Influência das mídias na imagem corporal

A imagem corporal é muito valorizada em nossa sociedade, principalmente entre as mulheres, onde ser magro é sinônimo de ser atraente.

Há evidências crescentes que sugerem que as crianças aprendem de suas famílias, professores, amigos e da mídia, criando em suas mentes:

  • Que ser gordo é ‘ruim’ e ser magro é ‘bom’.
  • Que as pessoas obesas têm menos amigos
  • Que crianças gordas são menos queridas pelos pais
  • Que ser obeso pode ocasionar um baixo desempenho na escola,
  • Que obesos são mais preguiçosos
  • Que são menos felizes e menos atraentes do que as crianças mais magras.

Essas lições aprendem bem antes da adolescência, dando muita importância à necessidade de ser magro (a) e criando, muitas vezes, em suas mentes uma insatisfação com a imagem corporal e uma preocupação com o excesso de peso, o que os leva a se envolverem de forma exagerada em comportamentos de perda de peso, como comer menos e exercício para perder peso.

Vinculando o uso de mídia social à saúde mental

É sabido que a cada dia que passa as crianças usam mais as mídias sociais e que as taxas de problemas de saúde mental, incluindo depressão, transtornos alimentares e ideação e comportamento suicida aumentaram entre adolescentes, principalmente entre as meninas, nos últimos anos.

Preocupação com a imagem corporal é um fator de risco para sintomas depressivos e transtornos alimentares.

O constante uso das mídias cria uma “tempestade perfeita” para exacerbar as preocupações com a imagem corporal dos adolescentes e, para alguns, piorar sua saúde mental, aparecendo problemas de alimentação desordenada, com o fim de se ver melhor ante a sociedade.

ALERTA!!!  Isso é sintoma de baixa autoestima. Sua saúde mental pode estar necessitando de ajuda!

 

Influência da mídia atual

As principais mídias sociais que os adolescentes brasileiros costumam utilizar são:

  • Instagram,
  • Snapchat,
  • Tumblr,
  • Tik Tok
  • Facebook

Estas mídias sociais são especialmente comuns entre os adolescentes, onde eles acompanham imagens altamente editadas de colegas, celebridades e “influenciadores”.

Essas são mostras claras da influência das mídias nas quais a sociedade normaliza o protótipo de imagens de mulheres magras e tonificadas, promovendo exercícios e alimentação saudável ou imagens ultrafinas e sexualmente sugestivas de mulheres incentivando a perda de peso e do envelhecimento.

Esse tipo de exposição nas mídias sociais causa danos únicos na saúde mental, podendo desencadear sintomas de depressão e transtornos alimentares, simplificadas a horas de “tempo de tela”, aumentando as preocupações com a imagem corporal e suas consequências à saúde mental e ao desenvolvimento de adolescentes.

 

O papel dos pais, dos colegas e da mídia.

Pais, colegas e mídia tem um papel relevante quando o assunto são as preocupações com a imagem corporal e os comportamentos relacionados ao peso dos adolescentes, percebendo que as opiniões dos pais são influências particularmente importantes na formação de níveis de satisfação corporal das crianças.

 

Como as mídias sociais podem afetar negativamente a imagem corporal 

A imagem corporal refere-se à sua perspectiva da aparência do seu corpo e como ele se compara aos padrões sociais. Uma imagem corporal negativa pode causar expectativas irreais de como seu corpo deve ser e pode levar a comportamentos não saudáveis, como alimentação desordenada.

Um pequeno estudo de 2018 encontrou uma correlação entre o tempo gasto nas mídias sociais, imagem corporal negativa e alimentação desordenada. Isso era especialmente verdadeiro se os participantes estivessem percorrendo o conteúdo relacionado à aparência, como a conta de um instrutor de fitness ou modelo no Instagram.

Aqui estão algumas das maneiras sorrateiras que as mídias sociais podem distorcer a forma como você percebe seu corpo: comparações constantes, photoshop e filtros, além de perfis de contas de mídia social e imagens que incentivam os usuários a ficarem em forma e magros (conhecidos como Fitspiration – fitspo –  e thinspiration –  thinspo).

Riscos das mídias sociais na imagem corporal e na saúde mental dos adolescentes.

Comparações constantes 

Uma das maneiras pelas quais as mídias sociais podem prejudicar sua imagem corporal é expondo você a imagens de tipos de corpo “idealizados”, fazendo com que você se compare a eles e acabe criando ideais irreais para si mesmo com base no que vê e, com isso, sentindo-se angustiado quando não consegue atender a esses ideais ou expectativas.

Um estudo de 2015 descobriu que estudantes universitários que se identificavam como mulheres que passavam mais tempo no Facebook tinham uma imagem corporal mais pobre. Os pesquisadores concluíram que “as mulheres jovens que passam mais tempo no Facebook podem se sentir mais preocupadas com seu corpo porque comparam sua aparência com a dos outros (especialmente com os colegas)”.

Essas comparações podem fazer parte de um ciclo vicioso.

Em um estudo de 2021 com jovens de 15 a 35 anos, quanto mais eles se comparavam com pessoas que seguiam nas mídias sociais, mais insatisfeitos ficavam com seus corpos. Os pesquisadores também apontaram que, se os sujeitos já estivessem insatisfeitos com seus corpos, isso poderia aumentar o desejo de se comparar com os outros nas mídias sociais.

Esse comportamento pode levar a uma alimentação desordenada ou outros hábitos não saudáveis. Cada tipo de transtorno alimentar tem sintomas diferentes, mas alguns sinais de transtorno alimentar podem incluir:

  • Baixo peso corporal
  • Flutuações frequentes de peso
  • Esconder comida ou comer sozinho
  • Preocupação com o peso corporal ou aparência
  • Binging e purga

Importante: Se você acha que pode ter um distúrbio alimentar, converse com um médico ou profissional de saúde mental que possa ajudá-lo a obter tratamento e encontrar um caminho para a recuperação.

 

Photoshop e filtros

De todas as fotos que você vê em seus feeds de mídia social, há uma boa chance de que a maioria delas tenha sido editada, o que pode contribuir para uma imagem corporal negativa.

O Photoshop e os filtros apresentam as pessoas e as coisas em sua melhor luz, o que cria um mundo de fantasia distorcido e eleva o nível do que as pessoas percebem como ‘a melhor’ maneira de ser.

Mesmo o processo de edição de suas próprias imagens pode desempenhar um papel na forma como você percebe seu corpo. De acordo com uma revisão de 2022, a pesquisa descobriu que tirar e editar selfies era mais prejudicial do que publicá-las, talvez porque permite que você se concentre – e tente corrigir – suas falhas.

Curiosamente, postar imagens não parece ter o mesmo efeito. Um estudo de 2016 mostrou que postar mais selfies no Instagram estava associado a um maior grau de satisfação com a imagem corporal. Outro estudo de 2020 com mulheres descobriu que postar selfies estava associado a um aumento na autoestima.

 

Fitspo e thinspo

Fitspiration e thinspiration – também conhecidos como “fitspo” e “thinspo” – são termos que descrevem contas de mídia social e imagens que incentivam os usuários a ficarem em forma e magros.

Um grande estudo de 2017 entrevistou mulheres universitárias dos EUA e descobriu que cerca de 10% criaram postagens de mídia social sobre peso, imagem corporal, exercícios ou dieta durante um período de um mês. Enquanto isso, 27,4% comentaram as postagens de amigos sobre esses temas.

Os pesquisadores concluíram que mais tempo gasto no Facebook leva a comparações mais frequentes de corpo e peso e mais sentimentos negativos sobre o corpo. Também descobriu que, para as mulheres que queriam perder peso, mais tempo no Facebook resultou em mais sintomas alimentares desordenados.

 

Efeitos negativos para homens 

Enquanto a maioria dos estudos sobre mídia social e imagem corporal se concentra nas mulheres, um estudo de 2020 encontrou efeitos semelhantes em homens.

O estudo analisou 1.000 postagens do Instagram enviadas por pessoas que se identificam como homens e avaliou as respostas – na forma de curtidas e comentários.

A maioria das postagens retratava musculosidade e magreza, e as postagens que exibiam esse tipo de corpo receberam o maior número de curtidas e comentários.

Os pesquisadores concluíram que essas descobertas são “potencialmente prejudiciais à imagem corporal dos homens”.

Para os homens, a proliferação de um tipo de corpo magro e musculoso nas mídias sociais pode levar à insatisfação corporal e à dismorfia muscular.

A dismorfia muscular – um tipo de dismorfia corporal – é quando se percebe que seu corpo não é musculoso ou magro o suficiente. Pode fazer com que as pessoas se envolvam em quantidades insalubres de exercício e pode levar a uma alimentação desordenada.

De acordo com um relatório de 2015, os estigmas em torno da procura de ajuda para doenças mentais e distúrbios alimentares podem desencorajar alguns homens de obter um diagnóstico e tratamento.

Além disso, a suposição de que as mulheres são mais afetadas por distúrbios alimentares pode fazer com que mais homens não sejam diagnosticados e menos propensos a receber tratamento precocemente, quando seria mais eficaz.

 

Dicas para promover um relacionamento saudável com as redes sociais  

As mídias sociais podem afetar negativamente sua imagem corporal, humor e saúde mental geral, mas existem maneiras de neutralizar isso. Aqui estão três sugestões para a curadoria de um feed mais positivo:

  1. Faça uma pausa. Se você se sentir pior depois de rolar, dê um passo para trás e veja como se sente depois de desengatar. Se você se sentir melhor, não há vergonha em desligar o telefone por um tempo, sejam algumas horas, dias ou semanas. Mesmo uma pausa de uma semana pode ser suficiente para melhorar seu humor, segundo um estudo de 2022.
  2. Deixe de seguir contas que não fazem você se sentir bem. Preste atenção em quais contas, pessoas e imagens elevam você. Uma das maiores mudanças que você pode fazer é começar a substituir o conteúdo que o deixa se sentindo pior por um conteúdo que o faz se sentir melhor quando o consome.
  3. Encontre uma comunidade. Siga contas positivas sobre o corpo e participe de grupos de apoio que podem ajudar a mudar sua mentalidade sobre os tipos de corpo “ideais”.

 

Como a Clínica Jequitibá Saúde Mental pode ajudar

Avaliar e intervir para promover a imagem corporal positiva continua sendo um importante componente diagnóstico do desenvolvimento saudável entre adolescentes.

É essencial buscar ajuda aos primeiros sinais de problemas. Os profissionais da Clínica Jequitibá Saúde Mental podem ajudar a prevenir em seus filhos os riscos relacionados à mídia social relacionados às preocupações com a imagem corporal, promovendo a saúde mental e bem-estar positivos dos adolescentes e a rejeição de ideais de aparência irrealistas.

Contamos com uma equipe multidisciplinar e especializada, além de toda a infraestrutura necessária para atendê-los. Nossa abordagem é 100% baseada em evidências científicas.

É importante saber que as mídias sociais, apesar dos efeitos negativos aqui relatados, certamente apresentam também efeitos positivos, como uma sensação de conectividade social e pertencimento, contentamento pessoal e autoestima, expressão e controle emocional e desenvolvimento de identidade.

Sabendo como usar e buscando ajuda aos primeiros sintomas, é possível prevenir esses riscos.

E a Clínica Jequitibá Saúde Mental está aqui para ajudar. Agende um horário hoje mesmo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *