Finalmente uma esperança para acabar com esta secura: hoje escutamos as primeiras cigarras, e quando as cigarras cantam é porque vem chuva por aí. Bichinho interessante a cigarra: pode viver até 17 anos debaixo da terra se alimentando da seiva das árvores e o seu grito estridente pode atingir até 120 decibéis, o que equivale a um motor a jato.
Não há como deixar de lembrar a fábula da formiga e da cigarra de La Fontaine.
Tendo a cigarra cantado durante o verão,
Apavorou-se com o frio da próxima estação.
Sem mosca ou verme para se alimentar,
Com fome, foi ver a formiga, sua vizinha,
pedindo-lhe alguns grãos para agüentar
Até vir uma época mais quentinha!
– “Eu lhe pagarei”, disse ela,
– “Antes do verão, palavra de animal,
Os juros e também o capital.”
A formiga não gosta de emprestar,
É esse um de seus defeitos.
“O que você fazia no calor de outrora?”
Perguntou-lhe ela com certa esperteza.
– “Noite e dia, eu cantava no meu posto,
Sem querer dar-lhe desgosto.”
– “Você cantava? Que beleza!
Pois, então, dance agora!”
Então, se identificaram com alguma das personagens?
Se você se identificou com a formiguinha, muito bem, acho que seu futuro está garantido. Mas será o suficiente? Não dá pra ser sempre formiguinha. Também precisamos cantar como a cigarra e nos divertirmos, pois são os momentos de diversão que enchem a nossa vida de alegria. Trabalhar para viver, e não viver para trabalhar.
Se a cigarra foi a sua preferida, bem, nós sabemos que o inverno sempre chega, não é? Assim, não é bom negócio procurar a diversão sem responsabilidade e saúde. Muita gente se excede com se fosse seu último dia de vida. Gastam tudo que têm e não guardam nada para as horas de necessidade. E depois se desesperam buscando a ajuda alheia para resolver seus problemas, e como sugeriu a formiguinha, dançam!
Acredito que o equilíbrio entre a formiga e a cigarra é a melhor solução. Não ser escravo do trabalho e não se divertir irresponsavelmente. Cantar e trabalhar, cada um no seu tempo, e por que não trabalhar cantando? O trabalho não precisa ser escravidão, assim como a diversão não deve ser uma festa sem limites.
Para animar, a Formiga Bossa Nova da Adriana Calcanhoto. Felicidades e bom domingo!
Comentários
Nem sempre o equilíbrio é possível, né? E há vezes em que a gente precisa dar umas desequilibradas para entender coisas maiores na vida, e é bom.
É verdade…nada como a experiência para entender o que é o melhor pra cada um. Beijo.
Melhor é trabalhar cantando…