• Redação Galileu
Atualizado em
foto de um leão descansando (Foto: pixabay )

foto de um leão descansando (Foto: pixabay )

Uma pesquisa feita por uma equipe de estudiosos estadunidenses concluiu que a ocitocina, também conhecida como hormônio do amor, pode ajudar a acalmar leões. Essa descoberta pode ajudar cientistas. como biólogos e veterinários, a adentrar com mais facilidade no território dos grandes felinos com intuito de mantê-los salvos e saudáveis. A pesquisa foi liderada pelo biólogo Craig Packer e pela neurocientista Sarah Heilbronner, ambos da Universidade de Minnesota, e publicada no periódico iScience na última quarta (30).

Realizada de forma experimental, a pesquisa mostrou que o efeito da ocitocina no corpo dos grandes felinos possibilita uma diminuição na apreensão dos animais em relação possíveis intrusos em seu território. Para chegar nessa conclusão, os pesquisadores administraram ocitocina nos leões e avaliaram a aproximação dos animais entre si ao interagirem com o brinquedo favorito deles, uma abóbora.

"Vimos a distância média entre eles cair de cerca de 7 metros, sem tratamento, para cerca de 3,5 metros após a administração de ocitocina.”, conta, em nota, Sarah Heilbronner, uma das autoras principais ddo estudo.

Outro comportamento modificado por conta do hormônio foi o de rugir para leões desconhecidos. Os animais que receberam o hormônio não rugiram para os leões que se aproximavam e, também, não respondiam quando colocado som de rugidos no ambiente. Contudo, em cenários onde havia comida envolvida, essa mudança de comportamento não se manteve.

Imagem dos leões se aproximando da grade para que se fosse borrifado o hormonio (Foto: iScience)

Imagem, a esquerda, dos leões se aproximando da grade para que se fosse borrifado o hormonio  e na direita o vemos brincar com a abóbora (Foto: iScience)

A administração da ocitocina no corpo dos grandes felinos foi realizada durante as refeições dos animais, que incluia grandes pedaços de carne crua amarrados em uma cerca. O cheiro da carne atraia os animais para a cerca e, enquanto eles começavam a desfrutar da refeição, os pesquisadores borrifavam em seus focinhos o hormônio.

O local onde os pesquisadores espirraram o hormônio não foi escolhido por acaso.Isso porque, segundo os autores do estudo, o ato de espirrar em seus focinhos faz com que o hormônio não se perca na barreira hematoencefálica, indo diretamente para o cérebro do leão. Este é também o meio mais rápido e eficiente de cumprir essa tarefa. “Ao pulverizar a oxitocina diretamente no nariz, sabemos que ela irá viajar pelo nervo trigêmeo e pelo nervo olfativo e irá diretamente para o cérebro”, diz Burkhart.

A pesquisa foi realizada entre 2018 e 2019 e, após esse período, os estudiosos notaram que os 23 leões que receberam o hormônio tiveram mudanças em seu comportamento social. Ao se tornarem mais toleráveis com outros leões em seu espaço e demonstrar uma postura menos vigilante e violenta com intrusos. Outro ponto observado foi que as feições dos animais se tornaram mais calmas e menos agressivas.

Os resultados do estudo são positivos e podem ajudar cidades do continente africano a manter os leões a salvo e longe de possíveis perigos causados por humanos. Além de prevenir que alcateias diferentes desses felinos briguem entre si em reservas de preservação, onde são colocadas todas juntas. “A esperança é que isso se traduza em animais sendo realocados na natureza, ajudando-os a se tornarem mais inclinados ao seu novo ambiente social, para que sejam mais curiosos e menos medrosos, levando a um vínculo mais bem-sucedido”, conclui Burkhat.