1) O documento discute a formação da face e palato, tipos de fissuras labiopalatinas, fatores associados, classificação, alterações dentárias e tratamento.
2) As fissuras podem afetar o lábio, palato ou ambos e são classificadas de acordo com a localização. Fatores genéticos e ambientais contribuem para sua ocorrência.
3) O diagnóstico precoce é importante para investigar anomalias associadas e minimizar complicações como dificuldades alimentares. O tratamento envolve uma equipe multidiscipl
3. PALATOGÊNESE
O Palato se desenvolve em dois estágios:
- Desenvolvimento do Palato Primário
- Desenvolvimento do Palato Secundário
A palatogênese inicia-se no final da 5ª semana e se completa na 12ª
semana.
PALATO PRIMÁRIO
O palato primário é originado do processo palatino mediano. O
processo forma a parte pré maxilar da maxila e uma pequena parte
do palato duro no adulto.
PALATO SECUNDÁRIO
O palato secundário forma-se pelos processos palatinos derivados
dos processos maxilares
4. Na 7ª semana inicia-se a união das lâminas palatinas entre si na
linha média palato secundário;
Esta fusão ocorre inicialmente na porção anterior com palato
primário e septo nasal progredindo posteriormente até a
formação da úvula;
O fechamento total do palato ocorre por volta da 12ª semana;
Um processo de ossificação intramembranosa formará os ossos
palatinos enquanto a região mais posterior não se ossifica
originando o palato mole e a úvula.
(IMPARATO; 2017)
5. HISTÓRICO
Os primeiros relatos de casos de fissura labial
remontam ao século I da Era Cristã.
Ao longo dos tempos, houve várias tentativas de
descrever a etiologia deste tipo de má-formação.
O progresso conhecimento das lesões, dos distúrbios e
dos procedimentos terapêuticos somente aconteceu
nos últimos 50 anos (LOFIEGO, 1992).
Hoje, sabe-se que entre as anomalias congênitas da
face, as fissuras labiopalatinas, são as mais comuns.
6. TIPOS DE
FISSURA
As fissuras de lábio e/ou palato podem apresentar-se de diferentes
formas:
Fissura de Lábio Fissura de
Lábio e alvéolo
Na fissura labial, pode haver comprometimento parcial ou
completo do lábio, unilateralmente ou bilateralmente.
As fissuras de lábio e alvéolo incompletas afetam parcialmente o
rebordo alveolar, mas sem provocar a sua ruptura. Quanto
completas, a ruptura do rebordo atinge o forame incisivo e
provoca a divisão da maxila em sua porção anterior
unilateralmente.
7. TIPOS DE
FISSURA
Fissura de palato
A fissura de palato pode acometer o palato em diversos graus de
extensão, desde o envolvimento parcial da úvula ate a divisão
completa do palato.
A fissura completa de lábio e palato divide a maxila totalmente
em 2 segmentos quando unilateral e em 3 segmentos quando
bilateral. Existe uma ruptura completa, envolvendo desde a úvula
ate o lábio, provocando comunicação entre as cavidades
Fissura
completa de
lábio e palato
8.
9. DEFINIÇÃO
• A fissura de labiopalatina é uma malformação congênita
que resulta da deficiência ou falta de fusão dos processos
faciais e/ou palatos, segundo Machado et al. (2005).
• Pode ser classificada em:
.
• Malformações associadas ou aberrações cromossômicas
ou doenças gênicas prognóstico fetal se altera.
(RIBEIRO; MOREIRA, 2004)
10. FISSURAS LABIAIS
Fissura de lábio unilateral
incompleta
Fissura de lábio bilateral
incompleta
(MACHADO, SILVA, ABDO;2005)
11. FISSURAS DE LÁBIO E ALVÉOLO
(MACHADO, SILVA, ABDO;2005)
Fissura de lábio e alvéolo unilateral completa
14. FATORES
ASSOCIADOSÁ
ORIGEM DAS
FENDAS
LABIOPALATINAS
De acordo com Nussbaum (2001) e Moore e Persaud (2004)
existem evidências que fatores genéticos e ambientais atuam em
associação na origem das fendas labiopalatinas:
Infecção congênita;
Deficiência de ácido fólico;
Diabetes gestacional;
Hipotireoidismo e Hipertensão Arterial;
Determinados medicamentos ;
Deficiência nutricional da gestante;
Fumo, álcool e drogas ilícitas;
Estresse.
Alguns estudos encontraram uma correlação entre a idade dos
pais e a incidência de fissuras, dos quais houve maior correlação
com a idade paterna.
Lofiego (1992) relatou que a presença de más-formações faciais
nas classes sociais mais baixas é maior para todos os tipos de
fissuras, dado também encontrado em estudo feito por Grabb
(1971).
15. CLASSIFICAÇÃO
DAS FISSURAS
No Brasil, estima-se que a cada 700 recém-nascidos um seja
portador de fissura (MENEGOTTO, SALZANO;1991).
A classificação das fissuras mais utilizada no Brasil é a formulada
por Spina et al.(1972), que propuseram uma classificação em
quatro categorias, tomando como ponto de reparo o forame
incisivo, limite entre o palato primário e o secundário.
Classificadas em:
1. Fissura pré-forame incisivo;
2. Fissura pós-forame incisivo;
3. Fissura transforame incisivo;
4. Fissuras raras da face.
(RIBEIRO; MOREIRA, 2004)
16. ALTERAÇÕES
DENTÁRIAS
Crianças com fissuras de lábio e/ou palatina podem apresentar
alterações na dentição decídua, principalmente nos dentes
próximos à fenda;
A ocorrência de dente natal/neonatal na região da fenda em bebês
com fissuras completas de lábio e palato apresenta-se elevada, ou
seja, 2% nos casos unilaterais e 11% nos bilaterais;
Quando o lábio está envolvido a irrupção significativa é atrasada
apenas nos incisivo lateral da região da fissura;
A dentição decídua de bebês com fissuras de lábio e/ou palato são
comuns e podem predispor os dentes envolvidos ao maior
acúmulo de placa dentária e à cárie.
(MACHADO, SILVA, ABDO;2005)
17. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico precoce permite a investigação de outros defeitos e
permite evitar e/ou minimizar complicações.
As complicações mais comuns são as alimentares, como:
1. Sucção insuficiente;
2. Presença de leite na cavidade nasal;
3. Aspirações e ingestão de pouca quantidade de alimentos.
Segundo o protocolo de reparação cirúrgica das fissuras, o reparo
do lábio deve ser realizado a partir dos 3 meses de idade e do palato
aos 12 meses.
18. ACOMPANHAMENTO
PEDIÁTRICO
A abordagem neonatal é complexa e o
envolvimento da equipe de saúde auxiliará
os pais a compreender as implicações do
defeito congênito, o potencial de correção
estética e funcional, e como a tomar
medidas que minimizem as comorbidades.
O manejo pediátrico pós-natal imediato
demanda decisões críticas, como quanto
1. À forma de alimentação e higienização da
criança;
2. A investigação de anomalias associadas e
o encaminhamento para avaliação
genético-clínica;
3. Para correção cirúrgica em centros de
referência.
Fonte: Google Images
19. HIGIENIZAÇÃO
BUCAL
ANTES DA IRRUPÇÃO DENTÁRIA:
1. Deve –se realizar a higiene bucal diária com gaze ou fralda
umedecida em água filtrada ou fervida e envolta do dedo
indicador do responsável.
2. Deve ser realizada diariamente para remoção dos restos de
leite e alimentos e também para a criança se habitue com o
manuseio da cavidade bucal precocemente.
APÓS A IRRUPÇÃO DENTÁRIA:
1. Assim que irrompe o primeiro dente decíduo, os pais devem
iniciar a realização da higienização bucal com escova dental.
2. A escova de dente deve apresentar uma pequena cabeça,
cerdas macias com extremidades arredondadas, ser estreita e
ter boa empunhadura.A quantidade de creme dental deve ser
equivalente à metade de um grão de arroz cru.
(MACHADO, SILVA, ABDO;2005)
21. TRATAMENTO
Atualmente, não há consenso quanto ao melhor protocolo de
tratamento a ser seguido, porém, é necessário que os pacientes
portadores desta condição têm de serem avaliados e
acompanhados em centros de referência por uma equipe
multidisciplinar.
Dessa forma, desde o nascimento até a vida adulta, o suporte
profissional completo tem que estar à disposição.
O tratamento tem a função de trazer resultados estéticos e
funcionais, sem prejudicar o crescimento facial, possibilitando a
estes pacientes melhor inserção na sociedade.
22. REFERÊNCIAS
Imparato JC. Anuário odontopediatria clínica: integrada e atual.
Nova Odessa: Napoleão livros;2017.
Machado MAAM, Silva SMB,Abdo RCC. Odontologia em bebês.
São Paulo: Livraria Santos;2005.
Ribeiro EM, MoreiraASCG. Atualização sobre o tratamento
multidisciplinar das fissuras labiais e palatinas. Rev Brasileira em
Promoção da Saúde 2005; 18(1).
Waes HJM, Stöckli PW. Odontopediatria. Porto Alegre: Artmed;
2002.