• Redação Galileu
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Partículas finas de poluição (PM2.5) causam mais de oito milhões de mortes prematuras anualmente (Foto: Pixabay/denfran)

Partículas finas de poluição (PM2.5) causam mais de oito milhões de mortes prematuras anualmente (Foto: Pixabay/denfran)

Mesmo com as restrições da pandemia de Covid-19, os níveis de partículas finas de poluição (PM2.5) excederam as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano passado, em quatro a cada cinco nações do planeta. As informações são do novo relatório Mundial de Qualidade do Ar, publicado nesta terça-feira (16) pela empresa suiça IQAir.

O material particulado fino das PM2.5 possui espessura de menos de 2,5 milionésimos de metro, mas causa mais mortes e doenças do que todas as outras exposições ambientais existentes juntas. Uma pesquisa da ONG Greenpeace inclusive apontou que, em 2020, mais de 160 mil pessoas tiveram mortes prematuras nas cinco cidades mais populosas do mundo devido a essas partículas.







Por outro lado, com as suspensões no sistema de transporte e indústria, estabelecidas para garantir o isolamento social e conter a propagação da Covid-19, houve uma redução nos níveis desse tipo de poluição – mas essa melhora foi momentânea.

As concentrações das PM2.5 caíram 11% em Pequim, na China; 13% em Chicago, nos Estados Unidos; 15% em Nova Delhi, na Índia; 16% em Londres, na Inglaterra e 16% em Seul, na Coreia do Sul. Porém, isso não significa que essas partículas finas não sejam mais um problema nessas localidades.

"Muitas partes do mundo experimentaram melhorias sem precedentes  – mas de curta duração  – na qualidade do ar em 2020", ponderou no comunicado Lauri Myllyvirta, analista-chefe do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA) e coautora do relatório.

Enquanto isso, em metade dos municípios europeus, e em várias cidades na China e na Índia, os limites da OMS para poluição por PM2.5 foram ultrapassados. A entidade prevê que a densidade das partículas finas não pode passar dos 25 mcg/m3 (microgramas por metro cúbico) em um período de 24 horas ou 10 mcg/m3 durante um ano inteiro.

Poluição atmosférica pode causar sérios impactos na saúde humana (Foto: Pixabay)

Diversos países do mundo alcançaram níveis de PM2.5 de seis a oito vezes maiores do que o limite da Organização Mundial da Saúde (OMS) (Foto: Pixabay)

Para se ter uma ideia, vários países do mundo alcançaram níveis de PM2.5 de seis a oito vezes maiores do que o limite esperado. Bangladesh, Paquistão, Índia, Mongólia e Afeganistão apresentaram concentrações médias anuais que iam de 47 a 77 mcg/m3.

As duas capitais mais poluídas do mundo em 2020 por PM2.5 estão na Ásia: Nova Delhi, na Índia (84 mcg /m3) e Daca (77 mcg /m3), em Bangladesh. Mas metade de todas as cidades europeias também excedeu os limites de partículas finas de poluição sugeridos pela OMS.







Especialistas estimam que essa poluição do ar possa encurtar a vida de uma pessoa em quase três anos, em média, causando mais de oito milhões de mortes prematuras anualmente. A estimativa da OMS é que a longevidade é reduzida em 4,1 anos na China; 3,9 anos na Índia; 3,8 anos no Paquistão e em oito meses na Europa.

Em 2013, a entidade de saúde classificou as partículas de PM2.5 como agentes cancerígenos. Ao penetrar nos pulmões e atingir a corrente sanguínea, a poluição do ar mata 19 vezes mais pessoas a cada ano do que a malária, nove vezes mais do que o HIV e três vezes mais do que o álcool.

Esta matéria faz parte da iniciativa #UmSóPlaneta, união de 19 marcas da Editora Globo, Edições Globo Condé Nast e CBN. Saiba mais em umsoplaneta.globo.com