O Que Explica o Aumento dos Casos de Sífilis? Entenda
Mesmo sendo uma das mais antigas infecções sexualmente transmissíveis (IST), o aumento dos casos de sífilis pelo mundo tem preocupado
Especialista em imitar outras infecções e com os sintomas iniciais fáceis de passarem despercebidos, pode-se observar um aumento dos casos de sífilis pelo Brasil e pelo mundo. Por analogia, os números nos Estados Unidos subiram 32% entre 2020 e 2021 no país, sendo o maior dado de notificações em 70 anos.
De maneira idêntica, a incidência de sífilis congênita apresentou um aumento significativo, registrando também um crescimento de 32% entre 2020 e 2021, paralelamente ao aumento geral nas infecções.
Alerta para o Aumento dos Casos de Sífilis
Em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 7,1 milhões de novos casos de sífilis em todo o mundo. No Reino Unido, por exemplo, em 2022 os casos atingiram o nível mais alto desde 1948, refletindo uma tendência global preocupante.
As Américas registraram 30 mil casos de transmissão de sífilis de mãe para filho em 2021, considerados “inaceitavelmente elevados” pelas autoridades de saúde. Cabe destacar, grupos de mulheres vulneráveis também enfrentam fortes impactos.
A infecção, causada pela bactéria Treponema pallidum, tem sintomas divididos em quatro estágios, sendo a primeira caracterizada por uma ferida indolor ou erupção cutânea. O tratamento mais eficaz é uma dose intramuscular de penicilina.
Números no Brasil
Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde em outubro de 2023 no Brasil, de 2021 para 2022, houve um crescimento de 23%, passando de 80,7 casos por 100 mil habitantes para 99,2 casos por 100 mil habitantes.
Além disso, a detecção de sífilis em gestantes também registrou uma elevação significativa no último ano, saltando de uma taxa de 28,1 casos a cada mil nascidos vivos em 2021 para 32,4 casos a cada mil nascidos vivos em 2022, representando um aumento de 15% em relação ao ano anterior.
Em destaque…
Em 2022, observou-se que 61,3% dos casos de sífilis adquirida no país foram notificados em pessoas do sexo masculino, com incidências expressivas nas faixas etárias de 20 a 29 anos e 30 a 39 anos. A chamada razão de sexos, indicando a proporção de homens para cada dez mulheres com sífilis, aumentou de 0,6 (seis homens para cada dez mulheres) em 2012 para 0,8 (oito homens para cada dez mulheres).
Além disso, um estudo revelou uma correlação entre mulheres negras com baixos níveis de escolaridade e taxas mais elevadas de sífilis congênita. Em muitos casos, as mulheres enfrentam dificuldades no acesso a cuidados pré-natais adequados, o que compromete a detecção precoce da sífilis.
O Que Dizem os Especialistas e as Autoridades?
Para a maioria das autoridades de saúde, o combate à sífilis segue um caminho claro: possuímos medicamentos eficazes, com a penicilina mantendo-se como o tratamento mais eficiente, apesar da crescente resistência aos antibióticos. No entanto, diante de qualquer suspeita ou diagnóstico da doença, é imperativo buscar orientação médica antes de considerar a automedicação.
Estratégias como aumentar os testes, promover uma divulgação mais abrangente para desafiar o estigma associado à doença e sensibilizar o público para práticas sexuais mais seguras são cruciais. Ademais, o Ministério da Saúde manifestou a intenção de intensificar a capacitação de especialistas para a prevenção da sífilis.
Entretanto, os cientistas ainda não conseguiram encontrar uma explicação única para o aumento mais rápido da incidência de sífilis em comparação com outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Essa complexidade destaca a necessidade contínua de pesquisa e abordagens multifacetadas para entender e conter o avanço dessa doença
Referência: G1 Globo
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