Um ornitorrinco picou uma mulher com seus esporões venenosos quando ela tentou tirá-lo de uma valeta na estrada. Jenny Forward ia para casa, no estado da Tasmânia, na Austrália, quando viu o animal na lateral da estrada. Pensando que o ornitorrinco tinha se machucado, ela tentou tirá-lo de onde estava quando sentiu dois esporões entrando nos dois lados da mão direita dela.
Os esporões liberaram veneno nessas entradas, deixando a mulher em agonia. "Foi como se alguém tivesse esfaqueado a minha mão", Forward disse em entrevista a ABC News. "A dor foi insuportável...pior do que a do parto."
O caso foi divulgado pela imprensa australiana na segunda-feira (9).
Ela tirou os esporões do ornitorrinco de sua mão e dirigiu até um hospital, onde precisou fazer uma cirurgia de emergência para limpar e costurar seus ferimentos. Os médicos também receitaram antibióticos e remédios para aliviar a dor. Uma semana após o tratamento, a mulher ainda sentia dores e tinha um inchaço vermelho na mão.
De acordo com a entidade de proteção Australian Platypus Conservancy (APC), os ornitorrincos machos raramente são agressivos se forem manuseados de forma correta. A recomendação é deixar esse trabalho para especialistas treinados.
Ornitorrincos venenosos
Considerado um mamífero semiaquático, o ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus) pode viver tanto na terra quando na água e é encontrado somente na Austrália. Os machos da espécie possuem esporões ocos na parte traseira das pernas, que está ligada às glândulas que produzem um veneno transparente e grudento. A produção do veneno fica mais intensa durante a época de acasalamento, o que cientistas acreditam que acontece para que os machos possam lutar entre si na busca por fêmeas.
O veneno do ornitorrinco não traz risco de vida a humanos ou outros animais da espécie, mas causa dor e inchaço intensos na parte do corpo atingida pelos esporões. Há poucos estudos sobre o veneno desse animal, mas até o momento, sugere-se que contém uma mistura de proteínas, como a heptapeptídeo 1, que mira no sistema nervoso, e uma enzima chamada amino oxidase, que pode causar a morte de células e inchaço no tecido.
Também não existe um antídoto aprovado para esse tipo de veneno, somente anestésicos que bloqueiam os nervos, como a bupivacaína, que pode ser utilizada para minimizar a dor causada.