o agronegócio
familiar na áreas de insumos, máquinas e equipamentos,
crédito, tecnologia, capacitação e profissionalização, promovendo sua integração e proporcionando aos trabalhadores rurais a oportunidade de expor e negociar os seus
produtos, especialmente os agro-industrializados.
Mais Informações: (11) 3826 - 8900

CONFERÊNCIA SOBRE EXPORTAÇÃO E
COMERCIALIZAÇÃO DE ETANOL
Data: 08 e 09 de agosto de 2007
Local: Hotel Blue Tree Faria Lima - São Paulo - SP

Temática: Análises do mercado mundial de etanol, novos destinos de exportação, transformação do etanol em
uma commodity internacional, formação de preços, aspectos jurídicos do comércio exterior, alternativas de distribuição e infra-estrutura para exportação, gargalos logísticos e
soluções como o álcoolduto proposto pela Petrobrás serão
alguns dos temas em pauta na conferência.
Mais Informações: (11) 3017-6808

4º ENCONTRO SOBRE A CULTURA DO
AMENDOIM
Data: 23 e 24 de agosto de 2007
Local: Centro de Convenções da FCAV/Unesp de
Jaboticabal - Jaboticabal - SP
Temática: Apresentação do panorama brasileiro e mundial e exposição de temas técnicos sobre esta cultura em
crescimento. Informações: www.funep.fcav.unesp.br
Mais Informações: (16) 3209-1300

6º CONGRESSO BRASILEIRO DE
AGRIBUSINESS
Data: 27 e 28 de agosto de 2007
Local: Hotel WTC - Av. das Nações Unidas, 12.559 São Paulo - SP
Temática: O congresso é realizado pela Associação Brasileira de Agribusiness (ABAG), com patrocínio da Abimaq,
Anfavea, Banco do Brasil e apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Abag de Ribeirão Preto.
Mais Informações: (11) 3285-3100

NEGÓCIOS AMBIENTAIS
SUSTENTÁVEIS 2007
Data: 29 de agosto a 01 de setembro de 2007
Local: EXPOTRADE - Curitiba - PR
Temática: A cada dia surgem novos sinais de que a
vida na Terra está em risco. Muito se fala, mas ainda é
pouco o que tem sido feito para salvar o planeta. Nosso
futuro está em jogo e, se queremos deixar um planeta habitável para os nossos filhos e netos, é preciso agir agora.
Assim, o objetivo do evento é fomentar os negócios na
área ambiental para que as soluções viáveis possam ser
implantadas e a preservação do meio ambiente seja disseminada.
Mais Informações: (44) 3031-3071

Revista Canavieiros -- Junho de 2007
Revista Canavieiros Julho

35
Biblioteca
“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
ENERGIA DA CANA DE AÇÚCAR NO BRASIL

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira
didática, esclarecer algumas dúvidas a
respeito do português

1) “HAJA VISTO” os exemplos dos mais velhos são sempre interessantes...
Ficarão mais interessantes com a correção do Português...
Prezado amigo leitor, a expressão correta é HAJA VISTA.
HAJA VISTA é uma locução invariável equivalente a “VEJA”.

Isaias C. Macedo

O

Brasil produziu 311 milhões de toneladas
de cana em 1998 (25% da produção mundial) em 5 milhões de ha, com concentração no Sudeste
e Nordeste (~60% em S. Paulo). Há 50 mil produtores
de cana e 308 unidades de processamento industrial,
todas privadas, levando a 17.7 milhões de toneladas
de açúcar e 13.7 milhões de m3 etanol por ano. A
indústria da cana no Brasil mantém o maior sistema
de produção de energia comercial da biomassa, no
mundo, através do etanol (substituindo cerca de 40%
da gasolina) e do uso quase total do bagaço (equivalente a 11 milhões t de óleo) como combustível. A área
ocupada para a produção de etanol corresponde a 0.8%
da terra própria para agricultura, no Brasil.
Depois de mais de vinte anos de uso em larga escala
do etanol como combustível automotivo, o conhecimento adquirido sobre os impactos ambientais, sociais
e econômicos do sistema agro-industrial permite analisar com certa segurança o ciclo completo e a sua
sustentabilidade. Assim, o livro analisa aspectos como:
Os balanços energéticos para o ciclo, e as relações entre
combustível fóssil utilizado e energia renovável resultante, mostrando as tendências e impactos de novas
tecnologias. Considerando a legislação atual (eliminando gradualmente a queima de cana no campo) são avaliados os impactos na redução de poluentes atmosféricos nos próximos 12 anos; o aumento da disponibilidade de biomassa para energia é base para estimativa de
emissões evitadas de CO2, adicionalmente.
Macedo ainda trata de assuntos como a redução da
poluição local em centros urbanos e o uso de herbicidas
e pesticidas comparado com outros sistemas agrícolas
importantes no Brasil (soja e milho). Por último, o
livro discorre sobre a geração de empregos (volume e
qualidade) é quantificada na sua evolução em dez anos,
e tendências para os próximos anos. Os resultados já
obtidos e as possibilidades de melhoria indicam a grande evolução ocorrida, e o interesse em um esforço
continuado para uma agro-indústria sustentável baseada na cana de açúcar, com a produção simultânea de
alimentos e energia.
Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,
nº1461 Revista Canavieiros - telefone 2007
36 em Sertãozinho, ou pelo Julho de (16)39463300 - Ramal 2016

2) Ele conquistou sua liberdade financeira “A MENOS DE” dois
anos...
Será???
Dica útil:
HÁ MENOS DE: o HÁ encerra idéia de passado e pode ser substituído por “FAZ”.
Ex.: Ele conquistou sua liberdade há menos de (faz) dois anos.
A MENOS DE: indica distância, quantidade ou tempo futuro e NÃO
pode ser substituído por FAZ.
Ex.: Encontrava-se a menos de cinco metros do carro.(indica distância)
Falou a menos de 100 pessoas.(indica quantidade)
Estava a menos de 2 anos da aposentadoria. (indica tempo futuro)
3) “A GROSSO MODO”, Pedro explicou a situação da empresa para
os funcionários.
E os funcionários não devem ter entendido a explicação!!!
Por favor, prezado amigo leitor, o correto é GROSSO MODO.
GROSSO MODO: significa de maneira grossa, aproximadamente,
genericamente.
Ex.: Grosso modo (genericamente), Pedro explicou a situação da
empresa para os funcionários.

PARA VOCÊ PENSAR:
“Ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o
que menos se suja”
Chico Xavier
“Experiência é o nome que damos aos nossos próprios erros”
Oscar Wilde
“Adoro as coisas simples.
Elas são o último refúgio de um espírito complexo”
Oscar Wilde

RENATA CARONE SBORGIA
Advogada
e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP,
Especialista em Língua
Portuguesa, Consultora de
Português, MBA em Direito e
Gestão Educacional,
Escreveu a Gramática
Português Sem Segredos
(Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia
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Ed13jul07

  • 1. Revista Canavieiros - Julho de 2007
  • 2. Revista Canavieiros - Julho de 2007
  • 3. Editorial Do Brasil para o mundo A Revista Canavieiros deste mês traz como reportagem de capa um panorama geral sobre a produção e mercados interno e externo de cachaça. Visitamos engenhos de cooperados da região para descobrir quais as tendências deste mercado e como os produtores estão investindo e se preparando para atender a uma demanda que não pára de crescer. em Sertãozinho entre os dias 4 e 6 de julho, no pavilhão da Fenasucro. Neste ano, pela primeira vez, a Revista Canavieiros estará presente com um estande no Simtec - Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia da Agroindústria Sucroalcooleira - em Piracicaba - SP. A feira contará com 150 expositores e um público estimado de mais de 22 mil pessoas. Existem hoje no país cerca de 30 mil produtores de cachaça que, juntos, totalizam mais de 5 mil marcas e faturam aproximadamente US$ 600 milhões ao ano. O setor emprega 450 mil pessoas diretamente e se for considerado toda a cadeia produtiva esse número passa a ser 1,3 milhões de empregos. Na tentativa de criar um padrão de qualidade internacional, em 2005, o governo federal adotou medidas para regulamentar a produção de cachaça no país e garantir a qualidade da cachaça vendida dentro e fora do país. Nas páginas da Copercana, você confere o balanço geral do Agronegócios Copercana. A feira contou com a presença de 3 mil cooperados e um faturamento 42% maior do que o do ano anterior, atingindo a soma de R$ 85 milhões. Em Uberaba foi realizada a inauguração da filial da cooperativa e no dia 30 de junho foi realizado o Dia de Campo pela Copercana em parceria com a Star Máquinas Agrícolas e a Destilaria Santa Inês. Na editoria da Canaoeste, o cooperado pode conhecer dois projetos oferecidos pelo Netto Campelo Hospital e Maternidade: um curso gratuito para instruir gestantes sobre as principais dúvidas das mães "de primeira viagem" e o convênio odontológico exclusivo para associados. Na série de reportagens que apresenta as agências da Cocred, o leitor conhece a agência da cidade de Viradouro. Na entrevista, o pesquisador do IEA, José Sidnei Gonçalves, prevê um grande avanço nos canaviais do país, apesar de o preço da cana estar mais baixo do que na safra anterior. "Alguns espaços de grãos, em especial soja e algodão, serão ocupados com cana. Mas aí o problema não é da cana, mas da guerra fiscal que estimula o plantio nos cerrados do Brasil central e do câmbio sobre-valorizado, que impacta para baixo os preços internos", diz. Ele ainda defende a redefinição do papel da Petrobras no mercado dos biocombustiveis e comenta sobre a crise no setor de grãos. O destaque desta edição fica com as feiras e simpósios que aconteceram e que vão acontecer durante este mês. Apresentamos o balanço do I ForInd Feira de Fornecedores Industriais do Estado de São Paulo - que aconteceu O artigo jurídico deste mês, continua a tratar sobre a queima da palha de canade-açúcar e no "Culturas de Rotação", o encarregado técnico de projetos, Edgarg Matrangolo Junior fala sobre a Produção Integrada de Amendoim (PIA). Além dos prognósticos climáticos, esta edição traz, também, a avaliação da safra canavieira de outono, feita pelo Centro de Cana do IAC e pela ESALQ/USP. E ainda: dicas de português, indicação de livros, agenda de eventos do setor, repercutiu e os classificados. Boa Leitura! Conselho Editorial Revista Canavieiros -- Julho de 2007 Revista Canavieiros Julho de 2007 03
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo A força da cachaça nacional Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Bebida conquista os mais exigentes paladares Oscar Bisson Pag. Pag. 20 OUTRAS DESTA DESTA QUES CONSECANA Entrevista Pag. 15 José Sidnei Gonçalves Engenheiro agrônomo, doutor em ciências econômicas e pesquisador científico do IEA Pag. 05 DESTAQUE Pag. 24 Pag. 28 INFORMAÇÕES SETORIAIS Pag. Notícias Notícias Pag. 12 Canaoeste Manoel Ortolan participa da posse do presidente da UNICA Netto Campello oferece curso para gestantes Notícias Cocred Cocred inova em viradouro INFORMAÇÕES TÉCNICAS 34 Revista Canavieiros - Julho de 2007 DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: Carla Rodrigues, Carla Rossini, Daniel Pelanda, Giselle Mariano, Letícia Pignata, Marcelo Massensini, Rafael Mermejo, Roberta Faria da Silva, Talita Carilli. Pag. 36 IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora CULTURA REPERCUTIU Pag. TIRAGEM: 7.500 exemplares 37 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, CLASSIFICADOS 38 Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Antes da Porteira 04 revistacanavieiros@copercana.com.br AGENDE-SE 35 16 Cavalgando rumo ao Pan COLABORAÇÃO: Acampamento Vista Alegre (16) 3946-3311 3 2 TÉCNOLOGIAS Pag. Pag. Pag. FOTOS: Carla Rossini Marcelo Massensini COMERCIAL E PUBLICIDADE: 30 NOVAS Pag. Pag. Pag. DIAGRAMAÇÃO: Rafael Mermejo LEGISLAÇÃO 08 09 Copercana Copercana inaugura filial em Uberaba - MG III Agronegócios Copercana fatura R$ 85 milhões PROJETO GRÁFICO E Carla Rodrigues Pag. O processo de valorização cambial acelerado dos últimos meses tem gerado um estado de extrema preocupação no setor agroexportador brasileiro. Carla Rossini – MTb 39.788 Cristiane Barão – MTb 31.814 Marcelo Massensini Ponto de vista André Diz EQUIPE DE JORNALISMO: 26 Pag. Pag. Sertãozinho – SP CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311
  • 5. Entrevista José Sidnei Gonçalves Engenheiro agrônomo, doutor em ciências econômicas e pesquisador científico do IEA Perfil: José Sidnei Gonçalves é engenheiro agrônomo, doutor em ciências econômicas e pesquisador científico do IEA. Foi coordenador da APTA, agência que engloba os seis institutos de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Cana pode ocupar um terço da área Agropecuária paulista Cristiane Barão C ultivada em 4,2 milhões de hectares sem São Paulo, a cana deverá chegar a 6 milhões de hectares nos próximos anos, o que representa um terço da área ocupada pela atividade agropecuária em São Paulo. Essa é a estimativa do pesquisador científico José Sidnei Gonçalves, do IEA (Instituto de Economia Agrícola), órgão vinculado à APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Segundo ele, apesar de o preço da cana estar mais baixo do que na safra anterior, o avanço dos canaviais deve continuar, o que “não é nenhum absurdo”. “Alguns espaços de grãos, em especial soja e algodão, serão ocupados com cana. Mas aí o problema não é da cana, mas da guerra fiscal que estimula o plantio nos cerrados do Brasil central e do câmbio sobre-valorizado, que impacta para baixo os preços internos”, diz. Gonçalves defende a redefinição do papel da Petrobras no mercado dos biocombustíveis, acha que o modelo de produção de biodiesel terá uma reformulação nos próximos anos, caminhando para estratégias regionalizadas, e que a crise no setor de grãos está em pleno apogeu. Segundo ele, os aumentos de preços do milho e da soja no mercado internacional deram algum alento. “Mas por algum tempo. Até lá há que se fazer alguma coisa”, alerta. Leia, a seguir, a entrevista que ele concedeu à Canavieiros. Revista Canavieiros - Julho de 2007 05
  • 6. Entrevista Revista Canavieiros: Há um limite para o crescimento da área com cana em São Paulo? José Sidnei Gonçalves: A fronteira agropecuária paulista está esgotada desde a metade dos anos 70, ocupando algo em torno de 18 milhões de hectares num total de 22 milhões de hectares que representa a área total dos imóveis rurais. Em grandes números, temos cerca de 3,4 milhões de hectares de vegetação nativa, 600 mil hectares de estradas e construções rurais; 10 milhões de hectares de pastagens, 1 milhão de hectares de lavouras florestais (pinnus e eucaliptus) e 7 milhões de hectares das demais lavouras. Nos 8 milhões de hectares de lavouras, temos 3,3 milhões de hectares da área colhida com cana e mais 900 mil hectares das áreas novas de cana, perfazendo uma área plantada de 4,2 milhões de hectares. As novas destilarias de álcool em implantação já determinam a ocupação com cana de mais 1,2 milhão de hectares, atingindo, portanto, 5,4 milhões de hectares que deverão ser ocupados com cana nos próximos anos. Há um limite para isso? Mantida a convergência de fatores favoráveis dos últimos anos com preços do petróleo dobrando, associado à questão ambiental em função da necessidade de reduzir combustíveis fósseis, há pouco a ser feito. Proibir não adianta. Isso nos ensina uma leitura da própria história e lógica do capitalismo. Revista Canavieiros: O preço da cana nesta safra deverá ficar abaixo da passada, em torno de 20%. Você acredita que isso irá frear o avanço da cana, que foi muito forte nos últimos anos? Gonçalves: Realmente esse representa o limite mais consistente numa economia de mercado. A euforia se deu com preços da cana acima de R$ 35 por tonelada, e atualmente tem regiões em que o preço já baixou dos R$ 25 por tonelada. Se a trajetória de preços se mantiver, não apenas isso será um freio no avanço como pode mesmo suscitar em alguns espaços a marcha ré. Ainda que para o petróleo a mais de US$ 60/barril e câmbio a R$ 2,00/US$ seja interessante produzir “Essa questão de que vai faltar alimentos é bobagem. Na época do Proalcool, nos anos 70, disseram o mesmo e muitos deles se reconverteram e hoje são entusiastas do álcool”. álcool em função do aumento da frota de carros flexíveis, que atingirá seu patamar mais alto em 5 a 7 anos, há enormes obstáculos a superar como a equalização da tributação do ICMS entre as unidades da federação. Verifique que os preços do açúcar no mercado internacional recuaram e também podem fazer com que o avanço canavieiro se dê em menor ritmo. Mas ele (avanço da cana) continuará por alguns anos ainda. Revista Canavieiros: A cana é o principal produto agrícola do Estado. Há setores que vêem com ressalvas o avanço da cana, que ela irá tirar área de grãos, que o Estado terá uma monocultura. Como você analisa essa questão? 06 Revista Canavieiros - Julho de 2007 Gonçalves: Temos atualmente uma área de 4,2 milhões de hectares com cana e devemos ocupar com essa gramínea algo em torno de 5,0 milhões de hectares em alguns anos, podendo chegar a 6,0 milhões de hectares. Isso representa um terço da área agropecuária paulista de 18,0 milhões de hectares o que ainda não representa nenhum absurdo. Temos 10 milhões de hectares de pastagens e extensas áreas mais ao sul não propícias para a cana. Com certeza, alguns espaços de grãos, em especial soja e algodão, serão ocupados com cana. Mas aí o problema não é da cana, mas da guerra fiscal que estimula o plantio nos cerrados do Brasil central e do câmbio sobre-valorizado, que impacta para baixo os preços internos. Se a cana continuar a remunerar melhor e com menor risco, não há o que fazer. Essa questão de que vai faltar alimentos é bobagem. Esses neo-malthusianos incorrigíveis vez por outra vêm com esse velho e centenário argumento. Na época do Proalcool, nos anos 70, disseram o mesmo, prognosticaram catástrofes e muitos deles se reconverteram e hoje são entusiastas do álcool. E não têm vergonha de dizer “esqueçam o que escrevi”. Revista Canavieiros: O biodiesel ainda “não pegou” na região de Ribeirão Preto, pelo menos. Você acha que o biodiesel vai deslanchar em São Paulo? Gonçalves: Não pegou porque todo o desenho do programa brasileiro está impregnado da idéia de que vão fazer isso com base na “agricultura familiar”. Os subsídios envolvidos são elevados e não são multiplicáveis para todo espaço produtivo da agropecuária. Os próximos cinco anos irão redefinir esse processo, que deve caminhar para estratégias de produção regionalizada de biodiesel a partir de matérias-primas diversas. Daí, acho que chega a vez de São Paulo e de Ribeirão, com base em oleaginosas como soja e amendoim. Mas ainda é cedo para avaliar essa tendência.
  • 7. Entrevista Revista Canavieiros: Hoje discu- construída a solução desejada. tão, implicarão na redução da área te-se muito a necessidade de pesquidisponível para plantio e criações. sa sobre o etanol celulósico. Você Revista Canavieiros: Você é auacha que haverá alguma mudança tor de um estudo que aponta prejuRevista Canavieiros: Que análina direção das pesquisas como, por ízos para a produção agropecuária se você faz do Plano de Safra divulexemplo, buscar variedades com paulista se o decreto da reserva le- gado pelo governo federal? maior teor de celulose ao invés de gal for aplicado. A discussão foi Gonçalves: Segue a mesma toada se priorizar apenas o teor de suspensa, aparentemente. Dá para dos anteriores, com a novidade de sacarose? imaginar qual será o desfecho des- que reduziram a taxa de juros para os Gonçalves: Acredito que a nação sa questão? recursos oficiais de crédito de 8,75 que dominar esse processo vai ser Gonçalves: A lei está aí e o decre- a.a. para 6,75 a.a e o volume de recurhegemônica. Mas nesse campo ain- to também. Espero que o desfecho sos foi aumentado. Os preços interda há pouco prognóstico a ser feito. seja a revisão do absurdo do Código nacionais da soja e do milho em funNo momento, questões mais urgen- Florestal, que obriga o retrocesso da ção da pressão dos biocombustíveis tes estão postas como a definição do atual dimensão da área plantada. E o estimulam aumentos dos plantios. papel da Petrobras no mercado de decreto deveria ser simplesmente re- Noutras palavras, para commodities biocombustíveis. Esse modelo das vogado. Não faz sentido governos que tiverem preços, as condições são refinarias está comprometendo o estaduais se alvorarem na regula- boas. avanço desse segmento. Não faz sen- mentação de leis federais. E regulatido as usinas de Ribeirão Preto não mentando contra os interesses Revista Canavieiros: Você acha poderem abrir postos de distribuição paulistas. Por isso é preciso estar que a crise dos agronegócios está de álcool no seu entorno e venderem atento, pois o problema ainda não foi chegando ao fim? direto ao consumidor. Em muitos pa- resolvido. Apenas deixou de ser menGonçalves: Primeiro, para mim íses você vai à loja de conveniência cionado em público. nunca existiu crise dos agronegócios. e pede para abastecer seu carro Acabei de falar que o agronegócio com a bomba colocada na calça“É preciso estar atento, pois o da cana nos últimos anos foi muida. Há que se discutir o equívoco to bem. Logo é preciso qualificar problema (discussão sobre a estrutural desse modelo de moque a crise atingiu principalmente nopólio da energia. A Petrobras reserva legal em São Paulo) ainda os agronegócios dos grãos e fitem o monopólio do petróleo, que bras, em grande medida soja, alé obtido em bacias sedimentares não foi resolvido. Apenas deixou godão e arroz e localizada em esdefinidas e aí faz algum sentido. de ser mencionado em público” pecial no Brasil central. Segundo, Mas para bicombustíveis (álcool que, mais que câmbio, o problema e biodiesel), cuja produção se dá com é petróleo. Antes, na euforia dos especificidades regionais, não faz o Revista Canavieiros: Os peque- grãos, o barril de petróleo custava US$ menor sentido esse “passeio de pro- nos e médios produtores serão os 30 que com um câmbio de R$ 3,00/US$ duto”, levando até a refinaria e de- mais prejudicados se a medida (re- produzia um preço interno desse pevolvendo às vezes para consumo na serva legal) entrar em vigor? tróleo de R$ 90/barril. Com o petróleo mesma região. Isso implica em cusGonçalves: Sim, porque são aque- atual a US$ 60/barril e câmbio a R$ tos inaceitáveis. Há que se definir les que têm menor disponibilidade fi- 2,00/US$, o preço interno do barril de também como será gerenciado o nanceira para utilizarem o mecanis- petróleo atinge R$ 120/barril. E isso é alcooduto para exportação. Ou seja, mo da compensação em outras pro- custo mais elevado da mecanização no campo estrutural há que ser de- priedades e regiões. Para eles se apli- das culturas, dos insumos mocratizado o debate para que seja cados o Decreto e a Lei, tal como es- petroquímicos como adubos e agrotóxicos e do transporte rodoviário até o porto. E essa questão ainda está posta mesmo com o biodiesel, o que compromete produções mais distantes dos portos de exportação. Ademais, há uma dívida ainda de R$ 140 bilhões acumulada, o que obriga os lavradores a plantarem para não quebrarem. Noutras palavras, a crise está em seu pleno apogeu. Apenas que os aumentos de preços do milho e da soja no mercado internacional deram algum alento. Mas por algum tempo. Até lá há que se fazer alguma coisa. Revista Canavieiros - Julho de 2007 07
  • 8. Ponto de vista Câmbio dilapida renda do Câmbio dilapida renda do produtor rural produtor rural * André Diz O processo de valorização cambial acelerado dos últimos meses tem gerado um estado de extrema preocupação no setor agroexportador brasileiro, com valorização de 10,97% desde início 2007. Comparando-se as variações de preço no mercado internacional de algumas commodities desde 2000 e a variação cambial para o mesmo período chegamos num cenário mais realista, conforme mostra o gráfico abaixo. Mais do que uma análise ano a ano, essa análise evidencia os altos e baixos corriqueiros pelos quais passa o setor agroexportador e os impactos que essas alterações de conjuntura podem exercer sobre a margem de rentabilidade dos produtores rurais, lembrando que seus efeitos são cumulativos, tanto em manutenção da solvência do negócio, quanto no endividamento pelo 08 Revista Canavieiros - Julho de 2007 qual passa o setor. Analisando os índices IPP (índice de preços pago pelo produtor) e IRP (índice de preços recebidos pelo produtor), no período de 2000-2006, chegamos ao seguinte quadro. O item custo, se refere ao custo agregado, assim como o item receita. O primeiro sofreu uma elevação, no período analisado, de 103,92% enquanto o segundo, uma elevação de 72,95%. Como muitos insumos utilizados na agricultura tem sua formação de preço no mercado internacional (em dólar), era de esperar que a valorização cambial fosse capaz de reduzir alguns custos para o setor, como combustíveis fertilizantes e agrotóxicos. Mas isso não ocorreu. Tendo como base de comparação os câmbios médios, de 2002 a 2006 o real passou por uma valorização de 27,7 %, enquanto os combustíveis tiveram elevação de 191,25%, os agrotóxicos de 67,26%, os fertilizantes de 77,99% e as sementes, elevação de 115,98%, ficando evidente o descolamento dos preços da moeda frente aos insumos, ambos cotados em dólar. Buscando verificar as alterações dos preços relativos entre os insumos e a produção agrícola, mais uma vez, salvo algumas exceções, os movimentos são desfavoráveis ao setor agropecuário, conforme podemos ver no gráfico abaixo. Os dados do gráfico a baixo foram calculados com os valores médios e mostram o quanto de produto seria necessário para adquirir um tonelada de fertilizante, ou no caso dos maquinários, a quantidade de produto necessária para adquirir uma unidade de equipamento. Mesmo com um intenso processo de valorização no período (2000-2005) as relações de troca, ou melhor, os preços relativos, se deterioraram. Com toda dinâmica de preços relativos (cambial, insumos e preços internacionais), não causa estranheza o crescente endividamento agrícola (estimada entre R$ 80 e R$ 100 bilhões) e a necessidade constante de prorrogação dos pagamentos desse endividamento. Somando se a esse quadro geral às dificuldades de escoamento da safra agrícola, ancorados numa infra-estrutura logística precária, um seguro agrícola pouco adequado e condições de endividamento penosas (juros no mercado interno), o cenário que se configura se torna dramático. * economista do Núcleo Econômico SRB (Sociedade Rural Brasileira) - www.srb.org.br
  • 9. Notícias Copercana Copercana inaugura filial em Uberaba - MG Carla Rossini É a 7ª loja de ferragens da cooperativa A Copercana inaugurou no dia 14 de junho, na cidade de Uberaba, estado de Minas Gerais, sua 7º loja de ferragens. Já funcionavam lojas da cooperativa nas cidades de Sertãozinho, Cravinhos, Serrana, Pontal, Pitangueiras e Severínia e a loja de Uberaba é a primeira fora do estado de São Paulo. Mais de 120 pessoas participaram da cerimônia de inauguração que contou com a presença do presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, do presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan e dos diretores da Copercana, Pedro Esrael Bighetti e Francisco César Urenha. Também participou da cerimônia o secretário municipal de Agricultura de Uberaba, José Umberto Guimarães, além de cooperados, parceiros e representantes de usinas daquela região. Em seu discurso, Antonio Eduardo Tonielo lembrou que com a inauguração da ampla e moderna filial, os cooperados e clientes da cidade e dos arredores, poderão desfrutar dos bons preços e condições de pagamento que a Copercana oferece. "São oportunidades e condições de compra só vistas nos grandes centros urbanos", afir- mou e completou: "nesta data tão significativa, queremos compartilhar com os amigos aqui presentes esse momento de alegria por alcançarmos mais um objetivo. O nosso sucesso, sem dúvida, se deve ao apoio e a confiança que nossos cooperados tem depositado nesta instituição, aliado ao esforço e a dedicação de nossa equipe de trabalho". Fachada da loja de ferragens da Copercana em Uberaba A nova loja possui 682 metros quadrados de construção e terá um agrônomo a disposição dos cooperados para orientação de produtos e serviços Antonio Eduardo Tonielo (presidente da Copercana e Cocred), Pedro Esrael nas lavouras. "A Bighetti (diretor da Copercana), Francisco César Urenha (diretor da Copercana acreditou Copercana, Canaoeste e Cocred), João Ângelo Guidi (cooperado), Manoel no potencial dessa re- Ortolan (presidente da Canaoeste e diretor da Copercana e Cocred) e José Humberto Guimarães (secretário municipal de Agricultura de Uberaba) gião que está crescendurante o descerramento da fita inaugural. do junto com o setor sucroalcooleiro e eu estarei aqui para Após a bênção no local e o atender as necessidades dos coopera- descerramento da fita inaugural, os dos", afirmou o engenheiro agrônomo, convidados participaram de um coqueFlávio Guidi. tel oferecido pela Copercana. Ricardo Meloni (gerente do departamento de compras), Frederico Dalmaso (gerente de comercialização), Flávio Guidi (engenheiro agrônomo de Uberaba) e Manoel Sérgio Sicchieri (assessor das diretorias da Copercana, Canaoeste e Cocred). O secretário da Agricultura, José Humberto, agradeceu aos diretores da Copercana por acreditarem na cidade. "Essa inauguração é uma demonstração de confiança na nossa cidade e estamos muito lisonjeados com este ato", disse o secretário. Os convidados visitaram o interior da loja após a cerimônia de inauguração Revista Canavieiros - Julho de 2007 09
  • 10. Notícias Copercana III Agronegócios Copercana fatura R$ 85 milhões Carla Rossini Feira apresentou um aumento de 42% nas vendas em relação ao ano passado A s boas condições de compra e de pagamento oferecidas aos cooperados durante o III Agronegócios Copercana favoreceram o ótimo resultado da feira. Neste ano, o faturamento teve um aumento de 42% em relação ao ano passado, totalizando um volume de negócios na ordem de R$ 85 milhões. Em 2006, a feira faturou R$ 60 milhões. A feira foi realizada no Clube de Campo Vale do Sol, em Sertãozinho, durante os dias 20, 21 e 22 de junho. Segundo o gerente de comercialização da Copercana, Frederico José Dalmaso, "a feira superou expectativas e conseguiu um excelente volume de negócios", afirmou. Ainda segundo Frederico, o bom resultado se deve a participação dos cooperados e as parcerias firmadas com os expositores. "A participação dos cooperados alavancaram os negócios e isso é bom para a Copercana e também para os próprios cooperados", explicou Frederico. Mais de três mil cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred estiveram visitando a feira que contou com cerca de 50 expositores e um sistema facilitado de compra de insumos com oferta de créditos e condições vantajosas de pagamento. O evento encerrou com chave de ouro o primeiro semestre de 2007, período tradicional de negócios dentro do setor canavieiro, principalmente na área de agroquímicos. No total foram comercializados 2 milhões de quilos/litros de defensivos agrícolas e 59 mil toneladas de adubo. Também foram comercializados calcário, implementos e equipamentos para agricultura de cana-de-açúcar, soja, amendoim e milho. 10 Revista Canavieiros - Julho de 2007 O presidente da Copercana, Cocred e do III Agronegócios Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, disse que o resultado da feira ficou dentro do esperado. "Nós conseguimos atingir nossa meta e acredito que todos os cooperados tenham conseguido realizar bons negócios", finalizou Tonielo. Mais de três mil cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred estiveram visitando a feira Dentre as novidades apresentadas nesta 3ª edição do Agronegócios, merece destaque o evento paralelo sobre pecuária. As palestras foram realizadas num ambiente preparado e com curta duração, em torno de 30 a 40 minutos. Assim, quem participou pode adquirir informações sem ter que dedicar muito tempo. Para o ano que vem, o evento paralelo sobre pecuária deve ser repetido. O presidente e diretores da Copercana receberam a visita do presidente (Edivaldo Del Grande) e representantes da OCESP
  • 11. Notícias Copercana Cooperado ganha um Tourinho PO durante a feira Parte externa da feira A empresa Logística Ouro Fino Ltda sorteou durante o III Agronegócios Copercana, um tourinho de Pura Origem da Genética Ouro Fino. Concorreram ao sorteio, todos os cooperados que compraram mais de R$ 30 de qualquer produto veterinário Ouro Fino durante a campanha da febre aftosa de 2007. O cooperado de Cravinhos, Paulo Eduardo F. de Soveral foi contemplado. Antônio Eduardo Tonielo (presidente da Copercana e Cocred) e Leopoldo Pinto Uchôa (presidente da Coopercitrus) Frederico Dalmaso, Osny Garcia Junior, Antônio Eduardo Tonielo, Rogério Biasatto, Marcelo Gregorio, Flávio Cotrin e Leandro Amaral Frederico Dalmaso, Franco e Pedro Esrael Bighetti Rogério J. A. Prado (Carol), Nehemias Alves de Lima (Coopercitrus), Pedro Esrael Bighetti (diretor da Copercana), Manoel Sérgio Sicchieri (Copercana), Nivaldo José Furlan (Cooperfértil) e José Antônio M. da Silva (Cooperfértil) Antônio Wilson Lovato, Irineu (Cooperfértil) e Antônio Eduardo Tonielo Revista Canavieiros - Julho de 2007 11
  • 12. Notícias Copercana Copercana e Star realizam “Dia de Campo” Carla Rossini O evento foi realizado na Destilaria Santa Inês, em Sertãozinho, e reuniu mais de 200 produtores canavieiros A Copercana e a Star Máquinas Agrícolas realizaram, no dia 30 de junho, um "Dia de Campo" para apresentação da Colhedora de Cana CC701. O evento foi realizado na Destilaria Santa Inês, em Sertãozinho, e contou com a participação de mais de 200 cooperados do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. O dia começou no auditório da destilaria onde os produtores assistiram um vídeo e uma apresentação da máquina que é totalmente fabricada no Brasil e obedece aos mais rígidos controles de qualidade. Com capacidade de produção de 40 a 45 toneladas por hora, a nova máquina é fácil de operar e manobrar, diminui a compactação do solo protegendo as soqueiras de cana por ser mais leve, além disso, apresenta excelente qualidade de limpeza, proporcionando economia de custo de transporte no canavial. A máquina ainda conta com um picador de cana, acionado hidraulicamente, composto por dois rolos sincronizados mecanicamente, cada um com três facas substituíveis facilmente e rolos alimentadores de acionamento hidráulico e reversível que permite a ejeção de qualquer objeto estranho que tenha sido recolhido pela máquina. Ela também possui um acoplamento para o plantio de mudas. Segundo Yung S. Bae, principal in- vestidor da Star, a máquina apresenta uma solução para pequenos produtores, já que o custo dela é em torno de 50% menor que as máquinas que já estão no mercado. "Essa máquina começou a ser desenvolvida há quatro anos e estamos procurando um nicho de mercado diferente com uma máquina mais leve e mais barata para que o pequeno produtor possa investir e conseguir comprar", disse Yung. Célio Song, Pedro Esrael Bighetti e Yung S. Bae Para Célio Song, diretor administrativo da Star, o mercado de colhedora deve ganhar um novo rumo com a proibição das queimadas. "Resolvemos investir nesse equipamento porque vemos um importante mercado surgindo para ele. Criamos um equipamento mais leve que não danifica a planta já que a nossa maior preocupação é atender as necessidades dos produtores canavieiros", afirmou Célio. Após a apresentação no auditório, os participantes foram para o campo, ver na prática, a CC701 trabalhando. Os cooperados saíram satisfeitos. "Essa realiza- 12Mais de 200Canavieiros - participaram do Dia de Campo Revista cooperados Julho de 2007 ção e demonstração do equipamento na prática é muito válida para nós que trabalhamos no campo. É uma ótima oportunidade de vermos a máquina e tirarmos dúvidas e assim, fazer uma boa escolha na hora da compra", afirmou Roberto Luiz dos Santos, gerente da Pitangueiras Açúcar e Álcool. O evento foi organizado pelo diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, que convidou os cooperados para participarem, já que acredita ser muito importante essa demonstração no campo. "Esse tipo de evento é muito proNa demonstração prática, os cooperados se entusiasmaram com a colhedora CC701
  • 13. Notícias Copercana veitoso porque permite ao cooperado fazer uma avaliação do produto demonstrado e também trocar informações", disse e completou "agradeço a todos que nos prestigiaram com a presença no dia de campo e espero em breve, repetirmos esse tipo de evento, finalizou Bighetti. O evento terminou com um almoço oferecido aos participantes no Cred Clube Copercana. A Star A Star Máquinas Agrícolas foi fundada em 2003 e é uma empresa com alta capacidade de inovação aliada à qualidade nacional de engenharia para desenvolvimento de máquinas colhedoras de cana-de-açúcar. conta com uma equipe de engenheiros, projetistas e mecânicos especializados em máquinas pesadas. A Star Máquinas investe em pesquisa de engenharia para levar produtividade ao parque de produção de cana-de-açúcar a custos mais reduzidos. É uma empresa 100% nacional que Durante duas horas, a máquina ficou trabalhando na demonstração de campo Célio Song (diretor administrativo da Star); José Pedro Tonielo (diretor do grupo Toniello); Pedro Esrael Bighetti (diretor da Copercana) e Yung S. Bae (principal investidor da Star). Revista Canavieiros - Julho de 2007 13
  • 14. Notícias Canaoeste Associados da Canaoeste têm convênio odontológico exclusivo Marcelo Massensini A Canaoeste mantém, há mais de 40 anos, um serviço de atendimento odontológico voltado, exclusivamente, a seus associados e funcionários. O programa Canaoeste Odontologia disponibiliza profissionais renomados, com instalações e materiais de qualidade, atendimento diferenciado e todos os recursos possíveis para garantir o bem-estar de seus usuários. O atendimento começou a ser oferecido no Netto Campello Hospital e Maternidade e depois foi transferido para a sede da Canaoeste, em Sertãozinho. Em 2002, o serviço passou por uma série de mudanças para ampliação e modernização de suas instalações e equipamentos e hoje está disponível em nove cidades de abrangência da Canaoeste. Nestes cinco anos já foram realizados mais de 31.760 procedimentos, uma média superior a 7 mil atendimentos anuais. A associada Ana Maria Meloni utiliza o Canaoeste Odontologia há quase 20 anos e diz que não troca o convênio por nenhum outro. Ela, o marido e os 3 filhos sempre utilizaram o serviço du- Ana Maria Meloni 14 Revista Canavieiros - Julho de 2007 rante todos esses anos. "Logo que meu primeiro filho - hoje com 19 anos - começou a ter dentes, eu procurei um dentista da Canaoeste e, até hoje, o mesmo dentista atende os meus 3 filhos", conta. "Uma vez levei meu filho em outro dentista e ele falou que não tinha nada. Quando trouxe no consultório da Canaoeste, a dentista descobriu que ele precisava fazer um canal. Depois disso eu fiquei fiel e estou muito satisfeita", completa a associada. Segundo a dentista Marlei Seccani, uma das profissionais que atendem no consultório da Canaoeste, construir um laço de fidelidade com os pacientes é o primordial para manter um cliente satisfeito. "As recepcionistas costumam ligar para cada paciente, perguntando como estão, chamando para consultar. Tem dado muito certo. Se analisarmos as agendas de consultas, vamos ver que os nomes se repetem sempre", comemora. "Da mesma forma que a Canaoeste tem investido na área médica, ela tem cuidado muito da parte odontológica", completa. Além de seus familiares, o Canaoeste Odontologia pode ser estendido aos funcionários de seus associados. "O cortador de cana tem o mesmo atendimento do associado. Quando o fornecedor vai contratar um funcionário ele oferece o convênio gratuito como um benefício a mais", explica André Luis Rosa, coordenador do Programa Odontológico da Canaoeste. Ele ressalta ainda que a Canaoeste investe sempre na melhoria das instalações e na compra de novos equipamentos e materi- Canaoeste Odontologia: mais de 7 mil atendimentos por ano ais odontológicos. "Nós vemos que é um serviço bom que tem atendido bem os associados. Se não, não teria tanta procura. E outro benefício diz respeito à tabela de preços, que é bastante diluída. O associado só paga 40% dos custos", finaliza André. Entre os serviços oferecidos pelo Programa Odontológico da Canaoeste estão: exames clínicos e planos de tratamento; profilaxia, limpeza e aplicação de flúor, aplicação de selante; restaurações; endodontia (canal); radiografias e extrações. Relação do Dentistas Conveniados Claudia Valeria Serica Alves Eduardo Anzanel Carrascoza Gabriela Burjaili Barcelos Giselle Del’arco Bortolan Heraldo Nogueira Júnior Joelson Dos Santos Julio Cesar Pasti Marcelo R. Pontes Camara Marcilene Meirelles Pereira Marcos Stein Maria Da Glória C. Rodrigues Maria Do Carmo Lopes Marilia Campos Pinto Marlei Seccani Patricia S Selegato Tasso Renata C Mazer Magro Valéria Crisina Domenici Pitangueiras Cravinhos Bebedouro Severínia Cajobi Terra Roxa Cravinhos Sertãozinho Morro Agudo Cravinhos Sertãozinho Sertãozinho Serverínia Sertãozinho Serrana Sertãozinho Sertãozinho (16) 3952-4381 (16) 3951-9400 (17) 3342-1039 (17) 3817-3100 (17) 3563-1391 (16) 3395-1205 (16) 3951-9400 (16) 3947-7679 (16) 3851-2399 (16) 3951-9400 (16) 3947-7679 (16) 3947-7679 (17) 3817-1391 (16) 3947-7679 (16) 3987-9300 (16) 3947-7679 (16) 3947-7679
  • 15. Notícias Canaoeste Ortolan participa de posse na Unica Cristiane Barão Marcos Sawaya Jank substituiu Eduardo Pereira de Carvalho O presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), Manoel Ortolan, participou da solenidade de posse do novo presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcos Sawaya Jank, no dia 26 de junho, na sede da entidade, em São Paulo. Também participaram da cerimônia o presidente da Orplana, Ismael Perina Júnior, o vice, José Coral, o secretário de Agricultura de São Paulo, João Sampaio, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, conselheiros, consultores e representantes das usinas associadas. Jank substituiu Eduardo Pereira de Carvalho, que permaneceu à frente da entidade por sete anos. Engenheiro agrônomo, é doutor em Economia pela USP e mestre em políticas agrícolas pela Faculdade de Montpellier, da França. Foi consultor da Divisão de Integração, Comércio e Assuntos Hemisféricos do BID entre 2001 e 2002 e assessor especial do Ministério do Desenvolvimento, em 1999. É um dos principais especialistas brasileiros em comércio internacional. Suas prioridades à frente da entida- de serão buscar a abertura de novos mercados e derrubar barreiras comerciais, principalmente para o etanol. De acordo com Jank, a Unica deverá montar escritórios em Washington (Estados Unidos), Bruxelas (Bélgica) e na Ásia, provavelmente Manoel Ortolan (presidente da Canaoeste); José Coral (viceno Japão, para trabalhar a presidente da Orplana); Marcos Jank (presidente da Unica); Ismael abertura de mercado nos Perina Júnior (presidente da Orplana) e Arnaldo Bortoletto (associapaíses mais protecionisção dos fornecedores de Cana de Piracicaba) tas. Ele afirmou também que irá trabalhar pela equalização da lá fora." alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias de Serviços) O presidente da Canaoeste também no mercado interno. Atualmente, há sete ressaltou a importância do trabalho dealíquotas diferentes desse imposto no senvolvido por Eduardo Carvalho, que Brasil, variando entre 12%, no caso de marcou a profissionalização do setor, São Paulo, e 30% no caso do Pará. e lembrou fatos importantes que tiveram a participação da Unica nos últiDe acordo com Ortolan, todos os mos sete anos: a decisão da OMC faelos da cadeia estão confiantes no tra- vorável ao açúcar brasileiro, o início balho a ser desenvolvido pelo novo da comercialização de contratos futupresidente, que é, segundo ele, "jovem, ros de etanol na BM&F, em São Paulo, cheio de entusiasmo e que conhece o e na Bolsa de Valores de Nova York, o setor". "A posse de Jank dá início a advento dos carros flexíveis e a realium novo momento na entidade, mar- zação do Ethanol Summit, no início do cado pelo fortalecimento do mercado mês e que foi o mais importante eveninterno e foco na abertura de mercado to do setor realizado no Brasil. Consecana Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo CIRCULAR Nº. 05/07 DATA: 29 de junho de 2007 A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de JUNHO de 2007. O preço médio acumulado do kg de ATR para o mês de JUNHO é de R$ 0,2687. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL a JUNHO e acumulados até JUNHO, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL a JUNHO e acumulados até JUNHO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são os seguintes: Revista Canavieiros - Julho de 2007 15
  • 16. Notícias Canaoeste Netto Campello oferece Curso para Gestantes Marcelo Massensini Mais de 90 pessoas já participaram do curso oferecido, gratuitamente, pelo Netto Campello Hospital e Maternidade O Netto Campello Hospital e Maternidade, mantido pela Canaoeste e que há mais de 50 anos é referência em toda a região, criou em maio de 2007 um curso para instruir as gestantes "de primeira viagem" sobre as principais dúvidas da maternidade. O curso é um sucesso e em apenas duas edições mais de 90 pessoas já participaram das duas edições do projeto. Ministrado pela enfermeira obstétrica, Paula Miranda da Silva Parducci e dois médicos - um pediatra e um ginecologista - que podem variar a cada edição, o curso foi idealizado logo após a reforma das dependências da Maternidade, no final do ano passado. Segundo Paula, o curso foi uma maneira de mostrar às gestantes todos os benefícios que a Maternidade do Netto Campello oferece, além de dar instruções que ajudem a futura mãe a cuidar de seu bebê. Paula Miranda S. Parducci ministra o curso para 30 pessoas O curso é dividido em dois módulos de 2 horas cada: no primeiro, são dadas instruções sobre cuidados com o bebê e amamentação (acompanhamento de um pediatra). No segundo módulo, as gestantes aprendem sobre trabalho de parto, parto e cuida16 Revista Canavieiros - Julho de 2007 dos no pós-parto (puerpério), com a presença de um ginecologista. "Os pais têm muitas dúvidas. É um tema que ainda possui muitos tabus, principalmente o pós-parto e amamentação", explica a enfermeira. "Eles têm muito medo de cuidar do bebê e têm dúvidas sobre como tratar do umbigo, amamentar, dar banho, tipos de parto, etc. e nós abordamos todos esses assuntos", completa Paula. Ainda segundo Paula, o grande mérito do curso é dar mais segurança e confiança às mães, tirando as principais dúvidas sobre os períodos pré e pós-parto. "É claro que nós sabemos que a teoria não é como a prática, mas o curso diminui um pouco do medo e da ansiedade", diz. De acordo com a dentista, Janaína Bononi Rossin, uma das participantes da segunda edição, a aula foi muito útil e tirou diversas dúvidas que ainda existiam. "Algumas coisas eu já havia lido na internet ou em livros, mas nada melhor do que ter um reforço de uma equipe que está acostumada a lidar com isso na prática", explica. Dr. Iris Ricardo Rossin aprendeu a dar banho no bebê de ser pai é muito grande e nós temos que estar preparados para todos os momentos", explica Rossin. A esposa aprovou a atitude do marido e disse que a participação dos pais é essencial para uma gravidez tranqüila. "Como mulher e como mãe, é muito bom ter a companhia dele e saber que ele está sempre presente nessa caminhada da gestação", conclui. A coordenadora de enfermagem do Hospital, Izilda Bachega da Silva, comemora a repercussão do curso: "O curso está sendo um sucesso! O anfiteatro do Hospital lotou e ficamos muito felizes e as mães têm gostado. Nós sorteamos presentes para os bebês e os pais ainda ganham certificado". Os interessados devem procurar a enfermeira Paula, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, pelo telefone (16) 39464577. O curso gratuito é exclusivo para gestantes que possuem algum dos convênios parceiros do Netto Campello. Paula ressalta que o curso acontece aos sábados para que o pai do bebê possa acompanhar a gestante em todas as etapas da gravidez. "A presença do pai é muito importante. Nós sabemos que durante o pós-parto a mãe precisa de muito apoio", diz. Segundo ela, a presença dos pais nas duas edições foi maciça e eles aproPais e Mães durante o curso de gestantes varam o curso. Um deles é o médico Iris Ricardo Rossin, que acompanhou a esposa Janaína, grávida de 6 meses. "É importante participar deste momento com a esposa porque a responsabilidade
  • 17. Balancete Notícias Cocred Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE MENSAL - MAIO/2007 Valores em Reais Revista Canavieiros - Julho de 2007 17
  • 18. Notícias Cocred Cocred inova em Viradouro Marcelo Massensini N a segunda reportagem da série que apresenta todas as agências da Cocred, você vai conhecer as vantagens e as novidades que a agência de Viradouro tem para oferecer aos seus cooperados. Fachada da Agência de Viradouro: 280 cooperados em 9 meses Inaugurada em novembro de 2006, a agência possui aproximadamente 280 cooperados. Clientes que, segundo o gerente Gustavo José Marques, estão muito satisfeitos com o atendimento diferenciado oferecido pela Cocred. "Os cooperados elogiam o fato de termos uma sala reservada para a gerência, onde o cliente pode se sentir a vontade com o gerente", explica Gustavo. "Temos um atendimento bem diferenciado mesmo. O agricultor chega, se sente confortável, não enfrenta filas, etc. Todos têm elogiado", completa. Um destes cooperados satisfeitos é o produtor rural João Manoel Guerreiro que abriu sua conta na Cocred logo no primeiro mês de funcionamento na cidade. João conta que não tem o costume de ir a bancos, mas que quando vai à Cocred é sempre bem atendido e resolve todas as pendências na hora. "Eu tenho uma aplicação aqui na cooperativa e fiz seguJoão Manoel Guerreiro abriu sua conta na Cocred logo no primeiro mês de funcionamento da agência ro residencial e de máquinas agrícolas. O atendimento é excelente, o custo e as taxas são ótimos", comemora Guerreiro. O produtor rural e promotor de justiça, Wagner Cotrim Volpe Silva, coo- perado há 4 meses, diz que futuramente pretende cancelar suas movimentações em outros bancos e manter somente as da Cocred. "O que eu achei interessante foi a eficiência da cooperativa e a falta de burocracia. Fiz um financiamento e o dinheiro saiu rápido, sem problemas. No outro banco demorou vários meses para o dinheiro ser liberado", explica Cotrim. Para ele, o atendimento diferenciado que é dispensado aos cooperados faz a Cocred se destacar entre as outras instituições. "Sou sempre recebido pelo gerente, que resolve tudo na hora. Em relação a atendimento, para mim, aqui é a melhor agência", completa. Além dessas e de todas as outras vantagens que somente os cooperados da Cocred possuem, a agência de Viradouro tem um diferencial a mais: ela é a primeira agência da Cocred a 18 Revista Canavieiros - Julho de 2007
  • 19. Notícias Cocred facilitar o fluxo de pessoas, evitando filas e atrasos. Até dezembro, os terminais serão implantados em todas as agências. A COCRED A Cocred - Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho - é a primeira cooperativa de crédito rural do Brasil a possuir o certificado de qualidade ISO 9001. O certificado é o reconhecimento da qualidade e segurança dos produtos e serviços oferecidos pela Cocred. Graças a essa segurança e confiabilidade, o número de cooperados cresce a cada ano: apenas em 2006 foram mais de 1.300 novas adesões. Criada em 1969, a Cocred possui hoje, aproximadamente, 5800 cooperados. O cooperado Wagner Cotrim Volpe Silva e o gerente Gustavo José Marques possuir terminais de auto-atendimento. Neles o cooperado pode fazer saques, consultar saldos, extratos e efetuar pagamento de boletos com código de barras. Os terminais vão agilizar as visitas dos cooperados a agência e A cooperativa disponibiliza empréstimos e financiamentos com juros baixos e isenção de taxas, aplicações financeiras exclusivas para produtores rurais, cartões de crédito, poupança, seguros e todos os serviços oferecidos pelos outros bancos. Além disso, investindo na Cocred, você ajuda no desenvolvimento de sua cidade e região, já que o dinheiro investido é transformado em crédito para produtores rurais e o cooperado ainda participa da divisão das sobras anuais. Revista Canavieiros - Julho de 2007
  • 20. Reportagem de Capa A FORÇA DA CAC Bebida conquista os mai Carla Rossini Marcelo Massensini U ma bebida tipicamente brasileira que conquistou admiradores do mundo inteiro: assim é a cachaça, que cada vez mais ganha espaço em bares e restaurantes sofisticados. Aquela velha história de só servir cachaça em botecos, ficou para traz. Agora, a tradicional bebida brasileira quer se expandir e os produtores trabalham para conquistar o mercado externo. No Brasil é produzido anualmente 1,3 bilhão de litros de cachaça, segundo dados do PBDAC - Programa Brasileiro de Desenvolvimento da Aguardente e Cachaça. Isso significa que, para cada brasileiro, são fabricado aproximadamente 7,5 litros de cachaça por ano. Desse total, 11,3 milhões de litros (dados de 2006), vão para o exterior. Existem no país cerca de 30 mil produtores de cachaça, entre eles microempresas e pequenos produtores. Juntos, eles totalizam mais de 5 mil marcas e faturam aproximadamente US$ 600 milhões ao ano. O setor emprega 450 mil pessoas diretamente e se for considerado toda a cadeia produtiva esse número passa a ser 1,3 milhões de empregos. Mas, para conquistar o mercado internacional é preciso muito esforço e dedicação dos produtores. Lá, a concorrência com as tradicionais bebidas como o uísque, a vodca e o rum, é forte. Na tentativa de criar um padrão de qualidade internacional, em 2005, o governo federal adotou medidas para regulamentar a produção de cachaça no país. O órgão responsável é o Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. No Estado de São Paulo existem aproximadamente 10 mil engenhos, 20 Revista Canavieiros - Julho de 2007 mas apenas um é certificado pelo Inmetro: o Engenho Tamanduá de Olímpia. O cooperado Roberto Aparecido Rocha e seu sócio Paulo Duarte Ferreira são os proprietários. Eles contam que para conseguir a certificação, passaram por um rigoroso processo de seleção. "Foram feitas pesquisas e uma garimpagem nos engenhos para que fossem escolhidos apenas aqueles que atendessem as normas exigidas pelo Inmetro. Nós conseguimos nos certificar e o Engenho Tamanduá se tornou o primeiro e único engenho do Estado de São Paulo com essa certificação", conta Paulo. O Engenho Tamanduá foi constituído juridicamente em 1.998. De lá para cá os proprietários se preocupam em produzir cachaça de qualidade, com sabor suave para agradar também os paladares femininos. "Procuramos um mercado diferenciado que atenda também as exigências das consumidoras", brinca Roberto. Eles produzem cachaça tradicio-
  • 21. Reportagem de Capa CHAÇA NACIONAL mais exigentes paladares nal nas versões ouro e prata e Tarulas (licores estilo Amarula) nos sabores tradicional, café e milho verde. Outros produtos de destaque são as cachaças compostas nos sabores coco queimado, canela, banana e limão. Quem visitar o engenho, que faz parte do roteiro turístico de Olímpia, vai encontrar uma loja de conveniência com ótimas opções, pois além das cachaças, eles também comercializam farinha de milho temperada, rapadura, queijos e mel. O Tamanduá tem capacidade de produção de 130 mil litros/ano. O sítio Santo Antonio, onde o engenho fica instalado, tem 7 alqueires plantados com cana-de-açúcar, dos quais 3 alqueires são exclusivamente para a fabricação de cachaça. "O restante da produção de cana entrego em usinas da região", explica Rocha. As evidências do sucesso da cachaça de Olímpia são muitas. Recentemente, o Engenho Tamanduá par- Roberto Aparecido Rocha, Célio Recco (Cocred - Severínia) e Paulo Duarte Ferreira ticipou da IV Feira Internacional da Cachaça - Brasil Cachaça que aconteceu no Pavilhão Bienal do Ibirapuera em São Paulo. "Este evento é um dos mais importantes do segmento e é muito importante para divulgação dos nossos produtos e também para desmistificar um conceito pejorativo sobre a cachaça", afirmou Paulo. Os produtores reclamam que a cachaça ainda carece de políticas públicas de incentivo à produção, venda e distribuição. "A reclamação é principalmente dos produtores da bebida produzida em alambiques que representam 35% da produção nacional", conta Paulo. O Engenho Tamanduá produz Tarulas nos sabores Tradicional, Milho Verde e Café e também produz cachaças compostas de Cocô Queimado, Canela, Banana e Limão Mas as perspectivas são excelentes. "Estamos nos firmando no mercado externo e pretendemos formar um mercado de comercialização mais efetivo", conta Rocha. O Engenho Tamanduá está participando de um projeto do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas) para exportação de cachaça à Alemanha. "Estamos em fase de 'namoro' e em breve, com certeza, estaremos exportando a Cachaça Tamanduá mundo afora'", finaliza o cooperado. Revista Canavieiros - Julho de 2007 21
  • 22. Reportagem de Capa CACHAÇA PRODUZIDA COM O "CORAÇÃO" "Eu queria poder ter duas horas com todo mundo para falar sobre cachaça. Mostrar a produção, falar dos benefícios e fazer as pessoas verem que a cachaça pode ser tão saborosa quanto um bom vinho. Mas eu não tenho oito vidas", brinca Celso Paro, no caminho de volta de sua Fazenda Cachoeirinha, em Barretos. Após dois anos de testes, pesquisas e investimento, o cooperado, engenheiro civil e químico, começou a produzir e comercializar a cachaça Piraporanga: uma cachaça artesanal e refinada, para quem realmente entende do assunto. "Sem dúvida ela é uma das melhores cachaças produzidas no Brasil. Nós tomamos todas as medidas possíveis para fazê-la a melhor", explica Paro. Ele conta que a produção começou com uma brincadeira entre ele e um dos filhos. "Meu filho chegou de viagem e falou que alguns amigos, que sabiam que nós plantávamos cana, perguntaram por que ele não fazia cachaça. Amadurecemos a idéia e hoje estamos aí", conta o empresário que hoje já faz investimentos para exportar a bebida. Na viagem em direção à fazenda, com um olho na estrada e o outro sempre atento a qualquer movimentação em sua fazenda, o cooperado falava sobre a história de sua família - vinda da Itália há cinco gerações - e a tradição na fabricação de cachaça. Paro contou que entre 1950 e 1959 sua família fazia uma cachaça chamada "3Xis", na cidade de Jaborandi, que fazia sucesso entre todos que bebiam. "Eu lembro que quando eu ia pra São Paulo, naquela época, o porta-malas do "fusquinha" ia lotado de cachaça. Quando chegava lá, não durava nem um dia. Todo mundo queria"', conta orgulhoso o agricultor. Graças ao sucesso na década de 1950, Paro resolveu relembrar a receita de família para fazer uma cachaça tão boa quanto à de sua infância. Para fabricar a cachaça, o cooperado usa antigos "segredos" de família. "Esses 'se22 Revista Canavieiros - Julho de 2007 gredos' são na verdade 'detalhes' que fazem à diferença", explica. Porém, o empresário garante que não usa nenhum tipo de produto químico, nem mesmo para acelerar o processo de fermentação. Segundo ele, esse processo é feito criando o melhor ambiente possível para o desenvolvimento das leveduras - bactérias que causam a fermentação - com controle de temperatura, acidez, etc. A Fazenda Cachoeirinha, que no ano passado recebeu o prêmio Bunge por melhor produtividade e qualidade de canavial, tem 73 alqueires de cana, sendo que 10% da produção é destinada ao engenho que funciona da seguinte maneira: a cana passa pela moenda onde é separada a garapa e o bagaço; a garapa é filtrada e decantada; depois de livre de impurezas, ela é levada para a fermentação em uma sala climatizada e isolada (livre de insetos e contato de pessoas não autorizadas), onde as bactérias agem e fazem a transformação do álcool em açúcar; depois, ela é conduzida por canos para uma Processo para o lacre da garrafa da Cachaça Piraporanga caldeira de cobre onde é destilada em 3 horas em fogo à lenha (no lugar da lenha, Paro utiliza o próprio bagaço da cana). Na destilação, os funcionários descartam o que eles chamam de "cabeça e cauda" e utilizam apenas o "coração": a parte mais pura da cachaça. "Para fazer uma boa cachaça é preciso ter coragem de descartar essas partes. As bebidas feitas com elas causam a ressaca e o mau-cheiro que todos estão acostumados", explica o cooperado. "Por não usar esses dois estágios, a Piraporanga se torna uma cachaça mais suave, com aroma agradável e quem bebe fica livre da ressaca no dia seguinte", completa. Ele ressaltou que com a "cabeça e a cauda" cada tonela- Antônio Celso Paro: “Uma boa cachaça pode ser tão saborosa quanto um bom vinho”
  • 23. Reportagem de Capa da de cana rende 150 litros de uma cachaça normal; para boas cachaças mineiras, a proporção é de 80 litros por tonelada de cana. No engenho de Celso Paro, com cada tonelada de cana se faz 25 litros de cachaça, ou seja, a bebida é feita com o "miolo da picanha", como o próprio empresário define. Depois de toda essa seleção, a cachaça é envelhecida por um ano em tonéis de madeira. A madeira escolhida determina a cor, aroma e sabor característico de cada uma. Envelhecendo em tonéis de Jequitibá, conseguese a cachaça branca; no tonel de Bálsamo, a amarela de sabor leve; com tonéis de Carvalho, a bebida apresenta coloração amarela suave e gosto leve/picante; e usando, ainda, o tonel de carvalho, mas com fermentação mais quente, produz-se uma cachaça com sabor, cor e aroma mais encorpados. Esses 4 tipos de envelhecimento originaram as variedades da cachaça Piraporanga: Turmalina, Água-marinha, Topázio e Ametista. Tonéis de madeira Jequitibá, Carvalho e Bálsamo ajudam a dar sabores diferenciados a cachaça Depois de mais de dois anos de espera, há pouco mais de um mês a cachaça Piraporanga começou a ser comercializada. Alguns supermercados e lojas especializadas da região já estão vendendo o produto. "Nós levamos a cachaça para mostrar aos consumidores. As demonstradoras fazem caipirinha de frutas para os clientes. Todos têm elogiado bastante", comemora Paro. Apesar de estar feliz com as primeiras vendas, o cooperado pensa mais além e começou a investir na exportação da Piraporanga. Segundo ele já existe interesse nos EUA e na Europa. Revista Canavieiros - Julho de 2007 23
  • 24. Destaque 5º Simtec discute inovações tecnológicas para o setor Marcelo Massensini Pela primeira vez, a Revista Canavieiros estará presente com um estande A contece entre os dias 17 e 20 de julho, no Engenho Central em Piracicaba, a quinta edição do Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia da Agroindústria Sucroalcooleira (Simtec 2007). O intuito da feira é fomentar novas tecnologias, difundir as novidades do mercado e debater as perspectivas da cadeia sucroalcooleira em nível nacional e internacional. A edição deste ano contará com 150 expositores espalhados pelos mais de 30 mil metros quadrados de feira. Estima-se que mais de 22 mil pessoas visitem a feira. Neste ano, a Revista Canavieiros também estará presente com um estande no Simtec, onde o visitante poderá conhecer melhor o sistema Copercana, Canaoeste e Cocred e se informar sobre os assuntos mais pertinentes relacionados ao setor sucroalcooleiro. Entre as novidades do Simtec 2007, estão os simpósios de incentivo à tecnologia, as rodadas de negócios e palestras com especialistas vindo do exterior, além do pavilhão do Sebrae, que possibilita a participação de micro e pequenas empresas. José de Jesus Vaz, coordenador da feira, explica que em um momento em que todo o mundo se volta ao desenvolvimento de energias renováveis, o Simtec já atingiu um status de evento importante do setor. "Chegamos à quinta edição com a responsabilidade de organizarmos um evento sério, com propostas objetivas e que prioriza a cadeia sucroalcooleira em seu todo, ou seja, envolvendo prestadores de serviços, indústrias, entidades de classe, institutos de pesquisa, centros de tecnologia entre outros", conta. De acordo com a organização do evento, o Simtec propõe-se a ser um dos divulgadores dos avanços tecnológicos do setor e, para isso, conta com expositores que apresentarão ao público as novi24 Revista Canavieiros - Julho de 2007 dades em termos de equipamentos e serviços, além de simpósios e palestras que contribuem para o desenvolvimento profissional de seus participantes. "Procuramos manter nosso foco na organização de um evento que atenda ao setor sucroalcooleiro, desde o pequeno produtor rural até o alto executivo de grandes grupos empresariais", explica Vaz. A edição deste ano conta com uma série de palestras que visam o aprofundamento das abordagens técnicas e a divulgação de novas tecnologias do setor. Uma delas é a terceira edição do Simbio - Simpósio sobre Biotecnologia na Cana-de-açúcar - que visa divulgar pesquisas relacionadas ao aproveitamento da biomassa no processamento de biocombustíveis como fontes de energia limpa, renovável e sustentável. Pela primeira vez, ocorrerão o Simcoger - Simpósio sobre Co-geração de Energia - e o Simantec Simpósio sobre Manutenção e Tecnologias Industriais. (A programação completa da palestras está disponível no site www.simtec.com.br). A grande novidade de 2007 será a presença de uma empresa especializada no controle da emissão de carbono durante os preparativos e desenvolvimento no evento. A organização explica que o objetivo é contabilizar a emissão de gáses durante e feira para reverter em ações de preservação do meio ambiente (plantio de mudas na bacia do rio Piracicaba). José de Jesus Vaz, coordenador do Simtec, conta que "o público terá a oportunidade de medir o grau particular de emissão de gás, numa simulação que indicará quantas mudas de árvores cada pessoa deve plantar para equilibrar a poluição causada ao ambiente", explica e completa. "Queremos que os visitantes se familiarizem com ações práticas de preservação ambiental, como o simulador de emissor de CO2". Simtec 2006 Como nas outras edições do Simpósio, os micro, pequenos e médios empresários de Piracicaba e região novamente terão a oportunidade de participar do evento através do pavilhão do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo). Graças a esta parceria com o Sebrae, que divide os custos da aquisição dos estandes, esses empresários têm, novamente, a oportunidade de aumentar suas vendas e conseguir um reconhecimento maior na região. "Além de subsidiar parte dos custos dos estantes, também oferecemos apoio antes, durante e após o evento", explica o gerente regional do Sebrae, Antonio Carlos Aguiar Ribeiro. O Simtec é realizado pelo Simespi (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras), a Coplacana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo), a Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba), o Ciesp/Regional Piracicaba - Centro das Indústrias do Estado de São Paulo e Prefeitura Municipal de Piracicaba.
  • 25. Destaque FORIND 2007: Feira supera expectativas Carla Rodrigues O Pavilhão da Fenasucro em Sertãozinho serviu de espaço para a realização da I Feira de Fornecedores Industriais do Estado de São Paulo, trazendo novidades e também grandes negócios. Para isso, o evento contou com 155 expositores de várias cidades do estado e outros já presentes no interior paulista. O objetivo da Feira foi proporcionar oportunidades de excelentes negócios tanto para as grandes, quanto para as médias indústrias da região, que são marcadas pela presença de pólos industriais e agrícolas. Com o intuito de vender, a feira apostou em um formato inovador, realizando seus negócios de maneira di- reta para suprir as necessidades de seus compradores através do Encontro de Negócios ForInd. Foram mais de seis mil visitantes e 12 milhões vendidos. A partir daí, a feira deve atingir os 40 milhões durante os próximos meses, superando a expectativa inicial de gerar 20 milhões. Durante estes encontros foram realizadas mais de 970 reuniões de negócios entre as 53 empresas compradoras. Cada vendedor apresentava o seu produto em reuniões de 15 minutos e se desempenhadas com sucesso, a efetivação da compra era feita de imediato. Segundo a organização do evento, também foi proporcionado aos compradores acordos de representações, marketing e alianças estratégicas. A ForInd trouxe entre seus expositores, empresas fabricantes de equipamentos, produtos e prestadores de serviços para diversos segmentos industriais. A Feira também destacou segmentos de bebidas, citricultura, alimentício, eletro-eletrônico, metal-mecânico, construção, papel e celulose, siderurgia, construção civil e aeronáutico, fundição, indústria química, entre outros. Revista Canavieiros - Julho de 2007 25
  • 26. Antes da Porteira Cavalgando rumo ao Pan Marcelo Massensini D ois filhos de um cooperado do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred vão participar da Equipe Brasileira de Hipismo nos Jogos Pan-Americanos do Rio, entre os dias 13 e 29 de julho. André Paro – filho do cooperado Antônio Celso Paro, de Colina – ficou concentrado na Vila Hípica em Ribeirão Preto até o dia 07, quando viajou para o Rio de Janeiro, já seu irmão Carlos Eduardo Paro, que mora na Inglaterra, foi direto para o Rio. Os dois irmãos vão competir na modalidade CCE (Concurso Completo de Equitação), que é constituída por 3 provas. No primeiro dia é a prova adestramento: um teste que demonstra a habilidade e a submissão do cavalo. “É como se fosse um balé a cavalo. Tem uma série de movimentos pré-determinados que temos que fazer e os juízes dão nota para esses movimentos”, explica André Paro. No segundo dia acontece a prova de cross que, segundo ele, é a prova mais difícil da modalidade. É uma prova a campo aberto, com obstáculos fixos de 1,25m de altura. “O cavalo salta para dentro d’água, salta morros e obstáculos fixos”, explica e completa. “A prova dura 10 minutos e André Paro e seu cavalo Land Heir, já participaram de Olimpíadas e de vários outros campeonatos por todo o mundo 26 Revista Canavieiros - Julho de 2007 é realizada a 570 metros por minuto, isso é bem rápido”. No terceiro dia acontece a prova de saltos do hipismo clássico. Ela é realizada em uma pista com obstáculos de, também, 1,25m. A soma dessas 3 provas é a nota final da equipe. Ganha o conjunto que tiver a menor pontuação. O cavaleiro conta que começou no esporte, por volta de 1986, graças à tradição que sua cidade – Colina – tem com cavalos. “Colina, ainda hoje, é considerada a capital nacional do Cavalo. Então eu acho que por causa de toda essa tradição, eu me envolvi e gostei”, explica Paro. “Logo depois, um ou dois anos mais tarde, o Cacá (Carlos Eduardo Paro) veio atrás e começamos juntos”, termina. Durante os jogos do Pan, a Equipe Brasileira vai competir com as delegações dos EUA, Canadá, Argentina e Chile e nas provas individuais, além destes países, com cavaleiros das Antilhas Holandesas, Jamaica, Uruguai e México. Porém, os brasileiros estão confiantes na vitória. “Nós estamos com uma equipe bem forte, cavalos e cavaleiros bem experientes e vamos buscar uma medalha”, explica André, que reconhece o favoritismo dos atuais vicecampeões mundiais, os EUA. “Eles são bons e vêm com a equipe principal, mas nós estamos em casa e queremos ganhar deles”, finaliza otimista. Apesar de toda a competência e experiência com o hipismo, André Paro não se considera um cavaleiro profissional. “É um hobby. Mas um hobby levado muito a sério”, conta. Tão sério que André já foi 3 vezes campeão brasileiro, medalhista no Sul-Americano de Hipismo e participante de vários outros campeonatos em diversos países. Quando não está cavalgando, ele se dedica à produção de sua fazenda. Estudante do último ano de agronomia, Paro conta que ajuda o pai a cuidar da fazenda cachoeirinha em Barretos. “Nós discutimos bastante, entramos em acordo. Às vezes ele precisa de uma opinião mais técnica e pergunta pra mim”, completa. O irmão mais novo de André, Carlos Paro (Cacá), é cavaleiro profissional e há 4 anos mora na Inglaterra, onde se mantém exclusivamente do esporte. Fazem parte da Equipe Brasileira que vai disputar o Pan do Rio: André Paro (Colina/SP) – com o cavalo Land Heir, Carlos Paro (Colina/SP) – com Political Mandate, Fabrício Reis (Belo Horizonte/MG) – com Butterfly e Renan Guerreiro (São Roque de Minas/ MG) – com Rodízio, além dos reservas: Fernando Perracini (São Paulo/SP) – com seu cavalo Gaia, Guto Faria (Uberlândia/MG), – com Whollan, Jésper Martendal (Rio Claro/SP) – com Land Kimmy e Remo Tellini (Franca/ SP), – com Milano. Saulo Tristão (Matão/SP) – com o cavalo Totsie e Serguei Fofanoff, o Guega (Ribeirão Preto/SP) – com Ekus, vão competir nas provas individuais. O técnico da equipe é Ademir Oliveira.
  • 27. Antes da Porteira Fabricio Reis Salgado, André Paro, Serguei Fofanoff, Jesper Martendal, Saulo Tristão, Renan Guerreiro, Guto Faria, Ademir Oliveira, Fernando Perracini, Remo Telline Fabricio Reis Salgado ATLETAS DE QUATRO PATAS Um dos pontos que diferem o hipismo de outros esportes é que neste, o atleta é o cavalo, que tem tratamento digno de estrela. Eles têm alimentação totalmente balanceada, com suplementos, vitamina C, queratina entre outros. E assim como em outros esportes, o atleta (neste caso o cavalo) não pode usar nenhum tipo de anabolizante. “O antidoping deles é muito sério”, esclarece André Paro. Ele diz que é preciso ter bastante paciência porque “como ele é o atleta, ele tem dores de atleta. A diferença é que ele não fala. Então é preciso ter cuidado”, termina. Renan Guerreiro Jesper Martendal Ainda segundo Paro, o treinamento é a fase mais importante. O cavalo precisa ter talento natural, porém o cavaleiro deve saber explorar isso adequadamente. O treinamento é muito importante, principalmente para a prova de cross. “Na maioria das vezes, ele dá um salto e não sabe o que vai encontrar do outro lado. Tem que ter uma confiança total no cavaleiro e nesse ponto eles são iguais a gente, perdem a confiança uma vez só, para retomar depois é muito difícil”, diz. André treina e compete há 11 anos com o mesmo cavalo: Land Heir que já disputou diversos torneios, inclusive as Olimpíadas de Atenas. Paro o Concurso Completo, a raça que se destaca mais é o Puro-Sangue Inglês. O que não quer dizer que para competir no CCE o cavalo precise ser, obrigatoriamente, um Puro-Sangue. “Ele pode ser uma cruza de puro-sangue com cavalo de salto, alguma coisa assim. O meu cavalo é cruzado. Ele é três quartos de puro-sangue inglês e um quarto de Holsteiner, que é uma raça de salto” explica Paro. Com essa cruza, André consegue uma mistura da velocidade necessária para o cross e a técnica imprescindível para o salto. Entre os cavalos integrantes da Equipe Brasileira existem: Puro-Sangues, Anglo-Árabes, o cruzado de André e um Puro-Sangue Irlandês de Carlos Paro, que é um Puro-Sangue Inglês nascido na Irlanda. Revista Canavieiros - Julho de 2007 27
  • 28. Informações setoriais CHUVAS DE JUNHO e Prognósticos Climáticos N o quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram na região de abrangência da CANAOESTE durante o mês de junho de 2007. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste As somas das chuvas que ocorreram nos dias 1 e 2 (em alguns casos) deste mês, em todos os locais observados "ficaram" muito abaixo das respectivas médias históricas, deixando bem evidente os baixos índices de Disponibilidade de Água no Solo desde meados deste mês de junho (vide Mapa 1) para a região da ABAG RP (onde está inserida a região de abrangência da CANAOESTE) e todo Centro e Oeste paulista. Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 18 a 20 de junho de 2007, Na área canavieira do Estado de São Paulo, o índice de Água Disponível no Solo mostrava-se médio a bom (vide Mapa 1 ao lado) nas regiões de São João da Boa Vista, Pirassununga, Limeira, Campinas, Piracicaba e próximo de Ourinhos. Nas demais regiões, o índice de Água Disponível já se mostrava crítico e foi-se pronunciando em todo o Estado até o final do mês de junho (vide Mapa 3). 28 Revista Canavieiros - Julho de 2007
  • 29. Informações setoriais Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de junho de 2006. Como subsídio a planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de julho a setembro. - Na faixa equatorial do Oceano Pacífico, próximo à costa do Equador e Peru, as condições térmicas atmosféricas e (negativas)do mar indicam formação do fenômeno La Niña, que poderá ser mais pronunciado durante os meses de primavera (entre setembro a dezembro). - A temperatura média poderá “ficar” acima das normais climáticas na faixa canavieira do Estado do Paraná e nas Regiões Centro Oeste e Sudeste; Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de junho de 2007. - Quanto às chuvas previstas para os meses de julho a setembro, estas poderão “ficar” abaixo das respectivas médias históricas nos Estados das Regiões Sudeste e Centro Oeste, com exceção de todo o estado do Mato Grosso do Sul e das faixas à oeste dos Estados de Goiás, Mato Grosso e São Paulo que, com os demais estados da Região Sul, prevêm-se chuvas próximas das normais climáticas. - Exemplificando para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, as médias históricas pelo Centro Apta IAC, são de 20mm em julho ou agosto e 55mm em setembro. Comparando-se os mapas 2 e 3, observa-se que os índices de Água Disponível no Solo, em junho deste ano e do anterior, já se apresentavam como bem críticos em toda região canavieira do Estado de São Paulo, com exceção (em 2006) do extremo sudoeste e em alguns pontos isolados. Face às previsões efetuadas pela Somar Meteorologia, a CANAOESTE recomenda muita atenção às Umidades Relativas do Ar durante estes próximos meses. Do mesmo modo, pela baixíssima umidade do solo, devem ser evitados os tratos culturais mecânicos. Revista Canavieiros - Julho de 2007 29
  • 30. Legislação Proibição de queima de cana À exemplo do já anunciado na edição passada da Revista Canavieiros, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, aumentando o rigor de sua fiscalização, fez publicar no Diário Oficial do Estado de 03 de julho de 2007 a Resolução SMA. nº 34, de 02 de Julho de 2007, dispondo "sobre procedimentos relativos à suspensão da queima da palha de cana-de-açúcar ditados pela Lei Estadual nº 11.241/2003 e Decreto Estadual nº 47.700/2003". Referida resolução proíbe o uso do fogo como método despalhador da cana-de-açúcar em todo Estado, entre os dias 6 de julho a 15 de outubro, somente no período diurno, que vai das 6:00 horas às 20:00 horas, em virtude da baixa umidade relativa do ar prevista pela Secretaria neste período e horários. 30 Revista Canavieiros - Julho de 2007 De igual forma, a sobredita resolução também determina, como nos anos anteriores, a proibição da queima da palha da cana em qualquer horário do dia, quando a umidade relativa do ar for inferior a 20%. Esta proibição será regional, após medição da umidade relativa do ar feita pelos equipamentos da Secretaria do Meio Ambiente, que se dará no período das 12:00 horas às 17:00 horas. Após a citada data limite de 15 de Outubro de 2007, volta a prevalecer as regras vigentes na safra passada, já enunciadas na edição anterior desta Revista Canavieiros, qual seja: poderá ocorrer a suspensão da queima quando a umidade relativa do ar ficar abaixo de 30% (trinta por cento) e acima de 20% (vinte por cento), durante três dias consecutivos. Neste caso, ficará suspenso o uso do fogo como método despalhador da cana-de-açúcar no período compreendido das 6:00 horas às 20:00 horas do dia posterior à declaração de suspensão, efetuada Juliano Bortoloti - Advogado pela Secretaria do Departamento Jurídico Canaoeste Meio Ambiente, sempre às 16:00 horas do terceiro dia consecutivo que perdurar a umidade acima descrita; e, ainda, será suspensa a queima durante qualquer hora do dia, quando a umidade relativa do ar for inferior a 20% (vinte por cento). Tal suspensão será declarada pela Secretaria do Meio Ambiente às 16:00 horas do dia que se observar tal umidade e será aplicada a partir das 6:00 horas do dia posterior a referida declaração. Nas duas hipóteses, a medição da umidade relativa do ar se dará das 12:00 horas às 17:00 horas.
  • 31. Culturas de Rotação Produção Integrada de Amendoim (PIA) “Uma exigência em breve na cultura do amendoim” A Produção Integrada (PI) surgiu há 30 anos na Europa, com o objetivo de minimizar o uso de agrotóxicos, visando obter produtos de qualidade com o mínimo de agressões ao ambiente. Atualmente existe uma busca por parte dos consumidores por produtos sadios e ausentes de resíduos, as cadeias de distribuidores e supermercados têm exigido dos fornecedores que levem em consideração: o nível de resíduos de agrotóxicos nos alimentos, respeito ao meio ambiente e as condições de trabalho, higiene e saúde. A garantia de qualidade e aquisição de um alimento seguro é um direito do consumidor. A Produção Integrada pode ser definida como um sistema de produção baseado na sustentabilidade, aplicação de recursos naturais e regulação de mecanismos para substituição de insumos poluentes, utilizando instrumentos adequados de monitoramento dos procedimentos e a rastreabilidade de todo o processo, tornando-o economicamente viável, ambientalmente correto e socialmente justo. No Brasil a Produção Integrada surgiu como parte do Programa de Desenvolvimento da Fruticultura (PROFRUTA), gerenciado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), atendendo as exigências dos mercados importadores com relação a definição de PI citado acima. A partir daí criou-se o Marco Legal da Produção Integrada de Frutas (PIF) composto de uma Comissão Técnica que estabeleceu normas e documentos de acompanhamento, os quais instituem um sistema de livre adesão por parte dos produtores que assegura a identificação de origem do produto e a rastreabilidade dos processos ao longo da cadeia produtiva. Com base no Marco Legal da PIF são elaboradas para cada produto (cultura) normas técnicas espe- cíficas, grade de agroquímicos, cadernos de campo e pós colheita, visando-se a obtenção de Certificação. O modelo preconizado e consolidado na PIF foi utilizado pelo MAPA para instituir o Sistema Agropecuário de Produção Integrada – SAPI. Como o amendoim está incluído no mesmo grupo de Produção Integrada de Frutas, são exigidas as mesmas normas e técnicas de produção. Por isso em agosto de 2006 criou-se um Comitê Gestor que elaborou as normas técnicas para a cultura, as quais estão sendo testadas, validadas e aplicadas em propriedades selecionadas através de Projetos Pilotos. Portanto, torna-se necessário que os produtores de amendoim se conscientizem da necessidade de se adequarem as exigências dos mercados externos e até mesmo internos, para não correrem o risco de em curto espaço de tempo não conseguirem comercializar suas produções. Em um mercado altamente competitivo e com grande variação de preços, a preocupação por parte do produtor de amendoim pela diminuição dos custos da produção é fundamental para o sucesso financeiro de sua lavoura. Portanto a Produção Integrada de Amendoim além das preocupações sociais e com o uso correto do meio ambiente visará: uma diminuição da aplicação de agrotóxicos, uma racionalização do uso de fertilizantes, adoções de práticas de conservação do solo que visem aumentar a infiltração da água no solo e diminuição dos processos erosivos, um incremento da diversidade e população de inimigos naturais de pragas e doenças; fatores estes que associados além de uma diminuição de custos, nos dará um produto de melhor qualidade e mais seguro. Segundo Edgard Matrangolo Júnior (encarregado técnico responsável pelo Projeto de Produção Integrada de Amendoim na Copercana), a cooperativa através da Unidade de Grãos (UNAME) deverá implantar 03 áreas de Projeto Piloto de Produção Integrada de Amendoim na safra 07/08 objetivando levantar dados para que as normas técnicas estabelecidas possam ser avaliadas, revistas e atualizadas contribuindo assim para o sucesso da PIA, suprindo também nossos técnicos de informações que possam se levadas aos nossos cooperados produtores de amendoim. * Edgard Matrangolo Júnior encarregado técnico de projetos Revista Canavieiros - Julho de 2007 31
  • 32. Novas Tecnologias IAC treina técnicos em classificação de solo Marcelo Massensini O AMBICANA (qualificação dos ambientes de produção de cana-de-açúcar) é um projeto pioneiro do IAC que tem o intuito de treinar técnicos para classificação de solos. O projeto conta com o acompanhamento de dois pesquisadores do IAC: Dr. Hélio do Prado (área de solos) e Dr. Marcos Guimarães Andrade Landell (na área de manejo varietal). O principal objetivo do projeto, criado em 2002, é caracterizar e qualificar os tipos de solos, a fim de identificar as variedades mais adequadas para determinados ambientes, além de promover treinamento intensivo para técnicos das usinas e destilarias, possibilitando o enquadramento dos ambientes de produção de cana-de-açúcar. Este treinamento permite uma economia em análises físicas de solos e possibilita que o agricultor identifique, previamente, problemas em solos, decidindo se é economicamente viável, ou não, investir em determinadas áreas. Até agora, mais de 35 empresas dos Estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Mato Grosso do Sul contrataram esse projeto. "A magnitude do impacto econômico gerado pelo AMBICANA depende do esforço da empresa em absorver os conhecimentos e incorporá-lo como uma rotina. Em outras palavras, toda a transferência de tecnologia socializa plenamente os conhecimentos para os técnicos e é raro ocorrer o contrário", explica o pesquisador Hélio do Prado. Os benefícios para quem participa do projeto AMBICANA vão desde a orientação na alocação das variedades de cana-de-açúcar 32 Revista Canavieiros - Julho de 2007 viabilizando ganhos que podem chegar a 25% - até a redução de custos e aumento da longevidade da planta. Além de possibilitar que o agricultor escolha, seguramente, novas áreas para arrendamento e compra, desde que feito esses estudo antes da negociação. Dr. Hélio do Prado, pesquisador do IAC No ano de 2005, o AMBICANA foi tema da tese de doutorado da pesquisadora Mirian Hasegawa na UNICAMP, constatando o impacto econômico desse projeto sobre a produtividade das empresas que contrataram o projeto. Em 2006, foi realizado o I Seminário AMBICANA com palestras dos técnicos das usinas conveniadas sobre os solos e as respectivas produtividades de cana-de-açúcar. O evento contou com a participação de mais de 150 pessoas. COMO FUNCIONA O AMBICANA: Para um melhor treinamento, a empresa deve, primeiramente, escolher uma área de trabalho geograficamente não contínua, com grande variação de argila, coloração e, principalmente, de produtividade. Hélio do Prado esclarece que "nessas áreas descontínuas acompanhamos os técnicos da empresa na identificação dos solos que depois repetem os mesmos procedimentos em outras áreas da usina sem nossa participação", explica e completa. "Mesmo assim retornamos, periodicamente, nesses mesmos locais por eles percorridos para eliminar dúvidas, até que dominem o assunto". A amostragem de solo é feita a cada 10 ou 20 hectares com coleta de amostras de solo nas profundidades de 0 a 20, 20 a 40 e 80 a 100 centímetros, quando o solo for profundo, ou na camada arável se forem mais rasos. As amostras de solo são enviadas a um laboratório para análises químicas (matéria orgânica, pH, cálcio, magnésio, potássio, sódio, alumínio e hidrogênio) e granulométricas (argila, silte, areia fina e areia grossa). Prado explica ainda que "a estimativa do teor de argila pela sensação ao tato do solo molhado, faz com que o produtor economize com gastos desnecessários com laboratório". Segundo a legenda do IAC, os solos são classificados quanto ao teor de argila, em cinco Latossolos, sete Argissolos (Solos Podzólicos), dois Nitossolos (Terras Roxas Estruturadas), quatro Cambissolos e um Neossolo Quartzarênico (Areia Quartzosa). "Essa legenda, por ser simples e funcional, facilita muito a aprendizagem dos técnicos e até mesmo dos empresários do setor sucroalcooleiro porque apresenta
  • 33. Novas Tecnologias opções de enquadramento não muito extensas", completa Prado. Outro aspecto importante do AMBICANA refere-se à comparação de produtividade de um mesmo solo em locais com significativas diferenças de índice de chuva. Depois de analisadas, essas amostras são incorporadas à tabela IAC de ambientes de produção que considera, em ordem decrescente de importância, a disponibilidade de água, a textura, a profundidade e adicionalmente a fertilidade natural abaixo da camada arável. Nessas comparações regionais, por exemplo, foi destacado porque os Nitossolos Vermelhos eutroférricos (Terras Roxas Estruturadas eutróficas), ou seja, solos com elevada fertilidade natural, produzem mais de 100t/ha (sem aplicação de vinhaça e sem irrigação) quando ocorrem na região mais chuvosa, como a de Assis (SP) e apenas 8488t/ha quando esse mesmo solo ocorre na região bem mais seca, como Goianésia (GO). Hélio do Prado esclarece que a fertilidade natural do solo é importante mas não pode ser considerada sem a influência do clima. "Um exemplo que reforça nossa tese é a ocorrência do solo mais fértil do Brasil com reduzida produtividade mesmo quando irrigado. Apesar da elevadíssima fertilidade natural são muito pouco produtivos porque são também salinos", termina. Para mais informações sobre solos e cana-de-açúcar, o pesquisador Hélio do Prado indica um livro escrito por ele: "Pedologia Fácil - Aplicações na Agricultura". A obra, publicada recentemente, pode ser acessada nos sites www.fundag.br e www.pedologiafacil.com.br Revista Canavieiros - Julho de 2007
  • 34. Informações Técnicas Avaliação da safra canavieira de outono Resultados e parâmetros de estimativa para 2007 Maximiliano S. Scarpari*, Murilo A. Sandroni** e Glauber C. Pavan** * Centro de Cana IAC, ** ESALQ/USP. A Figura 1. Ajuste e representação gráfica dos ram acima da média dados obtidos da Tabela 1. histórica, com alta nebulosidade e baixa insolação. Esses fatores associados reduziram o ritmo de crescimento da canade-açúcar. Condições climáticas ideais esperadas para o crescimento seriam: radiação solar intenFazendo uma previsão de safra em sa e precipitação bem escala menor para cada usina ou for- distribuída ao longo necedor que possua bom banco de do período. Outro dados e com os ambientes de produ- agravante está no déficit hídrico drás- 08 em 3,5 % em produtividade (Tabela ção já classificados, o novo projeto tico que ocorreu entre os meses de 1), sendo a maior queda de 8,4 % já no PREVCLIMACANA IAC estima a abril a setembro de 2006 que afetou a início da safra. Esta redução foi conprodutividade da safra toda já no seu brotação das socas, atrasando e pre- firmada pelos dados enviados por 9 início. Estas estimativas de produti- judicando o desenvolvimento da plan- usinas na região de Ribeirão Preto. Outros locais do Estado de São Pauvidade e maturação, já no início, ta. lo, como a região de Catanduva e Oesnorteiam muitas decisões de gerenciadores principalmente quanto Com este cenário climático bem te Paulista, apresentaram a mesma à época ideal de corte das áreas. definido, comparou-se a produtivida- tendência. Para melhor entendimento de realizada da safra 2006/2007 com o da Tabela 1, expressou-se estes daFoi observado que, na região de realizado na safra em curso 2007/2008, dos pela Figura 1. Ribeirão Preto, entre os meses de ou- usando modelos na estimativa da proObviamente, a previsão de produtubro de 2006 a meados de janeiro de dutividade. Os resultados mostram a 2007 os índices pluviométricos fica- previsibilidade de queda da safra 2007/ tividade feita logo no inicio do mês de janeiro para o final da safra gera Tabela 1. Comparativo entre safras 2006/2007 e 2007/2008 na região de certo grau de incerteza. Entretanto, Ribeirão Preto. esta estimativa pode ser utilizada com grande acerto para o início da safra PRODUTIVIDADE MEDIDA SAFRA 2006 como se confirmou com dados apresentados na Tabela 1. Uma re-estimaSafra Corte anterior Corte atual TCH medido tiva pode ser realizada para minimizar Outono mai/05 mai/06 100,4 eventuais erros da previsão feita para Inverno ago/05 ago/06 100,5 o fim de safra. A previsão de produtiPrimavera nov/05 nov/06 69,2 vidade efetuada para cada unidade ou média 90,0 fornecedor e sob seu sigilo, guia todo o seu planejamento evitando surprePRODUTIVIDADE ESTIMADA SAFRA 2007 sas indesejáveis ao longo da safra. Com a adesão de novos parceiros ao Safra Corte anterior Corte atual TCH estimado % em relação safra 06 projeto, conseguiremos abranger uma Outono mai/06 mai/07 92,6 -8,4 maior área no Estado de São Paulo, e Inverno ago/06 ago/07 93,8 -7,1 essa representatividade melhora a Primavera nov/06 nov/07 72,9 5,1 calibração e a validação do modelo de média 86,4 -3,5 estimativas. competitividade atual do agronegócio canavieiro remete-nos ao uso de modernas ferramentas de gerenciamento, as quais permitem planejar de forma correta e precisa todas as operações envolvidas no canavial, desde as operações de plantio até a entrega da cana na indústria. Para isso, a criação de estimativas confiáveis de produtividade ao longo de toda a safra é essencial. 34 Revista Canavieiros - Julho de 2007
  • 35. Agende-se Julho e Agosto de 2007 REUNIÕES TÉCNICAS DA CANAOESTE Começa a partir do dia 16 de julho, com o apoio da Bayer CropScience e parceria de usinas da região, o ciclo de Reuniões Técnicas da Canaoeste. Os encontros contarão com palestras ministradas pela Equipe Técnica da Canaoeste, funcionários das usinas parceiras e profissionais da Bayer CropScience, sobre os seguintes temas: Situação e Perspectivas da Safra 2007/2008; Protocolo Agroambiental; Avisos Climatológicos; Tratos Culturais; e BAYER: Inovações Tecnológicas. VEJAA PROGRAMAÇÃO: 16/07 - Barretos 17/07 - Viradouro 18/07 - Colina 19/07 - Severínia 23/07 - Pitangueiras 25/07 - Morro Agudo 26/07 - Bebedouro 30/07 - Sertãozinho 01/08 - Pontal 02/08 - Cravinhos Para informações sobre os locais das reuniões entrar em contato com o respectivo escritório regional. VAGRIFAM - FEIRAESTADUALDAAGRICULTURA FAMILIAR E DO TRABALHO RURAL Data: 02 e 05 de agosto de 2007 Local: ITETRESP - Instituto Técnico e Educacional para Trabalhadores Rurais – Agudos – SP Temática: Feira Estadual com freqüência anual, que visa contribuir na melhoria das condições do trabalho rural (agricultor familiar e assalariado rural)e aprimorar o agronegócio familiar na áreas de insumos, máquinas e equipamentos, crédito, tecnologia, capacitação e profissionalização, promovendo sua integração e proporcionando aos trabalhadores rurais a oportunidade de expor e negociar os seus produtos, especialmente os agro-industrializados. Mais Informações: (11) 3826 - 8900 CONFERÊNCIA SOBRE EXPORTAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE ETANOL Data: 08 e 09 de agosto de 2007 Local: Hotel Blue Tree Faria Lima - São Paulo - SP Temática: Análises do mercado mundial de etanol, novos destinos de exportação, transformação do etanol em uma commodity internacional, formação de preços, aspectos jurídicos do comércio exterior, alternativas de distribuição e infra-estrutura para exportação, gargalos logísticos e soluções como o álcoolduto proposto pela Petrobrás serão alguns dos temas em pauta na conferência. Mais Informações: (11) 3017-6808 4º ENCONTRO SOBRE A CULTURA DO AMENDOIM Data: 23 e 24 de agosto de 2007 Local: Centro de Convenções da FCAV/Unesp de Jaboticabal - Jaboticabal - SP Temática: Apresentação do panorama brasileiro e mundial e exposição de temas técnicos sobre esta cultura em crescimento. Informações: www.funep.fcav.unesp.br Mais Informações: (16) 3209-1300 6º CONGRESSO BRASILEIRO DE AGRIBUSINESS Data: 27 e 28 de agosto de 2007 Local: Hotel WTC - Av. das Nações Unidas, 12.559 São Paulo - SP Temática: O congresso é realizado pela Associação Brasileira de Agribusiness (ABAG), com patrocínio da Abimaq, Anfavea, Banco do Brasil e apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Abag de Ribeirão Preto. Mais Informações: (11) 3285-3100 NEGÓCIOS AMBIENTAIS SUSTENTÁVEIS 2007 Data: 29 de agosto a 01 de setembro de 2007 Local: EXPOTRADE - Curitiba - PR Temática: A cada dia surgem novos sinais de que a vida na Terra está em risco. Muito se fala, mas ainda é pouco o que tem sido feito para salvar o planeta. Nosso futuro está em jogo e, se queremos deixar um planeta habitável para os nossos filhos e netos, é preciso agir agora. Assim, o objetivo do evento é fomentar os negócios na área ambiental para que as soluções viáveis possam ser implantadas e a preservação do meio ambiente seja disseminada. Mais Informações: (44) 3031-3071 Revista Canavieiros -- Junho de 2007 Revista Canavieiros Julho 35
  • 36. Biblioteca “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” ENERGIA DA CANA DE AÇÚCAR NO BRASIL Cultura Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português 1) “HAJA VISTO” os exemplos dos mais velhos são sempre interessantes... Ficarão mais interessantes com a correção do Português... Prezado amigo leitor, a expressão correta é HAJA VISTA. HAJA VISTA é uma locução invariável equivalente a “VEJA”. Isaias C. Macedo O Brasil produziu 311 milhões de toneladas de cana em 1998 (25% da produção mundial) em 5 milhões de ha, com concentração no Sudeste e Nordeste (~60% em S. Paulo). Há 50 mil produtores de cana e 308 unidades de processamento industrial, todas privadas, levando a 17.7 milhões de toneladas de açúcar e 13.7 milhões de m3 etanol por ano. A indústria da cana no Brasil mantém o maior sistema de produção de energia comercial da biomassa, no mundo, através do etanol (substituindo cerca de 40% da gasolina) e do uso quase total do bagaço (equivalente a 11 milhões t de óleo) como combustível. A área ocupada para a produção de etanol corresponde a 0.8% da terra própria para agricultura, no Brasil. Depois de mais de vinte anos de uso em larga escala do etanol como combustível automotivo, o conhecimento adquirido sobre os impactos ambientais, sociais e econômicos do sistema agro-industrial permite analisar com certa segurança o ciclo completo e a sua sustentabilidade. Assim, o livro analisa aspectos como: Os balanços energéticos para o ciclo, e as relações entre combustível fóssil utilizado e energia renovável resultante, mostrando as tendências e impactos de novas tecnologias. Considerando a legislação atual (eliminando gradualmente a queima de cana no campo) são avaliados os impactos na redução de poluentes atmosféricos nos próximos 12 anos; o aumento da disponibilidade de biomassa para energia é base para estimativa de emissões evitadas de CO2, adicionalmente. Macedo ainda trata de assuntos como a redução da poluição local em centros urbanos e o uso de herbicidas e pesticidas comparado com outros sistemas agrícolas importantes no Brasil (soja e milho). Por último, o livro discorre sobre a geração de empregos (volume e qualidade) é quantificada na sua evolução em dez anos, e tendências para os próximos anos. Os resultados já obtidos e as possibilidades de melhoria indicam a grande evolução ocorrida, e o interesse em um esforço continuado para uma agro-indústria sustentável baseada na cana de açúcar, com a produção simultânea de alimentos e energia. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 Revista Canavieiros - telefone 2007 36 em Sertãozinho, ou pelo Julho de (16)39463300 - Ramal 2016 2) Ele conquistou sua liberdade financeira “A MENOS DE” dois anos... Será??? Dica útil: HÁ MENOS DE: o HÁ encerra idéia de passado e pode ser substituído por “FAZ”. Ex.: Ele conquistou sua liberdade há menos de (faz) dois anos. A MENOS DE: indica distância, quantidade ou tempo futuro e NÃO pode ser substituído por FAZ. Ex.: Encontrava-se a menos de cinco metros do carro.(indica distância) Falou a menos de 100 pessoas.(indica quantidade) Estava a menos de 2 anos da aposentadoria. (indica tempo futuro) 3) “A GROSSO MODO”, Pedro explicou a situação da empresa para os funcionários. E os funcionários não devem ter entendido a explicação!!! Por favor, prezado amigo leitor, o correto é GROSSO MODO. GROSSO MODO: significa de maneira grossa, aproximadamente, genericamente. Ex.: Grosso modo (genericamente), Pedro explicou a situação da empresa para os funcionários. PARA VOCÊ PENSAR: “Ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja” Chico Xavier “Experiência é o nome que damos aos nossos próprios erros” Oscar Wilde “Adoro as coisas simples. Elas são o último refúgio de um espírito complexo” Oscar Wilde RENATA CARONE SBORGIA Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, Escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia