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Festival presta homenagem ao cinema de Vladimir Carvalho

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A oitava edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, que chega a Natal nesta quinta (5) e segue até o próximo dia 10, promove sessões gratuitas e presta homenagem ao documentarista Vladimir Carvalho com mostra de cinco filmes. As exibições acontecem em 515 pontos de todo o país, e na capital potiguar a programação ocupa o auditório do IFRN-Cidade Alta sempre a partir das 14h. Além das produções de Vladimir, o público irá conferir Mostra de Cinema Indígena, Mostra Competitiva (de longas e curtas) e Programação Especial com cinco curtas latino americanos convidados. A realização do Mostra é da Secretaria de Direitos Humanos em parceria com o Ministério da Cultura, sob coordenação da Universidade Federal Fluminense (UFF), e patrocínio do BNDES e Petrobras.
Cineasta Vladimir Carvalho será homenageado
Natural de Itabaiana (PB) e radicado em Brasília há mais de 40 anos, Vladimir Carvalho, 78, fez do cinema sua forma de pensar e intervir no cotidiano ao seu redor. Ex-professor da Universidade de Brasília e autor de mais de duas dezenas de filmes, entre eles o recente “Rock Brasília: a era de ouro” (2011), o cineasta estará representado pelos documentários “O país de São Saruê” (1971), “Barra 68” (2000), “Conterrâneos Velhos de Guerra” (1991), “O Evangelho Segundo Teotônio” (1984) e “Brasília Segundo Feldman” (1979).
Animação “Uma História de Amor e Fúria” será exibido na mostra que vai até terça-feira no IFRN
Carvalho não virá a Natal, na terça (3) ele participou da abertura do evento em Brasília como ato simbólico estendido a todas as outras praças, mas concedeu entrevista ao VIVER por telefone sobre a homenagem, novos projetos, a possibilidade de um outro filme sobre o rock candango e a transformação de sua casa em museu. Sua relação com Natal é antiga, além de já ter participado de edições do FestNatal, sou muito amigo do Valério Andrade já ganhei prêmio aí, em 1960, quando fez vestibular para Filosofia em João Pessoa, veio a Natal com uma caravana de alunos interessados em conhecer Câmara Cascudo: “era um velho fantástico! Estou aqui conversando com você e olhando para a foto que fiz com ele na época qui em cima da minha mesa”.

bate-papo : Vladimir Carvalho, cineasta

Seus filmes abordam temas que possuem ligação direta com os Direitos Humanos. É intencional?
Nada proposital, fiz o que fazia sentido e estava sentindo na época. São filmes que tem um espaço temporal, e não para servir como ponto de partida para debates sobre direitos humanos. O “São Saruê”, por exemplo, tem muito do nordestino que sou, da seca, da exploração… tem a ver com a luta pelo direito a terra. O “Rock Brasília” também tem seu lado de DH, por ser ambientado no fim da ditadura Militar e início do Estado democrático de direito. Achei ótimo a homenagem e por terem adotado esses filmes, é bom que circula.

Falando nisso, o rock de Brasília marcou presença nos cinemas com “Faroeste Caboclo” e “Somos Tão Jovens”. Pensa em produzir um novo documentário sobre o assunto?
Pois é, foi uma espécie de trilogia do rock. Mas da minha parte tenho certa resistência de dar continuidade, não quero ser cineasta de uma nota só. Até tenho material para outro filme, mas teria que ser muito bem recortado. Tenho muitas imagens das quatro bandas (Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude e Paralamas do Sucesso) que acabou ficando fora do documentário lançado em 2011.

E essa história do museu: você doou sua casa e todo o acervo?
Estou em Brasília há 43 anos e tenho mania de guardar coisas. Isso passou a me incomodar, morava em um apartamento e tinha lata de filme até no quarto. Então decidi me mudar para uma casa ampla, de dois pisos, onde fiz um mini-auditório para reuniões audiovisuais, e nisso fui organizando o material e criei a Fundação Cinememória. São mais de 5 mil livros e outros milhares de objetos e documentos: guardei câmeras antigas e a moviola onde Glauber Rocha montou “Terra em Transe” e o Joaquim (Pedro de Andrade) fez “Macunaíma” – tenho quatro modelos, inclusive uma da década de 1930. Hoje recebo visita de interessados em visitar o acervo (agendamento pelo telefone (61 3225-8680), e resolvi doar a casa com todo o acervo dentro a UnB.

Novos projetos em vista?
Trabalho há uns cinco anos em um projeto sobre o artista plástico Cícero Dias, que migrou para Paris em 1937. Era compadre de Picasso e do naipe de de Di Cavalcanti. Tenho entrevistas com a viúva, com a filha dele que é afilhada de Picasso. Ainda bnão tem data, mas até ano que vem começo a dar forma ao documentário.

programa parcial

Dia 5, quinta
19h – “A onda traz, o vento leva” (28’) e “Uma história de amor e fúria” (75’)

Dia 6, sexta
14h – “Codinome Beija-Flor” (16’) e “Repare bem” (95’)
16h – “O prisioneiro” (24’) e “Ilegal.co” (70’)
18h – “Kene Yuxi, as voltas do Kene” (48’)
19h – “Conterrâneos velhos de guerra” (153’)

* programação completa no mostracinemaedireitoshumanos.sdh.gov.br

Serviço


Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, de 5 a 10 de
dezembro no IFRN-Cidade Alta. Sessões a partir das 14h, com acesso
gratuito. Informações: 4005-0950

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