Saúde

Por Redação Galileu

Os olhos castanhos escuros de um bebê de 6 meses da Tailândia ficaram de uma cor azul profunda após a criança receber o antiviral favipiravir para tratar um quadro grave de Covid-19.

O caso médico incomum foi relatado em abril na revista Frontiers in Pediatrics. O bebê foi levado a um hospital tailandês após apresentar febre e tosse. Lá, ele testou positivo para o coronavírus e recebeu comprimidos de favipiravir junto de um xarope contendo o medicamento.

A mãe notou sob a luz do sol uma descoloração dos olhos da criança 18 horas após a terapia medicamentosa. Veja como eles estavam azuis:

Os olhos castanhos de menino de 6 meses ficaram azul índigo depois que ele recebeu o antiviral favipiravir para tratar Covid-19 — Foto: Paveewan Jiravisitkul et al
Os olhos castanhos de menino de 6 meses ficaram azul índigo depois que ele recebeu o antiviral favipiravir para tratar Covid-19 — Foto: Paveewan Jiravisitkul et al

Os sintomas da Covid-19 melhoraram três dias depois do uso do favipiravir, mas o pediatra aconselhou a interrupção do tratamento devido à descoloração da córnea da criança.

Cinco dias após deixar de tomar os medicamentos de favipiravir, os olhos do menino voltaram à cor castanha-escura original. Um oftalmologista fez um exame no pequeno duas semanas depois da infecção pelo coronavírus e ele conseguiu seguir a luz com os olhos em todas as direções.

A córnea estava normal e sem mais a tonalidade azulada. “Esse relato de caso destaca a necessidade de monitoramento da terapia com favipiravir em crianças devido ao potencial efeito colateral da descoloração da córnea, que ainda não teve seus efeitos a longo prazo identificados”, relatam os médicos no estudo.

Conforme os autores citam na pesquisa, o favipiravir foi usado em 2020 pela primeira vez contra a Covid-19 em Wuhan, na China, epicentro da pandemia da doença. O medicamento também recebeu autorização de uso emergencial em vários países contra a infecção pelo Sars-CoV-2 e continua a ser a base do tratamento antiviral oral na Tailândia para crianças com o coronavírus.

Apesar de resultados positivos em pacientes hospitalizados com o vírus, existem vários efeitos colaterais associados ao uso do antiviral, principalmente: diarreia, excesso de ácido úrico no sangue e redução da contagem de glóbulos brancos neutrófilos. Essas três reações representam 20% de todos os eventos adversos.

A descoloração azulada da córnea está entre os efeitos colaterais raros, que também incluem embaçamento visual temporário e fluorescência da superfície ocular. Contudo, essas reações adversas incomuns são resolvidas após a descontinuação da medicação.

Os médicos contam que, além de deixar os olhos azuis, o favipiravir também demonstrou causar fluorescência no cabelo e nas unhas humanas. “Esse efeito adverso pode ser devido ao medicamento, seus metabólitos ou componentes adicionais do comprimido, como dióxido de titânio e óxido férrico amarelo”, eles explicam.

Investigações laboratoriais sob luz ultravioleta confirmaram que os comprimidos do remédio são mesmo fluorescentes, o que sugere uma "associação robusta entre a fluorescência da superfície ocular e o favipiravir", segundo os autores do estudo.

Os médicos dizem que o evento adverso relatado no bebê de 6 meses, embora raro, deve ser levado a sério e monitorado de perto em casos futuros. Eles concluíram seu artigo dizendo que “mais estudos são necessários para determinar a incidência desse efeito colateral e suas consequências de longo prazo na saúde da córnea.”

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