Morre de covid-19 mulher que recebeu o coração de Eloá Pimentel
Maria Augusta foi uma das sete receptoras dos órgãos da adolescente, morta em 2008
A vendedora Maria Augusta dos Anjos, de 51 anos, que recebeu o coração de Eloá Pimentel, assassinada aos 15 anos em outubro de 2008 pelo ex-namorado Lindemberg Alves, não resistiu às complicações da covid-19 e morreu na tarde de 2ª feira (3.mai) em Parauapebas, no Pará.
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A paraense nasceu com uma doença cardiovascular e, segundo os familiares, precisou entrar na fila de transplantes. Em seu aniversário de 39 anos, a vendedora foi uma das sete pessoas receptoras dos órgãos da adolescente.
De acordo com a advogada Jeanne Rodrigues, prima de Maria Augusta, o transplante proporcionou à vendedora a chance de ter uma vida normal. "Ela conseguiu fazer o que não podia antes, né? Que era cozinhar, tomar banho sozinha e fazer coisas cotidianas", explicou em entrevista ao SBT. Além do coração de Eloá, foram doados pulmão, córnea, fígado, rim e pâncreas.
Para a família da adolescente, a doação foi uma forma de mantê-la viva. "Eu tinha a Maria Augusta como uma filha. Foi muito triste porque amanhã, dia 5, minha filha ia completar 27 anos se estivesse viva. Receber a notícia de que ela faleceu acabou comigo", disse Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá.
Relembre o caso
No dia 13 de outubro de 2008, Lindemberg Fernandes Alves, então com 22 anos, invadiu o apartamento de sua ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, no segundo andar de um conjunto habitacional na periferia de Santo André, na Grande São Paulo. Armado, ele fez reféns a ex-namorada e outros três amigos dela, que estavam reunidos para fazer um trabalho de escola.
Inicialmente, dois reféns foram liberados. Após mais de 100 horas de tensão, policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) e da Tropa de Choque da Polícia Militar explodiram a porta e entraram em luta corporal com Lindemberg, que atirou em direção às reféns. Nayara, amiga de Eloá, deixou o apartamento andando, mas ferida com um tiro no rosto. Já Eloá, ferida com um tiro na cabeça e outro na virilha, foi levada inconsciente ao Centro Hospitalar de Santo André, onde morreu horas depois.
O réu foi acusado de cometer 12 crimes, entre eles homicídio duplamente qualificado por motivo torpe, tentativa de homicídio (contra Nayara Rodrigues e contra o sargento Atos Valeriano), cárcere privado e disparos de arma de fogo.
Assista à reportagem completa do SBT Brasil: