• Redação Galileu
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À esquerda, Robert Pershing Wadlow; à direita, seu caixão, após a morte aos 22 anos (Foto: Reprodução/Guinness World Record)

À esquerda, Robert Pershing Wadlow; à direita, seu caixão, após a morte aos 22 anos (Foto: Reprodução/Guinness World Record)

No dia 22 de fevereiro de 1918 nascia na cidade de Alton, nos EUA, Robert Pershing Wadlow, conhecido como o homem mais alto de todos os tempos. Apesar de sua grande estatura, o motivo de sua morte se deu por algo extremamente pequeno — uma bolha.

Apesar de sua fama, desde pequeno Wadlow sofria as consequências de uma disfunção que o impedia de parar de crescer. Aos 13 anos, ele chegou a medir 2,23 metros de altura e aos 19, já era o homem mais alto do mundo, com 2,54 metros . Devido à sua altura, o rapaz foi atormentado por lesões nos pés ao longo de sua vida, precisando recorrer ao atendimento médico diversas vezes. Seu pé media cerca de 47 centímetros, sendo necessário um sapato tamanho 70.

Sapato de Robert Wadlow comparado a um sapato de tamanho comum (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)

Sapato de Robert Wadlow comparado a um sapato de tamanho comum (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)

Em relato publicado no Guinness World Records na quarta-feira (29), as dificuldades causadas pelo tamanho de seus pés fizeram Wadlow usar uma tornozeleira para sustentar sua estatura. Isso aconteceu depois de ele fraturar os ossos do pé brincando com um amigo, aos 14 anos. A ida ao hospital se repetiu três anos depois, devido a uma infecção causada por uma almofada de sapato projetada para apoiar o arco de seus pés.

Em 1936, Charles Humberd, um legista e médico que estudava o gigantismo, fez uma visita para examinar Robert Wadlow. O diagnóstico revelou que o rapaz não sentia toque, dor ou sensações térmicas nos pés. A falta de sensibilidade colaborou para que Wadlow não sentisse a bolha que futuramente tiraria sua vida.

Sapatos mortais

Além de ser doloroso, ter os maiores pés do mundo era extremamente caro: na época os sapatos fabricados especialmente para o norte-americano custavam US$ 100 — o que na inflação de 2022 seriam pouco mais de US$ 2 mil. 

Para cobrir os custos do seu calçado, Robert começou a viajar junto com a International Shoe Company, que lhe fornecia os sapatos feitos sob medida para promover o produto. No meio dessas viagens, após participar de um desfile do Dia da Independência no Manistee National Forest Festival de 1940, em Michigan, ele voltou para seu quarto de hotel com febre. E foi aí que mais problemas começaram.

Conhecido como a pessoa mais alta da história registrada pela medicina, Wadlow cheogu a medir 2,74 metros (Foto: Reprodução/Guinness World Records)

Conhecido como a pessoa mais alta da história registrada pela medicina, Wadlow cheogu a medir 2,74 metros (Foto: Reprodução/Guinness World Records)

O motivo da hipertermia foi uma inflamação causada por uma bolha séptica em seu tornozelo direito causada por uma cinta de ferro mal ajustada, que ele usava para apoiar as pernas. A falta de sensibilidade fez com que Robert não visse a gravidade da situação.

Mesmo com o auxílio de uma cirurgia de emergência realizada no quarto de hotel em que ele estava, o homem piorou gradativamente e não resistiu à infecção. Robert Wadlow faleceu aos 22 anos, no dia 15 de julho de 1940, medindo 2,74 metros.

Caixão gigante

O corpo de Wadlow foi levado de volta a Alton, Illinois, para o enterro, e foi necessário um caixão de aproximadamente 3 metros que exigiu pelo menos 16 carregadores no transporte. Como o caixão era muito longo para caber inteiramente dentro do carro funerário, as portas traseiras foram mantidas abertas e um pano preto foi usado para esconder a parte que ficava para fora.

O caixão feito sob medida tinha aproximadamente 3 metros de comprimento (Foto: Reprodução/Guinness World Records)

O caixão feito sob medida tinha aproximadamente 3 metros de comprimento (Foto: Reprodução/Guinness World Records)

De acordo com o Guinness, a curiosidade fez com que as pessoas formassem filas de até três quarteirões para ver o corpo. Estima-se que 33.295 pessoas viram o cadáver ou compareceram ao funeral.

Após a morte de Robert, sua família destruiu a maioria de seus pertences pois não queriam que eles fossem coletados e exibidos como artefatos “bizarros” ou “gigantes”. Além disso, o túmulo foi selado com concreto para impedir quem que tentasse exumar o cadáver.

Em 1985, uma estátua de bronze em tamanho real de Robert Wadlow foi erguida em sua cidade natal, imortalizando o gigante de Alton para sempre.