Jenipapo é o fruto do jenipapeiro. É parecido com figo, só que maior. Geralmente, mede 10 cm de comprimento e 8 cm de diâmetro. Mas só parece. Sua casca é dura, rugosa e escura. A polpa, contudo, é macia, suculenta, comestível, com sementes achatadas. Tem aroma e sabor bastante característicos, isso quer dizer, ou você gosta ou não. Sem meio-termo.

É muito consumido em forma de suco e muito apreciado em forma de licor. Rico em ferro, é fonte ainda de cálcio, hidratos de carbono, água, vitaminas B1, B2, B5 e C. Tem propriedades laxantes, hepáticas, tônicas e digestivas.

É indicado para combater a anemia, melhorar digestão, estimular apetite. Combater inflamações respiratórias, tratar de asma e faringite. É usado contra reumatismo, para melhorar circulação sanguínea e funcionamento dos rins, para problemas do fígado e do baço. Para tratar úlceras, vômitos e diarreias. Ainda é indicado no combate à sífilis. Dizem também que é afrodisíaco. Uma verdadeira farmácia.

Do jenipapo também se pode extrair um suco escuro, variando em tons verde, violáceo, azul e quase preto, antes usado pelos índios e hoje por gente descolada para se fazer tatuagem.

A árvore do jenipapo ou jenipapeiro pertence à família das rubiáceas, a mesma do nosso querido café. É nativa das regiões tropicais das Américas do Sul e Central. No Brasil, pode ser encontrado na Amazônia, na Mata Atlântica e em áreas de Cerrado. De caule ereto, pode atingir 14 m de altura. As flores são campanuladas (em formas de sino), brancas ou amareladas e levemente aromáticas. Sua madeira tem grande durabilidade e utilidade muito variada, podendo ser empregada na construção naval e na civil, em xilogravura e em cabos de ferramentas.

O jenipapeiro tem sido recomendado para projetos de restauração ecológica, como o Programa Nascentes, que priorizam o plantio de espécies nativas em prol da qualidade ambiental.

Por último, a questão: por que jenipapo, jenipapeiro se escreve com jota?

Jenipapo é uma palavra de origem tupi yandï’pawa que significa ‘fruta que serve para pintar’. Em registros linguísticos mais antigos, a palavra aportuguesada era grafada com ‘g’, genipapo. Daí o nome científico de jenipapeiro ser Genipa americana L. Porém, as línguas evoluem. Hoje, a norma culta convencionou que para as palavras de origem indígena, africana, exótica ou árabe deve-se usar o ‘j’, como jenipapo, jiló, jequitibá, berinjela.

Texto: Cris Leite

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