• Ana Posses, Duília de Mello e Geisa Ponte*
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Galáxias elípticas têm o forma mais parecido com o oval. Esta é a Galáxia Elíptica M87 (Foto: Canada-France-Hawaii Telescope, J.-C. Cuillandre (CFHT), Coelumg)

Galáxias elípticas têm o formato mais parecido com o oval. Esta é a Galáxia Elíptica M87 (Foto: Canada-France-Hawaii Telescope, J.-C. Cuillandre (CFHT), Coelumg)

Sabemos que existem bilhões de galáxias pelo Universo. Mas como elas são? As galáxias podem ter vários formatos, entre eles o de espiral, como a nossa Via Láctea. Elas são achatadas, possuem braços e um núcleo brilhante. É nos braços que a grande maioria das estrelas, como o nosso Sol, nascem e vivem. É neles também que está o gás e a poeira que formarão outras estrelas.


Quando vemos uma galáxia azulada, sabemos que as estrelas que estão lá são jovens e que ainda existe gás e poeira para formar mais estrelas. Mas, se houver muita poeira, a luz das estrelas bebezinhas é ofuscada e a galáxia se torna mais avermelhada. Não basta observar em luz visível para entender o que está realmente acontecendo por lá; precisamos também captar a luz em cores que nossos olhos não podem ver, como infravermelho, ultravioleta, rádio e raios-X.

Já as maiores galáxias que conhecemos são elípticas, homogêneas e devem ter surgido da junção de galáxias massivas, como duas ou mais espirais, ou por canibalismo em aglomerados de galáxias. Elas possuem uma cor meio alaranjada. Isso acontece porque o “combustível” (gás e poeira) dessas galáxias foi todo consumido durante fusões, e muitas estrelas são formadas de uma vez só.

A cor em astronomia é um pouco diferente do que conhecemos no dia a dia. A cor azul significa mais quente, enquanto o vermelho significa mais frio. As estrelas maiores e mais quentes vivem pouco e são azuladas, já as menores e mais frias vivem mais tempo e são avermelhadas. E, como nas galáxias elípticas o combustível acabou, vemos apenas a cor alaranjada devido às estrelas de baixa massa (como o Sol ou ainda menores) que sobrevivem bem mais tempo.

Dentro desses diferentes formatos, essas galáxias escondem em seu interior buracos negros supermassivos. Esses objetos podem ter até bilhões de vezes a massa do Sol e são fruto de muita curiosidade. Em alguns casos, eles estão ativos e podem ejetar em altas velocidades o material de suas vizinhanças para o meio intergaláctico. Esse é o caso da M87, uma galáxia elíptica. No meio dela, conseguimos, pela primeira vez, fazer uma imagem de um buraco negro.


Edwin Hubble (1889-1953) foi o primeiro a propor um esquema de classificação de galáxias e a dizer que o Universo está em expansão ao observar que elas estão se afastando umas das outras. A Nasa deu ao telescópio espacial Hubble esse nome em sua homenagem. Em 24 de abril, ele faz aniversário: serão 30 anos desvendando o Universo e nos proporcionando imagens de tirar o fôlego!

Mulheres das Estrelas (Foto: Ana Posses, Duília de Mello e Geisa ponte são astrônomas que querem mostrar ao Brasil a importância da ciência. Trabalham para atrair mais jovens — especialmente as meninas — para esse campo. (Fotos: arquivo pessoal))

Ana Posses, Duília de Mello e Geisa ponte são astrônomas que querem mostrar ao Brasil a importância da ciência. Trabalham para atrair mais jovens — especialmente as meninas — para esse campo. (Fotos: arquivo pessoal)