• Maria Clara Vieira
Atualizado em
Criança brava (Foto: Thinkstock)

A raiva é consequência de alguma perda – seja um brinquedo, o colo do cuidador ou uma vontade que não foi satisfeita. “Os pais devem, primeiro, ensinar a criança a identificar a emoção e, depois, buscar formas de exercitar algum controle. De todos os sentimentos, a raiva talvez seja o mais desafiador. Muitas vezes, os próprios adultos não sabem lidar com ela, pois tem um componente explosivo que costuma fugir ao controle”, esclarece Rita Calegari, psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo (SP).

É claro que não adianta tentar explicar sobre a raiva quando o ataque já está acontecendo. Tampouco vale mandar a criança engolir o choro na hora da crise: “Isso é um erro comum. Os pais acham que ajudam, mas só estão  reprimindo”, diz Rita. “O ideal é evitar entrar nesse estado incontrolável. É como o leite que ferve e sobe até esparramar. Se desligamos o fogo na hora certa, o leite abaixa e não cai. Os pais precisam buscar esse ponto com os filhos.” Pessoas com inteligência emocional bem resolvida conseguem fazer isso sozinhas. Mas, para a criança, o processo é complexo e, por isso, o papel dos pais é importante.

Se seu filho está no meio de uma tempestade emocional, use coisas que ele goste para acalmá-lo. “Vale convidar para rolar no chão, correr, ouvir uma música, fazer uma massagem. Isso varia de acordo com a natureza da criança e deve ser identificado pelos pais”, diz Tania Paris, presidente da Associação pela Saúde Emocional de Crianças (Asec). Depois que a poeira baixar, o conselho é sentar e conversar. “Um tempo após ela se recompor, o adulto pode propor uma análise como: ‘Você precisava ter gritado e quebrado aquele brinquedo? Como poderia ter resolvido a situação de outra forma?’”, ensina Tania. A ideia é dar ferramentas para que seu filho, da próxima vez, identifique o sentimento e saiba fazer algo para a raiva passar antes de  explodir. É uma questão de autocontrole que vai sendo treinado ao longo da vida.

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