Marta Vieira da Silva, a rainha ou o “Pelé de Saias”, como chamam os brasileiros, não volta a jogar um Mundial. O surpreendente empate do Brasil contra a Jamaica (0-0) ditou a eliminação da seleção canarinha na fase de grupos da competição.
O Brasil, que ocupava o terceiro lugar no grupo F à entrada para a última jornada, estava obrigado a vencer o jogo em Melbourne, mas não foi capaz de balançar as redes das jamaicanas, que pela primeira vez vão disputar os oitavos-de-final.
Depois do apito final, Marta foi a porta-voz de uma equipa que, reconhece, desiludiu. A jogadora eleita seis vezes a melhor do mundo disse que “nem nos piores pesadelos sonhava com um Mundial assim”.
Mas as lágrimas não a impediram de refletir e de deixar um pedido aos adeptos, num manifesto de força ao Brasil e, sobretudo, ao futebol feminino.
“O futebol feminino dá lucro e prazer de assistir”
“Que as pessoas continuem a ter o mesmo entusiasmo de quando começou a Copa do Mundo, que continuem apoiando. As coisas não acontecem de um dia para o outro. Há seleções que levavam sete ou oito [golos] e agora jogam de igual com os grandes, isso mostra que o futebol feminino vem a crescer e é um produto que dá lucro e prazer de assistir”, afirmou Marta, depois do seu sexto e último Mundial.
Assim como Portugal, que deixou o Mundial após uma grande exibição frente aos Estados Unidos, o Brasil passa por uma reformulação. E Marta sabe disso.
"A Marta acaba aqui. Estou muito grato pela oportunidade de jogar mais uma Copa e muito contente pelo que vem acontecendo no futebol brasileiro e no mundo. Continuem a apoiar porque para elas é só o começo. Para mim, é o fim da linha".