Meio Ambiente
Leões são encontrados em condições deploráveis na África do Sul
Felinos viviam em cativeiro na fazenda Pienika, em jaulas sujas e lotadas; doentes, um deles teve de ser sacrificado após a chegada de um veterinário
2 min de leituraSofrendo maus-tratos cotidianos, 108 leões foram encontrados em uma fazenda na província de Noroeste, na África do Sul. Os felinos viviam em cativeiro e se amontoavam em jaulas apertadas, sofrendo de doenças e subnutrição.
Após uma denúncia anônima, o Conselho Nacional de Sociedades para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (da sigla em inglês, NSPCA) foi acionado. Quando os inspetores chegaram à fazenda Pienika, ficaram chocados ao se depararem com leões presos em jaulas sujas, superlotadas e sem nenhuma água.
Devido às condições de maus-tratos, 27 animais perderam quase todo o pelo: eles tinham sarna já em nível avançado. Dois leões pareciam ter problemas neurológicos que os impediam de andar e um leão teve que passar pela eutanásia imediatamente.
Outros animais, como tigres, leopardos e linces do deserto, também foram encontrados nas mesmas condições deploráveis. Segundo o inspetor Douglas Wolhuter, os linces estavam tão obesos que não podiam mais se lamber para manter seus hábitos de higiene pessoal.
“É deplorável que um animal tenha que ser forçado a viver em tais condições com doenças. O fato de que esses são animais selvagens que já estão vivendo vidas não naturais em confinamento para o propósito do tráfico só faz tudo isso mais horrível”, contou Wolhuter ao jornal Times Live.
Leia também:
+Leões do deserto da Namíbia estão caçando e comendo criaturas marinhas
+11 leões são encontrados mortos em Uganda sob suspeita de envenenamento
De acordo com o relatório Yale Environment 360, de 2018, a indústria de tráfico de leões na África do Sul gera dezenas de milhões de dólares a cada ano. Estima-se que 14 mil leões estejam vivendo em cativeiro em centenas de locais. O jornalista Ian Michler contou à National Geographic que os leões resgatados da Fazenda Pienika teriam possivelmente os seus ossos vendidos no tráfico.
A fazenda é uma propriedade de Jan Steinman, membro da Associação Sul Africana de Predação (da sigla em inglês, SAPA). A organização apoia a criação de animais selvagens em cativeiro e defende que a caça pode ser “ legítima e ecologicamente responsável”.
Em comunicado, a SAPA anunciou que está “conduzindo investigações profundas” e que irá “imediatamente instituir ações disciplinantes contra o Sr.Steinman”. A NSPCA, por outro lado, já entrou em uma ação contra o proprietário da fazenda, com base no Ato de Proteção Animal da África do Sul, de 1962. O episódio pode resultar em um ano de prisão para cada caso de maus-tratos comprovado.
Curte o conteúdo da GALILEU? Tem mais de onde ele veio: baixe o app Globo Mais para ler reportagens exclusivas e ficar por dentro de todas as publicações da Editora Globo. Você também pode assinar a revista, a partir de R$ 4,90, e ter acesso às nossas edições.