Contribuição da Neurociência à aprendizagem efetiva

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A Neurociência é uma das áreas do conhecimento biológico que buscar esclarecer como funciona o sistema nervoso. Foi com o desenvolvimento de técnicas modernas para o estudo da atividade cerebral em crianças, adolescentes e adultos desempenhando tarefas cognitivas, que nos permitiu uma investigação precisa dos circuitos neuronais em funcionamento. E é a partir da atividade desses circuitos que são geradas nossas capacidades intelectuais humanas, como linguagem, criatividade e raciocínio. Podemos concluir que os circuitos neuronais são responsáveis pelas funções básicas do nosso sistema nervoso e que determinam como nos comportamos como indivíduos.

Nós seres humanos somos naturalmente questionadores e inquietos. Aprendemos, mesmo na vida intrauterina a coletar informações do ambiente, por meio de receptores e dos órgãos sensoriais, que nos trazem as sensações primárias que logo se tornam percepções olfativas, visuais, auditivas, gustativas e táteis. À medida que nosso cérebro amadurece, aperfeiçoamos a interpretação do ambiente que nos rodeia, o que melhora nossa tomada de decisões, baseadas naquelas informações.

O aprender e o lembrar ocorre em nosso cérebro. Dessa forma, a aprendizagem e a educação estão intimamente ligadas ao seu desenvolvimento e amadurecimento. É importante ressaltar que os estímulos do ambiente moldam o cérebro. Nossos neurônios são capazes de formar novas sinapses, processo chamado de neuroplasticidade. Desse modo, a aprendizagem é o processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente, ativando sinapses, tornando-as mais “intensas”.

É importante entender como o cérebro processa funções como atenção, memória, linguagem, leitura, matemática, sono, emoção e cognição estão trazendo valiosas contribuições para a educação. Segundo Relva (s/d):

“O conhecimento e uso da Neurociência aplicada à educação perpassam por uma visão neurocientífica do processo de ensinar e aprender. Contribui na identificação de uma análise biopsicológica e comportamental do educando através dos estudos da anatomia e da fisiologia no sistema nervoso central. Explica, modela e descreve os mecanismos neuronais que sustentam os atos perceptivos, cognitivos, motores, afetivos e emocionais da aprendizagem”.

Atualmente, podemos dizer que a neurociência tem ajudado nós educadores a conduzir o processo de ensino-aprendizagem, levando os alunos a internalizarem diversos conteúdos acadêmicos de forma mais rápida e eficaz, uma vez que o ensino bem-sucedido provoca alterações nas taxas de conexões sinápticas. No entanto, isso também depende da capacidade do professor, do método de ensino, do contexto da sala de aula e da família e comunidade.

Nós professores precisamos reconhecer que o cérebro de nossos estudantes é único, e que cada um recebe as informações de conteúdos de maneira completamente diferente, pois têm ritmos neurais, processos afetivos/emocionais, sociais totalmente diversos, devido às suas experiências apreendidas e arquivadas ao longo da vida.

Dessa forma, é fundamental que nós professores reconheçamos os pontos apresentados pela neurociência sobre o funcionamento do cérebro. Assim, poderemos aprimorar nossas práticas e lidar melhor com potencialidades e dificuldades dos alunos, promovendo uma educação mais efetiva. Assim, a neurociência, psicologia e ciências cognitivas somadas à educação trazem novo enquadramento e integração no processo ensino-aprendizagem.

Profª. Ma. Ana Lúcia Castelo Branco Pina
Docente do Curso de Psicologia do Centro Universitário Ateneu
Mestra em Ecologia e Recursos Naturais e em Psicologia, especialista em Gestão e Manejo Ambiental em Sistema Florestais e graduada em Ciências Biológicas (Licenciatura) e em Biologia

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