• Redação Galileu
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Robert Chelsea, de 68 anos, antes e depois de receber transplante facial completo (Foto: Lightchaser Photography / J. Kiely Jr./BRIGHAM AND WOMEN'S HOSPITAL)

Robert Chelsea, de 68 anos, antes e depois de receber transplante facial completo (Foto: Lightchaser Photography / J. Kiely Jr./BRIGHAM AND WOMEN'S HOSPITAL)

Em 2013, Robert Chelsea estava dirigindo em Los Angeles, nos Estados Unidos, quando o motorista bêbado de um caminhão bateu em seu carro. No acidente, ele sofreu sofreu queimaduras em mais de 60% de seu corpo e rosto. Agora, seis anos depois, ele tornou-se o primeiro paciente negro a receber um transplante facial inteiro. 

A cirurgia ocorreu em julho no Brigham and Women's Hospital, em Boston, e demorou 16 horas. Uma equipe de 45 pessoas, composta por médicos, enfermeiros e pesquisadores, participaram da operação. O procedimento de Chelsea, pago por meio de uma concessão do Departamento de Defesa dos EUA, foi apenas o 15º realizado no país. 

Robert Chelsea a caminho da cirurgia de transplante facial, em julho de 2019 (Foto: Lightchaser Photography / J. Kiely Jr./BRIGHAM AND WOMEN'S HOSPITAL)

Robert Chelsea a caminho da cirurgia de transplante facial, em julho de 2019 (Foto: Lightchaser Photography / J. Kiely Jr./BRIGHAM AND WOMEN'S HOSPITAL)

Bohdan Pomahac, diretor de cirurgia plástica do hospital, afirmou que Chelsea está se recuperando notavelmente rapido. "Estamos ansiosos para ver uma melhoria significativa na sua qualidade de vida", ele declarou. 

Apenas alguns dias após a cirurgia, Chelsea, que tem 68 anos, começou a comer, conversar e respirar por conta própria. O inchaço da face diminuiu e sua fala e a visão melhoraram. Até fios de cabelos já começaram a crescer. 

Em uma matéria publicada na revista TIME, a repórter Jamie Ducharme detalhou como a espera pelo rosto de um doador foi mais longa para Chelsea. É que o homem precisou esperar uma face que correspondesse ao seu tom de pele. 

Robert Chelsea após o transplante de rosto completo (Foto: Lightchaser Photography / J. Kiely Jr./BRIGHAM AND WOMEN'S HOSPITAL)

Robert Chelsea após o transplante de rosto completo (Foto: Lightchaser Photography / J. Kiely Jr./BRIGHAM AND WOMEN'S HOSPITAL)

Segundo a reportagem, os norte-americanos negros são menos propensos a doar seus rostos do que pessoas caucasianas, em parte porque eles têm mais desconfiança no sistema de saúde dos EUA. 

Em maio de 2018, Chelsea recusou o primeiro rosto que lhe foi oferecido, pois pertencia a um rapaz com pele mais clara. Ele disse à TIME que estava preocupado em se tornar uma "pessoa de aparência totalmente diferente", caso aceitasse a face. 

"Essa experiência foi uma jornada incrível para mim, repleta de muitos desafios. Hoje, no entanto, estou emocionado em dizer que estou no caminho da recuperação", afirmou Chelsea em comunicado divulgado pelo Brigham and Women's Hospital